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Épocas da Literaura Alemã

por Solange Carvalho da Silva

(sob a orientação de Peter Hanenberg )

As páginas que aqui se apresentam são o resultado de um trabalho


elaborado no âmbito da disciplina de Literatura Alemã I e pretendem ser
um convite (em língua portuguesa) para uma primeira orientação sobre as
Épocas da Literatura Alemã.

Para uma leitura mais fácil utilize os "bookmarks".


Índice
A. A Literatura Alemã da Idade Média - “Mittelalter” (500-1500) 1
1. Definição 1
2. Fundamentos Históricos 1
2.1. Situação Política 1
2.2. Situação Social 1
2.3. Situação Económica 1
3. Concepção Universal 1
4. Características da Literatura Medieval 2
5. Fases da Literatura Medieval 2
5.1. Época Germânica 2
5.2. Obras Poéticas Espirituais da Alta Idade Média (Séc. IX-XI) 2
5.3. Obras Poéticas Cortesãs da Alta Idade Média (Séc. IX-XI) 3
5.4. Obras Poéticas da Baixa Idade Média (Séc. XI-XV) 4

B. Renascimento e Humanismo - “Renaissance” (1500-1600) 5


1. Definição 5
2. Fundamentos Históricos e Concepção Universal 5
3. Autores e Obras do Humanismo Renascentista 6
3.1. Formas e Géneros das Obras Literárias do Humanismo Renascentista 6
3.2. Autores Literários do Humanismo Renascentista 6

C. A Época do Barroco - “Barock” (1600-1720) 8


1. Definição 8
2. Fundamentos Históricos e Concepção Universal 8
3. Autores e Obras do Barroco 9
3.1. Formas e Géneros das Obras Literárias do Barroco 9
3.2. Autores Literários do Barroco 9

D. O Iluminismo Alemão - “Aufklärung” (1720-1785) 11


1. Definição, Fundamentos Históricos e Nova Concepção Universal 11
2. Autores e Obras do Iluminismo Alemão 12
2.1. Formas das Obras Literárias do Iluminismo Alemão 12
2.2. Filósofos e Autores Literários do Iluminismo Alemão 12

E. Época do Impetuismo - “Sturm und Drang” (1767-1785) 13


1. Definição 13
2. Conceitos Fundamentais Gerais e Literários 13
3. Figuras Exemplares do Impetuismo 14
4. Autores e Obras do Impetuismo 14

F. Época do Classicismo Alemão - “Deutsche Klassik” (1786-1832) 15


1. Definição 15
2. Concepções Gerais 15
3. Repercussões do Classicismo no Sistema Escolar Alemão 16
4. Autores e Obras do Classicismo 16
G. Romantismo - “Romantik” (1798-1835) 18
1. Definição 18
2. Concepção Universal Romântica 18
3. O Papel da Poesia e do Poeta no Romantismo 19
4. Diferenças em Relação ao Classicismo 19
5. Restrições 20
6. Autores e Obras Importantes 20

Época da Restauração: “Biedermeier”, “Junges Deutschland”,


“Vormärz” (1815-1848) 22
7. Contexto Histórico 22
8. “Biedermeier” 22
2.1. Características 22
2.2. Autores e Obras do “Biedermeier” 23
9. “Junges Deutschland” e “Vormärz” 23
3.1. Junges Deutschland”-Características 24
3.2. “Vormärz” no Sentido Restrito 25

H. Época do Realismo - “Realismus” (1850-1890) 27


1. Características Gerais 27
2. Síntese Histórica 27
3. Realismo como Princípio Literário 27
4. O Realismo Poético Alemão 28

I. Época do Naturalismo - “Naturalismus” (1880-1900) 30


1. Aspectos Gerais 30
2. Figuras Exemplares e Adversárias do Naturalismo 30
3. Formas Literárias do Naturalismo 31
4. Representantes Importantes do Naturalismo 31

J. Época do Expressionismo - “Expressionismus” (1905-1925) 32


1. Definição 32
2. Ideologia 32
3. Problemática 32
4. Características da Literatura Expressionista 32

K. Modernismo - “Moderne” (A Partir do Séc. XX) 35


1. Fundamentos Gerais 35
2. Consequências para o Romance 35
2.1. Em Relação ao Conteúdo 35
2.2. Em Termos Formais 36
2.3. Autores e Obras Importantes 37
3. A Lírica Moderna 37
4. O Drama Moderno 37
A. A Literatura Alemã da Idade Média - “Mittelalter” (500-1500)

1. Definição

A designação “Idade Média” foi criada pelos humanistas para definir o período de tempo,
compreendido entre a decadência da Antiguidade e o seu presumível restabelecimento na
era do Renascimento. Costuma-se situar a Idade Média entre os séculos V e XV, ou seja
desde a queda do império romano do ocidente até ao início dos tempos modernos. Esse
longo período é tradicionalmente subdividido em Alta e Baixa Idade Média. A primeira
abrange o período de tempo situado entre os séculos V ao XI e a segunda refere-se ao
período que se segue até ao século XV.
Só em meados do século XIX é que a Idade Média passou a ser entendida como etapa
necessária da história da civilização ocidental. Durante cerca de um milénio, a Europa
medieval passou por lentas mudanças económicas e políticas que, no entanto, prepararam o
caminho da modernidade.

2. Fundamentos Históricos
2.1. Situação Política
• Sistema feudal.
• Conflitos permanentes entre rei e vassalos pelo poder.
• Inexistência de instituições estatais de carácter sólido e de um monopólio de
poder estatal.
• Contenda entre rei e Papa pela liderança no Ocidente Cristão.
2.2. Situação Social
• Sociedade de Classes, fortemente hierarquizada: Nobreza, Clero, Povo
(camponeses e burgueses).
• O nascimento da pessoa determina a sua condição social.
2.3. Situação Económica
• Dominância da economia agrária.
• Capitalismo sobre o modo de produção feudal.
• Surgimento do dinheiro como meio de compra, o qual afasta a troca de artigos
naturais.
• Manufactura, florescimento do comércio nas cidades (Zünfte).

3. Concepção Universal
A Idade Média apresentava uma imagem de estrutura hierárquica da ordem cósmica (ordo)
e coerente, não obstante a existência de certos fenómenos religiosos (p. ex. a Inquisição).
Deus era o cume da pirâmide universal, o supremo ser (summum ens), o primeiro

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R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
B a r r o c o - B a r o c k
I l u m i n i s m o - A u f k l ä r u n g
I m p e t u i s m o - S t u r m u n d D r a n g
C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
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N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
E x p r e s s i o n i s m o - E x p r e s s i o n i s m u s
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e
mobilizador de todas as coisas (primum mobile).
O ser humano personificava a luta entre o Bem e o Mal, e representava, assim, o elo de
ligação entre o mundo espiritual, classificado como bom, e o mundo material, o qual
simbolizava o Mal.
Os reinos cristãos e restantes impérios da Europa eram entendidos como precursores do
Reino Divino, o qual era esperado após o Juízo Final.
O ser humano não se sentia nessa altura, em oposição ao espírito do Modernismo actual,
em primeiro plano, como indivíduo, mas sim como membro de uma sociedade.

4. Características da Literatura Medieval


• A literatura medieval não expressava experiências ou observações pessoais, mas sim
conceitos gerais, idealismos e tipicismos, que eram admitidos como sendo reflexos da
realidade verdadeira, a qual,supostamente, se encontra encoberta pela realidade empírica
e se fundamentava em Deus.
• Os poetas medievais possuíam uma prelecção por fórmulas e “clichés”.
• A poesia desta época era simbólica, ou seja retratava a generalidade das coisas. Nas obras
literárias surgiam, tipicamente como protagonistas, heróis, damas e vilões, que eram
sempre a personificação do extremo Bem, do extremo Mal e da extrema beleza.
• Os poetas não tinham a tarefa de criar algo novo e original, dada a rigidez da ordem
universal da Idade Média. O valor do poeta determinava-se através da forma como
aplicava e variarava um repertório já existente.
• A poesia não era matéria autónoma, em relação à religião, às ciências e à política.
Possuía, somente, uma função servidora.

5. Fases da Literatura Medieval


5.1. Época Germânica

As tribos germânicas, protagonistas da Invasão dos Bárbaros, que penetraram e


destruiram o universo da Antiguidade possuiam uma literatura própria, a qual, no
princípio, foi propagada verbalmente, e que só muito mais tarde ficou assente.
A maior parte das obras encontram-se desaparecidas, somente as seguintes é que
foram transmitidas:
-Hildebrandslied: cântico épico, assente cerca de 820.
-Merseburger Zaubersprüche: formúlas mágicas, assentes no século X.
-Edda: colectânea de cânticos épicos e divinos de natureza germânica, assente
cerca de 1250 na Islândia.

5.2. Obras Poéticas Espirituais da Alta Ida de Média (Séc. IX-XI)

Após a cristianização do povo germânico, o clero iniciou a tarefa de dar a conhecer


aos pagãos convertidos a literatura latino-cristã. Dessa altura provêm dicionários e

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M o d e r n i s m o - M o d e r n e
muitas narrações evangélicas. Das obras mais importantes destacam-se as seguin-
tes:
-Heliand (redigida cerca de 825), evangelhos em forma de epopeia germânica para
os saxões convertidos, redigida por um autor anónimo.
-Evangelienharmonie (Harmonia Evangélica) de Otfrid von Weissenburg (cerca
de 870).

5.3. Obras Poéticas Cortesãs da Alta Idade Média (Séc. IX-XI)

• Este período foi marcado pela cultura da cavalaria. Os cavaleiros prestavam


serviços para os seus senhores, como administradores ou guerreiros montados a
cavalo e que, outrora, tinham sido servos. Esses “ascendentes” da pirâmide de
hierarquia social adoptaram a maneira de viver da nobreza e transformavam- na,
por vezes, num culto de formas muito rígido. A exteriorização dessa atitude era a
efectivação frequente de torneios e festas, os escudos de armas e o vestuário. Os
ideais cavalheirescos eram o serviço leal perante o senhor, o serviço perante a
Igreja e Cristandade (Cruzadas, apoio aos pobres e fracos, pacifismo entre os
cavaleiros, serviço perante as mulheres). As virtudes dos cavaleiros eram a boa
disposição (hoher muot), a boa educação (zuht), a moderação das paixões (mâze),
a honra, o prestígio e a dignidade (êre), a lealdade e a sinceridade (triuwe), a
constância e a fidelidade (stæte) e, finalmente, a generosidade (milte).
• As obras poéticas tinham, neste contexto, a função de demonstrar os ideais e as
virtudes dos cavaleiros.
• Os autores poetas eram cantores cavalheirescos que recitavam, para seu sustento,
as suas obras nas festas medievais. Existiam duas espécies de poesia cava-
lheiresca:
A Epopeia Cavalheiresca Cortesã ou Romance Cavalheiresco (Höfisches
Ritterepos oder Ritterroman) e a Lírica Trovadoresca (Minnesang).
• A Epopeia Cavalheiresca Cortesã descrevia poeticamente a vida de um cavaleiro
que tinha de enfrentar várias aventuras e passar por diversas odisseias até
conseguir atingir a mais elevada consagração da cava laria. Em regra essa façanha
consistia na integração do respectivo cavaleiro na corte do rei Artur. Na sua
Távola Redonda encontravam-se muitos cavaleiros famosos: Erec, Iwein,
Parzival, Lancelot. A figura do rei ideal correspondia à imagem transmitida pelas
lendas heróicas britânico- irlandesas. As obras poéticas do francês Chrestien de
Troyes serviam de exemplo literário para os romances cavalheirescos de língua
germânica.

Importantes autores e obras deste género literário foram:


-Hartmann von Aue, “Erec” (cerca de 1180/85)
-Wolfram von Eschenbach, “Parzival” (cerca de 1200/1210)
-Gottfried von Strassburg, “Tristan und Isolde” (cerca de 1210)

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-Nibelungenlied (cerca de 1200), que se manifesta como uma forma particular
deste género, visto apresentar lendas históricas germânicas num molde
cavalheiro-cortesão.
• A Lírica Trovadoresca (Minnesang; “Minne” significa em termos poéticos
“amor”) começou na Provence francesa e invadiu posteriormente também o
território alemão.
A mesma era recitada nas cortes por cantores cavalheirescos, os trovadores. Os
trovadores reuniam nos seus cânticos duas concepções distintas do amor: uma era
de natureza cristã, a qual via reflectido no amor um poder ético e religioso e a
outra, baseada em ideais da antiguidade, realçava o factor erótico-sexual. Esta
última era representada pelos chamados “Vaganten” (vagueantes), jovens
representantes do clero, os quais possuíam estudos, mas não tinham quaisquer
perspectivas de virem a ocupar um posto clerical e que optavam, então, por se
tornarem poetas itinerantes ou vagueantes.
Uma colectânea de Cânticos de Vagueantes (Vagantenlieder) é a célebre
Carmina Burana.
A lírica trovadoresca alemã espiritualizou-se na chamada “hohe Minne”.
O conteúdo temático da lírica trovadoresca, consistia na declaração de amor de
um cavaleiro perante uma dama da corte casada e a sua lamentação da
impossibilidade de concretização dessa paixão, sendo, nesse contexto, também
abordado o conflito existente entre o amor platónico e a volúpia.
Os respectivos poemas eram cantados pelo próprio autor durante as festas corte-
sãs, sendo o seu canto acompanhado pelo som de um alaúde.
Ao público incumbia a tarefa de avaliar os respectivos cânticos e tentar identificar
a adorada anónima.
Líricos trovadorescos alemães famosos foram Heinrich von Veldeke, Friedrich
von Hausen, Heinrich von Morungen, Hartmann von Aue, Reinmar von
Hagenau e Walther von der Vogelweide , o qual viveu entre 1168 e 1228, e
cujas obras poéticas faziam novamente referência à poesia vagueante. Ele criou
os chamados Cânticos de Menina (Mädchenlieder ou “niedere Minne”), os
quais não se dirigiam a uma dama nobre, mas realçavam o erotismo.

5.4. Obras Poéticas da Baixa Idade Média (Séc. XI-XV)

Nos finais da Idade Média deu-se a decadência da cavalaria e iniciou-se o


robustecimento da burguesia, aparecendo, assim, novas formas literárias:
Volksbuch (Livro do Povo), Volkslied (Cântico do Povo), Volksballade (Balada do
Povo, p. ex. sobre Till Eulenspiegel), Pfaffen- und Standessatire (Sátiras sobre o
Clero e classes sociais).

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M o d e r n i s m o - M o d e r n e
B. Renascimento e Humanismo – “Renaissance” (1500-1600)

1. Definição

O termo Renascimento designa os séculos XV e XVI da história europeia, altura em que


surgiu uma nova concepção de Homem e Natureza, assim como um renovado entusiasmo
pela cultura clássica.
A palavra já era usada no Ba ixo Império Romano e, nessa altura, significava conversão.
No século X, por exemplo, Rutílio Numantino empregara-a para designar todos aqueles
que se convertiam ao cristianismo, abandonando os ritos pagãos. Esta acepção manteve-
se até meados de quinhentos, embora os contemporâneos não tivessem utilizado essa
designação para qualificar a época por que passavam. Em vez do termo “Renascimento”
empregavam a classificação “Reformatio” (Reformação).

2. Fundamentos Históricos e Concepção Universal


O Renascimento foi a época que, após a Idade Média, surgiu no século XV, como força
contrária ao obscurantismo introduzido na Europa pelos excessos do Cristianismo e da
Igreja Católica.
O Humanismo do Renascimento constituiu um ponto de viragem nas preocupações com
as falsas imoralidades e colocou a ênfase na importância de se viver a vida com prazer.
Foi também um período em que as artes e o conhecimento floresceram e que a Europa
progrediu em termos civilizacionais, recuperando do seu atraso relativamente a outras
partes do mundo.
O Renascimento ressuscitou o Humanismo da Antiguidade. Em busca de filosofias e
moralidades alternativas às cristãs, que tinham sido universais durante a Idade Média, os
humanistas do Renascimento estudaram as obras produzidas na Antiguidade Grega e
Romana.
Nessa altura tornou-se uma obsessão o regresso ao passado clássico, à sua arte e cultura.
Este foi também o período em que a Europa iniciou a sua longa caminhada para a
secularização, que conduziria ao afastamento da Igreja dos caminhos do poder. O ser
humano ocupava o ponto central das preocupações sociais, ganhando-se assim uma nova
atitude em relação à humanidade. A vitalidade intelectual aumentava, à medida que se
adquiria uma nova visão do mundo natural.
O Renascimento viu nascer o método empírico. Método esse que, nos nossos dias,
continua a ser usado pela ciência, e o qual foi fundamental para dar credibilidade à
mesma e conseguiu rertirar à religião o controlo do conhecimento.

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M o d e r n i s m o - M o d e r n e
3. Obras e Autores Literários do Humanismo Renascentista

3.1. Formas e Géneros das Obras Literárias do Humanismo Renascentista

• As obras dos autores do período renascentista encontravam o seu ponto de


referência nos dramas de Terenz, Plautus e Seneca, dos quais copia vam o estilo
de construção da obra, a divisão em acto e cena e o preenchimento das peças
com um prólogo e um epílogo. Os dramas do Humanismo tinham como
objectivo a divulgação do espírito do mesmo e, a propagação da língua latina.
Um método particular para se conseguir essa finalidade ético-didáctica, era a
realização do teatro escolar nos liceus alemães (Gymnasien).
• A Literatura dos finais da Idade Média e do início da nova época, era, exclusiva-
mente, burguesa. A burguesia que tinha enriquecido através do comércio e que
promoveu a construção de catedrais góticas e câmaras municipais, procurava
também na literatura uma forma própria de se exprimir. A instabilidade da
forma como se sentia a vida nessa época, reflectia-se na multiplicidade dos
géneros literários: a Lírica Trovadoresca (Minnesang) encontrava a sua imitação
na Lírica dos Mestres (Meistersang), a qual era interpretada pelos membros das
corporações de artífices (Handwerkszünfte); das obras épicas cavalheirescas
desenvolveram-se os Livros do Povo (Volksbücher), os quais poderão ser
descritos como contos narrativos de carácter divertido. Para além disso, existia
abundância, em termos de obras literárias satíricas, que fustigavam tanto as
inconveniências da época como os actos insensatos do ser humano (Schwank,
Narrenliteratur).

3.2. Autores Literários do Humanismo Renascentista

• Erasmus von Rotterdam (1469-1536) foi o humanista mais importante. Ele


provinha da escola holandesa dos “Irmãos da Vida em Conjunto” (Brüder des
gemeinsamen Lebens), cuja beatice de cariz leiga, já possuía traços reformistas
(“devotio moderna” – devoção moderna).
Erasmus conseguia conjugar a sabedoria da Antiguidade com a ética do
Cristianismo.
A sua natureza humana alegre, céptica e tolerante, a par com o seu sentido
apurado pela harmonia e aversão contra restrições dogmáticas, contrastava com
as exigências radicais dos reformadores.
• Martin Luther (1483-1546) é considerado o criador dos cânticos eclesiásticos
evangélicos, os quais possibilitaram a participação activa da comunidade paro-
quial no serviço religioso.
A língua de Luther é a “Meissnische”, a qual é constituída pelos dialectos dos
colonos das regiões alta, central e baixa da Alemanha. Ele preencheu essa forma
linguística com o espírito, o vocabulário e simplicidade da língua do povo e
tornou-se, através da tradução da Escritura Sagrada e redacção de publicações
reformistas (“Von der Freiheit eines Christenmenschen” entre outras), no

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Renascimento-Renaissance
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protagonista do género linguístico “novo alto-alemão” (neuhochdeutsch).
Luther criou muitos neologismos (p. ex. “Feuereifer=fervor, Lücken-
büsser=substituto, termo de teor negativo e Mördergrube=cova de homicidas),
expressões idiomáticas (p. ex. das tägliche Brot=o pão de cada dia), provérbios
e parábolas (p. ex. seine Hände in Unschuld waschen=lavar as suas mãos em
inocência).
• Ulrich von Hutten (1488-1523), cavaleiro da Francónia, o qual estudou em Co-
lónia, Pádua e Bolonha e levou sempre uma vida nómada, era o representante do
Humanismo patriota e activo-político. Ele lutou contra o Pontificado e a Igreja
Católica, e por uma Alemanha nacional e unida sob o domínio de um imperador
poderoso. Seguindo o exemplo de Martin Luther, também redigia em alemão.
Ele criticava na sua obra satírica, intitulada Gesprächsbüchlein (Livrinho de
Conversação), os procedimentos da Igreja.
• Hans Sachs (1494-1576), foi um intérprete da arte do “Meistersang”. Após ter
peregrinado pelo sul da Alemanha, regressou à sua terra natal Nuremberg e
dedicou-se a uma actividade literária muito produtiva. Ele redigiu mais de 4000
Cânticos de Mestre (Meisterlieder), cerca de 1500 “Schwänke” e mais ou me-
nos 200 obras dramáticas.

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C. Época do Barroco – “Barock” (1600-1720)

1. Definição

A era do Barroco ocorreu aproximadamente entre fins do séc. XVI e meados do séc.
XVIII. O termo “barroco” é de origem portuguesa e significa “pérola de forma irregular”.
A designação “barroco” era utilizada na França do séc. XVIII, para descrever todas
aquelas obras artísticas que não correspondiam ao gosto classicista dos franceses.
Por conseguinte, a designação possuía originalmente um teor depreciativo.

2. Fundamentos Históricos e Concepção Universal


O Barroco opunha-se à razão e ao equilíbrio clássico do Renascimento. Era, pois, uma
oposição à regularidade lógica. A difusão do Barroco abrangeu quase toda a Europa e a
América Latina. Nasceu e desenvolveu-se, na Roma dos Papas.
No plano teórico, o carácter típico do barroco foi uma enorme ambiguidade. Os seus
artistas proclamavam-se herdeiros do Renascimento e declaravam aceitar- lhe as regras,
mas violaram- nas sistematicamente, quer na letra, quer no espírito. O Renascimento era
equilíbrio, medida, sobriedade, racionalismo, lógica. O Barroco foi movimento, ânsia de
novidade, amor tanto pelo infinito como pelos contrastes e pela audaciosa mistura de
todas as artes. Foi dramático, exuberante, teatral, tanto quanto a época anterior fora
serena e comedida. O Renascimento virava-se para a razão: queria, acima de tudo, con-
vencer.
O Barroco, pelo contrário, apelava para o instinto, para os sentidos, para a fantasia: isto é,
tendia para o fascínio.

A época do Barroco foi determinada por três forças fundamentais: o Absolutismo, a


Igreja e a Antiguidade.
Expressão visível do Absolutismo eram os palácios. Um palácio de estilo barroco
pretendia reflectir imponência, para demonstrar ao visitante, quão poderoso e importante
seria o seu proprietário. Um palácio barroco era mais que um local de residência,
representava o centro do poder real . Os poetas eram sustentados pelos regentes que
“encomendavam” obras poéticas, romances e peças de teatro, para serem apresentadas
nas festas da corte.

Não foi por acaso que nasceu também como instrumento da Igreja Católica, que naquela
época se empenhava em recuperar os hereges, ou, pelo menos, em consolidar a fé dos
crentes, impressionando-os com a sua própria majestade.
A Igreja Católica tornava-se, assim, noutro “cliente” dos poetas. A poesia era usada para
desempenhar a tarefa de transmitir ideários religiosos através de cânticos, poemas e peças
de teatro (Jesuiten-drama=drama jesuita). As pessoas encontravam-se bastante sensibi-
lizadas para este tipo de literatura, devido à Guerra dos Trinta Anos (1618-1648).

I d a d e M é d i a - M i t t e l a l t e r
Renascimento-Renaissance
B a r r o c o - B a r o c k
I l u m i n i s m o - A u f k l ä r u n g
I m p e t u i s m o - S t u r m u n d D r a n g
C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
R o m a n t i s m o - R o m a n t i k
B i e d e r m e i e r / V o r m ä r z
R e a l i s m o - R e a l i s m u s
N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
E x p r e s s i o n i s m o - E x p r e s s i o n i s m u s
M o d e r n i s m o - M o d e r n e 11
Uma outra força determinante do Barroco foram as tradições da Antiguidade. Os
escritores e as obras dessa era (p. ex. Homer, Aristoteles, Ovid e Horaz) representavam
os grandes ideais lite-rários.

3. Autores e Obras do Barroco

3.1. Formas e Géneros das Obras Literárias do Barroco

• A literatura barroca estava dividida em determinados géneros. Cada género


possuía conteúdos e formas prescritas de carácter obrigatório. As regras
encontravam-se formuladas nas chamadas “Doutrinas Poéticas” (“Dichtungsleh-
ren”), as quais se baseavam, naturalmente, em exemplos da Antiguidade. Neste
contexto, por exemplo, era de grande importância a “Doutrina dos Planos de
Estilo” (“Lehre von den Stilebenen”).
Todas as obras poéticas eram subordinadas a três estilo diferentes. O estilo alto
caracterizava-se por uma linguagem solene e harmoniosa. O estilo baixo, em
contraposição possuía uma linguagem simples, enquanto o estilo médio repre-
sentava uma miscelânea dos outros dois estilos. Obras poéticas referentes ao
estilo alto só podiam abordar temáticas de cariz heróico, sublime e sério. Os
temas cómicos pertenciam ao estilo médio e os assuntos grosseiros eram atri-
buídos ao estilo baixo. Essa divisão por estilos reflectia a mentalidade da soci-
edade dessa época, a qual subordinava os seus membros a três classes: a nobreza,
a burguesia e os camponeses.
• O público literário barroco não esperava originalidade dos seus autores. O valor
do respectivo autor era medido pela capacidade de cumprir os requisitos literários
prefigurados.

3.2. Autores Literários do Barroco

A maior parte dos dramas e romances barrocos são desconhecidos, não contando o
romance picaresco (Schelmenroman) de Christoffel von Grimmelshausen (1621-
1676), intitulado “Der abenteuerliche Simplicissimus”.
Mais popular tornou-se a lírica barroca.
Dos seus mais importantes representantes destacam-se os seguintes:
• Georg Rodolf Weckherlin (1584-1653).
• Martin Opitz (1597-1639), o qual redigiu uma obra poética muito célebre
(“Buch von der deutschen Poeterey”=Livro Sobre a Poesia Alemã) que introdu-
ziu a arte métrica na língua alemã que, actualmente, ainda é utilizada.
• Johann Klaj (1616-1656), (“Lobrede der Teutschen Poeterey”=Elogio à Poesia
Alemã)
• Andreas Gryphius (1616-1664), (poemas: “Tränen des Vaterlandes Anno

I d a d e M é d i a - M i t t e l a l t e r
R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
Barroco-Barock
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C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 12
1636”, “Es ist alles eitel”), que também foi um autor popular e importante
de dramas e romances daquela époc .
• Christian Hofmann von Hofmannswaldau (1617-1679), (“Grabschrif-
ften”=Epitáfios, 1662, “Deutsche Vbersetzungen und Getichte”=Traduções
Alemãs e Poemas, 1679-1680)

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Barroco-Barock
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D. O Iluminismo Alemão – “Aufklärung” (1720-1785)

1. Definição, Fundamentos Históricos e Nova Concepção Universal

O “Século das Luzes” ou “Iluminismo”, é o termo usado para descrever as tendências do


pensamento e da literatura na Europa e em toda a América durante o século XVIII , e que
antecedeu a Revolução Francesa.
A designação foi empregue pelos próprios escritores do período, convencidos de que
emergiam de séculos de obscurantismo e ignorância para uma nova era, iluminada pela
razão, a ciência e o respeito pela humanidade.

As novas descobertas da ciência, a teoria da gravitação universal de Isaac Newton e o


espírito de relativismo cultural, fomentado pela exploração do mundo ainda não
conhecido, foram também uma base importante.
Entre os precursores do século XVII, destacam-se os grandes racionalistas, como René
Descartes e Baruch Spinoza, e os filósofos políticos Thomas Hobbes e John Locke. É
igualmente marcante a permanente fé no poder da razão humana.
Existia a convicção de que, mediante o uso da razão, seria possível um progresso sem
limites. Porém, mais que um conjunto de ideias estabelecidas, o Iluminismo representava
uma atitude, uma maneira de pensar.

De acordo com Immanuel Kant, o lema deveria ser "atrever-se a conhecer". Começava-
se a desenvolver o desejo de reexaminar e pôr em questão as ideias e os va lores
recebidos. A doutrina da Igreja foi duramente atacada, embora a maioria dos pensadores
não renunciassem totalmente a ela. Uma grande parte da burguesia, principalmente os
académicos começaram a criticar veementemente o estado absolutista, visto os seus prín-
cipios se oporem à razão humana.

As experiências científicas e a literatura filosófica, tornavam-se moda como assunto de


conversação, nos círculos aristocráticos, surgindo assim o chamado “despotismo ilus-
trado”. Entre seus representantes mais célebres, encontravam-se os reis Frederico II da
Prússsia, Catarina II a Grande da Rússia, José II da Áustria e Carlos III da Espanha.
O mercado literário tornou-se num meio regular para aquisição de literatura. Os escitores
deixaram de estar dependentes das “encomendas literárias” feitas pela Nobreza e o Clero,
passando a produzir obras literárias para os editores, os quais, por outro lado, vendiam as
mesmas a leitores interessados que o autor nem conhecia.

O Século das Luzes terminou com a Revolução Francesa (1789), pois, embora esta
integrasse inúmeras ideias dos Iluministas nas suas etapas mais difíceis, as mesmas
ficaram desacreditadas aos olhos de muitos europeus contemporâneos.
O Iluminismo marcou um momento decisivo, relativamente ao declínio da Igreja e do
crescimento do secularismo actual.

I d a d e M é d i a - M i t t e l a l t e r
R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
Barroco-Barock
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 14
Para além disso, pode afirmar-se que serviu de modelo, tanto para o liberalismo políti-
co-económico como também para a reforma humanista do mundo ocidental do século
XIX.

2. Autores e Obras do Iluminismo Alemão

2.1. Formas das Obras Literárias do Iluminismo Alemão

• Os Iluministas acreditavam que a arte, incluindo a literatura, seria o meio mais


apropriado para elucidar os membros da sociedade, provendo-os, assim, de auto-
nomia intelectual. Pois, achavam que a apreensão das ideias iluministas seria
facilitada através do seu englobamento nas respectivas obras literárias.
• O fundamento literário iluminista relacionava-se, como já tinha acontecido na
época do Barroco, com a Antiguidade. No entanto, as formas literárias dessa era,
eram preenchidas com novos conteúdos. Conteúdos esses, que deveriam transmi-
tir doutrinas morais. Os géneros literários tradicionais eram passíveis de sofrer al-
terações, logo que contrastassem com as intenções do autor.

2.2. Filósofos e Autores Literários do Iluminismo Alemão

• Gottfried Wilhelm Leibniz (filósofo, 1646-1716), o qual defendia a ideia do


optimismo iluminista. Segundo Leibniz, aquele mundo era “o melhor de todos os
mundos” (die “beste aller Welten”).
• Immanuel Kant (filósofo, 1724-1804), escreveu “Kritik der reinen Vernunft”
(1781), “Beantwortung der Frage: Was ist Aufklärung? (1784) ” e “Zum ewigen
Frieden” (1795).
• Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781), redigiu “Miss Sara Sampson” (1752),
“Minna von Barnhelm” (1767), “Emilia Galotti” (1772), “Die Erziehung des
Menschengeschlechts” (1780) e “Nathan der Weise” (1779).
• Johann Christoph Gottsched (1700-1766), escreveu “Versuch einer Critischen
Dichtkunst vor die Deutschen” (1730).
• Christoph Martin Wieland (1733-1813), redigiu “Geschichte des Agathon”
(1794), o qual se descreve como o primeiro romance instrutivo que narra a
história de um jovem que, após a comissão de muitos erros se vem a tornar um
membro de uma sociedade utópica, marcada pelo Iluminismo.

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E. Época do Impetuismo – “Sturm und Drang” (1767-1785)

1. Definição

A designação “Sturm und Drang” era, originalmente, o título de uma obra de Fried-
rich Maximilian Klinger (1752-1831). Esse título serviu para denominar a respectiva
época.

2. Conceitos Fundamentais Gerais e Literários

• O Impetuismo ou Titanismo descrevia-se, essencialmente, como um movimento de pro-


testo da classe pequena e média da Burguesia. O protesto dirigia-se contra as seguintes
circunstâncias:
-as autoridades absolutistas nos estados alemães e o mundo cortesão da Nobreza,
-a vida profissional da Burguesia, a qual era considerada restrita e triste,
-as tradições antiquadas nas artes e na literatura.
Em relação ao primeiro ponto existia uma correspondência à opinião iluminista, no que
respeita ao segundo, havia uma contraposição e, relativamente ao terceiro ponto, os
Impetuistas manifestavam-se mais radicais do que os Iluministas.
Considerando todas as ideias políticas daquela época, o Impetuismo consistia, em pri-
meiro plano, num protesto literário.
• O ideal literário não era o poeta altamente instruído e capaz de escrever obras em
qualquer género literário, mas sim o poeta genial que conseguia criar as suas próprias
regras. Segundo o Impetuismo, era no génio que se exteriorizava a força criativa da
Natureza. A Natureza tornava-se na essência do primitivo, elementar e divino.
• No Impetuismo era considerado como homem verdadeiro o homem de força (“Kraft-
kerl”), auto-suficiente, senhor das suas faculdades mentais, espirituais e físicas, no qual
o raciocínio e a acção formam uma unidade.
O “ego” tornava-se, assim, matéria de apreciação, tencionava-se que a subjectividade
do ser humano fosse plenamente vivida e se manifestasse nas obras artísticas.
• Os Iluministas recusavam as convenções literárias do Barroco e do Iluminismo, con-
siderando que o drama seria o género literário que melhor conseguiria exprimir as suas
ideias. Os protagonistas nos respectivos dramas eram génios apaixonados, “homens de
força”, os quais enfrentavam a realidade sem compromissos. O escritor idealizado era
William Shakespeare , o qual, anteriormente, já fora elogiado por Lessing. Foram
adoptados os seus carácteres marcantes, a acção turbulenta, a mistura entre eleme ntos
trágicos e cómicos numa só peça, a alternação frequente de tempo e lugar e as cenas das
multidões.
• A obra “Die Leiden des jungen Werthers” (“Os Sofrimentos do Jovem Werthers”) de
Johann Wolfgang von Goethe tornou-se, nessa época no romance-chave e no único
grande sucesso do Impetuismo.

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Considerado um livro de culto do séc. XVIII, não só se tornou moda, como também
originou alguns actos suicidas, a título de imitação. Esse romance descreve a história de
um jovem, apaixonado por uma mulher casada, o qual não quer abdicar desse amor. Na
altura que se apercebe que nunca conseguirá realizar o pretendido, decide cometer
suicídio.
• Em termos líricos, também era Goethe que marcava a diferença. Ele criou uma nova
forma de redacção de poemas, a chamada Lírica Experimental (Erlebnislyrik). O
conteúdo dos poemas referia-se a experiências pessoais vividas, as quais no desenvol-
vimento do poema se transformavam em afirmações de carácter geral. O Amor, a
Natureza e o Divino formavam neste tipo de poemas uma unidade insolúvel, um cosmo
harmonioso, o qual era considerado a fonte da vida e de toda a criatividade.
A Lírica Experimental de Goethe marcou até aos dias de hoje a definição geral de líri-
ca, segundo a qual lírica é a expressão de sentimentos.

3. Figuras Exemplares do Impetuismo


• William Shakespeare
• Johann Kaspar Lavater (1741-1801), o qual desenvolveu o conceito do termo “gé-
nio”,
• Johann Gottfried Herder (1744-1803), o qual suplantou o ideal artístico da Antigui-
dade, fazendo acentuada referência à poesia do povo,
• Friedrich Gottlieb Klopstock (1724-1803), tornou-se com a sua obra poética “Der
Messias” (“O Messias”) num escritor idolatrado pelos Impetuistas.

4. Autores e Obras do Impetuismo


• Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)
-“Zum Schäkespears-Tag” (palestra, 1771),
-“Sesenheimer Lieder” (1770/71),
-“Götz von Berlichingen” (drama, 1773),
-“Prometheus” (1773/77),
-“Die Leiden des jungen Werthers” (romance, 1774).
• Friedrich Schiller (1759-1805)
-“Die Räuber” (drama, 1781),
-“Kabale und Liebe” (drama, 1784).
• Jakob Michael Reinhold Lenz (1751-1805)
-“Der Hofmeister” (drama, 1774),
-“Die Soldaten” (drama, 1776)
• Friedrich Gottlieb Klopstock ()
-“Die Frühlingsfeier”
• Friedrich Leopold Graf zu Stolberg ()
-“Die Freiheit”

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F. Época do Classicismo Alemão – “Deutsche Klassik” (1786-1832)

1. Definição

O termo “Classicismo”, ou seja “clássico” possuí vários significados:


• significado etimológico:
do latim: classicus (cidadão romano, pertencente à mais alta classe tributativa),
depois: scriptor classicus (escritor de primeira categoria),
• Classicismo:
-Antiguidade,
-século de ouro de uma literatura ou arte nacional,
• clássico:
expressão para classificar grandes obras artísticas, sempre válidas, independentemente
do contexto temporal.

2. Concepções Gerais

O ponto de partida do Classicismo era a educabilidade do ser humano relativamente à


efectivação do Bem.
O seu objectivo era a humanidade verdadeira (o Belo, o Bem, o Verdadeiro). O ser
humano não deveria possuir somente virtudes individuais, como a tolerância e a caridade,
mas sim também procurar atingir um ideal que poderá ser descrito, através dos termos
“harmonia” e “totalidade”.
Isso significava que todas as capacidades humanas e todo o potencial humano
deveriam ser passíveis de aperfeiçoamento: os sentimentos e o intelecto, a
sensibilidade artística e o raciocínio científico e, finalmente, a compreensão teórica
e sua aplicação prática (“totali-dade”).
Para que houvesse harmonia não poderia haver desacordo entre as referidas caracterís-
ticas, mas deveriam sim formar uma unidade equilibrada.
Esse ideal pretendido via-se concretizado na Antiguidade Grega. Segundo os Classicistas,
somente os Gregos da Antiguidade é que conseguiram desenvolver os seus potenciais de
uma forma absolutamente harmoniosa.
A Natureza era outra área, onde supostamente existia uma concretização dos ideais
classicistas. Principalmente Goethe partilhava dessa opinião. Pois, ele próprio não se
considerava, em primeira linha, um poeta, mas sim um investigador da Natureza.
Os Classicistas fomentaram grandes expectativas relativamente á Revolução Francesa de
1789. Porém, o decurso da mesma e o império do terror que se seguiu desiludiu-os por
completo. Os Classicistas chegaram assim à conclusão que o alcance dos seus ideais, não
poderia ser realizado de forma revolucionária e abrupta, mas sim através da transforma-
ção do indivíduo, achando que o método mais eficaz seria a propagação da Arte, como já
tinha acontecido no Iluminismo.

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3. Repercussões do Classicismo no Sistema Escolar Alemão
O Classicismo tornou-se numa época de grande importância para o desenvolvimento do
actual sistema escolar na Alemanha.
Wilhelm von Humboldt (1767-1835), amigo de Goethe e de Schiller e influenciado
pelas ideias do Classicismo criou uma reforma escolar, segundo a qual as escolas não
teriam o dever de conferir aos alunos a aprendizagem de uma certa e determinada
profissão, mas sim dar- lhes todas as bases para serem capazes de exercer qualquer tipo de
profissão. Segundo Humboldt, uma especialização muito prematura impossibilitaria a
instrução geral do individúo. O objectivo essencial das escolas deveria ser a instrução
geral, para, assim, ser obtida uma cultura geral. Essa cultura geral levaria à plena
autonomia, a qual facilitaria a especialização posterior.
Em conformidade com estes objectivos, o método de ensino não deveria fundamentar-se
no decorar de matérias escolares, mas sim na automotivação e autodidáctica.
Os resultados dessa isntrução deveriam ser examinados através do “Abitur” (Exame de
Maturidade), o qual atestaria a “maturidade” para frequentar uma universidade.
A reforma escolar era suposta abranger todo o tipo de escolas, na prática, porém, houve
uma concentração nos liceus (Gymnasien).

4. Autores e Obras do Classicismo

• As ideias classicistas foram desenvolvidas e propagadas, principalmente, por dois poe-


tas: Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) e Friedrich von Schiller (1759-
1805).
O local da sua colaboração foi a cidade de Weimar.
Goethe tornou-se, com 26 anos, graças ao sucesso que alcançara com a publicação da
sua obra “Die Leiden des jungen Werthers”, no conselheiro e ministro do Duque
Carlos Augusto (1775-1828). Para além da sua actividade política, ainda encontrava
tempo para se dedicar à poesia e à pesquisa.
Goethe começou a dirigir o teatro cortesão e efectuou inúmeras viagens. Algumas das
viagens levaram- no à Itália (1786, 1788, 1790). A viagem à Itália pertencia naquela al-
tura ao programa de instrução dos jovens da classe nobre e da Burguesia rica.
Na Itália, Goethe aprendeu a conhecer a Antiguidade, ou seja o que tinha sobrado da
mesma, e a partir dessa altura tornou-se num factor idealizado por ele. Por esse motivo,
ficou estipulado como início do Classicismo Alemão o ano de 1786.

Obras importantes:
“Iphigenie auf Tauris” (1787), “Egmont” (1787), “Tasso” (1790), “Faust /” (1808),
“Faust II” (1832), “Wilhelm Meisters Lehrjahre” (1796), “Die Wahlverwandtschaf-
ten” (1809), “Wilhelm Meisters Wanderjahre” (1829), “Römische Elegien” (1790),
“Das Göttliche” (1789).

• Schiller, o qual devido a várias doenças, perseguição política (por causa da sua obra
“Die Räuber”) e problemas financeiros levara uma vida menos bem ordenada que Goe-

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Romantismo-Romantik
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 19
the, foi convidado, por intermédio do mesmo, a leccionar História, na Universidade
de Jena, como professor catedrático, no ano de 1788. Em 1794 iniciou-se a amizade e
colaboração entre ambos (p. ex. “Xenien”, 1796).

Obras importantes:
“Don Carlos” (1787), “Wallenstein” (1799), “Maria Stuart” (1800), “Wilhelm Tell”
(1804), “Über die ästhetische Erziehung des Menschen” (1793), “Über naive und
sentimentale Dichtung” (1797).

I d a d e M é d i a - M i t t e l a l t e r
R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
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Romantismo-Romantik
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 20
G. Romantismo – “Romantik” (1798-1835)

1. Definição

O termo “romântico”, ou seja “Romantismo” apresentou vários significados:

• no séc. XVIII significava “o que aparece nos romances” (os romances na altura eram
redigidos nas línguas românicas, e não no latim dos eruditos), ou seja o maravilhoso, o
fantástico, o aventuroso, o inventado.
Para além disso, queria também dizer “paisagem de beleza selvagem”, referindo-se à
sensibilidade humana relativo à mesma.
O termo “Romantismo” era visto como o oposto à designação “Classicismo”.

• No séc XIX o termo tanto designava a respectiva época da história de arte, como tam-
bém significava “poesia” e “poético”.

A época do Romantismo encontrou o seu início na Escócia, Inglaterra e Alemanha, países


europeus que na altura eram os mais desenvolvidos. Porém, apesar disso, fo i na França, a
partir dos fins do séc. XVIII, mais precisamente a partir da Revolução Francesa em 1789,
que o movimento romântico ganhou proporções revolucionárias.

2. Concepção Universal Romântica


O Romantismo, como movimento literário e da arte em geral, representava os anseios da
classe burguesa, a qual, se encontrava, na época, em ascensão. A literatura abandonava
cada vez mais a aristocracia, para se tornar um instrumento do povo, da cultura leiga.
Existia um banimento da mitologia e dos processos eruditos da retórica greco-romana.
Por conseguinte, acabava por ser uma oposição ao Classicismo. Os poetas românticos
recusavam a realidade dos finais do séc XVIII e inícios do séc XIX de forma absoluta-
mente radical.
Achavam que a sociedade estava marcada pelo romper da era industrial e pela cubiça.
Os Românticos culpavam os ciêntistas de quererem tentar explicar tudo, através do racio-
cínio, reduzindo assim o valor das coisas à sua utilidade e capacidade de aproveitamento,
sem permitirem que restassem segredos.
Acreditavam, assim, que o racionalismo e a civilização dividiam o homem, tornando-o
infeliz e quebrando a sua harmonia interna.
Para os românticos, o quotidiano burguês era cinzento, monótono e prosáico. Sentiam-se
limitados pela sociedade e incapazes de resolver esse problema, chamando-o o “Mal do
Século”. Em contrapartida, possuíam uma visão sentimental da vida, com um predomínio
da imaginação. O Romantismo celebrava o gosto pelas tradições medievais, o folclore.
Os Românticos, sendo intelectuais requintados, sentiam-se tanto divididos entre o
racional e o instintivo como também entre o subjectivismo individual e a integração na
sociedade.

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Celebravam o mundo mítico da religião e viam na era da Idade Média a época ideal da
nossa História, visto as pessoas, nessa altura, se terem sentido unidas na fé cristã.
O Romantismo acreditava no poder do pressentimento, da observação e da intuição.
Elogiava também o reino da fantasia e dos sonhos, estendendo-se esta adoração às partes
mais profundas da alma.
Os Românticos idolatravam e coleccionavam a arte simples do povo, sendo esta para eles
a mais primitiva.
Para além disso, entusiasmavam-se com a beleza e a selvajaria da Natureza.
O termo “poesia” era utilizado, para resumir estes mundos opostos. A poesia era, para os
Românticos, uma força imensa e inacabável de perpétuo (“progressivo”)crescimento
poético, o qual se descrevia como a origem de todas as coisas (“universal”).
Segundo eles, a poesia tinha determinado tanto a era mitológica, como a Idade Média,
mas foi derrubada pela Reformação e o Iluminismo, chegando a encontrar-se, assim, so-
mente na literatura do povo, na Natureza , em certos momentos da vida (amor) e em cer-
tas pessoas (principalmente nas mulheres e crianças).

Os Românticos foram influenciados pelos filósofos Johann Gottlob Fichte (1762-1814)


e Friedrich Wilhelm Schelling (1775-1854), os quais preconizavam o espírito e a
Natureza, como princípios básicos de toda a existência.

3. O Papel da Poesia e do Poeta no Romantismo

Os Românticos classificavam as obras poéticas como parte de uma poesia universal. Ao


contrário do que era preconizado pelo Iluminismo, a poesia não era usada como um sim-
ples instrumento e, em comparação ao Classicismo, a poesia não se descrevia como um
método educativo e uma antecipação do mundo ideal. Para os Românticos a poesia já
fazia parte do mundo ideal.
Às obras poéticas românticas cabia cumprir a tarefa de descobrir o mundo da poesia que,
anteriormente tinha sido enterrado, na esperança de esta um dia vir a dominar o mundo.
O poeta via-se, nesse contexto, no papel de um sacerdote de uma nova religião, ainda
oculta.

4. Diferenças em Relação ao Classicismo


O Classicismo também tinha constatado as desvantagens da ordem burguesa (p. ex. a
divisão profissional e a especialização do homem), defendendo o seu ideal, de que o
homem seria capaz de desenvolver, em harmonia, todo o seu potencial, a favor da beleza,
da verdade e do Bem. O Romantismo, pelo contrário, não acreditava na capacidade meta-
mórfica do ser humano e da sociedade. Pois, não criava qualquer tipo de programa de
instrução, o qual pudesse promover o alcance dos ideais. Antes procurava estabelecer
mundos contraditórios, que poderiam servir de refúgio. Essa fuga tanto era feita em
conjunto com outros correligionários como individualmente, como no caso do poeta

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Novalis, o qual procurava esse refúgio com a ajuda de estupefacientes.
Daí, não é admirável o facto de Goethe ter recusada o Romantismo, embora uma grande
parte dos Românticos terem idolatrado a sua pessoa e as suas obras.

5. Restrições

As ideias românticas caracterizavam-se pela sua imprecisão e difícil apreensão. Porém,


na realidade não excluiam o raciocínio e empenhamento de científicos. Os românticos
também apresentavam obras e trabalhos científicos, os quais eram produto de uma inves-
tigação que respeitava a exactidão dos factos. Os Irmãos Grimm, por exemplo, deram
início à investigação da língua e literatura alemãs (começo da filologia germânica).
Também as Ciências Históricas, no seu sentido actual, encontraram o seu início na era do
Romantismo. Alguns dos Românticos eram politicamente activos e apoiavam a aspiração
dos alemães, relacionada com a reunificação da nação.

6. Autores e Obras Importantes

Os poetas e filósofos românticos tinham a tendência de formar círculos de amigos nas ci-
dades universitárias. O centro das atenções desses círculos era, frequentemente, represen-
tado por mulheres: Karoline Schlegel, (a qual esteve, durante algum tempo, casada com
August Wilhelm Schlegel), Elisabeth von Arnim (que era tratada por Bettina, e era
esposa de Achim von Arnim e irmã do seu amigo Clemens Brentano), Rahel Levin e
Henriette Herz (as quais eram donas de salões literários em Berlim).

O principal género literário do Romantismo era o romance. Segundo os Românticos era


nele que tanto a reflexão teórica e a narrativa, assim como as disposições líricas poderiam
formar um ponto de encontro, sem existir uma subjugação a padrões rígidos.

• Friedrich Schlegel (1772-1829)


- “Lucinde” (romance, 1799),
• August Wilhelm Schlegel (1767-1845), o qual publicou de desde 1798 até 1800, con-
juntamente com o seu irmão, a revista “Athenaeum”,
• Novalis (Friedrich von Hardenberg, 1772-1801)
-“Hymnen an die Nacht” (poemas, 1797)
-“Heinrich von Ofterdingen” (fragmento de um romance, 1802)
-“Die Christenheit oder Europa – Ein Fragment”, (obra fragmentada, 1799)
• Ludwig Tieck (1773-1853)
-“Der gestiefelte Kater” (drama, 1797)
-“Theoretische Schriften” (Obras Teóricas, 1796)
• Clemens Brentano (1778-1842)
-Gedichte (poemas), p. ex. “Der Spinnerin Nachtlied” e “Lore Lay”
-“Des Knaben Wunderhorn” (colectânea de cânticos do povo, a partir de 1805), em co-
operação com Achim von Arnim (1781-1831)

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• Joseph Freihe rr von Eichendorff (1788-1857)
-Gedichte (poemas), p. ex. “Der Abend” e “Mondnacht”
-“Aus dem Leben eines Taugenichts” (novela, 1826)
• Ernst Theodor Amadeus (E.T.A.) Hoffmann (1776-1822)
-“Das Fräulein von Scuderi” (novela, 1819)
• Jakob Grimm (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859)
-“Kinder- und Hausmärchen” (1812, 1815, 1822)
-“Deutsches Wörterbuch” (dicionário alemão, iniciado em 1854, a sua elaboração foi
continuada após a morte dos irmãos e, finalmente, concluída em 1961)
• Heinrich Heine (1797-1856)
Heinrich Heine ocupa um lugar proeminente na história da literatura. Ele foi o mais po-
pular dos líricos românticos. Os seus poemas que integram a obra “Buch der Lieder”
(1827), influenciaram a literatura, para além da época do Romantismo, tornando-se al-
guns até cânticos do povo (p. ex. “Die Lorelei”).

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H. Época da Restauração: “Biedermeier”, Junges Deutschland”,
“Vormärz” (1815-1848)

1. Contexto Histórico

A época da Restauração começou em 1815 com a decadência da era napolitana na Eu-


ropa e o Congressa de Viena, terminando depois com a revolução burguesa, a chamada
“Märzrevolution/Revolução de Março” de 1848.
As características dessa época são a segurança externa e a opressão interna das ideias
emergentes do liberalismo, nacionalismo e da democracia.
As autoridades e o povo aclamavam a estabilidade e a segurança que se instalou, após as
guerras napoleónicas.
Os alemães não atribuiam tanto a culpa à guerra e a Napoleão, o qual continuava a ser
idolatrado por muitos, mas sim ao fenómeno da Revolução Francesa.
Era opinião geral, de que as multidões foram instigadas a ambicionarem coisas, às quais
não tinham direito, visto, a revolução, ter originado o assassinato de um rei e de inúmeros
aristocratas.
A revolução francesa, que, ao longo dos anos, acarretou ambições desmedidas, perturbou
a Europa e quase conseguiu derrubar a ordem social universal.
Os métodos severos que as repartições estatais alemãs aplicavam, para que fosse
assegurada a ordem reinstalada, dava aos cidadãos um sentido profundo de segurança.

2. Biedermeier

2.1. Características

A designação provém de uma paródia à burguesia picuinha (“Spiessbuergertum”),


publicada entre 1855 e 1857 por Ludwig Eichrodt na revista “Münchener
Fliegende Blätter”, e que consistia na apresentação dos poemas fingidamente muito
honestos do professor escolar Gottlieb Biedermeier e do seu amigo Horatius
Treuherz.
O “Biedermeier” tornou-se, num curto espaço de tempo, num sinónimo do prosái-
co, trivial, principalmente em relação à arte decorativa do lar e da pintura. Somente
pouco a pouco se tornou num tópico descritivo para a época da restauração não-po-
lítica e a sua respectiva classe burguesa. Em termos literários, serviu, finalmente,
para designar todos aqueles escritores pós-românticos que, em contraposição aos
literatos do “Vormärz”, não pretendiam transmitir qualquer mensagem política
através das suas obras.

Os representantes do “Biedermeier” atribuiam à arte um certo valor social, no


sentido de tanto promover a ligação entre as pessoas como também fortificar o
sentido de comunidade.

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Os géneros literários preferidos eram o idílio (Idylle), um poema épico que servia
de entretenimento no âmbito familiar, e o drama, o qual era apresentado publica-
mente.
A sociabilidade preconizada pelo “Biedermeier” manifestava-se, para além disso,
na afeição por obras como sátiras, epigramas, relatórios de viagens, diários, cartas e
memoriais que eram lidas em voz alta no seio familiar ou perante amigos.
Uma das características desta corrente literária era a multiplicidade confusa de es-
tilos e predilecções.

2.2. Autores e Obras do “Biedermeier”

• Eduard Mörike (1804-1875), cujo nome é automaticamente associado ao


“Biedermeier”. A sua lírica rítmica, metafórica e formalmente perfeita que
conjuga tanto características de cânticos do povo e baladas como componentes
idílicos, define-se como elo de ligação entre Goethe e a poesia moderna.
Obras: “Mozart auf der Reise nach Prag” (1856), “Maler Nolten” (1832), “Das
Stuttgarter Hutzelmännchen” (1852), “Scherz, Satire, Ironie und tiefere
Bedeutung”, “Marius und Sulla”, “Die Hohenstaufen”, “Die
Hermannsschlacht”, “Cid”, “Don Juan und Faust”.
• Franz Grillparzer (1791-1872), “König Ottokars Glück und Ende” (1825), “Ein
treuer Diener seines Herrn” (1828), “Ein Bruderzwist in Habsburg”, “Die Jüdin
von Toledo”, “Libussa”, “Das Goldene Vlies”.
• Johann Nestroy (1801-1862), “Der konfuse Zauberer”, “Lumpazivagabundus”,
“Der Zerrissene”, “Das Haus der Temperamente”.
• Ferdinand Raimund (1790-1836), “Der Verschwender”, “Der Alpenkönig”,
“Der Menschenfeind”, “Der Bauer als Millionär”, “Der Barometermacher auf
der Zauberinsel”, “Der Diamant des Geisterkönigs”, “Die gefesselte Fantasie”
e “Die Unheil bringende Zauberkrone”.
• Annette von Droste-Hülshoff (1797-1848), “Die Judenbuche. Ein Sittengemälde
aus dem gebirgichten Westfalen” (1842), “Heidebilder”, “Der Knabe im Moor”
(1842).
• Adalbert Stifter (1805-1868), “Studien” (1844-1850), “Bunte Steine” (1835),
“Nachsommer” (romance de índoles educacional e instrutiva, 1857), “ Witiko”
(1865-67).
• Friedrich Rückert (1788-1866), “Liebesfrühling” (obra periódica, 1844), “Die
Weisheit des Brahmanen” (1836-1839), “Kindertotenlieder” (1872), “Gehar-
nischte Sonette” (1814).

3. “Junges Deutschland” e “Vormärz”

A burguesia liberal e os estudantes reagiram de uma forma diferente às situações políticas


da era da Restauração.
Por um lado, desenvolvia-se rapidamente a economia, a tecnologia e a indústria, e, por

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outro lado, o proletariado, ou seja a burguesia não tinha possibilidade de comparticipar
nas actividades políticas.
A miséria social e a insatisfação, face à opressão política aumentavam cada vez mais.
Houve actos isolados de revolta e manifestação política (Hambacher Fest 1832), o que,
finalmente em 1848, conduziu à Revolução de Março, a qual levou ao estabelecimento de
reformas em praticamente todas as capitais dos estados federados alemães (liberale
Verfassungen/constituições liberais), e originou as eleições para o parlamento nacional de
Frankfurt.
O Vormärz faz, assim, alusão a tendências progressivas, que se instalaram a partir de
1815.
Nessa altura, a literatura prosseguia objectivos liberais, sócio-políticos e, em parte,
radicaldemocrático-comunistas.

A literatura da era do Vormärz dividia-se em duas categorias:


• “Junges Deutschland” (“Alemanha jovem”, desde ca. 1830 até à proibição dessas
publicações na Áustria e Prússia, em 1834 e 1835, respectivamente),
• verdadeiro “Vormärz” (“Ante-Março”, também tratado por “Poesia Política Tendenci-
al” (“politische Tendenzdichtung”).

3.1. “Junges Deutschland”-Características

A designação foi atribuida por Ludolf Wienbarg (“Dem jungen Deutschland, nicht
dem alten widme ich dieses Buch.”) a uma associação aberta de escritores politica-
mente activos.

Tanto os “Alemães Jovens”, como os representantes do “Vormärz” literário tinham


o mesmo objectivo: a renovação da literatura e a imposição do direito das mulheres
à instrução e à autonomia.
Eles escreviam contra a censura e arbitrariedade dos déspotas e a favor da liberdade
de imprensa, do direito de igualdade e da democracia.
Para além disso, defendiam a separação de Igreja e Estado. Neste contexto, foi
Heinrich Heine que desempenhou um papel de elevada importância, muito embora
o mesmo só possa ser enquadrado de forma muito condicionada no movimento do
“Junges Deutschland”. Porém, o seu protagonismo baseava-se na sua postura con-
sequente, na originalidade dos seus pensamentos e na estética das suas obras.
A obra “Die romantische Schule” (1836) tornou-se numa das publicações teóricas
mais importantes do movimento, dado que não tratava de história literária, mas
descrevendo-se como um ajuste de contas com as tendências reaccionárias dos
representantes da última fase do Romantismo.
O movimento “Junges Deutschland” pretendia uma “politicação da literatura”
(“Politisierung der Literatur”), na qual se tornavam factores predominantes a sátira
e a crítica da época. Já não era o poético, o sublime, o romântico que interessava,
mas sim o “aqui e agora”, a situação concreta da actualidade que exigia diariamente
novas tomadas de posição.

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O seu príncipio mais decisivo era a exigência de uma liberalidade desenfreada. A
maior parte dos protagonistas desse movimento identificava-se, repleta de orgulho,
como publicista público e não como literato ingénuo. Por conseguinte, a par de
textos líricos, romances e novelas, eram publicadas formas literárias metódicas, co-
mo cartas, relatos de viagens, folhetos, textos jornalísticos e folhetins.

No dia 10 de Dezembro de 1835, foram proibidas, pelo parlamento alemão, todas


as obras publicadas pelo movimento “Junges Deutschland”. Foi pela primeira vez
na História da Alemanha, que uma corrente literária se tornou alvo da censura.
Os jovens autores foram acusados de terem “atacado a religião cristã da forma mais
insolente, degradado todas as condições sociais existentes e destruído toda a cultura
e moralidade”.
A proibição da literatura proveniente do “Junges Deutschland” e as repressões que
daí advieram, foram a causa para o facto de muitos dos jovens autores perderem a
sua fé na justiça e na liberdade e terminarem o seu trabalho sócio-político.

• Autores e obras:
-Karl Gutzkow (1811-1878), fundou, em 1831, o “Forum der Journal-
Literatur”, redigiu anonimamente o romance “Briefe eines Narren an eine
Närrin” (1832).
Obras principais: “Wally, die Zweiflerin”, “König Saul”, “Die Ritter vom Gei-
ste”, “Der Zauberer von Rom”, “Der Gefangene von Metz”.

-Heinrich Laube (1806-1884), publicou entre 1833 e1834 “Zeitung für die ele-
gante Welt”, a qual se tornou no porta-voz do movimento.
Obras principais: “Das junge Europa” (1833-1837), “Die Karlsschüler”
(1846), “Graf Struensee” (1847), “Die Bernsteinhexe” (1847).

3.2. “Vormärz” no Sentido Restrito

Friedrich Wilhelm IV, tanto adepto do Romantismo como muito instruído, subiu
ao trono prussiano em 1840, e gerou, inicialmente, muita esperança no que tocava à
liberalidade dos cidadãos. Por fim, desiludiu por completo, não tendo dado
satisfação às exi-gências de ordem social, proclamadas com veemência tanto pela
burguesia como pelo proletariado.
Eis porque a oposição se começou a radicalizar, a partir de 1840 (Ferdinand
Freiligrath, Robert Eduard Prutz) e apareceram novas figuras determinadas
(Georg Herwegh, Georg Weerth). Nessa altura, também Karl Marx e Friedrich
Engels iniciaram o seu ataque filosófico.
A nova oposição já não pretendia alterar, isoladamente, instituições politícas, mas
sim a ordem social em geral. Também não queria passar a escrever, elegantemente,
à margem da censura, mas intervir, abertamente, em favor da revolução.
A crítica religiosa aumentava cada vez mais, dirigindo-se contra a aliança entre o
trono e a Igreja.

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• Autores e obras:
-Georg Herwegh (1817-1884), a sua obra “Lieder eines Lebendigen” (editada
em dois tomos na cidade de Zurique, nos anos 1841 e 1843), obteve um sucesso
enorme entre o público leitor.
-Ferdinand Freiligrath (1810-1876), redigiu “Mein Glaubensbekenntnis”
(1844), que foi um manifesto político da oposição democrática. Freiligrath foi
forçado a emigrar para a Bélgica e Inglaterra. Em 1868 regressou à Alemanha,
recebendo louvores da Nação, pelo patriotismo que manifestou na altura do
“Vormärz”.
-August Heinrich Hoffmann von Fallersleben (1798-1874), foi um patriota
entusiástico e defensor literário das ideias de 1848.
Hoffmann von Fallersleben tornou-se popular como autor do hino nacional
alemão (“Das Lied der Deutschen).
Publicou em 1840 e 1841 “Unpolitische Lieder” (Cânticos não-políticos”),
que, na verdade, era uma obra extremamente política, onde ele preconizava
tanto a união alemã como os direitos democráticos do povo.
-Heinrich Heine (1797-1856), “Deutschland ein Wintermärchen”, “Die
schlesischen Weber”, “Jammertal” (poemas, atribuíveis ao movimento do
“Vormärz”).

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Biedermeier/Vormärz
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N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 29
I. Época do Realismo - “Realismus” (1850-1890)

1. Características Gerais

O Realismo trata, como o termo indica, da realidade, ou seja do que se entendia por
realidade no séc. XIX: a realidade observável, captável pelos sentidos, do ser humano e
da Natureza.
Essa noção da realidade estabelecia, conscientemente, uma delimitação rela tivamente ao
que era considerado sobrenatural, p. ex. a religião, a qual era tomada como irreal.

Exemplos:
-Charles Darwin (1809-1882): segundo a sua doutrina, a Natureza é marcada pela luta
das espécies pela sobrevivência. Também o ser humano faz parte da Natureza, sendo es-
te um produto da evolução. Essa opinião de Darwin, contrapunha-se à doutrina bíblica,
segundo a qual, o homem seria uma criação divina.

-Ludwig Feuerbach (1818-1883): interpretava a religião, como sendo uma invenção do


homem.

-Karl Marx (1818-1883): na sua opinião de Marx, tanto a religião, como a filosofia e o
direito eram formas de, disfarçadamente, exprimir interesses económicos (reais).

-Materialismo: vertente filosófica, a qual interpreta a matéria – como realidade objectiva


que reside fora do consciente – o factor primitivo e determinante.

2. Síntese Histórica

• Expansão da industrialização e do capitalismo até à dimensão de um sistema universal


(Imperialismo), visto que se vivia a segunda fase da Revolução Industrial.
Período que foi marcado pelo clima de euforia e progresso material que a burguesia
industrial experimentava.
• A burguesia tornava-se na classe dominante, em virtude das inúmeras invenções
possilitadas pelas descobertas científicas e tecnológicas.
• A condição social do proletariado era cada vez pior. Motivados pelas ideias do socialis-
mo, tanto utópico (ideias de Proudhon e Robert Owen) como científico (Karl Marx e
Friedrich Engels), os operáriros começavam a organisar-se politicamente, fundando
associações trabalhistas.

3. Realismo como Príncipio Literário


A época do Realismo só poderá ser entendida, se for comparada com outras duas épocas
literárias: o Classicismo e o Romantismo.

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R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
B a r r o c o - B a r o c k
I l u m i n i s m o - A u f k l ä r u n g
I m p e t u i s m o - S t u r m u n d D r a n g
C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
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Biedermeier/Vormärz
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N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 30
Realismo Classicismo Romantismo
Do quotidiano só podiam
Tratamento sério de proble- tratar géneros literários
mas humanos do quotidiano considerados “baixos” (p.
ex. a comédia)
As figuras protagonistas Construção de um mundo
Protagonistas eram eram, geralmente, irreal
quaisquer individúos, num conhecidas ou típicas e
determinado contexto preceituadas pela tradição
histórico e social (como o lugar e o tempo, em
que a acção decorria)
A compreensão das obras requeria o conhecimento das
Em exposição intelegível
tradições e formas literárias e de uma linguagem
(prosa)
particular

Atendendo ao facto de as características do Realismo literário se enquadrarem melhor no


romance, o mesmo tornou-se, assim, nessa época, no género literário predilecto dos
escritores.
As obras dos Realistas franceses e russos serviram de orientação.

Representantes principais:
• Henri Beyle Stendhal (1783-1842), “Vermelho e Preto”.
• Honoré de Balzac (1799-1850), “La Comédie humaine”.
• Fjodor Dostojewski (1821-1881), “O Idiota”, “Os Irmãos Karamasow”.
• Leo Tolstoj (1828-1910), “Anna Karenina”, “Guerra e Paz”.

4. O Realismo Poético Alemão

O Realismo poético era a variante alemã do realismo europeu.


O atributo “poético” parece ser contraditório, após tudo que foi dito acerca do Realismo.
Efectivamente, o Realismo alemão era, comparativamente com o francês, menos realista.
Os Realistas alemães distanciaram-se, conscientemente, tanto do Romantismo como do
Realismo impiedoso.
As razões encontravam-se na situação peculiar da Ale manha do XIX:
• Os exemplos do Classicismo (Goethe, Schiller) tinham-se tornado padrões normativos
para as gerações seguintes de escritores.
• Até 1871 a Alemanha estava dividida em pequenos estados autónomos. Por essa razão,
a industrialização iniciou-se relativamente tarde, conservando-se assim, durante muito
tempo, as condições provincianas, campestres e idílicas, favoráveis aos Romantismo.

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M o d e r n i s m o - M o d e r n e 31
Representantes principais:
• Theodor Storm (1817-1888), escreveu principalmente novelas, p. ex. “Der Schimmel-
reiter”.
• Gottfried Keller (1819-1890), escreveu romances, p. ex. “Der grüne Heinrich” e no-
velas, p. ex. “Kleider machen Leute”.
• Theodor Fontane (1819-1898), “Effi Briest”, “Der Stechlin”, “Irrungen und Wir-
rungen”, “Frau Jenny Treibel”, “Die Brück´ am Tay”.
• Wilhelm Raabe (1831-1910), “Der Hungerpastor”.
• Georg Büchner (1813-1837), “Dantons Tod”, “Woyzeck”, embora as suas obras
possúam carácter excepcional e sejam também enquadráveis no movimento “Vor-
märz”.

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J. Época do Naturalismo - “Naturalismus” (1880-1900)

1. Aspectos Gerais

Entre o Naturalismo e o Realismo existe um certo parentesco, visto ambos terem as


mesmas raízes espirituais e sociais.
Os Naturalistas, porém, tentavam ser mais consequentes na realização das ideias dos
Realistas e achavam-se mais radicais. As ciências físicas e naturais eram o único domínio
científico, considerado capaz de compreender a realidade. Segundo os Naturalistas,
deveria então ser também o fundamento principal da arte.
O teorista mais importante do Naturalismo, Arno Holz, transpôs a questão para uma
fórmula: “Arte=Natureza -x”. O “x” equivale ao material utilizado pela arte, ou seja as
suas condições de reprodução (“Reproduktionsbedingungen”). No caso da poesia
corresponderia à linguagem e às formas líricas. O “x” deveria tender ao valor zero, de
forma que a literatura fosse, o mais possível, uma representação exacta da realidade.

Os Naturalistas designavam a realidade por “Natureza”, “Verdade”, “Vida”, tal qual era
entendida por eles. Eles seguiam as teorias do historiador e filósofo francês Hippolyte
Taine (1828-1893), o qual entendia que o ser humano era determinado pela transmissão
hereditária, pelo meio ambiente e pela situação histórica.
Por conseguinte, os naturalistas interessavam-se pelas áreas, onde a dita determinação
mais se manifestava: a questão social e os excessos das grandes cidades (alcoolismo,
doenças venéreas, criminalidade, instabilidade familiar e matrimonial).
Porém, os Naturalistas, embora protestassem contra os inconvenientes sociais, não apre-
sentavam soluções e eram, em princípio, pessimistas.
O Naturalismo não se entendia como um movimento político com um programa, objec-
tivos concretos e estratégias adequadas, mas sim, e em primeira linha, como um
movimento de protesto literário burguês- intelectual.

3. Figuras Exemplares e Adversárias do Naturalismo

Os Naturalistas condenavam e criticavam ao máximo o gosto trivial da época, o qual se


orientava pelos escritores de comédia franceses (Scribe, Dumas) e os imitadores do
Classicismo e Romantismo alemães (Heyse, Geibel).
Em contrapartida, serviam- lhes como pontos de referência o Impetuismo (“Sturm und
Drang”) e certos literatos como Heine e Büchner.
Os Naturalistas idolatravam tanto Emile Zola (1840-1902), o qual tinha criado o
romance naturalista na França e foi o primeiro a qualificar o poeta de experimentador,
como também o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), que nos seus dramas apresentava
o homem determinado (p. ex. “Fantasmas”) e protestante contra o meio ambiente (p. ex.
“Nora”).

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4. Formas Literárias do Naturalismo

• As ideias do Naturalismo foram, em princípio, propagadas através de revistas. Em Ber-


lim os irmãos Heinrich e Julius Hart editavam a revista “Kritische Waffengänge”
(1882-1884) e, em Munique, Michael Georg Conrad publicava “Die Gesellschaft”
(1885-1902).
• Os maiores êxitos obteve o drama naturalista. A sua transposição bem sucedida para
o teatro, levou à fundação de várias salas de teatro, vocacionadas somente para a
apresentação de peças de teatro de cariz naturalista. As características típicas eram:
-por um lado, a conservação da forma tradicional (p. ex. tragédia, comédia) e, por ou-
tro lado, a tendência de revestimento épico das obras (p. ex. “Die Weber”),
-o emprego de novos temas, os quais até àquela altura tinham sido tabu,
-a prefêrencia pelo uso do dialecto, prestando, assim, tributo à exigência da proximida-
de à realidade,
-a supressão do monólogo,
-a direcção artística pormenorizada,
-o aparecimento frequente de dramas analíticos, onde uma fatalidade do passado (por
razões hereditárias, p. ex.) se ostenta no decorrer do drama (a título de prova para a de-
terminação).

5. Representantes Importantes do Naturalismo

• Arno Holz (1863-1929), “Die Kunst. Ihr Wesen und ihre Gesetze” (ensaio),
“Phantasus” (poema).
• Gerhart Hauptmann (1862-1946)
-Dramas: “Vor Sonnenaufgang”, “Die Weber”, “Der Biberpelz”, “Die Ratten”
-Obra épica: “Bahnwärter Thiel”.

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K. Época do Expressionismo - “Expressionismus” (1905-1925)

1. Definição

O termo “Expressionismo” provém da palavra latina “expressio”, a qual significa “ex-


pressão”.
O termo foi utilizado em 1911, por ocasião de uma exposição de arte em Berlim, para
designar as obras de jovens pintores franceses. O escritor Kurt Hiller transpôs a designa-
ção para a literatura, passando a mesma a caracterizar os jovens escritores dessa época.
O Expressionismo significa, em termos literários, a arte de expressão, com o auxílio da
qual, tanto as verdades interiorizadas como as experiências vividas, poderão ser apre-
sentadas no sentido do Modernismo.

6. Ideologia

Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial muitos dos artistas mostravam enorme descon-
tentamento com a situação que a sua época apresentava.
Por conseguinte, os Expressionistas, os quais mantinham a convicção de que o mundo
era imoral e a evolução humana tinha decorrido de forma caótica, pretendiam que a arte
fosse novamente um instrumento para criar um mundo renovado.

7. Problemática

Os objectivos dos Expressionistas revestiam-se de carácter muito geral. Eles pouco


ponderavam a forma como alcançar as metas pretendidas. Em vez disso, celebravam o
espírito de sacrifício, o entusiasmo e o empenhamento em si. Estas características torna-
vam-se valores autónomos, que extasiavam os representantes do Expressionismo, sem
que fosse colocada a questão relativa à finalidade que deveria ser prosseguida com esses
atributos.
Para os Expressionistas tornara-se indiferente, em que sentido algo deveria sofrer uma
alteração. O essencial era que, em geral, algo fosse feito (activismo). Consequentemente,
surgia, por vezes, a situação de os mesmíssimos artistas se virem a empenhar, sucessiva-
mente, tanto em prol do nacional-socialismo como a favor do comunismo. Outra opinião
aberrante dos Expressionistas, era o acolhimento da Primeira Guerra Mundial, como al-
teração aclamada.

8. Características da Literatura Expressionista

O Expressionismo não se tornou importante, devido à sua concepção universal. O


significado do movimento expressionista reside na sua literatura, a qual representava uma

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renegação das formas tradicionais e uma total dedicação às novas temáticas e novos
estilos do Modernismo.
A linguagem do Expressionismo não era uniforme. Apresentava-se extaticamente exa-
gerada, metafórica, simbolicamente enaltecida e tendia por deteriorar a linguagem instru-
tiva tradicional.
Ela acentua a capacidade expressiva e os ritmos correntes, martelados e congestionantes.
Para além disso, eram também características do estilo expressionista: a escassez
linguística, a falta tanto de palavras expletivas como de artigos e preposições, a aglome-
ração de palavras nominais, a acentuação do verso, os neologismos e a nova moldagem
de sintaxe.

• Lírica:
A lírica é o género literário que mais se adequava ao Expressionismo. Os temas e moti-
vos típicos eram a angústia, a morte, a loucura, a melancolia e a guerra. Usando-se das
características acima descritas, os expressionistas criavam um mundo irreal para o lei-
tor.
Porém, a intenção primordial dos autores dessa época, não era reflectir a realidade nas
suas obras, mas sim a transmissão da verdade através das mesmas.

Autores:
-Jakob von Hoddis (pseudónimo de Hans Davidson, 1887-1942), “Weltende”
(1911), obra que se tornou, praticamente, na “confissão de fé” da geração expressio-
nista.
-Georg Heym (1887-1912, Franz Werfel (1890-1945), Gottfried Benn (1886-1956),
Else Lasker-Schüler (1869-1945), Ernst Stadler (1883-1914), Georg Trakl (1887-
1914).

• Obras Épicas e Dramatismo:


Tanto as obras épicas como a poesia narrativa não desempenharam um papel impor-
tante durante o Expressionismo, dada a recusa à psicologia e causalidade – como
métodos para a explicação do homem e do mundo – pelos autores dessa época.
A narrativa em prosa, só ganhou mais importância aquando da Primeira Guerra Mun-
dial.

Autore s:
-Franz Kafka (1883-1924), “Der Heizer”, “Die Verwandlung”, “Das Urteil”
-Albert Ehrenstein (1886-1950), “Tubusch”
-Carl Einstein (1885-1940), “Bebuquin oder die Dilettanten des Wunders”
-Alfred Döblin (1878-1957), “Die Ermordung einer Butterblume”

O drama desempenhava conjuntamente com a lírica um papel dominante, visto ter per-
mitido aos autores expressionistas uma demonstração ampla e eficaz das ideias de me-
tamorfose e intensificação, proeminentes nessa época. Os temas realçados através do
dramatismo eram, em princípio, a criação de um homem transformado e renovado e, a

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partir de 1915 (como reacção à guerra), a hostilidade perante a tecnologia e o ódio à
civilização.
Características típicas do drama expressionista transposto para o teatro, eram os longos
monólogos, a sucessão de imagens lírico-hínicas, a mímica, a dança, a pantomima, os
trajes independentes da moda, as cenas abstractas e as novas técnicas de iluminação
cenária.
Para além disso, já não se tratava de retratar carácteres, mas sim figuras típicas so-
bre-individuais (“homem”, “mulher”, “filha”, etc.), situando-se o foco na “Alma” e na
“Psique”.

Autores:
-Reinhard J. Sorge (1892-1916), “Der Bettler”
-Walter Hasenclever (1890-1940), “Der Sohn”, “Menschen”
-Paul Kornfeld 1889-1942), “Die Verführung”
-Hanns Johst (1890-1978), “Der junge Mensch”
-Reinhard Goering (1887-1936), “Seeschlacht”
-Fritz von Unruh (1885-1970), “Ein Geschlecht”, “Platz”
-Ernst Barlach (1870-1938), “Der tote Tag”, “Der arme Vetter”
-Ernst Toller (1893-1939), “Die Wandlung”, “Masse Mensch”
-Georg Kaiser (1878-1945) , “Die Koralle”, “Gas I”, “Gas II”
-Oskar Kokoschka (1878-1945), “Mörder”, “Hoffnung der Frauen”, “Der brennende
Dornbusch”

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L. Época do Modernismo - “Moderne” (A Partir do Séc. XX)

1. Fundamentos Gerais

Logo a partir do Renascimento, foram procurados ideais e valores que se diferenciassem


das concepções religiosas da Idade Média e, os quais colocassem o homem no foco das
atenções.
As ideias novas referiam-se ao individúo autónomo, o qual procura analisar as coisas
através do seu raciocínio, para depois poder tomar uma decisão deliberada e agir (Ilumi-
nismo).
A arte e a filosofia do Classicismo alargaram essa concepção até à personalidade ideal,
que reúne em si, em plena harmonia, tanto as suas capacidades e inclinações como
também a instrução mais completa.
Porém, assim foi criado um universo, onde a realização dos novos objectivos era clara-
mente comprometida (p. ex. a ostentação do Estado e das suas instituições, as regras e a
burocracia, o desenvolvimento da delegação de tarefas e a especialização da crescente in-
dustrialização).
O homem corria o risco de se alhear ao mundo, caso pretendesse preservar a sua autono-
mia, ou de perder a sua autonomia caso procurasse uma integração.
Tornara-se cada vez mais difícil encontrar um compromisso, o qual permitisse ao homem
sentir-se, ao mesmo tempo, livre e acolhido.

A situação e problemática retratadas agravou-se mais no séc. XX:


-o mundo tornou-se mais complicado e intransparente,
-houve um acréscimo de conhecimentos, porém, esses não resultaram de uma experiência
directa, mas foram sim fornecidos por outrem,
-as possibilidades do ser humano aumentaram de forma imensa (tecnologia), mas sucedeu
uma globalização dos perigos,
-a psicologia pôs em questão a ideia de poder existir um indivíduo autónomo, sensato e
consciente, o qual seja “bom de natureza”,
-os sistemas de valores que pudessem fornecer uma linha de orientação ao ser humano,
como p. ex. a religião, a pátria e a família, perderam a sua evidência e deixaram de pro-
duzir os seus vínculos gerais.

9. Consequências para o Romance

2.1. Em Relação ao Conteúdo

O romance representa o género literário que, o mais tardar desde a publicação da


obra “Don Quixote” de Miguel de Cervantes (1547-1616), retrata o conflito
existente entre o indivíduo e o universo.

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A partir do séc. XX, numa época onde os escritores/artistas experimentam e regis-
tam as ameaças – às quais o ser humano se encontra exposto – de uma forma mais
intensa e com uma sensibilidade acrescida, começou a aumentar o alheamento do
herói romanesco relativamente ao seu meio ambiente. Tornou-se numa negação
total da figura heróica convencional. A sua vida é marcada pela passividade, pelo
sofrimento e pela reflexão autotorturante. O herói dos romances começou progres-
sivamente a perder as suas capacidades de agir com sensatez, encontrando-se, ao
mesmo tempo consciente dessa situação.

2.2. Em Termos Formais

A narrativa também sofreu alterações dadas as circunstâncias acima descritas.


Surge assim a chamada “Crise do Romance (tradicional e realista)”:
- o esquema do romance tradicional (a descrição realista de um percurso de vida
num certo contexto histórico-social) tornou-se demasiado restrito, para poder a-
branger uma realidade cada vez mais complexa e difusa,
- a prosa natural do romance, a qual deriva da linguagem quotidiana, tornou-se, na
opinião dos poetas, demasiadamente marcada por tipicismos resultantes das con-
venções sociais, da publicidade e da política,
- para além disso, tanto a fotografia como a cinematografia tornaram-se concorren-
tes significativos do romance, visto conseguirem reproduzir melhor e de forma
mais directa a realidade exterior.

Para que estas dificuldades fossem ultrapassadas, foram então criadas certas técni-
cas narrativas, as quais são frequentemente aplicadas no mesmo romance e que po-
derão ser descritas da seguinte forma simplificada:
- o narrador tem a possibilidade de tematizar no romance, as dificuldades que sente
no próprio acto de narrar e alterar, assim, a impressão da realidade e da verosimi-
lhança (característica típica do estilo realista),
- o narrador poderá efectuar descrições realistas, ou afirmar que pretende descrever
realisticamente através da ironia, enquanto manifesta reservas para com esse mes-
mo estilo ortográfico,
- o narrador não consegue ordenar a realidade, de modo que leve a cabo um de-
curso narrativo e, em vez disso, conjuga várias impressões da realidade nos seus
aspectos variados, formando dessa forma, frequentemente, uma imagem confusa,
- o narrador, por vezes, chega a descrever desordenadamente os sentimentos e pen-
samentos das suas figuras romanescas sem se manifestar como narrador (monólo-
go interno), devido à sua incapacidade de uma exposição nítida da realidade in-
terior, ou seja da psique do ser humano,
- os romances modernos apresentam-se parcialmente como dissertações filosóficas
que suplantam tanto a acção como a descrição, em virtude da apresentação teórica
da realidade,
- os autores abandonam a realidade, criando mundos próprios, irreais e semi-reais,

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B i e d e r m e i e r / V o r m ä r z
R e a l i s m o - R e a l i s m u s
N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
E x p r e s s i o n i s m o - E x p r e s s i o n i s m u s
Modernismo-Moderne 39
com os quais pensam poder exprimir com maior exactidão a situação do homem
moderno.

2.3. Autores e Obras Importantes

• Hermann Broch (1886-1951), “Der Tod des Vergil”,


• Alfred Döblin (1878-1957), “Berlin Alexanderplatz”,
• Hermann Hesse (1877-1962), “Der Steppenwolf”,
• Franz Kafka (1883-1924), “Der Prozess”,
• Thomas Mann (1875-1955), “Buddenbrooks”, “Der Zauberberg”, “Doktor
Faustus”,
• Robert Musil (1880-1942), “Der Mann ohne Eigenschaften”,
• Rainer Maria Rilke (1875-1926), “Aufzeichnungen des Malte Laurids Brigge”.

3. A Lírica Moderna

Em relação a todas as obras artísticas, podemos estabelecer uma diferenciação entre dois
factores que possúem uma ligação dialéctica: o conteúdo expressivo e a forma.
O conteúdo só poderá ser expresso através da forma e a forma só terá sentido através do
conteúdo. A partir do séc. XIX a dialéctica de forma-conteúdo veio sofrendo cada vez
mais alterações a favor da forma, a qual, finalmente, se transformou no conteúdo.
Criou-se assim, p. ex., a pintura abstracta, onde os artistas procuram construir um mundo
próprio, somente através da utilização da parte formal das imagens visualizadas (linhas,
áreas e cores), sem que esse tenha de reflectir a realidade.
Na arte poética é a lírica que corresponde melhor ao objectivo da obra de arte abstracta.

As razões para a existência de uma poesia desse tipo, a qual não pretende exprimir a
realidade, mas sim ser uma realidade autónoma que se sastisfaz a si própria (“L´art pour
l´art, poésie pure”), residem na própria época moderna. Os líricos modernos procuram
criar um mundo próprio alheio à realidade, através duma nova linguagem, a qual se opõe
tanto às tradições literárias consideradas antiquadas como à linguagem desprovida e
subjugada às normas da literatura.
Os poemas modernos descrevem-se, por conseguinte, como um acto de protesto contra a
realidade. Porém, os poetas intentam também fornecer ao mundo um novo sentido, o qual
se poderá achar autonomamente em cada obra de arte.

4. O Drama Moderno

A partir de meados do séc. XX, os autores de teatro deixaram de designar as suas


produções por “drama” ou “tragédia”, visto estas categorias pressuporem um indivíduo
autónomo, consciente e autoresponsável, o qual sofre as consequências pelas escolhas

I d a d e M é d i a - M i t t e l a l t e r
R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
B a r r o c o - B a r o c k
I l u m i n i s m o - A u f k l ä r u n g
I m p e t u i s m o - S t u r m u n d D r a n g
C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
R o m a n t i s m o - R o m a n t i k
B i e d e r m e i e r / V o r m ä r z
R e a l i s m o - R e a l i s m u s
N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
E x p r e s s i o n i s m o - E x p r e s s i o n i s m u s
Modernismo-Moderne 40
que efectuou deliberadamente (herói trágico), por essas mesmas entrarem em conflito
com princípios de uma esfera de valores equiparados.
Segundo eles, as tragédias são redigidas para se conseguir uma sociedade mais apurada,
onde as tragédias já não precisarão de existir.
No caso de se vir a perder essa perspectiva utópica e optimista, então também o próprio
termo “tragédia” perderá o seu sentido.
Em vez disso, tornou-se popular a designação inexpressiva “peça”, a qual reflecte a ob-
servação de um tipo de ser humano que se sente tanto marcado pela perda de acção, de
sentido e do seu historial como pela impotência e determinação, ao mesmo tempo que se
encontra no meio de uma sociedade mediática prepotente, caracterizada por dificuldades
de comunicação.

Por conseguinte, dissolveu-se o cânon das formas da tragédia que outrora fora obriga-
tório:
- o drama fechado em si, cujo decurso podia conduzir a uma concreta solução ou a uma
catástrofe foi substituído pelo drama aberto, onde o conflito descrito não é resolvido,
visto o respectivo drama desconhecer os meios para tal ou fingir desconhecê- los,
- tanto os actos como as cenas deixaram de existir, tendo havido uma substituição por
imagens e impressões de nível equiparado,
- o texto tornou-se numa componente equivalente às demais, dentro de uma contextura
mímica, musical e visual,
- o conflito dramático, revelado através de palavras e conversação, foi, pouco a pouco,
substituído pela tentativa de se exprimir o que é inexpressável. A linguagem como
forma de reconhecimento do mundo e de comunicação intersubjectiva, não consegue
manifestamente obter os efeitos desejados.

I d a d e M é d i a - M i t t e l a l t e r
R e n a s c i m e n t o - R e n a i s s a n c e
B a r r o c o - B a r o c k
I l u m i n i s m o - A u f k l ä r u n g
I m p e t u i s m o - S t u r m u n d D r a n g
C l a s s i c i s m o - K l a s s i k
R o m a n t i s m o - R o m a n t i k
B i e d e r m e i e r / V o r m ä r z
R e a l i s m o - R e a l i s m u s
N a t u r a l i s m o - N a t u r a l i s m u s
E x p r e s s i o n i s m o - E x p r e s s i o n i s m u s
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