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REPRESENTAÇÃO
I – PRELIMINARMENTE
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2. O expediente ora ajuizado se centra, ademais, na indicação de
infrações que se revelam incompatíveis com mister tão relevante exercido por
membro do Parquet, cuja disfunção – se confirmada – descamba para a
responsabilização administrativa e correcional dos Promotores de Justiça
envolvidos.
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6. A empresa leniente corroborou a mentira perpetrada pelos
lenientes, quando em 9/5/2017, apresentou petição em que mantinha a
afirmação de ter sido celebrado um contrato e que não houve qualquer
prestação de serviços (doc. 6 – “b”), utilizando-se dos seguintes termos:
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9. Ora, percebe-se a brusca alteração na versão da própria
empreiteira leniente, que contradiz as declarações do Sr. CARLOS JOSÉ.
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Logo, e diante do valor alcançado, segundo o Instituto
Nacional de Criminalística, não é factível supor o desconhecimento desse
crime por aqueles que – na condição de Gerentes de Contrato, Gerentes
Comerciais, Gerentes Administrativos do Consórcio Brasília 2014, ora
lenientes – trataram direta e exclusivamente dos assuntos vinculados ao
Contrato nº 523/2010 – NOVACAP, ao longo de 04 anos (2010 a 2014).
[...]
77. Caso o superfaturamento total tivesse sido admitido
pela AG, haveria, evidentemente, o compromisso legal de restituicão dos
valores pagos a maior, o que, s.m.j, não ocorreu por parte da
COLABORADORA, tão pouco dos aderentes do Acordo de Leniência,
ocasionado enriquecimento ilícito da Construtora e seus sócios.
78. Ademais, as confissões descritas nestes autos limitam-
se a um cenário sistêmico de corrupção envolvendo agentes públicos
(corruptos) e empresas privadas (corruptores). Entretanto, o
superfaturamento verificado foi além dos pagamentos de propinas,
englobando o lucro do Consórcio Brasília 2014, pois não se supõe a
transferência de mais de 500 milhões de reais de vantagens indevidas.
“79. Assim, rogo a Vossa Excelência e ao Ministério
Público Federal verificar se não seria o caso de REVER os benefícios
aos nominados em referência (ao menos no que tange ao crime de
superfaturamento), uma vez que, ao sonegarem a verdade sobre esse
relevante fato, violaram frontalmente as cláusulas previstas nos
Acordos firmados. [...]” (grifos no original). (Doc. 15).
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pública por atos de improbidade administrativa, na justiça do Distrito Federal,
mas utilizando-se de premissas distintas daquelas em relação às quais se
consubstanciou o arcabouço persecutório instaurado em desfavor do
REPRESENTANTE, com o objetivo, desta vez, de canalizar as inverdades
lançadas, governando a acusação com o ardil falseio das informações
originariamente instrumentalizadas.
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IV – DA DUBIEDADE DAS ACUSAÇÕES
21. A presente Representação se destina à apuração de faltas ético-
funcionais supostamente perpetradas pelos REPRESENTADOS, no que tange à
modificação, por completo, do fato jurídico que teria originado a ação
penal proposta contra o REPRESENTANTE, com subversão da dinâmica factual
para adequá-la a um conjunto probatório casuístico, desta vez no bojo da Ação
de Improbidade Administrativa que seria posteriormente ajuizada.
26. O mesmo fato jurídico não pode ser segregado ou cindido pelo
uso de um caleidoscópio casuístico e tendencioso, apenas para corrigir os
rumos da investigação ou para impulsionar o poder persecutório do MP.
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27. Na ação civil, repita-se, os REPRESENTADOS, talvez imbuídos
pelo ímpeto punitivista enraizado em setores importantes da instituição MP –
porque sabedores da fragilidade dos elementos probatórios hauridos em
desfavor do REPRESENTANTE, cuja fidedignidade é objeto de investigação pela
PGR –, aduziram que o pagamento da suposta propina a AGNELO era
formalizada por meio do pagamento de honorários advocatícios contemplados
pelos serviços de advocacia a ele prestados pelo REPRESENTANTE.
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34. Verifica-se uma antinomia nas acusações, uma vez que mesmo
diante da robustez das provas acostadas à ação penal, a qual orienta a ação de
improbidade administrativa, os REPRESENTADOS optaram por alterar as
acusações, dada a fragilidade das teses construídas no âmbito criminal,
levando à ação civil interpretações elucubradas de acusações mentirosas.
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40. Todavia, parece que, por incultura jurídica ou alienação
constituinte, pouco ou nada se estuda acerca do princípio da unidade, tão
valioso quanto aos demais postulados que regem a atuação do MP.
42. Fato é que muito esforço deve ser feito para descortinar esse
importante princípio, o qual vem sendo constantemente malferido e
vilipendiado pelo próprio órgão de classe a cujo cumprimento caberia zelar,
demonstrando postura ética e legal por parte de seus membros.
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característica uniforme, governado por uma mesma lógica cognitiva, que é
firmada na objetividade da verdade, incapaz de contorcionismos para
agradar as ignominiosas fórmulas de acusação, ainda que legitimadas por
prévias atuações, ímprobas ou delituosas.
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53. Ao atentar contra os princípios da unidade, da indivisibilidade
e da autonomia funcional, por meio do ajuizamento de ação de
improbidade fundada em teses distintas daquelas que fundamentaram o
pedido de instauração de ação penal, o Ministério Público, inegavelmente,
litiga de má-fé.
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59. A ausência da integralidade das colaborações (termos escritos e
registros audiovisuais) inviabiliza o cotejo de versões apresentadas pelos
lenientes, sendo certo que a aferição de sua idoneidade e coerência como
possível elemento corroborativo de prova é um direito essencial do réu, para
que possa se defender de forma eficaz durante todo o transcurso do processo.
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66. Desserviço inimaginável se faz exsurgir que os membros do
Parquet que formalizaram a leniência não detinham, à época, recursos
disponíveis ou maquinário para a realização das gravações.
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74. Assim, denota-se temerária, desleal e, em tese, criminosa a ação
dos REPRESENTADOS, ao deturparem as premissas fáticas que permearam o
inquérito e a ação penal, modificando a acusação e, portanto, “deixando de
desempenhar com zelo e probidade as suas funções” (art. 236, IX da Lei
Complementar 75), em flagrante transgressão aos princípios que lhe regem,
notadamente o da unidade (§ 1º do art. 127 da CF).
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