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Revista Expressão Católica; v. 7, n.

1; Jan – Jun; 2018; ISSN: 2357-8483

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: REFLEXÕES ACERCA DAS


CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS NO PROCESSO EDUCATIVO

Ana Paula Vasconcelos de Oliveira RESUMO


Tahim
Diante das necessidades vivenciadas pelas escolas e profissionais na
preparação para a inclusão de crianças com deficiência, o tema deste estudo se
volta para as contribuições do espaço escolar, o papel do professor e a
legislação vigente, embasada na perspectiva da inclusão no processo educativo.
Desse modo, esta pesquisa buscou analisar os suportes legislativos
relacionados ao assunto, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
9.394/1996, bem como os autores que sedimentam a discussão sobre a inclusão
escolar e formação de professores, como Mittler (2003), Pimenta (2005), Lima
(2006), Baumel (2003), Ribeiro (2003), Marchesi (2004) e Oliveira (2004). A
abordagem adotada no estudo constituiu-se enquanto qualitativa, através de
uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo. Considera-se, a partir da análise
teórica feita, que a escola deve proporcionar a qualidade no acesso e nas
práticas pedagógicas essenciais para a criança com deficiência. Diante disso,
faz-se importante dialogar sobre o desenvolvimento da criança na escola e o
incentivo de políticas públicas que orientem uma prática inclusiva na escola,
favorecendo o acompanhamento efetivo na formação dos professores e na sua
atuação em sala de aula.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Inclusiva. Escola. Formação Docente.

INCLUSIVE EDUCATION: REFLECTIONS ABOUT THE


CONTRIBUTIONS AND CHALLENGES IN THE EDUCATIONAL
PROCESS

ABSTRACT

According to the needs experienced by schools and learning professionals on


inclusion of children with disabilities, the theme of this study is the contributions
of school environment, the teachers’ role and the current legislation based on the
perspective of inclusion in the educational process. Therefore, this research
aimed at analyzing the legislative supports related to the subject, such as the Law
of Directives and Bases of Education (LDB) 9.394/1996, as well as the authors
who discuss about school inclusion and teacher formation, such as Mittler (2003),
Pimenta (2005), Lima (2006), Baumel (2003), Ribeiro (2003), Marchesi (2004)
and Oliveira (2004). The qualitative approach, through a descriptive
bibliographical research, was used in the study. From the theoretical analysis, it
is considered that the school must provide quality access and essential
pedagogical practices for children with disabilities. Thus, a dialogue to discuss
the child's development in school and the encouragement of public policies that
guide an inclusive practice is important, favoring the effective follow-up in the
teachers’ formation and their performance in the classroom.

KEYWORDS: Inclusive Education. School. Teacher Formation.

Enviado em: 16/05/2018


Aceito em: 29/08/2018
Publicado em: 28/09/2018

DOI: 10.25190/rec.v7i1.2189
Revista Expressão Católica; v. 7, n. 1; Jan – Jun; 2018; ISSN: 2357-8483

1 INTRODUÇÃO deficiências, devido a uma reivindicação popular em


busca de direitos por uma escola igualitária. A partir da
Qualquer indivíduo, independente de sua cor, elaboração da Declaração Universal dos Direitos
raça, religião, etnia, classe social ou deficiência, merece Humanos, requereu-se a necessidade de uma educação
ser respeitado igualmente, sem nenhuma distinção, pois voltada para todos, sem discriminação. Apesar desse
todos são capazes e têm habilidades. Independente da movimento, o ensino ainda permaneceu segregando as
limitação, faz-se importante a garantia de direitos e de crianças com deficiência em classes especiais, isoladas
políticas públicas que possibilitem a inclusão das da família, separadas em classes específicas para esse
crianças com deficiência na escola. fim. Essas classes mantinham essas crianças longe das
Desse modo, a inclusão inicia-se na escola, outras, consideradas sem deficiência.
principalmente na socialização de um espaço Na década de 1970, passou-se a questionar a
heterogêneo de aprendizagem e que deve promover o exclusão das pessoas com deficiência e das limitações
acesso ao conhecimento historicamente construído. A em uma perspectiva humanista com possibilidades
discussão parte do princípio de que a escola deve estar iguais.
preparada, com recursos adequados e uma formação Ribeiro (2003, p. 45) destaca que:
contínua dos professores para o atendimento das
pessoas com deficiência. Nesse contexto, questiona-se: Cabe ressaltar que a Política Nacional de
até que ponto esse discurso é coerente com a realidade Educação Especial em vigência hoje ainda
vivenciada nas escolas? Os professores realmente mantém, em seus fundamentos axiológicos,
entendem a importância desse movimento? a Normalização e a Individualização. É
Assim, a presente pesquisa objetiva realizar uma sabido que às vezes esses princípios são
discussão teórica fundamentada nas contribuições de interpretados erroneamente por alguns, que
Mittler (2003), Pimenta (2005), Lima (2006), Baumel lhe atribuem uma faceta de
(2003), Ribeiro (2003), Marchesi (2004) e Oliveira (2004). estabelecimentos de privilégios ao permitir
Desse modo, pretendeu-se discorrer sobre a evolução do diferenciações para garantir direitos [...].
conceito de educação inclusiva, bem como sobre o papel
desempenhado pelo professor e pela própria instituição Várias organizações e grupos de pessoas com
de ensino na qual ele atua, a escola. deficiência começaram a reivindicar, por meio de
Acredita-se, portanto, que a inclusão escolar de movimentos sociais organizados, as mudanças nas
crianças com deficiência será efetiva a partir da políticas educacionais, exigindo que essas passassem a
preocupação com a formação dos professores atuantes, incluir todos, facilitando a vida das pessoas com
com o objetivo de favorecer a aprendizagem desses deficiência em todos os lugares, além da sala de aula
alunos no acesso e permanência na escola. (LIMA, 2006).
No entanto, foram muitas reivindicações e lutas
2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONTRIBUIÇÕES E para que se conseguisse chegar aos avanços
DESAFIOS conquistados, de modo que todos, em suas múltiplas
diversidades, fossem acolhidos com dignidade e garantia
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO dos direitos conquistados arduamente ao longo desse
INCLUSIVA processo histórico.
Houve grande interesse de desenvolver um
Sabe-se que é necessário compreender as trabalho assistencial pela educação especial, que teve
inúmeras mudanças inerentes ao processo educacional contribuições significativas de estudiosos como
para tornar compreensível o contexto histórico que Pestalozzi (1746-1827), Frobel (1782 -1852), Montessori
abrange a educação inclusiva. Assim, para Enguita (1870 -1952) e Binet (1857-1911), com um enfoque
(2004), houve a necessidade de serem criadas médico-terapêutico. No século XX, no Brasil,
instituições de ensino, tendo em vista o atendimento dos predominavam as vertentes médico-pedagógicas, pois
anseios da sociedade na educação e na importância da os médicos diagnosticavam tanto o cognitivo como as
mesma para a socialização dos saberes pelos indivíduos, práticas pedagógicas. Durante muito tempo, essas
sem distinção. práticas eram priorizadas e sobressaía a ótica da
De acordo com Lima (2006), na antiguidade segregação (LIMA, 2003).
clássica, a criança que nascia com alguma deficiência Rodrigues (2003), aponta que se as escolas
física era descartada, como se fosse um objeto tido como aceitam e reconhecem a diferença de cada aluno, é
inútil. Na Idade Média, os indivíduos que possuíssem necessário que estratégias sejam desenvolvidas para
alguma deficiência eram considerados enfermos ou a uma aprendizagem diferenciada e adequada,
deficiência era concebida como uma punição relacionada respeitando o limite de cada discente.
a algum ato cometido pelos pais e/ou família. Ainda De acordo com Ribeiro (2003), a Conferência
complementa Lima (2006, p. 28), “buscava-se então uma Mundial de Educação para Todos buscou contemplar
escola para todos, independente da origem social de questões relacionadas à garantia da educação enquanto
cada um. A educação especial surge, pois, como parte direito universal. O acesso deve ser garantido a todos,
de uma proposta de educação para todos, que sem distinção. O Estatuto da Criança e do Adolescente
denunciava a discriminação e a exclusão social”. (ECA) também se posicionou acerca da Política Nacional
A educação especial iniciada no século XVIII de Educação Especial; contudo, o documento essencial
permitiu à sociedade ocidental desenvolver adotado para subsidiar as políticas públicas de inclusão
estabelecimentos voltados para pessoas com foi a Declaração de Salamanca.

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De acordo a Declaração de Salamanca modo que esses sujeitos possam ser escolarizados nas
(UNESCO, 1994, p.1): salas regulares (MARCHESI, 2004).
Rapoli (2010, p. 7), enfatiza que “os que têm o
Que toda criança tem direito fundamental a poder de dividir são os que classificam, formam
educação, e deve ser dada a oportunidade conjuntos, escolhem os atributos que definem os alunos
de atingir e manter o nível adequado de e demarcam os espaços, decidem quem fica e quem sai
aprendizagem, toda criança possui destes, quem é excluído dos agrupamentos escolares”.
características, interesses, habilidades, e Ribeiro (2003, p. 49) destaca que:
necessidades de aprendizagem que são
únicas, sistemas educacionais deveriam ser O pressuposto da inclusão é que a escola
designados e programas educacionais ofereça oportunidades de aprendizagem a
deveriam ser implementados no sentido de todos indistintamente, respeitando a
se levar em conta a basta diversidade de diversidade de sua clientela. Essa intenção
tais características e necessidades [...]. deve se explicitar no projeto pedagógico da
escola, de modo que o currículo proposto
Todas as instituições de ensino devem, pois, seja dinâmico e flexível, permitindo o ajuste
articular-se com o modelo de inclusão e o cumprimento do fazer pedagógico às peculiaridades de
das bases legislativas que garantem o acesso à cada aluno.
educação em salas regulares de ensino. Deve-se
oportunizar uma estrutura física adequada e recursos Diante desse contexto, Ribeiro (2003) afirma
diversos para a rotina a ser estabelecida em sala de aula. ainda que as escolas precisam estar à frente da inclusão,
Assim, os sistemas escolares municipais e buscando novas formas de interação com esses
federais precisam estimular o desenvolvimento e a indivíduos, garantindo uma educação de qualidade,
prática de convivência com a diversidade, independente planejando, organizando, buscando recursos
de cada deficiência. A política nacional de educação pedagógicos, além de profissionais especializados para
necessita dar prioridade para o atendimento de todas trabalharem em parceria, repensando a prática
essas pessoas com deficiências (LIMA, 2006). pedagógica, mostrando que essas crianças merecem ser
respeitadas e que a escola precisa fazer o seu papel.
2.2 O PAPEL DA ESCOLA NA INCLUSÃO ESCOLAR A convivência dessas crianças nas escolas,
socializando com outras, trará qualidade de vida e
O sistema educacional de ensino define as salas aceitação diante de uma sociedade ainda carente de
regulares e as especiais, ocasionando uma rotulação e empatia e diálogo, mostrando que elas têm os mesmos
exclusão das diferenças. As próprias escolas sentem-se direitos e oportunidades que qualquer outra pessoa.
ameaçadas por um sistema educacional que dispõem de É necessário que as escolas tenham ações
uma proposta inclusiva com espaços reorganizados, voltadas para a inclusão, considerando a diferença de
profissionais qualificados, salas de recursos cada um, buscando transformações e mudanças para
multifuncionais, programas e avaliações preparadas para essas crianças. As escolas precisam de práticas
atender as pessoas com deficiência. Portanto, para educativas em que todos possam conviver com as
Mittler (2003, p. 25): diferenças, fazendo com que cada indivíduo, mesmo com
suas limitações, seja aceito sem discriminação, pois a
No campo da educação, a inclusão envolve escola tem o papel de incluir e mostrar essas diferenças.
um processo de reforma e de reestruturação Ela deve ser neutra, fazendo com que cada indivíduo
das escolas como um todo, com o objetivo seja respeitado e valorizado (MANTOAN, 2003).
de assegurar que todos os alunos possam Os profissionais da educação necessitam de
ter acesso a toda a gama de oportunidades uma visão mais ampla em relação às possíveis
educacionais e sociais oferecidas pela conquistas da criança com deficiência, entendendo que
escola. a sua postura será um grande agente influenciador
dessas conquistas; portanto, precisam estimular os
A escola na perspectiva inclusiva busca a alunos, fazendo com que cada etapa seja um
construção de práticas pedagógicas que têm em vista um aprendizado contínuo de vivência.
ensino de qualidade para todos, estimulando os Martins e Leite (2012), explicitam que a
indivíduos em sua capacidade de percepção, expressão, valorização da formação docente no ano de 1990 gerou
criatividade e interação com as outras crianças. A grandes questionamentos, devido à importância da
inclusão escolar faz com que todos os alunos estejam formação continuada desses profissionais, pois seu
inseridos, independente de suas diferenças, e a escola conhecimento não é apenas formado de técnicas, mas
regular se torna inclusiva quando respeita a necessidade também de uma preparação para um ensino de
de cada indivíduo e se prepara para atender a todos os qualidade. Isso envolve didática e mudanças na
tipos de necessidade (RAPOLI, 2010). metodologia de ensino, de modo que esses profissionais
As escolas inclusivas buscam uma educação sejam mediadores de sua formação, buscando trocas de
integradora na qual as mudanças educacionais e físicas experiências, por meio de práticas reflexivas e
possam organizar e garantir um ensino de qualidade para questionamentos da sua atividade docente.
todos. Nesse sentido, devem ocorrer mudanças nas Nóvoa (1995, p. 25) enfatiza que:
salas de aulas e no currículo na prática pedagógica, de

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A formação deve estimular uma perspectiva crianças, sem qualquer tipo de preconceito, inovando
crítica-reflexiva, que forneça aos nos recursos pedagógicos e buscando novas alternativas
professores os meios de um pensamento de convívio com essas crianças.
autônomo e que facilite as dinâmicas de O ideal seria que todos os docentes mostrassem
uma autoformação participada. Estar em para essas crianças que sim, que podemos tornar a
formação implica um investimento pessoal, sociedade igualitária para todos, sem diferença e
um trabalho livre criativo sobre os percursos preconceito, mas com os mesmos direitos, respeitando
e os projetos próprios, com vista á cada indivíduo com suas especificidades.
construção de uma identidade profissional. Para Azzi (2005), a importância da formação e
capacitação desses profissionais é uma questão
Baumel (2003), afirma que as exigências quanto bastante desafiadora, pois aqueles profissionais que se
à formação de professores geraram grandes preocupam com uma escola e um ensino de qualidade
perspectivas na formação continuada desses terão também uma preocupação maior com sua
profissionais, que atuam na área da educação. A Lei de formação e a didática utilizada em sala. Buscarão
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, junto alcançar maiores resultados com seus alunos, pois o
ao Conselho Nacional de Educação de 1999, é clara trabalho docente necessita se autoavaliar no processo
quanto às determinações impostas no que diz respeito à de ensino e aprendizagem.
formação inicial e continuada desses profissionais, e A inserção dos alunos com deficiência nas
principalmente quando se trata de educação especial. escolas regulares denota uma preocupação maior com a
O docente deve interligar a formação inicial e a qualificação dos profissionais que atuam na área e que
continuada com a finalidade de um desenvolvimento estarão em contato direto com essa criança, melhorando
profissional, gerando reflexão, compreensão e inovação, o aprendizado e a interação da mesma.
caracterizando a melhoria na educação e no ensino, Para Pimenta (2005), não basta só os docentes
buscando através dessas formações articulações entre estarem em processo de capacitação em sua formação,
os conteúdos acadêmicos e disciplinares. mas as escolas também precisam estar preparadas para
Para Freire (2006), a segurança que o docente atuar com a inclusão. Verificam-se ainda muitos
mostra em se expressar em sala de aula, bem como o fracassos dentro da sala de aula com os alunos,
domínio dos conteúdos mostra sua competência independente de transtornos ou distúrbios de
profissional. O docente que não leva a sério sua aprendizagem ou qualquer tipo de deficiência, pois não
profissão, que não se capacita, não estuda, não adquire há um sistema educacional inclusivo e também existe a
novos conhecimentos, não tem responsabilidade para falta de preparo desses profissionais, que acabam a
estar dentro da sala de aula. graduação e não estão preparados para atuar em sala de
O papel de ensinar requer respeito, levando em aula.
consideração as condições de conhecimentos com que Diante disso, Ribeiro (2003, p. 41) afirma que “a
esses sujeitos chegam às escolas, independente de suas perspectiva da inclusão exige o repensar das condições
condições culturais, políticas, econômicas e sociais. Os da prática docente e de suas dimensões, bem como de
professores devem estimular seus alunos, oferecendo suas repercussões na organização curricular e na
circunstâncias favoráveis à busca da autonomia e da avaliação”.
criatividade, tornando seus alunos críticos e reflexivos na Percebe-se que a experiência vivenciada por
prática educativa. A responsabilidade do professor, esses profissionais é o ponto de partida, pois há os que
assim, é de grande importância na formação desse atuam na área da educação porque têm a teoria, mas na
aluno. prática não têm qualquer experiência para trabalhar e
Conforme Pimenta (2005, p. 29): ensinar um sujeito que tenha necessidade de um ensino
mais significativo e diferenciado. É preciso repensar os
[...] entende, também, que a formação é, na valores enquanto educador e desenvolver um currículo
verdade, autoformação, uma vez que os preparado que tenha inclua teoria e a prática, através de
professores reelaboram os saberes iniciais estágios que envolvam o trabalho com essas crianças
em confronto com suas experiências que necessitam de tanto amor e carinho.
práticas, cotidianamente vivenciadas nos De acordo com Mittler (2003), os profissionais
contextos escolares. É nesse confronto e que atuam na escola devem estar preparados e
num processo coletivo de troca de qualificados para a inclusão, pois esse processo vai além
experiência e práticas que os professores de um propósito a ser atingido. Esses profissionais
vão constituindo seus saberes como prática, necessitam de apoio e oportunidades para seu
ou seja, aquele que constantemente reflete desenvolvimento como pessoa e profissional e, além
na e sobre a prática. disso, a família dessas crianças também tem direito de
que seus filhos estejam sendo atendidos por
Para Mittler (2003), o docente precisa ter esse profissionais preparados e qualificados para estarem
olhar diferenciado para essas pessoas com deficiência, juntos dos mesmos.
capacitando-se cada vez mais, buscando novas formas De acordo com Marchesi (2004, p. 44):
de agir para poder participar e ajudar no desenvolvimento
desse indivíduo com deficiência. Ele deve participar A formação dos professores e seu
ativamente desse processo com essa criança, buscando desenvolvimento profissional são condições
uma intervenção, fazendo com que esse indivíduo necessárias para que se produzam práticas
consiga ser inserido na escola junto com as outras integradoras positivas na escola. É muito

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difícil avançar no sentido das escolas REFERÊNCIAS


inclusivas se os professores em seu
conjunto, e não apenas os professores AZZI, S. Trabalho docente: autonomia didática e
especialistas em educação especial, não construção do saber pedagógico. In: PIMENTA, S. G.
adquirem uma competência suficiente para (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 4.
ensinar todos os alunos. ed. São Paulo: Corteza, 2005.

Conforme Silva (2003), esses profissionais que BAUMEL, R. C. R. de C. Formação de Professores:


participam de programas de formação em educação Algumas reflexões. In: RIBEIRO. M. L. S.; BAUMEL, R.
inclusiva necessitam, além da parte teórica, também da C. R. de C. (Orgs.). Educação Especial: Do querer ao
prática, de experiências vividas com essas crianças, pois fazer. São Paulo: Avercamp, 2003.
só a teoria não é suficiente. Há a necessidade de
formações continuadas, de procurar saber quais as ENGUITA, M. F. Educar em tempos incertos. Porto
dificuldades existentes e de tentar ver uma nova forma Alegre: Artes Médicas, 2004.
de pensar e de agir diante dessas crianças. Assim,
grandes resultados na perspectiva inclusiva poderão ser FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes
atingidos. Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e
Terra S\A, 2006.
3 CONCLUSÕES
LIMA, P. A. Educação Inclusiva e Igualdade Racial
Considerando que há a necessidades de escolas Diagnóstico. São Paulo: Avercamp, 2006.
e profissionais preparados para a inclusão de crianças
com deficiência, o tema deste estudo abordou a MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por
importância da inclusão escolar na perspectiva inclusiva, quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
seu contexto histórico e a importância do professor nesse
sentido. MARCHESI, A. A Prática das escolas inclusivas. In:
Diante de tantas discussões, conclui-se que é COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (Orgs.).
imprescindível a necessidade de escolas e profissionais Desenvolvimento Psicológico da Educação:
qualificados atuarem juntos, para fazer um trabalho Transtornos de desenvolvimento e necessidades
diferenciado de construção e interação com essas educativas especiais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
crianças. Percebe-se que muito ainda deve ser feito e
dialogado. MARTINS, M. C. da S.; LEITE, E. S. Formação de
Percebe-se que a escola ainda almeja novas professores e prática pedagógica na educação básica: o
conquistas, mas que consegue ter um olhar diferenciado que dizem os estudantes. In: SANTOS, A. N. dos S;
para atuar com essas crianças com deficiência, TAHIM, A. P. V. de O.; MARINHO, G. S. (Orgs.).
realizando um trabalho inclusivo. Além disso, Educação: Perspectivas e reflexões Contemporâneas.
compreende-se que esses profissionais necessitam de Fortaleza: UFC, 2012.
uma qualificação e formação continuada para trabalhar
com essas crianças, mas reflete-se que há dificuldades MITTLER, P. Educação Inclusiva: Contextos sociais.
e a falta de recursos em parceria com a escola, para um Porto Alegre: Artmed, 2003.
trabalho coletivo com resultado eficaz.
Sabe-se que a experiência vivenciada por esses NÓVOA, A. Os professores e sua formação. Lisboa:
profissionais é o ponto de partida, pois se atuam na área Dom Quixote, 1995.
da educação com pessoas com deficiências, precisam
cada vez mais repensar seus valores como educadores. PIMENTA, S. G. Professor: formação, identidade e
Além disso, deve existir um currículo preparado com trabalho docente. In: PIMENTA, S. G. (Org.). Saberes
teoria e prática, para trabalhar com essas crianças que pedagógicos e atividade docente. 4. ed. São Paulo:
necessitam de atenção, empatia e respeito. A inclusão Cortez, 2005.
inicia-se na escola e, quando se pensa nesse espaço,
pensa-se também na formação docente. Essa RAPOLI, E. A. A Educação Especial na perspectiva
importância na formação é então essencial para um da Inclusão Escolar: A escola comum inclusiva.
ensino mais significativo e diferenciado. Fortaleza: UFC, 2010.
Com os resultados da pesquisa, pode-se concluir
que existe a necessidade de escolas preparadas e da RIBEIRO, M. L. S. Perspectivas da Escola Inclusiva:
efetivação das políticas públicas já existentes, pois há Algumas reflexões. In: BAUMEL, R. C. R. C. de;
uma preocupação cada vez maior no que concerne ao RIBEIRO, M. L. S. (Orgs.). Educação Especial: Do
desenvolvimento de atividades que possam fazer parte querer ao fazer. São Paulo: Avercamp, 2003.
da rotina diária dessas crianças, permitindo seu
desenvolvimento motor e cognitivo, bem como a RODRIGUES, A. J. Perspectivas da Escola Inclusiva:
interação afetiva e emocional. Algumas reflexões. In: BAUMEL, R. C. R. C. de;
Considera-se que mais estudos são necessários RIBEIRO, M. L. S. (Orgs.). Educação Especial: Do
e que ainda há muito a se alcançar na perspectiva da querer ao fazer. São Paulo: Avercamp, 2003.
inclusão.

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SILVA, M. O. E. D. A necessidade na formação


continuada de professores: Um contributo para a
integração e inclusão dos alunos com necessidades
educativas especiais no ensino regular. In: BAUNEL, R.
C. R. C. de; RIBEIRO, M. L. S. (Orgs.). Educação
Especial: Do querer ao fazer. São Paulo: Avercamp,
2003.

UNESCO. Declaração de Salamanca. Conferência


Mundial sobre Necessidades Especiais: acesso e
qualidade. Brasília: CORDE, 1994. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.
pdf> Acesso em: 23 ago. 2017.

SOBRE A AUTORA

Ana Paula Vasconcelos de Oliveira Tahim


Universidade Federal do Ceará, Brasil

Doutora e mestre em Educação Brasileira pela


Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Ceará (FACED/UFC). Especialista em Coordenação
Pedagógica pela Faculdade Sete de Setembro (FA7).
Graduada em Pedagogia pela (UFC). É professora e
coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade
Cearense (FAC), e, aindad docente da Faculdade do
Macico de Baturité (FMB). Atua como uutora no Instituto
UFC Virtual/UAB. Membro do Grupo de Pesquisa em
Avaliação e Gestão Educacional (GPAGE/UFC/CNPQ).

E-mail: anapaula_tahim@yahoo.com.br

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