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O Empoderamento Feminino na Terapia Cognitivo Comportamental

Resumo
O resumo deve ser construído depois da finalização do artigo. Só vou colocar aqui um espaço
para ele para não esquecermos. 150-300 palavras – Texto contínuo com Espaçamento Simples
e Justificado (Arial 10/ Times New Roman 10). Deve conter contextualização do tema, objetivo,
metodologia, desenvolvimento e considerações finais.

Palavras chave: Empoderamento feminino, enfrentamento, técnicas da TCC.

1. INTRODUÇÃO

Considera-se que o empoderamento feminino é o ato de instigar a


participação social das mulheres. É um método orientado por ações como por
exemplo: elaboração de autoimagem, confiabilidade otimista, progresso,
competência para refletir criticamente, a elaboração de harmonia de grupos, a
realização apoderamento de resoluções e atitude. Essa constituição ocorre através
da atribuição de graus de igualdade, as quais signifiquem: independência,
possibilidades financeiras, informação e atuação social. Também dizem respeito ao
progresso do autoconhecimento, consequentemente as pessoas atingem o
fortalecimento em uma sensação de poder, capacidade, reconhecimento e
autoestima. (Landerdahl, et al, 2013).
As mulheres por muito tempo foram vistas apenas como auxiliares do lar,
tendo seu valor reconhecido pelos seus afazeres domésticos, práticas consideradas
como obrigatoriamente femininas. Atualmente, as mulheres ganharam mais espaço
na sociedade e no mundo corporativo, entretanto a luta pelos direitos essenciais
ainda é constante. Apesar do avanço consideravelmente significativo, a busca pelo
Empoderamento, pelo descobrimento do próprio valor e luta diante as adversidades
é continua (PINTO, 2010, p. 16).
“É ressaltada a potencialização das mulheres por meio de informação e
estimulação de suas ideias, ações e sentimentos, para que, assim, elas sejam
capazes de exercer seu legítimo poder”. (FIDELES; VANDENBERGHE, 2014, p. 20).
O Empoderamento significa a elevação do poder, da independência individual e
comunitária, dar capacidade aos indivíduos a terem livre escolha sobre suas vidas e
liberdade de inclusão em ações públicas e políticas (MARINHO e GONÇALVES,
2016).

Foi na década de 1970 no Brasil, em meio a um momento de regime militar de


difíceis condições, que aconteceu a primeira manifestação feminista. O feminismo
surge como uma ação de enfrentamento pelos direitos das mulheres. As mulheres
tiveram que se posicionar para enfrentar uma desigualdade social muito significativa,
esse foi um dado fundamental para o desenvolvimento do feminismo (PINTO, 2010).
A luta das mulheres foi para adquirir uma independência de um entendimento
cultural machista rígido que perdurava por séculos. Essa luta não foi somente para
conquistar uma igualdade política e econômica, mas sim para conquistar espaço em
uma sociedade livre de preconceitos e discriminações, uma luta pelo respeito e pela
liberdade, igualdade de direitos (PEDRO, 2010).

E entende-se que muitos dos problemas psicológicos da mulher são produtos


da sociedade em que vivem. Indaga-se de que maneira esses aspectos afetam a
vida dessas mulheres, na expectativa de querer fazer seus direitos válidos, e
assegurar sua dignidade de fazerem suas próprias escolhas. Fideles e
Vandenberghe (2014), apontam que como uma forma de resposta a essas questões
surgiu a Terapia Feminista (TF).
O termo referente a TF pode ser considerado sempre que utilizado o processo
e conceitos de Empoderamento. O terapeuta facilita a identificação das capacidades
da mulher, no intuito de delinear métodos de enfrentamento perante as
circunstâncias da sociedade que apresentam problemas precedentes. Vincula-se
terapia e política em uma ação implicada junto à crítica da sociedade, acerca da
busca de uma convivência mais democrática. (FIDELES; VANDENBERGHE, 2014).
Conforme Von Muhlen (2016), as mulheres são ensinadas através de uma
cultura machista a admitir violências como processos normais, dessa forma muitas
acabam vivenciando situações violentas e só percebem quando aparecem os efeitos
danosos. Quando a mulher percebe as limitações que impuseram a ela, e os efeitos
causados por conta disso, acaba por identificar uma necessidade de mudança.
Neste sentido, a TF assume o papel de auxilio no desenvolvimento de
Empoderamento dessas mulheres, orientando-as a buscarem recursos comunitários
e legais a respeito de seus direitos. Este trabalho auxilia na promoção de resiliência
e autonomia. (VON MUHLEN, 2016).
Segundo Judith S. Beck, (2009-2011), a Terapia Cognitivo-Comportamental
(TCC) trabalha com o modelo cognitivo, “o qual parte da hipótese de que as
emoções, os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas
percepções que ela tem dos eventos” (p. 50). Os terapeutas cognitivo
comportamentais trabalham com interesse em identificar os pensamentos
automáticos e suas respostas diante das situações.
Os pensamentos automáticos que estão ligados diretamente às crenças das
pessoas, as crenças são aquilo que os indivíduos pensam a respeito de si mesmos,
dos outros e do mundo, conforme o que aprendeu em seu desenvolvimento, sendo
influenciado pelos relacionamentos sociais. Na TCC, considera-se que o que
pensamos, produz emoções e sentimentos, e nos movem para que ajamos de certa
maneira. Porém, não é em todos os momentos que o que pensamos está nivelado
com os acontecimentos e muitas vezes, as distorções cognitivas que possuímos nos
submetem a vivencias dolorosas e complicadas. (MOREIRA, 2014).
Considerando a importância do movimento de Empoderamento e os
pressupostos básicos acerca da TCC, o objetivo deste artigo é caracterizar os
elementos do processo terapêutico em TCC que contribuem para o Empoderamento
Feminino.

Desta fora, será realizada uma pesquisa teórica de revisão bibliográfica


investigando os estudos teóricos e empíricos relacionados ao Empoderamento
Feminino e a prática da TCC. A investigação será realizada através das pesquisas
nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Periódicos
Eletrônicos de Psicologia (PEPSIC), Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS) e o mecanismo de busca Google Acadêmico utilizando
os seguintes descritores: “Empoderamento feminino”, “Terapia Cognitivo-
Comportamental”, “Terapia Cognitivo-Comportamental e Mulheres’’ ‘Terapia
Cognitivo-Comportamental e Empoderamento”. Além dessas bases, serão também
consultados livros sobre o assunto com o intuito de complementar a análise sobre o
conteúdo.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. O MODELO COGNITIVO


O que é a Terapia Cognitivo-Comportamental

O modelo cognitivo trabalha a partir da hipótese cuja as emoções,


comportamentos, e a fisiologia de uma pessoa são induzidas por uma percepção
dos eventos, deste modo a compreensão de um acontecimento é capaz de
ocasionar pensamentos automáticos gerando um comportamento. Portanto o
objetivo da TCC é de auxiliar o paciente a pensar em conclusões mais realistas
(SILVA, 2014).
O modelo cognitivista trabalha a partir de como um pensamento ou
pensamento disfuncional reflete na maneira do paciente perceber determinada
vivência. O terapeuta também utiliza de sua prática clínica na intenção de
levantar justificativas mais viaveis, apontando esses pensamentos tendenciosos
e através disso sugerir outras possibilidades, capacitando as habilidades
cognitivas dessa pessoa (SILVA, 2014).
Para obter um resultado positivo prolongado diante do humor e
comportamento da pessoa, os terapeutas cognitivos trabalham em um grau mais
profundo de cognição, trabalhando as crenças básicas da pessoa a respeito de
si mesma, de seu mundo e de outras pessoas (BECK, 2013).

Princípios da terapia cognitivo comportamental

Apesar de a terapia ter que ser adequada para cada pessoa, encontram-se
na TCC, princípios centrais para compreender as necessidades dos pacientes e
instruir terapeutas a utilizar, planejar o tratamento e como direcionar as sessões de
terapia (BECK, 2013).
A TCC baseia-se em uma elaboração de uma forma contínua dos problemas
dos pacientes sobre seus pensamentos individualizados em teor cognitivo. Ou seja
identifica-se e trabalha-se em cima das dificuldades apresentadas pelo paciente
através de seus pensamentos, que estão contribuindo para seus sentimentos
indesejáveis, e seus comportamentos problemáticos que podem reforçar os
pensamentos disfuncionais. A partir do momento em que o terapeuta conjunto com o
paciente identificam os pensamentos disfuncionais do paciente, pode-se elaborar
respostas mais adequadas ao seu pensamento. Através disso proporciona-se uma
melhora da maneira de como a pessoa se sente, fazendo com que geralmente ela
se comporte de uma forma mais funcional (BECK, 2013).
Essa abordagem preza por um vinculo terapêutico consistente, para que a
psicoterapia tenha os melhores resultados possíveis, ela enfatiza a colaboração e
participação ativa, direciona-se através dos objetivos e é focada nos problemas, o
terapeuta define objetivos essenciais após listar os problemas de maneira que o
terapeuta e o cliente possam direcionar a condução da terapia (BECK, 2013).
Evidencia-se no início da sessão o presente, analisando e trabalhando o aqui
e o agora, um de seus objetivos é de educar o paciente a ser seu próprio terapeuta e
ressalta a precaução de recaída, a TCC limita-se ao tempo, visando proporcionar o
alivio dos sintomas, auxiliar na remissão do transtorno e colaborando para que o
paciente possa resolver os problemas que ele tenha como mais urgentes e instrui-lo
com capacidades de evitar uma recaída (BECK, 2013).
A TCC instrui os pacientes a detectar, analisar e enfrentar os pensamentos e
crenças disfuncionais, os pacientes podem ter muitos pensamentos automáticos
todos os dias influenciando em seu humor, comportamento e fisiologia, por isso a
TCC utiliza-se de várias técnicas com o intuito de mudar o pensamento, humor e
comportamento. A TCC também aplica técnicas de outras orientações que são
praticadas dentro de uma estrutura cognitiva, as técnicas são escolhidas conforme
os objetivos e conceituação do paciente pelos problemas que estão sendo trazidos.
(BECK, 2013).
“Esses princípios básicos se aplicam a todos os pacientes. No entanto, a
terapia varia consideravelmente de acordo com cada paciente com a natureza de
suas dificuldades e seu momento de vida” (BECK, 2013, p. 31).

Modelo Cognitivo (Crenças Nucleares, Crenças Intermediárias e


Pensamentos automáticos)

A TCC baseia-se no modelo cognitivo, partindo das possibilidades de que as


emoções, comportamentos e a fisiologia de um individuo e acabam recebendo uma
influência das percepções que se tem dos acontecimentos. Não são os
acontecimentos em si que define o que a pessoa irá sentir, mas sim a maneira em
que ela vai interpretar a situação (BECK, 2013).
As crenças nucleares são as que a pessoa aprendeu desde sua infância
sobre ela e o mundo e a pessoa tem como verdades absolutas, são crenças
negativas das quais podem-se associar ao desamparo, desamor e desvalor (BECK,
2013).
Já as crenças intermediárias são um conjunto de regras, atitudes e
suposições que se apresentam de modo rígido e categórico, também é conhecido
como pressupostos subjacentes, ela proporciona base para as crenças centrais.
Para cada pessoa necessitam de uma definição cognitiva própria e exclusivo, pois
se conectam a um conjunto estipulado de pensamentos automáticos, crenças
intermediárias e crenças centrais. (NEUFELD; CAVENAGE, 2010). Em cada ocasião
particular as crenças subjacentes intervêm na compreensão da pessoa, as quais são
manifestas através dos pensamentos automáticos em situações distintas. Esses
pensamentos levam a uma reação emocional o qual vai se refletir no comportamento
e na fisiologia da pessoa (BECK, 2013).
Os pensamentos automáticos exercem um fluxo de um processo cognitivo
subjacente na elaboração consciente, normalmente são individualidades da pessoa
e surgem de modo rápido, por meio da análise do significado de acontecimentos de
sua vida. (NEUFELD; CAVENAGE, 2010).

2.2. ASPECTOS DO EMPODERAMENTO FEMININO


O autor Baquero, 2012, aponta os processos de autoestima, autoconfiança,
autoafirmação como que compõe o conceito de Empoderamento Feminino. Uma das
características consideradas mais importantes para o empoderamento é a
autoestima. A autoestima demonstra a maneira como cada pessoa se vê e aceita a
si mesma, estimam o outro e como idealizam suas perspectivas. Condiz ao conjunto
de valores que um individuo dá no que sente e pensa, analisando seu
comportamento de maneira positiva ou negativa com base nessa descrição de
valores.
Também se relaciona a autoestima com a satisfação ou insatisfação diante
das situações vividas pela pessoa. Na ocasião em que a expressão é positiva
normalmente a pessoa se sente autoconfiante, capaz e possuindo valor pessoal. A
autoestima também é classificada como um importante guia da saúde mental já que
essa interfere nos estados afetivos, sociais e psicológicos das pessoas. Portanto
interfere na saúde, bem estar e na qualidade de vida da sociedade como um todo.
(VINCENZO, 2013).
O autoconceito está ligado de uma forma direta com a autoestima, considera-
se que através da autoestima pode-se medir o autoconceito. O Autoconceito tem
relação direta a inúmeras particularidades relacionadas a imagem da pessoa, como
por exemplo: autodescrição, percepção pessoal ou autopercepção, isto é, como a
pessoa identifica a si mesma. Compara-se o autoconceito a condição da pessoa
estar bem consigo mesma e com seu meio social (VINCENZO, 2013).
Essa autoavaliação contém três proporções: cognitiva (crenças sobre si),
afetiva (valoração pessoal) e comportamental (rejeição ou aceitação de si próprio). É
um modelo teórico, que a pessoa faz sobre si mesma e a respeito de sua influência
e imagem que opera sobre os outros e do julgamento dos demais sobre ele. Sendo
assim é um processo psicológico que nutre inspirados em seu conteúdo e sua
dinâmica nas percepções e representações sociais em relação aos outros
significativos (Gondim et al, 2013).
A autoafirmação é um acontecimento complexo, como uma ampla
variedade cognitiva e emocional feita pelo autojulgamento de si mesmo (Eu
Pessoal) e a respeito de sua adaptação a respeito de suas expectativas externas
(Eu Social). São as necessidades e as razões que conscientemente ou não, que
marcam os fins da atitude, sendo que os fatores não são exclusivamente
orgânicos, estariam ligadas nos conceitos a respeito de si mesmo a respeito de
sua função na vida. Seria de grande importância ser reconhecido como pessoa
teria um relevante propósito, mesmo tendo limitações e falhas (SANTOS, 1983).
A estrutura psicológica faz-se mais forte na dimensão que a pessoa se
reconhece como um ser vivo altamente real. Com suas próprias características,
sendo capaz de prezar por seu próprio contexto. Quando uma pessoa se sente
como alguém com a possibilidade de ter suas próprias ideias e jeitos de ser,
dando acesso ao mundo, dando-se o direito de sentir, pensar e agir diante de
suas capacidades e limitações sem ter o sentimento de constante insucesso ou
de inferioridade. (SANTOS, 1983).
A autoconfiança é um sentimento que se aprende ainda na infância durante o
desenvolvimento da pessoa. É construída através dos reforçamentos obtidos com
relevâncias naturais ou sociais, com ou sem o intermédio do outro. Ela é mantida e
desenvolvida pela própria pessoa quando percebe que seus comportamentos geram
implicações positivas ou procuram evitar as repercussões desconfortáveis. Pode ser
desenvolvida pelos efeitos naturais do comportamento, porém se a pessoa estiver
inserida em um ambiente social apropriado para dispor de possibilidades para ela
expressar seus comportamentos e ser incentivada por eles, sua autoconfiança se
fortalecera ainda mais, quando esse meio social for favorável as tais possibilidades.
(GUILHARDI, 2002).
Em um projeto chamado Programa Mulheres Conquistando Cidadania, que
promoveu cursos e oficinas para as mulheres de uma comunidade, percebeu-se que
os conhecimentos a elas transmitidos sobre saúde e cidadania possibilitou a
promoção de um novo olhar sobre elas mesmas (LANDERDAHL, et al, 2013). Os
autores do projeto relatam que “as marcas do conhecimento conferido pelo
Programa repercutiram de forma visível, na sua autopercepção e poder de decisão”.
(Landerdahl, et al, 2013, p. 308). As mulheres participantes do projeto relataram
alguns dos aspectos de Empoderamento citados anteriormente, e relataram em seus
discursos alteração na autoimagem, autopercepção, com a probabilidade de
autocuidado, valorização e realização enquanto mulheres e cidadãs. Através de uma
intervenção coletiva, foi possibilitado o Empoderamento tanto no individual quanto
coletivamente, observando-se benefícios na facilitação das tomadas de decisões
dessas mulheres. Desenvolvendo uma melhor habilidade crítico-reflexiva delas em
notar sua realidade no contexto onde vivem e das potencialidades de conquistas.
Demonstrando, dessa forma, a possibilidade de desenvolvimento desses aspectos
em congruência com a individualidade de cada mulher, impactando na
autopercepção e no poder de decisão delas.

2.3. TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL APLICADA AO


EMPODERAMENTO FEMININO

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens da


Psicologia que está se destacando com efeitos positivos em vários tipos de
tratamentos em diversas categorias. Será analisada através dessa abordagem,
como ela pode ser aplicada como ferramenta promotora de Empoderamento
feminino (Moreira, 2014).
Diante a aplicação da abordagem em intervenções com mulheres, o estudo
de Lucânia et al, (2009) realizado sob a perspectiva da TCC sobre violência sexual
contra a mulher, foi baseado em um relato de caso em um atendimento de uma
adolescente de treze anos de idade. O trabalho terapêutico teve como objetivo
promover mudanças cognitivas e comportamentais, reduzir o sofrimento e aumentar
as perspectivas pessoais. Os pesquisadores demonstraram ter alcançado resultados
positivos em relação às mudanças esperadas. O tipo de intervenção foi através da
psicoterapia individual sendo realizadas 45 sessões com a paciente (LUCÂNIA et al,
2009). Deste modo, podemos associar a ideia de que a TCC contribuiu no que diz
respeito ao ato de tomar posse de seus objetivos, com redução das distorções
cognitivas sobre sua realidade onde vivem, até mesmo perante a cultura,
promovendo o empoderamento feminino até mesmo diante de uma realidade de
violência. (Moreira, 2014).
Algumas das crenças nucleares comuns as pessoas, propostas pela TCC,
refere-se à crença de desamparo, relacionada a ideia de ser incapaz de fazer as
coisas (BECK, 2009-2011). Diante disso, projetos de Empoderamento tem voltado-
se à essas questões. No Programa Mulheres Conquistando Cidadania, citado
anteriormente nesse artigo, algumas mulheres demonstraram a efetividade do
programa com relação à percepção e modificação dessas crenças, como por
exemplo “Agora eu me vejo uma mulher; antes eu não entendia nada, não sabia
nada(...), ficava só em casa, fazendo faxina, agora eu me vejo uma mulher que tem
capacidade de fazer alguma coisa. (LANDERDAHL, et al, 2013, p.XX). Percebe-se
nesta fala, a possibilidade de uma crença de desamparo, já que ela relata que não
se sentia capaz de poder fazer algo diferente do que ela já fazia em seu dia a dia.
Uma das técnicas da TCC utilizadas para ressignificar as crenças pessoais
disfuncionais, e que poderiam ser utilizadas para auxiliar na autoestima e em outros
requisitos que ajudariam a mulher no processo de Empoderamento, seria o
questionamento socrático. Os terapeutas cognitivo-comportamentais usualmente
utilizam o método de perguntas socráticas para auxiliar os clientes a identificar a
precisão e a finalidade de seus pensamentos, possibilitando assim fazer uma
restruturação cognitiva (Beck, 1995, 2011; Wenzel, 2013). O intuito desse modelo de
perguntas é instituir formas com que os clientes apresentem respostas honestas e
verdadeiras, que os ajudem a ter um afastamento dos pensamentos automáticos
que são correlacionados ao sofrimento emocional. (AMY WENZELL, 2018).
Também pensando no fator autoestima, atualmente é ressaltado um
enaltecimento do corpo e uma busca pelo corpo perfeito, a relevância que se da ao
esbelto têm se evidenciado nas revistas femininas. Esse motivo pode-se estar
colaborando para uma idealização de um corpo perfeito por muitas mulheres,
buscando viver um padrão de beleza imposto pela sociedade e a cultura definindo
do que é belo, acaba influenciando a maneira das mulheres se avaliarem
fisicamente interferindo em seus comportamentos afetando suas atitudes em seu
cotidiano. Quando uma mulher não consegue alcançar esse padrão de beleza pode
lhe causar uma insatisfação corporal, ocasionando implicações psicológicas, as
mulheres são vistas como vitimas dessa influência cultural. Existe uma relação entre
depressão e imagem corporal já que as duas estão ligadas a insatisfação com a
aparência e com a baixa autoestima.
Neste sentido, considerando o fator da autoestima da mulher, a TCC tem
como objetivo identificar e questionar os pensamentos disfuncionais e distorções
cognitivas que colaboram na formação de imagem corporal negativa. O
questionamento socrático também pode ser utilizado para colaborar com a mudança
da imagem corporal e assimilação do desprazer com seu próprio corpo. Uma das
ferramentas utilizadas na TCC é o automonitoramento, efetuado através de um
diário de imagem corporal onde a mulher terá que observar o que está havendo com
ela no momento em que se sinta desconfortável diante de sua imagem corporal.
diante disso são avaliadas as crenças relacionadas a esse padrão internalizado, de
modo a possibilitar que a mulher possa confronta-las e absorver a funcionalidade
delas e possa identificar suas distorções que acabam sendo disfuncionais. Em
alguns casos, essa técnica pode auxiliar no processo de reconstrução da
autoimagem e autoestima, favorecendo o próprio Empoderamento (LACERDA &
ALESSANDRA, 2018).
Para um grupo de mulheres com câncer de mama, foi utilizado o trabalho em
grupo direcionado ao controle do estresse, com as técnicas da TCC, colaborando
com o empoderamento e ressignificação dessas mulheres diante da situação atual
enfrentada por elas, foram utilizadas as técnicas de relaxamento, reestruturação
cognitiva, treino de assertividade, treino para habilidades de enfrentamento e manejo
da raiva. O trabalho em grupo é visto como um local proveitoso e benéfico para que
as pessoas possam expressar suas emoções e trocar experiências apoiando uns
aos outros, os resultados desse trabalho foram positivos trazendo benefícios para as
integrantes do grupo, favorecendo uma resposta à adaptação da vivência do câncer
(LOURENÇÃO et al 2010).
Foi desenvolvido um trabalho com mulheres na terceira idade levando em
consideração as grandes transformações que essa fase dispõe, como por exemplo,
transformações físicas, psicológicas e sociais, essas mudanças acarretam em
doenças como ansiedade, depressão, as quais podem ser tratadas com a terapia
cognitiva comportamental sendo uma terapia muito congruente e de excelentes
resultados nesses aspectos, demonstrando melhoras significativas em saúde mental
geral inclusive com idosos, foram feitos grupos nos quais foram utilizadas as
seguintes técnicas, Miniexame do Estado Mental, onde é verificado a memória
imediata, evocação, memória de procedimento e linguagem, Inventário Beck de
Depressão, Inventário Beck de Ansiedade, Escala de Depressão Geriátrica,
Questionário de Queixas de Memória, as sessões foram estruturadas conforme a
demanda apresentada pelo grupo. Notou-se que houve uma redução dos sintomas
após as intervenções realizadas (LOBO, 2012).
Na terceira idade, as mulheres são afetadas também pela menopausa. Este
fato pode trazer além de complicações biológicas (como a questão da diminuição
hormonal), questões psicológicas que afetam a autoconfiança bem como a
autoestima delas. Ribeiro et al (2016), relata que existe nessa fase a sensação de
inutilidade (inserir outros sintomas de outros autores também). Considera-se de
extrema importância um trabalho terapêutico para o Empoderamento dessas
mulheres, com objetivo de que possam continuar a vida sem distorções cognitivas,
vendo outras possibilidades para o momento atual de suas vidas. O Psicólogo pode
realizar diversos tipos de intervenções nesses casos, como atendimento
psicoterápico individual, realizar treinamento de habilidades cognitivas, orientações e
suporte aos familiares, trabalhos em grupos, avaliações e reabilitações cognitivas
(RIBEIRO et al 2016).
2.4. Relato de experiência
Foram desenvolvidos durante o período de estágio ações com foco no
Empoderamento feminino, embasada na Terapia Cognitivo Comportamental,
principalmente em relação a psicoeducação sobre a situação de violência e sobre o
modelo cognitivo pessoal. Os locais de estágio estarão descritos a seguir,
juntamente com uma breve explicação dos trabalhos realizados.

Casa da Mulher Brasileira


A estrutura física específica da Casa da Mulher Brasileira (CMB), é formada
pelas seguintes instalações: Acolhimento e triagem com equipe profissional;
Delegacia especializada no atendimento às mulheres; Juizado especializado em
violência doméstica e familiar contra mulheres; Acompanhamento do Ministério
Público e da Defensoria Pública; Espaço de cuidado com as crianças; Alojamento;
Atenção à saúde e promoção de autonomia econômica das mulheres.
A CMB de Curitiba é a terceira aberta no Brasil, em junho de 2016,
administrada pela prefeitura de Curitiba e referência nacional no enfrentamento à
violência contra mulher, é um espaço integrado e humanizado de atendimento às
mulheres em situação de violência. Com diversos serviços voltados para a proteção
e o respeito às mulheres.
O trabalho realizado na Casa Da Mulher Brasileira, ajuda a garantir as
condições necessárias para o empoderamento dessas mulheres, dando a elas
condições de enfrentarem a violência sofrida, resgatando sua autonomia social e
econômica, porque as mulheres tem o direito de viver sem violência. O trabalho de
empoderamento com essas mulheres é realizado no sentido de fazer com que elas
saibam de seus diretos como mulheres e cidadãs. A maioria dessas mulheres que
buscam atendimento, não percebem que estão vivendo em um ciclo de violência há
muito tempo, ou seja vivendo um relacionamento abusivo onde elas perderam sua
identidade como pessoa, sem direito de ir e vir, de trabalhar e conquistar, de viver da
maneira que deseje. No primeiro atendimento psicossocial é realizado o trabalho de
psicoeducação, para que a mulher compreenda a real situação a qual estava sendo
submetida, como sobre, o que é um relacionamento abusivo, quais violências estão
contempladas na lei Maria da Penha, e quais são os seus direitos, e de como elas
podem estar cuidadas com seus filhos em um lugar seguro para poder recomeçar
suas vidas seguras e com sua autonomia preservada.

Associação Encontro com Deus

A Associação Encontro com Deus (ECD) atua há 19 anos em serviço


de acolhimento conjunto e serviço de convivência, promovendo saúde,
educação e habitação. Este serviço começou em 1999, através das
demandas das mães com seus filhos em risco pessoal e social, depois do
fechamento de um orfanato ao qual abrigava essas crianças.

A ECD tem dois imóveis, um para o acolhimento de mães (adultas e


adolescentes) e filhos, sendo um desses locais um endereço sigiloso para
segurança dessas pessoas (pois algumas correm risco de morte). O outro
local, fica no Centro Comunitário Cajuru, onde ocorrem atendimento para o
acolhimento institucional, tendo capacidade para abrigar 25 mulheres com
seus filhos. Nesse local também é realizado um trabalho de atendimento de
proteção social para crianças e adolescentes, nos períodos da manhã e tarde.

As mulheres recebem todo o respaldo necessário para sua


sobrevivência e para seus filhos. Nos dois endereços são realizados trabalhos
terapêuticos com foco no desenvolvimento de autoestima e autonomia dessas
mulheres. Toda semana dando a elas a possibilidade de participar de um
trabalho visando o Empoderamento, através de intervenções a partir de suas
qualidades e singularidades, dando a elas a oportunidade de poderem se ver
de maneira diferente, incentivando a capacidade de seguirem suas vidas
sozinhas sem depender de alguém, principalmente, de saírem da
dependência de uma pessoa agressiva.

São realizadas oficinas com esse intuito, e há retorno na fala das


mulheres, que antes achavam que não dariam conta de viver sozinhas com
seus filhos e hoje estão trabalhando e construindo suas vidas. Muitas delas
conseguem sair dos abrigos e alugar as próprias casas, com condições
básicas para tentar seguir suas vidas felizes, por não precisar depender de
alguém para sobreviver. Diante disso, considera-se que o trabalho no abrigo
também tem função de Empoderamento, onde deseja que as abrigadas sigam
empoderadas, sabendo de seus direitos, e sabendo do que elas realmente
são capazes de realizar.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do apresentado neste artigo, ressalta-se a importância que o
Empoderamento feminino possui para a sociedade e principalmente para as
mulheres em situação de vulnerabilidades.

Instruções sobre a escrita dessa parte


Dessa leitura, o que você gostaria que ficasse para as pessoas:
A importância do Empoderamento feminino;
As possibilidades de trabalhar isso na TCC;
Que existem locais de atuação propócios para o trabalho com o tema;

Parágrafo final
A produção evidenciou algumas limitações, como por exemplo o uso apenas de
fontes de dados na língua portuguesa. Acredita-se que uma busca em bases de
dados com produções em outras línguas possam enriquecer futuros trabalhos.
Ressalta-se assim necessidade de produção técnica sobre o assunto, demonstrando
mais sobre o trabalho da Terapia Cognitivo Comportamental com o Empoderamento
feminino.

4. REFERÊNCIAS
BAQUERO, Rute Vivian Angelo. Empoderamento: instrumento de emancipação
social? – uma discussão conceitual. REVISTA DEBATES, Porto Alegre, v. 6, n. 1,
p.173-187, jan.-abr. 2012.

BECK, Judith S. Terapia Cognitivo-comportamental: teoria e prática, 2º ed. Porto


Alegre. 2013.
CRUZ, Maria Helena Santana , Empoderamento das mulheres, Pós-Doutorado
pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) - SE - Brasil. Doutora em Educação
pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) - BA - Brasil. Professora dos
Programas de Pós-Graduação em Educação e Serviço Social da Universidade
Federal de Sergipe (UFS) - SE - Brasil. Coordenadora da REDE Feminista
Norte-Nordeste de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre a Mulher e
Relações de Gênero (2016-2018). Coordenadora do Núcleo de Estudos e
Pesquisas Interdisciplinares sobre a Mulher e Relações de Gênero (NEPIMG).
Líder do Grupo de Pesquisa Educação, Formação, Processo de Trabalho e
Relações de Gênero do CNPq. Submetido em: 01/02/2018. Aprovado
em:18/04/2018 . Publicado em: 13/08/2018.

Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das


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FIDELES, Duarte, Marcela Nayara; Vandenberghe, Luc, Psicoterapia Analítica


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GUILHARDI, hélio josé, Auto-estima, autoconfiança e responsabilidade, Instituto


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