Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Objectivos Resultado
• Revisã
• Instrumento de
o da • Escolha • Metodologia
Pesquisa.
Literatu da amostra - Investigação qualitativa
- Entrevista semi-estruturada
ra
Análise de Dados
Discussão dos Dados
Conclusões
O papel desempenhado pelo educador avoca, assim, uma nova relevância na dimensão
sócio-educativo. Como salientou Delors (2000), “a contribuição dos professores é fulcral para
levar os jovens não só a encarar o futuro com confiança mas a construí-lo por si mesmos de
maneira determinada e responsável” (p. 131).
não há consciência axiológica, nem vida axiológica real e autêntica, sem consciência
da sua identidade. Cada homem é um ser único, pessoal e intransmissivelmente confrontado
com o problema e a realidade dos valores. Também cada cultura é uma individualidade
única, possuidora de uma atitude axiológica pessoal e intransmissível, a qual tem de
assumir, defender, desenvolver e promover. (p. 24)
Consideramos ser oportuno reaver a função dos contos tradicionais, como um meio
relevante na área da educação para os valores.
Conforme diz Soto (1995), os valores universais são admitidos por todos “Y no se les
puede negar su permanencia, nadie duda de la necesidad de: hacer el bien, practicar la justicia,
respectar la dignidad de la persona, decir la verdad, defender el derecho a la vida” (p. 542).
Como certifica Traça (1998), o conto “ como a morada, a alimentação, a indumentária,
é uma “constante”, é uma palavra (parábola) cujo fio não deve ser cortado ao passar de
geração em geração, sob a pena de pôr em perigo a coesão social e a sobrevivência do grupo”
(p. 28).
O “bem” e o “mal” são perceptíveis em todos estes contos, histórias, surgindo
geralmente em forma de determinadas personagens e suas acções. Os acontecimentos são
resumidos, os detalhes desprezados e as personagens delimitadas com nitidez; desta maneira,
a criança consegue descobrir com facilidade o significado atribuído a cada uma das palavras
que constituem as histórias. Ao “ler”, ao ouvir um conto, a criança começa um processo de
reconhecimento com o herói, não porque ele é bom, mas porque estimula a sua predilecção,
porque vive acontecimentos com que ela, enquanto criança, se identifica.
Segundo Bettelheim (1991), os contos auxiliam a criança a desvendar a sua identidade
e a sua aptidão, aconselhando igualmente que experiências são imprescindíveis para melhor
incrementar o seu carácter, “insinuam que uma vida boa, compensadora, está ao alcance de
todos, apesar da adversidade, desde que não nos subtraiamos de enfrentar lutas árduas, sem as
quais ninguém pode conseguir verdadeira identidade” (p. 34).
Assim, a criança aprende a organizar o seu mundo social e ético, aprendendo
igualmente a colocar-se em conexão com os outros e a natureza. Não consiste em formar uma
lista de diversos valores e transmiti-los às crianças, muito menos forçá-las a realizar uma
sequência de normas, ambiciona-se que, por meio de uma reflexão intensa, a criança aprenda
a meditar individualmente. Neste sentido, Praia (1991) aconselha acções/reflexões
metodológicas, sintetiza, muito bem este pensamento quando diz que “não se trata de ensinar
os alunos como devem comportar-se, mas sim proporcionar-lhes espaços onde possam
reflectir sobre como comportar-se” (p. 53).
Nesta linha de pensamento, Moutinho (s.d.) diz que os contos tradicionais são:
histórias simples, cheias de encanto e frescura, onde o povo que somos fixou a sua
filosofia de vida, as suas normas de valor, o sentido ético com que aprecia o mundo, os
desejos e aspirações ocultos de que alimentou os seus desejos e por inteiro se retrata nos
traços ingénuos das personagens a que deu vida. (p. 174)
CAPÍTULO 2
OS CONTOS TRADICIONAIS E A EDUCAÇÃO PARA OS VALORES
1 - OS CONTOS TRADICIONAIS: ORIGEM, TRANSMISSÃO E
PERCEPTUALIZAÇÃO
3 – A AMOSTRA
• Todos os educadores são do Agrupamento de Santa Iria - Tomar – 17.
• São todos do sexo feminino.
• A idade varia entre os 41 e 50 anos.
• A maioria tem como grau académico licenciatura.
• A maioria tem mais de 20 anos de experiência profissional.
• A situação profissional da maioria é Quadro de Agrupamento.
• Ninguém frequentou Acções de Formação sobre Valores Sociais/Competências
Sociais.
CRONOGRAMA
PONTOS CRÍTICOS
- Dificuldades em assumir
possíveis mudanças
metodológicas.
- Falta de informação sobre o
papel dos contos
tradicionais no PROCESSO - Desenvolvimento de
desenvolvimento da criança
em idade Pré-Escolar. EDUCACIONAL competências sociais.
- Realização ocasional da hora
do conto.
- Metodologia utilizada muito
centrada no educador e no
manual. JARDIM - Desenvolvimento da
- Crianças passivas na sala de INTERACÇÃO DE
oralidade.
aula. INFÂNCIA
- Dificuldades de
aprendizagem.
OBJECTIVO GERAL - Desenvolvimento da
DE INTERVENÇÃO expressão dramática.
UTILIZAR O POTENCIAL EDUCATIVO
E CULTURAL ADQUIRIDO PELA
FOMENTANDO A INSERÇÃO DA
Trocas
Sistema de comunicação Experiências
adequado AS BRINCADEIRAS Tradições
QUE CONTAM UM
Valores
CONTO
5 – PRINCIPAIS CONCLUSÕES
No entanto, é importante como refere a autora “formar o seu espírito, educando a sua
sensibilidade e plasmando, ao mesmo tempo, o seu entendimento e o seu carácter” (p. 302).
Compete ao Jardim de Infância uma visão atenta e crítica da realidade social que
desponta diariamente, com diferentes questões e potencialidades. É também incumbência sua
reflectir os valores em que se alicerça como organização e gestão, os valores existentes no
acção educativa e na forma como ambiciona que eles encontrem sentido na vida das crianças.
É igualmente incumbência do Jardim de Infância zelar pelo ambiente humano e moral,
propiciar a interacção com o meio e com as diferentes instâncias educativas e sociais.
Por tudo isto, partilhamos da ideia de Marques (2008), “o papel dos pais na educação
do carácter dos filhos não pode ser negligenciado” (p. 80). Isto porque segundo o autor “Há
muita coisa que podem fazer e há muita coisa que devem evitar” (p. 80). No entender deste o
“que devem fazer é serem ouvintes atentos (…) dar a palavra aos filhos num processo de
comunicação nos dois sentidos (…) ser uma fonte de inspiração para os filhos” (p. 80).
É relevante que o educador promova conjunturas que possibilitem à criança pensar e
reflectir acerca do seu ideal de vida, bem como originar vivências significativas.
A educação para os valores, compreendida como um plano modelar de existência,
expande, na criança, a competência para escolher, para determinar as opções, enaltecê-las
reflexiva e criticamente, escolher a que se adapta mais ao seu intrínseco plano de vida.
Actualmente quer-se um Jardim de Infância aberto a novos contextos, aberto ao meio
e ao mundo que o rodeia, um espaço para a partilha de vivências, para a comunicação, para
um desenvolvimento que considere as competências destas crianças que despertam para a
vida.
Em relação à pergunta de partida, podemos concluir que os contos tradicionais são um
contributo para que o espaço social do Jardim de Infância promova o desenvolvimento
pessoal e social da criança. Para tal, é essencial que se verifique uma articulação entre
teoria/prática e que as crianças possuam um papel predominante na edificação do seu
conhecimento. É no meio do grupo que estas crianças aprendem a respeitar regras, a respeitar
os outros, aprendem a expressar a sua opinião, a aceitar as do outro e a saber reflectir, fazer
escolhas, crescendo quer ao nível pessoal quer social. O educador deve encontrar-se atento ao
BIBLIOGRAFIA
Guerra, M. (2003). Uma Seta no Alvo – A avaliação como aprendizagem, Porto: Edições
ASA.
Galhoz, M. (1991). A literatura tradicional de expressão oral e o seu valor literário e
axiológico. Ler Educação, nº 5. Escola Superior de Educação de Beja, (pp. 31 – 34).
Giolitto, P. (2000). Como Ensinar a Educação Cívica na Escola. Lisboa: Didáctica Editora.
Goês, L. (1991). Introdução à Literatura Infantil e Juvenil. São Paulo: Livraria Pioneira
Editora.
Gómez, G. e tal. (1996). Metodología de la investigación cualitativa. Málaga: Ediciones
Aljibe.
Gonçalves, J. A. (1996). Formar profesores para o século XXI. Reflectir. Revista da Escola
Superior de Educação da Universidade do Algarve (pp. 31-35)
Gonçalves, J. A. & Gonçalves, R. M. (2002). Profissionalidade docente: um percurso
realcionalmente construido. In O particular e o global no virar do milenio: cruzar
saberes em educação. Actas do V Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências
da Educação (p. 595-604).Lisboa: Edições Colibri.
Gonzales, R. R. (1987). Los valores interpersonales en los universitarios asturianos.
Salamanca: Universidad Pontificia de Salamanca.
Killpatrick, W. (1992). Why Johnny Can’t Tell Right From Wrong. New York: Simon &
Schuster.
Madeira, H. (1998). A Escola Lugar de Aprendizagem Para a Vida – Uma Reflexão Para o
Ensino Dos Valores. O professor, nº 59, III Série, Janeiro – Março, (pp. 3 – 6)
Magalhães & Gomes (1964). A criança e o teatro. Colecção Educativa série 0 nºs. Direcção
Geral do Ensino Primário.
Magalhães, J. P. (1997). Um Contributo Para a História da Educação de Infância em Portugal.
In Pinto, M. & Sarmento, M. J.. As Crianças com Textos e Identidades. Braga:
Universidade do Minho.
Magalhães, Á. (2003). Para crianças e outros Poetas três livros da Assirinho. Malasartes –
Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude, 14,18-20.
Marcelo-Garcia, C. (1999). Formação de Professores: Para uma mudança educativa Porto:
Porto Editora.
Marmoz, L. (1979a). La «notion» d’innovation. Éducation Tribune Libre, 172, (pp. 31-44)
Marques, R. (1988). A Prática Pedagógica no Jardim de Infância. Lisboa: Biblioteca do
Educador, Livros Horizonte.
Mesquita, A. (2007). Para uma Poética da leitura infantil, in Fernando Azevedo, Joaquim
Machado de Araújo, Cláudia Sousa Pereira e Alberto Filipe Araújo (Orgs.),
Imaginário, Identidades e Margens. Estudos em torno da Literatura Infanto-Juvenil,
Vila Nova de Gaia: Gailivro.
Mésseder, J. P. (2002) Breviário do Sol, Lisboa: Caminho.
Ministério da Educação, (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar.
Lisboa: Editorial do Ministério da Educação – Departamento da Educação Básica.
Ministério da Educação, (1997a). Legislação. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento
de Educação Básica, Núcleo de Educação Pré-Escolar.
Moreira, M. A. (2004) O papel da Supervisão numa Pedagogia para a Autonomia, in
Pedagogia para a autonomia: resistir e agir estrategicamente, (pp. 133-141), Braga,
Universidade do Minho.
Morin, E. (1982). Ciência com consciência. Mem Martins: Publicações Europa América.
Morissete, D., Gingras, M. (1994) Como Ensinar Atitudes. Planificar, Intervir, Avaliar, Porto:
Asa.
Moutinho, V. (s.d.). Contos populares portugueses. Lisboa: Publicações Europa América.
Musgrave, P. W. (1979). Sociologia da Educação 1º Vol.. Lisboa: Edições Gulbenkian.
Nascimento, M. (1992). Le petit poucet – uma leitura. Ler Educação, nº 7, (pp. 57-62).
Neto, A. (1998). Resolução de Problemas de física: conceitos, processos e novas abordagens.
Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.
Niza, S. (1991). “O Diário da Turma e o Conselho”. In Revista Escola Moderna, nº 1 (3ª
Série). Lisboa, (pp. 27 – 30).
Nóvoa, A. (1991b). Os professores: Quem são? Donde vêem? Para onde vão? In S. Stoer
(Org.), Educação, Ciências Sociais e realidade portuguesa: Uma abordagem
pluridisciplinar. Porto: Edições Afrontamento.
Nóvoa, A. (1992). Os professores e a sua formação. Lisboa: Don Quixote.
Nóvoa, A. (1992a). Formação de professores e profissão docente. In. A. Nóvoa (Ed.), Os
professores e a sua formação (pp. 15-33). Lisboa: Publicações D. Quixote.
Quintas, H., Arco, J., Mestre, M. & Gonçalves, M. R. (1997). Identificação de níveis de
reflexão em alunos em formação inicial. Actas do I Congresso Nacional de
Supervisão, (pp. 124-131).
Ruiz, P. & Vallejos, R. (2001). Los Valores en la Educción. Barcelona: Ariel Educación.
Sacristán, J. (1991). “Consciência e Acção sobre a Prática como libertação profissional dos
professores”, In Nóvoa, A. (org.), Profissão professor, 2ª edição, Porto: Porto Editora.
Santos, F. (1982). Entrevistar: A teoria e a prática. Lisboa: Plátano Editora.
Santos, M. (1986). “Como as Crianças Contam as Histórias Que Lhes Contamos”. Alter
Ego, (pp. 1, 77 – 91).
Santos, M. J. (2002). Todas as Imagens. Coimbra: Quarteto.
Santos, B. (2003). Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento.
Santos, M. E. (2005) Que cidadania? Tomo I e II, (1ª ed.). Lisboa: Edição Santos-Edu.
Sarmento, M. J., Pinto, M. (1997). As crianças: contexto e Identidades, Braga: Universidade
do Minho – Instituto de Estudos da Criança.
Sarmento, M. J. (2003c). Imaginário e Culturas da Infância. Cadernos de Educação (Revista
da Faculdade de Educação da Universidade de Pelota, RS, Brasil) ano 12, nº 21:
51-69.
Sarmento, M. J. (2004). “As Culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª modernidade”, in
M. J. Sarmento, e A. B. Cerisara, (Coord.), Crianças e Miúdos. Perspectivas
sociopedagógicas sobre infância e educação. Porto: Asa (9-34).
Savater, F. (2004). A coragem de escolher. Lisboa: D. Quixote.
Sequeira, J. (1997). Desenvolvimento pessoal. Lisboa: Monitor.
Sérgio, A., “Educação Cívica”, in Patrício, M. F., (1997) Lições de Filosofia da Educação.
Lisboa: Universidade Aberta.
Serrano, G. P. (1997). Educação em valores: como educar para a democracia. São Paulo:
Artmed Editores.
Silva, A. (2002). Textos pedagógicos I. Camarate: Círculo de Leitores.
Silva, D. (1995). Um contributo da Língua Portuguesa para a formação pessoal e social.
Tese de Mestrado não publicada. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa,
Departamento de Ciências Humanas.
Simas, A. (1996). Formação para a cidadania no ensino da história – Concepções e práticas
de professores História do 3º ciclo do ensino básico. Tese de Mestrado não
Sousa, J. M. & Fino, C. N. (Orgs.). (2007). A escola sob suspeita. Porto: ASA Editores.
Sousa, J. M. & Fino, C. N. (2007). "Inovação e incorporação de novos saberes: o desenho
curricular de um mestrado em Inovação Pedagógica", in Actas do VIII Congresso da
SPCE, “Cenários da educação/formação: Novos espaços, culturas e saberes".
Sousa, J. M. & Fino, C. N. (2007). Education System in Portugal. In Wolfgang Hörner (Ed.)
School Systems in Europe. Dordrecht: Mitter, Doebert, Hoerner and von Kopp, pp
607-625.
Sousa, M. E. (2000). Quantos Contos Conto Eu? Malasartes – Cadernos de Leitura para a
infância e a Juventude, (p. 3, 21-22).