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Departamento de Direito
Direito dos Registos e Notariado – 4º Ano, 2020
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Art. 1o Decreto-Lei n 1/2006 de 3 de Maio.
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Art. 1o Regulamento do Registo de Entidades Legais.
actividade.3 De referir que, as Conservatórias podem funcionar como repartições
autónomas/Conservatórias privativas ou em regime de anexação com outras Conservatórias. 4 No
entanto, as autónomas designam-se de conservatórias do registo de entidades legais e em regime
de anexação são conservatórias dos registos.
Já as privativas quando efectuam apenas o registo de entidades legais, e em regime de anexação
quando estão integradas nas conservatórias do registo predial ou registo de propriedade
automóvel.
No País, temos uma conservatória privativa na cidade de Maputo e nas restantes capitais
provinciais incluindo alguns distritos temos conservatórias dos registos.
O objectivo fundamental é garantir a segurança do comércio jurídico e exige que não haja
dúvidas sobre a conservatória em que possam ser consultados os registos relativos a qualquer das
entidades a eles obrigatoriamente sujeitas. É assim que o art. 10º do Regulamento estabelece que
para o registo é competente qualquer conservatória dos registos de entidades legais
contrariamente ao que estava estabelecido na lei anterior que era em função da sede da entidade
legal.
Princípio da Legalidade
Pela obrigatoriedade legal, o notário como ente público, deve obedecer o princípio da legalidade
administrativa,5 o que implica, necessariamente, a conformidade da acção administrativa com a
lei e o direito, sendo que, os poderes não poderão ser usados para a prossecução de fins
diferentes dos atribuídos por lei.
O conservador aprecia a viabilidade do pedido de registo a efectuar por transcrição, em face das
disposições legais aplicáveis, dos documentos apresentados e dos registos anteriores, verificando
especialmente a legitimidade dos interessados, a regularidade formal dos títulos e a validade dos
actos nele contidos, e bem assim a capacidade dos outorgantes, em face dos títulos e dos registos
anteriores, o acto só pode ser registado se for válido.6
3
Art. 8º Regulamento do Registo das Entidades Legais
4
Art. 9º n 2 Regulamento do Registo das Entidades Legais
5
Art. 4º n 1 da Lei n 14/2011 de 10 de Agosto.
6
Art. 16o do regulamento do Registo as Entidades Legais
Princípio da Instância
Este princípio traduz-se no facto de o registo se efectuar a pedido dos interessados, salvo as
situações de oficiosidade, previstas na Lei.7
Princípio da Tipicidade
Só podem ser levados ao registo os factos que a lei indica como a ele sujeitos e, por
consequência, nenhuns outros. Esta consagração encontra se estabelecida nos art. 2º, 3º e 5º do
regulamento aprovado pelo, Decreto-Lei nº. 1/2006, de 3 de Maio, na qual são enumerados os
factos jurídicos que, relativamente a cada entidade abrangida pelo registo comercial, podem dele
constar.
Princípio da Prioridade
De acordo com este princípio o direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhe
seguirem, relativamente às mesmas quotas ou partes sociais, segundo a ordem de apresentação.
Assim o que interessa para conferir prevalência a um direito sobre o outro é a data de
apresentação do respectivo pedido do registo e não a do documento que titula o acto cujo registo
é solicitado. Este princípio é válido para todos os casos de conversão de registos provisórios.
O registo provisório quando for convertido em definitivo conserva a prioridade que tinha como
provisório. Também no caso de recusa do registo, se vier a ser dado provimento a reclamação ou
recurso, o registo conserva a prioridade do acto recusado.8
No tocante à questão do valor e eficácia do registo, dever-se-á lembrar ainda o tema da
prioridade. O princípio segundo o qual o direito primeiramente inscrito prevalece, ou terá de ser
prioritariamente graduado, relativamente ao posterior, ao que temporalmente lhe suceda – e que
a conhecida máxima latina “prior in tempore, potior in jure” sintetiza – constitui, uma finalidade
básica da publicidade do registo. Destinando-se esta a dar a conhecer a situação jurídica dos bens
e a garanti-la para o comércio jurídico em geral, é indispensável que se saiba, face à diversidade
dos actos e contratos, quais serão aqueles que vão prevalecer. Consabidamente, à luz do direito
substantivo, deverá triunfar o direito que nasce primeiro.
Ora, o princípio da prioridade, sendo instrumental desta ideia, é igualmente dela complementar,
exactamente porque lhe junta a outra indispensável característica do direito real: a sua
oponibilidade erga omnes.
E assim, porque não importa apenas o momento em que o direito nasce, mas importa igualmente
que isso se torne conhecido de todos e que tal génese seja pública, vem a ser através deste
princípio do registo da prioridade que pode ser indicado qual é, afinal, o direito que deve
prevalecer.
7
Art. 39º do Regulamento.
8
Art. 19º do Regulamento
Num duplo sentido: sendo os sucessivos direitos conciliáveis – como acontece com os direitos
reais de garantia – hierarquizando-os, permitindo que sejam graduados. Sendo incompatíveis ou
contraditórios – como normalmente acontece com as aquisições de propriedade – mostrando qual
é o que deverá ser atendido.
Princípio da Publicidade
O registo comercial, ou seja, de entidades legais destina-se a dar publicidade à situação jurídica
das pessoas singulares e colectivas.
Qualquer pessoa pode pedir certidão dos actos de registo e dos documentos arquivados. Certos
actos de registo são de publicação obrigatória no Boletim da República, tal princípio tem sua
base legal nos art. 90 e 111 do Regulamento.
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Art. 17º do regulamento
E, tem legitimidade para requerer o acto de registo os sujeitos, activos e passivo, da respectiva
relação jurídica e, de um modo geral, todas as pessoas que nele tenham interesse, salvo o
disposto em disposições especiais.
Nenhum acto de registo pode ser lavrado, salvo se for oficioso, sem que se mostre efectuada a
respectiva apresentação no Diário segundo a ordem da nota de apresentação correspondente,
expectuam-se os averbamentos, que podem ser efectuados sem observância do número de ordem,
desde que não esteja requerido outro acto de registo que obste à sua realização.
A data do registo é, para todos efeitos, a da respectiva apresentação, determinando-se por ela a
prioridade do facto registado. O registo oficioso, dependendo de outro acto requerido, é
efectuado com a data da apresentação correspondente ao acto que o haja determinado e
independentemente da apresentação, a data é aquela em que for lavrado e que nele deve ser
mencionada.
Os registos de Entidades Legais compõem-se da matrícula, da inscrição e dos correspondentes
averbamentos, do depósito dos documentos que titulam o facto sujeito a registo ou copia
autenticada dos mesmos e da menção das publicações obrigatórias.
A matrícula é especialmente destinada a identificação das entidades legais sujeitas a registo e a
cada entidade corresponderá uma só matrícula.
Todos os documentos que sirvam de base a qualquer registo ficam arquivados na Conservatória
do lugar da sede da entidade legal a que disserem respeito, exceptuando-se os documentos que
tenham tido apenas função acessória na realização do registo, os quais devem ser restituídos as
partes.
PRAZOS10
O registo obrigatório deve ser requerido no prazo de três meses, a contar da data em que o
respectivo facto tiver sido titulado, os que não requererem dentro do prazo legal, o registo
obrigatório dos factos a ele sujeitos incorrem na pena de multa.
Porém, o conservador que verificar, por qualquer meio que o registo não foi requerido no prazo
legal levantará o auto de transgressão e notificará o responsável de que pode pagar a multa
devida, pelo mínimo, no prazo de trinta dias, se ao mesmo tempo se apresentar a requerer o
registo com a documentação necessária.
O registo deve ser lavrado num prazo de 30 dias a contar da data de apresentação dos respectivos
títulos.
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Art. 31o Regulamento de Registo das Entidades Legais