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Material Teórico
Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
Revisão Textual:
Prof. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Empréstimos e Financiamentos –
Operações Pré e Pós Fixadas
• Empréstimos e Financiamento –
Operações Pré-Fixadas
Muita gente não quer nem ouvir falar de bancos, financeiras, fazer empréstimos e
financiamentos. E não é para menos! Dívidas são sempre inquietantes.
Não sem razão, há pessoas que não conseguem colocar a cabeça no travesseiro e dormir
tranquilas quando estão lidando com dívidas. E se por acaso chegar o dia do pagamento e
não houver dinheiro em caixa, abre-se um verdadeiro pesadelo com cobradores à porta...
enfim... Por isso, o próprio mercado costuma ver com mais simpatia quem trabalha com
recursos próprios.
Mas, será que esse verdadeiro pesadelo pode se transformar em um mar de oportunidades?
A resposta é sim.
Se usado de forma inteligente, os recursos de terceiros, entre eles empréstimos e
financiamentos, podem alavancar as atividades da empresa e proporcionar a materialização
de planos e projetos.
Audácia com responsabilidade, eis a questão. Iremos aprender como lidar na contabilidade
com empréstimos e financiamentos.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
Contextualização
Agora, elas têm uma nova obrigação, uma nova dívida. Mas também terão benefícios com o
uso dos novos equipamentos.
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Empréstimos e Financiamento – Operações Pré-Fixadas
As operações de empréstimos normalmente são realizadas entre pessoas física e jurídica com
as instituições financeiras, nas quais o valor é “emprestado”, ou seja, disponibilizado, mas com
a condição de que será devolvido ao banco em data prévia de liquidação e com acréscimo de
juros. No contrato entre os acordados, devem estar demonstrados:
• o valor do empréstimo;
• a forma e a data de pagamento;
• os juros envolvidos na operação;
• as garantias.
Nesta modalidade de empréstimo, o cliente já tem o juros definidos, ou seja sabe quanto
custará o juros da operação até o término da liquidação do contrato.
As garantias tanto para empresas quanto para as pessoas físicas podem ser bens, emissão de
notas promissórias ou duplicatas a receber.
Os empréstimos podem ser realizados em moeda nacional ou estrangeira e para operações
em longo e curto prazo. Normalmente, as empresas procuram os empréstimos com a finalidade
de obter recursos para investir na empresa ou sanar problemas emergenciais.
É aconselhável as empresas adquirirem empréstimos em curto prazo, para atender situações
de emergência, pois o pagamento deverá ser em até 360 dias. Quando os recursos obtidos
forem para ampliar o negócio, o empréstimo apropriado deverá ser o de longo prazo.
Importante
Quando o empréstimo é em longo prazo, este passa a ser financiamento. Assim, utilizaremos a palavra
“empréstimos” para curto prazo e “financiamentos” para longo prazo.
Empréstimos/Financiamentos-Operação Pré-fixada-Contabilização
Neste tipo de operação, os juros são conhecidos no momento da negociação e devem ser
contabilizados em contas de resultados específicas a partir da contratação.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
No exemplo a seguir, considera-se que foi realizado um empréstimo com pagamentos mensais
de parte do montante e dos juros. Teremos algumas etapas a cumprir:
Aqui no lançamento 1, o Banco disponibiliza o montante do dinheiro e a entidade que recebeu esse
dinheiro passa a ter uma obrigação (uma dívida). Neste lançamento, não há o valor dos juros.
Aqui no lançamento 3, reconhece-se a despesa com juros. No momento em que o banco exige o
pagamento de uma parcela do empréstimo, consome-se parte dos juros, que passam a ser “despesas”.
Daí o lançamento a débito nas contas de Juros sobre empréstimos, que é uma conta de resultado
com contrapartida em Despesas Financeiras a Apropriar no Ativo Circulante., ou seja, parte do
“estoque” de despesas financeiras a apropriar deixa de existir como um direito para a empresa.
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Importante
As despesas e encargos devem ser apropriadas mensalmente atendendo ao Regime de Competência
independente da data do pagamento. Os empréstimos e os juros, em grande parte dos casos,
costumam ser pagos mensalmente (periodicamente), mas mesmo que, por hipótese, na negociação
houve um entendimento de que os juros seriam pagos somente no final do contrato, na contabilidade
precisam ser registrados no livro diário mensalmente (periodicamente).
4) Liquidação do empréstimo.
D – Empréstimos e financiamentos (Passivo Circulante)
C – Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)
Aqui se realiza o pagamento do empréstimo com o valor dos juros, finalizando a operação. Diminui-
se a obrigação (dívida) por meio do pagamento em dinheiro, daí o crédito na conta de Banco
conta movimento. Costuma ser um lançamento mensal (periódico), mas há situações nas quais há a
liquidação total ao final do contrato, ou outras variações.
Importante
Os registros contábeis no livro Diário de forma correta dependem de uma análise minuciosa do
contrato com o banco e demais informações que podem ser obtidas com os profissionais que
negociarem a operação.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
Importante
De acordo com as normas internacionais de contabilidade, é necessário registrar as operações pelo
valor justo e, em alguns casos, trazer o valor de empréstimo a Valor Presente. Nestes exercícios,
estamos considerando os valores que devem ser escriturados no livro razão, em uma suposição de
que já estão em valor justo e a valor presente.
Para iniciarmos a resolução vamos aos cálculos e organização dos dados: Valor de cada
parcela: Montante de R$ 100.000,00 + Juros de R$ 10.000,00 = R$ 110.000,00
Cálculo da Comissão: 1.500.000,00 X 0,01 = R$ 15.000,00
Portanto, despesas totais com a operação:
Despesas de comissão...................................................................... 15.000,00
Despesa de cobrança....................................................................... 1.400,00
Juros................................................................................................ 120.000,00
Total................................................................................................. 136.400,00
Após o recebimento do aviso, a empresa procederá o registro contábil dos lançamentos contábeis:
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2) Contabilização pela aquisição do empréstimo
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)......................... R$ 1.200.000,00
C – Empréstimos e Financiamentos (Passivo Circulante).............. R$ 1.200.000,00
Este lançamento 5 também será repetido 12 vezes ao longo do período do empréstimo. A cada mês,
diminui-se a exigibilidade da operação até finalizar o empréstimo.
A seguir, convido você, aluno(a), para observar essas operações nos razonetes, lembrando
que esses razonetes trazem o saldo no dia 31/0/X1, ou seja, o primeiro mês do contrato de
financiamento, após o pagamento da primeira parcela.
Observe atentamente o que ocorre nas contas patrimoniais e nas contas de resultado.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
3 120.000,00 10.000,00 4
1 15.000,00 1 1.400,00
4 10.000,00
Importante
Observe, com a ajuda da figura a seguir, que os juros contratados não são considerados despesas de
forma imediata. Primeiro são “estocados” no ativo, na conta de Despesas Financeiras a Apropriar, e
depois lançados no resultado, periodicamente. Não estaria correto levar a totalidade dos juros já no
primeiro mês da operação!
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Bancos Conta Movimento Empréstimo e Financiamentos
3 120.000,00 10.000,00 4
1 15.000,00 1 1.400,00
4 10.000,00
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, calculado mensalmente pelo IBGE, é o
índice oficial do governo para medição das metas inflacionárias, estabelecidas no acordo com o
Fundo Monetário Internacional (FMI). Mede a variação nos preços de bens e serviços consumidos
por famílias com rendimentos entre um e quarenta salários mínimos. A taxa é calculada nas
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
IGP
A FGV calcula três índices gerais de preço – IGP-M, IGP-10 e IGP-DI – que diferem entre
si apenas pelo período de coleta de dados. Os três são calculados com base em outros três
indicadores: o Índice de Preços no Atacado (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o
Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), que representam, respectivamente, 60%, 30%
e 10% em cada um dos IGPs. Base: Rio de Janeiro e São Paulo.
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— IGP-M compreende o período entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20
do mês de referência.
— IGP-10 compreende o período entre o dia 11 do mês anterior ao de referência e o dia 10
do mês de referência.
— IGP-DI compreende o período entre o primeiro e o último dia do mês de referência.
INPC
Índice Nacional de Preços ao Consumidor, apurado pelo IBGE, foi criado com o objetivo de
orientar os reajustes dos salários dos trabalhadores. Mede a inflação para famílias com renda
entre um e oito salários mínimos. A taxa é calculada nas regiões metropolitanas do Rio de
Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, além do
Distrito Federal e do município de Goiânia.
ICV
Apurado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
o Índice do Custo de Vida mede a variação dos preços de bens e serviços consumidos pelas
famílias com renda entre um e três salários mínimos da cidade de São Paulo.
As operações de empréstimos pós-fixadas possuem maior risco tanto para o tomador quanto
para a instituição financeira que concede o crédito, pois a variação de um indicador econômico
nacional e estrangeiro pode gerar, numa operação de empréstimo e financiamento, tanto um
ganho quanto uma perda, dependendo da oscilação desse mesmo indicador no período de
contratação do empréstimo.
Quando utilizado um indicador financeiro nacional e há um ganho, a conta contábil será registrada
como “variação monetária ativa”, enquanto que na perda será “variação monetária passiva”, ambas
contas de resultado, que serão registradas na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício.
Quando for utilizado um indicador econômico estrangeiro e ocorre um ganho, a conta
contábil será registrada como “variação cambial ativa”, enquanto que na perda será “variação
cambial passiva”, ambas contas de resultado, ou seja, registradas da DRE – Demonstração do
Resultado do Exercício.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
Importante
De acordo com as normas internacionais de contabilidade, é necessário registrar as operações pelo
valor justo e, em alguns casos, trazer o valor de empréstimo a Valor Presente. Nestes exercícios,
estamos considerando os valores que devem ser escriturados no livro razão, em uma suposição de
que já estão em valor justo e a valor presente.
Consulte o CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais, CPC 38
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e CPC 00 Pronunciamento Conceitual Básico.
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Como estamos trabalhando com o índice de variação baseado na TR, não podemos esquecer
em hipótese alguma de contabilizar a variação monetária, que é uma despesa financeira devendo
ser encerrada no final do exercício com a conta Apuração do Resultado do Exercício (ARE).
507,00 (4)
* R$ 25.350,00 (R$ 25.000,00 relativos ao principal + R$ 250,00 relativos à variação da TR no período) x 2%.
* R$ 25.000,00 relativos ao principal + R$ 507,00 correspondentes aos juros + R$ 250,00 relativos à variação da TR.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
Variação Monetária Passiva Juros Passivos
(3) 250,00 507,00 (4)
Importante
As contas de resultados devem ser encerradas para a apuração do resultado do exercício, o que
não será efetuado neste exemplo por motivo de demonstrar as contabilizações em cada etapa das
operações de Empréstimos.
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Sabe-se que a cotação do câmbio em 31/12/20X9 era de R$ 1,85. Vamos iniciar a resolução
pelo Razão:
• Despesa de cobrança
US$ 2.400,00 x R$ 1,00 = R$ 2.400,00
1.997.600,00
Despesas Bancárias
(2) 22.400,00
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
A apropriação das despesas com a variação cambial e os juros incorridos deverá ser efetuada
em 31/12/20X9. Vamos primeiro efetuar o registro da variação cambial, a qual se incorpora à
própria conta original da dívida:
US$ 2.000.000,00 / R$ 1,00 = R$ 2.000.000,00 x R$ 1,85 = R$ 3.700.000
Quando o valor da dívida corrigida for superior ao valor da dívida original, o resultado será uma
perda, pois houve a desvalorização do câmbio, gerando assim, uma “variação cambial passiva”.
Quando ocorrer o contrário, ou seja, o valor da dívida corrigida for inferior ao valor da
dívida original, o resultado será um ganho. A empresa passou a dever um valor inferior à dívida
contratada, houve uma valorização do câmbio, gerando, uma “variação cambial ativa”.
Vamos continuar a contabilização dos lançamentos referentes à variação cambial.
1.700.000,00(3)
3.700.000,00
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Despesas de Juros Juros a Pagar
(4) 111.000,00 111.000, 00 ( 4)
Importante
A empresa devera acompanhar o valor do câmbio mensalmente para ajustar a dívida contraída
até o respectivo vencimento, registrando as variações cambiais (passivas ou ativas), bem como os
respectivos juros.
No caso de a empresa não saldar sua dívida no vencimento, deverá registrar tanto a variação
cambial quanto os juros (e outros encargos financeiros cobrados, por exemplo, multa por atraso de
pagamento) até a data da respectiva quitação.
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Unidade: Empréstimos e Financiamentos – Operações Pré e Pós Fixadas
Material Complementar
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar e discutir a evolução do mercado de títulos de
dívidas corporativos de longo prazo e a importância desse mercado para o financiamento
das empresas brasileiras e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico no Brasil.
Para isso, utilizou-se uma abordagem histórica descrevendo os principais fatos do mercado
de capitais brasileiro e global, fazendo uma análise da importância das captações tanto no
mercado doméstico de debêntures como no mercado internacional de eurobonds. O trabalho
apresenta, ainda, por meio de uma pesquisa exploratória, o atual panorama do financiamento
das empresas brasileiras no mercado doméstico e internacional de títulos de dívida e discute o
resultado atingido no volume de captações nos últimos três anos. O estudo mostra que apesar
do crescimento considerável, o mercado de dívida brasileiro ainda é pequeno comparado com
países desenvolvidos. As explicações para isso derivam do próprio histórico do mercado (curto
prazo das emissões e altas taxas de inflação e juros), falta de liquidez dos títulos no mercado
secundário, grande concorrência do setor público por recursos, altos custos de captação e de
manutenção e burocracia, corroborando, dessa forma, com os estudos de Mihaljek, Scatigna e
Villar (2002), Hawkins (2002) e Jiang, Tang e Law (2002).
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Referências
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. Art. 160.
CORDEIRO DA SILVA, Edson. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas: Guia
de sobrevivência empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
IUDÌCIBUS, Sergio de. et al. Contabilidade Introdutória. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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Anotações
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