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Pr opostas de Gestão

Institucional par a o
Ministério Público de
Santa Catarina
Eleições 2011

Pr oponente: Lio Mar cos Marin

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"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não
posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por
não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o
pouco que posso”.

Madre Tereza de Calcutá.

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Sumário

Considerações Gerais p. 5
Consolidação p. 5
Busca por Resultados p. 5
Autonomia-Independência p. 6
Unidade – Valorização p. 6
Qualidade p. 7
Atuação Institucional p. 8

Estratégias de Atuação Política-Institucional p. 9

Ideias e Posicionamentos Diversos


Apoio aos Órgãos de Execução p. 11
Fortalecimento do Primeiro Grau p. 11
Fortalecimento do Segundo Grau p. 11
Atuação custos legis p. 12
Promotorias Temáticas e Regionais p. 12
Coordenadoria de Recursos p. 12
Sistema Unificado de Jurisprudência do MPSC p. 13
Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional - CEAF p. 13
Precatórios Judiciais p. 14
Ouvidoria p. 14
Corregedoria p. 15
Promoções Virtuais p. 15
Movimentação por Merecimento p. 15
Criação de Procuradorias e Promotorias de Justiça p. 16
SIG – Sistema de Informação e Gestão p. 16
Saúde dos Membros e Servidores p. 17

Gestão Institucional p. 18

Área Administrativa
Planejamento Estratégico p. 18
Adequação do Organograma da Instituição p. 18
Descentralização do Orçamento p. 18
Gestão de Competências Aliada à Gestão de Desempenho p. 19
Projeto de Identidade Institucional p. 19
Projeto Brainstorming on-line p. 20
Criação do Centro Administrativo Integrado da PGJ p. 20
Marketing Institucional Indireto p. 20
Simplificação Gerencial das Promotorias de Justiça p. 21
Reestruturação dos Centros de Apoio Operacional p. 22
Reestruturação das Subprocuradorias-gerais de Justiça p. 23
Aperfeiçoamento Técnico Dirigido p. 23

Área Cível e de Direitos Difusos


Redução Gradual dos Conflitos Judiciais p. 24
Monitoramento da Constitucionalidade das Leis e
Atos Normativos p. 25
Fortalecimento da Eficácia Normativa p. 25
Estímulo à Eficiência e à Moralidade da Administração Pública p. 26
Monitoramento Remoto do Patrimônio Ambiental p. 27
Ordenamento Urbano e Prevenção de Catástrofes p. 28
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Monitoramento das Estruturas e Modelos Operacionais
dos Sistemas de Saúde p. 29
Monitoramento das Entidades Asilares, Psiquiátricas e
Abrigos de Crianças e Adolescentes p. 29
Monitoramento da Qualidade e Condições da Água, dos
Produtos Alimentícios, Farmacêuticos e Gêneros de
Primeira Necessidade p. 30
Valorização e Aperfeiçoamento do Ensino Fundamental e
Médio p. 31

Área Criminal
Fomento à Prevenção de Delitos p. 32
Prestigiamento da Atuação Criminal p. 33
Centro de Inteligência Operacional p. 33
Reabilitação Ético-material da Justiça Penal p. 34
Controle do Cumprimento das penas privativas de Liberdade
e das Condições Sanitárias e de Segurança dos Presídios p. 34

Conclusão p. 36

Anexos
Quem tu és? p. 37
Decálogo do Promotor de Justiça p. 38
Currículo Resumido do Candidato p. 39

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

O Ministério Público precisa ser gerido com uma visão atual e com uma
perspectiva de futuro, na qual não se pode descurar da sua verdadeira missão
institucional, positivada a partir da Carta Magna de 1988.

Não se admite mais um Ministério Público passivo que aguarda a


iniciativa de outros organismos públicos e privados. A iniciativa, a resolução dos
problemas – preferencialmente de forma conciliatória - e o diálogo devem ser
estimulados, valorizados e efetivamente praticados. O Ministério Público precisa ser
dinâmico e voltado para os fins a que foi concebido pelo ordenamento jurídico
vigente. É imperioso que esse Ministério Público exerça e fortaleça as atribuições e
garantias constitucionais que lhe foram outorgadas. Para isso não pode ficar fechado
em torno de si próprio, alheio ao que acontece no meio social. É preciso que se
integre às forças vivas da sociedade, que sinta as suas aspirações. Deve ser um
agente das boas práticas, das boas iniciativas em prol do bem comum.

É preciso que o Ministério Público saiba usar e aproveitar as suas


potencialidades e as de cada ente público ou privado, para viabilizá-las com o maior
aproveitamento para a coletividade. Esse aproveitamento deve ser capaz de
substituir a ilegalidade pela legalidade, o conflito pela harmonia, o litígio pelo
consenso, a violência pela paz...

CONSOLIDAÇÃO

Contudo, para se consolidar esse Ministério Público atuante, pró-ativo,


conciliador e gestor da paz social e do bem comum, não podemos relegar ao
esquecimento as experiências e conquistas já vivenciadas que o elevaram ao
patamar em que hoje se encontra. Existem valores éticos, filosóficos e intelectuais
que precisam ser revividos, posto que são verdadeiras matrizes, capazes de mostrar
o norte para a sedimentação de um futuro institucional seguro e com novas
conquistas.

O sucesso até aqui alcançado reside na labuta cotidiana de uma


Instituição, no somatório dos esforços de todos os seus integrantes, que merecem a
devida consideração no momento de pensar-se as estratégias para enfrentamento
de novos desafios. Os ideais do Ministério Público precisam ser responsabilidade de
todos que o integram, em cujo delineamento é mister continuem sendo auscultados.

BUSCA POR RESULTADOS

A frieza dos números que ornamentam os relatórios, para fins


estatísticos, não tem o condão de demonstrar, por si só, o aproveitamento da
iniciativa ou da intervenção ministerial em determinado fato social.

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A moderna feição do Ministério Público não pode ser entendida com a
preocupação do resultado apenas quantitativo. É indispensável que toda ação
desenvolvida tenha como escopo um resultado que possa ser mensurado por sua
qualidade, pelo seu retorno social, pelo benefício que trouxe à sociedade.
Mecanismos de acompanhamento dessas atividades já estão sendo desenvolvidos e
implantados. Mas, necessitam demonstrar, com clareza, os reais benefícios que as
medidas judiciais e extrajudiciais propostas pelo Ministério Público representam para
os seus destinatários.

AUTONOMIA - INDEPENDÊNCIA

A Administração Superior do Ministério Público deve ter como um dos


seus objetivos perenes alcançar a completa autonomia administrativa, financeira e
funcional da Instituição e de seus integrantes, notadamente da sua chefia. Isso
precisa ser feito a partir de um planejamento de longo prazo, adequadamente
discutido com e pela classe, de modo que resultem bem demonstradas as suas reais
necessidades e anseios para bem desenvolver as atribuições que lhe foram
conferidas.
Na busca da autonomia administrativa plena, insere-se a necessária
alteração constitucional – já em discussão no Congresso Nacional - no sentido de se
fazer com que o Chefe da Instituição seja aquele que, em eleição direta, pelos seus
pares, obtenha o maior número de votos, a ser empossado diretamente pelo Colégio
de Procuradores. Com isso, por via transversa, se estará garantindo a real
autonomia funcional – e independência –, pela extirpação da possibilidade de
negociações políticas virem a influenciar a decisão do Chefe do Poder Executivo, a
quem cabe hoje a nomeação de um dos três mais votados pela classe.

A autonomia administrativa plena está atrelada à autonomia financeira,


sem a qual o Ministério Público ainda segue a reboque dos Poderes Judiciário e
Executivo: do Judiciário porque, especialmente no primeiro grau, ocupa espaços e
utiliza bens e serviços que nem sempre são seus; do Executivo, em razão da
possibilidade de se estabelecer subserviência do Procurador-Geral ao Governador,
decorrência da forma de investidura e da mendicância estabelecida a partir da
insuficiente participação do Ministério Público na receita do Estado.

Independentemente de tais conquistas, que se sabe só serão alcançadas


com árdua luta, o Ministério Público não titubeará, em qualquer das suas instâncias,
em exercitar plenamente os seus deveres e prerrogativas funcionais. É compromisso
firme do candidato, como chefe da instituição, jamais deixar de agir em face de
situações consideradas ilegais que envolvam quaisquer autoridades, que se
encontrem dentro de sua esfera de atribuição, agindo de ofício sempre que
chegadas ao seu conhecimento, independentemente do status dos agentes que
possam estar envolvidos.

UNIDADE - VALORIZAÇÃO

A experiência acumulada ao longo dos anos será sempre considerada e,


quando for o caso, valorizada, para que, ao lado das novas ideias e da força da
juventude que permeia especialmente o primeiro grau, possa contribuir na
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sedimentação de caminhos que levem a novas conquistas.

Em que pese a carreira do Ministério Público ser dividida em duas


instâncias, é inconcebível se pensar em separação de ideais, quer pela unidade
constitucional em que a instituição se inspira, quer pela unidade real que as aglutina.
Os membros da primeira e da segunda instância percorrem o mesmo itinerário, têm
as mesmas aspirações e cumprem o mesmo desiderato. Os membros do segundo
grau são originários do primeiro, pelo qual passaram em momentos políticos
ruidosos, de extrema carência material, sem as garantias que hoje se encontram
consagradas. Muitos deles estão entre os que entoaram o grito das conquistas hoje
alcançadas.

A unidade e o fortalecimento da Instituição também passam pela


modernização dos meios materiais e tecnológicos indispensáveis ao seu labor; pela
reflexão contínua acerca de sua vocação constitucional; pela mudança de rumos
quando necessário; pelo abandono do formalismo quando inútil; pelo incremento do
quadro de pessoal auxiliar dos órgãos de execução; pela manutenção da conquista
remuneratória de que hoje desfrutam seus integrantes.

A valorização e o respeito pelos membros e servidores da instituição


serão efetivamente praticados. Sabemos que estrutura organizacional, equipamentos
e instalações físicas dignas são necessárias para o bom desenvolvimento de nosso
trabalho. Contudo, o principal investimento e a principal preocupação devem ser
sempre no ser humano. São os Procuradores e Promotores de Justiça, auxiliados
pelo pessoal de apoio técnico e operacional, que fazem o Ministério Público. São
eles os agentes capazes de realizar a transformação social na qual haveremos de ter
mais justiça, harmonia, igualdade de condições e oportunidades.

QUALIDADE

A feição do Ministério Público de vanguarda o retira da ciranda


burocrática de receber informações prontas, dar-lhes a destinação processual
correspondente e registrar o ato para o relatório oficial.

Mesmo na esfera penal é necessário que o Ministério Público tenha ação


pró-ativa, buscando conhecer a realidade da comunidade em que milita, assim como
os instrumentos públicos e privados de que dispõe para eventuais iniciativas que
levem à organização dessas forças, visando à redução e a eliminação das vertentes
de descontrole social e de ilegalidades. Será valorizado e apoiado, portanto, todo
esforço no sentido de se estabelecer uma política de prevenção à delinquência.

A Administração Superior proporcionará aos membros e servidores da


instituição a capacitação e o treinamento para a negociação, para a mediação e para
a liderança. Também fornecerá, dentro da sua disponibilidade financeira, os meios
necessários para tanto.

Na busca de mais e melhores resultados, otimizaremos a atuação


ministerial evitando intervenções meramente formalísticas e/ou desnecessárias.

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ATUAÇÃO INSTITUCIONAL

Será enfatizado o controle dos atos da Administração Pública em geral,


com especial atenção para a vigilância das licitações notadamente no
acompanhamento de contratações e aquisições, visando obrigar o gestor público a
primar pela qualidade dos bens que adquire e serviços e obras que contrata.

Cuidado especial se dará à defesa dos direitos sociais, como o meio


ambiente, o consumidor, a saúde, a infância e juventude, os idosos, o patrimônio
público, entre outros, mantendo-se os atuais programas, com a necessária
atualização e os aperfeiçoamento que os novos tempos e as novas legislações
reclamam.

O controle de constitucionalidade da legislação municipal merecerá


especial atenção, porquanto se mostra como freio de desmandos e de má aplicação
de recursos públicos, além de causa constante de litigiosidade.

O combate ao crime organizado terá nossa permanente atenção.


Supriremos os órgãos de execução com os instrumentos e meios que o façam
efetivamente operantes e eficazes, aprofundando a interação com os organismos de
inteligência, assim como o intercâmbio e a troca de informações.

Muito mais pretendemos fazer. Não estamos entregando um livro com


edição fechada. Adiante, apresentamos nossas propostas um pouco mais detalhadas,
dentro de uma certa ordem, na esperança sincera de que sejam lidas, criticadas, e,
sobretudo, enriquecidas com as sugestões de todos os colegas, as quais haveremos
de receber com a mais grata alegria e serenidade democrática. Só assim
caminharemos para o verdadeiro e necessário aperfeiçoamento. Nesta caminhada
não haverá EU, o Ministério Público será NÓS.

Muito obrigado. Boa leitura.

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ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO POLÍTICA-INSTITUCIONAL

1) No exercício de nossa atividade, dar mostras efetivas de eficiência, resultados,


lealdade política, responsabilidade funcional e bom senso, para demonstrar nossa
importância, justificar nossa participação orçamentária e legitimar conquistas de
outras vantagens ou avanços no campo político-institucional, administrativo e
financeiro.

2) Na definição dos programas, projetos e ações, buscar sempre se antecipar à


eclosão das vontades e reclamos coletivos, de modo a realçar a sensibilidade política
do Ministério Público – postura que reclama vigilância permanente de todos os
problemas que afetam a sociedade e das reações desta diante deles - sem
abandonar iniciativas exitosas já existentes de contato e aproximação da Instituição
com a comunidade.

3) Considerar, na estruturação e avaliação de resultados dos programas e


projetos, a conveniência de agregar o assessoramento de consultorias externas
especializadas, integradas por técnicos reconhecidamente qualificados,
preferencialmente integrantes de entidades públicas, objetivando permanente
aperfeiçoamento.

4) No implemento dos programas e projetos, bem como atividades e ações


específicas, buscar sempre identificar as áreas de convergência com as políticas e
programas dos governos estadual, federal e municipais, colimando a potencialização
dos reflexos positivos junto à sociedade, a racionalização e economia no uso dos
recursos, sem esquecer de buscar, a partir daí, mediante negociação com os
representantes de cada segmento, o aumento do capital político-institucional e a
desobstrução dos canais integrativos na estrutura orgânica do Estado.

5) Buscar, na gestão administrativa interna, a construção de uma cultura cuja


pauta de valores, no desempenho da função institucional, coloque o membro do
Ministério Público como corresponsável pela concepção e execução das políticas
institucionais, especialmente pela geração de resultados, afastando o sentimento (ou
tendência) de que ele (membro do MP) é simples operário do sistema,
funcionalmente independente, que tem na administração central (especialmente no
Procurador-Geral de Justiça) o seu patrão e provedor.

6) Colocar a candidatura na linha de uma proposta de harmonização interna e


aglutinação de forças, no propósito de fortalecer o Ministério Público e habilitá-lo a
arrostar e superar, com eficiência e reais possibilidades de êxito, as ameaças
externas que se inscrevem no cenário político nacional e estadual.

7) No propósito de fortalecer política e institucionalmente o Ministério Público,


agenciar, à guisa de contribuição para o êxito dos programas e projetos de interesse
comum, a participação periódica, com espaço reservado à manifestação, nas
reuniões oficiais do Colegiado de Governo do Executivo Estadual.

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8) Com o fito de fortalecer-se política e institucionalmente, e bem difundir os
propósitos, programas e projetos Institucionais, promover estrategicamente, e com a
periodicidade necessária, reuniões com a Mesa Diretora e bancadas dos partidos
políticos na Assembleia Legislativa, com a direção do Tribunal de Justiça, do Tribunal
de Contas e da OAB. Da mesma forma, assim agir com os dirigentes dos órgãos
representativos e reguladores de profissões (CRM/ACM, CREA, etc.), agregando
ainda os entes representativos dos segmentos econômicos (FIESC, FECOMÉRCIO,
Federação Agricultura, etc.) e da classe trabalhadora, bem como a FECAM e a
entidade representativa dos vereadores. Ainda, na mesma linha, estreitar as relações
com o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União e os comandos da
Polícia Federal e das polícias Civil e Militar.

9) Também, com o fito de difundir, mas, fundamentalmente, de abrir canais para o


aporte e agregação de recursos técnicos e novas tecnologias para a boa execução
dos programas e projetos do Ministério Público, buscar o agendamento de exposição
dos propósitos, políticas e programas institucionais junto ao comando das principais
universidades e centros qualificados de ensino no Estado de Santa Catarina.

10) Estreitar o relacionamento com a Associação Catarinense do Ministério


Público - ACMP, visando definir estratégias de atuação quando os assuntos sejam de
interesse comum, bem como definindo pautas de eventos que coincidam com as
atividades da instituição e da entidade de classe, otimizando recursos e fortalecendo
os eventos. Da mesma forma, aprimorar o relacionamento do Ministério Público
Catarinense com outras entidades nacionais, como a Associação Nacional do
Ministério Público - CONAMP, o Conselho Nacional de Procuradores Gerais de
Justiça- CNPGJ e, particularmente, com o Conselho Nacional do Ministério Público
-CNMP.

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IDEIAS E POSICIONAMENTOS DIVERSOS

APOIO AOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO - Serão instituídos pelo menos quatro


núcleos, com atribuições expressamente definidas e abertura plena para os contatos
entre eles e os órgãos de execução: 1) segurança; 2) suprimento e instalações, 3)
suporte operacional, 4) gestão administrativa e de pessoal.

Motivo: As atribuições dos órgãos da administração, para efeito de atendimento às


Promotorias e Procuradorias de Justiça, quando não se acham dispersas,
concentram-se demasiadamente em um único órgão, com o qual a comunicação,
diante da elevada demanda, tende a se mostrar difícil.

FORTALECIMENTO DO PRIMEIRO GRAU - Na medida das disponibilidades


financeiras, será alargada a descentralização de recursos humanos e materiais para
auxiliar as Promotorias de Justiça. Precisamos também rever as estruturas das
Promotorias de Justiça, especialmente as iniciais que acumulam diversas atribuições
e não possuem suporte para tanto.

Motivo: Muito em breve os inquéritos policiais serão remetidos diretamente às


Promotorias de Justiça - sem passar pelo juiz/cartório, cabendo a nós o seu controle,
retorno às delegacias e distribuição entre os promotores. Como fazer isso com nossa
estrutura atual? Precisaremos de cartórios/secretarias. As promotorias especiais e
finais até possuem alguma estrutura, porém muito modesta e aquém das
necessidades e desafios futuros do Ministério Público. As promotorias iniciais,
contudo estão totalmente desguarnecidas.
O fortalecimento do Primeiro Grau passa ainda pela conquista de um espaço físico
digno para o desenvolvimento do seu trabalho, de preferência independente da
interferência do Poder Judiciário, especialmente nas comarcas maiores, onde tal
situação tem se mostrado mais necessária.
Passa, também, pela manutenção dos Promotores de Justiça titulares nas suas
respectivas lotações, salvo excepcionais necessidades dentre as legalmente
autorizadas (algumas dessas necessidades podem ser perfeitamente supridas por
membros do segundo grau e pessoal auxiliar).

FORTALECIMENTODO SEGUNDO GRAU - Um dos maiores desafios que o


Ministério Público brasileiro enfrenta hoje é redesenhar o perfil de sua segunda
instância. O Segundo Grau necessita ser revitalizado e valorizado, para assumir as
atribuições de caráter ativo enumeradas no art. 129 da CR.

Motivo: Normalmente atado à função de custos legis, o Procurador de Justiça muitas


vezes transita entre a frustração de não deter mais as atribuições de órgão agente e
o conformismo de exercer uma função sem protagonismo. A isso se alia o fato do
recente estabelecimento de uma artificial dissensão em relação aos membros do
primeiro grau, a impor certa marginalização do procurador na vida político-
institucional. Resulta disso o subaproveitamento de agentes públicos caros à
sociedade no ápice de sua carreira
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Além disso, não podemos esquecer que, independente de quem esteja atuando
(Promotor ou Procurador de Justiça), ali está um representante da mesma Instituição,
que cumpre a mesma missão, qual seja, a defesa dos valores inscritos na
Constituição da República. Assim, o Segundo Grau também deverá se tornar pró-
ativo, demandando ações como faz o Primeiro Grau, especialmente ações de
inconstitucionalidade, sem prejuízo de outras que, por proposta da Procuradoria Cível
e mediante aprovação do Colégio de Procuradores, venham a ser incorporadas à
pauta de trabalho do referido órgão.

ATUAÇÃO CUSTOS LEGIS - Estimular e implementar discussões em torno do tema


no seio da classe, buscando, tanto quanto possível, a uniformização dos
posicionamentos, a partir dos paradigmas oferecidos pela recente Recomendação do
CNMP.
Motivo: a) Hoje já é possível identificar, objetivamente, um significativo rol de
hipóteses em que o Ministério Público pode atuar como órgão agente, com a
perspectiva de gerar mais benefícios à população – hipóteses estas que,
lamentavelmente, não têm motivado, na dimensão desejável, nem a discussão nem a
iniciativa ministerial; b) os posicionamentos discrepantes, apesar de sustentáveis à
luz do princípio da independência funcional, começam a confundir as autoridades
judiciárias, levando-as muitas vezes a juízos equivocados; c) a questão, hoje, não
reflete mais posição isolada da Administração do Ministério Público ou de membros
que a integram: ganhou dimensão nacional e foi posta e equacionada pelo CNMP.
Com a devida discussão e o necessário amadurecimento, as Procuradorias Cíveis
poderão também exercer parcela das atribuições reservadas aos Órgãos de
Execução, liberando-se da desnecessária atuação como custos legis nos feitos em
que não mais se justifica fazê-lo.

PROMOTORIAS TEMÁTICAS E REGIONAIS - Deverão ser mantidas e


aperfeiçoadas, não ficando descartada a possibilidade de criação de outras, na exata
medida da sua necessidade e conveniência para o sucesso das políticas e programas
do Ministério Público.
Motivo: O tratamento uniforme e sistemático na tutela de determinados bens ou
valores jurídicos, cujo raio de interesses extrapole os limites de uma comarca, tem se
revelado eficaz nas experiências precedentes, desde a Promotoria Temática da Serra
do Tabuleiro, até as mais recentes Promotorias Regionais do Meio Ambiente e da
Sonegação Fiscal. Também se revelaram instrumentos eficazes na implementação
das políticas e prioridades institucionais.

COORDENADORIA DE RECURSOS - No propósito de buscar a máxima efetividade


na defesa de teses institucionais, a atual Coordenadoria de Recursos será dividida e
estruturada em Coordenadoria de Recursos Cíveis e Coordenadoria de Recursos
Criminais.
Motivo: É conhecida a significativa quantidade de recursos analisados e interpostos
pela Coordenadoria. Temos que continuar pugnando pela defesa das teses
institucionais.
Temos igualmente que começar a definir quais as teses que se amoldam às diretrizes
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da política de atuação do Ministério Público e seus objetivos estratégicos,
promovendo com a classe estudos e debates a respeito da questão, aproximando
cada vez mais os membros à Coordenadoria de Recursos.
A divisão das áreas, certamente, facilitará e fortalecerá a elaboração e defesa das
teses institucionais.
Na área dos direitos difusos, tem aumentado a atuação do Ministério Público e os
respectivos recursos judiciais, exigindo cada vez mais nossa atenção. Daí,
necessário, também, que a Coordenadoria de Recursos acompanhe nos Tribunais os
recursos interpostos, mantendo constante contato com Desembargadores (no caso
do TJSC) Ministros (no caso dos Tribunais Superiores), e colegas do MPF, para
promover, agilizar e acompanhar os julgamentos de nossos recursos, buscando
legitimamente alcançar os resultados desejados. A prática já nos mostrou a
importância dessa atuação ante à reversão de alguns julgamentos que se mostravam
inicialmente desfavoráveis.

Observação: A Coordenadoria de Recursos também deverá dar apoio aos colegas


de Primeiro Grau para a defesa de teses institucionais perante as Turmas de
Recursos. Muitas ações que chegam às Turmas de Recursos se referem a
programas e prioridades do Ministério Público, como, por exemplo, o programa
“Silêncio Padrão”, e, por vezes, não lhes é dada a devida importância e
acompanhamento. Essa realidade pode reduzir nosso prestígio perante a
comunidade ou gerar precedentes desfavoráveis e perigosos para nossos projetos e
programas.

SISTEMA UNIFICADO DE JURISPRUDÊNCIA DO MPSC (i-JurisMPSC) - Tendo em


vista o controle e o acompanhamento exercido pela Coordenadoria de Recursos em
relação às decisões do Tribunal de Justiça e dos Tribunais Superiores nas ações em
que se verifica a intervenção de órgão do Ministério Público catarinense, ou se
encontra presente interesse institucional, será criado um Sistema Unificado de
Jurisprudência do Ministério Público de Santa Catarina (i-JurisMPSC). Trata-se de
uma ferramenta inovadora de acompanhamento de precedentes judiciais, de consulta
simples e acessível pela intranet, em cuja base constarão acórdãos e decisões que
tenham confirmado ou que sejam importantes para a defesa de teses e interesses
institucionais, selecionados cuidadosamente pela Coordenadoria de Recursos e pelos
Centros de Apoio Operacional.

Motivo: Atualmente, cada Centro de Apoio Operacional é responsável por gerenciar


sua própria base de precedentes jurisprudenciais e a Coordenadoria de Recursos
não dispõe de um sistema de consulta jurisprudencial. A proposta consiste em
aproveitar-se da dinâmica de trabalho da Coordenadoria de Recursos, que recebe a
intimação de todos os acórdãos do TJSC em que pode existir algum interesse
institucional, bem como dos próprios Centros de Apoio Operacional, para construir
uma base única de acesso e consulta jurisprudencial, proporcionando-se o acesso
unificado, rápido e fácil a um acervo completo de jurisprudência, em todas as áreas
de atuação do Ministério Público.

CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL – CEAF - O Centro


de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, ouvido o seu Conselho, coordenará a
interiorização de eventos destinados à discussão de temas jurídicos e institucionais
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que mereçam a imediata atenção da classe, cuidando para que não haja
superposição e sobrecarga de iniciativas que possam prejudicar o bom
aproveitamento e o regular desenvolvimento das atividades dos órgãos de execução.
O conteúdo temático dos eventos deverá atender às reais necessidades da
Instituição, contribuindo efetivamente para o preparo e melhoria do desempenho
funcional de todos os seus integrantes.
Auxiliará a ACMP na elaboração do já tradicional evento de expressão estadual, que
ocorre anualmente, para que possa reunir estudos e debates que atendam a todas as
áreas de especialização do Ministério Público.
Além da atuação focada nos membros da Instituição, o CEAF deverá desenvolver, em
articulação com os órgãos atuantes em cada área (centros de apoio operacional, área
administrativa e Corregedoria), cursos regulares de treinamento para os servidores,
com vistas ao aprimoramento dos serviços de apoio às Procuradorias e às
Promotorias, inclusive no interior do Estado.

Motivo: É possível otimizar em muito a utilização dos recursos humanos disponíveis,


preparando adequadamente nossos membros e servidores, estes especialmente nas
funções de auxiliares dos órgãos de execução, de forma a agilizar, dar eficiência e
eficácia às nossas atividades.
Há necessidade, ainda, de o CEAF, em atuação conjunta com a Corregedoria,
incrementar e manter regularidade em cursos de capacitação e aprimoramento dos
colegas em estágio probatório, pois o que existe atualmente é muito pouco se
considerarmos as necessidades dos Promotores de Justiça em início de carreira e o
potencial operativo e institucional do CEAF.

PRECATÓRIOS JUDICIAIS - Buscar, inicialmente no plano extrajudicial, a definição


de um cronograma objetivo e transparente para o resgate dos precatórios judiciais do
Estado de Santa Catarina, priorizando aqueles que envolvam verba de natureza
alimentar e, dentro destes, aqueles cujos credores se insiram na faixa da população
mais carente. E, inviabilizada esta iniciativa, estudar a possibilidade de ajuizamento
de ACP, com o fito de compelir o Estado a estabelecer o referido cronograma, tendo
por suporte as normas e parâmetros definidos na Constituição.

Motivo: O Estado de Santa Catarina, ao que se sabe, relativamente aos débitos de


natureza alimentar, tem um vultoso estoque de precatórios pendentes, tendo
negligenciado os pagamentos já há quase uma década, violando, assim,
frontalmente, os preceitos constitucionais e deixando no prejuízo milhares de
credores. Até mesmo débitos de pequeno valor, apesar de requisitados judicialmente,
têm deixado de ser pagos, prejudicando muitas vezes pessoas doentes e
extremamente necessitadas. Conquanto não caiba ao Ministério Público o
agenciamento de interesses particulares, a situação, no caso, transcende o plano dos
interesses meramente individuais e alcança o cenário social e político do Estado,
parecendo legítima e necessária nossa intervenção. A sociedade catarinense, por
certo, agradeceria, e a iniciativa haveria de contribuir para o prestígio da Instituição.

OUVIDORIA - Fortalecer e tornar a Ouvidoria um órgão efetivo de transparência e de


acesso e interlocução da sociedade com o Ministério Público.
1
Motivo. As ouvidorias hoje são importantes instrumentos de contato da instituição
com a sociedade e outros órgãos. Porém no âmbito do Ministério Público este órgão,
apesar do status constitucional que possui, ainda não alcançou a importância
merecida. Para tanto, prestigiaremos e daremos a estrutura necessária ao órgão para
o pronto atendimento das informações e reclamos da sociedade. Além disso, será
dada ampla divulgação de sua existência, formas de acesso e funções.

CORREGEDORIA - Apoiar a Corregedoria do Ministério Público visando,


especialmente, a reconfiguração do modelo correicional em voga hoje, conferindo-lhe,
nos procedimentos de rotina, cunho predominantemente pedagógico e educativo,
reservando as posturas censórias e repressivas apenas para os casos de flagrante e
deliberada violação dos deveres funcionais.
Motivo: Há a necessidade de uma revisão geral, das normas e dos procedimentos,
ajustando-os pontualmente aos princípios constitucionais da racionalidade,
razoabilidade e eficiência. Os Promotores de Justiça, principalmente os em início de
carreira, merecem acompanhamento mais próximo da Corregedoria, com orientação
acerca da forma de proceder, minorando-lhes as situações de inquietação e angustia
com as quais costumam deparar-se.
Há necessidade, ainda, para tornar o trabalho mais produtivo e dinâmico, de
desburocratizar os relatórios e diminuir ao máximo o número de pastas e arquivos
hoje exigidos. Para tanto, deve-se aprimorar os recursos tecnológicos hoje
disponíveis, especialmente com a dinamização e aperfeiçoamento do SIG.

PROMOÇÕES VIRTUAIS - Mantê-las, nos moldes estabelecidos na legislação atual,


afastando-se a disposição de rediscuti-las a cada situação concreta em que devam
ocorrer.
Motivo: A matéria, ao que consta, está sob na análise do STF, sob os aspectos da
sua constitucionalidade. Portanto, enquanto não houver decisão definitiva por parte
daquela Corte, as normas vigentes serão normalmente aplicadas.

MOVIMENTAÇÕES POR MERECIMENTO – Concluído o trabalho que está sendo


feito pela Comissão instalada para estudar a questão, submeter a proposta que dali
surgir, por largo período, à análise e discussão da classe, da Corregedoria e do
Conselho Superior. Contudo, enquanto não aprovados pela classe, depois de ampla e
aprofundada discussão, critérios justos e objetivos de merecimento, manter o sistema
de privilegiamento da antiguidade.
Motivo: O estímulo à conquista objetiva do mérito funcional, além de exigência
constitucional, mercê da alternância antiguidade/merecimento nela prevista, é fator
indispensável à sustentação dos valores da justiça e da ética na movimentação da
carreira. Ademais, em face do surgimento cada vez maior de precedentes
administrativos (CNMP) e mesmo judiciais, em que se questionada - e não raro
determinada coercitivamente - a aplicação dos critérios constitucionalmente
estabelecidos nas movimentações por merecimento (inclusive com a vedação da
utilização da antiguidade, ainda que como critério de desempate - STF, ADI 189/DF),
se afigura mais prudente que a discussão e, se for o caso, a implementação de um
sistema para tanto se dê por iniciativa do próprio Ministério Público catarinense, até
mesmo como forma de fortalecimento técnico e político da instituição. Todavia, para

1
sua implementação é necessário se assegurar a não interferência de fatores externos
ou não contemplados em aludidos critérios quando da efetiva movimentação na
carreira. Assim, estudos aprofundados, sucedidos de avaliação da classe e dos
órgãos superiores (Conselho Superior e Corregedoria) deverão ser promovidos à
exaustão, para se evitar qualquer situação de injustiça e de insegurança na classe.

CRIAÇÃO DE PROCURADORIAS E PROMOTORIAS DE JUSTIÇA – Se faz


necessária a elaboração de diagnóstico completo das estruturas das Procuradorias e
das Promotorias de Justiça em todo o Estado, visando apurar a situação atual.
Precisamos verificar em cada Comarca a relação entre o número de Varas, Juízes e
Promotorias de Justiça e a respectiva demanda de processos judiciais e
procedimentos relacionados a direitos coletivos e difusos. Este diagnóstico, além de
averiguar a necessidade de criação de novos cargos, auxiliará na adequação da
estrutura atual, com eventual redistribuição de atividades e/ou implantação de
Promotorias Regionais.
Motivo: Não há atualmente no Ministério Público informações que possam ser
usadas para embasar de forma técnica e justa a criação de Procuradorias e
Promotorias de Justiça. Estas têm se dado, muitas vezes, por conveniência política,
sem a averiguação da real necessidade de sua criação, ou a reboque das iniciativas
do Poder Judiciário.
Não bastasse isso, há ainda distorções no volume de serviços a que estão
submetidos muitos colegas. O diagnóstico, que, uma vez elaborado, deverá ser
mantido em permanente atualização, certamente auxiliará na justa distribuição da
carga de trabalho.

SIG - SISTEMA DE INFORMAÇÃO E GESTÃO – O SIG foi desenvolvido


especialmente para o Ministério Público de Santa Catarina, visando auxiliar o
Promotor de Justiça nas suas atividades diárias e criar um fluxo de trabalho
padronizado na instituição. Contudo, com a ampliação de sua utilização, vem tendo
diversos problemas, causando transtornos aos Promotores de Justiça e travando o
andamento dos trabalhos. Solução rápida e definitiva para tais problemas tornou-se
prioridade.
Motivo: O SIG é uma ferramenta importante para o Ministério Público, pois, além da
padronização de procedimentos e auxílio das Promotorias de Justiça, hoje contempla
diversos procedimentos de controle interno pela PGJ e CGMP.
O CNJ e o CNMP, buscando agilizar a entrega da prestação jurisdicional, começam a
elaborar estudos que indicam a aplicação de tecnologias semelhantes em todo o
Judiciário e Ministérios Públicos nacionais. A Justiça Federal já possui o
peticionamento eletrônico e a assinatura digital. Temos que nos preparar para isso.
Já iniciamos o trâmite de documentos e dados entre o Ministério Público e o
Judiciário. Temos que estender o compartilhamento de informações com outros
órgãos.
Sua aplicação também deverá dar transparência das nossas atividades, pois, nos
moldes das consultas dos processos judiciais, futuramente deveremos permitir a
consulta dos procedimentos em trâmite nas Promotorias de Justiça, para que as
partes possam acompanhar os assuntos de seu interesse.
Portanto, muito mais que uma ferramenta de auxílio às nossas atividades, o SIG é
1
uma solução corporativa e instrumento de controle social, ao qual o Ministério Público
deverá aderir. O ingresso no mundo virtual nos dará melhor comunicação com o
cidadão, mais credibilidade e confiança social e melhores condições de enfrentar os
desafios futuros.

SAÚDE DOS MEMBROS E SERVIDORES – Uma questão fundamental, e que vem


sendo relegada ao longo dos anos, é a saúde dos membros e servidores do
Ministério Público. Se considerarmos que o nosso principal capital é o humano, temos
negligenciado com o que nos é mais valioso. A ela, pois, daremos especial atenção,
desde a aquisição de equipamentos ergométricos até a prevenção de doenças físicas
e mentais.
Motivo: O Ministério Público é uma instituição essencialmente prestadora de serviço.
Portanto, necessita de sua força de trabalho em perfeitas condições físicas, mentais e
psicológicas. Assim, medidas urgentes são necessárias para evitar e diminuir o
afastamento do trabalho para tratamento de saúde. Algumas medidas são simples e
se restringem à informação e treinamento acerca de posturas e comportamentos.
Outras, porém, necessitam de intervenção profissional.
Mas, mais importante que a manutenção da capacidade laborativa, a instituição tem o
dever moral de se preocupar com as pessoas que compõe seu quadro. Se está entre
nossa função a proteção da saúde e a promoção do bem-estar da população, temos
que fazer isso também na nossa casa, prestigiando, respeitando e protegendo a
saúde e a vida dos nossos colegas e colaboradores.

1
GESTÃO INSTITUCIONAL

ÁREA ADMINISTRATIVA

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Por que

O Planejamento Estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação


de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em
conta as condições internas e externas da organização e sua evolução esperada.
Também considera premissas básicas que a Instituição deve respeitar, para que todo
o processo tenha coerência e sustentação. Hoje está entre as prioridades de
praticamente todos os Ministérios Públicos, haja vista a preocupação de que o CNMP
imponha um modelo de Planejamento Estratégico, o qual pode não ficar de acordo
com as realidades e conveniências locais.

Como fazer

Estabelecer metodologia e cronograma para a realização dos trabalhos, contratando,


se for o caso, pessoal especializado para apoio técnico, visando utilizar as mais
modernas técnicas administrativas hoje existentes.
Definidos estes (metodologia e cronograma) promover reuniões com a classe para
propiciar a oitiva e participação de todos os membros do Ministério Público, visando à
fixação das prioridades de atuação em cada área, e das metas para cumprimento dos
projetos e programas definidos, com vistas a permitir a adequação do trabalho
realizado ao cenário futuro desenhado no Plano de Gestão escolhido pelos membros
da instituição.

ADEQUAÇÃO DO ORGANOGRAMA DA INSTITUIÇÃO

Por que

A estrutura organizacional deve estar ajustada às novas demandas, que haverão de


ser sentidas – e, obviamente, precisarão ser atendidas.

Como fazer

A adequação do organograma atenderá critérios de logística e organização e


métodos, de forma que fiquem identificadas as responsabilidades e a interação das
estruturas internas da instituição.

DESCENTRALIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Por que

Existem despesas que, realizadas de forma centralizada, são mais onerosas para a
instituição.

1
Como fazer

Iniciar o processo de criação de Unidades Orçamentárias para as Promotorias de


Justiça, para despesas cuja realização regionalizada contribua para a economicidade
e eficiência administrativa.

GESTÃO DE COMPETÊNCIAS ALIADA À GESTÃO DE DESEMPENHO

Por que

As organizações públicas precisam incorporar processo de racionalização e


eficiência, com ênfase nas pessoas, que em última análise, são as que produzem os
resultados para a organização.
O conceito de competência que iremos adotar é baseado em três dimensões: a)
conhecimentos (saber o que fazer); b) habilidades (saber como fazer); c) atitudes
(querer fazer).
Essas dimensões são interdependentes, pois para a adoção de um padrão de
comportamento no ambiente de trabalho exige-se da pessoa a utilização não apenas
de conhecimentos, mas também de habilidades e atitudes adequadas à situação em
questão.

Como fazer

Mapear e desenvolver competências organizacionais e individuais com vistas a dar


eficácia e efetividade para as ações da Instituição.
Capacitar os membros, funcionários e parceiros para que eles conheçam
profundamente os serviços sob responsabilidade do Ministério Público e, dessa
forma, exerçam maior influência na solução das demandas da sociedade.

PROJETO DE IDENTIDADE INSTITUCIONAL

Por que

Existe a necessidade da aplicação uniforme de um conjunto de elementos visuais e


conceituais que, somados, irão refletir a imagem do Ministério Público de Santa
Catarina, junto aos diversos agentes com os quais ele se relaciona (governo,
sociedade, fornecedores, concorrentes e cidadão).
Trata-se da primeira impressão transmitida pela Instituição. É a forma mais simples
(mas nem por isso, menos importante) de comunicação com o ambiente externo,
devendo, portanto, estar em perfeita sintonia com seu posicionamento, seus objetivos
e sua missão.
Os elementos básicos que compõem a Identidade Visual Corporativa são: logotipo,
símbolo, cores e tipologia-padrão.

Como fazer

A partir da definição dos componentes acima descritos, será elaborada a


programação visual do Ministério Público (cartão-de-visita, papel timbrado,

1
envelope, website, sinalizações interna e externa, peças publicitárias e promocionais,
etc.).

PROJETO BRAINSTORMING ON-LINE

Por que

Tudo muda, e as pessoas podem ter ideias fabulosas para melhorar a gestão,
solucionar problemas ou melhorar os resultados.

Como fazer

O brainstorming (literalmente, "tempestade cerebral" em inglês ou tempestade de


ideias) é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um
indivíduo ou de um grupo de indivíduos que, postos frente a um elenco de temas pré-
determinados na web, no caso, com acesso restrito aos integrantes da instituição,
terá a tarefa de apresentar ideias voltadas ao seu aperfeiçoamento, para o presente e
para o futuro.

CRIAÇÃO DO CENTRO ADMINISTRATIVO INTEGRADO DA PGJ

Por que

Os serviços da PGJ estão hoje distribuídos em quatro prédios diferentes. Há, em


razão desse fracionamento, comprometimento da eficiência e controle dos serviços.
Decorrem também custos elevados com aluguel, adaptação, manutenção e
desperdício do tempo útil de trabalho.
Como fazer
A partir de bem articulada negociação e gestão política, buscar a doação de terreno
pelo Estado e/ou a União e viabilizar a construção de instalações modernas e
adequadas às necessidades da Instituição.
Buscar com o Executivo e o Legislativo a concordância em prever no orçamento do
Estado, independentemente do nosso repasse mensal, a construção da nova sede do
Ministério Público, como já ocorreu com outros órgãos do Estado.
Negociar permutas com o Estado ou outros entes.

MARKETING INSTITUCIONAL INDIRETO

Por que

As difusões de fatos e imagens relativos ao Ministério Público têm sido mais em cima
de ideias, propostas e perspectivas do que de fatos e resultados concretos, caindo na
desconfiança comum dos anúncios públicos.
Também têm se evidenciado, por vezes, ser mais personalistas do que institucionais,
não conseguindo, com isso, os reflexos positivos que poderiam fortalecer
politicamente a Instituição.
2
A adoção de modelo diferenciado tende a dar maior credibilidade à informação,
projetando virtuais créditos políticos.
Como fazer

Selecionando estrategicamente resultados concretos e importantes das ações do


Ministério Público e difundindo-os com moderação e objetividade, realçando seus
reflexos positivos junto à sociedade, especialmente onde se deu o resultado.
Evitando a promoção de pessoas e destacando que as realizações são apenas
expressões do cumprimento do dever e que sempre haverá algo mais a fazer, seja
pelo Ministério Público, seja por outros entes do Estado.
Admitindo que o Ministério Público não pode tudo: é apenas um ente público que
tenta fazer o seu papel, sem pretensão de ser o salvador das ilusões e das
esperanças perdidas.
Realçando a importância e a responsabilidade dos demais entes do Estado e os
benefícios das atuações integradas, de modo a evidenciar junto à população – e levá-
la ao entendimento - das reais responsabilidades e compromissos de todos os entes
estatais.
Criando núcleos gestores de difusão, integrados por membros e jornalistas do
Ministério Público e dos órgãos externos de comunicação nas principais regiões do
Estado, com o objetivo de coordenar, controlar e implementar a difusão das ações e
resultados produzidos em âmbito local e regional.
Ampliando ou fortalecendo o quadro da assessoria de comunicação, incluindo a
participação de membros do Ministério Público, para atender a política de marketing e
as crescentes demandas que exigem fornecimento de informações claras e
estrategicamente estruturadas das ações da instituição e seus membros nos meios
de comunicação.

SIMPLIFICAÇÃO GERENCIAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA1

Por que

Os Promotores de Justiça são, essencialmente, órgãos de execução: a mitigação


burocrática tende a potencializar a eficiência funcional.
Os atuais avanços tecnológicos, muitos dos quais já a nossa disposição, evidenciam-
se incompatíveis com práticas administrativas exigidas, ainda hoje, das Promotorias
de Justiça, que acabam por consumir-lhes, injustificadamente, tempo e recursos.
Com o aumento de pessoas trabalhando nas Promotorias de Justiça, além do pessoal
de apoio (assistentes sociais, oficiais de diligências, peritos, etc), necessária se faz a
revisão das suas rotinas de trabalho e do sistema de gerenciamento de suas
atividades e do seu pessoal.

Como fazer

Criação, nos moldes, por exemplo, do sistema de declaração do Imposto de Renda (e


outros similares) de um programa de geração de documentos e peças processuais de
fácil operação e intuitivo, que: a) não necessite de capacitação nem de manual; b)
1
Algumas dessas medidas também podem ser aplicadas ao Segundo Grau.
2
conduza o operador à tarefa seguinte automaticamente; c) apresente telas de
trabalho simples, com aparência de formulário, dotadas de campos definidos para
inserção de dados objetivos, quadros para descrições e informações específicas. Ao
final da inserção dos dados, o programa deverá compor automaticamente a peça
processual ou o documento institucional, proporcionando ao Promotor, Procurador ou
aos assessores a revisão e edição final do documento para finalização,
peticionamento eletrônico ou impressão.
Padronizar o organograma e o modelo operacional das Promotorias de Justiça
segundo os respectivos perfis funcionais, considerando, entre outros fatores, a
natureza e a extensão das atribuições e a demanda funcional.
Padronizar, no que for possível, as rotinas administrativas e os modelos de
documentos de uso corrente (requisições, ofícios, recomendações, etc), reduzindo o
tempo e o custo de sua elaboração.
Instituir sistema padronizado de relatório e de arquivo eletrônico on-line, viabilizando,
também, por esse meio, as atividades correicionais e permitindo a abolição dos
registros e arquivamentos manuais ainda hoje exigidos.

REESTRUTURAÇÃO DOS CENTROS DE APOIO OPERACIONAL

Por que

São válidas e importantes muitas das iniciativas que estão em andamento no âmbito
do Ministério Público de Santa Catarina, tanto as deflagradas pelos seus Órgãos de
Execução, quanto pelos seus Centros de Apoio Operacionais. Para que não se
desperdice esforços, é imperioso que haja comunicação entre os diversos Centros de
Apoio Operacionais e que estes possam ser efetivamente a referência dos Órgãos de
Execução.
Os CAOs têm como função primordial dar suporte técnico às políticas, prioridades,
programas, projetos e ações institucionais, em áreas específicas de atuação do MP.
O sistema atual de provimento das funções de coordenadoria, contudo, tem
prestigiado, predominantemente, a confiança e a conveniência política pessoal do
Procurador-Geral de Justiça, com resultados nem sempre satisfatórios.
Há visível dispersão dos recursos e das atividades dos CAOs, por vezes
desconectados das prioridades consubstanciadas nas políticas, programas e projetos
institucionais, e das atividades da Promotorias de Justiça.
A carga informativa e burocrática vem se tornando excessiva, consumindo tempo e
potenciais importantes que deveriam ser reservados ao fomento de iniciativas e à
oferta de suporte técnico às ações vinculadas às prioridades, políticas e programas
institucionais.

Como fazer

Alterar a forma de escolha dos coordenadores, dando oportunidade a todos aqueles


que, qualificados tecnicamente dentro da respectiva área de atuação, manifestem
formalmente desejo de exercer a função, e tenham seus nomes aprovados pelo PGJ
e pela maioria dos membros do CSMP.
2
Criando a função de coordenador-geral dos CAOs, a qual ficaria na atribuição de um
dos Subprocuradores, com a incumbência de supervisionar as atividades de todos os
CAOs e servir de ligação entre eles e o PGJ, mantendo-se apenas uma função de
coordenador em cada CAO.
Reduzindo a carga informativa e burocrática, notadamente a geração de relatórios e
controle de iniciativas dos órgãos de execução.
Restringindo o número de CAOs apenas às áreas nas quais haja (ou deva haver)
relevante, específica e destacada atuação dos órgãos de execução do Ministério
Público, evitando o intumescimento do órgão central (a PGJ), em detrimento da
estrutura orgânica de primeiro grau.
Nas áreas especializadas, os Centros de Apoio Operacional estarão ligados às
respectivas Procuradorias, para que se possam desenvolver políticas de atuação
institucional integrada, com começo, meio e fim.

REESTRUTURAÇÃO DAS SUBPROCURADORIAS-GERAIS DE JUSTIÇA

Por que

Não se mostram muito claras, interna e externamente, as funções das


Subprocuradorias (Institucional e Administrativa), inclusive para fins de substituição
eventual do Procurador-Geral de Justiça.
Os princípios constitucionais da transparência e da segurança jurídica reclamam
plena tangibilidade das estruturas administrativas dos entes públicos, inclusive para
fins de definição de responsabilidades – o que é inerente ao modelo republicano.

Como fazer

Definindo a forma de investidura e destituição dos titulares das Subprocuradorias, as


funções de cada uma e a estruturação dos respectivos gabinetes. Tal definição
deverá evitar que as escolhas fiquem ao exclusivo alvedrio do Procurador-Geral de
Justiça, democratizando o provimento dos cargos (permitindo inclusive, mediante a
necessária alteração legislativa, a participação de membro de Primeiro Grau) e
dignificando e fortalecendo a função das Subprocuradorias para que contribuam à
consecução das prioridades e objetivos institucionais.
Definindo, desde logo, mediante alteração dos atos respectivos, que é do
Subprocurador-Geral de Justiça Institucional a responsabilidade de, em primeiro
plano, substituir o Procurador-Geral de Justiça, e exercer as funções que lhe são
privativas como órgão de execução, secundado pelo Subprocurador-Geral de Justiça
Administrativo, quando aquele estiver legalmente impossibilitado de fazê-lo.

APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO DIRIGIDO

Por que

Em regra, o Ministério Público tem oferecido cursos de aperfeiçoamento sob a forma


de “enlatados”, ou seja, montados a critério dos ministrantes ou das instituições
externas que os arregimentam.

2
Esta sistemática, além de deixar lacunas, nem sempre desperta o interesse desejado
de quem os frequenta e, algumas vezes, não atende por inteiro às necessidades
pontuais da instituição.

Como fazer

Procedendo, periodicamente, a pesquisas no âmbito da classe, de modo a identificar


carências pontuais e específicas em termos de treinamento ou aperfeiçoamento.
Compondo internamente, a partir dos resultados dessas pesquisas, o conteúdo
temático dos cursos, com a ulterior alocação das pessoas (preferencialmente da
própria instituição) ou entidades aptas a ministrá-los.
Circunstancialmente, dependendo do nível de importância e necessidade do curso,
aferindo o índice de aproveitamento dos participantes, com projeção de reflexos na
ficha de mérito funcional.
Interiorizando os cursos, inclusive com utilização de recursos tecnológicos hoje
disponíveis, tais como cursos on-line.

ÁREA CÍVEL E DE DIREITOS DIFUSOS

REDUÇÃO GRADUAL DOS CONFLITOS JUDICIAIS

Por que

Expressivo número de ações judiciais2, particularmente na área cível, travam-se em


função de fatos repetitivos, com fonte geradora definida, a partir de procedimentos
ilegais recorrentes de entes públicos e privados3 (v.g.: cobranças tributárias ilegais,
práticas comerciais indevidas, etc).
O Judiciário tem se valido desse cenário para justificar e viabilizar muitas de suas
conquistas administrativas, políticas e financeiras.
Como fazer
Identificando objetivamente as fontes e os procedimentos geradores da multiplicação
de conflitos, e atacá-los no nascedouro, o que pode ser feito utilizando-se dos
procedimentos administrativos postos à disposição do Ministério Público, mediante
recomendações e termos de ajustamento de condutas e, no insucesso ou
impossibilidade destes, com a propositura de ação coletiva própria.
Sindicando aprofundadamente, sob o ponto de vista da sua constitucionalidade, as
normas federais, estaduais e municipais que estiverem a ensejar os conflitos4,
recomendando ao órgão competente, quando possível, sua adequação ou revogação
e, inexitosa a iniciativa, representando por inconstitucionalidade, quando for o caso,
ou promovendo a competente ação direta de inconstitucionalidade.
Fortalecendo e destacando a atuação extrajudicial do Ministério Público, buscando a
solução consensual, dialogada, optando-se pela via judicial apenas em último caso.
2
Ver JUSTIÇA EM NÚMEROS NO CNJ
3
Exemplo: tributos inconstitucionais, taxas indevidas cobradas por empresas concessionárias de serviços públicos, etc.
4
Exemplo: Código Estadual do Meio Ambiente.
2
Capacitando e treinando os membros e servidores para a negociação e a liderança,
proporcionando-lhes os meios e instrumentos para tanto.

MONITORAMENTO DA CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E ATOS


NORMATIVOS

Por que

Em regra, as iniciativas do Ministério Público, em termos de controle de


constitucionalidade, têm sido meramente reflexas, ou seja, fruto de provocação
externa.
Politicamente, o predomínio da atuação reflexa induz a população a considerar a
possibilidade de inanição ou insensibilidade institucional dos entres públicos, em cujo
rol se insere o Ministério Público.

Como fazer

Aprofundando a análise e promovendo, se for o caso, as correspondentes


representações ou ADINs de todas as normas que, nos processos em que funcionar o
Ministério Público, estejam sendo questionadas quanto à sua constitucionalidade.
Instituindo sistema de coleta aleatória de normas, estaduais e municipais, para
análise quanto aos aspectos da constitucionalidade.
Promovendo, frente à constatação de inconstitucionalidades recorrentes, o
sindicamento de todas as normas identificadas pelo tratamento da mesma temática
(ex. contratação temporária, criação de cargos comissionados, etc).
Delegando aos Procuradores de Justiça5, respeitadas as respectivas áreas de
atuação, e com apoio técnico-operacional do respectivo CAO, atribuição para ADINs
em face de leis estaduais questionadas em processos em que atuarem.

FORTALECIMENTO DA EFICÁCIA NORMATIVA

Por que

Em regra, no sistema brasileiro de justiça, a positividade das normas marca sua


presença apenas quando invocada expressamente por quem se vê ameaçado ou
lesado em seus direitos, abstraindo-se as anomalias identificadas no contexto da
ação fiscalizatória e sancionatória realizada de ofício pelas polícias administrativas.
A ação da polícia administrativa comumente se esgota dentro de seu próprio âmbito
de atribuições, não se comunicando com as esferas civil e penal, a despeito de a
natureza dos fatos apurados projetar, dentro destas, reflexos relevantes.
A falta de interpenetração e sincronia, especialmente da instância administrativa com
a civil e a criminal, é fator de fragilização da positividade normativa e impõe,
frequentemente, uma carga difusa e silenciosa de lesividade a toda a população.
A despeito de existirem vários termos de cooperação técnica entre o Ministério
5
A iniciativa presta-se também para valorizar a Segunda Instância.
2
Público e órgãos da polícia administrativa6, não se consolidou ainda um fluxo regular
e permanente de informações, mediante o qual o Ministério Público possa, mercê dos
fatos apurados no âmbito administrativo, enriquecer sua pauta de trabalho, tanto na
esfera penal quanto na civil, contribuindo, assim, para o incremento da eficácia da
ordem jurídica.
Como fazer
Procedendo à revisão de todos os termos de cooperação firmados pelo Ministério
Público com órgãos da polícia administrativa, com o fito de revigorá-los, aditá-los ou
ajustá-los, de modo a que se prestem de instrumento de efetivo intercâmbio de
informações e atuação integrada.
Diligenciando no sentido de celebrar novos termos de cooperação e definir novos
fluxos de informações, envolvendo agências reguladoras e outros entes da polícia
administrativa.
Definindo com os entes da polícia administrativa, objetivamente, as hipóteses,
previstas nas respectivas legislações, frente às quais o repasse de documentos e
informações deva operar-se de forma obrigatória e automática
Estabelecendo, em conjunto com os entes da polícia administrativa, fluxograma de
procedimentos que permita a avaliação permanente de resultados.
Implementando, com a participação técnica dos entes cooperadores, e sob a
coordenação do CEAF, cursos de capacitação técnica para membros do Ministério
Público e agentes externos, visando ao bom desempenho funcional em face da
incursão nas novas áreas de atividades.

ESTÍMULO À EFICIÊNCIA E À MORALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por que
A moralidade administrativa é tema dos mais caros à sociedade brasileira. Assim, a
defesa do patrimônio público e o combate à improbidade administrativa deve ser
prioritário na gestão de qualquer Procurador-Geral. A atuação do Ministério Público,
no campo da moralidade administrativa, a exemplo do que ocorre no controle de
constitucionalidade, tem sido predominantemente reflexa, algumas vezes provocada
por pessoas movidas por interesses meramente pessoais ou de cunho político-
partidário.
O TCE, maior manancial de informações, em regra, somente as repassa ao Ministério
Público (e isso quando o faz) depois do julgamento definitivo, e com trânsito em
julgado, dos processos que analisa, circunstância que comumente torna o
procedimento inócuo, posto que os fatos já se apresentam atingidos pela prescrição.
Abstraídas as representações que lhe são dirigidas diretamente e os circunstanciais
repasses do Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público não mantém fontes
alimentadoras próprias, que lhe permitam perquirir, de forma sistemática, a probidade
da administração pública.

Como fazer

6
Exceção à Polícia Militar Ambiental, a qual tem encaminhado as notícias de infração ambiental sistematicamente e com
bastante rapidez diretamente às Promotorias de Justiça
2
Revendo o sistema de intercâmbio de informações com o TCE, se necessário
mediante alteração legislativa, de modo a garantir o repasse imediato ao Ministério
Público, independentemente do julgamento definitivo e trânsito em julgado da
decisão7, de todas as representações admitidas por aquele órgão, assim como de
todos os relatórios produzidos pelo seu Corpo Técnico, nos quais haja notícias
objetivas e fortes indícios de atos de improbidade administrativa.
Mantendo um sistema permanente de acompanhamento dos fatos noticiados na
mídia local, regional e estadual, avaliando prudentemente cada um deles, com vistas
ao cabimento de eventuais procedimentos investigatórios, nos planos civil e criminal.

MONITORAMENTO REMOTO DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL

Por que

Apesar de, circunstancialmente, apresentarem custo ainda elevado, as modernas


tecnologias de sensoriamento remoto permitem hoje identificar com relativa precisão
quaisquer alterações importantes no meio ambiente.
O MPSC vem incursionando com êxito nessa área e reúne condições de aperfeiçoar
ainda mais a utilização desses recursos, garantindo ações eficazes de maior vulto na
tutela do meio ambiente.
O Estado de Santa Catarina é dotado de notável potencial turístico e paisagístico
além de sítios naturais de vital importância para a preservação da biodiversidade,
sem considerar a riqueza de seus mananciais, que são fonte de abastecimento de
água potável para a população. Afora isso, destaca-se pela expressividade da sua
produção agrícola.

Como fazer

Procedendo ao levantamento do potencial tecnológico (e de suas múltiplas


possibilidades de utilização) hoje disponível na instituição e no conjunto dos demais
órgãos do Estado de Santa Catarina, com vistas à otimização de uso, inclusive
mediante sistemas de parcerias8.
Avaliando, se for o caso, a possibilidade de alocação de novas tecnologias, sempre
considerando a hipótese de uso comum pelos entes públicos do Estado, objetivando
a melhoria do sistema de monitoramento e a mitigação dos custos.
Definindo, segundo a sua relevância, em ordem de prioridade, os espaços a serem
monitorados.
Estabelecendo rotinas de procedimentos e ações em face das eventuais agressões
ao patrimônio ambiental que vierem a ser detectadas.
Difundindo a todos os membros que atuam na área o acervo e as potencialidades dos
recursos disponíveis e capacitando-os para sua efetiva utilização e correta
interpretação dos dados.

7
Considerar que a ótica jurídica pela qual são analisados os fatos pelo TCE é diferente daquela utilizada pelo Ministério Público,
a qual é feita à luz da legislação penal e das normas que regulam a moralidade administrativa, sem prejuízo da apreciação
técnico-contábil.
8
Ex. Recentemente visitamos a UDESC de Lages e tomamos conhecimento do excelente material tecnológico e estrutura ali
existente, o qual foi prontamente franqueado para uso conjunto.
2
ORDENAMENTO URBANO E PREVENÇÃO DE CATÁSTROFES

Por que

Temos assistido com frequência a diversos desastres naturais, especialmente


inundações, deslizamentos de terras, entre outros, com perdas de vida, sofrimento da
população e inestimáveis danos materiais.
A maioria desses eventos tem se dado por falta de planejamento urbano e de
fiscalização dos órgãos públicos responsáveis pelo controle da ocupação do solo,
ensejando o uso irregular de áreas de preservação permanente e de áreas de risco.
As consequências são previsíveis: além dos danos pessoais e materiais, a
degradação ambiental tem evoluído de forma crescente, gerando gravames que
podem ser evitados e corrigidos.

Como fazer

Levantando, em conjunto com os órgãos municipais e estaduais (Defesa Civil,


Fundações do Meio Ambiente, Secretarias do Meio Ambiente e Assistência Social), a
ocupação das áreas de risco, bem como elaborando diagnóstico social dos ocupantes
dessas áreas.
Elaborando projetos e programas para relocar as pessoas para áreas próprias,
quando hipossuficientes9, ou exigindo adequação quando se tratar de pessoas com
condições de suportá-la, especialmente em se tratando de ocupação irregular.
Promover, também em conjunto com os órgãos acima citados, e outros se
necessário, políticas públicas visando à regularidade fundiária nos perímetros
urbanos, já que muitas construções se dão em loteamentos clandestinos, não
passando pelo crivo dos órgãos públicos nem o parcelamento do solo nem a
edificação neles realizadas, o que contribui para as calamidades frequentemente
assistidas.
Estimular, dentro da mesma sistemática, a realização de análises geológicas do solo
em áreas habitadas e habitáveis que ofereçam riscos potenciais de inundação ou
deslizamento, adequando, em função dos resultados, a legislação e as políticas locais
de ocupação do solo.

MONITORAMENTO DAS ESTRUTURAS E MODELOS OPERACIONAIS DOS


SISTEMAS PÚBLICOS DE SAÚDE

Por que

Há visíveis descompassos entre as obras, ações e serviços de saúde anunciados


pela propaganda pública, nos três níveis de governo, e a realidade cotidianamente
vivida pela população.
As ações e serviços de saúde têm padrões mínimos de extensão e eficiência
constitucional e legalmente estabelecidos, os quais, a rigor, não vêm sendo
observados pelos entes públicos responsáveis.
Há suspeitas de que as verbas constitucionalmente destinadas à saúde não vêm
9
Hoje há disponibilidade de recursos pelo governo Federal, cujas verbas para projetos de adequação dos espaços urbanos e
moradias populares podem ser buscados (TAC 1 e 2 e Projeto Minha casa minha vida)
2
sendo nela aplicadas, e, quando o são, não estejam sendo aplicadas correta e
eficientemente.
São recorrentes, em número e gravidade crescentes, os casos de omissão,
negligência e falta de atendimento médico, com gravames severos para grande parte
da população.
Como fazer
Constituindo equipe multidisciplinar para, em conjunto com a Secretaria de Estado da
Saúde e os órgãos municipais de saúde, elaborar diagnóstico da situação dos
serviços de saúde em todos os municípios do Estado, incluindo, com a participação
do TCE, o auditamento das aplicações de verbas públicas na área da saúde.
Definindo, a partir deste diagnóstico, as ações prioritárias a cargo do Ministério
Público e dos demais entes envolvidos, com estabelecimento dos respectivos
cronogramas.
Estabelecendo, em conjunto com os demais órgãos com atribuição na área, esquema
de monitoramento e avaliação de resultados das ações desenvolvidas.
Em parceria com as Secretarias de Saúde do Estado e dos Municípios, aperfeiçoar o
trabalho de prevenção e controle das doenças.

MONITORAMENTO DAS ENTIDADES ASILARES, PSIQUIÁTRICAS E ABRIGOS


DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Por que

As pessoas recolhidas a entidades asilares, psiquiátricas e abrigos de crianças e


adolescentes estão sob tutela de legislação especial, cujo implemento reclama
importante participação do Ministério Público.
Não há certeza de que tal legislação, bem como a relativa às condições sanitárias e
de segurança, venha sendo rigorosamente observada, não sendo incomum a
constatação de violação dessas normas e à própria dignidade da pessoa humana.
Destaque-se que com o envelhecimento da população brasileira, os ancionatos
passam a representar uma promissora atividade econômica. Entretanto, embora em
expansão, expressivo número de estabelecimentos ainda se encontra em situação
irregular, distante do pleno cumprimento das normas previstas no Estatuto do Idoso
ou da RDC 283/ANVISA, fato agravado muitas vezes pela omissão dos órgãos
municipais ou pela inexistência de Conselhos Municipais do Idoso.
Como fazer
Atualizando e/ou elaborando o cadastro das entidades asilares, psiquiátricas e de
abrigos de crianças e adolescentes do Estado, bem como das respectivas pessoas
físicas e jurídicas responsáveis, mantendo-o permanentemente atualizado.
Constituindo equipe multidisciplinar, com a participação obrigatória, além de
representantes do Ministério Público, de profissionais da área médica, de engenharia,
agentes sanitários, assistentes sociais, psicólogos e de segurança.
Estabelecendo cronograma de visitas periódicas de inspeção a todas as unidades
cadastradas, bem como àquelas que, eventualmente, venham a ser instaladas ou não
estejam figurando nos cadastros.

2
Definindo, por ordem de prioridade, segundo a extensão e gravidade das
irregularidades constatadas, o elenco de ações a cargo do Ministério Público e de
outros órgãos, com o correspondente cronograma de execução e ulterior avaliação.
Resgatando o programa de fiscalização de entidades asilares, o que representará
incentivo institucional à fiscalização das entidades pelas promotorias de justiça,
padronizando-se as rotinas de fiscalização e a articulação do MP com os diversos
atores governamentais e não-governamentais envolvidos.

Observação: Programa semelhante pode ser estendido para monitoramento das


creches e pré-escolas, públicas e privadas.

MONITORAMENTO DA QUALIDADE E CONDIÇÕES DA ÁGUA, DOS PRODUTOS


ALIMENTÍCIOS, FARMACÊUTICOS E GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE

Por que

Em grande medida, as lesões à saúde e ao bolso do consumidor ocorrem de forma


difusa, invisível e silenciosa, não se traduzindo em danos imediatos e aparentes
capazes de estimulá-lo a reagir.
Neste cenário, marcado por microlesões, dispersas no tempo e no espaço, o
Ministério Público encontra dificuldades para prestar, na exata medida de sua
capacidade e legitimação, a devida tutela ao consumidor.
A falta de reação – do consumidor, isoladamente, e do MP – tende a estimular as
práticas lesivas, contribuindo para a fragmentação ética das relações de consumo.

Como fazer

Reativando, aperfeiçoando e ampliando as ações integradas com os órgãos de


polícia administrativa estaduais, federais e municipais preconizadas em termos de
cooperação técnica já celebrados (e em outros, a celebrar).
Definindo com esses órgãos, especialmente com a Vigilância Sanitária, Anvisa,
Inmetro, ANP, Procon e agências reguladoras, em complemento às ações de rotina
por eles desenvolvidas, cronograma de procedimentos específicos e estratégicos,
com o fito de aferir o efetivo cumprimento das normas de defesa do consumidor, com
ênfase para os produtos alimentícios e farmacêuticos e gêneros de primeira
necessidade.
Definindo, a partir das irregularidades constatadas nas atividades fiscalizatórias de
rotina e nos procedimentos específicos implementados pelos referidos órgãos, e sem
prejuízo das iniciativas próprias e isoladas do Ministério Público, o elenco de ação e
medidas aptas ao saneamento das irregularidades.

VALORIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO10

Por que
10
Já incluimos a proteção do ensino médio pois há a intenção de também torná-lo obrigatório. Mesmo que isso não aconteça, os
estudantes do ensimo médio também merecem a preteção e atenção do Ministério Público.
3
É visível a falta de estímulo aos profissionais da educação que militam na área do
ensino fundamental e médio, circunstância que compromete sua qualidade e interfere
negativamente na formação dos alunos.
A deficiência da qualidade do ensino tem levado o Brasil (inclusive o Estado de Santa
Catarina) a conviver com estatísticas oficiais, a rigor, falsas, pois meramente formais,
não retratando com fidelidade o nível real de conhecimento da população.
A banalização das contratações temporárias, na área da educação fundamental, é
fator que influi negativamente na qualidade do ensino e nas relações humanas entre
professor e aluno.
Os conteúdos repassados aos alunos nem sempre primam pelo rigor pedagógico, ora
omitindo informações relevantes acerca da cultura e da realidade atual, ora pecando
pela parcialidade em relação aos conteúdos, mercê de interferências de ordem
política e ideológica.
São demasiadamente tímidos os programas de estímulo à frequência e ao
aproveitamento escolar, situação que está a reclamar sua revisão, associada a
programa de controle da frequência, com sindicamento sistemático das causas de
abandono e ausência dos bancos escolares.
Não pode ser descartada a possibilidade de as verbas destinadas à educação, pelo
Estado e pelos municípios, estarem sendo desviadas para outros setores ou
inadequadamente aplicadas.
Não se tem notícia da existência de disciplina ou conteúdos obrigatórios e
permanentes, nas grades curriculares, voltados ao desencorajamento ao consumo de
drogas e à violência.
Como fazer
Instituindo grupo de trabalho multidisciplinar, com a participação indispensável de
técnicos da Secretaria da Educação, para levantar a situação do ensino fundamental
em Santa Catarina, com ênfase, pelo menos, aos seguintes aspectos: 1)
disponibilidade de escolas e avaliação de suas condições físicas e sanitárias; 2)
composição e regularidade do corpo docente; 3) programas de estímulo à frequência;
4) regularidade da frequência; 5) número de crianças fora da escola; 6) análise crítica
e pedagógica dos conteúdos, técnicas de ensino e materiais utilizados.
Definindo, a partir deste diagnóstico, o cronograma de ações e medidas a serem
implementadas pelos órgãos envolvidos, incluindo Estado, municípios e Ministério
Público, e estabelecendo desde logo prazo e metodologia para avaliação dos
resultados.
Articulando com os órgãos de execução do MP a forma mais adequada de
implementação das ações e medidas previstas, inclusive, se for o caso, reativando e
aperfeiçoando o Programa APOIA, de combate à evasão escolar.
Articulando com a Secretaria da Educação a inserção de disciplina, prática artística
ou desportiva, ou conteúdo específico, de caráter permanente, no contexto curricular
do ensino fundamental e médio, voltados ao fomento da paz social e ao desestímulo
ao uso de drogas e à violência.
Mantendo, à disposição do programa, equipe técnica multidisplinar para
acompanhamento e avaliação do seu desempenho.

3
ÁREA CRIMINAL

FOMENTO À PREVENÇÃO DE DELITOS

Por que

Uma das principais causas da criminalidade decorre das desigualdades sociais. Uma
via alternativa à sua diminuição é o trabalho da prevenção, ou seja, colocar barreiras
no seu nascedouro.

Como fazer

Realizar diagnósticos, em tempo real, das ações potencialmente ensejadoras de


delitos que estão acontecendo no Estado, passíveis de monitoramento.11
Deflagrar, em face das situações detectadas, medidas eficazes e imediatas,
diretamente ou em ação conjunta com outras pessoas e entes públicos ou privados.12
Difundir, de forma estratégica e pedagógica as medidas adotadas, de forma a
repassar para o consciente coletivo e, para as pessoas de um modo geral, a certeza
da vigilância e da presença do Estado, como ente censor da prática do delito.

PRESTIGIAMENTO DA ATUAÇÃO CRIMINAL

Por que

A atuação do Ministério Público na área criminal é uma de suas principais e mais


tradicionais atividades, especialmente no Tribunal do Júri, ante seu notável destaque
na sociedade. Além disso, os crescentes índices de violência estão a exigir-lhe forte
atuação, visando ao seu enfrentamento e à sua diminuição.
Como fazer

Valorizando os Promotores de Justiça que atuam na área criminal e dando-lhes


estrutura e apoio técnico.
Robustecendo as investigações e os Centros Criminais, aperfeiçoando o GECOC.
Criando rotinas, no âmbito do Centro de Apoio Criminal para atender com mais
agilidade as questões a ele suscitadas pelos colegas, verificando a possibilidade de
remanejar as contrarrazões do art. 600, § 4º do CPP, e propiciando que o órgão de
apoio cumpra efetivamente sua função de suporte ao Promotor de Justiça Criminal.
Antecipando-se no preparo técnico e operacional, com o necessário planejamento,
para as inovações a serem promovidas com a entrada em vigor do novo Código de
Processo Penal, recentemente saído do Senado Federal.
11
Área de risco social – gecoc; atuações de enfrentamento ao tráfico...
12
Exemplo. O Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina possui um sistema denominado Esfinge, que é utilizado como
suporte para as auditorias realizadas. Neste sistema, todas as licitações, empenhos e pagamentos realizados pelos órgãos da
administração direta e indireta dos municípios e do Estado estão identificadas. O que impede de se criar um grande “Banco de
Preços Públicos”, indicando valores máximo e mínimos que devem ser praticados? Ou que o sistema emita um alerta avisando
que o município X está realizando uma aquisição com preço acima do praticado pelo mercado?
3
CENTRO DE INTELIGÊNCIA OPERACIONAL

Por que

Para ampliar a ação da instituição no combate à macrocriminalidade e aos crimes do


colarinho branco.
Para propiciar a análise e disseminação de conhecimentos sobre fatos e situações de
imediata ou potencial influência sobre processo decisório ou ação institucional que
deva ser promovida.
Para a salvaguarda e a segurança de dados, informações e patrimônio da instituição
e de seus membros, bem como da sociedade e demais órgãos do Estado.
Como fazer
Integrar os sistemas de inteligência existentes.
Estruturar forças-tarefas para fins estratégicos e determinados.
Dar acesso remoto às informações existentes aos Promotores de Justiça.
Ampliar a estrutura tecnológica e de pessoal dos sistemas existentes, e criar outros,
se necessário.
Realizar diagnósticos, de âmbito global ou setorial, da realidade social, fiscal,
financeira e ambiental do Estado.
Proceder a diagnóstico de eventuais vulnerabilidades de nossas instalações,
sistemas de informação e dados, materiais e equipamentos, para detectar nossas
deficiências e prevenir danos ou perdas de nossas informações e patrimônio.

Observação: Esse Centro de Inteligência Operacional também poderá auxiliar a


Assessoria Militar na proteção da vida e da integridade física de membros da
instituição que, no exercício da função, sofram ameaça, atentado ou qualquer tipo de
constrangimento.

REABILITAÇÃO ÉTICO-MATERIAL DA JUSTIÇA PENAL

Por que

A despeito das deficiências internas da justiça penal, que não tem tido capacidade de
punir a tempo e modo os autores de delitos, grande parte das sentenças
condenatórias têm se mostrado inócuas, senão pela prescrição, pela inadequação
das penas aplicadas ou pela dificuldade do sistema repressivo estatal executar, com
a devida eficiência, as penas privativas de liberdade.13
A fragilidade do sistema penal evidenciado nesse cenário é fator que contribui em
larga escala para o incremento da violência e da criminalidade, concorrendo ainda –
fator talvez mais nocivo – para a construção de uma cultura socialmente doentia,
atentatória à dignidade humana e à paz social, na medida em que banaliza a
violência e o crime.
13
Coletar e apresentar estatísticas evidenciando: a) o percentual de prescrições nas sentenças condenatórias; b) a incidência
das penas tipo “pagamento de cesta básica” nos delitos de menor potencial ofensivo; c) números de mandados de prisão não
cumpridos no Estado de Santa Catarina.
3
Como fazer
Procedendo, em articulação com o Governo do Estado, a uma ampla e completa
avaliação do sistema de execução penal, identificando objetivamente suas
deficiências e necessidades.
Definindo, com o mesmo ente estatal, um cronograma de ações e medidas aptas à
correção das anomalias detectadas.
Concebendo e implementando, em articulação com o Executivo e o Judiciário, um
amplo e eficaz sistema de penas alternativas, com destaque para a prestação de
serviços à comunidade diretamente afetada pelo delito, dando plena eficácia ao
sistema de penas alternativas e assegurando efetiva punição dos delitos com elas
censurados, de modo a fazer refluir o sentimento de impunidade hoje em voga.
Buscando o incremento dos serviços de inteligência das polícias civil e militar, com
vistas ao efetivo cumprimento dos mandados de prisão em aberto.
Concentrando esforços, em ação articulada com o Judiciário e, circunstancialmente,
com a polícia judiciária, no sentido de dar agilidade ao trâmite das ações penais, na
perspectiva de reduzir os índices de prescrição hoje verificados, especialmente entre
os delitos de menor potencial ofensivo.

CONTROLE DO CUMPRIMENTO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE E


DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE SEGURANÇA DOS PRESÍDIOS

Por que

A despeito da atividade hoje exercida pelo MP, através das Promotorias de Justiça
das Execuções Penais, ainda há notícias acerca de exorbitamentos na execução de
penas privativas de liberdade, bem como da precariedade das condições sanitárias e
de segurança dos presídios e cadeias públicas.
A regularidade do cumprimento da pena, inclusive no tocante aos direitos de
progressão de regime e às condições sanitárias do ambiente prisional é direito
fundamental da pessoa humana, pelo qual deve velar o MP.
A falta de um programa específico e eficaz nesta área pode ensejar lapsos
circunstanciais de regularidade, prejudicando o direito dos detentos, dando azo
inclusive a intromissões de outros entes na seara de atuação reservada ao MP, tal
como sucedeu recentemente com a iniciativa da Defensoria Pública da União.

Como fazer

Mantendo cadastro, com sistema de atualização on line, mercê de articulação com o


Executivo e o Judiciário, com o nome e a situação de todos os detentos no Estado,
independentemente do local e das condições da prisão, com mapeamento dos
prazos, tanto para efeito de progressão de regime quanto para proclamação do
cumprimento integral das penas.
Implementando, integradamente com o cadastro, sistema de agendamento eletrônico
das medidas passíveis de serem tomadas pelo MP, inclusive, se possível, com a
padronização das promoções a serem realizadas.
Procedendo regularmente, a partir da constituição de equipe multidisciplinar integrada
por representantes do MP, do Judiciário, assistência social, Vigilância Sanitária e
3
Segurança Pública, com periodicidade previamente estabelecida, visita de inspeção a
todos os presídios e cadeias públicas do Estado, para aferir suas condições
sanitárias e de segurança, produzindo os correspondentes relatórios.
Definindo, à vista dos relatórios, as medidas a serem tomadas, fixando, mercê das
responsabilidades de cada órgão, prazo razoável para implementá-las.
Observação: Programa semelhante poderá ser implementado em relação aos
estabelecimentos destinados ao recolhimento e manutenção de adolescentes.

3
CONCLUSÃO

Muitas outras ações, iniciativas, projetos e mudanças se pretende


desenvolver. Estas são meros indicativos, a refletir o perfil da proposta que estamos
levando ao conhecimento da classe para, com os acréscimos das sugestões que
haveremos de colher no debate, definirmos o rumo que nos permitirá avançar na
construção de um Ministério Público forte, independente, respeitado, útil e admirado
pela sociedade.

Em todas as áreas, inclusive na administrativa, será observado o Plano


Geral de Atuação, o qual será fruto de discussão direta e democrática com a classe e
com os seus representantes no Conselho Consultivo de Políticas e Prioridades
Institucionais, sem prejuízo, obviamente, da auscultação dos interesses da
sociedade.

Em hipótese alguma será desconsiderada a necessária harmonia com a


Associação Catarinense do Ministério Público, na qual sempre se buscará um aliado
para a solução dos problemas que afligem seus associados e, por conseguinte, o
próprio Ministério Público.

Não se descurará do devido cuidado para com a Associação e o Sindicato


dos Servidores do Ministério Público de Santa Catarina, porquanto legítimos
representantes dos anseios desses importantes segmentos institucionais.

Da mesma forma, sem que represente jamais subserviência ou


abdicação, serão respeitados os Poderes do Estado e seus entes, bem como as
autoridades constituídas, dos quais se exigirá reciprocidade.

Este documento, longe de ser uma peça acabada, representa uma


síntese da visão institucional do proponente, e principalmente, um compromisso por
ele assumido perante cada membro do Ministério Público. Obviamente, deverá ser
aperfeiçoado, o que se espera conseguir a partir da sua apresentação e discussão
com a classe, de forma democrática, sempre respeitando as posições em contrário.
Após, com determinação e seriedade, iremos implementar as metas e propostas
discutidas e aprovadas, respeitada a autonomia funcional de cada membro do
Ministério Público. Assim, esperamos elevar cada vez mais o conceito de nossa
instituição perante a sociedade e cumprir nossa missão constitucional.

Para tanto, será preciso sua confiança, sua ajuda e o seu voto, o qual
pedimos.

De minha parte fica o compromisso de trabalho com dedicação para a


consecução dos objetivos aqui externados. O Ministério Público não sou EU, o meu
projeto, o meu sonho pessoal. Particularmente, de forma serena e respeitosa,
apresento-me apenas como alguém disposto a conduzir o processo de aglutinação
das forças e das vontades que movem cada um de nós. O MINISTÉRIO PÚBLICO
SOMOS TODOS NÓS. Vamos fazê-lo grande, útil, fraterno e melhor!
3
ANEXOS

Quem tu és?
Como te identificas, Promotor de Justiça?
És um burocrata encastelado dentro de teus processos, unicamente preocupado em
eliminar papéis, ou te dedicas a procurar a realidade que eles ocultam?
Tens consciência do alcance de tua palavra e de tuas ações?
Promoves o quê? Tua particular satisfação ou a Justiça?
Quem persegues? O réu ou a verdade?
Serves a quem? A ti próprio, aos interesses de uns poucos, ou ao bem comum?
Usas a lei como ferramenta útil à felicidade humana, ou a ela te apegas para aplicá-la
incondicionalmente?
Contenta-te em ser apenas um operário a mais na linha de produção, ou procuras
esforçar-te para que teu tirocínio jurídico, tua experiência e teu poder engendrem uma
solução mais criativa e inteligente para o conflito em que intervéns.
Permites que as emoções momentâneas e oscilantes determinem tuas ações, ou
colocas a razão como o senhor seguro de teu agir funcional?
Em tuas elevadas missões, és rigoroso com os mais fracos e generoso com os
poderosos, ou és igualmente austero, porém respeitoso, com todos os que violam a
lei?
Arrostas os perigos da profissão e te imunizas contra as injunções dos fortes, ou
abres espaço para que te explorem as fraquezas e o comodismo?
Inebria-te pelo poder e pela tua autoridade, ou desta e daquele te utilizas para prestar
teu serviço impessoal e desinteressado?
Imagina-te, com o açoite de teu pensamento, a destruir opiniões contrárias às tuas,
ou de tua inteligência te vales para, convencido do erro alheio, fazer emergir, pelo
saudável diálogo, a verdade em que acreditas, sem vilipêndio e prepotência sobre teu
oponente?
Como vês o réu que acusas?Um criminoso incorrigível, um celerado, degenerado, ou
simplesmente alguém que se desfigurou pelo crime, mas que ainda pode ter a
capacidade de amar e de ser amado?
Identifica-te com esse teu próximo, ou te repugnas pensar que sois oriundos da
mesma Fonte?
Trabalhas somente pelo salário ou, acima de tudo, pelo valor do próprio trabalho?
Como pretendes ser tratado? Vossa Excelência, Doutor, Senhor, ou isso não te
importa, desde que respeitem a tua pessoa e o cargo que ocupas?
Tens consciência de que as honrarias com que te distinguem e que o envaidecem
nada mais são do que passageira ilusão, a qual se esvanecerá juntamente com o
cargo que um dia deixarás de ocupar?
Identifica-te, Promotor de Justiça; escuta a tua Voz Interior.

Rogério Schietti Machado Cruz - Procurador de Justiça do MPDFT

Revista da AMPDFT, Ano 3, nº 3, Dez/2003, p. 34

3
DECÁLOGO DO PROMOTOR DE JUSTIÇA

I – Ama a Deus acima de tudo, e vê no homem, mesmo desfigurado pelo crime, uma criatura à
imagem e semelhança do Criador.

II – Sê digno de tua grave missão. Lembra-te de que falas em nome da Lei, da Justiça e da
sociedade.

III – Sê probo. Faze de tua consciência profissional um escudo invulnerável às paixões e aos
interesses.

IV – Sê sincero. Procura a verdade, e confessa-a em qualquer circunstância.

V – Sê justo. Que teu parecer dê a cada um o que é seu.

VI – Sê nobre. Não convertas a desgraça alheia em pedestal para teus êxitos e cartaz para tua
vaidade.

VII – Sê bravo. Arrosta os perigos com destemor, sempre que tiveres um dever a cumprir,
venha o atentado de onde vier.

VIII – Sê cortês. Nunca te deixes transportar pela paixão. Conserva a dignidade e a


compostura, que o decoro de tuas funções exige.

IX – Sê leal. Não macules tuas ações com o emprego de meios condenados pela ética dos
homens de honra.

X – Sê independente. Não te curves a nenhum poder, nem aceites outra soberania, senão a da
Lei.

J. A . César Salgado

Procurador de Justiça do Estado de São Paulo

3
CURRÍCULO RESUMIDO DO CANDIDATO

Lio Marcos Marin, natural de Anita Garibaldi, casado, com 48 anos de


idade, dos quais 21 de Ministério Público.

Informações acadêmicas - Formou-se em Direito na Universidade de


Caxias do Sul em agosto de 1986. Possui o título de especialista em
Direito Processual pela Universidade de Santa Catarina. Lecionou na
Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC, Universidade do Sul de
Santa Catarina – UNISUL e na Escola do Ministério Público de Santa
Catarina.

Informações profissionais - Advogou até janeiro de 1990, quando então


ingressou no Ministério Público de Santa Catarina. Foi Promotor de Justiça
Substituto em Joaçaba e Lages, tendo atuado como Promotor titular em
São Domingos, Dionísio Cerqueira, Porto União e Lages, onde se encontra
atualmente, lotado na 13ª Promotoria de Justiça - Promotoria Regional do
Meio Ambiente.

Informações Institucionais – Foi Secretário-Geral do Ministério Público


de Santa Catarina e Presidente da Associação Catarinense do Ministério
Público por dois mandatos. Como integrante da Conamp foi Diretor da
Região Sul. Foi presidente do Conselho de Políticas e Prioridades
Institucionais.

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