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Contabilidade Empresarial

Material Teórico
Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Divane Alves da Silva
Prof . Ms. Alexandre Saramelli

Revisão Textual:
Prof. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Empréstimos e Financiamentos –
Operações Pré e Pós Fixadas

• Empréstimos e Financiamento –
Operações Pré-Fixadas

• Diferenças Entre os Principais Indicadores


Econômicos

Nesta Unidade, iremos estudar os empréstimos e financiamentos


em operações pré e pós fixadas. Embora essas operações nem
sempre sejam uma boa opção ou a melhor opção para a empresa,
em algumas circunstâncias podem alavancar as atividades da
empresa e proporcionar a materialização de planos e projetos.
Dessa forma, é muito importante conhecer muito bem qual o
tratamento contábil a ser dispensado a essas operações.

Muita gente não quer nem ouvir falar de bancos, financeiras, fazer empréstimos e
financiamentos. E não é para menos! Dívidas são sempre inquietantes.
Não sem razão, há pessoas que não conseguem colocar a cabeça no travesseiro e dormir
tranquilas quando estão lidando com dívidas. E se por acaso chegar o dia do pagamento e
não houver dinheiro em caixa, abre-se um verdadeiro pesadelo com cobradores à porta...
enfim... Por isso, o próprio mercado costuma ver com mais simpatia quem trabalha com
recursos próprios.
Mas, será que esse verdadeiro pesadelo pode se transformar em um mar de oportunidades?
A resposta é sim.
Se usado de forma inteligente, os recursos de terceiros, entre eles empréstimos e
financiamentos, podem alavancar as atividades da empresa e proporcionar a materialização
de planos e projetos.
Audácia com responsabilidade, eis a questão. Iremos aprender como lidar na contabilidade
com empréstimos e financiamentos.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Contextualização

As três amigas e agora sócias necessitam comprar novos equipamentos de informática,


compatíveis com as necessidades do centro comercial em que a loja está localizada e com as
últimas exigências governamentais.

Agora, elas têm uma nova obrigação, uma nova dívida. Mas também terão benefícios com o
uso dos novos equipamentos.

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Empréstimos e Financiamento – Operações Pré-Fixadas

As operações de empréstimos normalmente são realizadas entre pessoas física e jurídica com
as instituições financeiras, nas quais o valor é “emprestado”, ou seja, disponibilizado, mas com
a condição de que será devolvido ao banco em data prévia de liquidação e com acréscimo de
juros. No contrato entre os acordados, devem estar demonstrados:
• o valor do empréstimo;
• a forma e a data de pagamento;
• os juros envolvidos na operação;
• as garantias.

Nesta modalidade de empréstimo, o cliente já tem o juros definidos, ou seja sabe quanto
custará o juros da operação até o término da liquidação do contrato.
As garantias tanto para empresas quanto para as pessoas físicas podem ser bens, emissão de
notas promissórias ou duplicatas a receber.
Os empréstimos podem ser realizados em moeda nacional ou estrangeira e para operações
em longo e curto prazo. Normalmente, as empresas procuram os empréstimos com a finalidade
de obter recursos para investir na empresa ou sanar problemas emergenciais.
É aconselhável as empresas adquirirem empréstimos em curto prazo, para atender situações
de emergência, pois o pagamento deverá ser em até 360 dias. Quando os recursos obtidos
forem para ampliar o negócio, o empréstimo apropriado deverá ser o de longo prazo.

Importante
Quando o empréstimo é em longo prazo, este passa a ser financiamento. Assim, utilizaremos a palavra
“empréstimos” para curto prazo e “financiamentos” para longo prazo.

Basicamente, temos dois tipos de empréstimos/financiamentos: os pré-fixados e os pós-


fixados. Nos primeiros, os juros são conhecidos no ato da operação, enquanto no segundo
tipo, os juros somente serão conhecidos durante o período de empréstimos/financiamentos. Em
outras palavras, para a modalidade de pós-fixados, os juros são apurados tomando-se como
base a variação de um indexador escolhido para a operação.

Empréstimos/Financiamentos-Operação Pré-fixada-Contabilização
Neste tipo de operação, os juros são conhecidos no momento da negociação e devem ser
contabilizados em contas de resultados específicas a partir da contratação.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

No exemplo a seguir, considera-se que foi realizado um empréstimo com pagamentos mensais
de parte do montante e dos juros. Teremos algumas etapas a cumprir:

- Registro inicial da operação no livro diário:


1) Contabilização pela aquisição do empréstimo
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante)

Aqui no lançamento 1, o Banco disponibiliza o montante do dinheiro e a entidade que recebeu esse
dinheiro passa a ter uma obrigação (uma dívida). Neste lançamento, não há o valor dos juros.

2) Contabilização dos juros contratados na liberação do empréstimo


D – Despesas Financeiras a Apropriar (Ativo Circulante)
C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante)

Aqui no lançamento 2, tratamos contabilmente os juros, de acordo com o princípio da competência.


Reconhecemos a dívida ainda não paga com o banco, daí o crédito na conta de Empréstimos
e Financiamentos no Passivo Circulante com a contra partida a débito na conta de Despesas
Financeiras a Apropriar, que é uma conta do ativo circulante. Observe que se trata de um valor
que ainda não é uma despesa, vai ser uma despesa. Portanto, enquanto os juros ainda não forem
consumidos e se tornarem uma despesa, será um direito para a empresa.

- Registro mensal (periódico) dos juros:


3) Juros sobre a operação de empréstimo
D – Juros sobre empréstimos (Conta de Resultado)
C – Despesas Financeiras a Apropriar (Ativo Circulante)

Aqui no lançamento 3, reconhece-se a despesa com juros. No momento em que o banco exige o
pagamento de uma parcela do empréstimo, consome-se parte dos juros, que passam a ser “despesas”.
Daí o lançamento a débito nas contas de Juros sobre empréstimos, que é uma conta de resultado
com contrapartida em Despesas Financeiras a Apropriar no Ativo Circulante., ou seja, parte do
“estoque” de despesas financeiras a apropriar deixa de existir como um direito para a empresa.

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Importante
As despesas e encargos devem ser apropriadas mensalmente atendendo ao Regime de Competência
independente da data do pagamento. Os empréstimos e os juros, em grande parte dos casos,
costumam ser pagos mensalmente (periodicamente), mas mesmo que, por hipótese, na negociação
houve um entendimento de que os juros seriam pagos somente no final do contrato, na contabilidade
precisam ser registrados no livro diário mensalmente (periodicamente).

4) Liquidação do empréstimo.
D – Empréstimos e financiamentos (Passivo Circulante)
C – Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)

Aqui se realiza o pagamento do empréstimo com o valor dos juros, finalizando a operação. Diminui-
se a obrigação (dívida) por meio do pagamento em dinheiro, daí o crédito na conta de Banco
conta movimento. Costuma ser um lançamento mensal (periódico), mas há situações nas quais há a
liquidação total ao final do contrato, ou outras variações.

Importante
Os registros contábeis no livro Diário de forma correta dependem de uma análise minuciosa do
contrato com o banco e demais informações que podem ser obtidas com os profissionais que
negociarem a operação.

Exemplo – Operações Pré-fixadas


A empresa Greatek S. A. solicitou um empréstimo ao Banco Leste nas seguintes condições:
a) Saldo inicial da conta Banco conta Movimento = R$ 400.000,00;
b) Empréstimo no Banco Leste S/A, em 31/01/X1, no valor de R$ 1.200.000,00;
c) Pagamento em 12 parcelas mensais, sempre no último dia do mês;
c) Juros totais de R$ 120.000,00, R$ 10.000,00 por mês;
d) Despesas cobradas pelo banco, pagas no momento da assinatura dos contratos:
- comissões de 1% sobre o valor da nota promissória;
- despesas de cobrança: R$ 1.400,00;
d) Como garantia, foi assinada uma nota promissória.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Importante
De acordo com as normas internacionais de contabilidade, é necessário registrar as operações pelo
valor justo e, em alguns casos, trazer o valor de empréstimo a Valor Presente. Nestes exercícios,
estamos considerando os valores que devem ser escriturados no livro razão, em uma suposição de
que já estão em valor justo e a valor presente.

Consulte o CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais,


CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e CPC 00 Pronunciamento
Conceitual Básico.

Para iniciarmos a resolução vamos aos cálculos e organização dos dados: Valor de cada
parcela: Montante de R$ 100.000,00 + Juros de R$ 10.000,00 = R$ 110.000,00
Cálculo da Comissão: 1.500.000,00 X 0,01 = R$ 15.000,00
Portanto, despesas totais com a operação:
Despesas de comissão...................................................................... 15.000,00
Despesa de cobrança....................................................................... 1.400,00
Juros................................................................................................ 120.000,00
Total................................................................................................. 136.400,00

Após o recebimento do aviso, a empresa procederá o registro contábil dos lançamentos contábeis:

1) Pelas despesas bancárias ocorridas no momento da contratação:


D – Despesas de comissão (Conta de Resultado)......................... 15.000,00
D – Despesa de cobrança (Conta de Resultado).......................... 1.400,00
C – Banco Conta Movimento (Ativo Circulante).......................... 16.400,00

Os valores de despesa de comissão e de cobrança irão diretamente para a conta de resultado,


vez que esses valores são irrecuperáveis e não serão reduzidos se houver, por exemplo, quitação
antecipada do empréstimo.
São despesas que não irão beneficiar a empresa durante todo o período do empréstimo, apenas
no momento da negociação/fechamento do contrato. Por isso, não precisam ser apropriadas
periodicamente como no caso dos juros.

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2) Contabilização pela aquisição do empréstimo
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)......................... R$ 1.200.000,00
C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).............. R$ 1.200.000,00

3) Contabilização dos juros contratados na liberação do empréstimo


D – Despesas Financeiras a Apropriar (Ativo Circulante).............. R$ 120.000,00
C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).............. R$ 120.000,00

- Registro mensal (periódico) dos juros:

4) Juros sobre a operação de empréstimo em 31/01/X1


D – Juros sobre empréstimos (Conta de Resultado)......................... R$ 12.000,00
C – Despesas Financeiras a Apropriar (Ativo Circulante).................. R$ 12.000,00

O lançamento 4 será repetido 12 vezes ao longo do período do empréstimo, atendendo ao princípio


da competência dos exercícios, refletindo na contabilidade os fatos de exercício social (neste caso, a
cada mês) adequadamente.

5) Pagamento em 31/01/X1 da parcela 1/12 do empréstimo:


D – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).................. R$ 110.000,00
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)............................. R$ 110.000,00

Este lançamento 5 também será repetido 12 vezes ao longo do período do empréstimo. A cada mês,
diminui-se a exigibilidade da operação até finalizar o empréstimo.

A seguir, convido você, aluno(a), para observar essas operações nos razonetes, lembrando
que esses razonetes trazem o saldo no dia 31/0/X1, ou seja, o primeiro mês do contrato de
financiamento, após o pagamento da primeira parcela.
Observe atentamente o que ocorre nas contas patrimoniais e nas contas de resultado.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Contas Patriomoniais (Balanço Patrimonial)

Bancos Conta Movimento Empréstimo e Financiamentos

SI 400.000,00 16.400,00 1 5 110.000,00 1.200.000,00 2

SI 1.200.000,00 110.000,00 1 120.000,00 3

Despesas Financeiras a Apropriar

3 120.000,00 10.000,00 4

Contas de Resultado (DRE)

Despesas de Comissão Despesas de Cobrança

1 15.000,00 1 1.400,00

Juros sobre Empréstimos

4 10.000,00

Importante
Observe, com a ajuda da figura a seguir, que os juros contratados não são considerados despesas de
forma imediata. Primeiro são “estocados” no ativo, na conta de Despesas Financeiras a Apropriar, e
depois lançados no resultado, periodicamente. Não estaria correto levar a totalidade dos juros já no
primeiro mês da operação!

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Bancos Conta Movimento Empréstimo e Financiamentos

SI 400.000,00 16.400,00 1 5 110.000,00 1.200.000,00 2

SI 1.200.000,00 110.000,00 1 120.000,00 3

1 Despesas Financeiras a Apropriar

3 120.000,00 10.000,00 4

Despesas de Comissão Despesas de Cobrança

1 15.000,00 1 1.400,00

2 Juros sobre Empréstimos

4 10.000,00

A seguir, iremos estudar as Operações Pós-Fixadas.

Empréstimos e Financiamento – Operações pós-fixadas


As operações de empréstimos na modalidade pós-fixadas trata-se de acordo entre empresas
ou pessoas físicas junto a instituições financeiras, com a finalidade de aplicação dos recursos
para expandir seus negócios ou, no caso de pessoas físicas, vamos citar, por exemplo, a
aquisição de imóveis.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

As despesas bancárias e a taxa de juros da operação são conhecidas no momento da concessão do


empréstimo; porém, esta é variável ao longo do período contratado até a finalização do empréstimo.
A variação está condicionada aos indicadores econômicos que possuem um lastro nacional,
enquanto que os empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira têm encargos financeiros
tomando-se como base a variação de uma moeda estrangeira, por exemplo, o dólar.
De acordo como Banco Central do Brasil, os principais indicadores econômicos nacionais
que medem a variação da moeda no tempo são:
• INPC/IBGE: Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística;
• IGP-M/FGV: Índice Geral de Preços-Mercado, da Fundação Getúlio Vargas;
• TJLP/BNDES: Taxa de Juros de Longo Prazo, do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social.

Diferenças Entre os Principais Indicadores Econômicos


IPC-Fipe
Índice de Preços ao Consumidor, calculado semanalmente pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) – USP, mede a variação dos preços de produtos e serviços consumidos pelas
famílias com rendas entre um e vinte salários mínimos, na cidade de São Paulo. As variações
são obtidas comparando-se preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os das
quatro semanas anteriores (base).

IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, calculado mensalmente pelo IBGE, é o
índice oficial do governo para medição das metas inflacionárias, estabelecidas no acordo com o
Fundo Monetário Internacional (FMI). Mede a variação nos preços de bens e serviços consumidos
por famílias com rendimentos entre um e quarenta salários mínimos. A taxa é calculada nas
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

IGP
A FGV calcula três índices gerais de preço – IGP-M, IGP-10 e IGP-DI – que diferem entre
si apenas pelo período de coleta de dados. Os três são calculados com base em outros três
indicadores: o Índice de Preços no Atacado (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o
Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), que representam, respectivamente, 60%, 30%
e 10% em cada um dos IGPs. Base: Rio de Janeiro e São Paulo.

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— IGP-M compreende o período entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20
do mês de referência.
— IGP-10 compreende o período entre o dia 11 do mês anterior ao de referência e o dia 10
do mês de referência.
— IGP-DI compreende o período entre o primeiro e o último dia do mês de referência.

INPC
Índice Nacional de Preços ao Consumidor, apurado pelo IBGE, foi criado com o objetivo de
orientar os reajustes dos salários dos trabalhadores. Mede a inflação para famílias com renda
entre um e oito salários mínimos. A taxa é calculada nas regiões metropolitanas do Rio de
Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, além do
Distrito Federal e do município de Goiânia.

ICV
Apurado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
o Índice do Custo de Vida mede a variação dos preços de bens e serviços consumidos pelas
famílias com renda entre um e três salários mínimos da cidade de São Paulo.

Para mais conhecimento sobre os indicadores econômicos, consulte o site do Banco


Central do Brasil:
<www.bcb.gov.br/?INDECO>.

As operações de empréstimos pós-fixadas possuem maior risco tanto para o tomador quanto
para a instituição financeira que concede o crédito, pois a variação de um indicador econômico
nacional e estrangeiro pode gerar, numa operação de empréstimo e financiamento, tanto um
ganho quanto uma perda, dependendo da oscilação desse mesmo indicador no período de
contratação do empréstimo.
Quando utilizado um indicador financeiro nacional e há um ganho, a conta contábil será registrada
como “variação monetária ativa”, enquanto que na perda será “variação monetária passiva”, ambas
contas de resultado, que serão registradas na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício.
Quando for utilizado um indicador econômico estrangeiro e ocorre um ganho, a conta
contábil será registrada como “variação cambial ativa”, enquanto que na perda será “variação
cambial passiva”, ambas contas de resultado, ou seja, registradas da DRE – Demonstração do
Resultado do Exercício.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Contabilizações – Empréstimos e Financiamentos – Operação


pós-fixada
Para a contabilização das operações de empréstimos e financiamentos na modalidade de operação
pós-fixada, seguiremos alguns passos, assim como procedemos com as operações prefixadas.
Vamos considerar que determinada empresa tenha obtido, em dezembro de 2012, um
empréstimo no valor de R$ 25.000,00, do Banco Beta S.A., a ser liquidado em janeiro de 2013,
nas seguintes condições:
a) tarifa de abertura de crédito: R$ 400,00;
b) juros: 2% ao mês (R$ 507,00);
c) IOF: R$ 40,00;
(IOF = Imposto sobre operações Financeiras)
d) indexador: TR – variação de 1% (R$ 250,00).

Importante
De acordo com as normas internacionais de contabilidade, é necessário registrar as operações pelo
valor justo e, em alguns casos, trazer o valor de empréstimo a Valor Presente. Nestes exercícios,
estamos considerando os valores que devem ser escriturados no livro razão, em uma suposição de
que já estão em valor justo e a valor presente.
Consulte o CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais, CPC 38
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e CPC 00 Pronunciamento Conceitual Básico.

Para operações com indicadores nacionais na aquisição do empréstimo, debitaremos a conta


banco movimento, pelo direito do recebimento do valor do empréstimo e creditaremos a conta
empréstimo a pagar pela obrigação do pagamento da dívida.

1) Contabilização pela liberação do empréstimo em dez/2012.


D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)......................... R$ 25.000,00
C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).............. R$ 25.000,00

As despesas devem ser contabilizadas individualmente em contas específicas, como por


exemplo, despesas de cobrança, de comissão e outras.

2) Contabilização de encargos pagos na liberação do empréstimo


D – Despesas administrativas (Conta de Resultado ).................... 400,00
D – Despesas com IOF (Conta de Resultado).............................. 40,00
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)......................... 440,00

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Como estamos trabalhando com o índice de variação baseado na TR, não podemos esquecer
em hipótese alguma de contabilizar a variação monetária, que é uma despesa financeira devendo
ser encerrada no final do exercício com a conta Apuração do Resultado do Exercício (ARE).

3) Registro da atualização mensal do empréstimo

D – Variações Monetárias Passivas (Conta de Resultado) ............ 250,00

C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).............. 250,00

Agora vamos contabilizar os juros desta operação de empréstimos


4) Contabilização dos juros incorridos no mês de janeiro de 2013

D – Juros Passivos (Conta de Resultado)..................................... 507,00*

C – Empréstimos a Pagar (Passivo Circulante)............................. 507,00*1

Nesta última etapa, vamos contabilizar a Liquidação do empréstimo


5) Contabilização do Empréstimo pela liquidação em 30/01/2013

D – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).............. 25.757,00*

C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante.......................... 25.757,00*

A seguir, convido você a observar essas mesmas operações nos razonetes.

Representação nos Razonetes

Banco Conta Movimento Empréstimos e Financiamentos


(1)25.000,00 440,00 (2) (1)25.000,00 25.000,00 (1)

25.757,00 (5) 250,00 (3)

507,00 (4)

25.000,00 26.197,00 (5) 25.757,00 25.757,00



1.197,00

* R$ 25.350,00 (R$ 25.000,00 relativos ao principal + R$ 250,00 relativos à variação da TR no período) x 2%.
* R$ 25.000,00 relativos ao principal + R$ 507,00 correspondentes aos juros + R$ 250,00 relativos à variação da TR.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Despesas Administrativas Despesas com IOF


(2) 400,00 (2) 40,00



Variação Monetária Passiva Juros Passivos
(3) 250,00 507,00 (4)

Importante
As contas de resultados devem ser encerradas para a apuração do resultado do exercício, o que
não será efetuado neste exemplo por motivo de demonstrar as contabilizações em cada etapa das
operações de Empréstimos.

Exemplo resolvido – Empréstimos e Financiamentos – Operação pós-


fixada com indicador econômico estrangeiro
Para melhor entendimento, apresenta-se um exemplo sobre um empréstimo realizado em
dólar. O registro contábil deve ser efetuado com nossa moeda, ou seja, o valor em dólar (ou em
qualquer outra moeda) deverá sempre ser convertido em “real”.
Fazer os lançamentos relativos à seguinte operação financeira e demonstrar o efeito da
operação no balanço de 31/12/20X9.

1) Empréstimo no Banco New Business, em 02/12/20X9, no valor de US$ 2.000.000,00


(câmbio do dia R$ 1,00), com vencimento para 31/12/20X9. Como garantia, foi assinada
uma nota promissória em moeda estrangeira.
2) Despesas cobradas pelo banco: comissão de 1% sobre o valor do empréstimo e despesas
de cobrança: US$ 2.400,00.
3) Contabilização da variação cambial
4) Juros de 3% ao mês, a serem aplicados sobre a dívida já atualizada.

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Sabe-se que a cotação do câmbio em 31/12/20X9 era de R$ 1,85. Vamos iniciar a resolução
pelo Razão:

1) Contabilização do empréstimo pela aquisição em 02/12/20X9


D – Bancos conta movimento...................................................... 2.000.000,00
C – Nota Promissória em moeda estrangeira a pagar................... 2.000.000,00

Cálculo para conversão do valor do empréstimo em dólar para o real


US$ 2.000.000,00 x R$ 1,00 = R$ 2.000.000,00

2) Registro dos encargos pela aquisição do empréstimo em 02/12/20X9


D – Despesas bancárias............................................................... 22.400,00
C – Banco conta movimento....................................................... 22.400,00

Cálculo das despesas do empréstimo em real


• Despesa de comissão
1% sobre R$ 2.000.000,00 = R$ 20.000,00

• Despesa de cobrança
US$ 2.400,00 x R$ 1,00 = R$ 2.400,00

Registros nos Razonetes

Notas Promissórias em Moeda


Banco Conta Movimento Estrangeira a Pagar
(1)2.000.000,00 22.400,00(2) 2.000.000,00(1)

1.997.600,00


Despesas Bancárias
(2) 22.400,00

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

A apropriação das despesas com a variação cambial e os juros incorridos deverá ser efetuada
em 31/12/20X9. Vamos primeiro efetuar o registro da variação cambial, a qual se incorpora à
própria conta original da dívida:
US$ 2.000.000,00 / R$ 1,00 = R$ 2.000.000,00 x R$ 1,85 = R$ 3.700.000

Nesse momento, vamos apurar a variação cambial


Dívida corrigida (–) dívida original = variação cambial
R$ 3.700.000,00 – R$ 2.000.000,00 = R$ 1.700.000,00

Quando o valor da dívida corrigida for superior ao valor da dívida original, o resultado será uma
perda, pois houve a desvalorização do câmbio, gerando assim, uma “variação cambial passiva”.
Quando ocorrer o contrário, ou seja, o valor da dívida corrigida for inferior ao valor da
dívida original, o resultado será um ganho. A empresa passou a dever um valor inferior à dívida
contratada, houve uma valorização do câmbio, gerando, uma “variação cambial ativa”.
Vamos continuar a contabilização dos lançamentos referentes à variação cambial.

3) Contabilização da variação cambial


D – Variação cambial passiva....................................................... 1.700.000,00
C – Nota promissória em moeda estrangeira a pagar................... 1.700.000,00
E, finalmente, vamos apurar o valor dos juros sobre o montante da dívida atualizada,
determinada conforme exemplo de 3% a.m.

R$ 3.700.000,00 x 0,03 = R$ 111.000,00

4) Contabilização realizada pela apuração dos juros sobre o montante da dívida


D – Despesa de juros................................................................... 111.000,00
C – Juros a pagar......................................................................... 111.000,00

Representação nos Razonetes


Notas Promissórias em Moeda
Variação Cambial Passiva Estrangeira a Pagar
(3)1.700.000,00 (2) 40,00 2.000.000,00(1)

1.700.000,00(3)

3.700.000,00

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Despesas de Juros Juros a Pagar
(4) 111.000,00 111.000, 00 ( 4)

Importante
A empresa devera acompanhar o valor do câmbio mensalmente para ajustar a dívida contraída
até o respectivo vencimento, registrando as variações cambiais (passivas ou ativas), bem como os
respectivos juros.
No caso de a empresa não saldar sua dívida no vencimento, deverá registrar tanto a variação
cambial quanto os juros (e outros encargos financeiros cobrados, por exemplo, multa por atraso de
pagamento) até a data da respectiva quitação.

Conforme demonstrado no exemplo que acabamos de estudar, um empréstimo/financiamento,


quando contratado na modalidade pós-fixada, poderá obter ganhos ou perdas durante o período
de sua contratação, estando a dívida sujeita à variação do indexador base (podendo ser relativo
aos indicadores econômicos nacionais ou estrangeiros). Tal variação ocorre de acordo com o
momento econômico.
Em relação ao empréstimo/financiamento na modalidade pré-fixada, há uma previsão dos
encargos financeiros por parte daquele que concede o empréstimo, cabendo ao responsável
pela área financeira da empresa em conjunto com o contador, tomar a melhor decisão – pré ou
pós-fixado.
Não se trata, portanto, de uma modalidade melhor do que outra. Para uma decisão desse
porte, caberá aos agentes envolvidos analisar a melhor situação para a empresa no momento.

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Material Complementar

Como complemento ao nosso estudo de empréstimos e financiamentos, recomendo


veementemente a leitura do trabalho dos pesquisadores da USP que, em 2008, produziram uma
interessante reflexão sobre o financiamento empresarial brasileiro e apontaram o fortalecimento
do mercado de capitais como uma opção.

Financiamento Empresarial Brasileiro


No Mercado de Dívida de Longo Prazo
Renê Coppe Pimentel
Márcio Luiz Borinelli
Iran Siqueira Lima
Gerlando Augusto S. F. de Lima

Universidade de São Paulo

Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar e discutir a evolução do mercado de títulos de
dívidas corporativos de longo prazo e a importância desse mercado para o financiamento
das empresas brasileiras e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico no Brasil.
Para isso, utilizou-se uma abordagem histórica descrevendo os principais fatos do mercado
de capitais brasileiro e global, fazendo uma análise da importância das captações tanto no
mercado doméstico de debêntures como no mercado internacional de eurobonds. O trabalho
apresenta, ainda, por meio de uma pesquisa exploratória, o atual panorama do financiamento
das empresas brasileiras no mercado doméstico e internacional de títulos de dívida e discute o
resultado atingido no volume de captações nos últimos três anos. O estudo mostra que apesar
do crescimento considerável, o mercado de dívida brasileiro ainda é pequeno comparado com
países desenvolvidos. As explicações para isso derivam do próprio histórico do mercado (curto
prazo das emissões e altas taxas de inflação e juros), falta de liquidez dos títulos no mercado
secundário, grande concorrência do setor público por recursos, altos custos de captação e de
manutenção e burocracia, corroborando, dessa forma, com os estudos de Mihaljek, Scatigna e
Villar (2002), Hawkins (2002) e Jiang, Tang e Law (2002).

Palavras-chave: Mercado de Capitais; Desenvolvimento Econômico; Títulos de Dívida;


Debêntures;Eurobonds.

Artigo completo disponível em:


http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Enfoque/article/view/7160/4121.

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Referências

ARAÚJO, I. P. S. Introdução à contabilidade. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. (e-book)

BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. Art. 160.

CORDEIRO DA SILVA, Edson. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas: Guia
de sobrevivência empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12.ed. São Paulo: Pearson


Education Brasil, 2010. (e-book)

GRIFFIN, M. P. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2012. (Série Fundamentos).


(e-book)

GUERRA, L. Contabilidade descomplicada. São Paulo: Saraiva, 2010. (e-book)

IUDÌCIBUS, Sergio de. et al. Contabilidade Introdutória. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: Contabilidade Empresarial.


7.ed. São Paulo: Atlas, 2012.

MÜLLER, A. N. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São Paulo: Pearson


Education, 2012.

REIS, A. Demonstrações contábeis. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. (e-book)

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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas

Anotações

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