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Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Instituto de Artes – Departamento de Música
Introdução ao Estágio de Docência em Música
Profa. Luciana Del-Ben Semestre 2018/1

PARA PENSAR/EMBASAR A DEFINIÇÃO DOS CONTEÚDOS DO


ENSINO DE MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

O QUE É ENSINAR? O QUE É EDUCAR?

O ensino é uma atividade de interações; há relações entre pessoas, e essas


relações têm certas particularidades: além da intencionalidade, que deve ser
explicitada, essas relações se constroem a partir de certos conteúdos.
Quando eu ensino, eu ensino algo a alguém, num determinado contexto, com
determinados objetivos, tentando atingir coisas que consideramos (professor, escola,
sociedade) importantes, sempre tendo em vista a educação dos alunos, a formação
desses seres humanos. Não existe ensino sem conteúdo.
Ensinar não é mera transmissão de conteúdos, embora seja ação que não se
realize sem conteúdos nem sem algum tipo de transmissão. “Ensinar é uma ação
orientada a outros e realizada com o outro”, o que implica um processo de comunicação
e, também, dedicação, zelo, cuidado em relação ao aluno, “uma preocupação pela
pessoa do aluno e pelo que ele pode chegar a ser” (BASABE; COLLS, 2010, p. 144, p. 146).
“O ensino envolve, pois, um encontro humano. Porque ensinar é, em definitivo,
participar no processo de formação de outra pessoa, tarefa que só pode ser feita em um
sentido pleno com esse outro” (BASABE; COLLS, 2010, p. 146, grifo das autoras).
Ensinar, portanto, é uma forma de educar, e forma privilegiada de desenvolver a
educação escolar, que, como se lê no Art. 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) (BRASIL, 1996), é uma forma específica de educação.

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida


familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

Cabe ressaltar que o ensino é a função central do professor, é o diferencial da


profissão docente; é o que particulariza essa atividade profissional e a diferencia de
outras atividades.
Educação é a própria humanização dos sujeitos (a formação humana): o sujeito
vai se tornar humano, vai se apropriar da humanidade. Como ele não consegue fazer
isso sozinho, a educação – incluindo esta forma específica de educação que é a educação
escolar – vai ajudá-lo a se apropriar das “coisas” (informações, ideias, valores,
habilidades) que são necessárias para entender o mundo, nele viver e intervir – e viver
bem (uma vida boa e justa).
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Quando se pensa na formação de pessoas, em processos formativos de pessoas


(e não de músicos ou de qualquer tipo de profissional), na escola, estamos tratando da
formação por meio do ensino. É aí que entra os conhecimentos ou saberes, entendidos
como “o conjunto de todas as informações que descrevem e explicam o mundo natural
e social que nos rodeia” (BRASIL, 2013, p. 10), que é necessário para a nossa
sobrevivência e para uma vida boa e justa.

PARA QUE SERVE A EDUCAÇÃO ESCOLAR?

A educação escolar pode servir para muitas coisas. Uma possível resposta para
essa pergunta – ou uma forma de entender as finalidades da educação escolar – nos é
dada pela LDB, que define finalidades gerais para a educação básica como um todo e
finalidades específicas para suas diferentes etapas, como segue. A LDB oferece, assim,
um direcionamento para entedermos a formação humana que se busca por meio da
educação escolar.

Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,


assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
(...)
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade.
(...)
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por
objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana
e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
(...)
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima
de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
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QUAL É A NATUREZA DA MÚSICA?

A música é uma das áreas do conhecimento que contribuirá para a busca do


cumprimento das finalidades da educação escolar (um conteúdo que será ensinado na
escola tendo em vista a formação dos estudantes).
Quando estudamos música, a maioria de nós, estamos pensando em tocar,
cantar, fazer música em grupo, nos divertir, nos emocionar, nos profissionalizar. São
objetivos, são finalidades que nos movem. Em função da nossa experiência, talvez não
seja difícil definir para que servem as aulas de música numa escola de música ou mesmo
num projeto social. Na escola, essa definição pode ser um pouco mais complexa, já que
o fim não é o conhecimento em si, o domínio musical, o desenvolvimento ou a
proficiência musical em si, mas os ganhos que esse conhecimento pode nos trazer, como
isso pode nos ajudar a ter uma vida boa e justa. Precisamo pensar, então, naquilo que
nos acontece para além do desenvolvimento musical, para que “serve” o
desenvolvimento musical num contexto específico de formação de pessoas (crianças,
adolescentes, jovens e adultos), lembrando que a educação busca desenvolver o
potencial humano; educação é formação humana.
Conforme definido em documentos legais, nos currículos escolares da educação
básica a música é uma das linguagens do componente curricular Arte, que integra a Área
de Linguagens, junto com outros componentes: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira
e Educação Física.
O que há em comum entre esses componentes, entre essas várias linguagens?
Vamos pensar em comparação com as outras áreas.
Em cada disciplina ou campo de conhecimento, podemos identificar uma
“unidade material interna” (BRASIL, 2013, p. 12), um objeto de estudo próprio e os
métodos para abordá-lo.

Por exemplo, a biologia se desenvolveu tendo a vida orgânica como objeto; a


química, a constituição das matérias orgânica e inorgânica e suas
transformações; a física, os fenômenos da natureza mais gerais e suas
propriedades de movimento, de energia, etc. (BRASIL, 2013, p. 12)

Ao mesmo tempo em que apresentam um objeto de estudo específico, esses


campos têm algo em comum:

(...) cada um desses campos aborda a natureza que, em si, se constitui como
uma unidade — vida, matéria e transformação — sob algum enfoque específico.
Ou seja, há uma relação entre particularidades e totalidade que forma uma
unidade.
Esta unidade é, antes, mais da própria realidade do que da ciência. A ciência
tratou, exatamente, de cindir essa realidade para analisá-la e captar suas
determinações mais específicas. (BRASIL, 2013, p. 12)

No caso da área das Ciências da Natureza, vemos a natureza como objeto de


estudo, mas ao ser cindida para ser estudada na especificidade da vida orgânica
tem-se um campo disciplinar, a biologia; o estudo da natureza em termos da
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constituição e da transformação da matéria funda a química, e assim por diante.


Esta mesma análise pode ser transportada para as demais áreas.
Por exemplo, as Ciências Humanas tratam da vida social e psíquica do ser
humano, em termos de acontecimentos, problemas, desafios, hábitos, normas,
etc. enfrentados e construídos pela humanidade ao longo do tempo e em dados
espaços. Mas essa unidade que caracteriza a área pode se desdobrar em
recortes e abordagens mais específicos, dos quais identificamos, por exemplo,
a história, a geografia, a sociologia, a psicologia, a filosofia, dentre outros
possíveis. (BRASIL, 2013, p. 13-14)

E as linguagens? Linguagens são formas de ação e interação no mundo e


processo de construção de sentidos. Seguem definições e considerações de documentos
oficiais que desenvolvem essa definição.

As relações pessoais e institucionais e a participação na vida em sociedade se


dão pelas práticas de linguagem. É por meio dessas práticas que os sujeitos
(inter)agem no mundo e constroem significados coletivos. As práticas de
linguagem permitem a construção de referências e entendimentos comuns para
a vida em sociedade e abrem possibilidades de expandir o mundo em que se
vive, ampliando os modos de atuação e de relacionar-se.” (BASE..., 2016, p. 86)

Entendemos que essa área ganha um núcleo definidor à medida que todos os
seus componentes se voltam para os conhecimentos e saberes relativos às
interações e às expressões do sujeito em práticas socioculturais. Ou seja, como
área, todos os componentes curriculares arrolados acima, de algum modo,
enfocam as representações de mundo, as formas de ação e as manifestações
de linguagens, entendendo-as como constitutivas das práticas sociais e, ao
mesmo tempo, por elas constituídas. (BRASIL, 2014, p. 7, grifos dos autores)

Todos os componentes curriculares da área têm “como objeto a atuação de


sujeitos em práticas sociais, sejam enunciativas, artísticas ou corporais, como, por
exemplo, proferir uma palestra, participar de uma roda de capoeira ou pintar uma
aquarela” (BRASIL, 2014, p. 9-10).

Nessa área, portanto, a ampliação de saberes envolve experienciar e contrastar


práticas diversas, gerando debates, pesquisas, e a reflexão sobre o próprio
processo de inserção nessas práticas, de modo que os estudantes desenvolvam
autonomia para sua atuação no mundo fora da escola. (BRASIL, 2014, p. 9-10)

É preciso conhecer as convenções das linguagens, para segui-las e também para


rompê-las. As linguagens são formas de produzir sentidos, que se definem social e
historicamente.

Quando se pratica futebol, rúgbi, caratê, quando se escreve um poema, posta


algo em uma rede social, quando se canta um samba, dança um forró, em todas
as ocasiões se produz sentido (de alinhamento, rompimento, mixagem etc.) de
acordo com os discursos estabelecidos. (...) Os sentidos e, portanto, as práticas
sociais de linguagens são assim, manifestações situadas, não existindo de forma
autônoma ou abstraída do contexto histórico-cultural nos quais se dão as
relações humanas. (BRASIL, 2014, p. 10)
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Compreender diferentes formas de linguagens como situadas significa reco-


nhecer, primeiramente, que estas se realizam sob determinadas condições de
produção. Elas se realizam em decorrência de uma situação de comunicação
específica e são, assim, marcadas pelos tempo e lugar históricos em que se
encontram envolvidos os participantes dessas relações sociais, pelos campos
sociais em que elas ocorrem, pelos propósitos comunicativos estabelecidos,
bem como pelas linguagens, recursos e meios pelos quais os sentidos são
expressos. A natureza situada das práticas de linguagens advém, ainda, do re-
conhecimento de que os sentidos não são preestabelecidos ou estáticos, mas
que são construídos de forma dinâmica nas relações sociais, e são marcados por
posicionamentos éticos, estéticos, políticos, entre outros. Carregam, portanto,
interesses que marcam as posições assumidas pelos sujeitos que participam
dessas relações e que, consequentemente, revelam relações de autoridade e
poder entre eles. (BRASIL, 2014, p. 11)

Partindo desse entendimento de música como linguagem, a música foi definida,


na 2ª versão da Nase Nacional Comum Curricular (BNCC), da seguinte forma:

A Música é uma expressão humana que se materializa por meio dos sons, que
ganham forma, sentido e significado nas interações sociais, sendo resultado de
saberes e valores diversos estabelecidos no âmbito de cada cultura. A ampliação
e a produção dos conhecimentos musicais passam pela percepção, pela
experimentação, pela reprodução, pela manipulação e pela criação de materiais
sonoros diversos, dos mais próximos aos mais distantes da cultura musical do
estudante. Na Educação Básica, o processo de formação musical garante ao
sujeito o direito de vivenciar música inter-relacionada à diversidade,
desenvolvendo saberes musicais fundamentais para sua inserção e participação
crítica e ativa na sociedade. (...).(BASE..., 2016, p. 116)

Esse entendimento sobre a natureza da música – que é somente um dos


entendimentos possíveis – não é suficiente para definirmos o que vai ser ensinado (os
conteúdos do ensino de música), mas pode funcionar como uma base ou ponto de
partida para podermos pensar sobre esses conteúdos, sempre tendo em vista a
formação dos alunos.
Nessa direção, podemos tentar esmiuçar um pouco mais essa ideia de
linguagem, refletindo sobre o que está envolvido (dimensões presentes) na nossa
relação com música, sobre a “substância” dessa relação. Identifico a existência de, pelo
menos, três dimensões, que, acredito, devem atravessar toda a escolarização:

a) a ideia de música como som no tempo, que estaria vinculada ao “domínio da


linguagem”, da materialidade (materiais e elementos) e suas formas de
organização, remetendo às dimensões sonoras da música, que o educador
musical Keith Swanwick nomeia como materiais, expressão e forma. Precisamos
vivenciar e saber lidar com essa materialidade sonora e sua organização, o que
acontece por meio de atividades de composição, execução e apreciação, e de
reflexão sobre as relações com música (a reflexão do próprio sujeito que se
relaciona com música a e reflexão “do outro”);
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b) a ideia de que as pessoas fazem música em função de alguma coisa, para agir no
mundo, para interagir com as pessoas, para “dizer” coisas sobre si mesmas,
sobre os outros, sobre o mundo, que seriam os usos e funções, entre eles, a
construção da identidade de cada um e das identidades coletivas;
c) a ideia de que não fazemos nada sozinhos; então, precisamos conhecer o que os
outros fazem/fizeram para também fazer e também precisamos interagir com os
outros. Esse sentido de pertencimento coletivo justifica conhecer o patrimônio
musical, interagir com dispositivos e equipamentos, compartilhar o que se
aprende na aula de música na escola com espaços fora da aula e da escola.
A primeira dimensão é um domínio mais técnico da linguagem musical, dessa
forma de ação e interação humana que é a música. As duas últimas têm mais a ver com
a vida em sociedade mediada por essa linguagem (ao menos, alguns aspectos da vida
social, talvez os mais evidentes ou os mais comuns). Isso não significa, entretanto, que
essas três dimensões devam ser tratadas isoladamente ou que se deva priorizar uma em
detrimento das outras.
Há, também, que atentar para não se perder de vista a noção de que música é
uma prática, é algo que fazemos na nossa vida, entre outros, com outros, para outros.
Daí a necessidade de identificarmos práticas sociais mediadas pela música, isto é,
situações, contextos, ações em que a música se faz presente (ou melhor: a relação com
música se faz presente), em que interagimos, nos expressamos, nos comunicamos, nos
anunciamos, nos construímos por meio da música.

Em que situações/contextos/ações a música se faz presente? Com que objetivos, com


que ênfases nos relacionamos com música nessas situações/contextos/ações?

Os exemplos, apresentados a seguir, de situações/contextos/ações em que a


música se faz presentes foram identificados por licenciandos em música da UFRGS, na
disciplina Introdução ao Estágio de Docência em Música, em 2017.

- Dança: geralmente há comemorações de aniversário ou apenas uma reunião


de familia e também com os mais chegados, que moram perto de casa. Começa
com muita apreciação musical junto da preparação da refeição. Em seguida,
após toda a comilança, começamos a dançar os passos criados por Daniel
Saboya, contidos no Youtube, quando imitamos as coreografias e cantamos.
Enquanto isso, os homens ficam conversando em outro cômodo.
- Apreciação: todo final de semana, para as faxinas de casa e feitura das
refeições, há muita apreciação conjunta, principalmente dos gêneros pagode,
funk, sertanejo e samba de raiz, alteram totalmente os ânimos para a execução
e término rápido e prazeroso das tarefas de casa. [A apreciação] Junta todos e
propõe convites naturais para o canto e/ou discussões para escolha do
repertório ou gênero.
- Apreciação obrigatória: aquela apreciação a que precisamos acostumar nosso
ouvidos porque brevemente terá que ser executada, como o repertório do
semestre da faculdade, músicas utilizadas no trabalho, escolhidas pelos alunos
ou não, e músicas do repertório da orquestra de que faço parte. Acredito que
outro tipo de apreciação obrigatória que vivencio é aquela que aprecio junto
dos vizinhos diariamente e/ou no ônibus na ida para a faculdade, nos horários
de pico dos estudantes do ensino médio.
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- Música na televisão: abertura de progamas, comerciais, trilhas sonoras de


filmes, intervalo musical para a apresentação do logo da emissora de TV, música
de fundo das cenas (muitas vezes, só instrumental).
- Música na escola: no sinal da escola é executada uma música a gosto do alunos
ou uma sirene crescente e decrescente. Alguns, com suas caixinhas de som na
hora do recreio, criação de seus funks e rimas através de competição entre eles,
a fila indiana cantante das crianças para manter a concentração no caminho até
o fim do roteiro.
- Música nas rádios: músicas aleatórias, muitas propagandas, gêneros populares
de acordo com o objetivo de comunicação da rádio, que pode apresentar apenas
músicas antigas famosas (Continental), música sertaneja (104.1 e 92.1), as mais
populares entre regiões (97.5 Eldorado, com sertanejo, funk e pagode) e as
populares nacionais e internacionais mais tocadas (107.1 e 107.7, rádio Mix e
rádio Pop Rock, com pop rock, rap, funk melody), músicas instumentais,
clássicas e gêneros não tão populares de autores famosos ou não (Rádio
Cultura), música antiga com notícias do mundo (Antena 1).
- Músicas de vendedores: música do caminhão de produtos de limpeza, do
picolé, das frutas, do algodão doce, da pipoca. Todas essas músicas divugam a
marca e os sabores. Já no caso dos vendedores de diversos produtos juntos, há
apenas um sinal ou apito e palmas. (ALINE)

- festas, comemorações
- igrejas (cultos e eventos religiosos)
- propagandas (televisão, internet, rádio)
- eventos cívicos
- datas comemorativas
- shows, concertos, saraus
- jantares, almoços, "happy hour" em restaurantes, pubs, cafeterias
- reuniões de família, de amigos
- palestras
- práticas esportivas em academias, ginásios ou ao ar livre
- eventos esportivos
- eventos culturais, educacionais
- práticas de relaxamento corporal e mental
...... (ANDRÉIA)

- Jingles infantis
- Abertura de telejornais
- Rádio
- Supermercados
- Filmes
- Vídeoclipes
- Show de mágica e shows de exibicionismo
- Propagandas
- Shows
- Aulas de ioga, meditação ou que exigem grande concentração
- Escritórios
- Práticas religiosas
- Cerimônias
- Premiações
- Casas noturnas/Pubs
- Competições de auditório
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- CDs/ DVDs
- Competições esportivas/hinos
- Construção da subjetividade do indivíduo
- Afeição com determinadas pessoas a partir do gosto musical
- Características da aparência física de acordo com determinado estilo musical.
(JONATHAN)

QUEM SÃO NOSSOS ALUNOS?

Se concordarmos que o ensino envolve um encontro humano, é preciso sempre


pensar também no aluno, e não somente nas práticas que conhecemos ou
reconhecemos, como as antes listadas.

Aqui também se deve ter o cuidado de ler, ver e ouvir o “outro” da relação
pedagógica. Compreendê-los em seus diferentes tempos da vida, nos quais
produzem suas culturas (infantil, juvenil, adulta). Respeitar e qualificar os
momentos particulares de suas histórias de vida, que são únicos, maneiras
singulares de ser, com suas formas próprias de expressão, de sensibilidade, de
socialidade, de interpretação, de linguagem, que se revelam e se manifestam
em seu corpo... humano. Experiências de ser criança, de ser adolescente, de ser
jovem, de ser adulto. (VAGO, 2009, p. 31)

Precisamos conhecer o que (os conteúdos) os alunos querem (querem porque


precisam, como diz o professor Gabriel Junqueira, da Faculdade de Educação da UFRGS)
e precisam aprender. Precisamos considerar os saberes dos sujeitos: culturas infantis,
infanto-juvenis, juvenis e adultas. Por exemplo: se a atividade em sala de aula considera
as culturas juvenis, ela traz os “assuntos” dos jovens, a complexidade da vida dos jovens.
Isso torna flexíveis os conteúdos a serem ensinados, o que, por um lado, pode trazer
alguma incerteza para o professor; por outro lado, essa flexibilidade aumenta as chances
de os conteúdos serem significativos para os alunos, já que farão referência às suas
próprias vivências.
Como mais um ponto de partida, podemos pensar nos alunos de modo mais
genérico, considerando as faixas etárias que caracterizam as etapas da educação básica.
Nos anos iniciais do ensino fundamental estamos lidando com crianças, que têm
que brincar, conhecer o mundo, ampliar suas referências. Como são crianças, mesmo
que não mais estejam na educação infantil, é importante continuar com a ideia de que
crianças aprendem e se desenvolvem integralmente por meio de brincadeiras e
interações, princípio que orienta as práticas de ensino da educação infantil. O foco,
então, seria ter experiências, vivências diversas, sem pensar tanto em aquisições mais
precisas ou definidas, mas já sinalizando algumas particularidades da ideia de música
como linguagem: música tem elementos e é preciso “mexer” com eles para aprender.
Música pode ser registrada, para podermos lembrar do que aconteceu, para fazermos
de novo a mesma coisa. Música serve para várias coisas. Há muitas músicas no mundo,
e não somente aquelas que já ouvimos e cantamos em casa. Talvez o aspecto central
seja ampliar as referências das crianças.
Nos anos finais do ensino fundamental, os alunos se tornam adolescentes, com
todas as descobertas e incertezas que vêm com essa fase. Estão mais analíticos,
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conseguem se distanciar mais das experiências concretas. Também já tiveram várias


experiências nos anos iniciais. É hora de começar a usar essas referências, colocá-las em
ação em situações diversas, para entender melhor o mundo e a si mesmos.
Isso se ampliaria no ensino médio: usar as referências de forma mais ampla,
complexa (no sentido de envolver mais dimensões) e crítica. Além disso, no ensino
médio é preciso começar a pensar no trabalho, na preparação para a vida adulta, como
indica a LDB.

COMO OS COMPONENTES DOS CURRÍCULOS ESCOLARES, ENTRE ELES, A MÚSICA,


PARTICIPAM DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES?

Lebrun e Lenoir (2013) nos oferecem algumas respostas para essa pergunta, a
partir do contexto canadense.

No contexto educacional atual no Quebec, três missões foram confiadas à


escola: socializar, instruir e qualificar as futuras gerações (Gouvernement du
Québec, 2001). Enquanto a socialização consiste em “transmitir um patrimônio
comum de conhecimentos acumulados, em promover os valores fundamentais
de uma sociedade democrática e em preparar os jovens ao exercício de uma
cidadania responsável” (Gouvernement du Québec, 2001, p. 3), a instrução
refere-se ao “desenvolvimento intelectual e à aquisição de conhecimentos
diversos” (Gouvernement du Québec, 2001, p. 3). A qualificação visa, por sua
vez, ao êxito escolar e à integração profissional dos alunos (Gouvernement du
Québec, 2001, p. 3). Nesse sentido, o aporte educativo do conhecimento
disciplinar pode ser entendido em três níveis: 1) a apropriação do patrimônio
cultural, bem como a mobilização de conhecimentos disciplinares em situações
da vida social; 2) a aquisição de conceitos e princípios de inteligibilidade
específicos às diferentes disciplinas escolares; e 3) o desenvolvimento da
capacidade do aluno de mobilizar os conhecimentos disciplinares na
continuação dos estudos e em situações profissionais diversas. (LEBRUN;
LENOIR, 2013, p. 45)

Na verdade, toda disciplina escolar é organizada em torno de finalidades:


• específicas da disciplina (dominar seu conteúdo, aprender a pensar, agir, falar
de uma certa maneira e utilizar um vocabulário próprio à disciplina, etc.);
• específicas da escola e do conjunto das disciplinas escolares (manifestar
comportamentos respeitosos, construir um distanciamento reflexivo, debater e
discutir de forma racional, respeitando o ponto de vista dos outros, etc.);
• outras, que vão além da esfera escolar (tornar-se cidadão, desenvolver sua
personalidade, ter acesso a diferentes culturas, tornar-se um profissional...)
(Reuter et al., 2007).
Em outras palavras, as disciplinas escolares visam construir novas formas de
interrogar o mundo (iniciação aos princípios de inteligibilidade), desenvolver
aprendizagens transversais do tipo intelectual, metodológico e social e munir o
aluno para enfrentar as dificuldades da vida quotidiana e profissional. (LEBRUN;
LENOIR, 2013, p. 46-47)
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Para se atingir tudo isso, de nada adianta “adquirir e manipular os


conhecimentos disciplinares, sem, necessariamente, conhecer as problemáticas e os
pressupostos que lhes são subjacentes” (LEBRUN; LENOIR, 2013, p. 43).
O conhecimento não pode ser tratado de “modo puro”, somente em seus
aspectos procedimentais e conceituais, o que é necessário, mas não suficiente. Se assim
for, os conhecimentos perdem “suas inevitáveis conexões com o mundo social em que
são construídos e funcionam. (...); não evidenciam “como os saberes e as práticas
envolvem, necessariamente, questões de identidade social, interesses, relações de
poder e conflitos interpessoais”, como sustentam Moreira e Candau (2007, p. 24).

QUAIS SÃO AS FINALIDADES E OBJETIVOS DO ENSINO DE MÚSICA NA ESCOLA?

Acredito que a finalidade central de se ensinar música na escola é contribuir para


que os estudantes possam “participar de maneira mais qualificada e autoral nas práticas
sociais mediadas” pela música (ver COELHO DE SOUZA, 2014, p. 43).
Uma pergunta que pode nos ajudar a definir objetivos do ensino de música é a
seguinte: o que é preciso saber, fazer, pensar, sentir, ser etc. para participar dessas
práticas? As respostas serão sempre situadas, específicas para cada situação de ensino,
mas é possível traçar alguns objetivos mais amplos, mais gerais, capazes de dar algum
direcionamento para as práticas educativo-musicais.
Os objetivos – embora antes caracterizados como objetivos de ensino – devem
ser capazes de prever as aprendizagens esperadas dos alunos. Devem indicar
informações a serem adquiridas, habilidades a serem dominadas, procedimentos a
serem desenvolvidos, valores, atitudes e conceitos a serem construídos, que
possibilitem “uma participação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais
que envolvem a [música]” (ver SOARES, 2004, p. 6), sem perder de vista a formação
cidadã prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Os objetivos devem
indicar aprendizagens que contribuam para que os sujeitos possam se inserir num
mundo que é construído também pela música, nele agir e intervir.
Os objetivos devem indicar ações dos sujeitos (externas e internas). O que
interessa é aquilo que o aluno faz/irá fazer com o que foi vivenciado em aula. São,
portanto, os verbos que caracterizam objetivos de aprendizagem. A ação prevista por
meio do verbo sempre vem vinculada a um substantivo, a um conteúdo, porque não
pode ser vazia. Mas, se estamos pensando em termos mais amplos, mais gerais,
precisamos ter cuidado para não especificar demais os conteúdos, já que, se assim o
fizermos, corremos grande risco de limitar a participação dos alunos e de desconsiderar
suas culturas e aquilo que eles querem e sentem necessidade de aprender.
Se estamos pensando no processo de escolarização que acontece ao longo das
várias etapas da educação básica, há que se ter alguma diferenciação nos objetivos,
prevendo aquisições diferenciadas no decorrer do tempo. É preciso deixar claro o que é
diferente na relação do aluno com a música em cada etapa da educação básica. Entendo
que partimos de uma relação mais intuitiva e de experimentação e caminhamos para
uma relação mais analítica e autoral. E, nesse caminho, vamos conhecendo mais coisas
da música, mais dimensões, vamos ampliando e aprofundando nossa relação com a
música (com as músicas). Isso seria caminhar a partir do que é mais próximo/familiar em
direção ao que é mais distante/não familiar, ampliando as referências e ações dos
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estudantes, e do mais simples para o mais complexo, no sentido de reconhecer e inter-


relacionar as várias dimensões da música como prática social.
Os objetivos a serem apresentados a seguir foram construídos durante o
processo de elaboração da segunda versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
do qual participei após atuar como leitora crítica de sua primeira versão. Trata-se de
uma revisão dos objetivos encaminhados a mim pela representante da área de música
na Comissão da BNCC, Profa. Andréia Veber, da Universidade Estadual de Maringá. Os
objetivos se fundamentam nas ideias antes apresentadas, especialmente na ideia de
música como linguagem e suas dimensões. Inicialmente, tentei justificar minhas
escolhas (nos trechos em itálico e entre colchetes) e, para a escolha dos verbos, busquei
as definições apresentadas no Dicionário Houaiss. Em seguida, agrupei os objetivos e os
comparei, para verificar a progressão dos objetivos ao longo da escolarização,
considerando os anos iniciais do ensino fundamental, os anos finais do ensino
fundamental e o ensino médio. Por fim, apresento a versão final desses objetivos (sem
comentários), que é a que figurou na segunda versão da BNCC e que foi posteriormente
modificada, tanto na sua terceira versão quanto na sua versão definitiva, que alterou de
modo significativo a segunda versão, tanto em relação aos objetivos de aprendizagem
dos componentes curriculares quanto em relação aos princípios que os sustentam.

COMO TRANSFORMAR ESSAS IDEIAS EM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM EM SALA DE


AULA, OBJETIVOS QUE SINALIZAM O QUE (CONTEÚDOS) SE ESPERA QUE OS ALUNOS
APRENDAM AO LONGO DA ESCOLARIZAÇÃO?

Exercício de elaboração de objetivos de aprendizagem em música

a) Definindo ações e seus conteúdos e escolhendo os verbos mais adequados

ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

1. Explorar elementos constitutivos da música em práticas diversas de


composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas
presentes nas culturas infantis. [A ideia é mesmo explorar, no sentido de lidar com
esses elementos, experienciá-los, manipulá-los nas atividades. Parto do pressuposto
de que, apesar de vivenciarem muita música, as crianças ainda não têm claro do que
a música é feita. Não têm uma aprendizagem clara, objetiva. Esse seria o sentido de
buscar ampliar as referências. Se as crianças estão explorando os elementos, já é
uma mudança em relação ao que faziam antes. Então, entendo que é possível
considerar como objetivo de aprendizagem “ser capaz de explorar elementos
constitutivos da música”, já que, imagino, antes, isso não era feito de modo
consciente, isto é, sabendo que são elementos.]

Explorar: efetuar estudos em; examinar, analisar; efetuar descobertas, tornar


conhecido; descobrir, revelar.

2. Experimentar diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais sonoros


e técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
12

privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis. [Vai na mesma direção do


objetivo anterior: experimentar o que pode ser feito, o que já fizeram com as fontes
e materiais. A ideia de técnicas tem a ver com os procedimentos para lidar com fontes
e materiais sonoros, e traz também o conhecimento acumulado, construído por
outras pessoas. As crianças experimentam as fontes e materiais, buscam formas de
lidar com eles, de se expressar por meio deles, mas também começam a conhecer
formas desenvolvidas ou usadas por outras pessoas.]

Experimentar: ensaiar, submeter à experiência (um fato, um fenômeno); pôr em


prática; executar; sentir, sofrer.

3. Conhecer o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas diversas – locais,


nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as culturas infantis. [de
novo, ampliar as referências, conhecer o que outras pessoas fizeram. Conhecer seria
o primeiro passo, para, depois, compreender e respeitar, por exemplo.]

Conhecer: perceber e incorporar à memória; ficar sabendo de; adquirir informações


sobre; ver.

4. Compartilhar as aprendizagens desenvolvidas nas aulas com a comunidade escolar


e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de interações sociais mediadas pela
música. [Aqui, a ideia é dialogar com outras pessoas, mostrar o que se faz na aula,
para interagir com os outros por meio da música, indo ao encontro da ideia de
música como linguagem. Primeiro, as crianças mostram o que sabem ou
aprenderam, a partir do diálogo com os outros – o professor. Depois, elas vão ter
mais autonomia para, a partir do que aprenderam em aula, apresentar propostas e
produções mais independentes. O uso do termo aprendizagens é para evitar o risco
de reduzir as interações às atividades musicais em si (apresentações musicais, por
exemplo). As crianças podem compartilhar outros trabalhos com música e também
podem, por exemplo, organizar os CDs da escola, se é que elas ouvem CDs...]

Compartilhar: ter ou tomar parte em; arcar juntamente; participar de.

5. Explorar diferentes formas de registro musical, incluindo formas distintas de notação


musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.
[Tem a ver com o domínio das escritas, contribuindo para construir uma cultura de
valorização da escrita, que atravessa toda a escolarização]

6. Experimentar recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas infantis. [Tem a ver com a inclusão digital, que também
atravessa toda a escolarização.]

7. Reconhecer usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação,


considerando, em especial, contextos familiares aos estudantes e as culturas
infantis. [Tem a ver com a ideia de que a música é uma prática social, que foi
desenvolvida ou é praticada em sociedade; não é somente um conjunto de elementos
13

musicais, mas uma linguagem que permite desenvolver coisas, funções, estar no
mundo, interagir.]

Reconhecer: ( t.d.bit. ) [prep.: por] distinguir (alguém ou algo) por certos caracteres;
considerar com atenção; observar, explorar; distinguir os traços característicos de;
caracterizar, identificar; ter por legítimo; admitir como bom, legal ou verdadeiro.

8. Interagir com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de circulação da


música e do conhecimento musical, considerando, em especial, aqueles que
contemplam as culturas infantis. [A ideia que sustenta esse objetivo é a de participar
de práticas sociais mediadas pela música.]

Interagir: ter comunicação, diálogo (com outrem) em dada situação (familiar,


profissional etc.); comunicar-se, relacionar-se; compartilhar de determinada
atividade ou trabalho com (outrem).

ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

1. Identificar e manipular elementos constitutivos da música em práticas diversas de


composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas
presentes nas culturas infanto-juvenis.

Identificar: fazer(-se) reconhecer; distinguir os traços característicos de;


reconhecer.
Manipular: preparar manuseando; dar forma, feição; tocar, segurar ou transportar
com as mãos; pôr em funcionamento; utilizar, manejar (esp. com perícia); acionar.

2. Identificar e manipular diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais


sonoros e técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação
musical, privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis.

3. Reconhecer e valorizar o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas


diversas – locais, nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as
culturas infanto-juvenis.

Valorizar: dar valor, importância a (algo, alguém ou a si próprio) ou reconhecer-lhe


o valor de que é dotado; valorar.

4. Propor e produzir formas de compartilhar as aprendizagens musicais com a


comunidade escolar e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de interações
sociais mediadas pela música.

5. Identificar e manipular diferentes formas de registro musical, incluindo formas


distintas de notação musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em
áudio e audiovisual.
14

6. Identificar e manipular recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas infanto-juvenis.

7. Compreender usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação,


considerando, em especial, contextos próximos aos estudantes e as culturas infanto-
juvenis.

Compreender: apreender (algo) intelectualmente, utilizando a capacidade de


compreensão, de entendimento; perceber, atinar; fazer para si uma concepção ideal
e pessoal de (determinada coisa ou pessoa).

8. Interagir criticamente com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de


circulação da música e do conhecimento musical, considerando, em especial,
aqueles que contemplam as culturas infanto-juvenis.

9. Compreender práticas musicais nas suas relações com as dimensões estética, social,
cultural, histórica, econômica, política e ética, considerando, em especial, contextos
próximos aos estudantes e as culturas infanto-juvenis. [Este é um objetivo específico
nos anos finais do ensino fundamental, que não tinha aparecido nos anos iniciais,
porque é mais complexo, isto é, envolve outras dimensões da relação com música,
mais abstratas.]

ENSINO MÉDIO

1. Dominar diferentes formas de manipulação dos materiais sonoros e elementos


constitutivos da música, em práticas diversas de composição/criação, execução e
apreciação musicais, privilegiando aquelas presentes nas culturas juvenis.

Dominar: ter controle sobre (algo) em função do conhecimento.

2. Dominar diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais sonoros e


técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
privilegiando aquelas presentes nas culturas juvenis.

3. Compreender e valorizar o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas


diversas – locais, nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as
culturas juvenis.

4. Propor e produzir formas de compartilhar as aprendizagens musicais aprendidas nas


aulas com a comunidade escolar e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de
interações sociais mediadas pela música.

5. Apropriar-se de diferentes formas de registro musical, incluindo formas distintas de


notação musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e
audiovisual.
15

6. Apropriar-se de recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas juvenis.

7. Analisar criticamente usos e funções da música em seus contextos de produção e


circulação, considerando, em especial, contextos diversos e as culturas juvenis.

Analisar: investigar, examinar minuciosamente; esquadrinhar, dissecar; submeter à


crítica; criticar, comentar; realizar a análise, a avaliação de (outrem ou de si próprio)

Crítica: fil exame de um princípio ou ideia, fato ou percepção, com a finalidade de


produzir uma apreciação lógica, epistemológica, estética ou moral sobre o objeto da
investigação; fil entre os pensadores iluministas e seus epígonos, questionamento
racional de todas as convicções, crenças e dogmas, mesmo se legitimadas pela
tradição ou impostas por autoridades políticas ou religiosas; p.ext. fil no kantismo,
questionamento empreendido pela razão a respeito de seus próprios limites,
princípios, pretensões cognitivas e especulativas.

8. Interagir criticamente com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de


circulação da música e do conhecimento musical, considerando, em especial,
aqueles que contemplam as culturas juvenis.

9. Analisar criticamente práticas musicais nas suas relações com as dimensões estética,
social, cultural, histórica, econômica, política e ética, considerando, em especial,
contextos diversos e as culturas juvenis.

10. Compreender diferentes modos de produção e circulação das práticas musicais na


sociedade, incluindo sua inserção no mundo do trabalho, dispositivos de formação
e formas de atuação profissional na área. [Este é um objetivo específico do ensino
médio, que não tinha aparecido nos anos finais do ensino fundamental. Tem ligação
com a preparação para o trabalho, que é uma das finalidades do ensino médio,
conforme consta na LDB.]

b) Verificando a progressão dos objetivos

ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL


ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
ENSINO MÉDIO

1. Explorar elementos constitutivos da música em práticas diversas de


composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas
presentes nas culturas infantis.
Identificar e manipular elementos constitutivos da música em práticas diversas de
composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas
presentes nas culturas infanto-juvenis.
16

Dominar diferentes formas de manipulação dos materiais sonoros e elementos


constitutivos da música, em práticas diversas de composição/criação, execução e
apreciação musicais, privilegiando aquelas presentes nas culturas juvenis.

2. Experimentar diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais sonoros


e técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis.
Identificar e manipular diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais
sonoros e técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação
musical, privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis.
Dominar diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais sonoros e
técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
privilegiando aquelas presentes nas culturas juvenis.

3. Conhecer o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas diversas – locais,


nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as culturas infantis
Reconhecer e valorizar o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas
diversas – locais, nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as
culturas infanto-juvenis.
Compreender e valorizar o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas
diversas – locais, nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as
culturas juvenis.

4. Compartilhar as aprendizagens desenvolvidas nas aulas com a comunidade escolar


e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de interações sociais mediadas pela
música.
Propor e produzir formas de compartilhar as aprendizagens musicais com a
comunidade escolar e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de interações
sociais mediadas pela música.
Propor e produzir formas de compartilhar as aprendizagens musicais aprendidas nas
aulas com a comunidade escolar e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de
interações sociais mediadas pela música. (IGUAL AO NÍVEL ANTERIOR)

5. Explorar diferentes formas de registro musical, incluindo formas distintas de notação


musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.
Identificar e manipular diferentes formas de registro musical, incluindo formas
distintas de notação musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em
áudio e audiovisual.
Apropriar-se de diferentes formas de registro musical, incluindo formas distintas de
notação musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e
audiovisual.

6. Experimentar recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas infantis.
17

Identificar e manipular recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas infanto-juvenis.
Apropriar-se de recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e
compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas juvenis.

7. Reconhecer usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação,


considerando, em especial, contextos familiares aos estudantes e as culturas
infantis.
Compreender usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação,
considerando, em especial, contextos próximos aos estudantes e as culturas infanto-
juvenis.
Analisar criticamente usos e funções da música em seus contextos de produção e
circulação, considerando, em especial, contextos diversos e as culturas juvenis.

8. Interagir com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de circulação da


música e do conhecimento musical, considerando, em especial, aqueles que
contemplam as culturas infantis.
Interagir criticamente com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de
circulação da música e do conhecimento musical, considerando, em especial,
aqueles que contemplam as culturas infanto-juvenis.
Interagir criticamente com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de
circulação da música e do conhecimento musical, considerando, em especial,
aqueles que contemplam as culturas juvenis. (IGUAL AO NÍVEL ANTERIOR)

9. Compreender práticas musicais nas suas relações com as dimensões estética, social,
cultural, histórica, econômica, política e ética, considerando, em especial, contextos
próximos aos estudantes e as culturas infanto-juvenis.
Analisar criticamente práticas musicais nas suas relações com as dimensões estética,
social, cultural, histórica, econômica, política e ética, considerando, em especial,
contextos diversos e as culturas juvenis.

10. Compreender diferentes modos de produção e circulação das práticas musicais na


sociedade, incluindo sua inserção no mundo do trabalho, dispositivos de formação
e formas de atuação profissional na área.

b) Versão final dos objetivos

ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

1. Explorar elementos constitutivos da música em práticas diversas de


composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas
presentes nas culturas infantis.
18

2. Experimentar diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais sonoros


e técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis.

3. Explorar diferentes formas de registro musical, incluindo formas distintas de notação


musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.

4. Experimentar recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas infantis.

5. Conhecer o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas diversas – locais,


nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as culturas infantis.

6. Reconhecer usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação,


considerando, em especial, contextos familiares aos estudantes e as culturas
infantis.

7. Compartilhar as aprendizagens desenvolvidas nas aulas com a comunidade escolar


e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de interações sociais mediadas pela
música.

8. Interagir com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de circulação da


música e do conhecimento musical, considerando, em especial, aqueles que
contemplam as culturas infantis.

ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

1. Identificar e manipular elementos constitutivos da música em práticas diversas de


composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas
presentes nas culturas infanto-juvenis.

2. Identificar e manipular diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais


sonoros e técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação
musical, privilegiando aquelas presentes nas culturas infanto-juvenis.

3. Identificar e manipular diferentes formas de registro musical, incluindo formas


distintas de notação musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em
áudio e audiovisual.

4. Identificar e manipular recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas infanto-juvenis.
19

5. Reconhecer e valorizar o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas


diversas – locais, nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as
culturas infanto-juvenis.

6. Compreender usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação,


considerando, em especial, contextos próximos aos estudantes e as culturas infanto-
juvenis.

7. Propor e produzir formas de compartilhar as aprendizagens musicais com a


comunidade escolar e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de interações
sociais mediadas pela música.

8. Interagir criticamente com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de


circulação da música e do conhecimento musical, considerando, em especial,
aqueles que contemplam as culturas infanto-juvenis.

9. Compreender práticas musicais nas suas relações com as dimensões estética, social,
cultural, histórica, econômica, política e ética, considerando, em especial, contextos
próximos aos estudantes e as culturas infanto-juvenis.

ENSINO MÉDIO

1. Dominar diferentes formas de manipulação dos materiais sonoros e elementos


constitutivos da música, em práticas diversas de composição/criação, execução e
apreciação musicais, privilegiando aquelas presentes nas culturas juvenis.

2. Dominar diferentes formas de utilização de fontes sonoras, materiais sonoros e


técnicas em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
privilegiando aquelas presentes nas culturas juvenis.

3. Apropriar-se de diferentes formas de registro musical, incluindo formas distintas de


notação musical, bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e
audiovisual.

4. Apropriar-se de recursos das tecnologias para apreciar, produzir, registrar e


compartilhar práticas e repertórios musicais de modo ético, considerando, em
especial, as culturas juvenis.

5. Compreender e valorizar o patrimônio musical, material e imaterial, de culturas


diversas – locais, nacionais e mundiais – em diferentes épocas, privilegiando as
culturas juvenis.

6. Analisar criticamente usos e funções da música em seus contextos de produção e


circulação, considerando, em especial, contextos diversos e as culturas juvenis.
20

7. Propor e produzir formas de compartilhar as aprendizagens musicais aprendidas nas


aulas com a comunidade escolar e a sociedade em geral, ampliando os âmbitos de
interações sociais mediadas pela música.

8. Interagir criticamente com diferentes dispositivos e equipamentos culturais de


circulação da música e do conhecimento musical, considerando, em especial,
aqueles que contemplam as culturas juvenis.

9. Analisar criticamente práticas musicais nas suas relações com as dimensões estética,
social, cultural, histórica, econômica, política e ética, considerando, em especial,
contextos diversos e as culturas juvenis.

10. Compreender diferentes modos de produção e circulação das práticas musicais na


sociedade, incluindo sua inserção no mundo do trabalho, dispositivos de formação
e formas de atuação profissional na área.

Referências

BASABE, Laura; COLLS, Estela. La enseñanza. In: CAMILLONI, A. (Org.). El saber


didáctico. Buenos Aires: Paidós, 2010. p. 125-161.

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Proposta preliminar. Segunda versão revista.


Brasília: Ministério da Educação, 2016.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v.
134, n.248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27.833- 27.841.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio,


Etapa I - Caderno IV: áreas de conhecimento e integração curricular / Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Marise Nogueira Ramos, Denise
de Freitas, Alice Helena Campos Pierson]. – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino


médio, Etapa II - Caderno IV: Linguagens / Ministério da Educação, Secretaria
de Educação Básica; [autores: Adair Bonini... et al.]. – Curitiba: UFPR/Setor de
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COELHO DE SOUZA, José Peixoto. Letra e música: uma proposta para o ensino da
canção na aula de português como língua adicional. Tese (Doutorado em Letras) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Letras, Porto Alegre, 2014.

LEBRUN, Johanne; LENOIR, Yves. O papel secundário dos saberes disciplinares no


discurso dos futuros professores do primário: reflexo da relação estabelecida com as
finalidades da escola. Pro-Posições, v. 24, n. 1 (70), p. 43-59, jan./abr. 2013.
21

MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Currículo, conhecimento e cultura. In: BEAUCHAMP,


J.; PAGEL, S. D.; NASCIMENTO, A. R. (Org.). Indagações sobre currículo: currículo,
conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf>. Acesso em: 26 jun.
2011.

VAGO, Tarcísio Mauro. Pensar a educação física na escola: para uma formação cultural
da infância e da juventude. Cadernos de Formação RBCE, p. 25-42, set. 2009.

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