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Ensaios de Comissionamento de
Gerador Síncrono em Usinas
Hidrelétricas
Banca Examinadora:
À minha mãe Maria Hilda, pelo amor e ombro de mãe sempre a minha
disposição, ouvindo os desabafos nas dificuldades e compartilhando as lágrimas e
sorrisos em todos os momentos. Ao meu pai de coração Vanderlei, que junto a
minha mãe, esteve ao meu lado dividindo os problemas e os méritos. Ao meu irmão
Matheus, que com sua inocência de criança, me ensinou a ver e levar a vida com
outros olhos e de outra maneira.
i
Resumo
Este trabalho tem por objetivo a abordagem dos ensaios que são realizados
em geradores síncronos desde a etapa de inspeção em fábrica até a etapa de
comissionamento.
ii
Abstract
First, it will be presented a brief theory fundament, which will describe the
main parameters that involve the synchronous machine operating in steady and
transitory state, that will be presented through models, schematic and equations.
After this stage, these experiments will be discussed taking in consideration the
methods applied and the acceptance´s criteria.
Finally, the work will be concluded with the presentation of the main ideas
exposed and questioned along the development of the essay.
iii
Lista de Figuras
v
Sumário
vi
2.6.7: Constante de Tempo Sub-transitória em Circuito Aberto em Eixo
Direto.................................................................................................................. 20
vii
3.3.8: Reatância de Sequência Negativa: X2 ........................................... 43
Bibliografia: ..................................................................................................... 73
viii
Capítulo 1: Introdução
Neste trabalho não será analisado um gerador específico, mas sim, feita uma
abordagem geral tomando por base a experiência adquirida em inspeções em
fabricantes e comissionamento de diversos geradores diferentes, de diversos portes.
1
1.1: Inspeções em Fábrica
1.2: Comissionamento
2
Para que o comissionamento possa ser iniciado e consequentemente
executado de uma maneira correta, devem ser obedecidos alguns procedimentos
padrões.
Antes do início de qualquer atividade, deve ser realizada uma reunião inicial
de comissionamento, onde estarão presentes representantes da equipe de
comissionamento, equipe de montagem, cliente e um técnico de segurança do
trabalho integrante da equipe de comissionamento. Nesta reunião, são apresentadas
as documentações referentes ao equipamento que será comissionado, definido o
tempo previsto para a execução dos ensaios, entregue o Certificado de Conclusão
de Montagem (CCM) que contém a Lista de Pendências de Montagem (LPM) e
criada uma Análise Preliminar de Risco (APR) ou Programa de Segurança do
Trabalho (PST). O técnico de segurança é responsável, com a ajuda da equipe de
comissionamento, por identificar todos os riscos que podem ocorrer durante os
ensaios no equipamento, e uma vez identificados estes riscos, deve ser realizada
uma ação preventiva para que não aconteça, ou uma instrução do que deve ser feito
caso aconteça algum incidente ou acidente.
3
pendências que não foram solucionadas. Este documento é entregue ao supervisor
de comissionamento, que fica responsável por avaliar as condições de início do
comissionamento. Caso estas condições não sejam as necessárias, o CCM é
devolvido ao supervisor de montagem, que deve providenciar as devidas correções
e iniciar o comissionamento.
Uma vez que o gerador está pronto para ser comissionado, inicia-se a etapa
de pré-comissionamento. Esta etapa consiste na calibração e inspeção de toda a
instrumentação que será usada nos ensaios. Alguns destes instrumentos são de
monitoramento e medição da própria UG, como os sensores de temperatura do
gerador, por exemplo. Outros são instalados apenas para os ensaios, sendo
retirados quando os testes são finalizados, como por exemplo, sensores de vibração.
4
No Capítulo 3 serão apresentados os principais ensaios que são realizados
durante o período de inspeções em fábrica dos geradores. Para cada ensaio serão
definidos o conceito, a metodologia de realização e análise dos critérios de
aceitação.
5
Capítulo 2: Funcionamento de um Gerador Síncrono
6
magnética, fazendo com que a maior parte do fluxo magnético fique no núcleo,
diminuindo as perdas por fluxo disperso. A escolha de chapas laminadas é para que
diminua as perdas por correntes induzidas nas chapas.
Os de pólos salientes são assim chamados pelo fato de que seus pólos
magnéticos são “externos” à superfície do rotor, como mostra a Figura 1. Os rotores
com pólos salientes são mais encontrados em geradores que operam com grande
número de pólos e baixa rotação. A partir do momento que se aumenta a rotação, os
rotores de pólos salientes sofrem muito efeito da força centrífuga, por isso não são
aplicados. A Erro! Fonte de referência não encontrada. relaciona número de
pólos, frequência e rotação da máquina síncrona. Onde P é o número de pólos, η
rotação nominal em rpm e f a frequência em Hertz.
(1)
7
Figura 2: Foto de um rotor de pólos salientes (Fonte: [1]).
8
2.2: Estrutura do Estator
9
através destes a corrente é fornecida aos enrolamentos, como pode ser observado
na figura 1. Essa configuração possui alguns problemas, como a necessidade de
manutenção constante nas as escovas e anéis coletores. Outro problema é a queda
de tensão sobre as escovas, o que não se torna viável para máquinas com correntes
de campo muito elevadas. Isso faz com que essa configuração de excitação seja
utilizada apenas em máquinas de pequeno porte.
10
O esquema de ligação explicado acima é ilustrado na figura 6.
11
Figura 7: Circuito equivalente monofásico de um gerador síncrono (Fonte: [1]).
Onde:
IF = Corrente de campo;
VF = Tensão de campo;
XS = Reatância síncrona;
RA = Resistência de armadura;
IA = Corrente de armadura;
Vale ressaltar, de acordo com [1], que a tensão induzida nos enrolamentos de
armadura (̅̅̅) não é necessariamente igual à tensão gerada nos terminais da
máquina (̅̅̅). Isso só acontece quando a máquina está rodando “a vazio”, ou seja,
sem corrente circulando em seus terminais. Os fenômenos que explicam essa
diferença serão demonstrados no decorrer do trabalho.
Um grande efeito que contribui com essa diferença de tensão, conforme [1], é
a chamada reação de armadura. Isso acontece pelo fato de que quando uma carga
é conectada ao gerador, circula uma corrente pela armadura ( ̅ ). Esta corrente,
12
segundo a Lei de Ampère, produz um campo magnético. Esse campo influencia o
campo original criado no estator, alterando a tensão ̅̅̅.
Pode-se afirmar que a tensão nos terminais é a soma das tensões induzidas
pela corrente de campo (e corrente de armadura, como mostra a equação 2).
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅ ̅ (3)
(6)
13
RA, logo, exclui-se a contribuição da queda de tensão na resistência de armadura no
valor final da tensão nos terminais do gerador.
̅ ̅ ̅ (8)
A reatância síncrona de eixo direto saturada (Xds) depende das condições sob
as quais a máquina está operando, estando relacionada também com a saturação
do circuito magnético da máquina.
14
A reatância síncrona de eixo em quadratura (Xq) é definida pela razão entre a
componente CA da tensão de armadura que é produzida pelo fluxo total no eixo em
quadratura gerada pela componente em quadratura (Iq) da corrente de armadura,
pela componente fundamental dessa corrente no estado permanente e em
condições nominais de frequência.
15
valor da resistência de campo, na maioria das vezes esse parâmetro é
desconsiderado do circuito equivalente.
As definições dos parâmetros transitórios serão dadas de acordo com [2], [5],
[3] e [6].
16
Antes de uma falta ocorrer no gerador, só existem componentes CA de
tensão e corrente nos terminais do gerador. Porém, quando ocorre a falta, surgem
componentes CC no gerador. Isso se dá pelo fato que, de acordo com o circuito
apresentado na figura 7, o modelo do gerador é dado por uma fonte de tensão em
série com uma reatância indutiva. Sabe-se que um indutor não admite variação
brusca de corrente em seus terminais. Com isso, quando ocorre uma falta, a
componente CA da corrente vai a um valor extremamente elevado, mas a corrente
total não varia instantaneamente. Aparece uma componente CC de corrente com
magnitude tal que a soma das componentes CC e CA da corrente seja igual à
corrente que existia antes de ocorrer a falta. Essa componente CC da corrente decai
rapidamente com o tempo, tendo seu valor inicial tipicamente em torno de 50 ou
60% da corrente CA que circulava pelos terminais antes da falta.
17
Figura 9: Componentes simétricas CA da corrente de falta (Fonte: [1]).
18
Figura 10: Valores rms das componentes CA da corrente de falta (Fonte: [1]).
A reatância transitória de eixo direto (X’d) é definida como sendo a razão entre
a componente CA da tensão de armadura, gerada pelo fluxo total de armadura no
eixo direto, e o valor da componente CA da corrente de armadura logo após a
ocorrência de um curto-circuito eliminando-se os efeitos sub-transitórios, ou seja,
desconsiderando-se as correntes nos enrolamentos amortecedores.
19
componente CA da corrente de armadura após a ocorrência de uma falta, contando
os primeiros ciclos onde existe passagem de corrente no enrolamento amortecedor.
Em alguns casos pode-se encontrar X’’d e X’’q iguais, quando isso ocorre, diz-
se que a máquina não possui saliência sub-transitória, ou seja, há um equilíbrio em
suas reatâncias sub-transitórias.
20
valor inicial (decaimento exponencial 1/ε), com a máquina operando na velocidade
nominal.
21
Os parâmetros que serão aqui representados, são aqueles obtidos através
dos ensaios que são usualmente realizados nos geradores, existem outros
parâmetros que podem ser obtidos através de outros ensaios, porém, estes não são
usualmente realizados e por isso não se tornam objeto deste estudo.
(9)
(10)
(11)
Onde:
23
Figura 12: Variação da componente periódica da corrente de armadura em função
do tempo - última parte do gráfico constituída por linha reta (Fonte: [6]).
24
2.7.4: Reatância Sub-transitória de Eixo Direto
De acordo com [6], a X’’d pode ser determinada através da equação 12. Os
valores indicados podem ser obtidos através de curvas como as da figura 12 e da
figura 13. Sendo u(0) a tensão em vazio medida imediatamente antes do curto-
circuito.
(12)
25
Capítulo 3: Ensaios Realizados na Inspeção em Fábrica
Este capítulo tratará de ensaios que são realizados nos geradores quando
acabam de ser fabricados. Por se tratarem de equipamentos vitais para o
funcionamento e operação de usinas, diversos controles de qualidade devem ser
executados pelos fabricantes durante o processo de fabricação dos equipamentos.
26
Vale ressaltar, que todos os equipamentos e instrumentos utilizados pra a
execução dos ensaios devem ter sido calibrados em laboratórios credenciados pelo
Inmetro com padrões certificados pela mesma instituição.
Há três grupos distintos nos quais todos os ensaios estão inseridos: ensaios
de rotina, ensaios de tipo e ensaios especiais, de acordo com [7]. Esta divisão se dá
principalmente por três fatores associados aos testes: complexidade, custo e
destruição do equipamento.
27
3.1.2: Ensaios de Tipo
Estes ensaios são os com maior grau de complexidade, custo e muitas vezes
são destrutivos parcial ou totalmente. Para este grupo de ensaios, pode-se realizar o
teste apenas em uma unidade da linha de produção, quando os processos de
fabricação são rigorosamente os mesmos, pois desta forma, garante-se que o
método utilizado para a fabricação está correto. Usualmente nestes casos, o
equipamento que será testado é escolhido por amostragem.
Este grupo de ensaios para o objeto deste estudo, abrange todos os ensaios
de rotina, adicionando-se os que seguem:
Os ensaios especiais, como o próprio nome sugere, são os ensaios que são
realizados apenas a pedido do cliente, por serem considerados de complexidade
elevada, ou por muitas vezes não influenciarem diretamente no funcionamento do
equipamento, como por exemplo, o ensaio de nível de ruído, que em muitos casos
não se importa muito o ruído, dependendo do local de instalação do gerador.
Os ensaios que serão tratados a partir daqui são os realizados com o gerador
parado, ou seja, sem acionamento em sem eixo.
Este ensaio tem o intuito de medir a resistência pura de cada circuito, por isso
o nome de resistência ôhmica. Os valores obtidos neste ensaio, dizem respeito
somente aos aspectos construtivos de cada enrolamento da máquina.
28
Existem duas formas de se realizar as medições, método da tensão e
corrente ou método da comparação. Para o primeiro método, aplica-se uma tensão
ou uma corrente e mede-se a corrente ou tensão correspondente, a partir daí,
através da Lei de Ohm pode-se obter o valor da resistência. O segundo método
permite obter o valor mais diretamente, onde se mede a resistência usando como
parâmetro resistências conhecidas, através de uma Ponte Kelvin ou Ponte de
Wheatstone.
Uma variável muito importante para este ensaio é temperatura à qual está
submetido o enrolamento que está sendo medido. Um erro comum de se cometer é
considerar a temperatura ambiente como sendo a temperatura do enrolamento. Para
que isso não aconteça, a temperatura do enrolamento deve ser medida através dos
próprios sensores de temperatura do enrolamento da máquina.
( ) (13)
São basicamente três as finalidades deste ensaio: medição das perdas por
efeito Joule nos enrolamentos do estator e excitação, determinar a componente ativa
da queda de tensão interna quando o gerador está em carga e determinar a
temperatura dos enrolamentos. Outra finalidade usada é a comparação entre os
valores obtidos em cada fase, a fim de se detectar o equilíbrio na bobinagem.
A medição realizada quando a máquina está nova pode servir como base
para futuras comparações, porém recomenda-se que o gerador opere por algum
tempo em condições nominais antes de se fazer a primeira medição, desta maneira,
garante-se a retirada de umidade e sujeiras que podem estar no equipamento,
fatores determinantes para a queda na resistência de isolamento.
30
Existem várias maneiras de se medir a resistência de isolamento, incluindo-se
medidas através de circuitos externos montados para tal. Porém com o avanço da
tecnologia, surgiram aparelhos chamados de Megôhmetros que são destinados a
este fim. Este aparelho funciona aplicando uma tensão em corrente contínua e
medindo a corrente injetada no circuito, obtendo a resistência através da Lei de
Ohm.
(14)
De posse do valor da temperatura base, [9] apresenta uma equação, que será
apresentada aqui pela equação 15.
(15)
31
equação 16, onde T é a temperatura de ensaio. Este coeficiente também pode ser
obtido da figura 15.
(16)
32
3.2.2.2: Classe de Isolação
33
Figura 15: Coeficiente de correção de temperatura para o teste de resistência de
isolamento (Fonte: [6]).
34
Ao se aplicar uma tensão elevada sobre o material dielétrico, ocorre durante
um intervalo de tempo a polarização das cargas nas fronteiras do material.
Utilizando-se desse fenômeno, realiza-se o ensaio chamado de Índice de
Polarização (IP).
(17)
Não há uma norma que diz exatamente qual deve ser o IP considerado bom
para cada equipamento, porém através da prática de profissionais do ramo,
elaborou-se a tabela 3 como referência para a avaliação da grandeza.
35
3.2.3: Tensão Aplicada
Este ensaio deve ser executado de acordo com [11], [12] e [13]. Quando
aplicada nos enrolamentos do estator, deve ser aplicada tensão em cada fase
separadamente, com as outras fases aterradas.
O ensaio deve ser realizado com uma fonte de tensão alternada de alta
tensão, comumente chamado de HIPOT. Este equipamento além de conseguir
aplicar elevados níveis de tensão, deve o fazer de maneira estável, ou seja, sem
variações bruscas na tensão, pois estas variações podem danificar o equipamento
que está sendo testado.
Segundo [13], a tensão de ensaio que deve ser aplicada deve ser igual ao
dobro da tensão nominal da máquina mais 1 kV, sob frequência industrial (60 Hz),
como mostra a equação 18.
(18)
36
Figura 16: Circuito para teste de tensão aplicada.
Segundo [14], caso não se possua uma fonte de alta tensão em CA, pode-se
realizar o ensaio através de uma fonte CC. Porém, a modificação é feita no valor da
tensão de ensaio, que deve ser 1,7 vezes maior (170%) da tensão de ensaio em CA.
Caso a máquina deva ser reensaiada ou o ensaio deva ser realizado em uma
máquina que já estava em operação, ou seja, os enrolamentos não são novos, a
tensão de ensaio em CA deve ser de 0,8 vezes (ou 80%) a tensão original de
ensaio, pois este teste faz com que as peças e o dielétrico do equipamento sofra um
stress, vindo a ser destrutivo se o ensaio for sempre repetido.
37
3.3: Ensaios Dinâmicos
Estes ensaios são assim denominados pelo fato de serem realizados com o
gerador em operação, sendo este acionado por sua turbina hidráulica ou por um
motor acoplado ao seu eixo. No caso de acionamento por motor, deve ser tomado o
cuidado de que as características que o motor oferece ao gerador são as mesmas
oferecidas pela turbina que foi projetada para o acionamento. O gerador poderá
estar operando em condições nominais, condições abaixo e acima da nominal,
dependendo da necessidade de cada ensaio.
38
A figura 17 apresenta um circuito que pode ser utilizado em um
sequencímetro, sendo que a lâmpada ligada ao terminal número 1 corresponde à
sequencia R-S-T e a ligada ao terminal número 2 à sequência R-T-S. O interruptor
serve como teste de lâmpadas do equipamento, sendo que quando ele é fechado,
ambas as lâmpadas devem acender.
39
construtivos do equipamento. Este ensaio tem o objetivo de verificar o equilíbrio
entre as tensões das três fases.
Para este ensaio, a máquina deve estar com tensão nominal gerada, porém,
preferencialmente desligada de outros equipamentos, como transformadores de
potencial, disjuntores e transformadores de potência, pois estes equipamentos
influenciam harmonicamente na tensão gerada. A medição deve ser feita no
espectro de frequência até 100 vezes a nominal, ou seja, para máquinas de 60
Hertz, deve-se medir até a frequência de 6 kHz.
40
3.3.4: Ensaio em Vazio
41
nominal até que a corrente de excitação seja nula. Essa variação é realizada através
de degraus de corrente espaçados uniformemente entre si. Esses degraus são
dados variando-se a corrente de excitação do gerador.
A mesma correção realizada na curva do item anterior deve ser feita aqui,
caso o ponto inicial da curva (corrente de excitação nula) não esteja na origem do
gráfico.
42
como concluída quando ocorre uma variação menor do que 0,1K entre a medição
atual e a anterior em todos os pontos medidos.
43
Figura 18: Circuito equivalente em sequência negativa.
Figura 19: Circuito para ensaio de reatância de sequência negativa (Fonte: [6]).
√ (19)
44
(20)
√
Figura 21: Circuito para ensaio de reatância de sequência negativa (Fonte: [6]).
45
(21)
(22)
Este ensaio tem por objetivo medir a tensão entre o eixo do gerador e a
massa. Essa tensão pode ser proveniente de uma fuga no isolamento do sistema de
excitação, que passa da excitatriz até o rotor através do eixo, ou proveniente de uma
tensão induzida.
Não existe norma que estabelece o valor máximo que pode ser encontrado de
tensão no eixo.
3.3.11: Curva V
46
A corrente de excitação é variada de um valor nulo até um valor em que a
corrente de armadura chegue ao máximo de 150% de sua nominal, registrando-se
os valores de tensão e corrente de excitação, e corrente de armadura. As curvas V
podem ser de vários tipos, dependendo da corrente que circula na armadura,
podendo ser desde a máquina em vazio (sem corrente na armadura) até o máximo
de 150% de corrente na armadura.
3.3.12: Vibração
47
O procedimento se dá através da medição de vibração nos mancais da
máquina, nas direções axial, vertical e horizontal. O valor rms da vibração deve ser
anotado em um protocolo e comparado com a tabela 4. Para a medição são usados
sensores chamados de acelerômetros, que são conectados em um aparelho
medidor de vibrações.
√ (23)
3.3.13: Sobrevelocidade
48
Tabela 5: Ensaio de sobrevelocidade (Fonte: [7]).
49
Figura 23: Medição do nível de ruído (Fonte: WEG).
(24)
Onde:
50
excitatriz. Como já explicado, a resistência varia com a temperatura, logo, as perdas
devem ser calculadas com valores de resistência corrigidos para determinadas
temperatura, de acordo com sua classe de isolamento, conforme mostra a tabela 6.
A fórmula para se calcular o valor da resistência corrigida é a apresentada na
equação 13.
As perdas Joule no estator são a soma das perdas em todos os caminhos por
onde circula a corrente de armadura, segundo [3]. Deve ser calculada segundo a
equação 25.
(25)
Onde:
(26)
51
Onde:
Segundo [3], as perdas no ferro podem ser calculadas pela diferença entre a
potência necessária para levar a máquina à sua velocidade nominal quando esta é
excitada produzindo uma tensão nominal em seus terminais a vazio e a potência
necessária para levar a máquina a esta mesma velocidade sem excitação.
As perdas mecânicas, segundo [1] e [3], são as perdas causadas por atrito e
ventilação dos geradores, como por exemplo, as perdas causadas pelo atrito do eixo
em suas estruturas de sustentação (mancais).
(27)
Onde:
52
PUxIrotor = Potência (UxI) no rotor em um ponto de excitação escolhido;
(28)
Onde:
53
Capítulo 4: Ensaios de Comissionamento
Neste capítulo serão discutidos os ensaios que são realizados durante a fase
de comissionamento do gerador síncrono. A descrição do comissionamento já foi
tratada na seção 1.2.
54
Tabela 7: Características do gerador em estudo.
Característica Valor
Tensão 13800 V
Corrente 582 A
Potência 13900 kVA
Frequência 60 Hz
Rotação 600 rpm
Fator de Potência 0,9
Utilizando a equação 1, pode-se obter o número de pólos da máquina.
Este ensaio deve ser repetido sempre que se achar por bem, pois não
danifica a máquina e seu procedimento de execução é bastante simples, como foi
explicado na seção 3.2.2.
55
Os resultados para a resistência de isolamento e índice de polarização da
máquina em estudo são mostrados na tabela 8.
56
4.2.3: Resistência Ôhmica
57
Os valores de tensão e corrente, e consequentemente do valor da resistência
dos enrolamentos do estator principal são apresentados na tabela 10.
58
É comum encontrar nas dependências de grandes fabricantes, equipamentos
previamente montados para a realização dos ensaios, capazes de medir várias
grandezas simultaneamente com o mesmo aparelho.
Onde:
TP = transformador de potencial;
S = resistor shunt;
mV = milivoltímetro.
59
Tabela 12: Resultado do ensaio em vazio.
Ensaio em Vazio
V-U V-V V-W Vmed Hz Vexc Iexc Vrotor Irotor
16505 16524 16513 16514 60,04 56,66 7,28 165,1 26,1
15151 15144 15131 15142 59,96 45,29 5,84 131,9 20,9
13790 13799 13792 13794 60,01 37,34 4,83 108,8 17,2
12436 12450 12443 12443 60,04 31,35 4,07 91,3 14,5
1017 11036 11028 11027 60,09 26,56 3,46 77,4 12,3
60
4.3.2: Curto-Circuito Trifásico
Onde:
TP = transformador de potencial;
TC = transformador de corrente;
S = resistor shunt;
mV = milivoltímetro.
61
ponto comum de fechamento de curto-circuito é diretamente nos terminais de saída
da máquina.
Ensaio em Curto-Circuito
I-U I-V I-W Imed Hz Vexc Iexc Vrotor Irotor
700 700 700 700 59,98 45,77 6,84 133,3 188,6
638 638 638 638 60,04 41,83 6,23 121,9 172,4
581 581 581 581 60,11 37,84 5,64 110,2 155,9
527 527 527 527 60,14 33,86 5,05 98,6 139,5
465 465 465 465 60,24 29,49 4,39 85,9 121,5
62
Iexc para Inom = 6,24 A = ifk;
63
de “sincronoscópios”, que ficam instalados nos Quadros de Sincronismo de cada
unidade. Uma vez sincronizada a máquina com carga mínima, são testadas as
respostas e estabilidade dos reguladores RT e RV.
Para que a rejeição seja feita, é aberto o disjuntor que liga a máquina ao
sistema, simulando uma perda abrupta de carga. A cada rejeição são registrados os
parâmetros elétricos e mecânicos máximos e mínimos atingidos, como tensão e
corrente de armadura, tensão e corrente de excitação, potências ativa e reativa,
pressão na caixa espiral, sobrevelocidade, abertura do distribuidor, pressão na
sucção e a queda bruta. Após o registro dos valores, a máquina é inspecionada a fim
de se certificar que o equipamento não sofreu avarias mecânicas, como
desprendimento de peças, rompimento de vedações, trincas, deslocamentos axiais e
radiais, entre outros.
Figura 28: Esquemático para ensaio de rejeição de carga ativa (Fonte: [3]).
64
Onde:
TP = transformador de potencial;
TC = transformador de corrente;
S = resistor shunt;
V = voltímetro CC;
mV = milivoltímetro CC.
65
Figura 29: Rejeição de carga a 25% (Fonte: Voith).
66
Figura 31: Rejeição de carga a 75% (Fonte: Voith).
67
Tabela 14: Resultados do ensaio de rejeição de carga ativa (Fonte: Voith).
68
4.3.5: Elevação de Temperatura
Temperatura (°C)
Mc.
Hora Fase Fase Fase Mc. tras. Mc. Guia Mc. Esc. Mc. Guia
diant. UHRV UHLM
A B C gerador Turb. Turb. Turb. LA
Ger.
16:25 41 41 40,7 31,5 34,2 37,4 34,9 37 24,7 31,8
16:35 53,5 53,5 53,1 32,8 35,5 37,6 42,8 37,9 24,9 33,1
16:45 60,9 60,9 60,1 34,4 36,5 38,3 43,7 38,4 24,9 33,4
16:55 65,6 65,5 64,6 35,8 37,3 38,6 44 38,6 24,9 33,6
17:05 69,5 69,3 68,5 37,6 38,1 38,7 43,6 38,7 24,9 34,1
17:15 73,7 73,3 72,4 39,4 39,1 39,1 44 38,9 24,9 34,1
17:25 76,1 75,9 75 41 39,7 39,4 44,5 39,1 24,9 34,2
17:55 83,2 82,7 81,7 47,1 41,8 39,9 44,9 39,2 25,1 34,5
18:25 85,7 85,3 84,3 49,4 42,9 40 44,4 39,4 25,1 34,9
18:55 88,3 87,8 86,7 51 43,6 40,2 45 39,4 25,1 34,7
19:25 90,1 89,6 88,5 52,3 44,2 40,2 45,2 39,5 25,2 34,9
19:55 90,9 90,4 89,3 53,1 44,4 40,3 44,9 39,7 25,2 34,9
20:25 91,2 90,6 89,6 53,5 44,7 40,3 45 39,7 25,4 34,9
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Capítulo 5: Conclusão
Espera-se que com a realização deste estudo, este trabalho sirva como um
roteiro inicial, onde cada novo profissional que for iniciar a carreira na área de
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comissionamento possa obter um primeiro contato com os procedimentos adotados
para a realização de cada ensaio, bem como o contato com os procedimentos e
preparativos que envolvem toda e qualquer atividade relacionada ao
comissionamento de qualquer equipamento, não só de geradores síncronos.
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Bibliografia:
[2] IEEE Std 100, “The Authoritative Dictionary of IEE Standards Terms”. 7ª ed.
New York, 2000.
[4] SEN P. C., “Principles of Electric Machines and Power Electronics”. New
York, John Wiley and Sons, 1996.
[6] ABNT NBR 5052, “Máquina Síncrona – Ensaios”. Rio de Janeiro, 1984.
[8] IEEE Std 115, “IEEE Guide: Test Procedure for Synchronous Machines –
Part 1: Acceptance and Performance Testing. Part 2: Test Procedures and
Parameter Determination for Dynamic Analysis”. New York, 1995.
[9] IEEE Std 43 (R2006), “IEEE Recommended Practice for Testing Insulation
Resistance of Rotating Machinery”. New York, 2000.
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[ 14 ] IEEE Std 95, IEEE Recommended Practice for Testing Insulation of AC
Electric Machinery (2300 V and Above) With High Direct Voltage”. New York,
2002.
[ 15 ] ABNT NBR IEC 60034-14, “Máquinas Elétricas Girantes - Parte 14: Medição,
Avaliação e Limites da Severidade de Vibração Mecânica de Máquinas de
Altura de Eixo Igual ou Superior a 56 mm”. Rio de Janeiro, 2011.
74