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CONSOLAS CURTAS
Armadura Armadura
Principal A s Principal A s
Fv Fv
ac ac
Hc Hc
Laço Laço
Estribos
0,4 A s
Estribos
0,4 A s
série ESTRUTURAS
Este texto resulta do trabalho de aplicação realizado pelos alunos de sucessivos cursos de
Engenharia Civil da Universidade Fernando Pessoa, vindo a ser gradualmente melhorado e
actualizado.
Contributo decisivo teve, igualmente, o Eng.º Carlos Manuel Ferreira de Jesus, sendo parte
importante do texto apresentado conteúdo revisto da monografia de licenciatura por si elaborada.
Apresenta-se, deste modo, aquilo que se poderá designar de um texto bastante compacto, completo
e claro, entendido não só como suficiente para a aprendizagem elementar do aluno de engenharia
civil, quer para a prática do projecto de estruturas correntes.
Certo é ainda que pretende o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à
especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ao que se julga pertinente e alargar-se ao que se
pensa omitido.
Para tanto conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os contributos técnicos que
possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
Os capítulos III, V, e VII não são objecto de avaliação, sendo introduzidos a título de complemento,
sendo, contudo, a sua leitura recomendada.
Estruturas Betão Armado
Capítulo I - Introdução
I.1. Conceito
É generica e conceptualmente aceite como consola curta, o elemento estrutural em balanço
para o qual é verificada a relação a ≤ d, sendo d o canto útil da consola na secção adjacente
ao suporte e, a a distância entre o ponto de aplicação da carga e o paramento de suporte,
conforme é representado no desenho I.1.1.
Fv
a
Fh
Desenho I.1.1
No entanto, outros conceitos mais elaborados definem consolas curtas (cit. in Robinson,
1975), como sendo um elemento prismático em balanço em relação ao seu suporte, carregado
no seu “nariz”, ou seja, na sua extremidade livre e, em que a distância entre o suporte e a sua
extremidade é no mínimo igual à altura da consola.
Em regra geral, a secção transversal de uma consola curta é rectangular, contendo um plano
de simetria comum ao betão e ao aço, no qual actua a carga.
Para que a consola curta possa ter um adequado desempenho estrutural, impõe-se que no seu
dimensionamento sejam observadas as seguintes condições:
9 A dimensão do
Esta dimensão medida no bordo exterior ao plano em que actua a carga, deve ser pelo
menos igual a metade da dimensão do canto útil d na secção adjacente ao suporte
(secção crítica), ou seja:
1
do ≥ d
2
Fhd
Fhd
Fhd
Desenho I.1.2
Desenho I.1.3
v
F
Desenho I.1.4
Desenho I.1.5
Desenho I.1.6
Desenho I.1.7
Desenho I.1.8
Desenho I.1.9
I.2. Aplicações
I.2.1. Em Edifícios
Figura I.2.1
Charriô
h sup
B
Ponte Rolante
Roda da ponte
rolante Gancho de
suspensão
Carril Q
λ l pont
h inf Viga de
rolamento
Desenho I.2.1
Charriô
Ponte Rolante
Q
Pmax l pont Pmin
Desenho I.2.2
A força horizontal total devida à travagem transversal solicitando apenas um único carril,
é distribuída regularmente entre as duas rodas da ponte rolante.
Em caso de uma travagem longitudinal da ponte rolante, a força horizontal é determinada
a partir da condição de que sobre cada carril da ponte actua uma roda com travão.
Daí resulta com o coeficiente de atrito f = 0,1:
P max
T long =
10
T
Q
D max D min
Desenho I.2.3
Conforme representado no desenho I.2.4, a sua excentricidade é dada por:
h inf
e= λ -
2
h sup /2 h sup /2 D
h inf /2 h inf /2
Desenho I.2.4
P P P P
c1 Y=f y = c 2 /a
c2
y = c 2 /a
a a
Vão da viga de
rolamento
Desenho I.2.5
Assim, os valores máximo e mínimo da pressão que actuam nas duas consolas opostas
serão dados por:
D max = P max Σ y D min = P min Σ y
18,30
14,30
Sala das
Sala dos exaustores tremonhas
Desenho I.2.6
Os pórticos pré-fabricados são construídos com base nos diagramas M,Q eN, de acordo
com as regras relativas à construção de elementos de betão armado.
São fabricados em oficina ou estaleiro, observando-se as exigências respeitantes à
tecnologia da fabricação e da colocação no lugar.
A prática da construção oferece algumas soluções nas quais, para manter monolíticos os
nós dos pórticos, importa observar certos cuidados nas ligações que asseguram a junção
dos elementos estruturais.
Assim, deverá ser conferido especial cuidado à concepção, ao cálculo e à construção
destas ligações, factores essenciais à estabilidade da estrutura.
No caso específico de uma consola que serve de apoio a uma viga, os esforços de tracção
da parte superior da ligação são suportados pelos varões de aço, que são soldados às peças
de união de aço da viga, ou directamente à armadura superior desta por ocasião da
montagem. Estes varões de junção podem ser previamente chumbados no betão do pilar e
compreender armaduras de continuidade, com um comprimento suficiente para a
soldadura da samblagem ou, podem ser aplicados na montagem de bainhas embebidas no
pilar durante o seu fabrico, conforme é ilustrado no desenho I.2.7.
Desenho I.2.7
Na parte inferior da viga na zona do apoio na consola, a ligação é efectuada por soldadura das
peças de ligação previstas na viga, sendo uma cantoneira colocada na aresta da consola
conforme ilustrado no desenho I.2.8.
Desenho I.2.8
Um outro tipo de ligação de nós frequentemente utilizada em pórticos pré-fabricados, tem por
base a soldadura dos varões de apoio intercalares, conforme é ilustrado no desenho I.2.9.
Soldadura
Desenho I.2.9
Nas ligações betonadas, a secção Fa pode ser tomada segundo a armadura de apoio da viga,
partindo para isso da condição da igualdade das resistências:
R a . ap
Fa = F a . ap
Ra
M
Q
+N
Viga z
Fa
-N
α F er
Q
l 2/3 l
Desenho I.2.10
Considerando que a tensão exercida pela viga sobre a consola é transmitida segundo um
diagrama triangular, o esforço transverso é suposto estar no centro de gravidade daquele
triângulo, resultando um momento flector da consola determinado por M = 2/3 l . Q onde l é a
parte da consola que funciona na ligação.
De uma forma geral, a largura da consola é admitida igual à da viga (cit. in Mourachev,
Sigalov, Baikov, 1975), sendo o seu vão determinado por exigências de ordem construtiva em
função da disposição das peças de união e das soldaduras de fixação.
No caso de ligações realizadas sem betonagem que suportam esforços transversos
importantes, o vão da consola deve ser verificado tendo em conta a resistência do betão ao
esmagamento, não devendo a tensão devida a este exceder Rpr.
A altura da secção da consola será então calculada a partir da resistência da secção oblíqua:
Q ≤ Rtrbh0
Se a altura da consola for limitada e não satisfizer a condição acima enunciada, então a altura
da consola pode ser reduzida.
No entanto, torna-se em todos os casos obrigatória a observação da condição:
Q ≤ 1/6 Rf1bh0
O esforço transverso, para l ≤ 0,9h0, será totalmente absorvido por varões levantados, sendo a
sua secção determinada pela fórmula:
Q
F re =
2R a.et sen α
A armadura transversal das consolas longas, l > 0,9, é calculada como a das vigas.
A secção da armadura principal da consola determina-se a partir do esforço de compressão N,
admitindo para isso que este esforço está aplicado no centro de gravidade da secção da
armadura principal e, do momento flector da consola M, que provoca a tracção daquela
armadura. Tem-se então:
N M
Fa = -
Ra Ra. γ0. h0
M
onde: e = N
A secção das chapas de aço da consola e das peças de união da viga soldadas à armadura
principal, é determinada a partir do esforço normal a absorver:
N
F p1 =
R p1
y
1
4
3
6 x
5 z
Desenho I.2.2.1.1
Nesta situação, a posição da reacção mútua das duas partes da viga deve ser muito
bem fixada, por aplicação de um aparelho de apoio adequado que permita as
rotações e eventuais translações por dilatação, com todas as variações aceitáveis da
distribuição de pressões sobre a base de apoio, de forma a não serem introduzidas
reacções horizontais.
A disposição das armaduras nas duas partes da viga, de um e do outro lado da
articulação, serão simétricas em relação ao centro do aparelho de apoio.
a
R=P 1+
b
em que P será a carga da consola exterior.
Importa contudo realçar, que o objectivo será o dimensionamento e pormenorização
de uma armadura de suspensão, que transmita para a parte superior da viga a
reacção da consola.
I.2.2.2 Lages
Consolas Curtas / Introdução Cap. I / 17
Estruturas Betão Armado
Desenho I.2.2.2.1
Possíveis situações de fissuração por falta de observação das regras acima mencionadas,
são ilustradas no desenho I.2.2.2.2.
Desenho I.2.2.2.2