Вы находитесь на странице: 1из 3

Exmo.

Senhor
Director da Escola S/3 de S. Pedro,
Dr. Manuel Conceição Coutinho

ASSUNTO: Requerimento de pedido de escusa de intervenção nos procedimentos de avaliação do


desempenho, na função de relator.

Eu, Octávio Valdemar Gonçalves, professor do quadro da Escola S/3 de S. Pedro e pertencente ao
grupo de docência 410, residente em Villa Paulista, lote 56, Abambres, 5000-261, Vila Real, venho
requerer a Vossa Excelência, com carácter de urgência, escusa de intervir nos procedimentos de
avaliação de desempenho, para os quais fui nomeado relator, com as competências mencionadas nas
alíneas a), b), c), d) e e) do n.º 2 do art.º 14.º do Decreto-Regulamentar n.º 2/2010, de 23 de Junho,
pelo coordenador de Departamento de Ciências Sociais e Humanas, Fernando Queirós Meireles, ao
abrigo do n.º 1, do art.º 13.º e de acordo com os critérios estabelecidos nas alíneas a) e b), do n.º 3,
do mesmo art.º 13.º, do citado Decreto-Regulamentar, uma vez que está criado, na escola, um clima
de suspeição que impende sobre a isenção dos relatores, e especificamente sobre mim próprio, o
que colide com o princípio da imparcialidade definido no art.º 6.º do Código do Procedimento
Administrativo [CPA], consubstanciado no Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro.
Dado que as suspeições sobre a falta de isenção dos relatores estão, para efeito da percepção e
avaliação subjectivas de alguns elementos da comunidade docente da escola, mais do que
razoavelmente suportadas, tanto na natureza das relações pessoais entre avaliadores e avaliados,
como na falta de transparência e escrutínio público dos procedimentos inerentes ao modelo de
avaliação em vigor, assim como nas suas debilidades técnicas, científicas e pedagógicas, ou, ainda,
nos incidentes susceptíveis de comprometerem a imparcialidade do avaliador, tal como consignados
na alínea a) do ponto 1 do art.º 44.º e na alínea d) do ponto 1 do art.º 48.º do CPA, não resta ao
signatário outra alternativa pessoal e profissional que não seja requerer a sua dispensa imediata de
qualquer participação neste processo.
Para uma melhor explicitação dos fundamentos da minha decisão, referencio, sucintamente, as
evidências e as razões que a fundamentam:
- a circunstância de entre a minha pessoa e um dos avaliandos existir mais de uma dezena de
anos de cooperação escolar, de convívio e de amizade, o que é susceptível de ser entendido
como configurador de intimidade (veja-se o consignado na alínea d) do ponto 1 do art.º 48.º do
CPA), pode vir a substantivar incidentes de suspeição de menor isenção da minha parte,
criando uma situação que a minha consciência ética e deontológica não suporta, sentindo-se,
assim, inibida para actuar debaixo deste clima;
1
- o facto de não estarem definidas as quotas de Muito Bons e Excelentes, atribuídas por escola,
deixa em aberto a possibilidade de poderem ocorrer conflitos de interesses entre avaliadores e
avaliados na disputa pelas classificações de Excelente ou Muito Bom, o que contraria as
garantias de imparcialidade estipuladas na alínea a) do ponto 1 do art.º 44.º do CPA, pelo que,
no limite e mais cedo ou mais tarde, as perspectivas de progressão na carreira de cada professor
dependem, não apenas da sua própria classificação, como também da que os outros professores
da mesma escola/agrupamento obtiverem, o que pode vir a gerar declarações de imputações de
parcialidade, seja sob a forma de favorecimentos ou sob a forma de prejuízos nas avaliações,
degradando-se irremediavelmente o relacionamento e a cooperação entre colegas;
- essas mesmas quotas condicionarão, e não promoverão, o mérito de quem é avaliado assim
como levantarão questões de ordem ética e deontológica no escalonamento, à posteriori, que
pode vir a ter que ser feito aquando da sua aplicação;
- a contingência de não me ter sido disponibilizada, no decurso da minha formação académica e
da minha carreira profissional, absolutamente nenhuma formação específica relativa à
avaliação de professores, o que me deixa na ignorância da posse ou não das capacitações
próprias e do treino requeridos a uma avaliação séria, porque, do ponto de vista dos saberes e
das competências, uma coisa é avaliar alunos e outra, bem distinta, é avaliar professores,
sobretudo quando estes são colegas com o mesmo tempo de serviço e experiências
profissionais similares. Assim sendo, o meu desempenho do cargo de relator poderia vir a
revestir-se, ainda que involuntariamente, de um amadorismo real, eventualmente traduzido
numa redução da compreensão e da operacionalização dos critérios de avaliação às minhas
convicções subjectivas e mais ou menos diletantes, o que poderia acarretar a exposição da
minha conduta a um risco que o meu sentido de exigência e a minha deontologia profissional
não me autorizam;
- quanto à comprovação adicional, quer da falta de transparência dos procedimentos inerentes ao
modelo de avaliação, quer das debilidades técnicas, científicas e pedagógicas que o
caracterizam, remeto para a declaração de salvaguarda que entreguei em anexo à acta da
primeira reunião de relatores, ocorrida em 13 de Janeiro de 2011, bem como para o conjunto
das minhas posições públicas acerca deste inconsistente e pouco sério modelo de avaliação.
Reafirmo aquilo que já havia exposto na minha declaração de salvaguarda, sob a forma de uma
constatação fundamentada, segundo a qual o actual modelo de avaliação é inconsistente,
amadorístico, opaco, burocrático, inoperacional e contraproducente. Ao invés de "contribuir para
melhorar a prática pedagógica, valorizar o trabalho e a profissão, promover o trabalho de
colaboração", acaba a fomentar conflitualidades/perturbações e, em virtude da sua questionável
exequibilidade, tem implicações negativas na prática pedagógica e na qualidade da escola pública.
Face ao exposto, considero que, ao abrigo do estabelecido nas citadas alíneas, pontos e artigos do
CPA, não estão reunidas as condições objectivas que permitam contrariar o clima de suspeição que
está instaurado na escola, pelo que reforço a inevitabilidade da minha dispensa do cargo de relator
para que fui nomeado, conferindo-se acolhimento administrativo e legal ao meu impedimento para
2
participação nos procedimentos da avaliação do desempenho docente, enquanto se mantiver este
modelo de avaliação.
Mais comunico que, até ao conhecimento da resposta de Vossa Excelência, me absterei, tendo em
conta a gravidade e o melindre do exposto, de desencadear qualquer procedimento com vista à
implementação dos processos tendentes à preparação e à consecução da avaliação de desempenho
dos docentes que me foram atribuídos, na expectativa de que o presente requerimento obtenha o
deferimento solicitado.

Pede deferimento,
Vila Real, 7 de Fevereiro de 2011
O Docente,

(Octávio Valdemar Gonçalves)


(Professor e relator nomeado do Grupo 410, pertencente ao Quadro da Escola S/3 de S. Pedro, Vila
Real)

Вам также может понравиться