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METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)


Setembro 01−05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

ANÁLISE METROLÓGICA DE UM DISPOSITIVO DE SIMULAÇÃO DE


TENSÕES RESIDUAIS

Ricardo Suterio 1,2, Armando Albertazzi Gonçalves Jr. 2, Anderson Pacheco 2, Rafael Peixoto Ferreira 2
1
INPE / LIT, São José dos Campos - SP - Brasil
2
UFSC / Labmetro, Florianópolis - SC - Brasil

Resumo: Este trabalho apresenta uma análise metrológica e termicamente tratado para minimizar o nível de tensões
os primeiros resultados obtidos em um dispositivo residuais. A forma de aplicação da carga foi concebida para
concebido para simular tensões residuais através da produzir um campo de tensões uniaxial uniforme no sentido
aplicação de tensões mecânicas uniformes em um corpo de longitudinal do corpo de prova (carregamento 1-D).
prova livre de tensões residuais. Este dispositivo é
Com o conhecimento dos níveis de tensões gerados pelo
necessário para viabilizar o desenvolvimento e calibração de
dispositivo, pretende-se realizar medições e calibrações de
um sistema para quantificar tensões residuais em peças e
dispositivos específicos de medição de tensões residuais
estruturas metálicas, em andamento na UFSC, que utilizará
sobre o corpo de prova, tais como[1],[2]: (1) equipamentos
o método da indentação associado à holografia eletrônica.
que usam rosetas extensométricas e o método do furo, (2)
Palavras chave: metrologia, deformações, extensômetros, sistemas que usam a holografia eletrônica e o método do
tensões residuais. furo, e recentemente (3) sistemas que usam a holografia
eletrônica e o método da indentação.
1. INTRODUÇÃO
2. O DISPOSITIVO DE SIMULAÇÃO DE TENSÕES
A medição de tensões residuais é uma necessidade freqüente
RESIDUAIS
em praticamente todas as áreas da indústria mecânica. É
imprescindível em áreas que envolvem soldagem, A Fig. 1 mostra o aspecto real do dispositivo desenvolvido.
conformações a quente e a frio e fundição. A concepção básica do dispositivo de simulação de tensões
residuais está esquematicamente representada na Fig. 2.
Não há no presente um método de medição de tensões
Basicamente este dispositivo contém uma estrutura em perfil
residuais que, ao mesmo tempo, seja de baixo custo, fácil de
“U” em aço com um sistema de aplicação e alinhamento do
aplicar e apresente bons níveis de incerteza. Muito esforço
carregamento em cada extremidade. Um corpo de prova
tem sido canalizado no cenário internacional para
longo e chato com 3 m de comprimento, larguras e
aperfeiçoar os métodos já existentes e desenvolver novos
espessuras máximas de 70 x 5 mm respectivamente. A
métodos de medição de tensões residuais.
aplicação de carga é realizada em cada extremidade através
Tal esforço, muitas vezes, esbarra numa dificuldade do aperto de três parafusos como forma de assegurar, ao
adicional: a inexistência de um padrão de tensões residuais. mesmo tempo, o nível de carga desejado e a uniformidade
Este problema se agrava quando se lembra que os métodos do carregamento longitudinal em todo o corpo de prova
hoje em uso são, na maioria, destrutivos ou semi- (Fig. 3).
destrutivos, inviabilizando economicamente o uso de
medidas materializadas. Outras soluções vêm sendo tentadas 2.1 O Corpo de Prova
como, por exemplo, a simulação de tensões residuais a partir
O corpo de prova utilizado, basicamente é uma barra de aço
de carregamento mecânicos aplicados em corpos de prova
1020 e com dimensões: 3,2 mm x 50,8 mm x 3 m (1/8” x 2”
livre de tensões residuais, o que produz um efeito similar
x 3 m). Dez extensômetros de resistência foram instalados
sobre os métodos de medição de tensões residuais.
em suas superfícies, cinco na inferior e cinco na superior,
Este trabalho apresenta a análise metrológica e os primeiros para monitorar as deformações elásticas à qual a barra está
resultados de um sistema de simulação de tensões residuais. submetida ao longo de sua extensão. Para minimizar as
Será usado dentro de um trabalho mais amplo, que tensões residuais macroscópicas, o corpo de prova foi
desenvolve métodos de medição de tensões residuais tratado termicamente, tendo sofrido um recozimento pleno a
combinando métodos mecânicos de alívio de tensões com 860 °C por 3 horas.
métodos ópticos de medição de deslocamentos.
Os extensômetros têm a dupla finalidade de avaliar as
A concepção adotada simula tensões residuais aplicando características da tensão gerada na fase de testes e produzir
esforços de tração uniforme em um corpo de prova longo e tensões mais uniformes no momento de uso do sistema.
Fig. 2 Concepção do dispositivo

Fig. 3 Detalhe de fixação do corpo de prova e


Fig. 1 Dispositivo de simulação de tensões residuais 1-D. aplicação de carga

Fig. 4 Esquema do corpo de prova. Configuração e identificação


de instalação dos extensômetros de 1 a 10.
O longo comprimento do corpo de prova disponibiliza uma Em seguida, foram realizadas medidas de deformações para
grande área disponível para as medições onde as tensões são níveis de deformação nominais de 100 µm/m, 200 µm/m,
relativamente bem conhecidas. A idéia é assegurar a 300 µm/m, 400 µm/m, 600 µm/m e 800 µm/m. As
uniformidade e o conhecimento da intensidade das tensões deformações de cada um dos dez extensômetros foram
aplicadas através dos extensômetros e assumir que, nas monitoradas repetidas vezes.
regiões intermediárias, as tensões variam de maneira suave
de tal forma que possam ser interpoladas a partir dos valores 3.1 Fatores de Influência na Medição de Deformação
medidos no extensômetro.
Algumas fontes de incerteza foram identificadas na medição
Para monitorar as deformações nos extensômetros é das deformações do corpo de prova. Estas fontes, foram
utilizada uma ponte amplificadora de dezesseis canais - divididas em três grupos[3]:
modelo AB22A – HBM, apresentada na Fig. 5.
(1) incertezas devido à ponte amplificadora;
(2) incertezas devido aos extensômetros;
(3) incertezas devido ao corpo de prova.

As fontes de incertezas estão apresentadas e detalhadas na


Tabela 1.
A influência de cada uma das fontes de incerteza foi
estimada a partir de dados de ensaio, das especificações
técnicas de fabricante e minimizada através de
procedimentos específicos. Por exemplo, para minimizar as
tensões residuais macroscópicas pré-existentes e
Fig. 5 Sistema de medição de deformação com extensômetros. homogeneizar as propriedades mecânicas do material, o
corpo de prova foi tratado termicamente.
3. ENSAIOS REALIZADOS
Dois aspectos principais foram observados nos ensaios Tabela 1: Fontes de incerteza na medição com extensômetros.
realizados: a repetitividade do carregamento e a Ponte Amplificadora
uniformidade das tensões geradas ao longo da extensão do
Erro de zero.
corpo de prova. Para isto, as deformações dos dez
extensômetros foram medidas repetidas vezes para vários Erro de leitura (medição realizada).
ciclos de carregamento do dispositivo. Incerteza da ponte:
• Sinal de alimentação dos extensômetros.
Inicialmente o corpo de prova, na condição descarregada, foi
apoiado sobre oito calços eqüidistantes entre si, para evitar a • Erro devido à variação de temperatura.
flexão causada pelo peso próprio do corpo e minimizar os • Erro devido à instabilidade das conexões.
efeitos decorrentes ao seu empenamento inicial. A Fig. 6 • Linearidade do sistema de medição.
esquematiza a forma de ajuste e nivelamento do corpo de
prova com auxílio de calços ajustáveis. Extensômetros de Resistência Elétrica
Fator do extensômetro (“gage factor”).
Erro de posicionamento dos extensômetros.
Corpo de Prova
Tensões residuais pré-existentes.
Variações nas propriedades mecânicas.
Erros geométricos.
Erros na aplicação da força.

Devido à simetria do corpo de prova e da posição dos


extensômetros, esperava-se obter o mesmo nível de
deformações em cada extensômetro. Entretanto, os
primeiros carregamentos mostraram diferenças
significativas.
Para tentar minimizar a influência das deformações causadas
Fig. 6 Ajuste e nivelamento do corpo de prova com calço pelo peso próprio do corpo de prova na zeragem dos
ajustáveis. extensômetros, o nivelamento do corpo de prova foi feito
com o auxílio de calços. Como referência, foi usado um Tabela 2: Resultados de medição de deformação.
relógio comparador, com resolução de 0,01 mm. As
Incerteza Incerteza
diferenças máximas após o nivelamento estiveram em torno Medida expandida expandida
Nominal Desvio Média
de 0,1 mm. Com estes níveis, estima-se que as deformações EX
[µm/m]
Média
[µm/m] [µm/m]
(nível confiança
relativa
[µm/m] 95 %)
induzidas pelo mau nivelamento do corpo de prova não [%]
[µm/m]
superam a 1 µm/m. 1 103 8
2 100 11
3 112 -1
4. RESULTADOS 4 106 6
5 106 6
100 111 18 15,7 %
4.1 Medidas de Deformação 6 117 -6
7 117 -6
Os resultados das medidas de deformação no corpo de prova 8 111 0
estão apresentados na Tabela 2. As identificações dos 9 119 -8
extensômetros (EX), estão apresentadas na Fig. 4. Os 10 122 -11
1 205 12
resultados apresentaram desvios relativos máximos em torno 2 200 17
de 10 %, mostrando que a tensão gerada pelo dispositivo 3 224 -7
associado ao corpo de prova utilizado, não é totalmente 4 209 8
uniforme. As maiores diferenças estão localizadas nos 5 200 209 8 217 26 11,8 %
extensômetros próximos às extremidades do corpo de prova. 6 226 -9
7 226 -9
Por outro lado as diferença apresentadas, não dão indícios 8 210 7
de problemas de instalação dos extensômetros. 9 230 -13
10 229 -13
4.2 Cálculo de Incertezas 1 301 18
2 301 18
As diversas fontes de incerteza apresentadas anteriormente 3 329 -10
foram estimadas e determinadas[4],[5]. A Tabela 3 apresenta 4 310 9
os resultados do cálculo de incerteza para uma deformação 5 300 310 8 319 32 10.0 %
6 327 -8
nominal de 200 µm/m, na forma de incerteza padrão 7 333 -15
combinada e expandida com nível de confiança de 95%. 8 308 10
9 335 -16
Deve-se ressaltar que para o fator de influência “x1” (Tabela 10 331 -13
3), o divisor é igual a um e não raiz de 10. Neste caso, 1 408 18
somente interessa um valor confiável para a medição de 2 402 24
deformação em qualquer região monitorada do corpo de 3 437 -11
4 416 10
prova, o que influencia na incerteza expandida final para 5 416 10
cada nível de deformação. 400 426 37 8,8 %
6 440 -14
7 440 -14
8 415 11
5. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES 9 445 -19
10 439 -13
A incerteza com que é possível assegurar que tensões 1 600 26
mecânicas são geradas no corpo de prova está na ordem de 7 2 602 25
a 15 %. Seria desejável uma incerteza inferior a 3,5 % para 3 640 -14
que a avaliação dos medidores que estão em 4 615 12
5 615 12
desenvolvimento na UFSC, possa ser bem realizada. 600 627 47 7,5 %
6 639 -12
Os resultados encontrados, embora aquém dos níveis 7 649 -23
8 614 13
desejados, ainda podem ser usados para as fases iniciais de 9 653 -26
validação de métodos para determinação de tensões 10 641 -14
residuais. 1 801 30
2 801 30
O sistema em desenvolvimento passará por algumas 3 845 -15
melhorias. Inicialmente serão mais bem avaliados e, 4 817 14
eventualmente substituídos, os extensômetros das 5 800 816 15 831 56 6,7 %
extremidades. Segundo, o uso de técnicas alternativas para 6 844 -13
7 856 -26
produção de corpos de prova que apresentem menor 8 816 15
empenamento inicial. 9 864 -34
10 846 -16
Tabela 3: Fontes de incerteza na medição com extensômetros (deformação nominal: 200 µm/m).
Fontes de incertezas Medição / Especificação Efeitos aleatórios

valores Incerteza grau de


distribuição coeficiente de
Simbolo Descrição Estimativa Correção brutos medidas Divisor padrão liberdade
probabilidade sensibilidade
[µm/m] [µm/m] efetivo
Ponte Amplificadora
x1 Leitura de deformação 216.74 0.00 11.07 10 normal 1 1.00 11.072 9
x2 Erro de zero 0.00 0.00 1.00 -- retangular 1 1.73 0.577 ∞
x3 Incerteza da ponte 0.00 0.00 0.43 -- retangular 1 1.73 0.250 ∞
Extensômetros
x4 Fator do extensômetro 0.00 0.00 2.17 -- retangular 1 1.73 1.251 ∞
Erro de posicionamento dos
x5 0.00 0.00 0.5 -- retangular 1 1.73 0.289 ∞
extensômetros.
Corpo de Prova
x6 Tensões residuais pré-existentes 0.00 0.00 -- -- -- -- -- -- --
Variações nas propriedades
x7 0.00 0.00 4.77 -- retangular 1 1.73 2.753 ∞
mecânicas
x8 Erros geométricos 0.00 0.00 -- -- -- -- -- -- --
Erros de flexão na aplicação do
x9 0.00 0.00 0.3 -- retangular 1 1.73 0.173 ∞
carregamento
graus de liberdade efetivo: 10

incerteza padrão combinada: 11.5 5.3%

correção combinada: 0.00 t' student (95%): 2.228 incerteza expandida: 25.6 11.8%

AGRADECIMENTOS Autores:
Ao apoio dado pelas instituições: CT-PETRO, PADCT, Doutorando, M.Sc., Engenheiro Industrial Mecânico, Ricardo
CNPq/RHAE, CAPES e ao INPE / LIT - Brasil. Suterio, INPE / LIT (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais /
Laboratório de Integração e Testes), caixa postal 515, Av. dos
Astronautas, 1758, Jd. da Granja, 12.227-010 - São José dos
REFERÊNCIAS Campos, SP, Brasil. Tel.: (55) 12 3945-6270. Fax: (55) 12 3941-
[1] KOBAYASHI, A. S. - "Handbook on Experimental 1884, E-mail: suterio@lit.inpe.br.
Mechanics" - Prentice-Hall, SEM - Society for Professor, D.Eng., Armando Albertazzi Gonçalves Jr., UFSC /
Experimental Mechanics, Englewood Cliffs, NJ, USA, 1993. Labmetro (Universidade Federal de Santa Catarina / Laboratório de
[2] LU, Jian - "Handbook on Measurement of Residual Metrologia e Automatização), caixa postal 5053, Campus
Stresses" - The Fairmont Press, SEM - Society for Universitário, Trindade, 88.040-970 - Florianópolis - SC, Brasil.
Experimental Mechanics, GA, USA, 1996. Tel.: (55) 48 239-2040. Fax: (55) 48 239-2009. E-mail:
albertazzi@labmetro.ufsc.br.
[3] DALLY, J. W.; RILEY, W. F. - "Experimental Stress
Analysis" - McGraw-Hill, USA, 3rd edition, 1991. Graduando, Anderson Pacheco, UFSC / Labmetro (Universidade
Federal de Santa Catarina / Laboratório de Metrologia e
[4] ISO; BIPM; IEC; IFCC; IUPAC; IUPAP; OIML - "Guia Automatização), caixa postal 5053, Campus Universitário,
para Expressão da Incerteza de Medição" - Trindade, 88.040-970 - Florianópolis - SC, Brasil. Tel.: (55) 48
INMETRO;ABNT;SBM - Programa RH-Metrologia / 239-2175. Fax: (55) 48 239-2009. E-mail: apc@labmetro.ufsc.br.
PADCT-TIB, 1ª. Edição Brasileira do "Guide to the
Expression of Uncertainty in Measurement", 1997. Graduando, Rafael Ferreira Peixoto, UFSC / Labmetro
(Universidade Federal de Santa Catarina / Laboratório de
[5] TAYLOR, J.R. - "An Introduction to Error Analysis", Metrologia e Automatização), caixa postal 5053, Campus
University Science Books, Sausalito, CA, 1997. Universitário, Trindade, 88.040-970 - Florianópolis - SC, Brasil.
Tel.: (55) 48 239-2161. Fax: (55) 48 239-2009. E-mail:
rpf@labmetro.ufsc.br.

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