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São Paulo vai parar em 2012?

27/03/2008

Todos os dias entram 800 veículos novos entram em circulação na cidade de São
Paulo. Segundo o urbanista Cândido Malta Campos Filho, professor da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da USP, a cidade de São Paulo vai parar até 2012,
devido ao número crescente de carros e à falta de espaço nas ruas e avenidas para
circulação dos veículos. Medidas, como incentivo ao uso do transporte por
fretamento em larga escala, ajudariam a minimizar o caos no trânsito num curto
espaço de tempo, apontam especialistas.

Para quem mora na cidade de São Paulo e região metropolitana e precisa descolar-se,
seja de carro ou com o transporte público, as notícias sobre os congestionamentos não
têm sido muito animadoras nos últimos tempos. A cada dia mais, a imagem trânsito
parado nas ruas, avenidas e nas marginais tem feito parte da paisagem da maior
metrópole da América Latina.

As vias existentes já não suportam o crescente número de veículos, seja qual for a
modalidade, passeio, cargas ou de transporte público. Na cidade existe pouco espaço
viário para a circulação. O mais correto é pensar que a cidade não tem mais capacidade
viária para agregar tantos veículos e isso causa essa baixa mobilidade.

No mês de fevereiro, foram registrados em média 800 veículos por dia, no Detran -
Departamento Estadual de Trânsito. Desses, 75% são automóveis de passeio. Se por um
lado, o dado demonstra que o poder aquisitivo da população tem aumentado, por outro,
representa um fator perigosíssimo para uma cidade que já não tem espaço suficiente
para a circulação dos veículos existentes.

A utilização do carro em São Paulo é uma questão cultural, tudo o que a população
pensa em fazer - trabalho, estudo e compras, lazer, saúde -, automaticamente está
associado com o hábito de tirar o carro da garagem. Não se tem o hábito de usar a
bicicleta ou caminhar; e no transporte público, o tempo de espera e a superlotação torna
inviável sua utilização.

O quadro tem fomentado calorosas discussões entre habitantes, especialistas,


autoridades e meios de comunicação interessados em saber como ficará a cidade nos
próximos cinco anos. Quais serão as medidas a serem tomadas para que a situação seja
sanada ou ao menos amenizada? Em quase todos os dias, os congestionamentos batem a
média de 100 a 120 km, agravando-se nos dias chuvosos ou nos que antecedem os
feriados.

Para o urbanista Cândido Malta Campos Filho, professor da Faculdade de Arquitetura e


Urbanismo da USP, a cidade de São Paulo vai parar até 2012: “Temos 4 mil novos
veículos por semana, 16 mil ao mês e 192 mil ao ano. Para atender essa demanda de
veículos teríamos que construir 8 avenidas Faria Lima a cada ano. Onde está e qual é o
dinheiro que temos para fazer isso?”, argumenta o especialista.
Medidas como implantação do pedágio urbano e a expansão da linha do Metrô são
necessárias para minimizar o problema no trânsito. Para Campos Filho, a arrecadação
com a implantação da cobrança de pedágio para trafegar em São Paulo, a um valor de
R$ 4,00, daria para criar, em 10 anos, 160 km de novos ramais do Metrô. “São 16 km de
linhas por ano, as quais, além de criar empregos, gerarão uma melhora gradual na
cidade. As pessoas vão sentir uma espécie de revolução”.

Jorge Miguel dos Santos, diretor-executivo do TRANSFRETUR e assessor da FRESP -


Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de
São Paulo, acredita que as medidas de restrição de circulação para veículos, como o
rodízio e a instalação do pedágio urbano são de extrema importância, mas o incentivo a
utilização do transporte por fretamento, em larga escala, ajudaria a minimizar o caos
instaurado na cidade.

“Um ônibus fretado retira em média 15 carros de passeio da rua, então temos que
incentivar o motorista do carro a utilizar esse tipo de transporte, que desafogaria muito
as vias em curto prazo, pois a instalação desses dispositivos – pedágio, rodízio,
restrição, seria a longo prazo e a cidade requer medidas de urgência.”

Cândido ressalta a eficiência da modalidade para melhorar o trânsito da cidade. “O


transporte por fretamento retira carros da rua. Em curtíssimo prazo, se tivéssemos uma
malha de microônibus, de investimento privado, mas com qualidade e conforto aos
usuários, mesmo que fosse cobrado um valor 100% mais caro, com certeza o motorista
do carro utilizaria.”

Na cidade de São Paulo já circulam diariamente cerca de 3.400 ônibus por fretamento,
de empresas regularizadas, que transportam mais de 560 mil pessoas por dia. Segundo
Santos, esse número já contribui enormemente para o escoamento do trânsito. “O
montante é considerável, imagina se tivéssemos mais esse número de pessoas
circulando de carro ou no transporte público, com certeza, já teria piorado a situação.
Temos que incentivar os moradores da cidade e até as áreas de Recursos Humanos das
empresas a disponibilizarem a modalidade ao seu corpo funcional. Se isto fosse feito o
trânsito já estaria melhor”, comenta Santos.

No estudo “A Crise da Mobilidade Urbana em São Paulo”, de 2001, o engenheiro


Roberto Scaringella, atual presidente da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego,
já alertava para o problema: “Muitos preferem a liberdade de perder tempo e dinheiro
no congestionamento a alterar hábitos”, escreveu. “Em qualquer sistema viário saturado
a retirada efetiva de 20% dos veículos que circulam principalmente nos horários críticos
representa um efeito de fluidificação do trânsito. Resta discutir como retirá-los”.

E finaliza: “A prefeitura tem um desafio ainda não suficientemente abordado: como


administrar a escassez crescente de espaço para circular. A solução tem de ser
tecnicamente viável e socialmente o mais justa possível. Hoje quem não tem veículo
próprio e é usuário cativo de ônibus é penalizado pelo congestionamento provocado
pelo carro particular. É injusto!”.

Fonte: Federação das Empresas deTransporte de Passageiros por Fretamento do Estado


de São Paulo - FRESP
www.fesp.org.br

Revista Meio Ambiente: Escute aqui o comentário de Sérgio Abranches da CBN


Brasil sobre “Alternativas de transporte para agredir menos o meio ambiente”.

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