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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
CONTABILIDADE
PARA
ADMINISTRADORES
Prof. Esp.: Edivam Junior
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PINHEIRO – MA
2005
NOÇÕES PRELIMINARES DE
CONTABILIDADE
2. CONCEITO
A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um
controle permanente do patrimônio da empresa. A Contabilidade, desde seu aparecimento
como conjunto ordenado de conhecimentos, com o objetivo e finalidades definidas, tem
sido considerada como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação
seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do saber humano. Nós
vamos considerá-la como um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e
normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência uma das ciências
econômicas e administrativas.
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3. FINALIDADE
A finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos
no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem
como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
Essas informações são indispensáveis à orientação administrativa, permitindo maior
eficiência na gestão econômica da entidade e no controle dos bens patrimoniais. A
contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a
História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o
presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o
futuro nem elaborar planos para orientação administrativa.
empresa, que são grandes interessados nas informações que a contabilidade fornece e que
as utiliza como instrumento para tomada de decisões.
OS ADMINISTRADORES DE EMPRESAS
Enquanto os proprietários se preocupam com seus respectivos investimentos, você,
administrador, gerente etc. da empresa, também está interessado nesses investimentos. Mas
de outra maneira, sabendo que quanto melhores forem os resultados apresentados mais
elevados serão seus honorários, salários e gratificações; se estes não aumentarem, pelo
menos seu prestígio como administrador aumentará; mas, se isso também não ocorrer, resta
o consolo da realização profissional atingida e a esperança de um bom convite para mudar
de emprego.
Os administradores de empresas vivem permanentemente cercados de problemas, de
cujas decisões dependem os resultados da companhia. Através dos dados fornecidos pela
contabilidade, você pode estar normalmente munido de informações que lhe responderão a
uma série de questões com vistas às tomadas de decisões; as disponibilidades atuais são
suficientes para pagamento das dívidas mais urgentes? O lucro diminuiu: foi devido à
redução real nas vendas? Ou os custos é que se elevaram desproporcionalmente? Essas e
outras informações fornecidas pela contabilidade permitirão a você medir os resultados da
empresa e avaliar seu próprio desempenho na administração dos negócios que lhe foram
confiados.
OS FORNECEDORES DE EMPRESAS
Coloque-se, agora, no lugar do gerente de crédito para vendas a prazo de uma
empresa, e suponha que uma determinada companhia, de quem a sua é fornecedora,
oferece-lhe um vultoso contrato de compra de mercadorias, contanto que você aceite o
pagamento parcelado. Obviamente você solicitaria a essa companhia o seu último relatório
econômico-financeiro, com o objetivo de satisfazer-se quanto a algumas questões: a
companhia tem condições de pagar o que comprar? O seu nível de endividamento atual é
tão elevado que dificilmente conseguirá honrar a dívida? O crédito deve ser concedido?
Certamente os relatórios econômico-financeiros das companhias, obtidos de duas
respectivas contabilidades, não serão as únicas fontes de informações de que você disporá.
Mas representam um valioso instrumento para tomar a decisão de conceder ou não o crédito
que foi pedido.
OS FINANCIADORES DE EMPRESAS
Da mesma maneira que os fornecedores, e de forma muito mais precisa, os
financiadores (financeiras, bancos comerciais e de desenvolvimento etc) de uma empresa
também estão extremamente interessados nos seus relatórios econômico-financeiros, por
motivos bastante claros. Quem empresta dinheiro ou financia operações de terceiros tem
basicamente o objetivo lucro. Os relatórios econômico-financeiros representam um
instrumento básico para que os financiadores decidam sobre a conveniência ou não de
conceder empréstimos, visto que sua análise é uma ótima fonte de informações sobre a
capacidade da companhia em liquidar dívidas.
Não esqueça, porém, que os relatórios econômico-financeiros representam nada
mais que a expressão, em termos monetários, do resultado das atividades da administração
de uma empresa. Portanto, se você não obtiver o empréstimo desejado, porque o
financiador analisou os relatórios contábeis de sua empresa, não culpe nem o financiador
nem os relatórios.
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O GOVERNO
O imposto de renda de pessoas jurídicas é calculado, na maioria dos casos, a partir
do lucro contábil apresentado pelos seus relatórios econômicofinanceiros. A partir desse
lucro contábil, são necessários alguns ajustes até chegar ao lucro real, ou seja, aquele sobre
o qual incidirá a alíquota do imposto. Partindo desse princípio, não é absolutamente difícil
entender por que o governo é um dos altamente interessados na contabilidade das empresas.
1. Escrituração;
2. Demonstrações contábeis (inventários, balanços, etc.)
3. Auditoria; e
4. Análise de balanços.
6. O OBJETO DA CONTABILIDADE
O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se
exercem as funções contábeis. O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações
vinculados à entidade econômico-administrativa, e constitui um meio indispensável para
que esta realize seus objetivos. Para alcança-los, a administração da entidade pratica atos de
natureza econômica, produzindo variações aumentativas e diminutivas da riqueza
patrimonial.
Para conhecer a situação do patrimônio em determinado momento, bem como suas
variações e efeitos da ação administrativa sobre a riqueza patrimonial, é que a
Contabilidade registra, demonstra e analisa os fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando
seus aspectos específicos e quantitativos.
O aspecto específico, também chamado qualitativo, considera as espécies de bens,
direitos e obrigações que compõem a riqueza patrimonial, tais como: dinheiro, mercadorias,
móveis e contas a receber ou a pagar. O aspecto quantitativo evidencia a quantidade de
cada um desses componentes, monetariamente representada como: caixa $ 500,
mercadorias $ 1.000, móveis $ 200, etc.
As variações patrimoniais são qualitativamente representadas pelos diversos tipos
de receitas e despesas e quantitativamente pelos seus respectivos valores. O objeto da
Contabilidade é, pois, o patrimônio, e em torno dele se desenvolvem suas funções, como
meio para atingir sua finalidade.
LISTA DE EXERCÍCIOS
1. Que é contabilidade?
2. Por que é o patrimônio o objeto da Contabilidade?
3. Com que fim a Contabilidade registra, controla e interpreta os fatos
ocorridos no patrimônio?
4. Explique, porque os grupos de interesses necessitam das
informações contábeis?
5. Quais os meios utilizados pela Contabilidade para atingir seus
objetivos?
6. Como você conceituaria a contabilidade?
7. Por que a Contabilidade é importante no processo de tomada de
decisão?
8. Como os empregados podem exigir aumentos salariais da
empresa em que trabalham?
ESTUDO DE CASO 1
CONTABILIDADE CONFUSA DEVE ATRASAR A VENDA DA DAEWOO
Considere a seguinte notícia publicada num jornal diário de grande circulação: A
Ford Motor Co. e a General Motors Corp., as duas principais na disputa pela aquisição da
sul-coreana Daewoo Motor Co., dizem não acreditar que uma transação aconteça antes do
último trimestre deste ano. É mais uma derrapada em relação à meta fixada pelas
autoridades da Coréia do Sul de vender a Companhia até setembro – que o governo ainda
diz ser possível cumprir. O adiamento também significaria um ano inteiro de prejuízo desde
que teve início a busca por um parceiro para salvar a problemática montadora, cuja compra
pode definir qual é afinal a maior montadora do mundo. A Daewoo Motor está sendo
vendida como parte do desmantelamento promovido pelos credores do insolvente Daewoo
Grup.
As duas pretendentes dizem que os constantes atrasos na divulgação dos dados
sobre a situação financeira da contadora estão impedindo que elas façam suas ofertas. O
Comitê de Reestruturação Corporativa das Empresas Daewoo, que coordena o leilão da
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montadora, anunciou no início deste ano que iria aceitar as ofertas neste mês. Mas numa
entrevista esta semana, W. Wayne Booker, vice-presidente do Conselho Ford, disse que as
propostas iniciais não devem ser submetidas antes de junho. A partir das ofertas iniciais, as
autoridades sulcoreanas selecionarão três empresas para a segunda fase, quando elas
encaminharão propostas revisadas. A venda final deve ser concretizada até o fim do ano.
“O que ainda não conseguimos obter são os dados sobre a situação financeira da
montadora”, diz Booker. Ele explicou que os números da contabilidade da Daewoo Motor
estão misturados à Contabilidade da Daewoo Group de forma desorganizada, e as divisões
da montadora em outros países envolvem negócios de joint ventures com arranjos
financeiros difíceis de ser decifrados. “Nenhum dos setores conta com documentação
detalhada”, observa Booker.
De acordo com o porta-voz do comitê de reestruturação da Daewoo, Jang Sae Chan,
a empresa planeja abrir, na próxima semana, um novo centro de dados para aos candidatos
à aquisição, fornecendo mais informações financeiras da montadora. Jang disse que o
comitê ainda pretende completar a venda até setembro.
Os executivos da GM ainda têm esperanças de que a venda da Daewoo Motor seja
concluída na data prevista em setembro, mas “nossa previsão é que ela vá acontecer em
algum momento do quarto trimestre”, afirma Rob Leggat, porta-voz da GM em Cingapura.
“Estamos tentando obter detalhes sobre uma companhia tremendamente complicada”,
afirma Leggat. A sul-coreana Hyundai Motor Co. também deve participar da disputa e a
Fiat SpA ainda avalia a situação.
Fonte: Simion, Robert e Schuman, Michael. Contabilidade confusa deve atrasar a venda
da Daewoo. The Wall Street Journal. O Estado de S. Paulo, 19 de maio de 2.000.
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
INTRODUCÃO
São duas as condições para que um princípio supere a fase de tentativa e se
transforme em “amplamente aceito” e, portanto, incorporado à doutrina e prática contábeis:
a) – Deve ser considerado praticável e objetivo pelo consenso profissional;
b) – Deve ser considerado útil.
Algumas vezes, atribui-se ao termo praticabilidade um significado rígido, de forma
que tudo o que não for impraticável, para efetivos contábeis.
Os princípios contábeis podem ser conceituados como premissas básicas acerca dos
fenômenos e eventos contemplados pela contabilidade, premissas que são a cristalização da
análise e observação da realidade econômica, social e institucional.
O campo de atuação preferencial da contabilidade é constituído pelas entidades,
sejam elas de finalidade lucrativa ou não, e procura captar e evidenciar as variações
ocorridas na estrutura patrimonial e financeira, em face das decisões da administração e
também das variáveis exógenas que escapam ao controle e ao poder de decisão da
administração.
– PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
Entre os vários princípios aceitos na atualidade, podemos, para efeito, destacar os
seguintes Princípios:
a) Entidade;
b) Continuidade;
c) Realização;
d) Custo como base de valor;
e) Confrontação das Despesas com as Receitas;
f) Denominador Comum Monetário.
Analisaremos, a seguir, o significado de tais princípios.
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“O patrimônio da entidade não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários,
no caso de sociedade ou instituição” (Resolução 750/93).
Pressupõe-se que a contabilidade é executada e mantida para as entidades como
pessoas completamente distintas das pessoas físicas (ou jurídicas) dos sócios. Quando um
firma individual para uma despesa, é o caixa da firma que esta desembolsando o dinheiro, e
não o dono da empresa.
– PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Para a contabilidade, a entidade é um organismo vivo que irá operar por período
indeterminado de tempo, até que surjam fortes evidências em contrário.(pronunciamento
IBRACON). Porém a vida da entidade é continuada; por conseqüência, como as
demonstrações contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos
anteriores e subseqüentes, Ocorrendo a descontinuidade, o fato deve ser divulgado.
Podemos dizer que a entidade em continuidade é a premissa básica da Ciência
Contábil. É mister comentar que; mesmo quando a entidade esta organizada por prazo
determinado, previsto ou previsível, a continuidade influenciará o valor econômico dos
ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos.
– PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO
ativo entram nos registros contábeis pelo preço pago para adquiri-los ou fabricá-los. A não
ser para aqueles elementos do ativo, sujeitos à amortização, depreciação ou exaustão, um
vez registrados, seu valor inscrito não é alterado, ressalvando ainda a regra conhecida como
“custo ou mercado o que for mais baixo” e os casos de reavaliação de ativo previstos pelas
legislações de alguns países (bem como de correção monetária).
1.8 - CONVENÇÕES
A resolução CFC nr. 750/93 não trata das convenções contábeis, se restringindo aos
Princípios Contábeis enunciados no capítulo anterior.
• Convenções ( Restrições ):
a) Consistência (uniformidade);
b) Conservadorismo (prudência);
c) Materialidade (relevância);
d) Objetividade.
PATRIMÔNIO
1. CONCEITO
O Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma Entidade Contábil.
São aqueles que, embora considerados Bens, não possuem corpo, não têm matéria. São
determinados gastos que a empresa faz, os quais, por sua natureza, devem ser considerados
parte do Patrimônio. Os mais comuns são:
• Benfeitorias em Imóveis de Terceiros: Suponhamos que a uma empresa tenha
construído um depósito de 80m2 de área, nas dependências da empresa, ligado à
loja. Como o imóvel onde a empresa está instalada é alugado, o valor gasto na
construção do depósito será contabilizado no Patrimônio da empresa como bem
imaterial, com o título de BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEITOS, já que
o referido gasto constitui uma benfeitoria em imóvel que não é de propriedade da
empresa.
• Fundo de Comércio (Goodwill): Consiste na reputação da empresa no ambiente em
que ela atua. A determinação do valor do Fundo de Comércio e a sua associação
com as futuras receitas e os futuros períodos que serão beneficiados são alguns dos
problemas que têm merecido as mais diversas soluções. Em alguns
empreendimentos o valor pago do “Fundo de Comércio”é determinado como sendo
o valor pago a maior no patrimônio de uma empresa adquirida; em outras, são os
gastos co pesquisas e desenvolvimento, para sustentar ou até aumentar a boa
reputação do empreendimento.
• O utros Bens Intangíveis: Ponto Comercial, Direitos Autorais, Patentes relativas a
Invenções, Marca de Indústria.
DIREITOS são todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros (terceiros, no
caso, são clientes da empresa). É comum as empresas efetuarem vendas a prazo. Quando
isso ocorre, a empresa não recebe no ato o dinheiro correspondente à venda; receberá
futuramente, porque foi a prazo. Sendo assim, a empresa fica com DIREITO de receber o
valor da venda no prazo determinado. Exemplos: Duplicatas a Receber, Promissórias a
Receber, Aluguéis a Receber.
OBRIGAÇÕES constituem todos os valores que a empresa tiver a PAGAR para terceiros
(terceiros, neste caso, são fornecedores). É comum, as empresas efetuarem compras a
prazo. Quando isso ocorre, a empresa não paga a compra no ato; deverá pagar futuramente.
Nesse caso, a empresa fica com a OBRIGAÇÃO de pagar o valor da compra no prazo
determinado. Exemplos: Duplicatas a Pagar, Promissórias a Pagar, Aluguéis a Pagar,
Salários a Pagar, Impostos a Pagar.
O T tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos. No lado Direito,
colocamos as Obrigações. Então, a representação gráfica do Patrimônio fica assim:
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