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ENSINO MÉDIO
CADERNO DE FILOSOFIA
2017
GOVERNADOR DO ESTADO
FLÁVIO DINO DE CASTRO E COSTA
SUPERVISÃO DE CURRÍCULO
ALBELITA LOURDES MONTEIRO CARDOSO
SUPERVISÃO DE AVALIAÇÃO
PEDRO DE ALCANTARA LIMA FILHO
ASSESSORAS SAE
PATRÍCIA MARIA DE MESQUITA SOUZA / FRANCISCA DAS CHAGAS DOS PASSOS SILVA
EQUIPE DE ELABORAÇÃO/ORGANIZAÇÃO - FICHA TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL
NÁDYA CHRISTINA GUIMARÃES DUTRA
SILVANA MARIA MACHADO BASTOS
ALBELITA LOURDES MONTEIRO CARDOSO
COORDENADORES DE ÁREA
NEILA ROSA BEZERRA COSTA FERREIRA
RITA IRIS PEREIRA SILVA
SILVANA MARIA MACHADO BASTOS
TEXTOS INTRODUTÓRIOS
ALEXANDRINA COLINS MARTINS
FRANCISCA DAS CHAGAS PASSOS SILVA
KENNYA TERESA BRITO CASTRO
LUDMILLA FURTADO MORAIS
MELANIE CHRISTINE N. P. F. RABELO
NÁDYA CHRISTINA GUIMARÃES DUTRA
PATRÍCIA MARIA DE MESQUITA SOUZA
PATRICIA SANTOS MENDONÇA BRANT
SILVANA MARIA MACHADO BASTOS
Paulo Freire
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A política Escola Digna adotada no Estado do Maranhão tem como um dos princípios
o fortalecimento da gestão democrática, de acordo com as bases legais para essa
democratização, com a consolidação do exercício cidadão de toda a comunidade escolar,
principalmente na tomada de decisões para o alcance de uma efetiva educação de
qualidade.
De acordo com a história da educação em nosso país, o Ensino Médio foi marcado
por atendimento exclusivo de preparação de uma pequena elite para os estudos
universitários e, somente a partir do final do século XX, surgiram as primeiras iniciativas de
universalização dessa etapa como foco das políticas educacionais de diferentes países,
dentre eles o Brasil. A problemática que envolve a ampliação do acesso ao Ensino Médio é
um fenômeno relativamente novo que tem recebido, ao longo dos anos, menos atenção que
as duas primeiras etapas da Educação Básica, que, segundo o artigo 22 da LDB, tem por
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finalidades “desenvolver o
educando, assegurar-lhe a Segundo o artigo 22 da LDB, a Educação
formação indispensável para o Básica tem por finalidades “desenvolver o
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Projeto de vida -
mundo do
Educação Integral
trabalho / opção
acadêmica
Diversidade,
Inclusão e
Modalidades
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os muros das escolas e atingindo outros espaços de referência, como organizações sociais,
movimentos sociais etc. O jovem deve ser estimulado a participar dos diferentes grupos
sociais, assim como envolver-se em diversas ações que exijam desse estudante várias
capacidades para atuar nos contextos de forma dinâmica e criativa.
A escola, como instituição social formadora e com um currículo amplo, tem papel
determinante na articulação e desenvolvimento de ações pedagógicas que estimulem o
protagonismo dos estudantes. A formação desse protagonismo deve ser vinculada ao
currículo escolar, por meio das diferentes áreas do conhecimento, traduzidas em práticas e
vivências que enriqueçam sua preparação
(...) compreende-se que o para a vida, para o mundo do trabalho e
professor possui papel para a construção de valores éticos, morais,
fundamental como articulador de respeito e de responsabilidade social.
das relações do estudante Nesse sentido, compreende-se que o
consigo mesmo, com seus pares e professor possui papel fundamental como
com as situações por ele vividas.
articulador das relações do estudante
consigo mesmo, com seus pares e com as
situações por ele vividas. Portanto, o protagonismo juvenil enseja a participação ativa do
jovem dentro de todo o projeto educativo, desde o planejamento até a sua execução, com a
mediação de seus educadores.
Como etapa final da Educação Básica, o Ensino Médio tem, dentre suas finalidades, a
preparação básica para o trabalho e cidadania do educando, a fim de continuar aprendendo,
de modo a ser capaz de se adaptar, com flexibilidade, às novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamentos posteriores.
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habilidades, entre elas: capacidade de pensar e aprender com tecnologias; pesquisar, coletar
informações, analisá-las, selecioná-las; criar, formular e produzir novos conhecimentos.
Dessa forma, é imprescindível que o professor esteja atento às constantes exposições dos
alunos às informações, percebendo que a aprendizagem não acontece somente por meio do
livro didático, mas também pela convergência de tecnologias e mídias. Além do impacto
positivo sobre a aprendizagem, podemos destacar que o estudante envolvido com iniciação
científica adquire conquistas imensuráveis, dentre elas:
Aproximação com professores e disciplinas com que tem maior simpatia e aptidão,
concretizando a flexibilidade curricular, pois o currículo não se apresenta como
estrutura rígida e intransponível;
Apropriação de bibliografias, de forma crítica e analítica, o que desenvolve as
capacidades de leitura e escolhas de posicionamentos teóricos;
Aprendizagem com maior autonomia, sabendo tomar decisões quando surgirem
dificuldades;
Desenvolvimento da capacidade de criar o “novo” e aplicar conhecimentos de forma
colaborativa e com autoria;
Seleção de informações relevantes em fontes digitais e bibliográficas.
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Assim, a Rede Estadual de Ensino propõe a construção de uma escola que defenda a
equidade e vislumbre mudança conceitual na área da educação, com vistas à defesa e
promoção do exercício do direito à educação, à participação e à igualdade de oportunidades
a todos os adolescentes, jovens, adultos e idosos.
Conceber a escola
Conceber a escola democrática como foco democrática como foco é
é entender a importância dos sujeitos na entender a importância dos
construção de conhecimentos, da sujeitos na construção de
localidade como ponto de partida, da
conhecimentos, da localidade
cultura socialmente produzida, que
como ponto de partida, da cultura
fazem com que a escola não tenha
socialmente produzida, que fazem
“muros”, mas seja “ponte” entre o que
com que a escola não tenha
se vive e o que é reconhecido como o
“muros”, mas seja “ponte” entre
conhecimento formal.
o que se vive e o que é
reconhecido como o
conhecimento formal.
O trabalho pedagógico deve partir da escola para o mundo, numa relação dialética,
em que o mundo é construído por cada sujeito nele inserido, na perspectiva da
transformação social. Nessa perspectiva, estudos que envolvam o empreendedorismo,
iniciativas inusitadas, capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços,
negócios e relações interpessoais são importantes no cotidiano escolar, referente ao trato
curricular.
Ainda nessa perspectiva, torna-se importante definir qual método didático orientará
os trabalhos de produção do conhecimento. De acordo com as DCEs (MARANHÃO, 2014),
torna-se clara a definição de um método de inspiração dialética, como fio condutor das
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Considerando tal premissa, é possível afirmar que o método didático perpassa por
todas as etapas da ação pedagógica, estando intimamente vinculado às expectativas
educacionais, à compreensão do papel social e específico da escola e à concepção de
aprendizagem. O método, então, “explicita o movimento do conhecimento como passagem
do empírico ao concreto, pela mediação do abstrato. Ou a passagem da síncrese à síntese,
pela mediação da análise” (SAVIANI, 2008, p. 142).
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PROBLEMATIZAÇÃO
Questionamentos
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PLANEJAMENTO
REFLEXÃO AÇÃO
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Plano Anual de Ensino - O plano de ensino deve ser organizado por área de
conhecimento e realizado no âmbito escolar, devendo conter os elementos essenciais à
organização do processo de aprendizagem e de ensino, em cada período do ano letivo, bem
como as aprendizagens esperadas, os conteúdos a serem trabalhados, as metodologias de
ensino, as formas e os instrumentos de avaliação.
Plano de Atividade Docente (Plano de Aula) - O plano de atividade docente deve
orientar o professor na prática pedagógica diária, ressaltando, no método de ensino, a
aprendizagem esperada, a problematização inerente à prática social dos alunos, a
instrumentalização que compreende o conteúdo, procedimentos metodológicos e recursos
necessários ao desenvolvimento da aula e, ainda, a avaliação da aprendizagem no que tange
à forma e instrumentos avaliativos.
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teria como papel fundamental saber em que medida os direitos de aprendizagem estão
sendo alcançados.
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subjetivos. Tudo isso habilita o professor a elaborar intervenções específicas para cada caso
e desencadear novas ações sempre que julgar necessário.
A observação investigativa exige do professor:
Elencar o objeto de sua observação (um aluno, uma dupla, um grupo etc.);
Elaborar objetivos claros (descobrir dúvidas, avanços etc.);
Identificar contextos e momentos específicos para análise (durante a aula, no recreio
etc.);
Estabelecer formas de registros apropriados (vídeos, anotações etc.).
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A prova objetiva caracteriza-se por ser uma série de perguntas diretas, com respostas
curtas e apenas uma resposta possível. Esta prova possibilita avaliar quanto o aluno
apreendeu sobre dados singulares e específicos do conteúdo.
É uma estratégia utilizada com frequência pelos professores e poderá abordar grande
parte do que o professor trabalhou em sala de aula. No entanto, requer atenção, pois pode
ser respondida ao acaso ou de memória e sua análise não permite por si só constatar quanto
o aluno adquiriu de conhecimento.
Nesse sentido, é importante
(...) é importante que o professor
que o professor selecione os
selecione os conteúdos e capacidades que
conteúdos e capacidades que quer
quer avaliar para elaborar as questões e
avaliar para elaborar as questões e
faça as chaves de correção, elaborando as
faça as chaves de correção,
instruções sobre a maneira adequada de
elaborando as instruções sobre a
responder às perguntas.
maneira adequada de responder às
perguntas. Para isso, é indispensável que o professor liste os conteúdos que os alunos
precisam estudar, ensine estratégias que facilitem associações, como listas agrupadas por
ideias, relações com elementos gráficos e ligações com conteúdos já assimilados, tendo
como foco as capacidades que deseja avaliar ou desenvolver.
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3.2.5. Seminário
O seminário caracteriza-se pela exposição oral, utilizando a fala e materiais de apoio
adequados ao assunto. Trata-se de uma estratégia de ensino e avaliação vantajosa, por
possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de forma eficaz e contribuir
para a aprendizagem do ouvinte e do expositor. O seminário sempre se associa a outras
estratégias, pois exige pesquisa, planejamento, registros, debate, organização das
informações e visa a desenvolver a oralidade em público.
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É importante ressaltar que propor o trabalho em grupo para os alunos não é deixá-
los desassistidos ou sem apoio, mas sim aplicar uma série de atividades relacionadas ao
conteúdo a ser trabalhado, sem esquecer-se de indicar as fontes de pesquisa e os
procedimentos necessários para o alcance dos objetivos.
3.2.7. Debate
Os debates são uma ótima alternativa de discussão em que os alunos expõem seus
pontos de vista a respeito de assuntos polêmicos.
Defina o tema, oriente a pesquisa prévia, combine com os alunos o tempo, as regras e
os procedimentos;
Apresente exemplos de bons debates;
Ofereça oportunidades de participação a todos e não aponte vencedores, pois, em um
debate, deve-se priorizar o fluxo de informações entre as pessoas;
Estabeleça pesos para a pertinência da intervenção, a adequação do momento de uso
da palavra e a obediência às regras combinadas;
Solicite, ao final, relatórios ou produções que contenham os pontos discutidos;
Filme a discussão para análise posterior.
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3.2.9. Autoavaliação
Autoavaliação é uma análise realizada oralmente ou por escrito, em formato livre ou
direcionado, que o aluno faz do próprio processo de aprendizagem. É importante porque
auxilia o aluno a desenvolver a capacidade de analisar suas aptidões e atitudes, pontos
fortes e pontos fracos.
Contudo, a
autoavaliação não deve ser
O aluno só se expressará livremente se sentir
entendida como uma mera
que há um clima de confiança entre o grupo e
valoração do próprio
o professor e se essa estratégia for utilizada
desempenho pelos com critérios para ajudá-lo a aprender.
estudantes. O aluno só se
expressará livremente se sentir que há um clima de confiança entre o grupo e o professor e
se essa estratégia for utilizada com critérios para ajudá-lo a aprender.
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O professor deve utilizar esse documento ou depoimento como uma das principais
fontes para o planejamento dos próximos conteúdos. Ao tomar conhecimento das
necessidades do aluno, deve sugerir atividades individuais ou em grupo para ajudá-lo a
superar as dificuldades.
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4. RECURSOS DIDÁTICOS
Os recursos didáticos
A função desses recursos é aumentar e
devem ser pensados como
melhorar o entendimento dos alunos em
ferramentas utilizadas em sala de
relação aos assuntos trabalhados, para
aula pelos professores para
que estes se tornem mais atraentes e
melhorar o processo de ensino e
fascinantes no processo.
de aprendizagem dos alunos. A
função desses recursos é aumentar e melhorar o entendimento dos alunos em relação aos
assuntos trabalhados, para que se tornem mais atraentes e fascinantes no processo. O
espaço escolar deve ser visto como um ambiente de constantes mudanças, em que o aluno
possa, de forma participativa, atuar como protagonista do processo, interagindo
positivamente na construção do conhecimento. Segundo parecer de Demo (1998, p. 45): “A
finalidade específica de todo material didático é abrir a cabeça, provocar a criatividade,
mostrar pistas em termos de argumentação e raciocínio, instigar ao questionamento e à
reconstrução.”.
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das razões que comprova a necessidade de ensinar conteúdos de Filosofia na escola, a partir
das séries iniciais da Educação Básica, reafirmando o pressuposto de que o ensino deve
contribuir com a formação da consciência crítica do aluno, desconstruindo as formas de
opressão e de dominação que se manifestam nas relações de convivências sociais, seja de
forma explícita ou simbólica.
A filosofia incita o despertar do pensamento e a liberdade de expressão, dentro dos
limites éticos, por meio de uma conexão entre saber, cultura e transformação social. Nesse
sentido, o ensino da Filosofia supõe um compromisso com a vida, ou seja, o questionamento
sobre as certezas sedimentadas. Entretanto, o teor dessa tarefa varia conforme o tempo e o
lugar, cabendo aos praticantes da filosofia dedicar-se ao desvelamento e à reflexão dos
problemas que se apresentam atualmente à humanidade, em todos os domínios e
contextos, pela via do diálogo, como forma de comunicação nos espaços educativos.
Com relação ao currículo do Ensino Médio, a Lei 13.415/2017 inclui, na LDB 9.394/96,
o Art. 35-A, cujo § 7º atribui relevância à formação integral do aluno, considerando aspectos
cognitivos e socioemocionais, com vistas à construção de projetos de vida. (BRASIL, 2017).
De acordo com essa normativa, a concepção de filosofia, compreendida como análise de
conceitos abstratos, tem importância significativa para a arte de viver e conviver, bem como,
articulação de conhecimentos relevantes ao exercício da cidadania no cenário da sociedade
contemporânea brasileira.
Compreende-se que a educação para a
... a educação para a reflexão, na
reflexão, na visão de uma sociedade pluralista,
visão de sociedade pluralista, exige
exige uma prática baseada na formação da
uma prática baseada na formação
da identidade autônoma e crítica, identidade autônoma e crítica, que possibilite
que possibilite situações de situações de aprendizagem nas dimensões da
aprendizagem para o exercício da estética, da ética e da filosofia política, numa
cidadania nas dimensões da perspectiva construtiva de administração de
estética, da ética e da filosofia
interesses individuais e coletivos, de tal modo
política...
que os conflitos produzam novos significados,
com participação democrática na sociedade.
Portanto, o ensino de Filosofia implica desenvolver habilidades mentais e sociais que
presumam o resgate da palavra, do conceito, da argumentação, possibilitando ao estudante
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exercitar o diálogo de modo que possa, de forma autônoma, dispor-se à aceitação do olhar
divergente. Essa atitude filosófica não é puro exercício acadêmico, mas uma construção
independente de valores, por superar questões meramente subjacentes às condutas
pessoais (ARANHA, 2013).
Outro aspecto que merece destaque é o fato de a Filosofia em si já ser
interdisciplinar, pois busca explicitar os conceitos que permeiam outras disciplinas,
examinando fundamentos e pressupostos, no desvelamento de caminhos que conduzam à
construção de uma “Cultura do Pensar”, voltada para adolescentes e jovens
contemporâneos, de modo a favorecer a construção de hipóteses, o diálogo e a
argumentação sobre as questões sociais, numa perspectiva globalizante, interdisciplinar,
podendo em alguns casos atingir a transdisciplinaridade1.
Os temas como ética e cidadania, que são transversais às demais disciplinas,
constituem-se em eixos centrais do conteúdo curricular da disciplina Filosofia, que, por suas
características peculiares, pode contribuir de modo efetivo no processo de aprimoramento
pessoal do educando e no desenvolvimento de sua formação cidadã.
Segundo Lipman (1990), a investigação filosófica é um estilo de viver enredado
na e com a construção de significações humanas, ainda que estas necessitem ser
continuamente ressignificadas. Pode-se, assim, inferir que viver na era do conhecimento,
ante a difusão de informações e novas
A educação para o filosofar, desse modo, tecnologias de comunicação e
deve priorizar situações de aprendizagem informação – NTIC, requer da escola e
favorecedoras de habilidades expressivas de de seus atores uma prática educativa
indagação, argumentação, construção e
que promova o exercício do pensar.
abstração de conceitos, adequadas à faixa
A educação para o filosofar,
etária e ao contexto social dos estudantes,
desse modo, deve priorizar situações
como forma de reflexão sobre ser, viver e
de aprendizagem favorecedoras de
conviver.
habilidades expressivas de indagação,
1
A transdisciplinaridade é um enfoque holístico, que procura elos entre peças que por séculos foram isoladas,
e busca conhecer as ligações entre essas partes. A transdisciplinaridade apresenta um objeto a ser conhecido
em sua integralidade, e não fragmentado em conteúdos curriculares. Logo, não reconhece maior ou menor
essencialidade de qualquer das partes sobre o todo. (D’AMBRÓSIO, 1999).
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1ª SÉRIE – EM
EIXOS TEMÁTICOS: MITO E FILOSOFIA; LEITURA E CONHECIMENTO; LÓGICA, VALIDADE,
VERDADE; CONHECIMENTO
PER OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM CONTEÚDOS BÁSICOS
Compreender a distinção entre senso comum e filosofia; Mito, Filosofia e Ciência;
entre mito e filosofia. Informação, conhecimento e
1º Distinguir senso comum, conhecimento religioso, sabedoria;
científico e filosófico. Experiência filosófica;
Entender o contexto histórico de surgimento da Filosofia. Origens da Filosofia.
Filosofia: conceitos, definição e
Compreender os fundamentos da Filosofia, a partir das
significados no âmbito de suas áreas
áreas de estudo/investigação (Epistemologia, Estética,
de estudo/investigação;
Ética, Lógica e Metafísica).
2º O problema da Arché nos pré-
Conhecer alguns problemas filosóficos e suas resoluções
socráticos;
por filósofos da tradição.
O homem como centro do problema
Distinguir filosofia e sofística
filosófico: os sofistas e Sócrates.
Conhecer os princípios elementares da Lógica como
Método e filosofia;
teoria da argumentação e como arte de pensar.
Modelos básicos de argumentação:
Distinguir os elementos constitutivos da indução e
3º método indutivo e dedutivo;
dedução.
Silogismos e suas regras;
Analisar os conceitos de validade e verdade.
Tabelas de validade/verdade.
Elaborar tabelas de validade/verdade.
Entender os princípios de lógica informal e
argumentação.
Distinguir textos argumentativos e não argumentativos
(aforismos, narrativas, etc.) em produções filosóficas, Lógica informal e Aristotélica;
jornalísticas e outras. Textos argumentativos e não
4º Perceber aspectos argumentativos e não argumentativos argumentativos;
em textos. Leitura filosófica;
Construir textos argumentativos. Modelos básicos de argumentação.
Desenvolver estratégias interpretativas para textos
filosóficos, fazendo referências ao conteúdo das
proposições e ao contexto da argumentação lógica.
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2ª SÉRIE - EM
EIXOS TEMÁTICOS: CONHECIMENTO, RACIONALISMO, EMPIRISMO; CIÊNCIA E IDEOLOGIA;
BELEZA E ARTE; ESTÉTICA, LIBERDADE PESSOAL E DE EXPRESSÃO; ÉTICA, POLÍTICA, PODER E
CIDADANIA.
PER OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM CONTEÚDOS BÁSICOS
Compreender as definições de Epistemologia,
Definição de Epistemologia/Teoria do
conhecimento e suas implicações imediatas.
Conhecimento;
Identificar diferenças entre definição de opinião
Definição de conhecimento;
(doxa) e conhecimento (episteme).
1º Racionalismo (Descartes e Leibniz);
Analisar as ideias do racionalismo, empirismo e
Empirismo (Lock e Hume);
criticismo.
Criticismo (Kant);
Distinguir teorias do conhecimento (racionalismo,
A busca da verdade.
empirismo e criticismo kantiano).
Renascimento;
Identificar aspectos relevantes que provocaram o
Revolução científica;
rompimento entre conhecimento religioso e
As bases da ciência moderna em Bacon,
científico.
Galileu e Newton;
Perceber as diferenças entre visão cristã medieval e
Métodos da ciência (indução, dedução,
mentalidade mecanicista da ciência moderna.
2º hipotético-dedutivo, falsificacionismo,
Analisar os métodos científicos.
etc.);
Discutir aspectos éticos da ciência.
Ciência, ética e política;
Debater implicações políticas da tecnologia.
Ideologia;
Sublinhar as questões ideológicas na linguagem e
A metafísica da modernidade;
prática da ciência e tecnologia.
A crise da razão.
Refletir sobre a ideia de beleza como conceito.
Ampliar conceitos de Arte e sua natureza.
Perceber a vinculação entre filosofia e arte como Conceito de beleza e sua evolução na
expressão estética do pensamento reflexivo. tradição filosófica;
Apreciar as categorias estéticas presentes na arte e Conceito e Natureza da Arte;
3º na natureza. Relação entre filosofia e arte;
Argumentar filosoficamente sobre cultura de massa, Estética: introdução conceitual;
popular e erudita. Categorias estéticas;
Tecer argumentação lógica sobre o conceito de Cultura: definições e problemas.
indústria cultural como problema da cultura.
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3ª SÉRIE - EM
EIXOS TEMÁTICOS: ÉTICA, MORAL, POLÍTICA; CIÊNCIA E IDEOLOGIA; TRABALHO E
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO; ARTE E ESTÉTICA; PODER E CIDADANIA; SENTIDO DA VIDA,
EXISTÊNCIA E FELICIDADE; LIBERDADE PESSOAL E DE EXPRESSÃO.
PER OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM CONTEÚDOS BÁSICOS
Aplicar princípios da ética em situações sociais;
Identificar os fundamentos da ética e da moral, Definição de Ética;
relacionados ao comportamento humano em Ética x Moral;
sociedade. Ética normativa, metaética e ética
Apreender os conceitos de metaética, ética prática e aplicada;
ética normativa. Teorias normativas abrangentes: Ética
1º
Compreender os eixos centrais das teorias éticas do dever (Deontologia),
abrangentes. Consequencialismo e ética das virtudes;
Distinguir juízo de fato, juízo de valor e juízo ético de Aristóteles, Kant e Mill;
valor. Autonomia da política;
Estabelecer relações entre conceitos éticos na Alienação e ideologias.
filosofia clássica e no cenário contemporâneo.
Inferir opiniões sobre conceitos de política, poder e
Estado.
Perceber a relação entre as grandes teorias políticas
atuais a partir das concepções dos teóricos (Locke,
Marx, Burke e outros). Política, poder e Estado;
Conhecer teorias políticas de menor abrangência, Teorias políticas – Liberalismo,
prós e contras. socialismo e conservadorismo;
2º Ampliar conceitos sobre as teorias de origem do Contratualismo;
Estado e da sociedade. Divisão de poderes;
Analisar as diferentes teorias contratualistas por Liberalismo;
meio de seus teóricos (Hobbes, Locke e Rousseau). Filosofia das ciências.
Contextualizar conhecimentos filosóficos entre as
competências dos poderes (legislativo, executivo e
judiciário) com o pensamento do teórico iluminista
Montesquieu.
Conhecer o sentido e alcance social do processo
histórico de mudança no mundo do trabalho.
Refletir filosoficamente sobre o conceito de
alienação e suas relações com o trabalho.
Conceito de trabalho;
Compreender o conceito de tecnologia.
Trabalho e alienação;
Abordar de forma crítica a relação entre tecnologia e
3º Trabalho e sociedade;
desenvolvimento.
Conceito de Tecnologia;
Relacionar trabalho, tecnologia e desenvolvimento.
Desenvolvimento tecnológico e trabalho.
Avaliar, de forma crítica e contextualizada, as
mudanças provocadas pelas Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação (NTICs) à vida social e ao
mundo do trabalho, ao longo da história.
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Comportamento Social.
Comportamento Social.
Kaspar Hauser O filme aborda uma questão que relaciona língua, pensamento,
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Revolução Industrial.
Filme clássico, faz crítica severa à vida burguesa, com ênfase no trabalho
A nós, a forçado e na negação do ócio, através da lógica da sociedade e alienação
liberdade. humana. O filme insere, no romantismo de dois amantes vagabundos, os
valores pré-modernos.
Documentário com posição de crítica ao preconceito racial e de defesa da
A revolução dos Uma adaptação do livro de George Orwel do mesmo título. O filme,
bichos uma Sátira sobre a Revolução Russa e seus desdobramentos, revela por
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Wall street, poder Inspirado em fato real, o filme traz relatos sobre a amoralidade do
e cobiça. capitalismo financeiro, criticando a mentalidade capitalista americana.
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com as diferenças.
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Tropa de elite 1
Produção brasileira, traz cenas da violência urbana no Rio de Janeiro.
e 2.
Daens – um
grito de justiça Revolução industrial, avanços científicos e tecnológicos...
(1992).
Notícias de uma
Documentário que explora tráfico de drogas, cotidiano de moradores
guerra
e traficantes em uma favela no Rio de Janeiro, violência urbana...
particular
Encontro com
Milton santos – Documentário com recorte singular sobre a globalização e a sociedade
o mundo global de consumo; divisão e territórios; barreiras físicas e simbólicas geradas
visto do lado de pelo capitalismo.
cá
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O filme traz uma reflexão do tempo (que virou moeda) como fator de
vida, no qual os ricos param de envelhecer aos 25 anos, podendo até
se tornar imortais. O filme promove o tempo como fator de vida,
O preço do trazendo para vida real a reflexão filosófica sobre como as pessoas
amanhã podem administrar o seu tempo, ocupando-se menos com
preocupações, com o trabalho excessivo, e em coisas que certamente
não são prioridades na vida. Temas: capitalismo, mais-valia,
consumo, desigualdades sociais...
Com o tema Direitos Civis dos Negros, o filme retrata a vida pública e
pessoal de uma das mais importantes figuras do movimento negro
Malcolm X norte-americano, Malcolm X, ao longo de sua trajetória no
movimento negro, na luta por seus direitos civis e na reafirmação de
sua cultura.
Crash, No limite Gênero drama, o filme conta a história de Jean Cabot, esposa de um
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promotor que tem seu carro roubado por assaltantes negros, o que
acaba provocando a aproximação de habitantes de distintas origens
étnicas e classes sociais da cidade de Los Angeles. Temas: ética e
cidadania.
8.2. Livros
O mundo de Sofia - Jostein O dia do curinga- Jostein Bullyng e Eu: Histórias de pátio
Gaarder Gaarder de escola Ousie Shapiro
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8.4. Músicas
TÍTULO DA MÚSICA CONTEÚDOS / TEMÁTICAS
Admirável chip novo – Pity Liberdade: Razão e autonomia
Pacato cidadão – Samuel Rosa e
Liberdade: Razão, autonomia e ideologia.
Chico Amaral
Eu sou problema meu - Clarice A dominação masculina (relações de gênero);
Falcão a coisificação da mulher.
Que país é esse? - Legião Urbana Política Brasileira.
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A música pode ser utilizada nas aulas de Filosofia de forma bem produtiva e de
diversas perspectivas teóricas.
http:// www.afilosofia.no.sapo.pt
DOMÍNIO PÚBLICO
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
DVDESCOLA V01
http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publications/143
6540773375.pdf
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DVDESCOLA V02
http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publications/143
6540337564.pdf
DVDESCOLA V05
http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publications/143
6539551810.pdf
PORTAL DO PROFESSOR
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html
PREPARATÓRIO ENEM
https://geekiegames.geekie.com.br/
TV ESCOLA
http://tvescola.mec.gov.br/tve/home
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III. Número de aulas: 3 (três) Todo mundo tem seu jeito singular
De ser feliz, de viver e enxergar
Se os olhos são maiores ou são orientais
IV. Objetivos E daí, que diferença faz?
Refletir sobre a ideia de beleza como conceito; Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades, em direitos, coisa e
Perceber a relação entre filosofia e arte como
tal
expressão estética do pensamento; Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Argumentar filosoficamente sobre cultura de
massa, popular e erudita. Já pensou, tudo sempre igual
Ser mais do mesmo o tempo todo não é
V. Conteúdo(s) tão legal
Ética, estética e cultura: definições e problemas; Já pensou, tudo sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Conceito de beleza e sua evolução na tradição Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
filosófica;
Ser diferente é normal!
Categorias estéticas.
Todo mundo tem seu jeito singular
De crescer, aparecer e se manifestar
VI. Recursos utilizados
Se o peso na balança é de uns quilinhos a
Computador/notebook; mais
E daí, que diferença faz?
Caixas de som;
Imagens impressas ou em slides; Todo mundo tem que ser especial
Em seu sorriso, sua fé e no seu visual
Data show; Se curte tatuagens ou pinturas naturais
E daí, que diferença faz?
Música em mídia;
Xerox da poesia e da letra da música. Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é
tão legal
VII. Desenvolvimento Já pensou, tudo sempre igual?
Tá na hora de ir em frente:
1ª etapa: Ser diferente é normal
Música: Ser Diferente é Normal - Lenine Sha-na-na
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Levantamento de hipóteses
Antes de exibir o áudio/videoclipe da música para os estudantes, é importante que o
docente faça uma atividade de levantamento de hipóteses. Para tanto, sugere-se que:
apresente o título da música para que, de forma espontânea, o estudante possa expressar o
seu entendimento do que é abordado no texto da música.
Em seguida, sugere-se promover pequeno debate em pares ou trios, incentivando-os a
expressarem suas ideias, a partir do título da música motivadora, e, se for o caso, listá-las no
quadro, considerando similaridades ou repetições.
É importante que alunos e professor tenham noção dos elementos fundamentais de
composição da música: a letra e a sonoridade.
Após ouvirem e cantarem a música, o professor poderá ressaltar a estrutura textual (versos
e estrofes), caracterizar o refrão; destacar o nome do autor e sua biografia, incluindo as
condições em que a música foi produzida (contexto sociopolítico, cultural e econômico).
É indicado, nesse processo didático, destacar para a comunidade estudantil, a importância
do respeito à diversidade, considerando que há muitas diferenças entre os seres, no que
concerne principalmente à aparência. Tal ênfase na temática da diversidade poderá suscitar
o diálogo e a reflexão filosófica sobre - rotular pessoas de acordo com determinados padrões
sociais, inferindo exemplos de pessoas que costumam ser alvos de críticas e violência verbal
ou física, por não apresentarem certos requisitos considerados estéticos.
2ª etapa
Investigação filosófica com dinâmica de grupo
O ser humano é considerado racional e sensível por ser capaz de comunicar-se, perceber-se
e perceber os sentimentos do outro nas relações interpessoais. A estética é permeada por
emoção, já que o gosto está diretamente relacionado a sentimentos sempre subjetivos, não
levando em conta regras ou fundamentos racionais.
Partindo dessa concepção, é importante que os alunos percebam claramente essas relações
e compreendam que somos influenciados mais pela formação do que por nossa posição
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social no mundo. Quanto maior a ampliação dos horizontes visuais das pessoas, mais
poderão emitir juízos “universais” sobre o Belo.
Com essa visão, o professor poderá realizar uma dinâmica, iniciando com a distribuição de
crachás ou tiras de papel para sete alunos da sala de aula, os quais ficarão ausentes por
alguns minutos, enquanto os demais colegas da turma se organizam caminhando pela sala.
Quando entrarem, um a um, caracterizados ou não com figurino próprio, assumindo o papel
que representarão, todos da comunidade investigativa lerão os crachás.
As palavras poderão ser: policial, pivete, sacerdote, prostituta, sem-terra, banqueiro, artista
famoso (colocar nome).
Ao término do contato entre os personagens e a turma, formar-se-á um círculo para
procederem aos questionamentos dirigidos aos atores, para saber como estes se sentiram
com a recepção dos colegas e como se sentiriam se fosse uma situação real.
Após verificação dos juízos emitidos, o professor conduzirá a comunidade de investigação
(turma) ao campo de análise mais objetiva - com regras ou fundamentos mais racionais -,
para revisão de conceitos e preconceitos que permeiam a ética, estética e a política nas
relações individuais e com os outros.
3ª etapa
Reescrita textual da letra da música
O momento poderá se desenvolver com a reescrita do texto da música em outro gênero
textual (poema, drama, comédia, paródia) ou composição estética que retrate a experiência
vivida, expressa de forma criativa e reflexiva com representação visual (desenho, pintura,
escultura etc.), momento em que os alunos demonstrarão a catarse: passagem do sincrético
para o sintético, porque já estarão apropriados de informações que possivelmente podem
ser transformadas em conhecimento. É interessante que o professor suscite, nessa
atividade, o desenvolvimento de conteúdos atitudinais.
4ª etapa
Pesquisa roteirizada
Para desenvolver a competência intertextual e ampliar o conhecimento de mundo, o aluno
poderá pesquisar outros tipos de textos que envolvam o respeito e/ou o desrespeito ao
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diferente, porque “homem algum é uma ilha”, somos seres sociais, “animais políticos”, como
definiu Aristóteles há 2500 anos.
De posse dos textos pesquisados, sugere-se abrir espaço para debate filosófico sobre
respeito, desrespeito e estética.
O professor poderá utilizar-se da apresentação da pesquisa roteirizada pelo aluno(s) e seu
nível de participação no debate das outras apresentações, para promover a avaliação do
nível de envolvimento dos alunos nas atividades propostas, e a fluência lógica na consecução
dos objetivos de aprendizagem propostos para a aula.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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de verdade? In: Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v 5, n 2, p. 89-96, dez.
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Titular)- DMTE- Setor de Educação- Universidade Federal do Paraná.
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