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1. Definição
A designação “Idade Média” foi criada pelos humanistas para definir o período de tempo,
compreendido entre a decadência da Antiguidade e o seu presumível restabelecimento na
era do Renascimento. Costuma-se situar a Idade Média entre os séculos V e XV, ou seja
desde a queda do império romano do ocidente até ao início dos tempos modernos. Esse
longo período é tradicionalmente subdividido em Alta e Baixa Idade Média. A primeira
abrange o período de tempo situado entre os séculos V ao XI e a segunda refere-se ao
período que se segue até ao século XV.
Só em meados do século XIX é que a Idade Média passou a ser entendida como etapa
necessária da história da civilização ocidental. Durante cerca de um milénio, a Europa
medieval passou por lentas mudanças económicas e políticas que, no entanto, prepararam o
caminho da modernidade.
2. Fundamentos Históricos
2.1. Situação Política
• Sistema feudal.
• Conflitos permanentes entre rei e vassalos pelo poder.
• Inexistência de instituições estatais de carácter sólido e de um monopólio de
poder estatal.
• Contenda entre rei e Papa pela liderança no Ocidente Cristão.
2.2. Situação Social
• Sociedade de Classes, fortemente hierarquizada: Nobreza, Clero, Povo
(camponeses e burgueses).
• O nascimento da pessoa determina a sua condição social.
2.3. Situação Económica
• Dominância da economia agrária.
• Capitalismo sobre o modo de produção feudal.
• Surgimento do dinheiro como meio de compra, o qual afasta a troca de artigos
naturais.
• Manufactura, florescimento do comércio nas cidades (Zünfte).
3. Concepção Universal
A Idade Média apresentava uma imagem de estrutura hierárquica da ordem cósmica (ordo)
e coerente, não obstante a existência de certos fenómenos religiosos (p. ex. a Inquisição).
Deus era o cume da pirâmide universal, o supremo ser (summum ens), o primeiro
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mobilizador de todas as coisas (primum mobile).
O ser humano personificava a luta entre o Bem e o Mal, e representava, assim, o elo de
ligação entre o mundo espiritual, classificado como bom, e o mundo material, o qual
simbolizava o Mal.
Os reinos cristãos e restantes impérios da Europa eram entendidos como precursores do
Reino Divino, o qual era esperado após o Juízo Final.
O ser humano não se sentia nessa altura, em oposição ao espírito do Modernismo actual,
em primeiro plano, como indivíduo, mas sim como membro de uma sociedade.
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muitas narrações evangélicas. Das obras mais importantes destacam-se as seguin-
tes:
-Heliand (redigida cerca de 825), evangelhos em forma de epopeia germânica para
os saxões convertidos, redigida por um autor anónimo.
-Evangelienharmonie (Harmonia Evangélica) de Otfrid von Weissenburg (cerca
de 870).
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-Nibelungenlied (cerca de 1200), que se manifesta como uma forma particular
deste género, visto apresentar lendas históricas germânicas num molde
cavalheiro-cortesão.
• A Lírica Trovadoresca (Minnesang; “Minne” significa em termos poéticos
“amor”) começou na Provence francesa e invadiu posteriormente também o
território alemão.
A mesma era recitada nas cortes por cantores cavalheirescos, os trovadores. Os
trovadores reuniam nos seus cânticos duas concepções distintas do amor: uma era
de natureza cristã, a qual via reflectido no amor um poder ético e religioso e a
outra, baseada em ideais da antiguidade, realçava o factor erótico-sexual. Esta
última era representada pelos chamados “Vaganten” (vagueantes), jovens
representantes do clero, os quais possuíam estudos, mas não tinham quaisquer
perspectivas de virem a ocupar um posto clerical e que optavam, então, por se
tornarem poetas itinerantes ou vagueantes.
Uma colectânea de Cânticos de Vagueantes (Vagantenlieder) é a célebre
Carmina Burana.
A lírica trovadoresca alemã espiritualizou-se na chamada “hohe Minne”.
O conteúdo temático da lírica trovadoresca, consistia na declaração de amor de
um cavaleiro perante uma dama da corte casada e a sua lamentação da
impossibilidade de concretização dessa paixão, sendo, nesse contexto, também
abordado o conflito existente entre o amor platónico e a volúpia.
Os respectivos poemas eram cantados pelo próprio autor durante as festas corte-
sãs, sendo o seu canto acompanhado pelo som de um alaúde.
Ao público incumbia a tarefa de avaliar os respectivos cânticos e tentar identificar
a adorada anónima.
Líricos trovadorescos alemães famosos foram Heinrich von Veldeke, Friedrich
von Hausen, Heinrich von Morungen, Hartmann von Aue, Reinmar von
Hagenau e Walther von der Vogelweide , o qual viveu entre 1168 e 1228, e
cujas obras poéticas faziam novamente referência à poesia vagueante. Ele criou
os chamados Cânticos de Menina (Mädchenlieder ou “niedere Minne”), os
quais não se dirigiam a uma dama nobre, mas realçavam o erotismo.
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B. Renascimento e Humanismo – “Renaissance” (1500-1600)
1. Definição
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3. Obras e Autores Literários do Humanismo Renascentista
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protagonista do género linguístico “novo alto-alemão” (neuhochdeutsch).
Luther criou muitos neologismos (p. ex. “Feuereifer=fervor, Lücken-
büsser=substituto, termo de teor negativo e Mördergrube=cova de homicidas),
expressões idiomáticas (p. ex. das tägliche Brot=o pão de cada dia), provérbios
e parábolas (p. ex. seine Hände in Unschuld waschen=lavar as suas mãos em
inocência).
• Ulrich von Hutten (1488-1523), cavaleiro da Francónia, o qual estudou em Co-
lónia, Pádua e Bolonha e levou sempre uma vida nómada, era o representante do
Humanismo patriota e activo-político. Ele lutou contra o Pontificado e a Igreja
Católica, e por uma Alemanha nacional e unida sob o domínio de um imperador
poderoso. Seguindo o exemplo de Martin Luther, também redigia em alemão.
Ele criticava na sua obra satírica, intitulada Gesprächsbüchlein (Livrinho de
Conversação), os procedimentos da Igreja.
• Hans Sachs (1494-1576), foi um intérprete da arte do “Meistersang”. Após ter
peregrinado pelo sul da Alemanha, regressou à sua terra natal Nuremberg e
dedicou-se a uma actividade literária muito produtiva. Ele redigiu mais de 4000
Cânticos de Mestre (Meisterlieder), cerca de 1500 “Schwänke” e mais ou me-
nos 200 obras dramáticas.
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C. Época do Barroco – “Barock” (1600-1720)
1. Definição
A era do Barroco ocorreu aproximadamente entre fins do séc. XVI e meados do séc.
XVIII. O termo “barroco” é de origem portuguesa e significa “pérola de forma irregular”.
A designação “barroco” era utilizada na França do séc. XVIII, para descrever todas
aquelas obras artísticas que não correspondiam ao gosto classicista dos franceses.
Por conseguinte, a designação possuía originalmente um teor depreciativo.
Não foi por acaso que nasceu também como instrumento da Igreja Católica, que naquela
época se empenhava em recuperar os hereges, ou, pelo menos, em consolidar a fé dos
crentes, impressionando-os com a sua própria majestade.
A Igreja Católica tornava-se, assim, noutro “cliente” dos poetas. A poesia era usada para
desempenhar a tarefa de transmitir ideários religiosos através de cânticos, poemas e peças
de teatro (Jesuiten-drama=drama jesuita). As pessoas encontravam-se bastante sensibi-
lizadas para este tipo de literatura, devido à Guerra dos Trinta Anos (1618-1648).
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Uma outra força determinante do Barroco foram as tradições da Antiguidade. Os
escritores e as obras dessa era (p. ex. Homer, Aristoteles, Ovid e Horaz) representavam
os grandes ideais lite-rários.
A maior parte dos dramas e romances barrocos são desconhecidos, não contando o
romance picaresco (Schelmenroman) de Christoffel von Grimmelshausen (1621-
1676), intitulado “Der abenteuerliche Simplicissimus”.
Mais popular tornou-se a lírica barroca.
Dos seus mais importantes representantes destacam-se os seguintes:
• Georg Rodolf Weckherlin (1584-1653).
• Martin Opitz (1597-1639), o qual redigiu uma obra poética muito célebre
(“Buch von der deutschen Poeterey”=Livro Sobre a Poesia Alemã) que introdu-
ziu a arte métrica na língua alemã que, actualmente, ainda é utilizada.
• Johann Klaj (1616-1656), (“Lobrede der Teutschen Poeterey”=Elogio à Poesia
Alemã)
• Andreas Gryphius (1616-1664), (poemas: “Tränen des Vaterlandes Anno
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1636”, “Es ist alles eitel”), que também foi um autor popular e importante
de dramas e romances daquela époc .
• Christian Hofmann von Hofmannswaldau (1617-1679), (“Grabschrif-
ften”=Epitáfios, 1662, “Deutsche Vbersetzungen und Getichte”=Traduções
Alemãs e Poemas, 1679-1680)
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D. O Iluminismo Alemão – “Aufklärung” (1720-1785)
De acordo com Immanuel Kant, o lema deveria ser "atrever-se a conhecer". Começava-
se a desenvolver o desejo de reexaminar e pôr em questão as ideias e os va lores
recebidos. A doutrina da Igreja foi duramente atacada, embora a maioria dos pensadores
não renunciassem totalmente a ela. Uma grande parte da burguesia, principalmente os
académicos começaram a criticar veementemente o estado absolutista, visto os seus prín-
cipios se oporem à razão humana.
O Século das Luzes terminou com a Revolução Francesa (1789), pois, embora esta
integrasse inúmeras ideias dos Iluministas nas suas etapas mais difíceis, as mesmas
ficaram desacreditadas aos olhos de muitos europeus contemporâneos.
O Iluminismo marcou um momento decisivo, relativamente ao declínio da Igreja e do
crescimento do secularismo actual.
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Para além disso, pode afirmar-se que serviu de modelo, tanto para o liberalismo políti-
co-económico como também para a reforma humanista do mundo ocidental do século
XIX.
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E. Época do Impetuismo – “Sturm und Drang” (1767-1785)
1. Definição
A designação “Sturm und Drang” era, originalmente, o título de uma obra de Fried-
rich Maximilian Klinger (1752-1831). Esse título serviu para denominar a respectiva
época.
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Considerado um livro de culto do séc. XVIII, não só se tornou moda, como também
originou alguns actos suicidas, a título de imitação. Esse romance descreve a história de
um jovem, apaixonado por uma mulher casada, o qual não quer abdicar desse amor. Na
altura que se apercebe que nunca conseguirá realizar o pretendido, decide cometer
suicídio.
• Em termos líricos, também era Goethe que marcava a diferença. Ele criou uma nova
forma de redacção de poemas, a chamada Lírica Experimental (Erlebnislyrik). O
conteúdo dos poemas referia-se a experiências pessoais vividas, as quais no desenvol-
vimento do poema se transformavam em afirmações de carácter geral. O Amor, a
Natureza e o Divino formavam neste tipo de poemas uma unidade insolúvel, um cosmo
harmonioso, o qual era considerado a fonte da vida e de toda a criatividade.
A Lírica Experimental de Goethe marcou até aos dias de hoje a definição geral de líri-
ca, segundo a qual lírica é a expressão de sentimentos.
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F. Época do Classicismo Alemão – “Deutsche Klassik” (1786-1832)
1. Definição
2. Concepções Gerais
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3. Repercussões do Classicismo no Sistema Escolar Alemão
O Classicismo tornou-se numa época de grande importância para o desenvolvimento do
actual sistema escolar na Alemanha.
Wilhelm von Humboldt (1767-1835), amigo de Goethe e de Schiller e influenciado
pelas ideias do Classicismo criou uma reforma escolar, segundo a qual as escolas não
teriam o dever de conferir aos alunos a aprendizagem de uma certa e determinada
profissão, mas sim dar- lhes todas as bases para serem capazes de exercer qualquer tipo de
profissão. Segundo Humboldt, uma especialização muito prematura impossibilitaria a
instrução geral do individúo. O objectivo essencial das escolas deveria ser a instrução
geral, para, assim, ser obtida uma cultura geral. Essa cultura geral levaria à plena
autonomia, a qual facilitaria a especialização posterior.
Em conformidade com estes objectivos, o método de ensino não deveria fundamentar-se
no decorar de matérias escolares, mas sim na automotivação e autodidáctica.
Os resultados dessa isntrução deveriam ser examinados através do “Abitur” (Exame de
Maturidade), o qual atestaria a “maturidade” para frequentar uma universidade.
A reforma escolar era suposta abranger todo o tipo de escolas, na prática, porém, houve
uma concentração nos liceus (Gymnasien).
Obras importantes:
“Iphigenie auf Tauris” (1787), “Egmont” (1787), “Tasso” (1790), “Faust /” (1808),
“Faust II” (1832), “Wilhelm Meisters Lehrjahre” (1796), “Die Wahlverwandtschaf-
ten” (1809), “Wilhelm Meisters Wanderjahre” (1829), “Römische Elegien” (1790),
“Das Göttliche” (1789).
• Schiller, o qual devido a várias doenças, perseguição política (por causa da sua obra
“Die Räuber”) e problemas financeiros levara uma vida menos bem ordenada que Goe-
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 19
the, foi convidado, por intermédio do mesmo, a leccionar História, na Universidade
de Jena, como professor catedrático, no ano de 1788. Em 1794 iniciou-se a amizade e
colaboração entre ambos (p. ex. “Xenien”, 1796).
Obras importantes:
“Don Carlos” (1787), “Wallenstein” (1799), “Maria Stuart” (1800), “Wilhelm Tell”
(1804), “Über die ästhetische Erziehung des Menschen” (1793), “Über naive und
sentimentale Dichtung” (1797).
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R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
B a r r o c o - B a r o c k
I l u m i n i s m o - A u f k l ä r u n g
I m p e t u i s m o - S t u r m u n d D r a n g
C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
Romantismo-Romantik
B i e d e r m e i e r / V o r m ä r z
R e a l i s m o - R e a l i s m u s
N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
E x p r e s s i o n i s m o - E x p r e s s i o n i s m u s
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G. Romantismo – “Romantik” (1798-1835)
1. Definição
• no séc. XVIII significava “o que aparece nos romances” (os romances na altura eram
redigidos nas línguas românicas, e não no latim dos eruditos), ou seja o maravilhoso, o
fantástico, o aventuroso, o inventado.
Para além disso, queria também dizer “paisagem de beleza selvagem”, referindo-se à
sensibilidade humana relativo à mesma.
O termo “Romantismo” era visto como o oposto à designação “Classicismo”.
• No séc XIX o termo tanto designava a respectiva época da história de arte, como tam-
bém significava “poesia” e “poético”.
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Celebravam o mundo mítico da religião e viam na era da Idade Média a época ideal da
nossa História, visto as pessoas, nessa altura, se terem sentido unidas na fé cristã.
O Romantismo acreditava no poder do pressentimento, da observação e da intuição.
Elogiava também o reino da fantasia e dos sonhos, estendendo-se esta adoração às partes
mais profundas da alma.
Os Românticos idolatravam e coleccionavam a arte simples do povo, sendo esta para eles
a mais primitiva.
Para além disso, entusiasmavam-se com a beleza e a selvajaria da Natureza.
O termo “poesia” era utilizado, para resumir estes mundos opostos. A poesia era, para os
Românticos, uma força imensa e inacabável de perpétuo (“progressivo”)crescimento
poético, o qual se descrevia como a origem de todas as coisas (“universal”).
Segundo eles, a poesia tinha determinado tanto a era mitológica, como a Idade Média,
mas foi derrubada pela Reformação e o Iluminismo, chegando a encontrar-se, assim, so-
mente na literatura do povo, na Natureza , em certos momentos da vida (amor) e em cer-
tas pessoas (principalmente nas mulheres e crianças).
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Novalis, o qual procurava esse refúgio com a ajuda de estupefacientes.
Daí, não é admirável o facto de Goethe ter recusada o Romantismo, embora uma grande
parte dos Românticos terem idolatrado a sua pessoa e as suas obras.
5. Restrições
Os poetas e filósofos românticos tinham a tendência de formar círculos de amigos nas ci-
dades universitárias. O centro das atenções desses círculos era, frequentemente, represen-
tado por mulheres: Karoline Schlegel, (a qual esteve, durante algum tempo, casada com
August Wilhelm Schlegel), Elisabeth von Arnim (que era tratada por Bettina, e era
esposa de Achim von Arnim e irmã do seu amigo Clemens Brentano), Rahel Levin e
Henriette Herz (as quais eram donas de salões literários em Berlim).
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• Joseph Freihe rr von Eichendorff (1788-1857)
-Gedichte (poemas), p. ex. “Der Abend” e “Mondnacht”
-“Aus dem Leben eines Taugenichts” (novela, 1826)
• Ernst Theodor Amadeus (E.T.A.) Hoffmann (1776-1822)
-“Das Fräulein von Scuderi” (novela, 1819)
• Jakob Grimm (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859)
-“Kinder- und Hausmärchen” (1812, 1815, 1822)
-“Deutsches Wörterbuch” (dicionário alemão, iniciado em 1854, a sua elaboração foi
continuada após a morte dos irmãos e, finalmente, concluída em 1961)
• Heinrich Heine (1797-1856)
Heinrich Heine ocupa um lugar proeminente na história da literatura. Ele foi o mais po-
pular dos líricos românticos. Os seus poemas que integram a obra “Buch der Lieder”
(1827), influenciaram a literatura, para além da época do Romantismo, tornando-se al-
guns até cânticos do povo (p. ex. “Die Lorelei”).
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H. Época da Restauração: “Biedermeier”, Junges Deutschland”,
“Vormärz” (1815-1848)
1. Contexto Histórico
2. Biedermeier
2.1. Características
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Os géneros literários preferidos eram o idílio (Idylle), um poema épico que servia
de entretenimento no âmbito familiar, e o drama, o qual era apresentado publica-
mente.
A sociabilidade preconizada pelo “Biedermeier” manifestava-se, para além disso,
na afeição por obras como sátiras, epigramas, relatórios de viagens, diários, cartas e
memoriais que eram lidas em voz alta no seio familiar ou perante amigos.
Uma das características desta corrente literária era a multiplicidade confusa de es-
tilos e predilecções.
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Biedermeier/Vormärz
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outro lado, o proletariado, ou seja a burguesia não tinha possibilidade de comparticipar
nas actividades políticas.
A miséria social e a insatisfação, face à opressão política aumentavam cada vez mais.
Houve actos isolados de revolta e manifestação política (Hambacher Fest 1832), o que,
finalmente em 1848, conduziu à Revolução de Março, a qual levou ao estabelecimento de
reformas em praticamente todas as capitais dos estados federados alemães (liberale
Verfassungen/constituições liberais), e originou as eleições para o parlamento nacional de
Frankfurt.
O Vormärz faz, assim, alusão a tendências progressivas, que se instalaram a partir de
1815.
Nessa altura, a literatura prosseguia objectivos liberais, sócio-políticos e, em parte,
radicaldemocrático-comunistas.
A designação foi atribuida por Ludolf Wienbarg (“Dem jungen Deutschland, nicht
dem alten widme ich dieses Buch.”) a uma associação aberta de escritores politica-
mente activos.
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O seu príncipio mais decisivo era a exigência de uma liberalidade desenfreada. A
maior parte dos protagonistas desse movimento identificava-se, repleta de orgulho,
como publicista público e não como literato ingénuo. Por conseguinte, a par de
textos líricos, romances e novelas, eram publicadas formas literárias metódicas, co-
mo cartas, relatos de viagens, folhetos, textos jornalísticos e folhetins.
• Autores e obras:
-Karl Gutzkow (1811-1878), fundou, em 1831, o “Forum der Journal-
Literatur”, redigiu anonimamente o romance “Briefe eines Narren an eine
Närrin” (1832).
Obras principais: “Wally, die Zweiflerin”, “König Saul”, “Die Ritter vom Gei-
ste”, “Der Zauberer von Rom”, “Der Gefangene von Metz”.
-Heinrich Laube (1806-1884), publicou entre 1833 e1834 “Zeitung für die ele-
gante Welt”, a qual se tornou no porta-voz do movimento.
Obras principais: “Das junge Europa” (1833-1837), “Die Karlsschüler”
(1846), “Graf Struensee” (1847), “Die Bernsteinhexe” (1847).
Friedrich Wilhelm IV, tanto adepto do Romantismo como muito instruído, subiu
ao trono prussiano em 1840, e gerou, inicialmente, muita esperança no que tocava à
liberalidade dos cidadãos. Por fim, desiludiu por completo, não tendo dado
satisfação às exi-gências de ordem social, proclamadas com veemência tanto pela
burguesia como pelo proletariado.
Eis porque a oposição se começou a radicalizar, a partir de 1840 (Ferdinand
Freiligrath, Robert Eduard Prutz) e apareceram novas figuras determinadas
(Georg Herwegh, Georg Weerth). Nessa altura, também Karl Marx e Friedrich
Engels iniciaram o seu ataque filosófico.
A nova oposição já não pretendia alterar, isoladamente, instituições politícas, mas
sim a ordem social em geral. Também não queria passar a escrever, elegantemente,
à margem da censura, mas intervir, abertamente, em favor da revolução.
A crítica religiosa aumentava cada vez mais, dirigindo-se contra a aliança entre o
trono e a Igreja.
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• Autores e obras:
-Georg Herwegh (1817-1884), a sua obra “Lieder eines Lebendigen” (editada
em dois tomos na cidade de Zurique, nos anos 1841 e 1843), obteve um sucesso
enorme entre o público leitor.
-Ferdinand Freiligrath (1810-1876), redigiu “Mein Glaubensbekenntnis”
(1844), que foi um manifesto político da oposição democrática. Freiligrath foi
forçado a emigrar para a Bélgica e Inglaterra. Em 1868 regressou à Alemanha,
recebendo louvores da Nação, pelo patriotismo que manifestou na altura do
“Vormärz”.
-August Heinrich Hoffmann von Fallersleben (1798-1874), foi um patriota
entusiástico e defensor literário das ideias de 1848.
Hoffmann von Fallersleben tornou-se popular como autor do hino nacional
alemão (“Das Lied der Deutschen).
Publicou em 1840 e 1841 “Unpolitische Lieder” (Cânticos não-políticos”),
que, na verdade, era uma obra extremamente política, onde ele preconizava
tanto a união alemã como os direitos democráticos do povo.
-Heinrich Heine (1797-1856), “Deutschland ein Wintermärchen”, “Die
schlesischen Weber”, “Jammertal” (poemas, atribuíveis ao movimento do
“Vormärz”).
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I. Época do Realismo - “Realismus” (1850-1890)
1. Características Gerais
O Realismo trata, como o termo indica, da realidade, ou seja do que se entendia por
realidade no séc. XIX: a realidade observável, captável pelos sentidos, do ser humano e
da Natureza.
Essa noção da realidade estabelecia, conscientemente, uma delimitação rela tivamente ao
que era considerado sobrenatural, p. ex. a religião, a qual era tomada como irreal.
Exemplos:
-Charles Darwin (1809-1882): segundo a sua doutrina, a Natureza é marcada pela luta
das espécies pela sobrevivência. Também o ser humano faz parte da Natureza, sendo es-
te um produto da evolução. Essa opinião de Darwin, contrapunha-se à doutrina bíblica,
segundo a qual, o homem seria uma criação divina.
-Karl Marx (1818-1883): na sua opinião de Marx, tanto a religião, como a filosofia e o
direito eram formas de, disfarçadamente, exprimir interesses económicos (reais).
2. Síntese Histórica
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Biedermeier/Vormärz
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Realismo Classicismo Romantismo
Do quotidiano só podiam
Tratamento sério de proble- tratar géneros literários
mas humanos do quotidiano considerados “baixos” (p.
ex. a comédia)
As figuras protagonistas Construção de um mundo
Protagonistas eram eram, geralmente, irreal
quaisquer individúos, num conhecidas ou típicas e
determinado contexto preceituadas pela tradição
histórico e social (como o lugar e o tempo, em
que a acção decorria)
A compreensão das obras requeria o conhecimento das
Em exposição intelegível
tradições e formas literárias e de uma linguagem
(prosa)
particular
Representantes principais:
• Henri Beyle Stendhal (1783-1842), “Vermelho e Preto”.
• Honoré de Balzac (1799-1850), “La Comédie humaine”.
• Fjodor Dostojewski (1821-1881), “O Idiota”, “Os Irmãos Karamasow”.
• Leo Tolstoj (1828-1910), “Anna Karenina”, “Guerra e Paz”.
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Realismo-Realismus
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Representantes principais:
• Theodor Storm (1817-1888), escreveu principalmente novelas, p. ex. “Der Schimmel-
reiter”.
• Gottfried Keller (1819-1890), escreveu romances, p. ex. “Der grüne Heinrich” e no-
velas, p. ex. “Kleider machen Leute”.
• Theodor Fontane (1819-1898), “Effi Briest”, “Der Stechlin”, “Irrungen und Wir-
rungen”, “Frau Jenny Treibel”, “Die Brück´ am Tay”.
• Wilhelm Raabe (1831-1910), “Der Hungerpastor”.
• Georg Büchner (1813-1837), “Dantons Tod”, “Woyzeck”, embora as suas obras
possúam carácter excepcional e sejam também enquadráveis no movimento “Vor-
märz”.
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Realismo-Realismus
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J. Época do Naturalismo - “Naturalismus” (1880-1900)
1. Aspectos Gerais
Os Naturalistas designavam a realidade por “Natureza”, “Verdade”, “Vida”, tal qual era
entendida por eles. Eles seguiam as teorias do historiador e filósofo francês Hippolyte
Taine (1828-1893), o qual entendia que o ser humano era determinado pela transmissão
hereditária, pelo meio ambiente e pela situação histórica.
Por conseguinte, os naturalistas interessavam-se pelas áreas, onde a dita determinação
mais se manifestava: a questão social e os excessos das grandes cidades (alcoolismo,
doenças venéreas, criminalidade, instabilidade familiar e matrimonial).
Porém, os Naturalistas, embora protestassem contra os inconvenientes sociais, não apre-
sentavam soluções e eram, em princípio, pessimistas.
O Naturalismo não se entendia como um movimento político com um programa, objec-
tivos concretos e estratégias adequadas, mas sim, e em primeira linha, como um
movimento de protesto literário burguês- intelectual.
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4. Formas Literárias do Naturalismo
• Arno Holz (1863-1929), “Die Kunst. Ihr Wesen und ihre Gesetze” (ensaio),
“Phantasus” (poema).
• Gerhart Hauptmann (1862-1946)
-Dramas: “Vor Sonnenaufgang”, “Die Weber”, “Der Biberpelz”, “Die Ratten”
-Obra épica: “Bahnwärter Thiel”.
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K. Época do Expressionismo - “Expressionismus” (1905-1925)
1. Definição
6. Ideologia
Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial muitos dos artistas mostravam enorme descon-
tentamento com a situação que a sua época apresentava.
Por conseguinte, os Expressionistas, os quais mantinham a convicção de que o mundo
era imoral e a evolução humana tinha decorrido de forma caótica, pretendiam que a arte
fosse novamente um instrumento para criar um mundo renovado.
7. Problemática
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Naturalismo-Naturalismus
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renegação das formas tradicionais e uma total dedicação às novas temáticas e novos
estilos do Modernismo.
A linguagem do Expressionismo não era uniforme. Apresentava-se extaticamente exa-
gerada, metafórica, simbolicamente enaltecida e tendia por deteriorar a linguagem instru-
tiva tradicional.
Ela acentua a capacidade expressiva e os ritmos correntes, martelados e congestionantes.
Para além disso, eram também características do estilo expressionista: a escassez
linguística, a falta tanto de palavras expletivas como de artigos e preposições, a aglome-
ração de palavras nominais, a acentuação do verso, os neologismos e a nova moldagem
de sintaxe.
• Lírica:
A lírica é o género literário que mais se adequava ao Expressionismo. Os temas e moti-
vos típicos eram a angústia, a morte, a loucura, a melancolia e a guerra. Usando-se das
características acima descritas, os expressionistas criavam um mundo irreal para o lei-
tor.
Porém, a intenção primordial dos autores dessa época, não era reflectir a realidade nas
suas obras, mas sim a transmissão da verdade através das mesmas.
Autores:
-Jakob von Hoddis (pseudónimo de Hans Davidson, 1887-1942), “Weltende”
(1911), obra que se tornou, praticamente, na “confissão de fé” da geração expressio-
nista.
-Georg Heym (1887-1912, Franz Werfel (1890-1945), Gottfried Benn (1886-1956),
Else Lasker-Schüler (1869-1945), Ernst Stadler (1883-1914), Georg Trakl (1887-
1914).
Autore s:
-Franz Kafka (1883-1924), “Der Heizer”, “Die Verwandlung”, “Das Urteil”
-Albert Ehrenstein (1886-1950), “Tubusch”
-Carl Einstein (1885-1940), “Bebuquin oder die Dilettanten des Wunders”
-Alfred Döblin (1878-1957), “Die Ermordung einer Butterblume”
O drama desempenhava conjuntamente com a lírica um papel dominante, visto ter per-
mitido aos autores expressionistas uma demonstração ampla e eficaz das ideias de me-
tamorfose e intensificação, proeminentes nessa época. Os temas realçados através do
dramatismo eram, em princípio, a criação de um homem transformado e renovado e, a
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partir de 1915 (como reacção à guerra), a hostilidade perante a tecnologia e o ódio à
civilização.
Características típicas do drama expressionista transposto para o teatro, eram os longos
monólogos, a sucessão de imagens lírico-hínicas, a mímica, a dança, a pantomima, os
trajes independentes da moda, as cenas abstractas e as novas técnicas de iluminação
cenária.
Para além disso, já não se tratava de retratar carácteres, mas sim figuras típicas so-
bre-individuais (“homem”, “mulher”, “filha”, etc.), situando-se o foco na “Alma” e na
“Psique”.
Autores:
-Reinhard J. Sorge (1892-1916), “Der Bettler”
-Walter Hasenclever (1890-1940), “Der Sohn”, “Menschen”
-Paul Kornfeld 1889-1942), “Die Verführung”
-Hanns Johst (1890-1978), “Der junge Mensch”
-Reinhard Goering (1887-1936), “Seeschlacht”
-Fritz von Unruh (1885-1970), “Ein Geschlecht”, “Platz”
-Ernst Barlach (1870-1938), “Der tote Tag”, “Der arme Vetter”
-Ernst Toller (1893-1939), “Die Wandlung”, “Masse Mensch”
-Georg Kaiser (1878-1945) , “Die Koralle”, “Gas I”, “Gas II”
-Oskar Kokoschka (1878-1945), “Mörder”, “Hoffnung der Frauen”, “Der brennende
Dornbusch”
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L. Época do Modernismo - “Moderne” (A Partir do Séc. XX)
1. Fundamentos Gerais
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A partir do séc. XX, numa época onde os escritores/artistas experimentam e regis-
tam as ameaças – às quais o ser humano se encontra exposto – de uma forma mais
intensa e com uma sensibilidade acrescida, começou a aumentar o alheamento do
herói romanesco relativamente ao seu meio ambiente. Tornou-se numa negação
total da figura heróica convencional. A sua vida é marcada pela passividade, pelo
sofrimento e pela reflexão autotorturante. O herói dos romances começou progres-
sivamente a perder as suas capacidades de agir com sensatez, encontrando-se, ao
mesmo tempo consciente dessa situação.
Para que estas dificuldades fossem ultrapassadas, foram então criadas certas técni-
cas narrativas, as quais são frequentemente aplicadas no mesmo romance e que po-
derão ser descritas da seguinte forma simplificada:
- o narrador tem a possibilidade de tematizar no romance, as dificuldades que sente
no próprio acto de narrar e alterar, assim, a impressão da realidade e da verosimi-
lhança (característica típica do estilo realista),
- o narrador poderá efectuar descrições realistas, ou afirmar que pretende descrever
realisticamente através da ironia, enquanto manifesta reservas para com esse mes-
mo estilo ortográfico,
- o narrador não consegue ordenar a realidade, de modo que leve a cabo um de-
curso narrativo e, em vez disso, conjuga várias impressões da realidade nos seus
aspectos variados, formando dessa forma, frequentemente, uma imagem confusa,
- o narrador, por vezes, chega a descrever desordenadamente os sentimentos e pen-
samentos das suas figuras romanescas sem se manifestar como narrador (monólo-
go interno), devido à sua incapacidade de uma exposição nítida da realidade in-
terior, ou seja da psique do ser humano,
- os romances modernos apresentam-se parcialmente como dissertações filosóficas
que suplantam tanto a acção como a descrição, em virtude da apresentação teórica
da realidade,
- os autores abandonam a realidade, criando mundos próprios, irreais e semi-reais,
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com os quais pensam poder exprimir com maior exactidão a situação do homem
moderno.
3. A Lírica Moderna
Em relação a todas as obras artísticas, podemos estabelecer uma diferenciação entre dois
factores que possúem uma ligação dialéctica: o conteúdo expressivo e a forma.
O conteúdo só poderá ser expresso através da forma e a forma só terá sentido através do
conteúdo. A partir do séc. XIX a dialéctica de forma-conteúdo veio sofrendo cada vez
mais alterações a favor da forma, a qual, finalmente, se transformou no conteúdo.
Criou-se assim, p. ex., a pintura abstracta, onde os artistas procuram construir um mundo
próprio, somente através da utilização da parte formal das imagens visualizadas (linhas,
áreas e cores), sem que esse tenha de reflectir a realidade.
Na arte poética é a lírica que corresponde melhor ao objectivo da obra de arte abstracta.
As razões para a existência de uma poesia desse tipo, a qual não pretende exprimir a
realidade, mas sim ser uma realidade autónoma que se sastisfaz a si própria (“L´art pour
l´art, poésie pure”), residem na própria época moderna. Os líricos modernos procuram
criar um mundo próprio alheio à realidade, através duma nova linguagem, a qual se opõe
tanto às tradições literárias consideradas antiquadas como à linguagem desprovida e
subjugada às normas da literatura.
Os poemas modernos descrevem-se, por conseguinte, como um acto de protesto contra a
realidade. Porém, os poetas intentam também fornecer ao mundo um novo sentido, o qual
se poderá achar autonomamente em cada obra de arte.
4. O Drama Moderno
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que efectuou deliberadamente (herói trágico), por essas mesmas entrarem em conflito
com princípios de uma esfera de valores equiparados.
Segundo eles, as tragédias são redigidas para se conseguir uma sociedade mais apurada,
onde as tragédias já não precisarão de existir.
No caso de se vir a perder essa perspectiva utópica e optimista, então também o próprio
termo “tragédia” perderá o seu sentido.
Em vez disso, tornou-se popular a designação inexpressiva “peça”, a qual reflecte a ob-
servação de um tipo de ser humano que se sente tanto marcado pela perda de acção, de
sentido e do seu historial como pela impotência e determinação, ao mesmo tempo que se
encontra no meio de uma sociedade mediática prepotente, caracterizada por dificuldades
de comunicação.
Por conseguinte, dissolveu-se o cânon das formas da tragédia que outrora fora obriga-
tório:
- o drama fechado em si, cujo decurso podia conduzir a uma concreta solução ou a uma
catástrofe foi substituído pelo drama aberto, onde o conflito descrito não é resolvido,
visto o respectivo drama desconhecer os meios para tal ou fingir desconhecê- los,
- tanto os actos como as cenas deixaram de existir, tendo havido uma substituição por
imagens e impressões de nível equiparado,
- o texto tornou-se numa componente equivalente às demais, dentro de uma contextura
mímica, musical e visual,
- o conflito dramático, revelado através de palavras e conversação, foi, pouco a pouco,
substituído pela tentativa de se exprimir o que é inexpressável. A linguagem como
forma de reconhecimento do mundo e de comunicação intersubjectiva, não consegue
manifestamente obter os efeitos desejados.
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