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Orçamento Empresarial

Prof. Valdecir Knuth

2012
Copyright © UNIASSELVI 2012

Elaboração:
Prof. Valdecir Knuth

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

658.154
K748o Knuth, Valdecir
Orçamento empresarial / Valdecir Knuth. Indaial : Uniasselvi,
2012.

345 p. : il

ISBN 978-85-7830- 601-4

1.Orçamento empresarial I. Centro Universitário Leonardo da


Vinci.
Apresentação
Com o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, as empresas
aumentaram a complexidade no desenvolvimento de suas atividades,
tornando-se necessário aumentar o volume de informações com qualidade,
para possibilitar aos gestores o controle do processo de produção e tomar
decisões estratégicas, podendo prever o seu futuro.

Neste contexto atual, os gestores têm necessidade de planejar as ações


e buscar o controle da empresa, e o processo orçamentário torna-se cada vez
mais indispensável para a administração de qualquer negócio.

Por isso, na disciplina de Orçamento Empresarial vamos estudar


sobre a elaboração e utilização do orçamento financeiro e da demonstração
financeira. O objetivo é proporcionar a você o conhecimento e a prática na
aplicação do orçamento, abrangendo diversas áreas de uma empresa, de
forma que possa contribuir com a melhoria dos resultados econômicos e
financeiros.

Na primeira unidade estudaremos três tópicos: no Tópico 1


abordaremos sobre sistema empresa, sua definição e importância na
elaboração e consecução do orçamento, pois suas técnicas e aplicações
estão relacionadas de acordo com um conjunto de atividades que envolvem
vários profissionais, sendo que os setores devem estar integrados. Além
disso, existem fatores externos à empresa, como as mudanças constantes
do mercado, que também influenciam direta ou indiretamente no seu
funcionamento. No Tópico 2 analisaremos conceitos de orçamentos, seus
objetivos e os tipos existentes. Também estudaremos o funcionamento do
sistema orçamentário, seus reflexos e efeitos causados no processo de gestão
do negócio e nos próprios profissionais envolvidos. O Tópico 3 abordará os
aspectos que envolvem a implantação do orçamento, como planejamento,
execução, controle, avaliação das áreas de responsabilidades e a motivação
dos envolvidos no processo.

Na segunda unidade trataremos dos principais aspectos ligados


à implantação do orçamento empresarial. No Tópico 1 estudaremos a
importância do controle orçamentário, seus limites, a comunicação, a criação
de cenários e o perfil do profissional designado pela empresa para fazer
o orçamento. No Tópico 2 vamos identificar em um orçamento os custos
industriais diretos e indiretos. O Tópico 3 terá como enfoque o planejamento
da produção, que envolve a apuração da depreciação dos bens industriais
e a identificação dos centros de custos em que são alocados os gastos de
produção. E no Tópico 4 vamos identificar o que é uma ficha de produção
e apontar os custos dos produtos que conhecemos no terceiro tópico desta

III
unidade. Com todos os custos apurados, poderemos apurar o preço de
venda e conhecer quais os principais impactos que existem em relação aos
gastos variáveis na sua formação.

Por fim, na terceira unidade estudaremos três tópicos: o Tópico 1


apresentará os modelos conceituais de orçamento. No Tópico 2 analisaremos
o impacto dos efeitos inflacionários nas projeções orçamentárias.
Identificaremos uma demonstração do resultado projetado e também
um balanço patrimonial projetado, permitindo, dessa forma, visualizar
os comportamentos futuros da empresa em relação aos seus aspectos
econômicos e financeiros. Finalizando a última unidade deste caderno, no
Tópico 3 vamos aprender a elaborar e analisar um fluxo de caixa.

Este Caderno de Estudos pretende levar a você a compreensão da


teoria, além de incentivá-lo(a) a pôr em prática os ensinamentos sobre o
orçamento financeiro e demonstração financeira, contribuindo para a sua
atuação profissional.
Bons estudos e sucesso na sua vida profissional!
Professor Valdecir Knuth

APRESENTAÇÃO DO CONTEUDISTA

Olá! Sou o professor Valdecir Knuth, Mestre em Ciências Contábeis pela


Fundação Universidade Regional de Blumenau, com área de concentração em
Controladoria. Sou professor no Centro Universitário Leonardo da Vinci em
cursos de graduação.

Tenho atuação em cursos de graduação desde 1996, na área de Contabilidade,


com ênfase em Contabilidade Geral, Custos, Controladoria e Auditoria,
principalmente nos seguintes temas: Gestão Econômica de Negócios, Gestão de
Custos e Resultados, Resultado Econômico, Ética Profissional, Responsabilidade
Profissional, Sistemas de Custeio, Método de Custeio e Orçamentos.

Atuo na pós-graduação, em cursos de Especialização/lato-sensu, desde


2001, na área de Contabilidade, com ênfase em Controladoria, Gestão Econômica,
Finanças Internacionais e Auditoria (Controles Internos/Sarbanes Oxley).

Sou autor de cadernos de estudos de ensino a distância (EAD) nas áreas de


Auditoria, Custos Industriais, Engenharia Econômica, Controladoria, e coautor
no Caderno de Estudos de Empreendedorismo.

Minha experiência profissional foi adquirida nos mais de 18 anos atuando


na área contábil em empresas multinacional e nacional, onde ocupei diversos cargos.

Meu e-mail de contato é valdecir.knuth@tpa.com.br.

IV
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO................................ 1

TÓPICO 1 – SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL.................................. 3


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 3
2 A EMPRESA COMO UM SISTEMA............................................................................................... 3
2.1 CONCEITO DE EMPRESA.................................................................................................... 3
2.2 CONCEITOS DE SISTEMA EMPRESA............................................................................ 4
2.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ORGANIZACIONAL DE UMA
EMPRESA.................................................................................................................................... 8
2.4 MISSÃO DA EMPRESA.......................................................................................................... 10
2.5 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO........................................................................ 11
2.6 A EMPRESA COMO SISTEMA DINÂMICO.................................................................. 14
2.7 MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA EMPRESA................................................... 17
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 21

TÓPICO 2 – TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES............................................... 23


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 23
2 ASPECTOS CONCEITUAIS............................................................................................................. 23
3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS................................................................................................ 26
4 TIPOS DE ORÇAMENTOS.............................................................................................................. 31
5 SISTEMA DE ORÇAMENTOS........................................................................................................ 37
6 O QUE REFLETEM OS ORÇAMENTOS....................................................................................... 38
7 POR QUE PREVER?........................................................................................................................... 38
8 COMO PREVER?................................................................................................................................ 39
9 OS EFEITOS DO ORÇAMENTO NAS PESSOAS....................................................................... 41
10 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO ORÇAMENTO................................................................. 44
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 48

TÓPICO 3 – IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL......................................... 49


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 49
2 PLANO ORÇAMENTÁRIO............................................................................................................. 49
2.1 ORÇAMENTO E PROCESSO DE GESTÃO..................................................................... 49
2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO SISTEMA DE ORÇAMENTOS................... 54
2.3 CRIAÇÃO DE NOVAS MENTALIDADES....................................................................... 57
2.4 ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE ORÇAMENTOS À ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL............................................................................................................... 58
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 60
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 71

UNIDADE 2 – CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO................... 73

VII
TÓPICO 1 – UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL............................................... 75
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 75
2 IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO...............................75
3 OS LIMITES PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS........................................................76
4 QUEM FAZ OS ORÇAMENTOS...........................................................................................................................80
5 COMUNICAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS............................................81
6 CRIAÇÃO DE CENÁRIOS.........................................................................................................................................83
7 PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS............................................................83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 90

TÓPICO 2 – IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS.. 91


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 91
2 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS E CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS.......................... 91
2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS.................................................................................. 91
2.2 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS....................................................................................... 93
2.2.1 Principais características dos custos fixos ou indiretos................................................... 95
2.3 EMBALAGEM E ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO................................................ 96
2.4 MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA............................................................................. 98
2.5 HORAS DE PRODUÇÃO DISPONÍVEIS......................................................................... 105
2.6 VALOR DO CUSTO/HORA................................................................................................... 106
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 108
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 109

TÓPICO 3 – IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO.............................................. 111


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 111
2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO.............................................................................................. 111
3 DEPRECIAÇÃO.................................................................................................................................. 114
3.1 MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO........................................................................................... 116
3.2 CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO.......................................................................................... 116
4 NATUREZA E AVALIAÇÃO DOS CENTROS DE RESPONSABILIDADES........................ 118
4.1 CENTRO DE CUSTO............................................................................................................... 118
4.2 CENTRO DE VENDAS............................................................................................................ 119
4.3 CENTRO DE DESPESAS........................................................................................................ 119
4.4 CENTRO DE INVESTIMENTOS......................................................................................... 119
4.5 CENTRO DE LUCRO............................................................................................................... 120
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 123

TÓPICO 4 – APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.............. 125


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 125
2 FICHA TÉCNICA OU DE PRODUÇÃO........................................................................................ 125
3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.......................................................................................... 135
3.1 POLÍTICA DE PREÇOS........................................................................................................... 137
3.1.1 Formação do preço de venda.............................................................................................. 137
3.1.2 Erros na formação do preço de venda............................................................................... 142
3.1.3 A equação do preço de venda............................................................................................. 142
3.2 TIPOS DE PREÇOS................................................................................................................... 143
3.2.1 Estratégias de preços distintos............................................................................................ 143
3.2.2 Estratégias de preços competitivos.................................................................................... 144
3.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO.................................................................. 145
3.3.1 Estrutura de custos............................................................................................................... 145

VIII
3.3.2 Estratégia e política de mercado......................................................................................... 145
3.3.2.1 Produtos.............................................................................................................................. 146
3.3.2.2 Fatores ambientais............................................................................................................. 146
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 146
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 154

UNIDADE 3 – ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA......................................... 157

TÓPICO 1– ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)................................ 159


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 159
2 MODELO CONCEITUAL DE ORÇAMENTO............................................................................. 159
2.1 PROCESSOS DE ELABORAÇÃO........................................................................................ 159
2.2 ORÇAMENTO OPERACIONAL......................................................................................... 161
2.3 ORÇAMENTO DE VENDAS................................................................................................. 163
2.4 ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS.............................................................................. 176
2.5 IDENTIFICAÇÃO DOS PERÍODOS DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS............ 177
2.6 ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA.................................................................. 178
2.7 ORÇAMENTO DE UNIDADES FÍSICAS DE ESTOQUE........................................... 179
2.8 ORÇAMENTO DE COMPRAS, CONSUMO E ESTOQUE DE MATERIAIS....... 189
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 278
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 280

TÓPICO 2 – PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS.............................................................................. 281


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 281
2 OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS NAS PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS......................... 281
2.1 ESTIMATIVAS DE INFLAÇÕES FUTURAS................................................................... 284
2.2 DEMONSTRATIVO DE CUSTOS E DESPESAS PROJETADOS............................ 285
2.2.1 Orçamento de despesas operacionais................................................................................ 285
2.2.2 Orçamento de despesas administrativas........................................................................... 287
2.2.3 Orçamento de despesas com vendas................................................................................. 287
2.2.4 Orçamento de despesas financeiras................................................................................... 288
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO................. 297
2.3.1 Orçamento de despesas tributárias.................................................................................... 299
2.4 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO....................................... 300
2.5 BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO...................................................................... 302
2.6 ANÁLISE DAS VARIAÇÕES................................................................................................. 303
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 306
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 307

TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA............................................. 309


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 309
2 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA.. 309
2.1 MÉTODO DIRETO.................................................................................................................... 309
2.1.1 Vantagens e desvantagens do método direto................................................................... 311
2.2 MÉTODO INDIRETO.............................................................................................................. 312
2.2.1 Vantagens e desvantagens do método indireto................................................................ 315
2.3 VISÃO GERAL DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA............................ 315
3 BALANÇO PATRIMONIAL............................................................................................................. 316
3.1 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO ATIVO............................................................... 317
3.2 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO PASSIVO.......................................................... 321
3.3 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO........................... 324

IX
4 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO............................................. 326
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 335
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 341
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 342
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 343

X
UNIDADE 1

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA


IMPLANTAÇÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade você estará apto(a) a:

• conhecer de que maneira a empresa é percebida como um sistema;

• compreender as características do sistema organizacional de uma empresa;

• aprender de que forma uma empresa pode ser vista como um sistema
aberto e dinâmico;

• compreender o que é um orçamento e quais são seus objetivos;

• conhecer por que se deve realizar um orçamento e qual é a sua função para
o administrador;

• identificar qual a contribuição do orçamento para o trabalho do gestor da


empresa;

• conhecer os principais tipos de orçamentos existentes;

• compreender a maneira como o orçamento exerce influência nos adminis-


tradores da empresa quanto ao seu aspecto comportamental;

• avaliar a importância da gestão para a implantação de um processo orça-


mentário.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

TÓPICO 2 – TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

TÓPICO 3 – IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

1 INTRODUÇÃO
Sistema empresa é a área onde estudamos orçamentos, para a identificação
e compreensão das atividades e departamentos que interagem entre si. Para uma
empresa ter um bom funcionamento, precisa que todos os seus departamentos
estejam em franca harmonia e funcionamento. O sistema empresa esclarece esses
mecanismos, considerando que além do seu ambiente interno, a empresa interage
num ambiente externo, o qual deve adequar-se constantemente para manter-se
no mercado. Por isso, para que o processo orçamentário seja elaborado de acordo
com a realidade de mercado em que a empresa está inserida, é fundamental
conhecermos a empresa como um sistema.

Veremos isso no decorrer deste tópico. Vamos lá!

2 A EMPRESA COMO UM SISTEMA

2.1 CONCEITO DE EMPRESA


Na sociedade atual, a maioria da população em idade produtiva tem
ou teve algum tipo de envolvimento com alguma empresa, como funcionário,
socioacionista, prestador de serviços, dentre outros vínculos.

Mas, você sabe dizer o que é uma empresa?

Podemos dizer que uma empresa é definida como uma união de esforços
financeiros, físicos e intelectuais, com a finalidade de criar e, consequentemente,
transacionar produtos e serviços no mercado interno e/ou externo, resultando
na formação e circulação de capital que possa trazer benefícios econômicos e
utilidade social.

Em outras palavras, é uma entidade constituída juridicamente, ou não,


que exerce atividade econômica de produção, transformação, comércio ou
prestação de serviços, podendo ter fins lucrativos, filantrópicos ou sociais.

3
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Conforme Padoveze (2009a, p. 13), “a empresa é um sistema em que há


recursos introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços”.
Na mesma linha de raciocínio, Figueiredo e Caggiano (2008, p. 8) mencionam que
“a empresa é uma unidade produtora que visa criar riquezas, transacionando em
dois mercados, um fornecedor, outro consumidor”.

2.2 CONCEITOS DE SISTEMA EMPRESA


Para facilitar a compreensão do sistema organizacional de uma empresa
deve haver, primeiramente, um reconhecimento do conjunto de departamentos
que integram a organização, bem como das atividades desempenhadas pelos
mesmos, haja vista que tais funções têm por finalidade propiciar a sustentabilidade
da empresa no mercado.

Antes de continuarmos, vamos conhecer o que é um sistema.

Beer (1969, p. 25) define que “qualquer coisa que consiste em partes
unidas entre si pode ser chamada de sistema, pode ser apontada como agregados
de pedaços e peças [...]”. Para Bio (1985, p. 18), o sistema é “[...] um conjunto de
elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem
formando um todo unitário e complexo”.

Em uma empresa, sempre ouvimos dizer que as “coisas” no seu ambiente


funcionam corretamente quando existe a harmonia das atividades relacionadas
entre si.

E como podemos identificar isso?

Tomemos como exemplo um conjunto de funções relacionadas ao setor


de projetos de uma empresa, onde os funcionários têm a função de elaborar
o desenho de um determinado tipo de produto. A área de projetos, com base
nas dimensões estruturadas, identificará os tipos de materiais necessários à
produção desse produto. O setor de administração da produção necessita
dessas informações para elaborar as planilhas de cálculo do tempo estimado da
produção e saber quais os tipos de matérias que serão utilizados. Prosseguindo
nessa cadeia de atividades, o departamento de compras realizará as cotações de
preços e pesquisará os fornecedores com melhores preços, prazos e qualidade,
para ter uma noção de quanto se gastaria na aquisição de insumos e matéria-prima
necessários à fabricação do produto. Por sua vez, a área de custos apurará os
valores necessários para a sua produção e identificará a margem de lucratividade
ideal para manter a perenidade (a sobrevivência) da empresa no mercado.

Para compreender essa interatividade na organização, Bertalanffy (1977,


p. 53) salienta que “[...] é necessário estudar não somente as partes e processos
isoladamente, mas também resolver os decisivos problemas encontrados na
organização e na ordem que os unifica, resultante da interação dinâmica das
partes [...]”.
4
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

E
IMPORTANT

Então quer dizer que a empresa é “dividida” em partes e essas interagem entre
si? Sim, cada departamento tem a incumbência de realizar uma atividade ou tarefa e o
resultado é a interação de forma harmoniosa até chegar ao produto final. Por isso dizemos
que a empresa é um sistema, ou seja, um sistema empresa.

Para a empresa funcionar bem, ela precisa que todos os seus


departamentos estejam em franca harmonia e funcionamento. Sem as informações
de determinado departamento, o gestor de outro departamento poderá tomar
decisões equivocadas.

UNI

A empresa precisa ser observada como um organismo vivo?


Sim, um organismo que depende de diversos outros órgãos para o seu excelente
funcionamento.

Portanto, a empresa não é um sistema fechado, mas um sistema aberto em


que implicam diversos fatores, como recursos financeiros, gestão de pessoas, de
capital e de produção, além dos fatores econômicos e sociais.

De modo geral, as empresas possuem as mesmas características de


interatividade de funções, porque elas também fazem parte de um macrossistema
que fornece seus serviços para um conjunto de empresas que agregam seus bens
ao produto final.

ATENCAO

As empresas devem estar preparadas para se adequarem às constantes


mudanças que acontecem no mercado, pois isso é fundamental para a sua manutenção e
sobrevivência. Em outras palavras, ADEQUAR-SE E MELHORAR SEMPRE.

5
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Kochanski (2000, p. 54) afirma que:

Quando uma organização passa a oferecer valor agregado a seus


produtos e/ou serviços, o mercado reage naturalmente, exigindo que
as demais organizações também passem a oferecer valor agregado a
seus produtos e serviços, levando-as a se tornarem mais competitivas.

Em relação aos fatores macroeconômicos, Tung (1974, p. 29) demonstra


que:

Nenhuma empresa pode, hoje, permitir-se o luxo de ignorar os


acontecimentos do mundo exterior. A interdependência das empresas
entre si e destas com o Estado em particular, é patente. A sobrevivência
dos negócios depende, em grande parte, do conhecimento, dos fatos
atuais e da previsão dos acontecimentos futuros, tanto no plano
nacional, quanto no internacional.

Respondendo aos estímulos do mercado, as empresas procuram se


adequar à nova realidade econômica e, nas constantes reestruturações, buscam
a competitividade.

Cruz (1998) aborda que existem dois tipos de comportamentos: o


operacional e o estratégico, por meio dos quais a empresa interage com o ambiente
que o cerca e que se complementam entre si, dando um caráter holístico que toda
organização deve ter.

E
IMPORTANT

Devemos tomar cuidado e observar que, com esse mercado dinâmico, muitas
empresas também poderão desaparecer.

Contudo, apenas o cuidado não garante a sustentação da empresa no


mercado. Podemos entender que não apenas os fatores internos, mas todas as
atividades externas repercutem no funcionamento da empresa. Tung (1974, p.
29) afirma que:

[...] em princípio é uma fase de constantes ajustes e reajustes, pois


qualquer trabalho atual constitui apenas um teste para o futuro,
cujo alvo é a meta do desenvolvimento global. O cenário financeiro-
econômico nacional repercute sempre, direta ou indiretamente, sobre
as atividades da empresa.

Para entendermos como uma empresa transforma recursos materiais,


humanos, financeiros, tecnológicos, dentre outros, em produtos e serviços que
são destinados ao mercado, observemos a figura a seguir:

6
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

FIGURA 1 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA

Mercado Acionistas, concorrentes, governo, sindicatos, etc. Mercado


Fornecedor Consumidor
Recursos
materiais

Compras de Estocagem
Recursos recursos de materiais
Produção
humanos

Produtos
Recursos Serviços de Estocagem e
financeiros apoio Manutenção de produtos serviços

Recursos de
tecnologia Finanças Transportes Entrega dos
produtos

Recursos de Comprometimento
informação da missão

Resultado econômico

Valores Valores
econômicos econômicos

Eficiência Continuidade Eficácia

FONTE: Adaptado de: Catelli (1999, p. 39)

Na figura anterior você pôde visualizar, de forma bastante simplificada,


que a empresa é percebida como um sistema.

Então quer dizer que a empresa pode ser vista de forma sistêmica?

Sim.

Naturalmente, diversos fatores externos à empresa, como o governo,


as políticas econômicas, a relação entre fornecedores e clientes, podem
frequentemente alterar a sua dinâmica. Isto significa que ao mesmo tempo em que
a empresa precisa interagir no seu ambiente interno, também sofre a influência
do ambiente externo, conforme podemos observar na figura a seguir:

7
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

FIGURA 2 − A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE INTERNO E EXTERNO NA EMPRESA (MACROSSISTEMA)

Mão de obra Concorrência


Governo

Fornecedores Comunidade

Empresa
Consumidores
Sistema Financeiro Tecnologia
Sindicato

FONTE: Disponível em: <http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/lucineiagomes//som001_clip_


image011.jpg>. Acesso em: 21 nov. 2011.

As empresas recebem do mercado fornecedor os diversos tipos de


matérias-primas e insumos que, nas atividades internas, serão processados,
gerando novos produtos, que serão disponibilizados ao mercado consumidor.

Todos esses fatores podem se constituir em oportunidades e ameaças


à sobrevivência da empresa no mercado. Para garantir a sua continuidade, é
necessário que a empresa mantenha sua capacidade de mudanças e adaptações
aos diversos fatores que a influenciam tanto internamente quanto externamente.

2.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ORGANIZACIONAL DE


UMA EMPRESA
A partir das considerações do item anterior, entendemos que a união dos
departamentos integrantes de uma empresa resulta em um sistema organizacional,
dentro do qual existe uma ordem hierárquica a ser respeitada em decorrência do
agrupamento humano integrante da organização.

8
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, é dividido em


vários subsistemas, que são os seguintes:

a) institucional: também denominado de matriz, responsável pelos demais


subsistemas, compreende a missão, assim como crenças e valores da
organização;

b) gestão: é o responsável pelo processo de tomada de decisões, pois abrange as


atividades de planejamento, gerenciamento e mecanismo de controle interno;

c) organização: é como a empresa está organizada, o tipo de estrutura empregada


(vertical ou horizontal), o grau de autoridade e atribuição de responsabilidade. O
objetivo é assegurar que todas as atividades da organização sejam desenvolvidas
de forma ética, sendo influenciadas pelo subsistema institucional;

d) social: abrange o quadro funcional da empresa, incluindo-se nessa esfera a


cultura e demais características inerentes ao capital intelectual da organização.
Guerreiro (1996, p. 171) destaca os seguintes fatores que envolvem este
subsistema: “necessidades dos indivíduos; criatividade; objetivos individuais;
motivação; liderança; treinamento etc.”;

e) informação: tendo em vista a atual dinâmica dos mercados como um todo,


este subsistema aparece com uma considerável importância, pois consiste
no conjunto de dados necessários para uma melhor tomada de decisão dos
gestores da empresa. Guerreiro (1996, p. 172) enfatiza que:

[...] dentre as inúmeras atividades executadas no âmbito da empresa,


existem aquelas que objetivam basicamente a manipulação de
informações. Elas geram essas informações através da manipulação
(processamento) de dados derivados da execução das diversas
atividades necessárias ao desenvolvimento das funções empresariais
básicas. Essas atividades se caracterizam por três aspectos básicos:
recebimento de dados, processamento e geração de informações.

Os dados gerados nesta categoria buscam um elevado grau de excelência,


eliminando a criação de atividades desnecessárias, o que resulta em um melhor
procedimento de gestão.

f) físico-operacional: compreende as instalações físicas e equipamentos


necessários para a realização das atividades inerentes à produção de bens
e serviços desenvolvidos pela empresa. Nesse contexto ficam excluídos os
funcionários, pois estão vinculados ao modus operandi do know-how. Como
exemplos, citam-se os procedimentos de compras, produção, vendas, finanças,
manutenção, entre outros.

Veja agora a figura esquemática de uma empresa que inclui os


subsistemas descritos até aqui:

9
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

FIGURA 3 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA, SUBSISTEMAS E EFICIÊNCIA

FONTE: Adaptado de Padoveze (2009a)

Um dos pontos fundamentais do funcionamento dos subsistemas


com sinergia e eficácia é a existência de um objetivo a ser alcançado para
onde convergem todas as ações. Veremos este assunto no próximo item.

2.4 MISSÃO DA EMPRESA


A missão de cada empresa encontra-se ligada ao seu respectivo motivo
básico de existência, notadamente correlacionado aos produtos e serviços
oferecidos por ela junto ao mercado, visando à satisfação de seu público-alvo.

O próprio conceito de sistema envolve a ideia [sic] de partes que


interagem para alcançar um objetivo em comum. Assim, os diversos
componentes do sistema empresa interagem, para que esta atinja
seus objetivos. Por objetivo entende-se o alvo ou desígnio a que se
quer atingir. São vários os objetivos de uma empresa, que poderiam
ser classificados por hierarquia de importância e temporaneidade. O
objetivo fundamental, isto é, o mais importante e permanente, é a sua
missão. (MOSIMANN; ALVES; FISCH, 1993, p. 19).

De acordo com Padoveze (2009a), a missão constitui o propósito da empresa


e do seu negócio, portanto deve comunicar interna e externamente. Ela deve ser

10
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

escrita de forma objetiva e breve, compreendendo as atividades da empresa, o


mercado de atuação, os produtos e serviços oferecidos, a sua diferenciação e o
seu papel em relação a seus concorrentes e às principais conquistas que se quer
atingir.

Como exemplo, veja a transcrição da missão da empresa Petrobras:

Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e


ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos
e serviços adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para
o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua.
FONTE: Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/quem-
somos/estrategia-corporativa/>. Acesso em: 20 nov. 2011.

Veja também a missão da empresa de cosméticos Avon:

Nossa Missão
- Ser líder global em beleza.
- Ser a marca de escolha das mulheres.
- Ser líder em vendas diretas.
- Ser o melhor lugar para se trabalhar.
- Ser a maior Fundação para as mulheres.
- Ser a empresa mais admirada.

FONTE: Disponível em: <http://www.avonculturadevida.com.br/premioavon/visao.html>. Acesso


em: 20 nov. 2011.

É importante que a missão seja definida com muita clareza, uma vez
que para ela convergirá o sistema organizacional da empresa por meio dos seus
subsistemas.

Em algumas empresas, a missão não é explicitada. No momento em que


a entidade opta por explicitar a sua respectiva missão, deve considerá-la como
diretriz permanente, a fim de direcionar as finalidades socioeconômicas de tais
instituições. Caso a missão seja evidenciada de maneira errônea, poderá ser
desvirtuada de seus reais propósitos, não permitindo aos gestores o conhecimento
das necessidades imediatas da empresa.

Agora que você já sabe o que é um sistema organizacional e compreende


a importância de uma empresa ter a missão definida claramente, podemos
passar para o próximo assunto: os fatores que influenciam o desenvolvimento
da empresa, como os financeiros, o mercado concorrente, a política econômica e
social, entre outros.

2.5 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO


Em todos os setores empresariais, as empresas apresentam as concepções
de um sistema aberto. Os fatores externos influenciam de forma relevante nas
empresas, segundo Tung, que diz o seguinte:

11
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

No regime de livre comércio, o alvo da empresa é o maior lucro


possível, conciliável com o seu crescimento a longo prazo e também
com o bem-estar da coletividade, mediante o atendimento das suas
necessidades. Para atingir esse objetivo, a tarefa da empresa seria
a de determinar quais as necessidades ou desejos desta mesma
coletividade, para depois organizar-se do ponto de vista da produção
e da comercialização. Essa tarefa é contínua, pois as necessidades e
os desejos dos homens sofrem alterações permanentes. Para que a
empresa consiga maior lucro, cada setor de atividade deverá procurar
aplicar métodos eficientes, a partir de uma análise acuradamente
elaborada. (TUNG, 1974, p. 27).

Então, o que acontece fora da empresa pode influenciar nas decisões


tomadas pelos gestores de cada departamento dentro da empresa.

Para reforçar essa concepção, Bio (1985, p. 18) ressalta que:

Uma das implicações críticas dos conceitos de sistemas na


Administração é justamente a concepção da empresa como um
sistema aberto, pois tal visão ressalta que o ambiente em que vive a
empresa é essencialmente dinâmico, fazendo com que um sistema
organizacional, para sobreviver, tenha de responder eficazmente às
pressões exercidas pelas mudanças contínuas e rápidas do ambiente.

TUROS
ESTUDOS FU

Na Unidade 3 serão elaborados os orçamentos por várias áreas ou departamentos


da empresa. No modelo que será estudado, você aprenderá que o orçamento da área de
produção exerce influência sobre o orçamento de compras e o orçamento da área financeira
deve prever quanto será necessário para manutenção da continuidade da empresa. Veremos
isso na prática.

É importante ressaltar que cada decisão tomada, inclusive por dirigentes


políticos, pode afetar o andamento das empresas e implicar a necessidade de
tomadas de decisões, mudando estratégias e ações já previstas. Por exemplo,
se determinadas empresas exportam alguns tipos de produtos e na política
econômica daquele país foi aplicada alguma lei protecionista referente a esses
produtos, essas empresas deverão rever seus planos de expansão, pois assim não
terão condições de buscar esses mercados. Por isso, é importante simular diversos
cenários e analisar como a empresa reagiria a determinados acontecimentos no
mercado. Isso pode prever diversos problemas futuros.

Chiavenato (2000, p. 552) afirma que:

[...] é perfeitamente aplicável à organização empresarial. A organização


é um sistema criado pelo homem e mantém uma dinâmica interação
com seu meio ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes,
entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes externos.

12
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

As empresas que atuam no mercado nacional e internacional têm a


necessidade de sempre estarem atualizadas e preparadas para as constantes e
inevitáveis mudanças de mercado, que estão relacionadas à aspectos financeiros,
políticos, econômicos e fatores macroeconômicos, entre muitos outros aspectos e
fatores que influenciam diretamente no seu desenvolvimento.

Enfim, pode-se afirmar que são as constantes mutações internas e externas


das organizações, decorrentes do ambiente em que estão inseridas, o motivo que
as levam à sobrevivência no mercado competitivo.

A amplitude de acontecimentos nacionais e internacionais implica ações


diretamente na empresa, o que a leva a realizar intercâmbios com o meio, por
intermédio dos quais angaria pontos importantes necessários à viabilidade da
entidade, capacidade reprodutiva e adaptativa, resultando em sua continuidade.

O mercado mundial é dinâmico e, diante disso, Kochanski (2000, p. 54)


afirma categoricamente que: “aquelas que ainda não se adequaram ou ainda não
estão se adequando a este novo contexto mercadológico, irão sentir-se forçadas a
adaptarem-se ou irão desaparecer do mercado rapidamente [...]”.

Schein (1987 apud NAKAGAWA, 1994, p. 23-24) também estabelece a sua


concepção de empresa a partir do sistema aberto da seguinte forma:

a) a empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que


significa que ela se encontra em constante interação com todos os seus
ambientes, absorvendo matérias-primas, recursos humanos, energia
e informações, transformando-se em produtos e serviços, que são
exportados para esses ambientes;

b) a empresa deve ser concebida como um sistema de múltiplas


finalidades ou funções, que envolvem múltiplas interações entre ela e
seus diversos ambientes. Muitas atividades dos subsistemas existentes
na empresa não podem ser compreendidas sem que se considerem
essas múltiplas interações e funções;

c) a empresa é constituída de muitos subsistemas que estão em


interação dinâmica uns com os outros. Em vez de se analisarem os
fenômenos organizacionais em termos de comportamento individual,
cada vez se torna mais importante analisar o comportamento desses
subsistemas, que sejam considerados em termos de coalizões, grupos,
funções ou de outros elementos conceituais;

d) devido ao fato de que os subsistemas, em graus variáveis, são


interdependentes, as modificações ocorridas em um sistema,
provavelmente, afetam o comportamento dos outros subsistemas;

e) a empresa existe dentro de um conjunto de ambientes, alguns


maiores, outros menores do que ela. Os ambientes, de diversos modos,
fazem exigências e oferecem restrições à empresa e a seus subsistemas.
O funcionamento total da empresa não pode ser compreendido,
portanto, sem explícita referência a essas exigências e restrições e a
maneira como ela os enfrenta a curto, médio e longo prazos;

13
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

f) as numerosas vinculações entre empresa e seus ambientes tornam


difícil especificar claramente seus limites.

Brito (2003, p. 31) aborda que o relacionamento entre os cenários poderá


implicar a continuidade da empresa, pois ele entende que “[...] o processo de
montagem de cenários deve ser visto como processo evolutivo, no qual frequência
e disciplina são muito importantes [...]”.

TUROS
ESTUDOS FU

Na Unidade 2, no item 2.9, iremos estudar de que forma os cenários podem


influenciar e até interagir nas atividades das empresas e, por conseguinte, afetar ou não a
elaboração do processo orçamentário.

2.6 A EMPRESA COMO SISTEMA DINÂMICO


Para entendermos o chamado “movimento sistêmico” que mantém a
empresa em constante formação ou transformação, é importante estudar o que
é empresa como um sistema dinâmico. A palavra “DINÂMICA” significa que
todas as coisas se transformam com a influência de outros fatores ou mecanismos
existentes. A empresa processa, executa e operacionaliza as suas atividades a
partir do momento em que os gestores utilizam a força decisória para a tomada
de decisões.

Isso quer dizer que as coisas somente acontecem quando alguma pessoa
do comando da empresa “FAZ ACONTECER”.

Catelli (1999, p. 39) corrobora que “[...] a empresa se encontra


permanentemente interagindo com seu ambiente. Como um sistema dinâmico,
realiza uma atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante
mutação e requer que seja constantemente orientada ou reorientada para a sua
finalidade principal”.

TUROS
ESTUDOS FU

No Tópico 2 (desta unidade), no item 4 - Tipos de orçamento, faremos o estudo


do Orçamento Flexível. Você poderá verificar, estudar e entender que o orçamento deve
permitir os ajustes necessários para adequar-se à realidade de mercado.

14
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

O sistema externo e interno de uma empresa pode ser identificado


conforme a figura a seguir:

FIGURA 4 – CONTEXTO DAS ATIVIDADES NO SISTEMA EMPRESA

A Fatores Externos: Mercado, Política Econômica, Globalização,


Concorrência, Sazonalidade, dentre outros.

Empresas de produção em escala

Outros recursos:
Indústrias - Mão de obra
contratantes - Energia Processamento
de produtos ou Insumos - Água da produção
serviços - Maquinários
- Outros
B

Retorno do produto ao Resultado=


C distribuidor Preço-meta
(-) Custos
Produto (-) Despesas
Acabado =Custo -Alvo
=Resultado
Econômico

Produtos oferecidos ao Fatores Externos: Mercado, Política Econômica,


Mercado Consumidor. Globalização, Concorrência, Sazonalidade,
D
dentre outros.

FONTE: O autor

Observe a figura anterior. Para compreender, vamos utilizar o seguinte


exemplo: uma empresa do ramo industrial, conforme o conceito de sistema
empresa, está inserida na produção em escala. Essa empresa interage desde o
recebimento dos pedidos até a entrega do produto final aos seus clientes. Ela
adquire a matéria-prima que se encontra disponível no mercado e transforma
essa mesma matéria-prima em outros produtos que retornarão ao mercado sob a
forma de produto pronto ou acabado.

A empresa exerce um papel fundamental no funcionamento da cadeia de


relacionamentos. Já vimos anteriormente que existem diversos fatores externos,
como o mercado, a política econômica, o governo, a concorrência e a sazonalidade.
Esses fatores influenciam tanto as corporações contratantes de produtos ou
serviços como as empresas de produção em escala. A primeira poderá fornecer

15
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

insumos para a segunda, que produz em escala somente se houver harmonia


com os fatores externos. Qualquer anormalidade poderá colocar em risco as suas
atividades e, como resultado, poderão faltar ou sobrar produtos no mercado.

As grandes corporações industriais fornecem os insumos necessários para


empresas de menor porte, que transformarão os insumos em produtos acabados
ou prestarão serviços às grandes corporações. Em ambos os casos, essas empresas
também necessitam de outros serviços, como energia elétrica, mão de obra, água,
telefone, material de expediente, dentre outros, movimentando a economia.

Ao encerrar a produção ou a prestação de determinado serviço, a empresa


de menor porte retorna os produtos elaborados para o seu contratante de serviços
(as grandes corporações) e, através da entrega, conclui-se o processo produtivo.

As grandes corporações disponibilizam seus produtos ao mercado


consumidor. Por sua vez, o mercado consumidor poderá ou não consumir esses
produtos, dependendo dos estímulos provocados pelos fatores externos, como
mercado, política econômica, governo, concorrência, sazonalidade, tendências da
moda, dentre outros.

Esse processo se transforma em um ciclo, portanto, para a continuidade


dos empreendimentos, faz-se necessário que todos os segmentos empresariais
estejam em consonância com os estímulos externos e internos, formando uma
cadeia de relacionamentos.

ATENCAO

Se há consumo, há produção. O inverso poderá paralisar a economia.

Para reforçarmos esse pensamento, também buscamos a contribuição de


Chiavenato (2000, p. 553), que diz o seguinte:

Como todos os sistemas sociais, as organizações são sistemas


abertos, afetados por mudanças em seus ambientes, denominados
variáveis externas. O ambiente não tem fronteiras e inclui variáveis
desconhecidas e incontroladas. Por essa razão, as consequências
dos sistemas sociais são probabilísticas e não determinísticas e o seu
comportamento nunca é totalmente previsível. As organizações são
complexas e respondem a muitas variáveis que não são totalmente
previsíveis.

16
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

E
IMPORTANT

As empresas existem de acordo com as respostas aos estímulos externos ou


internos.

De certa forma, podemos afirmar que as empresas estão inseridas em


sistemas abertos, que trocam produtos e serviços no ambiente em que atuam e
que formam um elo entre o próprio mercado fornecedor de insumos e o mercado
consumidor.

Podemos dizer que existe uma interface nesse mercado?

Com certeza podemos afirmar isso. O que ocorre através da inter-relação


entre um sistema e o ambiente em que está estruturado é chamado de interface.

Essa interface propõe respostas aos estímulos do mercado onde a empresa


está inserida, reconhecendo-se essas interações entre todos esses elementos.

Para muitos estudiosos da economia, a empresa responde aos estímulos


do mercado exterior. Esses estímulos estão relacionados com a sua produção
(compra de insumos), controles internos, venda de produtos, contratação de mão
de obra (aspectos sociais), dentre outras, com o objetivo da maximização dos seus
resultados (em busca do lucro).

Entende-se que a interação de sistemas é complexa e a busca para a


harmonização dos seus elementos acontece de acordo com o estilo de administrar
de cada empresa.

2.7 MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA EMPRESA


Vimos até agora que as empresas estão inseridas em um ambiente que
podemos chamar de organismo vivo, pois todo o mercado, a produção, o consumo,
as finanças, o planejamento, dentre outras coisas estão em constantes mutações.
Para exemplificar o que vem a ser esse ambiente de inter-relações, apresentamos
a figura a seguir como sendo um modelo conceitual de sistema empresa.

17
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

FIGURA 5 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA

AMBIENTE PRÓXIMO
Clientes

Dinheiro Dinheiro
FUNÇÕES: COMERCIAL Informação
Informações
OPERACIONAL Recursos Humanos
Recursos
FINANÇAS Serviços
Humanos
Serviços
Atividades Principais Resultado
Comprar Estocar Econômico
Fornecedores Vender Movimentar Grandes
Transportar
Mercadorias Corporações
Distribuir
Transportes

consumidores
CONCORRENTES

FONTE: Adaptado de Coronado (2001, p. 69)

O Resultado Econômico - em destaque na figura - é o resultado da interação dos


fatores oriundos das entidades remotas (econômica, social, política, tecnológica, dentre
outras) com as variáveis ambientais (ambientes onde se desenvolvem as entidades
remotas, como compras, vendas, transportes, dentre outros). Esses interagem com o
ambiente interno da empresa, que, de acordo com as principais funções e atividades
(como produzir, vender, dentre outras), geram o resultado almejado.

ATENCAO

Esse RESULTADO ECONÔMICO pode ser o Lucro ou o Prejuízo.

Qual a influência que a concorrência exerce no sistema empresa? A


concorrência exerce um papel fundamental no sistema empresa, ela faz parte dos
fatores externos da empresa que podem afetar o resultado econômico.

De que forma? De diversas formas. As decisões que os gestores das empresas


concorrentes tomam afetam positivamente ou negativamente. Se o gestor da empresa
concorrente decidir baixar o preço e, por conseguinte, diminuir a qualidade dos seus
produtos, corre o risco de afetar a manutenção da perenidade dos seus negócios no

18
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

mercado. Contudo, se o gestor da empresa concorrente decidir melhorar a qualidade


dos produtos sem elevar demais seus preços, isso poderá afetar a perenidade dos
negócios das outras empresas do mesmo ramo de atividades.

Portanto, uma empresa exerce, diretamente ou indiretamente, influência


na outra.

De certa maneira, o resultado econômico é alcançado com a utilização de


todos esses recursos, que são transformados em produtos ou serviços oferecidos
ao mercado, que remuneram as suas atividades. Por sua vez, os consumidores,
em geral, são aqueles que se utilizam desses produtos ou serviços das empresas.
Contudo, essa cadeia produtiva se encontra alicerçada em uma série de decisões
tomadas pelos seus gestores. Coronado (2001, p. 97) explica que:

Decisões dizem respeito à identificação de eventos futuros. Eventos, por


sua vez, referem-se à classe de transações, por exemplo, um conjunto
homogêneo de transações de vendas forma o evento vendas. Logo,
um evento econômico representa um acontecimento que modifica a
estrutura patrimonial da empresa.

Ressalta-se que esses resultados são reflexos das movimentações financeiras


geradas pelas decisões tomadas, pois, com a escassez dos recursos financeiros
no mercado, é preciso tomar decisões convenientes para não comprometer os
resultados da companhia. Essas decisões podem estar relacionadas ao tipo de
recurso que a empresa necessita (a forma de financiamento), às habilidades
desenvolvidas pelos profissionais e aos recursos tecnológicos disponíveis. Isso
impacta nos resultados da empresa e essas decisões estão fundamentadas nas
ferramentas dos ORÇAMENTOS, que são suficientemente capazes de fornecer
informações para gerar os melhores resultados.

UNI

Lembre-se! Ferramentas de ORÇAMENTOS são suficientemente capazes de


fornecer informações para gerar os melhores resultados.

Já é possível compreender que as empresas podem ser determinadas como


organismos vivos que interagem no ambiente social, econômico e outros. Esse
dinamismo (ambiente dinâmico) é gerado pelo esforço da tomada de decisões
dos seus gestores. Essas decisões podem afetar a continuidade (perenidade) dos
negócios da empresa e, portanto, podem e devem ser determinadas com base
nas ferramentas de orçamentos, que são elaborados a partir dos estímulos dos
gestores em resposta ao mercado no seu ambiente de atuação.

No próximo tópico estudaremos os orçamentos e suas aplicações.

19
RESUMO DO TÓPICO 1
Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos fazer uma revisão do que estudamos
até agora.

● Com a teoria dos sistemas pode-se entender que as empresas interagem como
organismos vivos e sofrem a influência do ambiente interno e externo da
empresa para a manutenção da sua sobrevivência.

● Na organização empresarial, os departamentos são dependentes entre si, na


busca da realização dos seus objetivos.

● Diversos fatores externos à empresa, como o governo, as políticas econômicas,


a relação entre fornecedores e clientes, podem frequentemente alterar a sua
dinâmica.

● O sistema organizacional de uma empresa é dividido em vários subsistemas,


que são: institucional, gestão, organização, social, informação e físico-
operacional.

● A missão deve ser escrita de forma objetiva e breve, compreendendo as


atividades da empresa, o mercado de atuação, os produtos e serviços oferecidos,
a sua diferenciação e o seu papel em relação a seus concorrentes e as principais
conquistas que se quer atingir.

● A empresa é uma organização compreendida como um sistema aberto, pois


diversos fatores externos influenciam na tomada de decisões de seus gestores.

● A empresa é uma organização compreendida como um sistema dinâmico,


pois realiza uma atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em
constante mutação e requer que seja constantemente orientada ou reorientada
para a sua finalidade.

20
AUTOATIVIDADE

1 Como se processam, na cadeia de atividades, as premissas que foram


abordadas em teoria de sistemas?

2 Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, é dividido em


vários subsistemas. Um dos itens que abordam esse assunto está relacionado
com a seguinte definição: “É o responsável pelo processo de tomada de
decisões, pois abrange as atividades de planejamento, gerenciamento e
mecanismo de controle interno”. Que item é esse?

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) Institucional.
b) ( ) Gestão.
c) ( ) Organização.
d) ( ) Social.

3 Conforme os conceitos e características do sistema empresa, explique o


funcionamento da interatividade das funções.

4 Como funciona um sistema aberto para todos os setores empresariais?

5 No estudo da empresa como um sistema dinâmico, o que significa a palavra


DINÂMICA?

6 No modelo conceitual de sistema empresa, a que as mudanças ou mutações


estão condicionadas?

7 Explique o que são entidades remotas no modelo conceitual do sistema


empresa.

8 Explique o que são variáveis ambientais no modelo conceitual do sistema


empresa.

9 Explique o que é o ambiente interno da empresa no modelo conceitual do


sistema empresa.

10 Explique o que significa resultado econômico.

11 Assinale a alternativa que corresponde a “resultado econômico”:

a) ( ) É o resultado da interação dos fatores oriundos das entidades remotas


(econômica, social, política, tecnológica, entre outras) com as variáveis
ambientais (ambientes onde se desenvolvem as entidades remotas, como

21
compras, vendas, transportes, entre outros) que interagem com o ambiente
interno da empresa, que, de acordo com as principais funções e atividades
(como produzir, vender, entre outras), geram o resultado almejado.

b) ( ) É o “movimento sistêmico” que mantém a empresa em constante


formação ou transformação. É importante estudar o que é empresa como
um sistema dinâmico.

c) ( ) Compreende as instalações físicas e equipamentos necessários para


a realização das atividades inerentes à produção de bens e serviços
desenvolvidos pela empresa.

d) ( ) Compreende as mesmas características de interatividade de funções,


porque elas também fazem parte de um macrossistema que fornece
seus serviços para um conjunto de empresas que agregam seus bens ao
produto final.

22
UNIDADE 1
TÓPICO 2

TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos os conceitos de orçamentos, seus objetivos e
os tipos existentes, dentre eles os orçamentos: estático, flexível, tendência e base
zero.

Também estudaremos o sistema de orçamentos, que se refere à integração


das informações dos diversos departamentos, lembrando sempre que o sistema
de orçamentos está em concordância com o sistema empresa.

Quando tratamos de resultados financeiros, estamos cobrando esses


resultados dos gestores, ou seja, a empresa deverá atingir os resultados da maneira
mais eficaz possível. Desta forma, estudaremos o que refletem os orçamentos e os
seus efeitos nas pessoas envolvidas no processo.

2 ASPECTOS CONCEITUAIS
Nos tempos atuais, os empresários (os gestores) têm necessidade de
planejar as ações e buscar o controle da empresa, e o processo orçamentário
torna-se indispensável na administração de qualquer negócio.

Com as mudanças na sociedade, o desenvolvimento tecnológico e do


mercado, as empresas aumentaram a sua complexidade no desenvolvimento de
suas atividades e tornou-se necessário aumentar o volume de informações com
qualidade, para possibilitar aos gestores o controle do processo de produção e
tomar decisões estratégicas, podendo prever o seu futuro.

O processo orçamentário envolve a elaboração de planos detalhados


de operações a serem cumpridas na empresa com o objetivo de lucro. Esses
planos envolvem a previsão dos custos e despesas dentro da estrutura das
políticas existentes, além de fixar padrões para a atuação dos gestores com
responsabilidades no negócio.

23
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

UNI

De que forma pode-se conceituar um orçamento?


O orçamento pode ser conceituado como um planejamento de operações detalhado em
todas as suas fases para um período futuro, buscando retratar formalmente as políticas,
planos e metas estabelecidas pelos administradores, expressos em forma quantitativa.

Portanto, orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de


informação e apresentá-los em forma de relatórios gerenciais, permitindo aos gestores
terem uma visão do futuro da organização (de forma quantitativa) e poderem
acompanhar de forma sistemática o cumprimento ou não do que foi orçado.

Para Atkinson et al. (2000, p. 465), os orçamentos representam o seguinte:

Um papel semelhante no planejamento e no controle para gerentes


que estão dentro de unidades empresariais e que são parte central no
projeto e na operação de sistema de contabilidade gerencial. [...] Os
orçamentos nas empresas refletem as condições quantitativas de como
alocar recursos financeiros para cada subunidade organizacional,
com base em suas atividades e nos objetivos de curto prazo. [...]
Assim, um orçamento é uma expressão quantitativa das entradas de
dinheiro para determinar se um plano financeiro atingirá os objetivos
organizacionais. Orçamentação é o processo de preparação dos
orçamentos.

Em síntese, o orçamento é o instrumento que descreve o plano geral das


operações, orientado por objetivos e metas propostos pela alta cúpula diretiva da
empresa para um determinado período.

Também podemos entender que o orçamento é o método de planejamento


e controle financeiro, vinculado aos planos operacionais e/ou de investimentos,
com a finalidade de aperfeiçoar o rendimento de recursos físicos e monetários da
empresa. Isto significa compreender de forma quantitativa o que “pode acontecer”
com os recursos e resultados da empresa, em períodos futuros.

UNI

De certa forma, podemos tirar como conclusão que:


Orçamento nada mais é do que colocar à frente aquilo que está acontecendo hoje,
processando todos os dados constantes do sistema de informação contábil de hoje e
introduzindo os dados previstos para o próximo período, de acordo com as ferramentas
para projeção que os gestores utilizam.

24
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

O orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais
atuais, só que com os dados previstos. Vejamos o que Lunkes (2003, p. 37) diz
sobre o orçamento, seu desenvolvimento e importância nas empresas:

- Na primeira fase predominou o orçamento empresarial, que teve


como ênfase a projeção dos resultados e posterior controle. É um plano
projetado para atender a um nível de atividade do próximo período.
- A segunda fase privilegiou o orçamento contínuo, que tem como
ênfase a revisão contínua, removendo-se os dados do mês recém-
concluído e acrescentando-se dados orçados para o mesmo mês do
ano seguinte. A aplicação desse método está se tornando bastante
frequente nas empresas.
- O passo seguinte foi o surgimento do orçamento de base zero (OBZ),
com a projeção dos dados como se as operações estivessem começando
da estaca zero e tivessem necessidade de justificar os gastos. No
orçamento de base zero os gestores estimam e justificam os valores
orçados como se a empresa estivesse iniciando suas operações.
- A quarta etapa apresenta o orçamento flexível em destaque com
a projeção dos dados das peças orçamentárias em vários níveis de
atividade. O orçamento flexível é projetado para cobrir uma gama de
atividades, portanto, pode ser usado para estimar custos em qualquer
nível de atividade.
- Posteriormente, surgiu o orçamento por atividades como uma
extensão do custeio baseado em atividades, com projeção dos recursos
nas atividades e o uso de direcionadores para estimar e controlar
resultados. O orçamento por atividades usa a informação sobre os
direcionadores no planejamento e no processo de avaliação.
- Finalmente, o orçamento perpétuo, que prevê o uso dos recursos
fundamentado na relação causa-efeito.
- Pode-se ainda considerar outros métodos, como o orçamento padrão,
orçamento de tendência e orçamento incremental.

A importância do sistema orçamentário está basicamente no modo de


conduzir de forma ordenada as ideias e progredir, passo a passo, nas ações.

Salienta-se que o sistema orçamentário está ligado às constantes mudanças


que ocorrem no mundo globalizado, especificamente na área tecnológica. Dentro
deste contexto, é importante que as empresas planejem os seus objetivos e suas
atividades sempre considerando a necessidade de se adaptar às novas realidades.

No Brasil, o orçamento passou a ser foco de estudo a partir de 1940, mas


apenas a partir de 1970 as empresas o adotaram com mais frequência em suas
atividades.

De modo geral, o processo orçamentário foi sendo adaptado às tendências das


modernas teorias de gestão e atualmente deve apresentar as seguintes características:

- projeta o futuro da empresa no seu mercado de atuação;


- flexibiliza sua aplicação de modo a facilitar sua operacionalização e compreensão
dos resultados;

25
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

- deve ter a participação direta dos responsáveis na sua elaboração,


acompanhamento e análise;
- precisa ter um grau de acerto aceitável dentro da realidade da empresa e do
mercado;
- é adaptado ao ciclo operacional, o que possibilita verificar o custo X benefício
dos investimentos;
- demonstra capacidade para apresentar com rapidez possíveis problemas na
relação entre gastos e retornos financeiros;
- permite o seu imediato ajuste operacional com encaminhamentos corretivos.

A partir da década de 80, com o acentuado processo de globalização,


as distâncias desapareceram e as fronteiras deixaram de ser um obstáculo para
o mundo dos negócios. Isso permitiu que as empresas começassem a buscar
matérias-primas e montar suas fábricas onde os custos são menores e com
a possibilidade de oferecer seus produtos e serviços em qualquer parte do
mundo. Como consequência, os padrões de consumo foram massificados e o
capital financeiro passou a buscar uma melhor rentabilidade global. Contudo,
a competição nunca foi tão acirrada. O mercado recebe constantemente novos
produtos importados ou de concorrentes locais com preços mais baixos, e, com
isso, a necessidade de maior produtividade e redução dos custos é cada vez
maior. Figueiredo e Caggiano (2008) abordam que todo este processo impacta
no contexto externo das relações contratuais das empresas e também no seu
ambiente interno, criando a demanda por melhores práticas de gestão.

Pode-se dizer que a empresa é uma instituição econômica que tem o


objetivo de prover a sociedade dos produtos e serviços necessários ou desejados
pelas pessoas de acordo com a sociedade onde elas vivem. No entanto, esses
objetivos somente serão viabilizados se o lucro for alcançado. Assim, as atividades
das empresas devem estar sintonizadas com as metas fixadas ao invés de serem
realizadas de forma aleatória, isto é, necessitam ser planejadas e controladas.

3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS


Os orçamentos possuem objetivos direcionados para o bom funcionamento
das empresas. Para entendermos melhor o que significam esses objetivos e sua
aplicabilidade, buscamos as citações de alguns autores.

Segundo Padoveze (1997, p. 354), o objetivo do plano orçamentário:

[...] não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle.
Ponto básico e, entendemos, fundamental, é o processo de estabelecer
e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal
que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros.
[...] No estabelecimento de objetivos haverá o envolvimento de todos,
numa gestão participativa, ao mesmo tempo em que se delegará
responsabilidades. Com isso, será possível a etapa final, que é o
controle do orçamento e a análise do desempenho e de suas variações.

26
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

Esse autor afirma que deve existir o envolvimento de todos os setores


e todos os responsáveis de cada departamento, e as atividades deverão “estar
alinhadas” de forma congruente. Warren, Reeve & Fess (2001, p. 179) abordam que
“o orçamento envolve (1) o estabelecimento de metas específicas, (2) a execução
de planos para atingir suas metas e (3) a comparação periódica dos resultados
efetivos com as metas”.

O orçamento é constituído de planos específicos em datas e unidades


monetárias que visam atingir objetivos programados. É o plano financeiro para
implantar a estratégia da empresa em determinado exercício e, portanto, é uma
ferramenta básica de gestão que pode ser de curto prazo ou de longo prazo.

O orçamento de curto prazo (geralmente um ano) é bastante detalhado


e subdividido de acordo com as áreas da empresa. Sua função é quantificar os
planos e estabelecer as metas operacionais que determinam o que fazer, quando
fazer, como fazer e quais recursos utilizar.

O orçamento de longo prazo orienta a realização dos objetivos estratégicos.

Com o sistema orçamentário podem-se emitir diversos tipos de relatórios


que contêm informações gerenciais importantes para a gestão de uma empresa,
como os seguintes:

- relatórios de análise de desempenho por áreas de responsabilidade;


- relatórios de análise de resultados, como a margem de contribuição por
produto;
- relatórios de investimentos em imobilizado, que possibilitam a identificação
do pay-back;
- relatórios de performance econômica e financeira da empresa, como o ROAL -
Retorno Operacional sobre os Ativos Líquidos -, que é o resultado gerado em
relação aos investimentos dos ativos descontando-se os impostos recuperáveis
conforme sua aquisição;
- demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração de
resultado de exercício e a demonstração do fluxo de caixa projetado.

Quando se trata de metas, na verdade estamos falando em estabelecê-las


para o resultado da empresa de forma global, mas sempre buscando “conectar”
as atividades de cada departamento, uma vez que cada setor da empresa também
possui suas metas individuais a serem atingidas.

27
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

E
IMPORTANT

Em gestão, podemos compreender as metas como uma função administrativa


de planejamento, a execução dos planos e das ações, de acordo com o processo
orçamentário, como uma função administrativa de direção, e a comparação dos resultados
como uma função administrativa de controle.
Em outras palavras, o orçamento envolve:

PLANEJAMENTO  DIREÇÃO  CONTROLE.

a) Planejamento

O planejamento é um conjunto de metas estabelecidas de acordo com as


ações individuais e coletivas.

Segundo Figueiredo e Caggiano (2008), ele é definido como o processo


de reflexão precedido da ação dirigido para a tomada de decisões com vistas no
futuro. Para os autores, o processo de planejamento pode ser dividido em cinco
etapas:

1 Estabelecer os objetivos da empresa.


2 Avaliar os possíveis cenários relacionando os fatores internos e externos que
poderão afetar as operações da empresa.
3 Avaliar os recursos existentes para o uso eficiente (mão de obra, máquinas,
investimentos, tecnologia, estoque, capital etc.).
4 Definir a estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos.
5 Delinear um programa de ação e discriminar os recursos necessários.

Em síntese, o processo de planejamento deve responder às seguintes


perguntas: O que deve ser feito? Quando deve ser feito? Como deve ser feito?
Quem deve fazê-lo?

Para Sanvicente e Santos (1983), planejar é estabelecer com antecedência


as ações a serem executadas para que sejam alcançados satisfatoriamente os
objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades.

O processo de planejamento pode ser dividido em três atividades:

- Planejamento estratégico: avalia os riscos e oportunidades que o setor


produtivo oferece e os pontos fortes e fracos da organização, com vistas a
definir as diretrizes políticas, os objetivos e os princípios da empresa.

28
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

- Planejamento programa: é um planejamento de longo prazo, normalmente de três a


dez anos.

- Planejamento orçamentário: é elaborado com um nível de detalhes superior às


necessidades mais imediatas. Normalmente é o primeiro ano do planejamento
de longo prazo, previsto e acompanhado mensalmente.

O orçamento é uma ferramenta que demonstra uma ampla visão financeira


da empresa e o seu acompanhamento possibilita identificar possíveis resultados
fora do planejado. Nesse caso, providenciam-se os acertos necessários, evitando,
assim, possíveis problemas futuros.

b) Direção

A direção pode ser compreendida como o “tomar cuidado” para que as


ações individuais e grupais sejam coordenadas da melhor forma possível. E essa
direção deve ser bem orientada através das reuniões dos comitês de avaliação.

c) Controle

O controle é um sistema de verificação do desempenho obtido com os


objetivos traçados, de forma que ações corretivas possam ser implementadas. Sua
existência é fundamental tanto para a execução de planejamento de curto como de
longo prazo. Embora a maior ênfase esteja nas atividades de controle das operações
de curto prazo, nas situações de planejamento de longo prazo ele permite verificar
os avanços realizados e a necessidade de rever suas metas.

Para Welsch (1983, p. 29), “controle é exercer continuamente um controle


dinâmico, agressivo e flexível das operações, para assegurar conformidade realista
com os planos e objetivos”.

Desta forma, o controle tem a função de assegurar que as atividades sejam


executadas em conformidade com os planos traçados. A figura a seguir demonstra
a relação entre os elementos no processo de planejamento e, posteriormente, o
controle durante a sua execução.

29
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

FIGURA 6 – RELACIONAMENTO ENTRE OS ELEMENTOS NO PROCESSO DE PLANEJAMEN-


TO DE UMA EMPRESA

BASE DE SISTEMA DE
DADOS DO INFORMAÇÕES
DESEMPENHO GERENCIAIS
PASSADO

EXPECTATIVAS
DOS PLANO ESTRATÉGICO
INTERESSES
INTERNOS
VISÃO, MISSÃO, PLANOS DE CONTROLE
OBJETIVOS, MÉDIO E ORÇAMENTO DO
EXPECTATIVAS ESTRATÉGIAS E LONGO ORÇAMENTO
DOS POLÍTICAS PRAZOS
INTERESSES
EXTERNOS
REALIZADO
AVALIAÇÃO:
RISCOS,
FORÇAS,
OPORTUNIDADES
E AMEAÇAS

FONTE: Frezatti (2009, p. 15)

O controle é uma fiscalização exercida sobre as atividades a fim de evitar


que elas se desviem das normas e metas preestabelecidas. O ideal é fazer o controle
à medida que as atividades vão se realizando, mas isso depende da implantação
de um sistema de controle que envolve custos de implantação e operação.

Para termos uma ideia sobre a necessidade dos controles das operações por
meio dos processos orçamentários e dos cuidados com a qualidade e o tipo de controle
ideal para exercer em uma empresa, vamos observar o que Semler (2002) descreve a
partir da sua experiência sobre a emissão de relatórios, análise e decisões tomadas com
base nas informações deles extraídos. Semler (2002, p. 73) narra sua experiência como
administrador da empresa que herdou da família.

Em 1982 fomos visitados pelo presidente de uma poderosa empresa, uma


das maiores dos EUA, que ao cabo de uma visita pela fábrica folheou
nossos sistemas de relatórios mensais e orçamento.
Naquela época tínhamos os números no quinto dia útil do mês em
pastinhas organizadíssimas. Se você quisesse saber quanto tinha sido
o consumo de café na subseção de Usinagem Leve III, era só procurar
na página 67, quadro 112.6. O homem ficou impressionadíssimo e disse
que não esperava encontrar tanta eficiência numa empresa brasileira, que
era muitas vezes maior que nós, que gostaria de ver este mesmo sistema
instalado na empresa deles.
A partir deste dia andávamos como pavões, declarando a quem quisesse
ouvir que o nosso sistema de orçamento era estado-da-arte, que o
presidente de um grande grupo norte-americano... Vocês com certeza
conseguem imaginar a cena.
Com o passar dos anos fomos percebendo que esses relatórios eram
tão completos e sofisticados que aconteciam dois fenômenos: um,
descobrimos que nossas despesas eram altas demais e nunca abaixavam
porque tava lotado de neguinho na contabilidade que só fazia isto; dois,
que tinha tanto número dentro da pasta que quase nenhum gerente lia
– uma reunião para discutir um só departamento levava a tarde toda, e

30
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

ninguém admitia que não tinha lido ou estudado os números (o que, por
sinal, era humanamente impossível).
Para encurtar uma longa história, o período em que menos soubemos
o que realmente acontecia na empresa foi aquele. Alguns anos depois,
essa poderosa empresa norte-americana, sofrendo graves dificuldades
financeiras, foi perdendo participação no mercado e dinheiro, e
atualmente está sendo dissolvida e vendida em pedaços.
Moral da história: hoje temos um sistema simples, com poucas, mas
relevantes informações, e somos capazes de agir sobre elas. Cortamos
de quatrocentos para cinquenta centros de custo, decapitamos centenas
de classificações contábeis, dezenas de linhas de demonstrativos, e agora
está finalmente dando para enxergar a empresa.
Poucos e grandes números, e disposição para agir sobre eles – o resto
é estética.

Observa-se que, para um bom controle, é essencial a emissão de relatórios


de acompanhamento orçamentário e gerencial, mas de nada adianta que os
mesmos sejam enormes e complexos, com muitas informações, a ponto de
dificultar a sua interpretação e utilização dos dados na tomada de decisões.

TUROS
ESTUDOS FU

No item 2.5 do Tópico 2 (Unidade 3) deste Caderno de Estudos, faremos a


análise das variações, com base em modelos de orçamentos e projeções orçamentárias.

4 TIPOS DE ORÇAMENTOS
Existem diversos tipos de orçamento para serem utilizados, conforme a
realidade da empresa e o seu campo de atuação. Dentre eles citam-se: orçamento
estático, orçamento flexível, orçamento de tendências e orçamento base zero.

a) Orçamento estático

O orçamento estático é baseado a partir de um determinado volume de


produção e vendas que a empresa deseja atingir.

Se ocorrerem mudanças no ambiente do sistema empresa (analisado no


Tópico 1 desta unidade), os orçamentos para um determinado período perdem
sua validade, já que estarão “engessados” de acordo com o volume de produção
e vendas que outrora fora definido.

Segundo Padoveze (1997, p. 383), “caso a empresa, durante o período,


considere que tais volumes não serão atingidos, parcela significativa das peças
orçamentárias tende a perder valor para o processo de acompanhamento, controle
e análise das variações”.

31
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Se ocorrer qualquer incidente no mercado do mundo globalizado, como uma


catástrofe natural, ou problemas na economia mundial ou em determinados países,
isso poderá afetar de forma negativa os orçamentos estáticos. Mas, se ocorrerem
fatores positivos na economia global ou de determinado país, isso também poderá
afetar de forma negativa os orçamentos estáticos.

Pois os mesmos não poderão ser alterados, a própria palavra já o define:


ESTÁTICO  IMÓVEL.

O orçamento estático é mais apropriado para planos com metas a
serem atingidas em curto prazo, como períodos bimestrais ou trimestrais, mais
facilmente observadas em sazonalidade ou moda. Esse tipo de orçamento torna-se
inviável para períodos de um ano ou mais, pois os ajustes tornam-se necessários e
o estático não possui essa “flexibilidade”.

b) Orçamento flexível

Como o período do exercício social nas empresas é de 12 meses, muitas


vezes a empresa precisa realizar ajustes no seu plano orçamentário para equilibrar
seus objetivos e metas de resultados. Por isso, o orçamento não pode estar
“engessado”. Vamos tomar como exemplo empresas do ramo eletrodoméstico,
em que o governo, por um decreto, reduz a alíquota do IPI no mês de junho de
um determinado ano. Desta forma, a redução da alíquota do IPI reduz o preço
de venda do produto, o que leva ao possível aumento da procura no mercado.
Desse modo, todas as previsões de vendas e de volume de produção precisam
ser revistas para esse exercício social, pois será necessária maior aquisição de
insumos, resultando no aumento de seus custos, além de outros custos e despesas
que poderão ser necessários.

O orçamento flexível pode ser ajustado de acordo com as necessidades da


empresa e com as mudanças de mercado.

Como a empresa é dividida em departamentos, ela possui níveis de


atividades executadas por seus responsáveis. De acordo com Warren, Reeve e
Fess (2001, p. 184-185), “pode-se pensar num orçamento flexível como uma série
de orçamentos estáticos para diferentes níveis de atividades”. Esses níveis de
atividades são níveis de processamento e requerem profundo conhecimento
de custos, pois se ocorrerem mudanças no mercado que possam afetar o “turn-
over” (rotatividade de funcionários) da empresa, isto afetará todas as peças
orçamentárias de custos, envolvendo: salários, matéria-prima empregada para
maior ou menor consumo, impostos ou encargos sociais de acordo com o volume
a ser apurado em relação à nova realidade da empresa.

Conforme Padoveze (1997, p. 383), “para tanto é necessário um profundo


conhecimento dos padrões de comportamento dos custos”. Por conseguinte,
essas mudanças afetarão tanto o planejamento do resultado da empresa como o
planejamento dos seus recursos financeiros.

32
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

c) Orçamento de tendências

O orçamento de tendências é uma prática orçamentária que utiliza dados


passados para projetar o futuro, pois situações ocorridas no passado, decorrentes
da estrutura organizacional já existente, servem de base para projetar situações
futuras, uma vez que corre-se o risco de que tais situações possam acontecer
novamente. Nesse aspecto é importante fazer uma média dos acontecimentos em
um período de alguns exercícios sociais.

Tal prática tem fornecido bons resultados em várias organizações empresariais.


Mas, para haver sucesso neste tipo de planejamento orçamentário, deve-se levar
em consideração que a realidade é muito dinâmica e que constantemente novos
elementos surgem no processo, e que também devem ser previstos.

Conforme Padoveze (1997, p. 383-384):

Na execução do orçamento de tendências sempre existirão eventos


passados de conhecimento da empresa, que não se repetirão e que,
portanto, não serão reproduzidos no orçamento. Da mesma forma,
existirão eventos futuros que não terão um passado onde se possa
basear novas estimativas, que deverão ser orçadas de outra maneira.

Muitas vezes, a empresa possui um mix padrão de produção e vendas.


Por exemplo, a produção de barras de aço em determinadas bitolas torna-se um
padrão e assim não há muitas mudanças no seu mix de produção. Para facilitar a
elaboração do processo orçamentário, pode-se utilizar o orçamento de tendências,
utilizando-se dados passados para projetar o futuro.

d) Orçamento base zero

O orçamento base zero (OBZ) é uma proposta conceitual que, apesar de


ser muito pouco difundida entre os gestores das empresas, tem apresentado uma
contribuição relevante para o processo orçamentário. A própria expressão base
zero tem relação com a ideia de reavaliação de todos os programas e despesas
propostos.

Esse orçamento surgiu como uma contrapartida ao orçamento de


tendências, pois, enquanto este se apoia em dados passados, o orçamento base
zero parte de um novo estudo da empresa no mercado. Consiste em buscar
novos elementos e nunca deve partir da observação dos dados passados. Serve
como instrumento de questionamento das atividades existentes e de reflexão
para a criação de outras mais eficazes, por isso é considerado também como uma
metodologia gerencial para o planejamento e controle orçamentário.

O OBZ muda a concepção de que o orçamento é igual ao já realizado, com


alguns acréscimos e supressões. Mas, por quê? Porque, para alguns estudiosos do
tema, eles podem conter ineficiências que o orçamento de tendências pode perpetuar.
Padoveze (1997, p. 384) diz que:

33
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

A proposta do orçamento base zero está em rediscutir toda a empresa


toda vez que se elabora o orçamento. Está em questionar cada gasto,
buscando verificar a real necessidade. Resumindo, a questão fundamental
permanente para o orçamento base zero é a seguinte: não é porque
aconteceu que deverá acontecer.
[...]
Nesta linha de pensamento, cada atividade da empresa será
rediscutida, não em função de valores maiores ou menores, mas na
razão ou não de sua existência.

A partir da existência da atividade, será realizado um estudo, partindo-se


do zero, de quanto deveria ser o gasto para manutenção daquela atividade. Na
figura a seguir observa-se o conjunto das principais atividades.

FIGURA 7 – REFERÊNCIA CONCEITUAL UTILIZADA PARA DESCREVER A ATIVIDADE DE


UMA EMPRESA

Atividades de
apoio administrativo

Atividades de Atividades de Atividades de serviço


preparação transformações

Atividades de apoio
técnico

FONTE: Boisvert (1999, p. 63)

Todas as atividades existentes na empresa têm uma razão de existir, e


somente haverá a transformação de novos produtos e serviços se ocorrerem
produção e vendas, por consequência, também as atividades administrativas de
apoio e gerenciamento. Por esse motivo, o processo de acompanhamento das
despesas define responsabilidades claras com base na avaliação do "Previsto
x Realizado". Assim sendo, todos os desvios são tratados e analisados por
meio de relatórios que visam mostrar com clareza as causas dos desvios e o
desenvolvimento de um plano de ação para eliminá-los. Através desta prática, o
orçamento da empresa passa a ser baseado em regras bem definidas, com intensa
participação dos funcionários na redução de despesas.

34
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

A desvantagem do OBZ é o seu processo trabalhoso. Exige-se um longo


tempo de preparação em comparação com outros orçamentos tradicionais e pode
envolver um processo burocrático bastante extenso, pois todas as atividades
operacionais da empresa precisam ser repensadas e planejadas. É como se a
empresa estivesse iniciando suas atividades a cada novo exercício social, o que
não é viável para as empresas que possuem atividade contínua. Na maioria
das empresas seu uso é pouco frequente, contudo pode ser aplicado a todas
as empresas, públicas ou privadas, de qualquer porte. Esse tipo de orçamento
pode ser útil na elaboração de projetos, ou seja, a cada projeto novo se realiza um
orçamento a partir do zero.

O orçamento base zero tem as seguintes características, conforme Lunkes


(2010, p. 87):

• analisar o custo-benefício de todos os projetos, processos e atividades,


partindo de uma base ‘zero’;
• focalizar objetivos e metas das unidades de negócio cujos recursos
são consequência do caminho ou direção planejada;
• assegurar a correta alocação de recursos com base no foco e nos
fatores-chave do negócio;
• aprovar o nível de gastos após a elaboração com base em critérios
previamente definidos;
• desenvolver forma participativa, com intensa comunicação entre as
áreas; e
• fornecer subsídios decisórios inteligentes para a gestão.

Para o seu desenvolvimento, Lunkes (2010) propõe sete etapas básicas,


que são:

1ª etapa: Definição das estratégias, objetivos e metas das unidades.


2ª etapa: Identificação dos pacotes de decisão.
3ª etapa: Definição da matriz de responsabilidade.
4ª etapa: Elaboração das PBZs, NBZs e VBZs.
5ª etapa: Priorização dos pacotes de decisão.
6ª etapa: Aplicação dos recursos.
7ª etapa: Acompanhamento do OBZ.

Em uma análise mais específica, Coronado (2001) estabelece um modelo de


identificação do resultado econômico (lucro), aplicando todas as ações necessárias
em um processo de planejamento orçamentário. O resultado econômico da
empresa está relacionado com todos os ambientes e atividades identificados na
figura a seguir. O resultado operacional é alcançado conforme as atividades e
os processos de produção em todos os ambientes onde estão relacionadas as
empresas, tanto industriais como comerciais e de serviços.

35
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

FIGURA 8 – MODELO CONCEITUAL DA DECISÃO DE PREÇO E PLANEJAMENTO DE RESULTA-


DO DA ÁREA DE VENDAS NO SETOR ATACADISTA/DISTRIBUIDOR

FONTE: Coronado (2001, p. 119)

As vantagens do orçamento base zero estão relacionadas com melhores


planos e orçamentos, benefícios posteriores (obtidos durante o ano operacional) e
desenvolvimento da equipe administrativa. Todavia, o OBZ não é muito comum nas
empresas, pois demanda tempo de estudos e análises, e atualmente, com a escassez
de recursos financeiros, torna-se dispendioso manter esse modelo orçamentário.

36
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

5 SISTEMA DE ORÇAMENTOS
O sistema de orçamentos é o modelo de mensuração que avalia e
demonstra, sob um formato contábil, as projeções de desempenhos econômicos e
financeiros de uma empresa. Sua função é compilar as informações advindas de
cada setor da empresa e apresentar os resultados da execução dos planos de ação
que foram aprovados por cada gestor.

Estudamos as relações dos fatores internos e externos no Tópico 1 desta


unidade, e agora vamos demonstrar essa “conversa” entre cada departamento, na
figura a seguir.

FIGURA 9 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

FONTE: Adaptado de: Oliveira (1999, p. 248)

Observe que o sistema de orçamentos relaciona todos os dados físicos


relativos ao volume total de produção e vendas com os padrões das receitas,
custos e despesas de cada área de responsabilidade, cada departamento.

Após serem aprovados pela administração da empresa, juntamente com os


respectivos planos de ação, são confiados aos responsáveis pela execução dos mesmos.

37
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

6 O QUE REFLETEM OS ORÇAMENTOS


Como havíamos estudado no Tópico 1 desta unidade, os responsáveis de
cada departamento precisam “conversar” entre si.

E o que isso tem a ver com o que refletem os orçamentos?

É uma pergunta pertinente. Os orçamentos refletem a necessidade


da empresa – dos seus administradores - em comunicar aos seus gerentes ou
responsáveis os planos de ação que devem ser executados de acordo com
as políticas e diretrizes neles atribuídos. Deverão dar origem aos resultados
projetados para avaliação e análise. Portanto, o que os orçamentos refletem são as
políticas, que estão presentes nas seguintes áreas:

• compras: busca no mercado a melhor relação de aquisição, tempo de entrega e


preço;
• estoques: melhora cada vez mais a política de inventários, reduzindo-os para
atender da melhor forma possível o ponto de ressuprimento - que é o estoque
mínimo que a empresa deve possuir sem afetar o custo financeiro da estocagem
e do planejamento e controle de produção;
• vendas: busca novas frentes de mercado. Uma das formas que as empresas
encontraram para solucionar seus problemas de custos e despesas fixas é a
diluição deles em um maior volume de produção, o que só pode ser atingido
com o aumento do volume de vendas;
• qualidade: produtos de qualidade possuem mercado garantido, pois qualidade
é sinônimo de cliente satisfeito com sua durabilidade e garantia de conforto e
bem-estar;
• seleção e remuneração do pessoal: para atender à demanda de trabalho da
empresa, a mesma precisa contratar os profissionais mais qualificados no
mercado, e profissionais qualificados requerem uma melhor remuneração; por
conseguinte, isso reflete na qualidade dos produtos;
• contabilidade por área de responsabilidade: todos os resultados deverão
ter sua transparência evidenciada em relatórios contábeis por áreas de
responsabilidades, pois o sistema de informação gerencial facilita essa
“conversa” entre cada departamento. Vimos isso na figura anterior.

O orçamento irá refletir se o sistema de informações está adequadamente


estruturado e capaz de mostrar aos gerentes os desvios que estão ocorrendo,
merecendo ações corretivas ou não.

7 POR QUE PREVER?

Até agora você estudou sobre sistema empresa, sua correlação entre os
departamentos e como funciona um sistema orçamentário, com suas premissas
para elaboração.

38
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

Mas existem fatores que estão inseridos na cultura organizacional da


empresa.
Então vamos lá!

E
IMPORTANT

Quando elaboramos um orçamento, devemos levar em consideração que o


principal objetivo da empresa é a venda, mas esta será efetivada somente se estiver precedida
de um conjunto completo de previsões.

A previsão orçamentária deve ser uma prática constante e necessária, mas


a verdadeira previsão deve ser bem pensada, bem planejada, e apoiar-se em bases
concretas, para que se possam medir todas as consequências.

Até a década de 90 tinha-se a compreensão de que a aquisição de um


bem do ativo imobilizado – máquinas e equipamentos – permitia o aumento da
produção com a redução de pessoal, ou seja, produzir mais com menos pessoal
empregado, sem haver a preocupação se o mercado seria capaz de absorver esse
aumento de produção ou não. Aqui, encontramos um problema, que é identificar
os custos do capital aplicado - a taxa de juros ou taxa de recuperação do capital
-, demais gastos de funcionamento da máquina e se os mesmos não seriam
superiores à receita futura advinda dessa produção excedente. Dessa forma, seria
possível adquirir uma nova máquina, produzir e tentar vender os produtos?

A palavra “tentar” coloca dúvida. Não é mais possível tentar algo, como
no passado. Arriscar para dar certo? Na tentativa e erro? Entende-se que não,
porque o custo de capital é muito elevado.

ATENCAO

Por que prever? A resposta está em evitar desperdícios desnecessários, pois


não há mais como errar em um mundo competitivo como esse em que vivemos.

8 COMO PREVER?
Existe no meio gerencial uma pergunta constante: Como prever?

Podemos compreender com as seguintes respostas.

39
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

- É salutar que um planejamento orçamentário seja decomposto em períodos


curtos, preferencialmente anuais ou semestrais.
- A velocidade das informações e do mercado pode causar efeitos na elaboração
das previsões orçamentárias.
- As atividades da empresa – de cada departamento – deverão ser definidas,
planejadas e harmonizadas.

Perguntas frequentes, como:

a) Quais são as bases da previsão?


b) Quais são os limites orçamentários?

Essas perguntas sobre como prever somente têm fundamento na definição


dos produtos ou serviços nos quais a empresa possa garantir suas vendas.

Garantia de Vendas  CARRO-CHEFE

O orçamento necessita de dados numéricos que reflitam a situação do


mercado atual e permitam planejar o crescimento que a empresa pretende para o
ano seguinte. No orçamento de vendas, por exemplo, a empresa faz as previsões
de acordo com o mercado de atuação e com isto saberá os recursos necessários
para atender à demanda da produção. Tung (1975, p. 88) diz que no planejamento
de vendas “a empresa procura inteirar-se das suas próprias experiências, que
poderão servir de indicação para maiores análises e investigações”. Para
Sanvicente e Santos (1983, p. 53), “os critérios de detalhamento do orçamento de
vendas são três: tempo, área geográfica e produto”.

Em seguida, é importante que se faça uma previsão por produto e por


período, levando em consideração o que o mercado pode absorver.

TUROS
ESTUDOS FU

O que estamos analisando corrobora com o que vamos estudar mais


detalhadamente no item 2.2 - Princípios fundamentais do sistema de orçamentos, na
Unidade 2.

Essa previsão comercial é fundamental para o sucesso do empreendimento


e sua elaboração resulta da síntese de um conjunto de informações que são
extraídas das seguintes áreas:

a) Contabilidade: análise dos relatórios financeiros e de vendas (por períodos


anteriores).

40
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

b) Das estatísticas do departamento de vendas: principalmente da análise dos


relatórios das vendas individuais ou em grupos de clientes, por períodos de
entrega dos produtos.
c) Do estudo dos mercados: uma expectativa realística só pode ser determinada
se o mercado responder através da sua capacidade em absorver seus produtos.

9 OS EFEITOS DO ORÇAMENTO NAS PESSOAS


Quando se trata de aplicar os orçamentos para a sua execução, muitas
vezes nos deparamos com situações que necessitam avaliações sob a ótica
comportamental.

Podem surgir erros no processo de elaboração e implantação dos


orçamentos em níveis de supervisão.

E quais seriam suas consequências?

Para esta análise buscamos a contribuição de Figueiredo e Caggiano


(1997), que abordam vários aspectos comportamentais que podem influenciar no
processo decisório da gestão das empresas, os quais são os seguintes:

● Reação às pressões

Geralmente os gestores buscam acompanhar e cumprir as propostas


orçamentárias. Isso evita situações de manipulação ou escapes de resultados se
estes não estão de acordo com os esperados no orçamento.

Se as pressões orçamentárias forem excessivas por busca de resultados


que não estão conseguindo cumprir, pode ocorrer desconfiança, hostilidade
e, eventualmente, baixa do nível de desempenho como reação aos controles
orçamentários. Tipicamente, podemos dizer que os gestores podem, por
consequência, “perder o foco do negócio”.

Um dos problemas que podem gerar esse tipo de hostilidade é o controle


dos custos, é uma causa comum de tensão entre os gestores, geralmente oriunda da
pressão de “cortar custos”.

● Grande ênfase no curto prazo

Muitas vezes nos deparamos com a frase: iniciarei um empreendimento


hoje, para ganhar dinheiro amanhã.

Grande engano. Um dos perigos que se depara na organização quando se


avalia a efetividade dos gestores na busca dos melhores resultados é a ênfase na
lucratividade de curto prazo. As medidas tomadas para melhorar a lucratividade
de curto prazo podem prejudicar as expectativas de longo prazo da organização.

41
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Por quê? Porque existe a preocupação e a frustração do que vai acontecer


em longo prazo se a empresa não atingir de imediato - curto prazo - os melhores
resultados.

O que pode ocorrer é a busca de aumento no lucro de curto prazo,


utilizando medidas para diminuir os gastos, como a redução das despesas
com pesquisa e desenvolvimento, ou não cumprir a previsão de gastos com os
padrões adequados de manutenção, que poderão ser prejudiciais à empresa em
longo prazo. Podemos assim chamar de “economia insensata”. Não se podem
cortar recursos de pesquisas e desenvolvimento, colocando-se em risco a oferta
de novidades da empresa no mercado.

● Má qualidade das decisões do executivo principal

Se o executivo da empresa possuir excessiva confiabilidade no desempenho


da empresa – em lucratividade – apenas por confiar nos relatórios orçamentários,
pode também afetar a qualidade das decisões realizadas pelo mesmo. Desta forma,
ele esquece que a empresa está inserida no sistema empresa, que estudamos no
Tópico 1 desta unidade. Se a competência gerencial dos gestores se baseia somente
na lucratividade de sua respectiva empresa, podem surgir daí erros sérios de
julgamento. O gestor precisa conhecer o mercado.

● Má qualidade da comunicação

Quando se adota o estilo de gestão autoritária de liderança, podem surgir


atitudes negativas contra os objetivos da organização, levando à falsificação dos
resultados orçamentários e à falta de boa vontade para transmitir informações.

Por quê? A pressão psicológica e o estilo autoritário podem levar à


elaboração de um orçamento de receitas de vendas com valores inferiores e ao
aumento da previsão dos gastos. Se em ambos os casos ocorrer o inverso, poderão
ocorrer premiações indevidas, pondo em risco a própria sobrevivência dos gestores.

Quando um comportamento negativo prevalece numa organização que


pratica o modelo de administração autoritária, pode acontecer que informações
necessárias para a tomada de decisão não sejam transmitidas adequadamente
aos gestores, ou que nem sejam transmitidas. A reação imediata dos superiores
de primeira linha ou escalão pode ser a imposição de controles mais rígidos, o
que apenas reforça as atitudes negativas por parte dos subordinados, levando-os
a transmitir informações menos reais e úteis. É o popular “salve-se quem puder”
ou “vou cuidar do meu emprego”.

O progressivo endurecimento dos padrões administrativos pode


resultar numa crescente deterioração do fluxo de informações, invalidando
essas informações e tornando-as inviáveis para a tomada de decisões. Qualquer
relutância por parte dos gestores em comunicar informações é um sério
impedimento à eficiência com a qual as decisões de planejamento e controle
precisam ser tomadas.
42
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

● Departamentos excessivamente centrados em si mesmos

Quando se elabora um orçamento por áreas de responsabilidades – os


chamados centros de custos – pode ocorrer que a mensuração e a comparação
do desempenho estejam concentradas totalmente no gestor, em seu próprio
departamento.

Esse tipo de tendência de centralização egoística obscurece a importância


do relacionamento entre todos os departamentos, sendo que muitas vezes o
gestor esquece que o resultado global da empresa é o resultado total de cada
departamento individual.

As questões interdepartamentais são muitas vezes ignoradas ou vistas de


maneira rápida, com a finalidade de otimizar o resultado departamental.

UNI

Em outras palavras:
- Desta área cuido eu, você cuida da sua área e “ponto final”.
O resultado pode ser catastrófico.

● Limitação à iniciativa

Existem aspectos do planejamento e do controle orçamentário que,


quando implementados na organização, podem, muitas vezes, resultar na total
supressão das oportunidades do exercício da iniciativa pessoal.

O gestor acaba perdendo com isso a livre iniciativa de tomar atitudes, criar,
liderar e ter motivação. Os orçamentos, muitas vezes, são camisas-de-força que
desencorajam os gestores de se desviarem das previsões orçamentárias, mesmo
quando fatores internos ou externos da empresa podem indicar que ações individuais
podem e devem ser desenvolvidas, para melhorar os resultados da empresa.

● Desvios no orçamento

O processo de se estabelecer metas orçamentárias pode ser chamado


de processo de fazer julgamentos subjetivos (pessoais ou particulares) e, como
resultado disso, as tendências ao surgimento de desvios são inevitáveis, de uma
forma consciente ou inconsciente.

Os gestores podem aumentar as expectativas das receitas e reduzir


custos, quando estabelecem as metas orçamentárias, e assegurar que sejam
mais facilmente atingidas. Desta forma, a introdução dos chamados “desvios

43
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

conscientes” é uma tentativa deliberada de assegurar que seu desempenho como


gestor será mais bem avaliado.

A utilização dos chamados “desvios” dentro das estimativas dos padrões


orçamentários é um exemplo típico de resposta individual às pressões da organização.

Exemplificando: se um vendedor estiver se sentindo ameaçado com a


possibilidade de sofrer algum tipo de punição – por falta de promoção em cargos
e salários ou redução das bonificações de vendas – como resultado de previsões
exageradas de vendas, ele pode julgar necessário que é melhor para ele não fazer
previsões otimistas das expectativas de vendas em sua área. Caso contrário, se
o seu desempenho for avaliado em termos do “quanto ele consegue melhorar
as metas orçamentárias”, a tendência será de fazer previsões pessimistas das
vendas, para que melhores resultados sejam alcançados em relação ao previsto

10 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO ORÇAMENTO


O orçamento auxilia na coordenação e sintonia das ações pertinentes
às diferentes áreas de acordo com os objetivos da empresa. Neste sentido, as
principais vantagens do sistema orçamentário, segundo Sanvicente e Santos
(1983, p. 23-24), são as seguintes:

a) A existência e a utilização do sistema exigem que sejam


concretamente fixados objetivos e políticas para a empresa e suas
unidades. Através da sistematização do processo de planejamento e
controle, graças ao uso de orçamentos, isto introduz o hábito do exame
prévio e cuidadoso de ‘todos’ os fatores antes da tomada de decisões
importantes, além de obrigar a administração da empresa a dedicar
atenção adequada e oportuna aos efeitos eventualmente causados pelo
surgimento de novas condições externas.
b) Por meio de uma integração de diversos orçamentos parciais num
orçamento global (ou seja, para as operações de toda a empresa em
dado período), este sistema de planejamento força todos os membros
da administração a fazerem planos de acordo com os planos de outras
unidades da empresa, aumentando o seu grau de participação na
fixação de objetivos, mesmo que não sejam os mais altos objetivos da
empresa, mas sim na medida do alcance de sua autoridade.
c) Obriga os administradores a quantificarem e datarem as
atividades pelas quais serão responsáveis, em lugar de se limitarem a
compromissos com metas ou alvos vagos e imprecisos.
d) Reduz o envolvimento dos altos administradores com as operações
diárias, através da delegação de poderes e de autoridade que se
refletem nos orçamentos das diferentes unidades operacionais.
e) Identifica os pontos de eficiência ou ineficiência no desempenho
das unidades da empresa e permite acompanhar em que termos está
havendo progresso no sentido da consecução dos objetivos gerais e
parciais da empresa.
f) Finalmente, a preparação de um orçamento para toda a empresa
tende a melhorar a utilização dos recursos a ela disponíveis, bem como
ajustá-los às atividades consideradas prioritárias, para que sejam
alcançados os seus objetivos.

44
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES

Todos os setores da empresa devem estar envolvidos na elaboração do


orçamento, cabendo ao setor de orçamento orientar, fornecer e consolidar as
informações fornecidas pelos outros departamentos, como demonstra a figura a
seguir.

FIGURA 10 – FLUXO DO ORÇAMENTO GLOBAL

Orçamento de Vendas/Receitas

Orçamento do Estoque Final Orçamento de Fabricação

Orçamento dos Custos Orçamento dos Custos Orçamento dos Custos


de Materiais Diretos de Materiais Diretos de Materiais Diretos

Orçamento do Custos dos Produtos Vendidos


Orçamento
Operacional
Orçamento das Despesas
Pesquisa e Desenvolvimento
Vendas e Marketing
Distribuição
Administração
Outros

Orçamento
Financeiro Demonstração de Resultado Orçado

Orçamento Balanço Orçamento


de Capital Patrimonial de caixa
Orçado

FONTE: Nascimento; Reginato (2009, p. 158)

Podemos observar a sistemática de um modelo de orçamento que pode


ser adaptado a qualquer unidade de negócio, ressalvando-se o orçamento de
fabricação, que não se aplica às empresas do ramo comercial e nem de prestação
de serviços. O orçamento inicia-se com a previsão de vendas que está vinculada
ao orçamento do estoque final, orçamento de fabricação e orçamento das
despesas. Por sua vez, o orçamento de fabricação tem relação com o orçamento
dos custos de materiais diretos e, por conseguinte, tem o seu reflexo no orçamento
do custo dos produtos vendidos. Tudo isso está relacionado com o orçamento
operacional da empresa, pois se devem prever, a partir das receitas de vendas,
todos os gastos operacionais que a empresa possa ter de acordo com a demanda
do mercado. Por final, existe o orçamento financeiro, que vai apresentar todo

45
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

o resultado da movimentação acima descrita e as informações são extraídas


com o uso da demonstração de resultado orçada, do orçamento de capital, do
balanço patrimonial orçado e do orçamento de caixa. Isto comprova a facilidade
e sistematização das informações do orçamento.

Todavia, os autores Sanvincente e Santos (1983, p. 24-25) também


explicitam algumas limitações do processo orçamentário que precisam ser
superadas, tais como:

a) Os dados contidos no orçamento não passam de estimativas, estando


assim sujeitos a erros maiores ou menores, segundo a sofisticação
do processo de estimação e a própria incerteza inerente ao ramo de
operações da empresa. Entretanto, se a finalidade é planejar, nada pode
ser feito para eliminar inteiramente qualquer margem de erro. Afinal
de contas, é melhor planejar com consciência do erro que possa estar
sendo cometido do que simplesmente admitir o futuro como incerto e
não fazer preparativos para enfrentá-lo.
b) O custo do sistema. É claro que esta técnica não pode ser usada
com a mesma intensidade e complexidade por empresas de todos os
tamanhos, ou seja, nem todas as empresas contam com os recursos
necessários para contratar pessoal especializado em supervisão
de orçamentos e desviar tempo do pessoal de linha para planejar e
elaborar orçamentos. [...]
c) O uso de um sistema desta natureza ajusta-se melhor a uma dada
filosofia e a um certo estilo de administração (com participação)
que, talvez, não sejam aceitáveis em algumas empresas. Na empresa
com administração de caráter excessivamente autoritário, não
recomendamos o emprego desta técnica em suas ramificações de
controle e responsabilidade. Planejar e controlar é sempre bom, em
nossa opinião, mas, sem a correspondente delegação de autoridade e
responsabilidade, o uso desta técnica acabará por transformar-se mais
em um exercício dispendioso do que em uma forma de administrar
mais racionalmente os recursos da empresa.

46
RESUMO DO TÓPICO 2
Chegamos ao final do Tópico 2. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora?

● Os conceitos de orçamentos facilitam a compreensão do que é um orçamento e


qual tipo de informação ele pode gerar.

● Deve-se planejar o orçamento, direcionar suas atividades e controlar o seu


desempenho ou os seus resultados (Planejamento  Direção  Controle).

● O orçamento estático é baseado na elaboração a partir da determinação de um


volume de produção e vendas a ser cumprido e não permite qualquer tipo de
ajuste.

● O orçamento flexível permite ajustes que se façam necessários para acompanhar


o desempenho e desenvolvimento da economia e do mercado.

● O orçamento de tendências é o tipo de orçamento que, ao ser elaborado, busca


apoio em informações e dados do passado para prever o futuro.

● O orçamento base zero propõe romper com o passado e elaborar todo o


processo orçamentário a partir de novos estudos da empresa.

● O sistema de orçamento apresenta de que forma os departamentos interagem


entre si e alimentam o sistema de informações para a elaboração das peças
orçamentárias.

● Por que prever? Essa é uma maneira de compreender que o orçamento serve
para identificar se a aplicação realizada em determinado tipo de investimento
seja realmente viável.

● Como prever? Essa é uma forma de melhor elaborar um orçamento, ou seja,


identificando com qual tipo de produtos a empresa possa alcançar o melhor
resultado, utilizando-se do “carro-chefe” das vendas.

● O efeito do orçamento nas pessoas permite identificar os aspectos


comportamentais que podem influenciar os gerentes ou gestores e levar
a empresa ao sucesso ou ao fracasso, dependendo do nível do efeito que o
orçamento possa exercer.

● Os aspectos comportamentais que influenciam no processo decisório da


gestão das empresas são: reação às pressões, grande ênfase no curto prazo, má
qualidade das decisões do executivo principal, má qualidade da comunicação,
departamentos excessivamente centrados em si mesmos, limitação à iniciativa,
desvios no orçamento.
47
AUTOATIVIDADE

1 De que forma se pode conceituar um orçamento?

2 O que significa orçar?

3 Qual é o papel do planejamento na elaboração de um orçamento?

4 Qual é o papel da direção na elaboração de um orçamento?

5 Qual é o papel do controle na elaboração de um orçamento?

6 Com as suas próprias palavras, explique o que é o orçamento estático.

7 Com as suas próprias palavras, explique o que é o orçamento flexível.

8 Com as suas próprias palavras, explique o que é o orçamento de tendências.

9 Com as suas próprias palavras, explique o que é o orçamento base zero.

10 Que efeitos negativos podem causar quando os gestores enfatizam


demasiadamente a lucratividade de curto prazo?

11 De acordo com a seguinte frase: Quando se elabora um orçamento por


áreas de responsabilidades – os chamados centros de custos – pode ocorrer
que a mensuração e a comparação do desempenho estejam concentradas
totalmente no gestor, em seu próprio departamento. Sobre esse assunto,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Desvios no orçamento.
b) ( ) Departamentos excessivamente centrados em si mesmos.
c) ( ) Limitação à iniciativa.
d) ( ) Má qualidade da comunicação.

12 Assinale a alternativa que corresponda com a seguinte frase:


“A previsão comercial é fundamental para o sucesso do empreendimento
e sua elaboração resulta da síntese de um conjunto de informações que são
extraídas das seguintes áreas”:

a) ( ) Setor de almoxarifado, das estatísticas do departamento de vendas, do


estudo dos mercados.
b) ( ) Contabilidade, das estatísticas do departamento de compras, do estudo
da política nacional.
c) ( ) Contabilidade, das estatísticas do departamento administrativo geral,
do estudo dos mercados.
d) ( ) Contabilidade, das estatísticas do departamento de vendas, do estudo
dos mercados.

48
UNIDADE 1
TÓPICO 3

IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO
EMPRESARIAL

1 INTRODUÇÃO
Nos Tópicos 1 e 2 desta unidade você estudou a empresa como um
sistema, os principais tipos de orçamento e os principais aspectos que envolvem
a elaboração e aplicação de um processo orçamentário.

Neste tópico veremos que para a efetiva implantação de um processo


orçamentário é necessário que o processo de gestão envolva planejamento, execução
e controle, avaliação das áreas de suas responsabilidades e o envolvimento dos
gestores com motivação e empreendedorismo.

Vamos à busca deste conhecimento!

2 PLANO ORÇAMENTÁRIO
Quando falamos em plano orçamentário, devemos estar atentos ao
orçamento e ao processo de gestão como ferramenta para direcionamento das
atividades da empresa. Os gestores também devem compreender a utilidade das
ferramentas orçamentárias e implementá-las.

A mudança da mentalidade para aceitar os princípios fundamentais da


elaboração dos orçamentos e implementá-los possibilita aos gestores ter condições
de criar cenários necessários para prever possíveis acontecimentos na empresa e
adequar as ferramentas orçamentárias com essa realidade.

2.1 ORÇAMENTO E PROCESSO DE GESTÃO


Quando tratamos de processo de gestão precisamos, primeiramente,
definir o sistema empresa envolvido na elaboração e execução do orçamento
empresarial.

Sabemos que quanto menor for o porte da empresa, mais fácil será o acesso
das informações por parte do administrador do negócio, a partir do profissional
responsável pela elaboração do orçamento, pois a troca de informações
praticamente acontece de forma instantânea.

49
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Em um processo de gestão, a avaliação das áreas de responsabilidades


deve ser realizada em concordância com os objetivos da empresa, sendo que estes
objetivos devem atender às premissas do mercado. Por exemplo, se a empresa
atua no ramo têxtil, o objetivo desta empresa é o atendimento do mercado
neste segmento. Padoveze (2005a, p. 22) afirma que “o processo de gestão tem
por finalidade permitir à empresa alcançar resultados dentro de um conjunto
coordenado de diretrizes, para atingir as metas e os objetivos explicitados na
declaração da visão empresarial”.

Feito isso, cada área tem sua participação e cada uma delas deve ser
avaliada de acordo com suas funções. Por exemplo:

• A área financeira deve ser avaliada diariamente para identificar se houve sobra
ou falta de caixa, conforme as informações que foram geradas da movimentação
do setor de contas a receber e a pagar.
• O setor de contas a receber deve avaliar se as cobranças previstas ocorreram
com coerência e avaliar os clientes inadimplentes. Isso é necessário, pois o
setor financeiro necessita da previsão de cobrança para programar a entrada
de recursos financeiros no caixa.
• O setor de contas a pagar fornece as informações de previsão de pagamentos
para o setor financeiro. Se ocorrerem distorções de informações, pode prejudicar
o andamento das atividades do setor financeiro, pois as contas a pagar que não
estão previstas ocasionam falta de recursos no caixa e, possivelmente, atrasos
na sua liquidação.
• O departamento de vendas deve ser avaliado de acordo com o Orçado x
Realizado, pois, apesar da sinalização que o mercado oferece à empresa, uma
previsão de vendas errônea coloca em risco a geração de receita e possivelmente
a falta de caixa. Uma venda prevista e não realizada é um recurso financeiro
que deixa de ser registrado no caixa.

Imagine você fazendo a previsão de uma receita de recursos financeiros


para a sua conta corrente pessoal. Você, com certeza, planejará onde investir esse
dinheiro. Caso isso não ocorra, ficará frustrado, já que havia uma expectativa de
obter um determinado resultado.

Imagine esta situação acontecendo com uma empresa. Uma expectativa


frustrada pode colocar em risco toda a credibilidade da empresa perante os
subalternos e a sociedade. O gestor não acreditará com tanta facilidade nos
resultados previstos de um próximo processo orçamentário, além de colocar em
risco a credibilidade do trabalho do responsável na elaboração do orçamento.

Mas o que se pode fazer para evitar esse tipo de expectativa frustrada?
Existe uma maneira, que se chama processo decisório. É por meio do processo
decisório que se tem a oportunidade de utilizar um modelo de gestão centralizado
ou descentralizado.

50
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

O processo decisório centralizado determina que somente uma pessoa


decida e encaminhe todas as atividades inerentes à elaboração do orçamento.
Mas, ao centralizar esta competência para apenas uma pessoa, poderão existir
dificuldades entre profissionais ou até mesmo setores, dificultando a obtenção
de informações necessárias à elaboração do orçamento, uma vez que não terá o
envolvimento de todos no processo.

Em um processo decisório descentralizado acontece a delegação de


responsabilidade e autoridade. Isso se chama ACCOUNTABILITY, amplamente
estudado em Controladoria, que consiste na obrigação que têm as pessoas
envolvidas no processo decisório e operacional de prestar contas dos resultados
obtidos, em função das suas responsabilidades vinculadas às suas funções que
decorrem da delegação de poder. Neste sentido, Nakagawa (1994, p. 19) diz que:

[...] sempre que alguém (principal) delega parte de seu poder ou


direitos a outrem (agente), este assume a responsabilidade de, em
nome daquele, agir de maneira coerente com relação ao objeto da
delegação e, periodicamente, até o final do mandato, prestar contas
de seus desempenhos e resultados. A esta dupla responsabilidade,
ou seja, agir de maneira coerente e prestar contas de desempenhos e
resultados, dá-se o nome de accountability.

As responsabilidades de cada funcionário da empresa são determinadas


em todos os níveis da organização, desde o operacional até o estratégico, ao
mesmo tempo em que são delegados poderes específicos e fornecidos os recursos
necessários para o cumprimento das suas atribuições.

Dentro dessa cadeia de accountability, a expectativa será sempre atingir a


gestão eficiente e eficaz dos negócios da empresa. Todos os envolvidos estarão
engajados na consecução dos objetivos e nas metas estabelecidas dentro de seu
âmbito de autoridade e responsabilidade.

Para os níveis de chefia da empresa, as responsabilidades de cada cargo


estão normalmente explicitadas em descrições das atribuições do cargo, que
delimitam claramente os níveis e limites de autoridade, com detalhamento dos
resultados que a empresa espera obter.

A prestação de contas dos resultados alcançados corresponde à obrigação


derivada dessa delegação de autoridade, ou seja, cada parte envolvida no processo
tem uma meta para atingir.

A expectativa, neste nível de delegação de poder (autoridade), é que os


gestores contratados sempre procurarão otimizar os interesses dos acionistas e
investidores da empresa, além de buscar a sua satisfação pessoal e profissional.

A responsabilidade (accountability), como se pode perceber, corresponde


sempre à obrigação de executar algo e apresentar resultados que decorrem da
autoridade delegada e somente são quitadas com a prestação de contas dos mesmos.

51
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

A autoridade é a base fundamental da delegação de poder e a


responsabilidade corresponde ao compromisso e obrigação que a pessoa envolvida
deve ter com um desempenho eficiente e eficaz. Portanto, responsabilidade é
a obrigação que o executor tem de realizar as atividades e prestar contas dos
resultados obtidos. A autoridade pode ser delegada, mas a responsabilidade não,
porque a responsabilidade dos resultados obtidos é, única e exclusivamente,
atribuição das pessoas envolvidas na delegação de autoridade.

Conforme Perez Júnior, Pestana e Franco (1995, p. 33-34), o conceito de


autoridade e responsabilidade na gestão de negócios das empresas pode ser
esclarecido utilizando uma cadeia de accountability, conforme exposto no quadro
a seguir:

QUADRO 1 – CADEIA DE ACCOUNTABILITY

1 Responsabilidade e Autoridade

Agente Assume a Responsabilidade de Delega a Autoridade

Acionista Majoritário Eleger o Conselho de Ao Conselho de Administração,


Administração da entidade. para administrar o negócio e
nomear a diretoria da entidade.
Conselho de Administração Gerir o negócio e nomear a À diretoria da entidade, para
diretoria da entidade. dirigir as atividades do negócio e
contratar a gerência.
Diretoria Dirigir o negócio e contratar a À gerência, para gerenciar o
gerência. negócio e contratar supervisores e
assistentes.
Gerência Gerenciar as atividades Aos supervisores e assistentes, para
do negócio e contratar executar as operações do negócio.
supervisores e assistentes.
2 Prestação de Contas

Agente Executa Reporta

Supervisores e assistentes As atividades operacionais do À gerência, o resultado de suas


negócio. atividades através de documentos e
relatórios.
Gerência O gerenciamento do negócio. À diretoria, o resultado de suas
atividades através de relatórios
gerenciais.
Diretoria A direção do negócio. Ao Conselho de Administração, o
resultado de suas atividades através
das demonstrações contábeis e dos
relatórios gerenciais.
Conselho de Administração A administração do negócio. Aos acionistas majoritários e
minoritários, o resultado de
suas atividades através das
demonstrações contábeis e do
relatório da administração.
FONTE: Perez Junior; Pestana; Franco (1995 p. 33-34)

52
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

O quadro anterior apresenta uma noção da delegação de autoridade e


cobranças de responsabilidade.

Crozatti (apud PADOVEZE, 2005a, p. 21) estabelece que:

O modelo de gestão ideal deve ser estruturado considerando-se


os seguintes aspectos: o processo de gestão do sistema empresa
(planejamento, execução, controle); a avaliação das áreas de
suas responsabilidades; o processo decisório (centralização ou
descentralização); o comportamento dos gestores (motivação,
empreendedores).

Esse autor aborda sobre a importância do comportamento dos gestores


e afirma que existem dois fatores importantes, que são a motivação e o
empreendedorismo. A motivação tem relação com a satisfação pessoal e envolve
diversos fatores, inclusive pessoais e familiares, durante a sua vida cotidiana.

UNI

A motivação deve estar sempre presente. O gestor deve estar motivado e não
pode ser desmotivado por causa das pressões exercidas de seus superiores em busca de
resultados.

A inovação é a constante busca de novos valores profissionais e de


resultados e está vinculada com o perfil empreendedor. No processo de gestão
tem-se a necessidade de estar sempre inovando.

UNI

Ser um gestor empreendedor é administrar a empresa como se fosse sua.

Como vimos até agora, ter motivação e ser empreendedor são qualidades
importantes para o gestor que pretende alcançar o sucesso empresarial, ou mesmo
em outras áreas de sua vida.

53
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

É fundamental, no processo de gestão, que os profissionais envolvidos


estejam motivados e que tenham o espírito empreendedor, para que a empresa
alcance os resultados almejados. Conforme Padoveze (2005a, p. 22), o “modelo de
gestão é produto do subsistema institucional e pode ser definido como o conjunto
de normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha das melhores
alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com eficácia”.

O processo de gestão tem relação com PLANEJAMENTO  EXECUÇÃO


 CONTROLE. Assim, Padoveze (2005a, p. 22) afirma que:

O processo de gestão não se limita ao planejamento; inicia-se a partir


deste e incorpora todas as etapas da execução das atividades, bem
como do controle da execução destas. O controle, por sua vez, não se
limita a eventos passados, mas deve permitir controles antecedentes e
posteriores aos eventos realizados.

E
IMPORTANT

É possível perceber que PLANEJAMENTO  EXECUÇÃO  CONTROLE tem


relação com Accountability.
A delegação da autoridade e a responsabilidade de apresentar os melhores resultados
contribuem na elaboração do modelo de gestão e na elaboração e implantação do
orçamento empresarial.

2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO SISTEMA DE


ORÇAMENTOS
A execução das ferramentas do orçamento empresarial compreende
os princípios fundamentais do sistema de orçamentos. Como o processo
orçamentário é formado por pessoas, cada membro envolvido responde por
diversos estímulos e necessidades que o próprio mercado estabelece e a empresa
(sistema empresa) deve se adequar.

E
IMPORTANT

Atualmente, os resultados que a empresa obtém, interna ou externamente,


estão relacionados com os estímulos provocados pelas constantes mudanças de mercado.

54
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Segundo Nakagawa (1994), existem alguns princípios fundamentais que


refletem os orçamentos e podem ser definidos da seguinte forma:

a) Envolvimento dos gerentes: pressupondo que os gerentes venham a aderir


à filosofia, crenças e valores da empresa, este princípio preconiza que os
gerentes devam participar ativamente do processo de planejamento e controle
da mesma. Pode-se observar que o gestor deve possuir espírito motivacional
e perfil de empreendedor, conforme foi estudado no item 2.1 Orçamento e
processo de gestão desta unidade.

b) Adaptação organizacional: é importante a compatibilidade entre a estrutura


organizacional e o processo de tomadas de decisões, buscando harmonizar as
atividades entre os gestores de cada departamento. A estrutura organizacional
deve ser suficientemente compatível com o estilo de tomada de decisões da
empresa. As atividades de cada gestor devem fluir de forma satisfatória ao
atendimento das necessidades da gestão dos negócios.

c) Contabilidade por áreas de responsabilidades: os sistemas de informações


gerenciais, contendo informações do orçado e do realizado, devem ser
estruturados por áreas de responsabilidade. A elaboração e aprovação
dos planos e o controle da execução dos mesmos devem ser atribuídos aos
responsáveis de cada área, correspondendo à adaptação organizacional.
Quando estudamos sistema empresa, verificamos que cada departamento
responde por suas ações, contribuindo para a geração do resultado global da
empresa. A contabilidade por áreas de responsabilidade permite a cada gestor
o acompanhamento dos resultados do seu setor como se fosse uma empresa.

d) Orientação para objetivos: o sistema de orçamentos deve ser compreensível e


objetivo, permitindo melhor entendimento dos seus usuários, e contribuir para
que, na elaboração e aprovação dos planos de ação, as políticas e diretrizes sejam
de acordo com os objetivos da empresa e que possam atingir os resultados de
forma satisfatória.

e) Comunicação integral: o sistema de orçamentos deve possuir uma linguagem


de fácil compreensão, pois para verificar a efetiva comunicação das políticas e
diretrizes, dos planos e objetivos da empresa em todos os níveis de gerência,
é preciso compatibilizar o sistema de informações, o processo de tomada de
decisões e a estrutura organizacional. Entre outras palavras, deve ser acessível
a todos, pois a pessoa responsável por cada setor possui sua própria percepção
e assimilação das informações. Se a linguagem for acessível, isto facilitará o
atendimento das premissas do Accountability.

f) Expectativas realísticas: as pessoas buscam desafios para o seu fortalecimento


e engrandecimento, tanto pessoal quanto profissional. Portanto, para que
os objetivos do sistema de orçamentos sejam motivadores, eles precisam ser
desafiadores. Os padrões de produtividade, eficiência (fazer algo ou alguma
coisa) e eficácia (fazer essa coisa com bons resultados) devem ser elevados, mas

55
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

não impossíveis de serem alcançados. Devem ser estabelecidos com base em


valores compatíveis com a realidade da empresa e de seu ambiente, de acordo
com a capacidade do seu pessoal envolvido. E permitir também que as pessoas
envolvidas possam se sentir úteis de modo que possam contribuir com novas
ideias e perspectivas e não trabalhar de forma “engessada”.

g) Oportunidade: Cada etapa do sistema de orçamentos deve possuir um tempo


de início e fim de atividades. Nada é mais desastroso para a confiabilidade e a
eficácia do sistema orçamentário do que o fato de os planos de ação ou relatórios
de avaliação de desempenhos chegarem às mãos dos gestores somente após o
início das atividades, ou muito tempo após seu término. É interessante para o
gestor de negócios que ele tenha as informações para o processo de decisão no
menor tempo possível. Com as constantes mudanças nos cenários de mercado,
torna-se necessária uma maior agilidade na tomada de decisões. Assim, quanto
mais rápido as informações forem geradas, melhor.

h) Aplicação flexível: o sistema de orçamentos é um guia para ações de forma


racional e sistematizada, mas não pode ser instrumento de dominação. O
sistema deve permitir correções, ajustes, revisões de orçamentos, revisões
de planos e de ações, enfim, ser flexível. Um orçamento que não permite
flexibilização poderá inviabilizar o processo decisório.

i) Reconhecimento dos esforços individuais e de grupos: os gerentes são


contratados com a expectativa de serem empreendedores, tomadores de
decisões, e para mantê-los sempre motivados é preciso reconhecer seus esforços
individuais ou em grupos. Para isto é necessário que a empresa possua políticas
e planos de incentivos adequados e claramente definidos, podendo ser por
reconhecimento remuneratório ou por promoções. Para um profissional estar
sempre motivado é importante o reconhecimento dos seus esforços, sendo
que muitas vezes este reconhecimento está pautado em bônus ou incentivos
financeiros.

j) Acompanhamento: este princípio reforça o desenvolvimento dos gerentes,


uma vez que as atividades em execução precisam ser mensuradas, avaliadas
e controladas com vistas a três objetivos: (1) no caso de desempenho inferior,
dar início a ações corretivas e de ajustes necessários, incluindo-se também
o preparo e treinamento de pessoal; (2) no caso de desempenho favorável,
reconhecê-lo e permitir a transferência do conhecimento aos gerentes de outras
áreas, inclusive com promoção de políticas de premiação e vantagens com
foco no negócio do empreendimento; e (3) aperfeiçoar o próprio processo de
tomada de decisões, pois melhorias sempre serão possíveis se todos estiverem
engajados e direcionados para o objetivo principal da empresa, com utilização
das ferramentas orçamentárias. No acompanhamento de resultados, deve-se
estar atento para que os mesmos sejam assimilados pelos gestores de forma a
promover as melhorias necessárias.

56
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

2.3 CRIAÇÃO DE NOVAS MENTALIDADES


Quando falamos em novas mentalidades, devemos estar focados na
melhoria contínua dos processos, estando em consonância com a elaboração dos
orçamentos. Ao se implantar um projeto desse nível, os gestores devem estar
aptos a aceitar e por em prática as novas filosofias, novas mentalidades.

Geralmente, nas empresas as atividades funcionam ao estilo top-down. Se


as mudanças partem de cima, do topo da administração, os demais funcionários
assimilam e acatam, mas não incorporam uma nova mentalidade. É fundamental
ressaltar que não serão bem-sucedidas as mudanças propostas com as filosofias
orçamentárias se não ocorrer a incorporação de uma nova cultura orçamentária.
Sanvicente e Santos (1983, p. 28) afirmam que é necessário destacar a educação
orçamentária, enfatizando o “[...] destaque à exigência de um processo simultâneo
de educação orçamentária, ou de criação, dentro da empresa, de uma atitude
apropriada ao aproveitamento das vantagens do sistema”.

Então, o que se entende por educação orçamentária?

Vamos buscar essa contribuição com os autores Sanvicente e Santos (1983,


p. 28), que a definem da seguinte forma:

Entendemos por educação orçamentária um programa de comunicação


aos administradores já envolvidos ou que virão a se envolver com o
uso do sistema orçamentário, de seus benefícios, tanto para a empresa
quanto para o melhor desempenho de suas tarefas específicas na
organização.

A educação orçamentária está voltada para atender à necessidade de


conscientização, principalmente dos gestores, na mesma linha de comando, ou
seja, conscientizar primeiramente a diretoria, ou no caso, a gerência. É importante
que isto aconteça, porque é a gerência que dá credibilidade à atuação dos demais
gestores. De nada adiantaria implantar um orçamento que a diretoria não utiliza,
nem o valida.

ATENCAO

É importante que a conscientização aconteça no nível dos gestores de escalões


mais altos da empresa, como diretores ou gerentes, para depois envolver os demais cargos
subordinados.
Isso está em concordância com Accountability, que estudamos no item 2.1 deste tópico.

57
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Outro ponto importante a ser tratado neste tópico trata-se da busca de


apoio dos entusiastas. Mas, por que isso? Porque esse grupo de profissionais
está voltado para mentalidade mais aberta em assimilar e divulgar mudanças.
E mesmo porque, quando os resultados são satisfatórios, há maior facilidade em
divulgar e convencer os demais grupos de gestores que permanecem de forma
cética à mudança cultural.

[...] dois pontos táticos talvez sejam importantes para melhorar a


disposição apresentada pelos administradores para usar o sistema
orçamentário: (1) na sua implantação é aconselhável iniciar pelas
áreas em que estejam concentrados os ‘entusiastas’, para que os
resultados satisfatórios facilitem a aceitação pelas demais; (2) é
interessante programar contatos diretos entre os administradores de
linha e o gerente de orçamentos, para que este compreenda melhor as
realidades operacionais da empresa e não acabe projetando um sistema
orçamentário que não condiga com a situação em que a empresa atua,
além de poder cercear a liberdade de ação dos administradores; ou seja,
a empresa acabará sendo ‘tão bem controlada’ que ficará afogada em
relatórios, podendo até mesmo vir a perder oportunidades legítimas
de lucro. (SANVICENTE; SANTOS, 1983, p. 28).

Ainda de acordo com o autor, outra forma de melhorar o nível de


comunicação interna na empresa é estabelecer formas de contato entre o
responsável pela elaboração dos orçamentos e as diversas áreas da empresa.
Isso facilita o desenvolvimento das atividades e minimiza os impactos negativos
gerados por qualquer falta de acesso do gestor orçamentário às situações que
tenham certa influência no processo das atividades.

ATENCAO

É fundamental que o responsável pelo processo da elaboração dos orçamentos


tenha acesso a todas as áreas da empresa, e que conheça a realidade de mercado, pois isso
pode afetar os resultados propostos no processo orçamentário.
Estudamos esses fatores internos e externos que podem afetar os resultados da empresa no
Tópico 1 - Sistema empresa desta unidade.

2.4 ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE ORÇAMENTOS À


ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Para o sistema de orçamentos alcançar o sucesso na empresa e ser
reconhecido como uma ferramenta útil à gestão de negócios é importante que
a empresa adote uma estrutura organizacional que seja de fácil visualização em
um organograma. O organograma apresenta a estrutura das funções da empresa
e possibilita identificar todos os envolvidos neste processo.

58
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

UNI

O estudo do organograma é tema da área de controladoria.

Sanvicente e Santos (1983, p. 28) afirmam que:

Planejamento e controle, as atividades administrativas particularmente


favorecidas pelo uso de um sistema orçamentário, pressupõem
também a designação de níveis de autoridade e de responsabilidade
pelas decisões, além de medidas necessárias para que sejam alcançados
os objetivos da empresa.

Estes níveis de autoridade e responsabilidade devem apresentar-se na


estrutura organizacional de forma simples, objetiva e permitir a identificação de
quais são as pessoas responsáveis em cada setor da empresa. Desta forma, torna-
se mais acessível o contato com os profissionais, além de facilitar a comunicação
interna. Conforme Sanvicente e Santos (1983, p. 29), “essa designação de
autoridade e responsabilidade, qualquer que seja o critério adotado (produto,
função ou região), é o que chamamos de estrutura organizacional da empresa”.

Não importa qual o nível de implantação do sistema de orçamento, se este


está sendo implantado por tipos de produtos ou por nível de mercados regionais,
dentre outros. Mas o importante é poder identificar os responsáveis em cada
segmento.

Tais orçamentos devem indicar [...] o que deve ser feito, como e
quando, para que sejam devidamente alcançados os objetivos de
desempenho da empresa; também devem identificar indivíduos
específicos que possam ser posteriormente responsabilizados ou que
prestem contas de desempenhos efetivos considerados satisfatórios ou
não. (SANVICENTE; SANTOS, 1983, p. 29).

Esta é uma premissa importante no processo orçamentário: identificar


o responsável de cada setor ou área envolvida, acompanhar o processo do
seu desempenho e, por conseguinte, reconhecer esses responsáveis pelo bom
desempenho ou cobrar melhorias nos resultados em momentos oportunos.

Não podemos esquecer que toda a elaboração das peças orçamentárias


tem por base a contabilidade como fonte dos dados. “A fonte de dados para o
controle é a contabilidade [...]”. (SANVICENTE; SANTOS, 1983, p. 29).

59
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

E
IMPORTANT

É a contabilidade que fornece os dados para a elaboração das fontes de


informações no sistema orçamentário.
É na estrutura organizacional (no organograma) que se identificam quem são os responsáveis
por cada área/setor, para facilmente premiar ou cobrar melhores resultados.

LEITURA COMPLEMENTAR

A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

As impressoras 3D permitem que qualquer pessoa possa reproduzir o que


quiser, de eletrodomésticos a carros, quando e na hora que desejar. Saiba como
isso vai mudar radicalmente a produção e a forma de fazer negócios
 
Saiba como funciona a impressora 3D
 
Em Campinas, no interior de São Paulo, um grupo de cientistas brasileiros
trabalha no desenvolvimento de uma impressora diferente. No lugar de cartuchos
de tinta, a máquina utiliza células-tronco e, em vez de páginas e fotos, ela imprime
órgãos humanos. Não se trata de um filme de ficção científica, mas sim de um
trabalho em estágio avançado que é conduzido pelo Centro de Tecnologia da
Informação Renato Archer (CTI), instituição ligada ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, em parceria com universidades americanas. A meta dos estudos é
imprimir um rim. 

60
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Os cientistas envolvidos na empreitada são categóricos ao afirmar que


a tecnologia usada no projeto já permite reproduzir artificialmente órgãos de
seres humanos. No entanto, ainda será necessário esperar um bom tempo até
que partes do nosso corpo reproduzidas por essas máquinas sejam usadas em
pessoas. “Falta realizar uma série de testes antes de se produzir um órgão vivo”,
afirma o cientista Jorge Vicente Lopes da Silva, chefe da divisão de tecnologias
tridimensionais do CTI. “Deve demorar cerca de 30 anos para termos resultados
práticos”, diz. 
 
Bem-vindo ao mundo da impressão 3D. A experiência do CTI é apenas
uma amostra de um processo recente, que promete revolucionar o sistema de
produção industrial como hoje conhecemos. Isso porque a mesma tecnologia
testada na impressão de órgãos – e que ainda pode parecer algo que tem mais a
ver com a ficção científica do que com o mundo real – já começa a ser adotada por
empresas de todos os portes, em diferentes países, inclusive no Brasil, para fabricar
produtos em plástico, metal e até titânio. Da mesma forma que uma impressora
tradicional, esses equipamentos em terceira dimensão fazem reproduções a partir
de um arquivo de computador. A diferença está no resultado. 

Impressora de órgãos: o cientista Jorge Vicente Lopes da Silva, do CTI, e uma


prótese reproduzida 
 
A nova geração de aparelhos imprime objetos funcionais, iguais aos
fabricados nas linhas de produção industriais e com praticamente os mesmos
materiais. No fundo, é como ter uma fábrica particular, na sua casa ou na mesa
do seu escritório. Em outras palavras: o avanço proporcionado pela tecnologia
3D deve representar para o século XXI um efeito transformador semelhante ao

61
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

provocado pela Revolução Industrial do final do século XVIII, que tornou viável
a fabricação em massa, criou a produção em escala que permitiu o barateamento
do preço das mercadorias e transformou a economia capitalista. 

A diferença é que, agora, a nova tecnologia de produção trilha uma


direção exatamente oposta. A manufatura em larga escala dá lugar aos produtos
personalizados e exclusivos, feitos sob medida, ao gosto do freguês. O conceito
em que a impressão 3D está baseada é o da manufatura “aditiva”, como se diz
na linguagem técnica. Nela, os objetos são formados a partir da deposição de
material em camadas, na quantidade necessária. É bem distinto do processo
tradicional, chamado de “subtrativo”, no qual a fabricação se dá por meio do corte,
da deformação ou do desgaste dos materiais. O novo método é mais eficiente no
uso das matérias-primas e permite a produção em baixa escala, sem aumento de
custos. Por isso, ele sempre foi a opção natural para a fabricação de protótipos.
 
Mas a novidade agora é que essas “fábricas particulares” já não estão
mais restritas à criação de modelos. Hoje, o consumidor comum pode comprar
diversos produtos impressos, como luminárias e relógios de parede. E, no futuro,
as prateleiras das lojas estarão forradas das mais diversas mercadorias impressas,
desde peças para automóveis e eletrodomésticos até partes de aeronaves. À
primeira vista, isso pode parecer um devaneio futurista, mas não é. Trata-se de
uma revolução que já começou e avança rapidamente, como indica uma pesquisa
feita pela consultoria americana Wohlers Associates. O estudo constata que cerca
de 20% dos objetos feitos com impressoras 3D no mundo são produtos acabados,
prontos para a comercialização, e não apenas protótipos.

Preço acessível: o equipamento da Maker Bot custa US$ 1,3 mil.


A empresa já vendeu cinco mil máquinas desde 2009, das quais 200 para o Brasil
 
Até 2020, essa participação deve subir para 50%. Diante desse cenário, surge
a pergunta: as impressoras 3D serão capazes de substituir o tradicional processo
industrial? Ou seja, as empresas vão aposentar o processo de produção atual?

62
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Não necessariamente. Ao que tudo indica, os dois modelos vão coexistir e serão
adotados conforme demandas específicas das companhias e dos consumidores.
É pouco provável, por exemplo, que uma montadora fabrique toda a sua linha
de carros com impressoras 3D. Mas é perfeitamente possível imaginar que se
possa desenvolver um veículo customizado, destinado a um público específico.
Nesse sentido, o processo de impressão 3D cai como uma luva para atender com
rapidez e custos menores à demanda por personalização do consumo. 
 
O aspecto fundamental a se observar é que essa inovação vai mudar as
bases sobre a qual o sistema industrial se desenvolveu: tão ou mais importante
que fabricar mercadorias será o desenvolvimento da ideia de um produto. Como
exemplo, pense que um pequeno empreendedor, que hoje não tem condições
financeiras de fabricar em larga escala uma linha de móveis, poderá criar e
comercializar o arquivo de impressão de poltronas e sofás com design próprio. O
consumidor, por sua vez, vai baixar esse programa pela internet, como hoje se faz
com os downloads de música, e mandar imprimir o móvel.  

Se essa é uma situação que veremos daqui muito em breve, existem


companhias que já entenderam o recado e estão dando um passo à frente da
concorrência. A brasileira Itautec, fabricante de equipamentos de informática
e caixas eletrônicos, controlada pelo grupo Itaúsa, vê um futuro de ouro
para as impressoras 3D. A empresa passou a produzir nelas os terminais de

63
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

autoatendimento que são enviados para os clientes homologarem. Assim, as


partes plásticas dos caixas eletrônicos, como painel e carcaça, são feitas nos
equipamentos de terceira dimensão e montadas posteriormente. 
 
O cliente, geralmente um banco, nem fica sabendo que o terminal que
recebeu para aprovar é fruto de uma impressora 3D, tamanha a semelhança com
as máquinas convencionais. “Antes, tínhamos de produzir um molde, mandar
para a fábrica e esperar para ver se estava tudo certo”, diz Ronaldo Marques,
gerente de desenvolvimento mecânico e design da Itautec. “Agora, o projetista, da
mesa dele, manda a peça para a impressora e, em algumas horas, temos o produto
nas mãos.” Com isso, processos que demoravam um ano para ser concluídos
passaram a ser finalizados em questão de dois ou três meses. Os caixas eletrônicos
da Itautec poderiam perfeitamente ser usados para o atendimento ao público. Só
não o são porque, em larga escala, o sistema tradicional ainda é mais barato. 
 
O avanço da nova tecnologia está permitindo que peças cada vez mais
sofisticadas e resistentes sejam produzidas em qualquer tipo de material, seja
plástico, seja metal ou madeira. A GM, por exemplo, utiliza o 3D para fazer
protótipos de peças mecânicas e partes da lataria dos veículos. “Seria possível
utilizarmos nos carros que vão para o mercado peças totalmente impressas
em 3D”, diz Dúlio Freitas, gerente da área de montagem de protótipos da GM.
“Mas, por uma questão de escala, isso não é viável economicamente.” Uma das
experiências mais avançadas até hoje na área automotiva foi feita no Canadá pela
Kor Ecologic, empresa especializada em produtos ecológicos. 

A companhia desenvolveu um carro-conceito totalmente fabricado por


impressoras 3D. Até os vidros do automóvel foram impressos. Batizado de
Urbee, o veículo transporta duas pessoas e possui motor híbrido, que funciona
com gasolina ou eletricidade. Ele chega a uma velocidade de 160 km/h e faz 88
quilômetros com um litro de combustível. O plano da Kor Ecologic é lançar o
carro comercialmente até 2014. A indústria aeronáutica também está de olho
na inovação 3D. A companhia europeia Eads, responsável pela fabricação dos
aviões Airbus, utiliza atualmente essas novas impressoras de terceira dimensão
na produção de protótipos de peças para suas aeronaves. Mas, no futuro, a
expectativa é a de imprimir uma asa inteira de um avião nesses equipamentos.

64
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

 O uso dos equipamentos, no caso desse setor da indústria, proporciona


uma enorme economia. Isso porque, para produzir uma peça de titânio pelo
sistema tradicional, a partir de um bloco sólido, há uma perda de até 90% do
material bruto. Com a impressão 3D, o desperdício é zero. Um aspecto que deve
encorajar empresas de todos os setores a pensar em projetos mais ambiciosos
nesse campo é o fato de o valor unitário das impressoras 3D estar em queda.
Dessa maneira, os aparelhos estão se tornando acessíveis a praticamente
qualquer microempresa ou pessoa física. Uma versão para uso doméstico de uma
impressora 3D da companhia americana Maker Bot Industries, por exemplo,
custa menos de US$ 1,3 mil. 

Pesquisas: no Brasil, várias universidades desenvolvem estudos para


aperfeiçoar e baratear as impressoras de terceira dimensão, criando diferentes
aplicações para esses equipamentos
 
Fundada em 2009, a empresa já comercializou aproximadamente cinco mil
equipamentos do gênero, dos quais 200 no Brasil. “Queríamos uma impressora 3D,
mas eram muito caras. Então, construímos a nossa”, diz o americano Bre Pettis, um
dos fundadores da Maker Bot. “Agora, nosso objetivo é fazer com que todos possam
ter uma.” As máquinas da Maker Bot são vendidas em kits para serem montados pelos
compradores. O modelo de negócios adotado é semelhante ao utilizado nos softwares
livres, como o sistema operacional Linux. A ideia é de que o desenvolvimento da
impressora seja feito de forma colaborativa entre todos os usuários pela internet. 
 
Chegará um momento, segundo Pettis, em que as impressoras 3D estarão
tão presentes na vida das pessoas que elas se tornarão comuns, assim como os
aparelhos convencionais de hoje. “Vai ser interessante ver como a indústria reagirá
ao fato de cada vez mais pessoas, em vez de comprar produtos, optarem por fazê-
los em casa”, diz Pettis. O cenário descrito pelo executivo já existe e está disponível

65
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

também para os brasileiros. Há empresas que prestam serviços de impressão 3D


para o consumidor comum, num modelo semelhante ao das gráficas rápidas. 

Uma delas é a Shapeways, companhia criada nos EUA pela Philips, que
fabrica objetos em diversos materiais, como o metal. O consumidor envia pela
internet um arquivo digital com o desenho do objeto e determina as cores que
devem ser utilizadas. Depois de pronta, a mercadoria é entregue pelo correio,
inclusive no Brasil. Atualmente, a Shapeways imprime cerca de dez mil objetos
por mês, como cubos mágicos, brincos, anéis e telefones. Outra empresa que
realiza um serviço parecido é a americana Digital Forming, especializada na
customização de celulares. Em parceria com operadoras de telecomunicações
americanas, a Digital Forming vende carcaças de telefones personalizadas pelos
consumidores.

Como se vê, a revolução provocada pelas impressoras 3D já começa


a transformar os negócios. Ainda é preciso, no entanto, avançar alguns passos
para o sistema se popularizar de vez. Reduzir o preço é crucial nesse quesito.
É sobre essa questão que diversos engenheiros e cientistas ao redor do mundo
estão quebrando a cabeça neste momento. Um deles é o professor de engenharia
Waldemir Lira, da Universidade Federal do ABC, em São Paulo. Ele está
trabalhando no desenvolvimento de uma impressora que utiliza insumos mais
baratos que o plástico ABS, material muito presente nas impressoras 3D, mas que
pesa no bolso. “Não há quem domine por completo essa tecnologia atualmente”,
afirma Lira. “Por isso, as possibilidades são enormes para qualquer inventor.” 

66
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Evolução: há dez anos, as máquinas eram grandes e custavam fortunas,


o que restringia seu uso a grandes empresas 
 
O professor Alberto Alvares, coordenador do grupo de inovação em
automação industrial da Universidade de Brasília, também acredita que há um
vasto campo a explorar nessa área. Por isso, resolveu pesquisar funções que
vão além da impressão. Alvares desenvolveu um scanner 3D a partir de um
Kinect, videogame da Microsoft que utiliza sensores de movimento no lugar dos
controles. Com o brinquedo, ele consegue digitalizar o rosto de uma pessoa, por
exemplo, e imprimi-lo, em três dimensões, em qualquer impressora 3D. “Com
US$ 700, é possível ter um equipamento que faz a captura de um objeto e o produz
instantaneamente”, diz o pesquisador. 

67
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO

Caixa eletrônico: a Itautec, de Ronaldo Marques, imprime terminais de


autoatendimento que não devem nada aos modelos convencionais
 
Ele compara o atual estágio dessa tecnologia aos primórdios da computação
pessoal. “A revolução dos computadores também começou nas universidades,
com gente montando sua própria máquina”, afirma. As iniciativas desenvolvidas
pelo setor acadêmico, segundo Alvares, vão interferir diretamente no mercado
a partir do momento em que uma grande empresa se interessar pela fabricação
em larga escala desse tipo de equipamento. “É uma questão de tempo para isso
ocorrer”, diz. Ele está certo. A HP, uma das maiores empresas de tecnologia do
mundo, fez neste ano uma parceria com a Stratasys, fabricante americana de
impressoras 3D, para vender essas máquinas com sua marca. 

Fernando Lewis, da Hp: "O que essa nova tecnologia possibilita é


o desenvolvimento de artigos únicos, exclusivos para cada pessoa"
 
Inicialmente, o produto, que custa US$ 17 mil, está sendo comercializado
somente na Europa. “Esse valor certamente vai cair’, afirma Fernando Lewis, vice-
presidente de imagem e impressão da HP. “Só não sei precisar em que velocidade
esse processo vai acontecer.” Conhecer de perto os exemplos já aplicados na
indústria e antecipar tendências é fundamental para entender como as relações
de negócios serão modificadas por essa nova tecnologia. Não menos importante
é perceber que a revolução deflagrada pelas impressoras 3D está inserida num
contexto mais amplo, que é o da transição do mundo analógico para o digital. 
 
Uma das características mais marcantes desse período é a explosão de
conteúdo e a valorização do indivíduo. Isso significa que, apesar de muitas
empresas tentarem padronizar o consumo, as pessoas querem ser diferentes.
“Todo mundo quer ser reconhecido por seus gostos pessoais”, afirma Lewis.
“O que a impressão 3D possibilita é o desenvolvimento de artigos únicos, feitos
exclusivamente para cada indivíduo.” 

68
TÓPICO 3 | IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

O objeto é criado no computador A impressora recebe o arquivo A impressora utiliza O plástico é derretido Quando o
por meio de um software de e começa a construir o objeto, dois cartuchos, um (A) a uma temperatura objeto estiver
engenharia.Para imprimir, basta camada por camada. Caso seja com plástico, geralmente de 120° C e depositado em pronto, basta
apertar o botão correspondente, necessário, a própria máquina constrói ABS, e outro (B) com o camadas com menos de retirá-lo da
como no caso de um texto. suportes para sustentar a peça. material de suporte. 1 mm, até formar o objeto. impressora.

FONTE: CAETANO, Rodrigo. A nova revolução industrial. ISTO É DINHEIRO. Disponível em:
<http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/60994_a+nova+revolucao+industrial>. Acesso em:
23 Jan. 2012.

69
RESUMO DO TÓPICO 3
Chegamos ao final do Tópico 3. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora:

● Os objetivos da empresa deverão atender às premissas do mercado.

● Uma expectativa frustrada pode colocar em risco toda a credibilidade de


uma empresa perante os subalternos e a sociedade. Para evitar esse tipo de
expectativa frustrada, existe a ferramenta de processo decisório.

● O processo decisório centralizado tem como vantagem determinar que uma


pessoa decida e encaminhe todas as atividades inerentes à elaboração do
orçamento.

● Em um processo decisório descentralizado existe a vantagem da delegação de


responsabilidade e autoridade.

● Accountability é a obrigação que as pessoas envolvidas no processo decisório e


operacional têm de prestar contas dos resultados obtidos, em função das suas
responsabilidades vinculadas às suas funções e que decorrem da delegação de
poder.

● A motivação dos gestores é um fator importante para o sucesso do plano


orçamentário.

● O processo de gestão tem relação com PLANEJAMENTO  EXECUÇÃO 


CONTROLE.

● Os princípios fundamentais que refletem os orçamentos são: envolvimento


dos gerentes, adaptação organizacional, contabilidade por áreas de
responsabilidades, orientação para objetivos, comunicação integral,
expectativas realísticas, oportunidade, aplicação flexível, reconhecimento dos
esforços individuais e de grupos, e acompanhamento.

● A educação orçamentária está voltada para atender à necessidade de


conscientizar os gestores na mesma linha de comando, principalmente a
diretoria ou gerência.

● É fundamental que o responsável pelo processo de elaboração do orçamento


tenha acesso a todas as atividades, assim como conhecer o mercado em que a
empresa atua.

● A estrutura organizacional deve apresentar-se de forma clara e objetiva,


facilitando a identificação das pessoas responsáveis por cada área da empresa.
70
AUTOATIVIDADE

1 Em um processo de gestão, como deve ser realizada a avaliação das áreas


de responsabilidades?

2 Qual é o risco de uma expectativa frustrada?

3 Qual é a vantagem do processo decisório centralizado?

4 Qual é a vantagem do processo decisório descentralizado?

5 Defina o que é Accountability.

6 O que significa “orientação para objetivos”?

7 O que significa “reconhecimento de esforços individuais e de grupos”?

8 O que se entende por educação orçamentária?

9 O que é necessário para o sistema de orçamentos alcançar sucesso?

10 Como se comprova a importância do sistema de controle orçamentário na


administração moderna?

11 Na sua opinião, quem faz os orçamentos?

12 Explique o que é uma situação imaginável.

13 Existem alguns princípios fundamentais que refletem os orçamentos, e um


deles corresponde à: “estrutura organizacional deve ser suficientemente
compatível com o estilo de tomada de decisões da empresa. As atividades
de cada gestor devem fluir de forma satisfatória ao atendimento das
necessidades da gestão dos negócios.” Sobre essa informação, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Adaptação organizacional.
b) ( ) Contabilidade por áreas de responsabilidades.
c) ( ) Orientação para objetivos.
d) ( ) Comunicação integral.

71
72
UNIDADE 2

CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO


DO ORÇAMENTO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade você estará apto(a) a:

• conhecer os princípios fundamentais para a elaboração de um sistema or-


çamentário;

• identificar quem são os profissionais envolvidos na elaboração dos orça-


mentos e os cenários inerentes à sua implantação e execução;

• identificar, separar e apurar os custos diretos e indiretos em um processo


industrial para servir de base orçamentária;

• conhecer como é realizado o planejamento da produção e a sua importân-


cia para o processo orçamentário;

• aprender o processo de apuração dos custos para utilizar no planejamento


orçamentário dos gastos de produção;

• compreender a importância da formação do preço de venda para o orça-


mento e, consequentemente, planejar o retorno econômico e financeiro de-
sejado do investimento.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado

TÓPICO 1 – UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

TÓPICO 2 – IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS


INDUSTRIAIS

TÓPICO 3 – IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

TÓPICO 4 – APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE


VENDA

73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1

UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1 vimos o sistema empresa, os tipos de orçamentos e a
implantação do orçamento empresarial.

Dando continuidade ao nosso estudo, iniciaremos a Unidade 2


conhecendo quais são os aspectos que envolvem a utilização do orçamento. Por
isso, neste tópico, estudaremos a importância do controle orçamentário, seus
limites, a comunicação, a criação de cenários e o perfil do profissional designado
pela empresa para fazer o orçamento. E, por fim, um estudo de caso em que
apresentamos o orçamento de vendas de uma empresa.

2 IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DO CONTROLE


ORÇAMENTÁRIO
Quando falamos em orçamentos, muitas vezes podemos imaginar qual é a
sua verdadeira aplicabilidade e utilidade. Nesse sentido, algumas perguntas são
frequentes, tais como: é viável implantar um sistema orçamentário? Qual é o grau
do retorno de informações que o mesmo pode fornecer para o gestor? Qual é o
custo financeiro e de treinamento de pessoal qualificado para a sua implantação?

De modo geral, o controle orçamentário parece ser complexo. Mas pode


não ser se a equipe selecionada para a sua implantação corresponder à estrutura
organizacional da empresa.

A importância do sistema de controle orçamentário para a administração


moderna comprova-se, facilmente, através da notável aceitação que
o uso de orçamentos vem alcançando nas últimas décadas, apesar
de sua complexidade. [...] a técnica orçamentária, apesar de simples
em teoria, é de aplicação complexa, exige trabalhos de implantação
relativamente dispendiosos e não costuma dar resultados plenamente
satisfatórios antes de decorridos dois ou três anos de prática constante
e de contínuos aperfeiçoamentos. (PASSARELLI, 2004, p. 17-18).

O sistema de controle orçamentário precisa ser claro, objetivo e


corresponder às necessidades da organização. Mas, para apresentar um perfeito
nível de adequação e corresponder às necessidades dos gestores, deve passar por
um processo de “moldagem” para melhor se adequar à estrutura organizacional
da empresa. A sua utilização é de grande relevância, pois empresas que o adotam

75
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

podem ser consideradas bem administradas. Conforme Passarelli (2004, p. 18),


“[...] pesquisas recentes conduzidas nos Estados Unidos indicam que 95% das
empresas consideradas bem administradas adotam uma ou outra forma de
controle orçamentário”.

Um dos problemas enfrentados para um bom controle orçamentário é a


falta de profissionais qualificados. Passarelli (2004, p. 18) aborda que:

No Brasil, assim como em outros países de igual nível de


desenvolvimento, a restrita difusão do método prende-se mais à
insuficiência de pessoal técnico realmente habilitado do que à falta de
interesse ou a dúvidas quanto à eficiência do método por parte das
empresas. [...] a larga utilização do controle orçamentário explica-
se, fundamentalmente, em razão da constatação de que objetivos e
planos bem definidos constituem condição indispensável de sucesso
empresarial. [...] ao barco que não definiu o seu porto de destino (não
fixou objetivos e nem delineou rotas), nenhum vento será propício.

Toda empresa deve possuir metas e objetivos, caso contrário ficará
difícil alcançar o sucesso no mercado. O sistema orçamentário contribui para a
fixação dessas metas e objetivos, e a integração de cada subsistema orçamentário
auxilia a gestão de cada unidade de negócio (centros de responsabilidades),
além de possibilitar uma efetiva delegação de poderes, pois o alto executivo não
interfere nas atividades operacionais (delegação de autoridade e cobranças de
responsabilidades).

É fundamental um plano orçamentário para auxiliar o gestor na decisão


dos rumos de negócios da empresa, sempre percebendo o que ocorre no mercado,
pois qualquer oscilação refletirá no orçamento da empresa.

3 OS LIMITES PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS


É importante observar que não existem apenas vantagens. Deve-se tomar
cuidado com o plano orçamentário, ele não deve, em hipótese alguma, ser
superestimado. Conforme Leone (2000, p. 227):

Os orçamentos são baseados em estimações. Por mais científicas


que sejam as análises, sabemos que os dados orçamentários serão
sempre estimações; nesse caso, os orçamentos não devem ser seguidos
rigidamente. Se alguma condição básica de influência direta nas
informações orçadas sofrer alteração, a administração deve levar em
consideração esse fator e tomar as medidas exigidas para correção ou,
mesmo, agir conscientemente fora dos limites orçamentários.

Uma empresa que não implanta nenhum tipo de ferramenta orçamentária


também permanecerá no mercado, talvez não tão bem quanto outra que possui o
plano orçamentário implantado, mas prossegue com suas atividades. Engana-se
quem imagina que um plano orçamentário por si só determina se haverá redução

76
TÓPICO 1 | UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

de pessoal ou não e, muito menos, substitui o papel do administrador. Somente


quem decide são as pessoas, se não houver pessoas para a tomada de decisões,
de nada adianta elaborar um excelente plano orçamentário. Portanto, a empresa
precisa de pessoas, sem pessoas não será possível administrar o empreendimento.

Vejamos o que Passarelli (2004, p. 22) diz:

Não se deve esquecer que o orçamento é um inestimável instrumento


de administração, mas não deve, nunca, ser considerado como um
substituto do administrador. Em outras palavras: não pense que você
vai reduzir drasticamente o quadro de colaboradores pelo simples
fato de passar a adotar o sistema orçamentário em sua empresa.
[...] O orçamento, por si só, não administra coisa alguma, sendo
extremamente dependente de decisões administrativas corretas para
o seu efetivo funcionamento.

Outro ponto limitante para a elaboração dos orçamentos é o risco de


projetar algo fora do comum, criando situações desconfortáveis perante os demais
gestores de cada área ou dos subordinados. O orçamento deve ser elaborado com
estimativas realistas.

Vejamos como Passarelli (2004, p. 22) contribui neste aspecto:

Fundamentalmente baseado em previsões, o controle orçamentário


só pode ser eficiente na medida em que essas estimativas forem
criteriosamente desenvolvidas. Portanto, um constante trabalho de
formação e atualização de profissionais aptos a formularem previsões
razoavelmente corretas deve ser uma preocupação permanente na
empresa. Pode-se, com facilidade, imaginar o que isso custa em termos
de cursos, palestras, aquisição de publicações periódicas de atualização,
remuneração condigna dos profissionais comprovadamente mais
eficientes etc.

A constante mudança de mercado também pode ocasionar impactos


negativos ou positivos no plano orçamentário. Dependendo das tendências ou de
acontecimentos repentinos não previstos, algumas distorções podem acontecer,
por isso é importante realizar constantemente revisões e adaptações. O orçamento
deve ser elaborado e implantado de forma a receber todas e quaisquer adaptações
e ajustes necessários durante o exercício social, ou seja, durante o ano.

E
IMPORTANT

Lembre-se! Orçamento flexível  significa a facilidade de adequação à realidade


do mercado.

77
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

E os números apresentados no plano orçamentário são exatos? Não! Nunca


são exatos, o próprio nome orçamento deriva de orçar  prever. A previsão é
apenas uma estimativa, é algo que se deseja atingir, e podem acontecer algumas
frustrações de metas não alcançadas, bem como cobranças para que os resultados
sejam atingidos. Na figura a seguir podemos observar que todas as informações
disponíveis, envolvendo o processo de previsão na área de vendas, deverão ser
discutidas em uma “Reunião de previsão”.

FIGURA 11 – PROCESSO DE PREVISÃO

Dados de Informações que


Dados
variável que expliquem
históricos de
expliquem as comportamento
vendas
vendas atípico

Tratamento estatístico
dos dados de vendas e
outras variáveis

Informações da Informações de
conjuntura clientes
econômica

Decisões da área Informações de


comercial concorrentes

Outras informações Outras informações


do mercado do mercado

Reunião de Previsão
Comprometimento das áreas
envolvidas
Tratamento das
informações disponíveis

Previsão de vendas

FONTE: Adaptado de: Corrêa e Caon (2002)

78
TÓPICO 1 | UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Observando a figura anterior, pode-se verificar que o processo inicial do


orçamento se baseia nas seguintes informações:

1 Dados variáveis que expliquem as vendas: referem-se às condições de mercado,


novos produtos, mercado concorrente, políticas de incentivo do governo,
dentre outros.
2 Dados históricos de vendas: permitem visualizar os cenários passados com
o intuito de planejar o cenário futuro, pois as tendências, falhas ou sucesso
ocorridos podem ser aproveitados para planejar o processo orçamentário do
próximo período.
3 Informações que expliquem comportamento atípico: esse “comportamento”
pode ser caracterizado por meio de tendências de moda surgidas por uma
“onda” de sucesso de algum artista, ou outro acontecimento que a mídia
divulga, por exemplo. São situações de mercado que podem ser aproveitadas
ou não, dependendo da avaliação e decisão dos administradores da empresa.

Os dados dos itens 1, 2 e 3 anteriores serão processados e analisados


estatisticamente juntamente com outras informações, tais como público
consumidor, concorrência, cenário de mercado, entre outras. Em seguida é
realizada uma reunião de vendas com o propósito de estabelecer as metas de
desempenho para o próximo exercício social. Essas metas de desempenho serão
definidas como previsão de vendas.

E
IMPORTANT

Lembre-se! O resultado alcançado é uma aproximação do que foi previsto. As


variações ocorridas entre o orçado e o realizado devem ser analisadas e avaliadas em reuniões
departamentais.

Todos nós sabemos que as organizações (as empresas) são formadas por
pessoas que têm expectativas, frustrações e realizações.

Em relação ao orçamento não é diferente. O sucesso na execução do sistema


orçamentário depende de que todas as pessoas envolvidas, não importando o
nível hierárquico, se comprometam com a sua elaboração e acompanhamento. O
orçamento deve ser aceito pelos gestores ou responsáveis de cada área para que
seja implantado e executado com sucesso. É fundamental que a alta administração,
ou seja, a direção superior, acredite, patrocine e colabore com o processo. Se assim
não ocorrer, o mesmo se transformará em um amontoado de papéis e relatórios
sem qualquer tipo de utilidade.

79
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

4 QUEM FAZ OS ORÇAMENTOS


Possivelmente você deve estar se perguntando: quem faz os orçamentos?

No mundo empresarial existe a necessidade do envolvimento de todas


as áreas da empresa. Já estudamos no tópico de sistema empresa da Unidade
1 que todas as áreas possuem conexão entre si, e que o resultado final do
empreendimento será o resultado do somatório de todos os departamentos.

Vejamos o que Passarelli (2004, p. 27) aborda:

[...] parece-nos evidente que o controle orçamentário envolve a


empresa como um todo, exigindo a participação integral de todos
os seus funcionários, sem distinção de nível ou de área de operação.
Entretanto, como toda atividade complexa, abrangendo operações
diversificadas, o controle orçamentário não pode prescindir de direção
e coordenação.

Conforme você pode perceber, devido à complexidade das informações


envolvidas, mesmo com a interação de todas as atividades, sempre há a necessidade
de um profissional para a sua direção e coordenação. Esse profissional deve
ser alguém que tenha conhecimento das atividades da empresa e do mercado.
Passarelli (2004, p. 27), sobre quem faz os orçamentos, diz o seguinte:

Muitas empresas (cerca de 55%, segundo pesquisadores norte-


americanos) confiam a tarefa de coordenar e dirigir o processo
orçamentário diretamente a um dos executivos de primeira linha da
área de finanças: geralmente, o tesoureiro ou o ‘controller’. Outras
empresas preferem designar alguém para a função específica de
diretor, gerente, ou coordenador de orçamentos. Outros, ainda,
entendem proveitosa a constituição de uma comissão de orçamentos
(budget committee), geralmente composta de um coordenador de
orçamentos, o presidente da empresa e mais alguns poucos executivos
de primeiro escalão administrativo.

No Brasil existem muitas empresas multinacionais que adotam as filosofias


empresariais da sua empresa-sede. Por consequência, muitas dessas filosofias
acabam sendo divulgadas e implantadas nas empresas brasileiras.

UNI

Geralmente, a coordenação do processo orçamentário fica ao encargo de um


dos executivos de primeira linha da área de finanças: o tesoureiro ou o controller. Em alguns
casos cria-se a função específica de coordenador de orçamentos, ou o diretor/gerente
é quem assume. Existem empresas que constituem a comissão de orçamentos (budget
committee), que, normalmente, é composta por um coordenador de orçamentos, o
presidente da empresa e mais alguns poucos executivos de primeiro escalão administrativo.

80
TÓPICO 1 | UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Mas não basta apenas nomear alguém para a função de controle


orçamentário se esse profissional não estiver com uma posição de status, porque
o insucesso é bastante provável.

Um ponto relevante a ser agora considerado reside no fato de que esse


alguém – seja ele quem for – responsabilizado pelo bom andamento
da complexa constelação de funções de controle orçamentário deverá
ter uma posição bem planejada dentro do organograma. É ponto
pacífico que o bom exercício dessa função exige um ‘status’ elevado na
estrutura funcional da empresa. (PASSARELLI, 2004, p. 27).

Por quê? Você deve estar se perguntando!

Passarelli (2004, p. 28) aborda esse assunto com bastante propriedade,


dizendo que:

O meticuloso controle inerente ao sistema gera ações muitas vezes


interpretadas como indevidas ingerências em ‘negócios alheios’,
invasões de áreas anteriormente consideradas privativas de certos
executivos, o que costuma gerar ciúmes, ressentimentos e outras
reações bastante negativas em pessoas particularmente sensíveis a
esse tipo de situação.

Em certos casos, alguns gestores não compartilham informações


importantes com o coordenador do plano orçamentário e agem como se fossem
proprietários da informação, mas na verdade não são; as informações são da
empresa. Tais pessoas não compreendem que compartilhar informações é
importante para o desenvolvimento da empresa.

5 COMUNICAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DOS


ORÇAMENTOS
Qual é a importância da comunicação? Ela tem grande importância. O
profissional envolvido no processo orçamentário também deve ser a pessoa
preparada para comunicar todas as informações aos demais gestores. A facilidade
da comunicação e habilidade de convencimento são fatores importantes para o
seu sucesso. Conforme Frezatti (2000, p. 66):

A confiabilidade das informações geradas pelos relatórios gerenciais


é de grande importância e existem evidências empíricas de que,
quanto mais proliferadas as informações gerenciais, maior a chance de
questionamento e de diminuição de erros por classificação e alocação
contábil, por exemplo.

É necessário ter agilidade na geração das informações e comunicação aos


envolvidos no processo, pois de nada adianta fornecer informações 100% corretas,
mas com demasiado atraso. Isto poderá provocar frustrações e queixas constantes
e prejudicar o andamento das atividades. A divulgação das informações, mesmo
que de forma parcial, pode contribuir para colocar os gestores a par da situação
econômica e financeira da empresa.
81
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Outro fator importante diz respeito aos questionamentos que podem


colocar em dúvida a segurança e a confiabilidade das informações. Geralmente,
determinados questionamentos são elaborados para pessoas erradas e, muitas
vezes, as respostas obtidas não condizem com a necessidade de informação.

Segundo Frezatti (2000, p. 66), “em alguns casos observa-se que as áreas
de linha buscam permanentemente a área financeira com a seguinte pergunta: se
eu aumentar a venda de tal produto, o resultado final melhora ou piora?”.

Mas seria esse o tipo de pergunta necessário a ser feito? Acredita-se que
não. Se existe um plano orçamentário com objetivos e metas claramente definidos,
não há a necessidade de abrir margem a esses tipos de questionamentos, pois um
orçamento bem elaborado poderá responder a todas as questões necessárias para
o esclarecimento de dúvidas.

Existem alguns aspectos importantes na comunicação, que são os


seguintes:

a) Clara definição do que comunicar: ‘o que comunicar é fundamental


em termos de definição. Um mínimo de reflexão é requerido e uma das
regras mais importantes e simples consiste em [...] ouvir as pessoas em
termos de necessidade e utilidade das informações’.
b) Previsibilidade de disponibilidade de relatórios: a consistência
na disponibilidade das informações é vital para a credibilidade dos
instrumentos gerenciais. Significa que os relatórios gerenciais estarão
disponibilizados mensalmente, no 5º dia útil, por exemplo. A partir daí,
o processo decisório acomoda-se às informações e permite às pessoas
planejar e trabalhar, esperando o feedback no momento adequado. A
não consistência provoca distorções, insegurança em termos de dispor
de suporte, falta de confiança e mesmo animosidades. [...] Certas
informações só serão úteis quando disponíveis em dado momento.
[...] Uma das formas de atender tal necessidade é disponibilizar
informações numéricas o mais rápido possível e, posteriormente,
disponibilizar comentários e informações adicionais.
c) Quem recebe o quê: [...] a definição de quem recebe o quê na empresa
corresponde a algo importante para o próprio autogerenciamento das
operações. (FREZATTI, 2000, p. 66).

ATENCAO

A divulgação das informações, mesmo que de forma parcial, pode contribuir


para colocar os gestores a par da situação econômica e financeira da empresa.
A demora na divulgação de informações é uma queixa entre muitos gestores.

82
TÓPICO 1 | UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

6 CRIAÇÃO DE CENÁRIOS
A criação de cenários faz parte de um bom processo orçamentário. Mas,
afinal, qual é a finalidade da criação de cenários?

É importante que, ao implantar o plano orçamentário, a direção da


empresa e os demais envolvidos tenham ciência de que o plano é pautado em
situações imagináveis ou previsíveis.

Uma situação imaginável em um processo orçamentário significa criar


cenários que podem ocorrer. Para criar os cenários, primeiramente deve-se efetuar
uma “leitura” de como está o ambiente do mercado. “A construção de cenários
é uma etapa posterior à leitura do ambiente. [...] O objetivo da construção de
cenários é fundamentar as premissas orçamentárias”. (PADOVEZE, 2005b, p. 54).

Ao observar o mercado, é necessário ter cuidado com o cenário


macroeconômico. Lembre-se, no tópico sistema empresa da Unidade 1 estudamos
todas as relações externas e internas que têm reflexo nos resultados da empresa. Na
criação de cenários não pode ser diferente. Para elaborar um plano orçamentário
o gestor deve observar o ambiente macroeconômico, pois é importante saber
como o mercado está se comportando.

Mas de que forma se podem obter os dados para a criação desses cenários?

Uma das formas é a observação das informações que são divulgadas na


mídia, como revistas, jornais, internet, televisão, rádios e outros meios.

Os dados para a construção de cenários são os existentes na mídia,


nas publicações especializadas das associações de classe e entidades
governamentais etc., devendo ser analisados e transformados em
informações que permitam indicar os caminhos mais prováveis a se
seguir. (PADOVEZE, 2005b, p. 55).

7 PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS


Estudados os cenários para a elaboração do plano orçamentário, agora
podemos verificar os pontos necessários para a sua elaboração.

As premissas são todas as coisas que antecedem a elaboração do orçamento


e acontecem de acordo com o cenário escolhido. Conforme Leone (2000), os
aspectos inerentes às premissas para a elaboração do plano orçamentário são os
seguintes:

1 Criação de um setor que se encarregará de implantar o sistema orçamentário.


2 Esse setor deverá preparar todos os passos necessários para a instalação do
processo.

83
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

3 Reuniões com os membros da diretoria para a definição das metas básicas sobre
as quais o orçamento será estabelecido. Essas metas poderão ser traduzidas
resumidamente pelos seguintes pontos:

a) participação no mercado;
b) lucro líquido sobre vendas;
c) retribuição do investimento;
d) assistência aos empregados;
e) ampliação das instalações;
f) novos produtos e retirada de outros.

4 Levantamento de dados gerais, tais como indicadores econômicos e sociais,


tendências da indústria na qual a empresa opera e políticas de governo.
5 Preparação de manuais de orçamento em que deverão constar os objetivos do
orçamento, os diversos passos e as técnicas de preparação das estimações.
6 Estimativa das vendas em termos quantitativos. As quantidades de cada
produto a serem vendidas deverão ser analisadas mensalmente por territórios
de vendas.
7 Estimativas das vendas em termos monetários. Os preços de venda deverão ser
determinados levando-se em conta o mercado. Essas estimações poderão ser
corrigidas no próprio trabalho de preparação do orçamento, depois que todos
os custos tenham sido previstos.
8 Estimativas das despesas de propaganda e das despesas relacionadas à
atividade comercial.
9 Estimativas dos estoques da produção em termos quantitativos.
10 Estimativas dos materiais a consumir, das compras, da mão de obra necessária
e dos custos indiretos.
11 Estimativas das despesas administrativas.
12 Estimativas dos gastos de capital: aquisição e alienação de ativos permanentes,
recuperações e manutenção.
13 Estimativas das cobranças.
14 Estimativas dos pagamentos a fazer, com as datas em que deverão ser
efetivados.
15 Estimativas do fluxo de caixa.
16 Preparação da Demonstração de Resultados por período.
17 Levantamento dos balanços mensais para conhecimento da situação financeira
e patrimonial geral após o decurso de cada período.

Vejamos um estudo de caso:

Orçamento da Indústria de Madeiras DAC Ltda.

A divisão de DACs para piscinas e afins da Indústria de Madeiras DAC


Ltda. produz dois tipos de Dacs: o Dac Largo e o Dac Estreito, com suas respectivas
especificações (códigos, diferenciando-os entre si). Suas vendas se concentram
em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sua matéria-prima,

84
TÓPICO 1 | UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

composta por madeira e tinta, é comprada no Sul (madeira) e em São Paulo


(tinta). A divisão de DACs está iniciando seu orçamento para o ano (20X1). A
seguir, apresentaremos as projeções para os cinco primeiros meses de 20X1.

● Estimativa de vendas para os primeiros cinco meses de 20X1

A Indústria de Madeiras DAC Ltda. prevê um aumento de 10% no volume


de vendas para 20X1 e projeta uma venda para os meses de janeiro a maio de
acordo com o histórico das vendas observadas em novembro e dezembro de
20X0. Assim, o volume de vendas previsto ficará definido da seguinte forma:

QUADRO 2 – PREVISÃO DO VOLUME DE VENDAS PARA JANEIRO A MAIO DE 20X1

Previsão de Vendas para os meses de janeiro a maio de 20X1


Produto Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1
DAC Largo 500 520 540 660 590
DAC Estreito 780 640 815 845 760
FONTE: O autor

O preço previsto para o DAC Largo é de R$ 250,00, e para o DAC Estreito


é de R$ 150,00, e o recebimento das vendas efetuadas é realizado com base em
três opções:

30% à vista;
30% em 30 dias; e
40% em 60 dias.

As vendas realizadas nos meses de novembro e dezembro de 20X0 estão


demonstradas a seguir:

QUADRO 3 – VENDAS DOS MESES DE NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 20X0

Novembro Dezembro
Qtde R$ Qtde R$
DAC Largo 405 R$ 101.250,00 155 R$ 38.750,00
DAC Estreito 605 R$ 90.750,00 560 R$ 84.000,00
Total R$ 192.000,00 R$ 122.750,00
FONTE: O autor

Observe as quantidades e valores dos produtos DAC Largo e DAC Estreito


que foram faturados nos meses de novembro e dezembro de 20X0. São os dados
reais do faturamento, e no processo orçamentário esses meses deverão ser sempre

85
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

utilizados para realizar a previsão das vendas de janeiro a dezembro do próximo


exercício social.

● Padrão de produção e previsão do custo de compra

Para produzir o DAC largo e o DAC estreito são necessários os seguintes


insumos:

QUADRO 4 – INSUMOS POR UNIDADE DE PRODUTO

Insumos por Unidade de Produto


Madeira Tinta (lt) MOD (min)
DAC Largo 3 0,300 12
DAC Estreito 2 0,200 6
Custo Unit. R$ R$ 14,00 R$ 7,00 R$ 5,50

FONTE: O autor

Há a necessidade de identificarmos os insumos de produção, pois, com


essas informações contidas no quadro anterior, teremos condições de orçar os
gastos de produção, estoques e fornecedores para o próximo exercício social.

● Políticas de compra e de estoques

Compras – os materiais diretos são comprados mensalmente de acordo


com a necessidade da produção e a política de estoques da empresa. O pagamento
é efetuado sempre no mês seguinte à compra.

Estoque de materiais diretos – a indústria mantém estoques correspondentes


a 15 dias de produção do mês seguinte. Vejamos o estoque inicial de materiais
diretos para o ano de 20X1 no quadro a seguir:

QUADRO 5 – ESTOQUE INICIAL DE MATERIAL DIRETO

Estoque Inicial de Material Direto


Qtde R$
Madeira 860 kg R$ 23.000,00
Tinta 850 kg R$ 7.600,00
Total R$ 30.600,00

FONTE: O autor

86
TÓPICO 1 | UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Esse estoque de material se faz necessário para manter o giro de estoque


em função dos prazos de entrega dos fornecedores, por questões logísticas.

Estoques de produtos acabados – a política da empresa para o ano de


20X1 é manter um estoque mínimo referente às vendas do mês seguinte. Dessa
forma, o estoque inicial para 20X1 é o seguinte:

QUADRO 6 – ESTOQUE INICIAL PARA 20X1

Estoque Inicial
Qtde. Tinta (lt) MOD (min)
DAC Largo 570 81.664,000 12
DAC Estreito 760 68.293,000 6
Soma R$ 149.957,00 R$ 5,50
FONTE: O autor

O estoque inicial demonstrado na tabela anterior é o saldo do estoque


final do exercício social anterior e, portanto, poderá ser utilizado para suprir a
demanda inicial do novo período.

• Custos indiretos de fabricação

Os custos indiretos de fabricação totalizaram R$ 70.000,00/mês referentes a


suprimentos, MOI – Mão de Obra Indireta, encargos sociais, energia, manutenção,
seguros e outros.

• Custo de depreciação

Os ativos foram depreciados em dezembro de 20X0 a uma quota de R$


8.000,00. O custo de depreciação integra o custo indireto de fabricação.

• Despesas administrativas

Estimadas mensalmente em R$ 20.000,00, com desembolso no próprio


mês de registro.

• Despesas de vendas

As despesas fixas de venda estão estimadas no valor de R$ 15.000,00/ mês


(publicidade institucional, salário dos vendedores, despesas de viagem etc.), e a
despesa variável de vendas (comissão dos vendedores) é de 5% do faturamento,
pagas no próprio mês.

87
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

• Novos investimentos

A empresa planeja adquirir novas máquinas no valor de R$ 250.000,00 em


janeiro e de R$ 80.000,00 em fevereiro. O pagamento será no ato da compra, e a
depreciação destes novos equipamentos será de 10% aa.

• Política de caixa

A empresa planeja manter um saldo mínimo de caixa de R$ 2.000,00


em suas projeções para prevenir-se de eventuais imprevistos. E, em caso de
necessidade de recursos, poderá ser acessada uma conta garantida aberta em um
banco comercial com juros de 1,5% am.

• Balanço patrimonial da empresa em 31/12/20X0

QUADRO 7 – BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço Patrimonial

Ativo 31/12/20X0 Passivo 31/12/20X0

Circulante 507.557,00 Circulante 125.000,00


Caixa 2.000,00 Contas a Pagar 125.000,00
Contas a Receber 325.000,00
Estoques - Mat. Prima 30.600,00
Estoques - Prod. Acab. 149.957,00

Não Circulante 4.425.000,00 Patrimônio Líquido 4.807.557,00


Imob. Terrenos 450.000,00 Capital Social 4.190.000,00
Imob. Prédios e Equip. 4.300.000,00 Reservas de Lucros 617.557,00
( - ) Deprec. Acumulada (325.000,00) Lucros Acumulados -

Total do Ativo 4.932.557,00 Total do Ativo 4.932.557,00


FONTE: O autor

Com isso, você percebe como é importante realizar um levantamento


orçamentário de todos os itens dos ativos e passivos da empresa para facilitar a
apuração de um Balanço Patrimonial.

TUROS
ESTUDOS FU

Na Unidade 3 iremos apurar um balanço patrimonial projetado de acordo com


as previsões orçamentárias apresentadas.

88
RESUMO DO TÓPICO 1
Chegamos ao final do Tópico 1 desta unidade. Vamos fazer uma revisão
do que estudamos até agora.

● O uso do sistema de controle orçamentário aumentou nas últimas décadas,


comprovando sua eficácia nas empresas, apesar de sua complexidade.

● Objetivos e planos bem definidos constituem condição indispensável de


sucesso empresarial.

● O plano orçamentário não deve, em hipótese alguma, ser superestimado.

● O orçamento, por si só, não administra coisa alguma, sendo extremamente


dependente de decisões administrativas corretas para o seu efetivo
funcionamento.

● O controle orçamentário envolve a empresa como um todo, exigindo a


participação integral de todos os envolvidos, sem distinção de nível ou de área
de operação.

● A tarefa de coordenar e dirigir o processo orçamentário pode estar relacionada


a um dos executivos de primeira linha da área de finanças: geralmente
o tesoureiro ou o controller, a função específica de diretor, o gerente, ou
coordenador de orçamentos. Algumas empresas constituem uma comissão
de orçamento (budget committee), geralmente composta de um coordenador
de orçamento, o presidente da empresa e mais alguns poucos executivos de
primeiro escalão administrativo.

● A rapidez na geração das informações é de grande importância para o processo


de divulgação dos resultados para os gestores.

● A divulgação das informações, mesmo que de forma parcial, pode contribuir


para deixar os gestores a par da situação econômica e financeira da empresa.

● É importante que, ao implantar o plano orçamentário, a direção da empresa e


os demais envolvidos tenham ciência de que o plano é pautado em situações
imagináveis ou previsíveis.

● Para criar os cenários, deve-se efetuar uma “leitura” sobre o comportamento


do mercado.

89
AUTOATIVIDADE

1 Como se comprova a importância do sistema de controle orçamentário na


administração moderna?

2 Quem coordena ou dirige o processo orçamento?

3 Explique o que é uma situação imaginável.

4 De que forma se podem obter os dados para a construção dos cenários?

5 O que são as premissas para a sua elaboração dos orçamentos?

6 Apure as vendas realizadas dos meses de novembro e dezembro de 20X0 de


acordo com os seguintes dados:

DAC Largo: Novembro  Qtde: 420 Preço de Venda Unitário: R$ 320,00.


Dezembro  Qtde: 160 Preço de Venda Unitário: R$ 325,00.
DAC Estreito: Novembro  Qtde: 800 Preço de Venda Unitário: R$ 190,00.
Dezembro  Qtde: 390 Preço de Venda Unitário: R$ 185,00.

7 Elabore o seguinte BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO – 20X1 de


acordo com as contas contábeis a seguir:

Lucros Acumulados: R$ 0,00


Caixa R$ 5.000,00
( - ) Deprec. Acumulada: R$ (480.000,00)
Imob. Prédios e Equip.: R$ 5.250.000,00
Contas a Pagar: R$ 325.000,00
Estoques – Prod. Acab.: R$ 198.000,00
Imob. Terrenos: R$ 542.000,00
Reservas de Lucros: R$ 425.000,00
Estoques – Mat.- Prima: R$ 45.000,00
Capital Social: R$ 5.535.000,00
Contas a Receber: R$ 725.000,00

90
UNIDADE 2 TÓPICO 2

IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS


INDUSTRIAIS

1 INTRODUÇÃO
Bem-vindo(a) ao Tópico 2. Vamos identificar em um orçamento os custos
industriais diretos e indiretos. Para facilitar a compreensão utilizaremos o
exemplo de uma empresa que produz artigos de madeira. É importante o estudo
dos custos industriais, para que se realize uma boa previsão orçamentária desta
área.

Então, vamos à busca deste conhecimento?

2 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS E CUSTOS FIXOS OU


INDIRETOS

2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS


Os custos variáveis ou diretos são aqueles que mantêm uma relação
direta com o volume de produção ou serviço e, consequentemente, podem ser
quantificados e identificados aos produtos ou serviços e valorizados com relativa
facilidade, pois não necessitam de critérios de rateios para serem alocados aos
produtos. São todos os materiais utilizados no processo de transformação para a
obtenção final de um produto novo.

Destacamos que esses materiais têm um volume maior ou menor de


consumo proporcional ao aumento ou redução da produção. Isto significa que
quanto mais a empresa produz, mais custos diretos terá, por isso esse tipo de
custo é chamado de direto ou variável.

91
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

E
IMPORTANT

O termo “variável” é designado aquele custo que varia de acordo com o volume
de produção.

Para facilitar a compreensão do tema, neste Caderno de Estudos


demonstraremos os mais variados tipos de gastos para a produção dos artigos de
madeira de nossa empresa fictícia.

Estes artigos de madeira serão denominados de:

- DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50


- DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50
- D350 - Deck Frisado 50 x 50
- D961 - Deck 100 x 50

No quadro a seguir, observe os principais tipos de materiais diretos


produtivos que compõem os artigos de madeira:

QUADRO 7 – COMPONENTES DA MATÉRIA-PRIMA


Ref. Materia-Prima - Madeira Componentes Valor por Item/Unidade Medidas
100 Deck EUC R$ 1.050,000000 m3
200 Madeira Suporte R$ 850,000000 m3
300 Deck Autoclavado R$ 1.200,000000 m3
400 Cavalete Simples R$ 755,000000 m3
500 Cavalete Reforçado R$ 950,000000 m3
Guarnição/Vista e Mad. fina ( Cerca, suporte,
600 R$ 780,000000 m3
etc )
700 Banco - Madeira R$ 1.250,000000 m3
800 Dobradiça 2" R$ 0,250000 pç
900 Cavilha 8 x 60 R$ 0,002000 ml
1000 Cavilha 10 x 60 R$ 0,002500 ml
1100 Rodízios 3263-24 R$ 0,680000 cento
1200 Rodízios 3863-24 R$ 0,750000 cento
1300 Cola R$ 6,250000 kg
1400 Pino T32 R$ 0,006000 cx c/ 2500 pç.
1500 Pino T25 R$ 0,005000 cx c/ 2500 pç.
1600 Parafuso 3,5 x 16 R$ 0,009000 cento
1700 Corrente s/ fim nº 7 R$ 0,900000 mt
1800 Pé de Ferro R$ 35,000000 pç
1900 Pé de plástico R$ 10,000000 pç
2000 Perfil plástico R$ 6,500000 mt
2100 Tampa Perfil R$ 0,800000 pç

FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 69)

92
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

No quadro anterior identificamos os componentes diretos de materiais


para o processo produtivo dos artigos de madeira. Para Padoveze (2009b, p. 402),
os materiais diretos são:
[...] os materiais necessários, com suas respectivas quantidades, para
produzir determinado produto, são evidenciados na estrutura do
produto. Normalmente esses dados são originados pela engenharia de
desenvolvimento de produtos, quando da feitura do projeto original,
mais as suas atualizações.

Tomamos o cuidado de separar cada tipo de componente por códigos


de referência para facilitar a identificação do custo na elaboração das fichas de
produção e, consequentemente, o orçamento de gastos:

Ref. 100  Deck EUC  Valor R$ 1.050,00.

ATENCAO

Observe que alguns itens desses componentes possuem preços com cinco
casas decimais após a vírgula. Isso acontece porque determinados produtos têm seus preços
unitários tão reduzidos que é impraticável aplicar seus respectivos preços com duas casas
decimais. O resultado seria R$ 0,00 e não justificaria o seu cálculo.
Exemplo: Ref. 1500  Pino T25  Valor R$ 0,00500.

2.2 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS


Os custos fixos ou indiretos são aqueles custos que permanecem constantes
em determinada capacidade instalada de produção, independente do volume de
produção. Consequentemente, não são identificados como custos de produção do
período, mas como custos de um período de produção.

E
IMPORTANT

O custo de um período de produção pode ser a depreciação de uma máquina


industrial ou o salário da administração da fábrica. Isso quer dizer que esses dois tipos de
custos existirão na empresa havendo ou não produção durante o mesmo período. Por esse
motivo, ele se chama fixo (sempre vai existir) e indireto (pois não é aplicado diretamente no
produto).

93
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Como esse tipo de custo não é identificável ao produto, não há uma


medida objetiva de consumo, existindo a necessidade de distribuir o custo através
de rateio que é, na maioria das vezes, decisão arbitrária.

São exemplos de custos indiretos o aluguel, o material de consumo geral


da fábrica e o salário dos encarregados.

Conforme Crepaldi (1998, p. 59), os custos fixos ou indiretos “são os que,


para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério
de rateio”.

E
IMPORTANT

O custo fixo ou indireto independe do volume de produção. Exemplo: o valor


mensal do aluguel do prédio ou galpão da fábrica é o mesmo durante um período contratual,
não importando se a empresa produzirá 1.000 ou 1.200 unidades/mês de determinado
produto naquele local.

Esses custos necessitam da utilização de algum critério de rateio ou


distribuição para sua alocação aos produtos, pois não podem ser apropriados de
forma direta nas unidades específicas, ordens de serviços ou produtos e serviços
executados.

Um custo é considerado indireto quando não pode ser identificado


diretamente aos seus portadores finais, isto é, aos objetivos que consomem os
recursos ou às atividades que geraram esses custos. Geralmente, são comuns a
dois ou mais objetos de custeio e são formados pelos seguintes elementos:

a) Materiais indiretos: é o material empregado nas atividades auxiliares da


produção cuja pertinência ao produto inexiste ou é praticamente nula.

Exemplo: os materiais utilizados pela manutenção da fábrica, material de


expediente, material de segurança e ferramentas de consumo.

b) Mão de obra indireta: é todo o trabalho realizado no setor de fabricação não


pertinente especificamente a algum produto, compreendendo os trabalhos
auxiliares ou de assessoramento em determinada produção. Pode-se dizer que
a mão de obra indireta engloba, principalmente, trabalhos relacionados com
o controle e o planejamento da produção, tais como aqueles desenvolvidos
por apontadores, programadores, controladores, encarregados de produção,
supervisores, almoxarifes, entre outros.

94
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

c) Outros custos indiretos: são os demais gastos com itens que também participam
do processo produtivo, mas não se identificam diretamente com o produto.
Exemplo: depreciação de equipamentos, seguros do prédio industrial, energia
elétrica e aluguel.

UNI

Rateio Critério de rateio significa adotar uma forma de “dividir” esses custos
fixos pela quantidade de volume de produção, ou horas totais disponíveis dos funcionários
contratados pela fábrica, ou peso total do volume de produção realizado, entre outras
formas possíveis.

2.2.1 Principais características dos custos fixos ou indiretos


Vamos verificar as principais características dos custos fixos ou indiretos,
que são as seguintes:

● O valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de volume


de produção. Se a produção for zero, o gasto existe, se a produção for 1.000
unidades, o valor do gasto continuará sendo o mesmo.

● O valor por unidade produzida varia à medida da variação no volume de


produção, por se tratar de um valor fixo total diluído por uma quantidade maior
ou menor de produção. Supondo que os custos fixos ou indiretos totalizam R$
10.000,00 e em um determinado período a empresa produz 1.000 unidades, o
custo fixo ou indireto unitário será de R$ 10,00, mas se no próximo período a
empresa produzir 900 unidades, o custo indireto unitário será de R$ 11,11. Em
outras palavras, o valor do custo fixo ou indireto por unidade será maior ou
menor conforme o volume de produção.

● Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria


das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. Essa alocação
(critérios de rateio) pode ser efetuada de diversas formas. Vejamos dois exemplos:
podemos dividir o valor da fatura da água pelo número de colaboradores e o
valor da fatura da internet pode ser dividido pela quantidade de usuários. Esses
critérios devem ser definidos pela administração e variam de uma empresa para
outra, procurando-se utilizar o que melhor se adapta à sua realidade.

95
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

UNI

Uma característica que pode facilitar o trabalho de diferenciar os custos fixos


ou indiretos dos custos variáveis ou diretos é a necessidade de a empresa industrial adotar
qualquer forma de rateio dos produtos.

2.3 EMBALAGEM E ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO


Além dos materiais diretos nos produtos, as embalagens também são
consideradas no processo produtivo. Mas o que são as embalagens?

ATENCAO

As embalagens e os demais componentes diretos dos produtos são utilizados


na sua produção.
Lembre-se: custos são todos os gastos necessários aplicados aos produtos até deixá-los
em condições de vendas. E as embalagens são materiais utilizados para acondicionar os
produtos e transportá-los ao consumidor final de forma segura, sem danos ou acidentes.

No caso do processo de industrialização dos quatro produtos (DAC622,


DAC615, D350, D961) utilizados no estudo desta unidade, os tipos de componentes
das embalagens seguem conforme o quadro a seguir:

96
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

QUADRO 9 – COMPONENTES DAS EMBALAGENS


Ref. Embalagem - Componentes Valor por Item Medidas
2200 Stretch R$ 8,500000 kg
2300 Bobina de Papelão R$ 2,500000 kg
2400 Fpp/para Amarração R$ 0,050000 pç
2500 Fita Gomada R$ 0,080000 pç
2501 Embalagem Banco FG 45 e Massol 54 R$ 2,500000 750 x 550 x 140
2502 Embalagem Banco FG 150 R$ 4,800000 1510 x 750 x 090
2503 Embalagem Banco FG 180 R$ 5,500000 1810 x 750 x 090
2504 Embalagem Banco Massol 150 R$ 3,800000 1510 x 545 x 085
2505 Embalagem Banco Massol 180 R$ 4,500000 1810 x 545 x 085
2506 Embalagem Caixa de Flores 42 R$ 1,800000 445 x 445 x 15
2507 Embalagem Caixa de Flores 36 R$ 1,700000 400 x 360 x 15
2508 Embalagem Caixa de Flores 28 R$ 1,600000 285 x 285 x 15
2509 Embalagem Suporte de Vaso Liso 22 Red R$ 0,800000 230 x 220 x 220
2510 Embalagem Suporte de Vaso 22 Quad. R$ 0,800000 320 x 220 x 220
2511 Embalagem Suporte de Vaso 28 Red R$ 0,800000 230 x 280 x 280
2512 Embalagem Suporte de Vaso 28 Quad R$ 1,150000 320 x 280 x 280
2513 Embalagem Suporte de Vaso 34 Red R$ 1,500000 240 x 350 x 370
2514 Embalagem Suporte de Vaso 34 Quad R$ 1,400000 320 x 340 x 340
2515 Embalagem Suporte de Vaso Frisado 22 Red R$ 0,900000 260 x 220 x 220
2516 Embalagem Suporte de Vaso 22 Quad. R$ 0,950000 360 x 220 x 220
2517 Embalagem Suporte de Vaso 28 Red R$ 1,100000 260 x 280 x 280
2518 Embalagem Suporte de Vaso 28 Quad R$ 1,200000 360 x 280 x 280
FONTE: Adaptado de Knuth (2009, p. 70)

Observe que no quadro anterior tivemos o cuidado de atribuir um código


de referência para a identificação nas fichas de produção.

Ref. 2300  Bobina de Papelão  Valor R$ 2,50 (por kg).


Ref. 2400  Fpp para amarração  Valor R$ 0,05 (pç).
NOTA: Fpp  Fita de polipropileno.

Você deve observar que além dos números de referências para a melhor
localização dos tipos de embalagens a serem utilizados nos produtos, os valores
por itens também deverão ser distribuídos de acordo com as medidas de cada
produto consumido.

No quadro a seguir existem mais alguns tipos de componentes que são


consumidos no processo industrial. Esses componentes são chamados de etiquetas
de identificação e são necessários para facilitar a identificação e armazenagem
dos produtos.

97
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

QUADRO 10 – ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO

Ref. Etiquetas/Identifição Valor por item Medidas


2600 Ribbon R$ 0,002000 pç
2700 Etiqueta produto R$ 0,020000 ml
2800 Etiqueta volume R$ 0,030000 ml

FONTE: Extraído e adaptado de Knuth (2009, p. 71)

As etiquetas de identificação são importantes para o cliente ou a


transportadora identificar os tipos de produtos ou os volumes constantes
durante o processo de transporte. Assim, quebras, avarias e péssimas condições
de transporte poderão ser evitadas, pois as etiquetas de identificação ajudam a
evitar esses problemas.

Salienta-se que estas etiquetas de identificação devem estar bem visíveis


nos produtos e conter informações sobre as características dos produtos, de modo
a auxiliar na prevenção de problemas durante o transporte, como as seguintes:

● Peso máximo por produto em cada embalagem.


● Empilhamento máximo permitido.
● Condições de fragilidade do produto, entre outros.

Nosso próximo item de estudo é a mão de obra direta e indireta. Vamos lá?

2.4 MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA


Além dos materiais diretos e indiretos, das embalagens dos produtos e
das etiquetas de identificação, outro item importante que deve ser identificado
nos custos durante o processo industrial da empresa é a mão de obra direta.

Vejamos a contribuição de Padoveze (2009b, p. 403) sobre esse assunto:

Normalmente, a mão de obra direta padrão é determinada pela


quantidade de horas necessárias do pessoal, ou da quantidade de
funcionários diretos, em todas as áreas do processo de fabricação do
produto.
[...] A base para a valorização dos custos de mão de obra direta deve
incluir toda a remuneração dos trabalhadores mais os encargos sociais
de caráter genérico.

A mão de obra direta é identificada na folha de pagamento da empresa,


que apresenta os valores com os encargos sociais, além dos valores dos salários
de todos os funcionários ligados diretamente à produção. Esses encargos sociais
são a provisão do 13º salário, o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço),
férias e adicional de 1/3 sobre as respectivas férias.

98
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

No exemplo deste nosso Caderno de Estudos utilizaremos alguns nomes


fictícios para designar os funcionários da empresa, com o propósito de avaliar
alguns aspectos importantes da folha de pagamento da empresa.

ATENCAO

Os gastos diretos estão relacionados aos gastos com o pessoal empregado


na fábrica, e os gastos indiretos estão relacionados com o pessoal empregado na área
administrativa.

TUROS
ESTUDOS FU

Há necessidade de separar os gastos com mão de obra direta e mão de obra


indireta, pois a mão de obra direta tem relação com a produção do produto e é utilizada no
cálculo da margem de contribuição. Os gastos com a mão de obra indireta não têm relação
com o processo produtivo. Identificaremos isso na ficha técnica e aplicação dos custos, que
estudaremos no Tópico 4 desta unidade.

A tabela a seguir se refere à folha de pagamento do nosso exemplo de


estudos.

TABELA 1 – CUSTO DE MÃO DE OBRA (SALÁRIO E BENEFÍCIOS)


CUSTO DE MÃO DE OBRA
Funcionários Salário Vale-Transporte Cesta Básica Plano de Saúde
1 Eduardo R$ 1.500,00 R$ 132,00 R$ 65,00 R$ 190,00
2 Vilson R$ 1.450,00 R$ 132,00 R$ 65,00 R$ 190,00
3 Pedro R$ 1.300,00 R$ 132,00 R$ 65,00 R$ 190,00
4 Osmar R$ 1.410,00 R$ 132,00 R$ 65,00 R$ 190,00
DIRETOS Fábrica R$ 5.660,00 R$ 528,00 R$ 260,00 R$ 760,00
1 Osvaldo R$ 2.100,00 R$ - R$ - R$ -
2 Vitor R$ 1.950,00 R$ - R$ - R$ -
3 José R$ 1.600,00 R$ - R$ - R$ -
INDIRETOS Administrativo R$ 5.650,00 R$ - R$ - R$ -

TOTAL R$ 11.310,00 R$ 528,00 R$ 260,00 R$ 760,00

FONTE: Adaptado de Knuth (2009, p. 72)

99
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Podemos identificar os gastos diretos e indiretos sobre a folha de


pagamento com sete funcionários:

• Salário: Direto  R$ 5.660,00


• Salário: Indireto  R$ 5.650,00
• Salário: Total  R$ 11.310,00
• Vale-transporte: Direto  R$ 528,00
• Vale-transporte: Indireto  R$ 0,00
• Vale-transporte: Total  R$ 528,00
• Cesta Básica: Direto  R$ 260,00
• Cesta Básica: Indireto  R$ 0,00
• Cesta Básica: Total  R$ 260,00
• Plano de Saúde: Direto  R$ 760,00
• Plano de Saúde: Indireto  R$ 0,00
• Plano de Saúde: Total  R$ 760,00

E
IMPORTANT

− Salário é o valor base que o funcionário recebe da empresa pelo trabalho


efetuado.
− Vale-transporte é um valor fixo determinado para cada funcionário da empresa.
− Cesta básica é um prêmio de assiduidade para quem não falta em nenhuma atividade da
empresa. Absenteísmo zero.
− Plano de saúde é um plano de saúde privado que as empresas podem oferecer como
benefício adicional aos seus empregados. Os gastos diretos com o plano de saúde
relacionados na tabela anterior referem-se aos gastos da folha de pagamento com o pessoal
da fábrica, ligado diretamente à produção do período. São gastos diretos de consumo ao
processo industrial.

Na tabela que segue, acompanhe os outros gastos com encargos sociais


que podem compor a folha de pagamento.

100
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

TABELA 2 – CUSTO DE MÃO DE OBRA (ENCARGOS SOCIAIS: FGTS, INSS, 13º SALÁRIO)
CUSTO DE MÃO DE OBRA
Funcionários FGTS INSS 13°-Salário FGTS s/ 13°
1 Eduardo R$ 120,00 R$ 300,00 R$ 125,00 R$ 10,00
2 Vilson R$ 116,00 R$ 290,00 R$ 120,83 R$ 9,67
3 Pedro R$ 104,00 R$ 260,00 R$ 108,33 R$ 8,67
4 Osmar R$ 112,80 R$ 282,00 R$ 117,50 R$ 9,40
DIRETOS Fábrica R$ 452,80 R$ 1.132,00 R$ 471,67 R$ 37,73
1 Osvaldo R$ 168,00 R$ 420,00 R$ 175,00 R$ 14,00
2 Vitor R$ 156,00 R$ 390,00 R$ 162,50 R$ 13,00
3 José R$ 128,00 R$ 320,00 R$ 133,33 R$ 10,67
INDIRETOS Administrativo R$ 452,00 R$ 1.130,00 R$ 470,83 R$ 37,67
TOTAL R$ 904,80 R$ 2.262,00 R$ 942,50 R$ 75,40
Fonte: Extraído e adaptado de Knuth (2009, p. 73)

Antes de prosseguirmos, vejamos o que estabelece a tabela do INSS válida


a partir do mês de janeiro de 2012.

E
IMPORTANT

Essa tabela do INSS é para o desconto em folha do funcionário, e esse desconto


não é custo para a empresa.

TABELA 3 – INSS PARA O ANO DE 2012 ATUALIZADA

Alíquota para fins de


Salário de contribuição (R$)
recolhimento ao INSS (%)

Até 1.174,86 8,00

De 1.174,87 até 1.958,10 9,00

De 1.958,11 até 3.916,20 11,00

FONTE: Disponível em: <http://www.tabelainss.com/>. Acesso em: 31 jan. 2012.

101
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Para a Receita Federal do Brasil é considerado CUSTO DE INSS referente


à folha de pagamento para as empresas o seguinte:

1.1 Empresa ou Equiparado


– 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas
ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços.
(RECEITA FEDERAL, 2012, p. 1, grifos nossos).

Prosseguindo com os cálculos dos custos trabalhistas, observe que,


conforme a Tabela 7, é possível identificar os gastos com encargos sociais,
conforme a seguir:

• FGTS: Direto  R$ 452,80


• FGTS: Indireto  R$ 452,00
• FGTS: Total  R$ 904,80
• INSS: Direto  R$ 1.132,00
• INSS: Indireto  R$ 1.130,00
• INSS: Total  R$ 2.262,00
• 13º Salário: Direto  R$ 471,67
• 13º Salário: Indireto  R$ 470,83
• 13º Salário: Total  R$ 942,50
• FGTS / 13º Salário: Direto  R$ 37,73
• FGTS / 13º Salário: Indireto  R$ 37,67
• FGTS / 13º Salário: Total  R$ 75,40

E
IMPORTANT

O FGTS é calculado multiplicando-se o valor do salário base por 8%.


O INSS é calculado multiplicando-se o valor do salário base por 20% (é um custo sobre a
folha de pagamento).
O 13º salário é calculado multiplicando-se o salário base por 12.
O FGTS s/ 13º salário é o valor da provisão do 13º salário x 8%.

Na tabela a seguir vamos identificar o INSS s/13º salário, férias, FGTS s/


férias e INSS s/ férias, que são gastos adicionais que os funcionários têm direito
sobre seus salários. Podem ser classificados como gastos diretos ou indiretos, de
acordo com a aplicação da empresa industrial.

102
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

TABELA 4 – CUSTO DE MÃO DE OBRA (ENCARGOS SOCIAIS: INSS S/ 13º SALÁRIO, FÉRIAS,
FGTS S/ FÉRIAS E INSS S/ FÉRIAS)
CUSTO DE MÃO DE OBRA
Funcionários INSS s/ 13° Férias FGTS/Férias INSS/Férias
1 Eduardo R$ 25,00 R$ 125,00 R$ 10,00 R$ 25,00
2 Vilson R$ 24,17 R$ 120,83 R$ 9,67 R$ 24,17
3 Pedro R$ 21,67 R$ 108,33 R$ 8,67 R$ 21,67
4 Osmar R$ 23,50 R$ 117,50 R$ 9,40 R$ 23,50
DIRETOS Fábrica R$ 94,33 R$ 471,67 R$ 37,73 R$ 94,33
1 Osvaldo R$ 35,00 R$ 175,00 R$ 14,00 R$ 35,00
2 Vitor R$ 32,50 R$ 162,50 R$ 13,00 R$ 32,50
3 José R$ 26,67 R$ 133,33 R$ 10,67 R$ 26,67
INDIRETOS Administrativo R$ 94,17 R$ 470,83 R$ 37,67 R$ 94,17
TOTAL R$ 188,50 R$ 942,50 R$ 75,40 R$ 188,50

FONTE: Adaptado de Knuth (2009, p. 74)

Observe que os gastos se apresentam da seguinte forma:

• INSS s/ 13º Salário: Direto  R$ 94,33


• INSS s/ 13º Salário: Indireto  R$ 94,17
• INSS s/ 13º Salário: Total  R$ 188,50
• Férias: Direto  R$ 471,67
• Férias: Indireto  R$ 470,83
• Férias: Total  R$ 942,50
• FGTS s/ Férias: Direto  R$ 37,73
• FGTS s/ Férias: Indireto  R$ 37,67
• FGTS s/ Férias: Total  R$ 75,40
• INSS s/ Férias: Direto  R$ 94,33
• INSS s/ Férias: Indireto  R$ 94,17
• INSS s/ Férias: Total  R$ 188,50

E
IMPORTANT

O INSS s/13º salário é o valor da provisão do 13º salário x 20%.


O valor das férias é calculado tomando-se o salário base/por 12.
O FGTS s/férias é o valor da provisão das férias x 8%.
O INSS s/férias é o valor da provisão das férias x 20%.

Na próxima tabela analisaremos mais alguns encargos que incidem sobre


a folha de pagamento e dos quais os funcionários têm direitos sobre seus salários,
que são os seguintes: 1/3 das férias, FGTS sobre 1/3 das férias e INSS referente a
1/3 das férias. Também podem ser classificados como gastos diretos ou indiretos,
de acordo com a aplicação da empresa industrial.
103
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

TABELA 5 – CUSTO DE MÃO DE OBRA (ENCARGOS SOCIAIS: 1/3 S/FÉRIAS, FGTS 1/3 S/FÉRIAS E
INSS 1/3 S/FÉRIAS)
CUSTO DE MÃO DE OBRA
Funcionários 1/3 Férias FGTS 1/3 Férias INSS 1/3 Férias GERAL
1 Eduardo R$ 41,67 R$ 3,33 R$ 8,33 R$ 2.680,33
2 Vilson R$ 40,28 R$ 3,22 R$ 8,06 R$ 2.603,89
3 Pedro R$ 36,11 R$ 2,89 R$ 7,22 R$ 2.374,56
4 Osmar R$ 39,17 R$ 3,13 R$ 7,83 R$ 2.542,73
DIRETOS Fábrica R$ 157,22 R$ 12,58 R$ 31,44 R$ 10.201,51
1 Osvaldo R$ 58,33 R$ 4,67 R$ 11,67 R$ 3.210,67
2 Vitor R$ 54,17 R$ 4,33 R$ 10,83 R$ 2.981,33
3 José R$ 44,44 R$ 3,56 R$ 8,89 R$ 2.446,22
INDIRETOS Administrativo R$ 156,94 R$ 12,56 R$ 31,39 R$ 8.638,22
TOTAL R$ 314,17 R$ 25,13 R$ 62,83 R$ 18.839,73

FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 75)

Observe que os gastos se apresentam da seguinte forma:

- 1/3 s/ Férias: Direto  R$ 157,22


- 1/3 s/ Férias: Indireto  R$ 156,94
- 1/3 s/ Férias: Total  R$ 314,17
- FGTS 1/3 s/ Férias: Direto  R$ 12,58
- FGTS 1/3 s/ Férias: Indireto  R$ 12,56
- FGTS 1/3 s/ Férias: Total  R$ 25,13
- INSS 1/3 s/ Férias: Direto  R$ 31,44
- INSS 1/3 s/ Férias: Indireto  R$ 31,39
- INSS 1/3 s/ Férias: Total  R$ 62,83

E
IMPORTANT

O adicional 1/3 s/férias é exigido por lei, sendo calculado pelo valor da provisão
das férias / 3. O FGTS 1/3 s/férias é o valor da provisão de 1/3 das férias x 8%. O INSS 1/3 s/
férias é o valor da provisão de 1/3 das férias x 20%.

Com todas essas informações constadas na tabela anterior, é possível


apurar o valor TOTAL da folha de pagamento. Mas é necessário somar todos os
tipos de gastos apurados em diretos e indiretos. O resultado final será o seguinte:

• Geral: Direto  R$ 10.201,51


• Geral: Indireto  R$ 8.638,22
• Geral: Total  R$ 18.839,73

104
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

O valor da folha de pagamento, incluindo todos os encargos sociais,


representa o valor final de R$ 18.839,73 mensais. Esse valor é a soma do salário,
vale-transporte, cesta básica e plano de saúde demonstrados na Tabela 1; o FGTS,
INSS, 13º salário e FGTS s/13º salário apresentados na Tabela 2; o INSS s/13º
salário, férias, FGTS s/férias e INSS s/férias demonstrados na Tabela 4; e o 1/3 s/
férias, FGTS 1/3 s/férias e o INSS 1/3 s/férias da tabela anterior.

Os valores dos salários-base dos funcionários apresentados na tabela


anterior eram de R$ 11.310,00. Como o valor total da folha de pagamento foi
apurado no valor de R$ 18.839,73, houve um acréscimo de custos na folha de
pagamento geral na ordem de R$ 7.529,73, por causa do 13º salário, das férias,
de seus encargos sociais e também dos encargos sociais sobre o salário base. Isto
representa um impacto adicional de 66,5759 % (R$ 7.529,73 / 11.310,00 = 66,5759%).

Se você preferir adicionar o percentual de 66,5759% sobre o valor da folha


de pagamento, então terá a seguinte operação: R$ 11.310,00 x 66,5759% = R$
7.529,73.

Caso queira adicionar o resultado encontrado com o valor inicial, o valor


total do salário base dos funcionários será R$ 18.839,73.

Agora que você já sabe o valor total da folha de pagamento, precisamos


identificar a quantidade de horas disponíveis da empresa. Isto é o que estudaremos
no próximo item.

2.5 HORAS DE PRODUÇÃO DISPONÍVEIS


Nesta etapa do Caderno de Estudos identificaremos a capacidade de
horas disponíveis para a produção. Já identificamos os tipos de produtos para
a nossa base de estudos e os valores da folha de pagamento dos funcionários
diretos (área produtiva) e indiretos (área não produtiva). As horas de produção
estão disponíveis na tabela a seguir:

TABELA 6 – HORAS DISPONÍVEIS DE PRODUÇÃO

Horas Semana Número de Semanas Nível de Aproveitamento Horas Úteis

40,00 4,25 90% 153,00

Funcionários 4

Total de Horas Disponíveis 612,00

FONTE: Knuth (2009, p. 77)

105
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

A tabela anterior apresenta as horas disponíveis dos funcionários ligados


diretamente à produção (Eduardo, Vilson, Pedro e Osmar), totalizando 40 horas
semanais cada um. Como um mês possui cerca de 4,25 semanas, com um nível de
aproveitamento de 90% das horas dos funcionários, calculamos um total de 153
horas por funcionário de centro produtivo direto.

● Horas úteis: 40,00 (horas por semana) x 4,25 (número de semanas) x 0,90 (nível
de aproveitamento) = 153 horas úteis.
● Total de horas disponíveis: 153 (horas úteis) x 4 funcionários diretos na fábrica
= 612 horas totais disponíveis.

Warren, Reeve e Fess (2001, p. 11, grifos nossos) esclarecem que “[...] o
tempo despendido por um funcionário na fábrica é, normalmente, registrado em
cartão ponto ou cartão de entrada e saída”.

Com quatro funcionários no centro produtivo direto, foi atingido um


total de 612 horas disponíveis para a produção dos quatro produtos - DAC622,
DAC615, D350 e D961.

E
IMPORTANT

As 612 horas são disponíveis apenas para os quatro produtos da linha produtiva
da empresa.

2.6 VALOR DO CUSTO/HORA


Você sabe o que é o valor do custo/hora? Nas etapas anteriores aprendemos
a identificar os produtos disponíveis para a linha de produção da empresa, os
componentes que irão compor a matéria-prima dos produtos, as embalagens e as
etiquetas. Também estudamos o valor da folha de pagamento dos funcionários,
que corresponde ao custo da mão de obra.

Então temos:

O valor do custo da Mão de obra Direta – M.O.D. = R$ 10.201,51.


A quantidade das horas disponíveis para a linha de produção da empresa
= 612 horas.
Portanto: M.O.D. R$ 10.201,51/612 horas  R$ 16,66914.

106
TÓPICO 2 | IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS

ATENCAO

Custo da Mão de Obra Direta = R$ 16,66914 por hora de produção.

Isso significa que para cada hora trabalhada de produção a empresa aplica
(gasta) um custo direto com funcionários no valor de R$ 16,66914, incluindo os
valores do salário base, das provisões do 13º salário e das férias e os encargos
sociais aplicados sobre os recursos mencionados.

E
IMPORTANT

Estudamos neste Tópico 2 os custos diretos ou variáveis e os custos indiretos


ou fixos.
Mas qual sua relação com o orçamento?
Na verdade, possui uma estreita relação. Como vendas são as bases para a definição do
orçamento, os custos de produção também têm forte relação. Com as bases dos custos
formadas, é possível calcular as projeções orçamentárias da margem de contribuição,
dos custos por áreas de responsabilidade, do CPV - Custo do Produto Vendido e demais
projeções que estão relacionadas com o gasto industrial.

107
RESUMO DO TÓPICO 2
Chegamos ao final do Tópico 2. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora?

● Os custos variáveis ou diretos são aqueles que mantêm uma relação direta com
o volume de produção ou serviço e, consequentemente, podem ser identificados
com os produtos fabricados.

● Os custos fixos ou indiretos são aqueles custos que permanecem constantes em


determinada capacidade instalada de produção independente do volume de
produção.

● As embalagens, assim como os demais componentes diretos dos produtos que


são utilizados na sua produção, também fazem parte deste processo.

● As etiquetas de identificação são importantes para o cliente ou a transportadora


identificar os tipos de produtos ou os volumes constantes durante o processo
de transporte, evitando problemas com quebras e péssimas condições de
transporte.

● Outro item importante a ser identificado nos custos durante o processo


industrial da empresa é a mão de obra direta, que é identificada através da
folha de pagamento da empresa.

● Os gastos diretos estão relacionados aos gastos com o pessoal empregado na


fábrica, e os gastos indiretos estão relacionados com o pessoal empregado na
área administrativa.

● Há necessidade de separar os gastos com mão de obra direta e mão de obra


indireta, pois a mão de obra direta tem relação com a produção do produto e é
utilizada no cálculo da margem de contribuição. Os gastos com a mão de obra
indireta não têm relação com o processo produtivo.

● Com os valores da folha de pagamento dos funcionários diretos (área


produtiva) e indiretos (área não produtiva), podemos facilmente identificar as
horas disponíveis de produção.

● Também com os valores da folha de pagamento dos funcionários diretos (área


produtiva), apuramos o valor do custo/hora de cada funcionário. Esse é o valor
que será aplicado para cada hora de produção em cada produto que deverá ser
fabricado na empresa industrial.

108
AUTOATIVIDADE

1 Qual é o seu entendimento sobre custos variáveis ou diretos?

2 Que tipo de custos tem relação direta com os produtos?

3 Qual é o único elemento concreto que pode ser fisicamente reconhecido no


produto acabado?

4 Quais são os demais custos que são alocados no produto apenas como
componentes financeiros?

5 O que são os custos indiretos ou fixos?

6 Referente aos custos indiretos ou fixos, apure o valor do custo do aluguel


por unidade de produção, utilizando como critério de rateio o volume de
produção por período.

Valor do Aluguel Mensal: R$ 5.000,00


peças (em
Produção do mês 1: 2500
unidades).
peças (em
Produção do mês 1: 4000
unidades).

valor por
Valor do Custo Fixo mês 1:
unidade.
valor por
Valor do Custo Fixo mês 2:
unidade.

7 De acordo com o resultado apurado na questão 6, se os custos fixos não se


alteram durante o exercício social (ano) da empresa e houver oscilação no
volume de produção física, os valores dos custos fixos unitários tendem a:

8 Quais são os materiais indiretos utilizados nas atividades auxiliares da


produção?

109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 3

IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos estudar o planejamento da produção, conhecer e
apurar a depreciação para os bens industriais e identificar os centros de custos
ou departamentos em que serão alocados os gastos para apuração dos custos dos
produtos. A identificação dos gastos de produção é fundamental para compor o
orçamento dos gastos da área de produção.

2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
A sazonalidade do mercado ocasiona uma demanda muito variada entre
os períodos do ano, tanto em relação às quantidades como em relação ao mix de
produtos, provocando picos de demanda em determinados períodos. Para ajustar a
capacidade produtiva às oscilações na demanda, a empresa pode adotar as seguintes
estratégias: com base em previsões e históricos, variar o nível da força de trabalho por
meio de demissão, contratação e treinamento de funcionários, e utilizar horas extras
nos meses de pico ao invés de carregar estoques de um mês para outro.

Estas decisões estabelecem a capacidade disponível para a produção em


cada mês, que varia de acordo com o número de funcionários e a disponibilidade
de utilização de horas extras.

Cabe salientar que precedem as decisões de dimensionamento e


sequenciamento de lotes de produção. Para isso, o departamento comercial deve
realizar primeiramente uma pesquisa de campo, que resulta em um programa
mensal de necessidades dos clientes. Este programa é desdobrado semanalmente
pelos departamentos comercial e PCP, o qual resulta em uma previsão semanal. Com
esse desdobramento semanal é possível obter uma previsão de demanda inicial, que
serve como ponto de partida para a programação da produção em cada semana.

Portanto, para determinar o que será produzido na primeira semana do


mês, o programador de produção (PCP) considera a previsão inicial da demanda
para aquela semana do mês e eventuais pedidos extras ou cancelamentos que
recebe do departamento comercial. Também considera o saldo disponível ou
estoque inicial, o histórico de vendas de cada produto e eventuais particularidades
relativas a determinados clientes da curva ABC, cujos volumes de compra poderão
ser maiores que a média.

111
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Desta forma, a cada semana as previsões de demanda são reavaliadas


para determinar o que será produzido dentro de um mês fixo.

ATENCAO

De acordo com o histórico de vendas da empresa, a previsão mensal das


necessidades dos clientes geralmente se confirma. Entretanto, é difícil prever como será
a distribuição da demanda ao longo do mês, ou seja, alguns clientes compram produtos
semanalmente, enquanto outros podem fazer seus pedidos na primeira ou na última
semana, por exemplo.

Uma dificuldade do PCP é elaborar um programa de produção que atenda


completamente à demanda semanal, não ultrapassando os limites de capacidade
disponível, com as alternativas de utilizar horas extras ou carregar estoques de
uma semana para outra.

A previsão da demanda mensal, o desdobramento semanal e a


programação de cada semana determinam os tamanhos do lote.

O próximo passo é verificar os limites da capacidade produtiva


considerando a necessidade de utilização das horas extras.

Se existe capacidade disponível para os tamanhos de lote definidos, são


emitidas ordens de fabricação para as unidades produtivas, que, por sua vez,
definem a sequência da produção.

O sequenciamento, durante a semana, é realizado pelo supervisor de


produção, por intermédio das ordens de fabricação (fornecidas pelo PCP) e
verificação de estoque (contagem diária).

O tempo de preparação da linha de produtos para mudar de um lote para


outro pode variar de cinco a dez minutos. Mas isso depende de empresa para
empresa, pois cada empresa tem uma realidade diferente.

No dimensionamento de lotes, a capacidade produtiva é considerada em


termos das horas disponíveis para produção no mês e de uma taxa média de
produção por hora.

Segundo Ritzman e Krajewski (2004, p. 335):

112
TÓPICO 3 | IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

O primeiro passo no processo de planejamento consiste na


determinação das necessidades da demanda para cada período do
horizonte de planejamento [...]. Para os planos de pessoal, o planejador
baseia as previsões de necessidades de pessoal para cada grupo da
força de trabalho em níveis históricos da demanda, no julgamento dos
gerentes e nos pedidos em carteira existentes para serviços.

Não é considerado o fato de que os tempos de preparação são dependentes


da sequência produtiva. Diferentes programas resultam em diferentes sequências,
sendo que algumas podem demandar maior consumo de capacidade devido à
necessidade de mais preparações, podendo inviabilizar alguns programas de
produção. Frequentemente, a empresa tem dificuldades para coordenar com
eficácia o dimensionamento de lotes com o sequenciamento da produção, pois
uma vez definidos os tamanhos de lote, pode não ser possível encontrar uma
sequência de produção que seja viável do ponto de vista da capacidade disponível.

Veja a lista de horas disponíveis para a produção dos itens deste Caderno
de Estudos, no quadro a seguir:

QUADRO 11 – PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO (HORAS DE PRODUÇÃO)

BASE - MENSAL
LINHA - NORMAL
Horas Totais
Previsão de Produção e Vendas Unidades Horas por peça
Consumidas

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 798


0,2500 199,5000
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 650
0,0833 54,1667
D350 - Deck Frisado 50 x 50 850
0,1667 141,6667
D961 - Deck 100 x 50 650
0,3333 216,6667

2948 612,0000

Fonte: Adaptado de: Knuth (2009, p. 84)

Observe que aqui estamos apurando as horas disponíveis de produção


para cada artigo de madeira, conforme o total de horas apurado na Tabela 6 –
horas disponíveis de produção.

O produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 possui uma produção


estimada de 798 unidades com um tempo de produção unitário de 0,2500 horas,
ou 15 minutos (0,15 x 60 minutos = 0,2500 horas).

O produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 possui uma produção


estimada de 650 unidades com um tempo de produção unitário de 0,0833 horas,
ou 5 minutos (0,05 x 60 minutos = 0,0833 horas).

113
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

O produto D622 – Deck Frisado 50 x 50 possui uma produção estimada


de 850 unidades com um tempo de produção unitário de 0,1667 horas, ou 10
minutos (0,10 x 60 minutos = 0,1667 horas).

O produto D961 – Deck 100 x 50 possui uma produção estimada de 650


unidades com um tempo de produção unitário de 0,3333 horas, ou 20 minutos
(0,20 x 60 minutos = 0,3333 horas).

E
IMPORTANT

As horas disponíveis de produção estão relacionadas ao volume de produção,


pois é a demanda de mercado que está sendo absorvida pela empresa.

Encerramos este item do presente tópico de estudos. No próximo item


vamos conhecer a depreciação. A identificação dos gastos com a depreciação se
faz necessária, pois devem compor os custos dos produtos.

3 DEPRECIAÇÃO
Você saberia dizer o que vem a ser depreciação?

Depreciação significa o reconhecimento da perda ou diminuição da


capacidade de geração de caixa dos bens.

Segundo Iudícibus (1998, p. 202), “A depreciação de um período é o custo


amortizado nesse período, assim como a depreciação global de um bem é a parte
do custo amortizado durante a vida útil do bem”.

Esses fenômenos ocorrem em virtude dos seguintes fatores:

● causas físicas: os bens vão perdendo sua eficiência funcional em decorrência do


desgaste pelo funcionamento ou então pela ação do tempo;
● causas funcionais: os bens perdem sua eficiência funcional, ou seja, sua
capacidade de geração de caixa à medida que são superados tecnologicamente;
● causas excepcionais: são situações de excepcionalidade em que os bens perdem
a capacidade de geração de caixa em decorrência de acidentes, incêndios ou
tempestades. São acontecimentos em virtude de fatores que fogem ao controle
humano.

114
TÓPICO 3 | IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

A depreciação dos bens do ativo imobilizado corresponde à diminuição


parcelada do valor dos elementos classificáveis, resultantes do desgaste pelo uso,
da ação da natureza ou de obsolescência normal.

E
IMPORTANT

O tempo de vida útil de um bem será determinado em função do prazo durante


o qual é possível a sua utilização econômica (e a produção de seus rendimentos).

O reconhecimento da perda da capacidade de geração de caixa é tratado


na contabilidade como:

● custo: desgaste ocorrido com os bens utilizados na produção;


● despesa: desgaste ocorrido com os bens cuja utilização não está relacionada à
produção.

Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 194):

A esse respeito, o art. 183, da Lei no 6.404/76, estabelece: a diminuição


de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada
periodicamente nas contas de: a) Depreciação, quando corresponder
à perda do valor dos direitos que tem por objeto bens físicos sujeitos
a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou
obsolescência.

Vejamos algumas das taxas de depreciação dos bens permitidas pelo fisco
brasileiro mais utilizadas na contabilidade:

TIPOS DE BENS PRAZOS ADMITIDOS TAXAS


Computadores e Periféricos 5 anos 20% a.a.
Edifícios 25 anos 4% a.a
Máquinas e Equipamentos 10 anos 10% a.a.
Instalações 10 anos 10% a.a.
Móveis e Utensílios 10 anos 10% a.a.
Veículos 5 anos 20% a.a.

115
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

E
IMPORTANT

Para que se tenha uma tabela completa de todas as taxas de depreciação


aceitas por critérios fiscais, convidamos você a acessar e a pesquisar a Instrução Normativa
nº 162 da Receita Federal do Brasil, conforme endereço eletrônico a seguir:

FONTE: Instrução Normativa SRF nº 162, de 31 de dezembro de 1998.


Disponível em:<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/ant2001/1998/
in16298ane1.htm>. Acesso em: 17 Fev. 2012.

Também a Instrução Normativa nº 130/99 da Receita Federal do Brasil inclui informações


complementares para aplicação das taxas de depreciação dos demais bens.
Convidamos você a acessar e a pesquisar a Instrução Normativa SRF nº 130, de 10 de
novembro de 1999, que altera o Anexo I da Instrução Normativa nº 162, de 31 de dezembro
de 1998, e inclui os seguintes bens, conforme endereço eletrônico a seguir:
FONTE: Instrução Normativa SRF nº 130, de 10 de novembro de 1999. Disponível em:
<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/ant2001/1999/in13099.htm>.
Acesso em: 17 fev. 2012.

3.1 MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO


Para o cálculo da depreciação existem alguns métodos que podem ser
utilizados, como:

a) Método linear ou quotas constantes (baseado na vida útil do bem).


b) Quota anual de depreciação = Valor do bem dividido pelo número de períodos
de vida útil.
c) Soma dos algarismos dos anos, 1+2+3+4+5 = 15.

O método mais utilizado de depreciação é o MÉTODO LINEAR ou método


das quotas constantes. É o mais utilizado pela sua simplicidade de cálculo e por
ser aceito pela legislação fiscal. Caracteriza-se pela utilização de quotas constantes
ou iguais durante a vida útil do bem, sendo a sua parcela distribuída em função
do tempo.

3.2 CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO


O cálculo da depreciação pelo método linear pode ser feito de duas formas:

− Quotas anuais: para apurar a quota anual multiplica-se o valor do bem pela
taxa de depreciação. Nesta forma de cálculo a depreciação é contabilizada somente
uma vez ao ano.
− Quotas mensais: quando a cota for mensal, o seu valor é obtido da divisão do
valor da quota anual por 12. Nesta forma, a depreciação é contabilizada mensalmente.

116
TÓPICO 3 | IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

Vejamos um exemplo:

− Um prédio comprado no valor de R$ 2.100.000,00


− Taxa = 4% a.a. (100% / 25 anos = 4%).
− Valor da Depreciação = R$ 2.100.000,00 X 4 / 100 = R$ 84.000,00
− Valor da Depreciação Anual = R$ 84.000,00
− Valor da Depreciação Mensal = R$ 84.000,00 / 12 meses = R$ 7.000,00

Para o trabalho de apuração dos custos e, consequentemente, a base para o


ORÇAMENTO desses custos relacionados aos quatro produtos (DAC622, DAC615,
D622, D961) que estamos utilizando no processo industrial desta unidade, vamos
realizar um levantamento fictício dos bens da empresa.

ATENCAO

Cada tipo de bem deve ser classificado de acordo com o tempo de vida útil
aceito pelo fisco brasileiro, conforme os prazos admitidos e as taxas estabelecidas.

QUADRO 11 – DEPRECIAÇÃO DOS BENS


BENS Valor R$ Vida Útil/Ano Mês/Ano Meses R$ / Mês
Máquina de embalar R$ 2.500,00 10 12 120 R$ 20,83
Galopa / Plaina Simples R$ 2.800,00 30 12 360 R$ 7,78
Torno Lixador R$ 1.100,00 10 12 120 R$ 9,17
Furadeira Pneumática R$ 8.500,00 30 12 360 R$ 23,61
Transformador R$ 10.000,00 25 12 300 R$ 33,33
Prensa Deck R$ 1.600,00 10 12 120 R$ 13,33
Prensa Cavalete R$ 1.600,00 20 12 240 R$ 6,67
Prensa Painel / Tabuado R$ 2.100,00 20 12 240 R$ 8,75
Equipamentos Pintura
R$ 2.850,00 10 12 120 R$ 23,75
( Pistola, etc )
Esteira de Pintura R$ 4.200,00 10 12 120 R$ 35,00
Destopadeira Pneumática R$ 12.000,00 10 12 120 R$ 100,00
Paleteiras R$ 2.500,00 20 12 240 R$ 10,42
Moldureira 4 faces R$ 32.500,00 20 12 240 R$ 135,42
Máq. De Etiqueta R$ 650,00 10 12 120 R$ 5,42
Serra Múltipla R$ 6.500,00 30 12 360 R$ 18,06
Avanço R$ 2.100,00 15 12 180 R$ 11,67
Pinadeiras Pneumáticas R$ 850,00 10 12 120 R$ 7,08
Parafusadeiras Pneumáticas R$ 850,00 10 12 120 R$ 7,08
Aparelho de Solda R$ 850,00 15 12 180 R$ 4,72
Almoxarifado R$ 22.000,00 20 12 240 R$ 91,67
Computadores etc. R$ 2.850,00 5 12 60 R$ 47,50
Empilhadeira R$ 45.000,00 25 12 300 R$ 150,00
Exaustão R$ 2.600,00 25 12 300 R$ 8,67
Plaina Simples R$ 3.200,00 30 12 360 R$ 8,89

Depreciação Mensal Fábrica R$ 649,64


Depreciação Mensal Administrativo R$ 139,17

Valor total da Depreciação R$ 788,81


FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 88)

117
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Observe que no quadro anterior a depreciação está calculada com base


em quotas mensais, portanto o total de gastos mensais que a empresa tem com a
depreciação dos seus bens é R$ 788,81.

Separando os custos indiretos (gastos na fábrica) e as despesas gerais e


administrativas (gastos na área administrativa), têm-se os seguintes valores:

● Custos indiretos de fábrica: R$ 649,64


● Despesas gerais e administrativas: R$ 139,17
● Despesas totais da depreciação: R$ 788,81

Esses gastos farão parte dos custos dos produtos e devemos criar uma
forma de rateio que, neste Caderno de Estudos, será baseado nas horas disponíveis
de produção.

4 NATUREZA E AVALIAÇÃO DOS CENTROS DE


RESPONSABILIDADES
Neste item do Tópico 3 abordaremos sobre os centros de custos de uma
empresa industrial. Lembre-se de que os exemplos utilizados neste caderno são
propostas com valores e dados fictícios.

4.1 CENTRO DE CUSTO


Segundo Iudícibus (1995, p. 269), centro de custos “[...] é a menor fração
de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de
custos”.

O centro de custos é constituído por uma parcela ou o total de uma área


de atividade de produção, reunindo os seguintes componentes:

● mão de obra;
● máquinas;
● instalações;
● materiais e matérias-primas;
● energia elétrica ou calorífica;
● outros insumos usados ou consumidos na produção.

São apropriados todos os dispêndios do mês, sendo que o desempenho é


avaliado acompanhando-se a evolução do custo de produção. O termo “centros
de custos” pode ter a mesma conotação que departamentos.

118
TÓPICO 3 | IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

4.2 CENTRO DE VENDAS


A atividade comercial da empresa constitui um centro de produtos ou
vendas. Com alguns indicadores, pode-se medir o desempenho dessa atividade,
como os seguintes:

● Vendas realizadas versus metas estabelecidas para um grupo de vendedores.


● Despesas de um escritório de vendas dividido pelo faturamento do mês desse
escritório, ou outro indicador do gênero.

Este conceito é bastante utilizado no ramo comercial de lojas.

4.3 CENTRO DE DESPESAS


As unidades administrativas formam centros de despesas e neles são
apropriados todos os dispêndios do mês, relacionados com a estrutura e a
atividade desses centros. Incluem-se os seguintes:

● as áreas de recursos humanos;


● contabilidade;
● compras;
● faturamento;
● processamento de dados;
● assessoria jurídica;
● vigilância, entre outros.

O desempenho de um centro de despesas pode ser medido comparando-se


os gastos realizados com os orçados, ou então, comparando-os com os preços dos
serviços prestados por empresas terceirizadas existentes no mercado, ou ainda,
medindo-se a evolução da eficiência dos serviços administrativos. Exemplo:
volume de lançamentos contábeis versus número de funcionários da área e assim
por diante.

4.4 CENTRO DE INVESTIMENTOS


O Centro de Investimento (CI) é bastante amplo na atividade empresarial,
estando ligado diretamente ao tamanho da empresa, volume de negócios,
complexidade de atividades e tipo de gestão adotada. A sua avaliação é feita
pela capacidade de produzir ganhos proporcionalmente ao valor investido, com
base em algum conceito que estabeleça esta relação. Algumas questões devem
ser discutidas, visto que o tema centro de investimentos está relacionado com o
retorno de investimentos.

119
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Tipos de investimentos que poderiam ser classificados como centro de


investimentos:

a) Investimento de expansão: quando a empresa amplia sua capacidade de


produção agregando novas unidades produtivas.

b) Investimento de inovação: quando ocorre a substituição de processo produtivo


que pode aumentar a produção ou baratear o custo da unidade produzida.

c) Investimento de ofensivas: quando a empresa faz um investimento para


agregar ao produto algo diferenciado para provocar o mercado. Pode ser um
investimento feito por determinado tempo ou de forma permanente. Exemplo:
automóvel com motor 1.000 cc equipado com ar-condicionado.

d) Investimentos calculados e obrigatórios: apesar de não ser bem um investimento,


mas determinados tipos de empresas estão sujeitas a investimentos calculados
e obrigatórios. Podemos citar a preocupação com a ecologia, que diretamente
nada tem a ver com o processo produtivo, mas os órgãos governamentais
não dão licença de funcionamento sem o cumprimento de determinados
investimentos para a preservação do meio ambiente.

e) Investimentos financeiros: podemos colocar os investimentos no mercado de


ações, na área de imóveis (valorização patrimonial), investimento no mercado
financeiro (Hedge, Swap, Faf, Overnight etc.). Na prática, poderia ser chamado
especulação de mercado. Aqui se avaliam os ganhos obtidos entre o T0 (T zero)
e T1 (T um).

4.5 CENTRO DE LUCRO


Centro de lucro é um segmento da empresa. Para Iudícibus (1995, p. 271),
“[...] é um segmento da empresa, às vezes constituído por uma divisão que é
responsável não apenas por custos (centro de custos), mas também por receitas
e, portanto, por resultados”. No quadro a seguir identificaremos os gastos por
departamentos ou centros de custos.

120
TÓPICO 3 | IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO

QUADRO 12 – GASTOS POR CENTROS DE CUSTOS


CENTROS DE
CONTA
CUSTOS
Fábrica Geral Superv. Indl. ADM. TOTAL
Materiais Diversos de
R$ 1.555,54 R$ 1.555,54
Fábrica
Custos Combustível R$ 455,22 R$ 455,22
Energia Elétrica de
R$ 1.850,60 R$ 1.850,60
Fábrica
Var. Gás Empilhadeira R$ 759,00 R$ 759,00
Afiação R$ 650,00 R$ 650,00
Aluguel de Fábrica R$ 1.650,00 R$ 1.650,00
TOTAL R$ 6.920,36 R$ 6.920,36
FIXOS

Fábrica Geral Superv. Indl. ADM. TOTAL


Despesas Gerais
R$ 0,00 R$ 751,65 R$ 751,65
Escritório
Telefone R$ 0,00 R$ 555,96 R$ 555,96
Celular R$ 0,00 R$ 250,00 R$ 250,00
Água R$ 0,00 R$ 200,00 R$ 200,00
Internet R$ 0,00 R$ 125,00 R$ 125,00
Custos Contabilidade R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00
Despesas Bancárias R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 320,00 R$ 320,00
Fixos Salários Diversos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 8.638,22 R$ 8.638,22
Alvarás e Taxas
R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 150,00 R$ 150,00
Diversas
Benefícios Funcionários R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Depreciação Geral
R$ 649,64 R$ 0,00 R$ 139,17 R$ 788,81
Máquinas
TOTAL R$ 649,64 R$ 0,00 R$ 12.330,00 R$ 12.979,64
R$ 7.570,00 R$ 0,00 R$ 12.330,00 R$ 19.900,00
FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 92)

Observe no quadro anterior que os gastos estão distribuídos por


departamentos. Os gastos relacionados à fábrica geral apresentam um valor
mensal de R$ 7.570,00, enquanto no setor administrativo o valor mensal é de R$
12.330,00. O valor total gasto pela empresa é de R$ 19.900,00.

TUROS
ESTUDOS FU

Os valores relativos à fábrica geral serão alocados aos custos de produção (nas
fichas de produção), e os valores dos custos de produção serão identificados e apurados no
Tópico 4 desta unidade, que estudaremos a seguir.
Toda essa etapa de apuração dos custos de produção é fundamental para a elaboração do
orçamento de produção, que será amplamente estudado na Unidade 3 deste Caderno de
Estudos.

121
RESUMO DO TÓPICO 3
Chegamos ao final do Tópico 3. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora?

● A identificação dos gastos de produção é fundamental para compor o orçamento


dos gastos da área de produção.

● A sazonalidade do mercado ocasiona uma demanda muito variada entre os


períodos do ano, tanto em relação às quantidades como em relação ao mix de
produtos, provocando picos de demanda em determinados períodos. A cada
semana as previsões de demanda são reavaliadas para determinar o que será
produzido dentro de um mês fixo.

● Depreciação significa o reconhecimento da perda ou diminuição da capacidade


de geração de caixa dos bens e pode ser causada por fatores físicos, funcionais
e excepcionais.

● Os gastos por centros de custos têm a finalidade de auxiliar na avaliação do que


cada departamento gera de gastos ou de consumo e, assim, pode-se facilmente
avaliar o que é possível ser eliminado.

● O centro de custos é constituído por uma parcela ou o total de uma área de


atividade de produção, reunindo os seguintes componentes: mão de obra,
máquinas, instalações, materiais e matérias-primas, energia elétrica ou calorífica,
e outros insumos usados ou consumidos na produção. São apropriados todos
os dispêndios do mês. O desempenho é avaliado acompanhando-se a evolução
do custo de produção.

122
AUTOATIVIDADE

1 De acordo com o volume de produção e o tempo gasto em horas para cada


unidade de produção, apure o número máximo de horas que deverão ser
utilizadas na produção.

Previsão de Produção e Vendas Produção Horas por peça Horas Totais

LINHA - NORMAL

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 350 1,1500


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 215 1,2000
D350 - Deck Frisado 50 x 50 155 0,8500
D961 - Deck 100 x 50 185 1,3500

905 TOTAL DE HORAS

2 Com o que as horas disponíveis de produção estão relacionadas?

3 Com suas palavras, o que você pode dizer sobre “depreciação”?

4 O que constitui um centro de custos?

5 O que constitui um centro de vendas?

6 O que é um investimento de expansão?

7 O que é um investimento de inovação?

8 De acordo com os seguintes dados, apure o valor da depreciação:

123
Vida Útil/
BENS Valor R$ Mês/Ano Meses R$ / Mês
Ano
Máquina de embalar R$ 3.000,00 10 12 120
Galopa / Plaina Simples R$ 3.200,00 30 12 360
Torno Lixador R$ 1.200,00 10 12 120
Furadeira Pneumática R$ 9.500,00 30 12 360
Transformador R$ 12.000,00 25 12 300
Prensa Deck R$ 1.750,00 10 12 120
Prensa Cavalete R$ 1.650,00 20 12 240
Prensa Painel / Tabuado R$ 2.200,00 20 12 240
Equipamentos Pintura
R$ 3.000,00 10 12 120
( Pistola, etc )
Pinadeiras Pneumáticas R$ 900,00 10 12 120
Parafusadeiras R$ 900,00 10 12 120
Pneumáticas
Aparelho de Solda R$ 900,00 15 12 180
Almoxarifado R$ 23.500,00 20 12 240
Computadores etc. R$ 2.450,00 5 12 60
Empilhadeira R$ 46.000,00 25 12 300
Exaustão R$ 2.700,00 25 12 300
Plaina Simples R$ 3.300,00 30 12 360

Depreciação Mensal Fábrica


Depreciação Mensal Administrativo

Valor total da Depreciação

124
UNIDADE 2
TÓPICO 4

APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE


VENDA

1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores você estudou o que são centros de custos, gastos
com folha de pagamento, horas disponíveis de produção, entre outros temas.

Agora chegou a hora de você colocar em prática o que foi estudado


nos tópicos anteriores. Vamos identificar o que é uma ficha técnica ou ficha de
produção e apontar os custos dos produtos que conhecemos no terceiro tópico
da Unidade 2.

Com todos os custos apurados, podemos estudar e aprender como apurar


o preço de venda e conhecer quais os principais impactos que existem em relação
aos gastos variáveis na sua formação.

Então, vamos estudar os próximos itens para saber quais são os custos
demonstrados nas fichas técnicas, de acordo com a linha de montagem que
estamos analisando neste Caderno de Estudos.

Primeiramente, precisamos compreender o que é uma ficha técnica.


Vamos lá?

2 FICHA TÉCNICA OU DE PRODUÇÃO


Na ficha técnica ou ficha de produção são apresentados os materiais
e insumos utilizados na produção de determinado produto. Com essa ficha é
possível identificar quais são os custos alocados na produção, de acordo com o
consumo existente.

Os tipos de matéria-prima foram identificados no Tópico 3 desta unidade


e lá você teve acesso aos nomes das matérias-primas que estão sendo consumidos
em cada um deles.

Outro fator que deve ser destacado é o número de horas disponíveis para
a produção e o valor efetivamente gasto em horas de produção, determinado de
acordo com o custo-hora que estudamos no item 2 do Tópico 3 desta unidade -
planejamento da produção.

125
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Veja como é a ficha técnica ou de produção, conforme o quadro a seguir:

QUADRO 14 – FICHA TÉCNICA E APLICAÇÃO DOS CUSTOS (DAC622-DECK AUTOCLAVADO


100X50)

Ficha Técnica e Aplicação dos Custos


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50
Deck p/ Jardim Autoclavado
Pinus - Autoclavado

Ref. Matéria-prima Direta Quantidade Custo por item R$


300 Deck Autoclavado 0,10000 1.200,00000 120,00000
1400 Pino T32 18,00000 0,00600 0,10800
1300 Cola 0,10000 6,25000 0,62500
Custo de Mão de obra (por
5000 0,25000 16,66914 4,16729
hora)

Total Matéria-prima (R$


124,90029
por unidade)
Desperdício (R$ por
6,57370
unidade)
Total Matéria-prima
e Desperdício (R$ por 131,47399
unidade)

Embalagens e Materiais
Ref. Quantidade Custo por item R$
Adicionais
2700 Etiqueta produto 1,00000 0,02000 0,02000
2800 Etiqueta volume 0,25000 0,03000 0,00750
2400 Fpp/para Amarração 0,87000 0,05000 0,04350

Total de Embalagens e
Materiais Adicionais (R$ 0,07100
por unidade)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas R$/Hora R$
Disponíveis)
Custos Gerais Variáveis de
11,30778 2,82695
Fábrica (por hora)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas 2,82695
Disponíveis)

Total Custo Direto (R$ por


134,37194
unidade)

Custos Fixos (por hora) 1,06150 0,26538

Total Custo Geral (R$ por


134,63732
unidade)
FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 96)

126
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Na parte superior da ficha se encontra a descrição do produto que está na


linha de produção, neste caso o DAC622-Deck Autoclavado 100x50.

Existe uma coluna chamada de referência (Ref.), contendo um código que


é utilizado para facilitar a identificação da matéria-prima composta nesta linha
de produção e servir de base para auxiliar no cálculo do seu custo de produção.

No exemplo da ficha de produção existe a referência de número 300, que é o


Deck Autoclavado, com consumo de 0,10000 m3, no preço de R$ 1.200,00 por m3. Isso
perfaz um total de R$ 120,00 de consumo de matéria-prima em Deck Autoclavado.

E
IMPORTANT

No item - materiais diretos - que foi estudado no Tópico 2 da Unidade 2, você


encontrará todos os componentes aplicados na composição dos custos da matéria-prima
(constam no quadro componentes da matéria-prima).
As embalagens constam no mesmo item 2, materiais diretos, no quadro componentes das
embalagens. As etiquetas de identificação constam no mesmo item 2, materiais diretos, no
quadro etiquetas de identificação. Isto se aplica para todos os produtos deste tópico.

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos da matéria-prima:

● Ref. 300  0,10000 x R$ 1.200,00000 = R$ 120,00000


● Ref. 1400  18,00000 x R$ 0,00600 = R$ 0,10800
● Ref. 1300  0,10000 x R$ 6,25000 = R$ 0,62500
● Ref. 5000  0,25000 x R$ 16,66914 = R$ 4,16729
● Total dos Custos Diretos = R$ 124,90029

ATENCAO

Foi atribuído o desperdício de 5% sobre o processo produtivo. Esse desperdício


é alocado ao custo, pois faz parte das operações de produção. Cada empresa possui seu
critério de identificação e alocação dos desperdícios. Isto se aplica para todos os produtos
deste tópico.

● Desperdício  R$ 124,90029 / (1 – 0,05)


● Desperdício  R$ 124,90029 / 0,95 = R$ 131,47399
● Desperdício  R$ 131,47399 - R$ 124,90029 =R$ 6,57370
● Valor Total da Matéria-Prima e Desperdício = R$ 131,47399

127
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos das embalagens e materiais


adicionais:

● Ref. 2700  1,00000 x R$ 0,02000 = R$ 0,02000


● Ref. 2800  0,25000 x R$ 0,03000 = R$ 0,00750
● Ref. 2400  0,87000 x R$ 0,05000 = R$ 0,04350
● Total das Embalagens e Materiais Adicionais = R$ 0,07100

E
IMPORTANT

Os gastos gerais variáveis de fábrica e os custos fixos de fábrica foram estudados


no item 4.5 do Tópico 3 - centro de lucro, e representam, respectivamente:
- Custos variáveis por departamento (fábrica): R$ 6.920,36/612 horas de produção = R$
11,30778 por hora disponível.
- Custos fixos (fábrica): R$ 649,94/612 horas de produção = R$ 1,06150 por hora disponível.
Isto se aplica para todos os produtos deste tópico.

Portanto, faz-se o cálculo do custo industrial do produto em estudo da


seguinte forma:

● Gastos gerais variáveis de fábrica: 0,25000 hora x R$ 11,30778 = R$ 2,82695


● Custos fixos de fábrica: 0,25000 hora x R$ 1,06150 = R$ 0,26538

O custo total de produção é:

Total Matéria-Prima = R$ 124,90029


Total Desperdício = R$ 6,57370
Total Matéria-Prima e Desperdício = R$ 131,47399
Total Embalagens e Materiais Adicionais = R$ 0,07100
Total Custos Variáveis por Departamento = R$ 2,82695 (R$ 11,30778 x 0,25000)
Total Custos Fixos = R$ 0,26538 (R$ 1,06150 x 0,25000)
Total Custo Geral = R$ 134,63732

E
IMPORTANT

Sugere-se utilizar cinco casas decimais após a vírgula para a solução de


eventuais problemas por causa da utilização de valores em pequenas peças, por exemplo,
parafusos, pregos, entre outros. Caso forem utilizadas ferramentas de cálculos como a
planilha Excel ou a calculadora e ocorrerem pequenas diferenças (R$ 0,00001), é normal
em função do arredondamento de casas decimais que foram utilizadas. Isto se aplica para
todos os produtos deste tópico.

128
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Vejamos como é a ficha de produção, conforme o quadro a seguir, para o


próximo produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

QUADRO 15 – FICHA TÉCNICA E APLICAÇÃO DOS CUSTOS (DAC615-DECK AUTOCLAVADO


50X50)

Ficha Técnica e Aplicação dos Custos


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50
Deck p/ Jardim Autoclavado
Pinus - Autoclavado

Ref. Matéria Prima Direta Quantidade Custo por ítem R$


300 Deck Autoclavado 0,15000 1.200,00000 180,00000
1400 Pino T32 23,00000 0,00600 0,13800
1300 Cola 0,05000 6,25000 0,31250
Custo de Mão de obra (por
5000 0,08333 16,66914 1,38904
hora)

Total Matéria Prima (R$ por


181,83954
unidade)

Desperdício (R$ por unidade) 9,57050

Total Matéria Prima e


191,41004
Desperdício (R$ por unidade)

Embalagens e Materiais
Ref. Quantidade Custo por ítem R$
Adicionais
2700 Etiqueta produto 1,00000 0,02000 0,02000
2800 Etiqueta volume 0,25000 0,03000 0,00750
2400 Fpp/para Amarração 0,66000 0,05000 0,03300

Total de Embalagens e
Materiais Adicionais (R$ por 0,06050
unidade)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas R$/Hora R$
Disponíveis)
Custos Gerais Variáveis de
11,30778 0,94228
Fábrica (por hora)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas 0,94228
Disponíveis)

Total Custo Direto (R$ por


192,41282
unidade)

Custos Fixos (por hora) 1,06150 0,08845

Total Custo Geral (R$ por


192,50127
unidade)
FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 99)

129
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Na parte superior da ficha encontra-se a descrição do produto que está na


linha de produção, neste caso o DAC615-Deck Autoclavado 50x50.

Existe uma coluna chamada de referência (Ref.), contendo um código que


é utilizado para facilitar a identificação da matéria-prima composta nesta linha
de produção e servir de base para auxiliar no cálculo do seu custo de produção.

No exemplo da ficha de produção, a referência é o código 300, que é o Deck


Autoclavado, com consumo de 0,15000 m3, no preço de R$ 1.200,00 por m3. Isso
perfaz um total de R$ 180,00 de consumo de matéria-prima em Deck Autoclavado.

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos da matéria-prima:

● Ref. 300  0,15000 x R$ 1.200,00000 = R$ 180,00000


● Ref. 1400  23,00000 x R$ 0,00600 = R$ 0,13800
● Ref. 1300  0,05000 x R$ 6,25000 = R$ 0,31250
● Ref. 5000  0,08333 x R$ 16,66914 = R$ 1,38904
● Total dos Custos Diretos = R$ 181,83954

● Desperdício  R$ 181,83954 / (1 – 0,05)


● Desperdício: R$ 181,83954 / 0,95 = R$ 191,41004
● Desperdício: R$ 191,41004 - R$ 181,83954 = R$ 9,57050
● Valor Total da Matéria-Prima e Desperdício = R$ 191,41004

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos das embalagens e materiais


adicionais:

● Ref. 2700  1,0000 x R$ 0,02000 = R$ 0,02000


● Ref. 2800  0,25000 x R$ 0,03000 = R$ 0,00750
● Ref. 2400  0,66000 x R$ 0,05000 = R$ 0,03300
● Total das Embalagens e Materiais Adicionais = R$ 0,06050

● Gastos gerais variáveis de fábrica: 0,08333 hora x R$ 11,30778 = R$ 0,94228.


● Custos fixos de fábrica: 0,08333 hora x R$ 1,06150 = R$ 0,08845

O custo total de produção é:


● Total Matéria-Prima = R$ 181,83954
● Total Desperdício = R$ 9,57050
● Total Matéria-Prima e Desperdício = R$ 191,41004
● Total Embalagens e Materiais Adicionais = R$ 0,06050
● Total Custos Variáveis por Departamento = R$ 0,94228 (R$ 11,30778 x 0,08333)
● Total Custos Fixos = R$ 0,08845 (R$ 1,06150 x 0,08333)
● Total Custo Geral = R$ 192,50127

Vejamos como é a ficha de produção, conforme o quadro que segue, para


o próximo produto, D350 – Deck Frisado 50 x 50.

130
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

QUADRO 16 – FICHA TÉCNICA E APLICAÇÃO DOS CUSTOS (D350-DECK FRISADO 50X50)

Ficha Técnica e Aplicação dos Custos

D350 - Deck Frisado 50 x 50


Deck p/ Jardim Frisado
EUC - Stain

Ref. Matéria-prima Direta Quantidade Custo por item R$


100 Deck EUC 0,08000 1.050,00000 84,00000
1400 Pino T32 20,00000 0,00600 0,12000
1300 Cola 0,05000 6,25000 0,31250
3100 Stain Jatoba 0,09000 6,90000 0,62100
Custo de Mão de obra (por
5000 0,16667 16,66914 2,77825
hora)

Total Matéria-prima (R$


87,83175
por unidade)
Desperdício (R$ por
4,62272
unidade)
Total Matéria-prima
e Desperdício (R$ por 92,45447
unidade)

Embalagens e Materiais
Ref. Quantidade Custo por item R$
Adicionais
2700 Etiqueta produto 1,00000 0,02000 0,02000
2800 Etiqueta volume 0,25000 0,03000 0,00750
2400 Fpp/para Amarração 0,66000 0,05000 0,03300

Total de Embalagens e
Materiais Adicionais (R$ 0,06050
por unidade)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas R$/Hora R$
Disponíveis)
Custos Gerais Variáveis de
11,30778 1,88467
Fábrica (por hora)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas 1,88467
Disponíveis)

Total Custo Direto (R$ por


94,39964
unidade)

Custos Fixos (por hora) 1,06150 0,17692

Total Custo Geral (R$ por


94,57656
unidade)
FONTE: Extraído e Adaptado de Knuth (2009, p. 101)

131
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Na parte superior da ficha encontra-se a descrição do produto que está na


linha de produção, neste caso o D350-Deck Frisado 50x50.

Existe uma coluna chamada de referência (Ref.), contendo um código que


é utilizado para facilitar a identificação da matéria-prima composta nesta linha
de produção e servir de base para auxiliar no cálculo do seu custo de produção.

No exemplo da ficha de produção identifica-se a referência de número


100, que é o Deck EUC, com consumo de 0,08000 m3, no preço de R$ 1.050,00 por
m3. Isso perfaz um total de R$ 84,00000 de consumo de matéria-prima em Deck
EUC.

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos da matéria-prima:

● Ref. 100  0,08000 x R$ 1.050,00 = R$ 84,00000


● Ref. 1400  20,00000 x R$ 0,00600 = R$ 0,12000
● Ref. 1300  0,05000 x R$ 6,25000 = R$ 0,31250
● Ref. 3100  0,09000 x R$ 6,90000 = R$ 0,62100
● Ref. 5000  0,16667 x R$ 16,66914 = R$ 2,77825
● Total dos Custos Diretos = R$ 87,83175

● Desperdício  R$ 87,83175 / (1 – 0,05)


● Desperdício: R$ 87,83175 / 0,95 = R$ 92,45447
● Desperdício: R$ 92,45447 - R$ 87,83175 = R$ 4,62272
● Valor Total da Matéria-Prima e Desperdício = R$ 92,45447.

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos das embalagens e materiais


adicionais:

● Ref. 2700  1,0000 x R$ 0,02000 = R$ 0,02000


● Ref. 2800  0,25000 x R$ 0,03000 = R$ 0,00750
● Ref. 2400  0,66000 x R$ 0,05000 = R$ 0,03300
● Total das Embalagens e Materiais Adicionais = R$ 0,06050

● Gastos gerais variáveis de fábrica: 0,16667 hora x R$ 11,30778 = R$ 1,88467


● Custos fixos de fábrica: 0,16667 hora x R$ 1,06150 = R$ 0,17692

O custo total de produção é:

● Total Matéria-Prima = R$ 87,83175


● Total Desperdício = R$ 4,62272
● Total Matéria-Prima e Desperdício = R$ 92,45447
● Total Embalagens e Materiais Adicionais = R$ 0,06050
● Total Custos Variáveis por Departamento = R$ 1,88467 (R$ 11,30778 x 0,16667)
● Total Custos Fixos = R$ 0,17692 (R$ 1,06150 x 0,16667)
● Total Custo Geral = R$ 94,57656

132
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Observe como é a ficha de produção, de acordo com o quadro a seguir,


para o próximo produto.

QUADRO 17 – FICHA TÉCNICA E APLICAÇÃO DOS CUSTOS (D961-DECK P/ JARDIM 100X50)


Ficha Técnica e Aplicação dos Custos

D961 - Deck 100 x 50


Deck p/ Jardim
EUC - Stain

Ref. Matéria-prima Direta Quantidade Custo por item R$


100 Deck EUC 0,70000 1.050,00000 735,00000
1400 Pino T32 32,00000 0,00600 0,19200
1300 Cola 0,10000 6,25000 0,62500
3100 Stain Jatoba 0,18000 6,90000 1,24200
Custo de Mão de obra (por
5000 0,33333 16,66914 5,55632
hora)

Total Matéria-prima (R$ por


742,61532
unidade)
Desperdício (R$ por unidade) 39,08502
Total Matéria-prima e
781,70034
Desperdício (R$ por unidade)

Embalagens e Materiais
Ref. Quantidade Custo por item R$
Adicionais
2700 Etiqueta produto 1,00000 0,02000 0,02000
2800 Etiqueta volume 0,25000 0,03000 0,00750
2400 Fpp/para Amarração 1,74000 0,05000 0,08700

Total de Embalagens e
Materiais Adicionais (R$ por 0,11450
unidade)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas R$/Hora R$
Disponíveis)
Custos Gerais Variáveis de
11,30778 3,76922
Fábrica (por hora)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas 3,76922
Disponíveis)

Total Custo Direto (R$ por


785,58406
unidade)

Custos Fixos (por hora) 1,06150 0,35383

Total Custo Geral (R$ por


785,93789
unidade)
FONTE: Adaptado de: Knuth (2009, p. 103)

133
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Na parte superior da ficha encontra-se a descrição do produto que está na


linha de produção, neste caso o D961-Deck p/ Jardim 100x50.

Existe uma coluna chamada referência (Ref.), contendo um código que é


utilizado para facilitar a identificação da matéria-prima composta nesta linha de
produção e servir de base para auxiliar no cálculo do seu custo de produção.

No exemplo da ficha de produção, a referência é o código 100, que é o


Deck EUC, com consumo de 0,70 m3, no preço de R$ 1.050,00000 por m3. Isso
perfaz um total de R$ 735,00000 de consumo de matéria-prima em Deck EUC.

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos da matéria-prima:

● Ref. 100: 0,70000 x R$ 1.050,00000 = R$ 735,00000


● Ref. 1400: 32,00000 x R$ 0,00600 = R$ 0,19200
● Ref. 1300: 0,10000 x R$ 6,25000 = R$ 0,62500
● Ref. 3100: 0,18000 x R$ 6,90000 = R$ 1,24200
● Ref. 5000: 0,33333 x R$ 16,66914 = R$ 5,55632
● Total dos custos diretos = R$ 742,61532

● Desperdício: R$ 742,61532 / (1 – 0,05)


● Desperdício: R$ 742,61532 / 0,95 = R$ 781,70034
● Desperdício: R$ 781,70034 - R$ 742,61532 = R$ 39,08502
● Valor total da matéria-prima e desperdício = R$ 781,70034

Vejamos os cálculos para a apuração dos custos das embalagens e materiais


adicionais:

● Ref. 2700: 1,00000 x R$ 0,02000 = R$ 0,02000


● Ref. 2800: 0,25000 x R$ 0,03000 = R$ 0,00750
● Ref. 2400: 1,74000 x R$ 0,05000 = R$ 0,08700
● Total das embalagens e materiais adicionais = R$ 0,11450

● Gastos gerais variáveis de fábrica: 0,33333 hora x R$ 11,30778 = R$ 3,76922


● Custos fixos de fábrica: 0,33333 hora x R$ 1,06150 = R$ 0,35383

O custo total de produção é:

● Total Matéria-Prima = R$ 742,61532


● Total Desperdício = R$ 39,08502
● Total Matéria-Prima e Desperdício = R$ 781,70034
● Total Embalagens e Mat. Adicionais = R$ 0,11450
● Total Custos Variáveis por Deptº. = R$ 3,76922 (R$ 11,30778 x 0,33333)
● Total Custos Fixos = R$ 0,35383 (R$ 1,06150 x 0,33333)
● Total Custo Geral = R$ 785,93789

Concluímos os cálculos dos custos de produção com base nos exemplos


de produtos utilizados neste Caderno de Estudos.
134
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Outro fator importante para a determinação do sucesso do negócio é


a formação do preço de venda, pois é com ele que a empresa determina a sua
riqueza ou lucro.

E
IMPORTANT

Para fins de elaboração do orçamento da empresa, é importante conhecer os


tipos de preço de venda aplicados no mercado com vistas a estabelecer a política de preço
de venda dos produtos da empresa.

3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA


A formação do preço de venda é uma etapa da comercialização do
produto ou serviço muito importante, uma vez que o preço dos produtos é
relevante nas decisões estratégicas da empresa, sendo necessário acompanhar
o preço praticado no mercado. As decisões tomadas certamente trarão impacto
nos resultados financeiros da empresa e, portanto, precisam ser consideradas na
elaboração do orçamento.

Para determinar o preço dos produtos é fundamental analisar o público


consumidor, a concorrência e estar sempre alerta para a necessidade de se adaptar
às novas tendências de mercado, bem como as possíveis mudanças na política
econômica e os custos com a mão de obra e a tecnologia utilizada, para que um
determinado produto possa chegar ao consumidor. Outro fator importante é o
conhecimento do tipo de mercado em que a empresa atua.

Somente com uma análise eficaz do mercado e dos custos dos produtos
é que o gestor terá condições de definir estratégias de atuação no mercado, para
então determinar o preço que será praticado.

E
IMPORTANT

O custo de fabricação do produto desempenha um papel importante, porque a


empresa não pode vender por um preço abaixo do custo, a não ser em alguma circunstância
especial. E isto tem fundamental importância no processo orçamentário, pois impacta no
planejamento dos resultados da empresa.

135
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Os principais objetivos dos preços são:

- proporcionar a longo prazo o maior lucro possível;


- permitir a maximização lucrativa da participação de mercado;
- maximizar a capacidade produtiva;
- maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo
autossustentável.

Tanto empresas que têm por finalidade o lucro como as que não têm, de
uma forma ou de outra determinam o preço de seus produtos ou serviços. Na
verdade, conforme a atuação no mercado, os preços têm diferentes nomes, como
tarifas, anuidades, mensalidades, aluguéis, entre outros.

Existem situações específicas que requerem maior atenção na determinação


do preço, que são as seguintes:

a) Determinação do preço pela primeira vez, que acontece quando o produto é


distribuído em uma nova região de vendas, quando entra regularmente em
concorrências públicas para novos contratos de trabalho, ou quando a empresa
desenvolve ou adquire um novo produto.
b) Possibilidade de uma alteração no preço por haver dúvida em relação à
demanda e aos custos.
c) Diante da possibilidade do preço aumentar por causa da inflação ou escassez.
d) Quando a concorrência muda de preço, e a empresa precisa decidir
estrategicamente se permanece com seu preço ou não e, se mudar, qual será o
valor.

Um pressuposto básico na formação do preço do produto ou serviço é


o suprimento da necessidade do cliente. É por esta necessidade suprida que o
cliente estará disposto a pagar o preço estipulado ou não.

E
IMPORTANT

Podemos perceber, com o que vimos até agora, que não é a empresa quem
estabelece o preço do produto ou serviço e sim o cliente. Existem mercados em condições
de estrutura de consumo e preços que possuem determinada demanda por produtos, mas
há outros mercados que não possuem essa estrutura. É com base nestes cenários que as
empresas devem definir suas estratégias de preços.

136
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

UNI

Mudanças nos gostos e preferências dos consumidores modificam a estrutura


dos preços. Por este motivo há produtos que possuem margem de lucro bem mais elevada
que outros em função da sua procura. É o mercado que define seu nível de consumo,
exemplo disso são os consumos criados pelas tendências de moda. Em alguns casos, os
gastos com matérias-primas são os mesmos que são utilizados em outro produto que não
está na moda, mas o preço de venda final torna-se elevado por um alto índice de procura.

3.1 POLÍTICA DE PREÇOS


Com certeza, o preço é um fator de decisão de compra. Por isso, a empresa
deve ter clareza em relação ao seu objetivo quando determina o preço de venda
de um produto.

Outros dois fatores devem ser considerados na formação do preço de


venda, que são: acompanhar a concorrência ou diferenciar o produto para fugir
de uma guerra de preços.

É importante estabelecer uma política de preço que proporcione à empresa


um retorno financeiro adequado, pois o mesmo deverá cobrir todos os custos e
despesas da empresa.

3.1.1 Formação do preço de venda


O preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto ou
serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa. Em um mercado
competitivo, os preços são formados pela lei da oferta e procura. Então, dado um
determinado nível de preço no mercado para seu produto ou serviço, a empresa
avalia se seu preço ideal de venda é compatível com aquele vigente no mercado.

É a partir do preço de venda que a empresa cobre seus custos e despesas


e pode obter o lucro almejado, entre outras coisas, para reinvestimentos que
tornem a empresa ainda mais competitiva e eficaz no alcance de seus objetivos.

Atualmente, a formação dos preços tem sido um ponto cada vez mais
importante dentro das organizações, pois os clientes estão mais exigentes quanto
aos produtos ou serviços que desejam adquirir. Nesse sentido, é preciso oferecer
produtos e/ou serviços de qualidade a um preço que os clientes estejam dispostos
a pagar.

Para redução desses custos exige-se um entrosamento estreito com os


fornecedores e uma eliminação de gastos desnecessários.
137
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Como os preços normalmente partem dos consumidores, em vista das


oportunidades de escolha que eles têm devido a uma razoável concorrência de
mercado, as empresas não podem simplesmente montar seus preços com suas
boas margens de lucro.

Diante desses fatos, as empresas, para serem competitivas, precisam


procurar reduzir seus custos de produção e aplicar ferramentas de controle
constantemente para serem bem-sucedidas no alcance dos seus objetivos.

A metodologia dominante de formação de preços consiste na aplicação


de um percentual (mark-up) sobre o custo do produto ou serviço. O percentual de
mark-up é geralmente aplicado sem um embasamento mais profundo. Pode ser
o percentual usado pela empresa líder do setor de mercado ou aquele escolhido
pelo administrador com base na tradição.

O mark up ou taxa de marcação é um multiplicador aplicado sobre o custo


de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. Sua fórmula envolve
impostos sobre venda, despesas financeiras, comissões sobre vendas, despesas
administrativas, despesas de vendas, outras despesas e a margem de lucro
desejada. É um índice muito utilizado para precificação, mas requer um bom
conhecimento da estrutura operacional do empreendimento.

Pode-se utilizar este índice de mark up para o conjunto dos produtos ou


individualmente (para cada produto). Este último seria o mais correto, pois cada
produto possui uma margem de lucro diferenciada devido à sua oferta e procura,
o que acabaria acarretando em diversos índices multiplicadores diferentes,
mesmo que os demais gastos sejam iguais.

Pode-se utilizar a seguinte fórmula para o mark up:

Mark up = 100 / (100 - ( + ......% + ......%))

A representação destes símbolos (+ ......% + ......%) na fórmula significa que


será composta pelo somatório de impostos sobre venda, despesas financeiras,
comissões sobre as vendas, despesas administrativas, despesas de vendas, outras
despesas e a margem de lucro desejada. Todos estes itens serão comparados ao
faturamento e transformados em percentuais.  Os componentes do mark up são
determinados por relações percentuais médias sobre preços de vendas e, em
seguida, aplicados sobre o custo dos produtos.

Após o cálculo do preço de venda da mercadoria pela fórmula do mark


up, o gestor poderá ter certeza de que dentro do preço de venda estarão incluídos
todos os gastos de sua empresa e também a margem de lucro desejada.

Vamos a um exemplo prático!

138
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Vejamos o cálculo do mark up de um conjunto de produtos representados


pelo faturamento total da Empresa Beta Ltda.:

Faturamento médio mensal R$ 200.000,00


Despesas fixas médias mensais R$ 30.000,00 = 15%
Custo unitário produto sem ICMS R$ 50,00

ICMS 17,00 %
Simples nacional 5,00 %
Comissão 8,00 %
Propaganda 3,00 %
Despesas com frete 2,00 %
Perdas estimadas 1,00 %
Financeiras 4,00 %
Margem desejada 10,00 %

ATENCAO

Para encontrar o percentual de 15% referente às despesas fixas médias mensais,


divide-se 30.000,00 pelo faturamento médio mensal de 200.000,00.

Cálculo do mark up

Mark up: 100 / (100 - (17 + 5 + 8 + 3 + 2 + 1 + 4 + 10 + 15 ))


Mark up: 100 / (100 - 65) = 100 / 35 = 2,8571
Preço de venda = R$ 50,00 X 2,8571 = R$ 142,8550

Prova real:

Preço de Venda R$ 142,86


Custo Unitário Produto sem ICMS -R$ 50,00
ICMS -R$ 24,29
Simples Nacional -R$ 7,14
Comissão -R$ 11,43
Propaganda -R$ 4,29
Despesas com Frete -R$ 2,86
Perdas Estimadas -R$ 1,43
Despesas Financeiras -R$ 5,71
Despesas Fixas Médias Mensais -R$ 21,43
Margem de Lucro Desejada R$ 14,28

139
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

Pode-se verificar a margem de lucro desejada de 10% dividindo-se o


resultado final de R$ 14,28 por R$ 142,8550 (preço de venda).

Além de incluir os custos de aquisição ou produção na formação do preço,


a empresa deve inserir os gastos com os tributos sobre o faturamento e o lucro
da empresa. Os principais impostos são: imposto de renda das pessoas jurídicas
(IRPJ), contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), as contribuições ao PIS e
à COFINS, o ICMS e o IPI.

Vejamos um caso prático de como ficaria o preço de venda de um


determinado produto com e sem a inclusão dos gastos com impostos.

Suponhamos que em uma determinada empresa o produto tenha:

a) o custo unitário total = R$ 137,50;


b) a margem de lucro a ser aplicada sobre o preço de custo = 100%;
c) a alíquota do ICMS fixada = 18%;
d) a alíquota do IPI = 20%;
e) as alíquotas não cumulativas do PIS e da COFINS = 1,65% e 7,6%,
respectivamente;
f) o percentual do IRPJ e da CSLL em relação ao valor da receita bruta
operacional do ano anterior = 2,5% e 1,5%, respectivamente.

O Preço de Venda do Produto (PVP) sem o valor dos tributos seria:

PVP = R$ 137,50 + 100%


PVP = R$ 275,00

Contudo, se a empresa fixar o preço de venda (PV) deste produto incluindo


todos os tributos de forma a repassar os gastos para o consumidor, a fórmula será:

PV = PVP + ICMS + PIS + COFINS + IPI + CSLL + IRPJ

a) Cálculo dos tributos IRPJ, CSLL, ICMS, PIS e COFINS

Percentual total de 31,25% = (4% + 27,25%).

O percentual de 27,25% é composto pela alíquota do ICMS (18%) e pelas


alíquotas não cumulativas do PIS (1,65%) e COFINS (7,6%).

E o percentual de 4% é composto pelo percentual do IRPJ (2,5%) e da


CSLL (1,5%) em relação ao valor da receita bruta operacional do ano anterior.

140
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Pode-se utilizar o mark up divisor para calcular o preço de venda sem o


IPI, da seguinte forma:

100% - 31,25% = 68,75%

Vamos utilizar o PVP de R$ 275,00, conforme dados anteriores.

Logo:
PVP =275,00 / 68,75% = 400,00

b) Preço de venda após o cálculo do IPI

R$ 400,00 + 20% = R$ 480,00

Para uma melhor compreensão, vamos decompor o preço de venda de


R$ 480,00.

● Custo unitário total ..................................................................R$ 137,50


● Margem de lucro da empresa 100% ......................................R$ 137,50
● Tributos constantes no preço de venda:

− ICMS (18% x R$ 400,00) .......... R$ 72,00


− PIS (1,65% x R$ 400,00) .......... R$ 6,60
− COFINS (7,6% x R$ 400,00) .... R$ 30,40
− IRPJ e CSLL (4% x R$ 400,00). R$ 16,00
− IPI (20% x R$ 400,00) .............. R$ 80,00 .............................. R$ 205,00

● Valor total da venda (incluindo o IPI) ................................ R$ 480,00

Dessa forma, o valor total da venda fica assim distribuído:

DISTRIBUIÇÃO DO VALOR TOTAL DA VENDA


Elementos Valores R$ %
Valor do Custo 137,50 28,6
Margem de Lucro Bruto (empresa) 137,50 28,6
Tributos (Governo Federal) 205,00 42,8
Valor total da Nota Fiscal 480,00 100

Visualizando a distribuição do valor total da venda, percebe-se o quanto se


tem de gasto com o custo, os tributos e quanto a empresa espera de lucro com a venda
do produto. Mas deve-se atentar para o fato de que, como já vimos anteriormente,
não bastam estas informações, é preciso avaliar o mercado, a concorrência e outros
fatores. Dependendo desta avaliação, pode-se, quando necessário, por uma questão
de estratégia de venda, diminuir o preço, e, por conseguinte, diminuir a margem de
lucro para tornar o produto mais competitivo no mercado.

141
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

3.1.2 Erros na formação do preço de venda


A formação de preços pode ser definida como o processo de apuração do
custo econômico da indústria.

Define-se custo econômico como sendo a soma de todos os materiais


envolvidos no processo de produção de bens e serviços, incluindo o custo
oportunidade do capital investido (os ganhos almejados pelos sócios).

O método de formação de preço com base no mark up sobre o custo


difere daquele baseado no conceito de custo econômico. O primeiro consiste na
apuração do custo de produção ou operação sobre o qual é aplicado o percentual
de mark up desejado.

No cálculo do custo de produção ou operação há uma distorção causada


pelo uso da depreciação linear, que é praticamente um procedimento de uso
bastante generalizado. Embora existam outras distorções importantes, como é o
caso do tratamento dispensado aos custos indiretos.

A depreciação linear considera que recursos financeiros a ela


correspondentes ficam no caixa da empresa com remuneração zero. Uma vez que
esses recursos são continuamente utilizados pela empresa, implicitamente estão
sendo remunerados.

Por esse método, a depreciação corresponde ao valor de uma anuidade


para gerar um valor futuro, considerando a vida útil do bem utilizado e a taxa
de juros que é representada pelo custo-oportunidade de capital da empresa. Este
valor futuro é o valor de reposição do bem.

3.1.3 A equação do preço de venda


Formar o preço de venda é uma tarefa simples, porém exige conhecimento
técnico. Praticar preços de forma aleatória é um risco, pois o concorrente pode
estabelecer estratégia de preço competitivo e, em médio prazo, aplicando margem
de lucro menor, obter melhores resultados.

142
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

E
IMPORTANT

O preço de venda de uma mercadoria pode ser definido com base em três
procedimentos:
Baseado na concorrência, quando se busca conhecer o valor praticado por outras
empresas e aplica-se um diferencial para mais ou para menos.
Baseado em dados técnicos, opção em que a empresa levanta informações sobre o custo
de aquisição da mercadoria, os impostos incidentes sobre o preço de venda, as despesas
comerciais, as despesas financeiras etc., e define o lucro que deseja obter.
Aleatório, quando a empresa define seu preço com base em estimativas de lucros, sempre
considerando a melhor rentabilidade possível.

Destas três opções, é recomendada a definição do preço de venda com base


em dados técnicos, porque é a maneira mais segura e correta. As demais alternativas
podem causar complicações, pois dependem do contexto mercadológico de cada
empresa.

Para muitos empresários, calcular o preço de venda de uma mercadoria é


um desafio constante, por envolver fatores complexos, como a concorrência, por
exemplo. A ausência de critério técnico é a pior maneira de se definir preço.

3.2 TIPOS DE PREÇOS

3.2.1 Estratégias de preços distintos


Vamos buscar em Crepaldi (1998) e Cogan (2002) as definições para
estratégias de preços distintos.

A estratégia de preços distintos ou variáveis é aquela em que diferentes


preços são aplicados a diferentes compradores para o mesmo produto. Vejamos
quais são os tipos de preços nestas condições:

a) Desconto em um segundo mercado: este desconto consiste na venda de um


produto a um preço em um mercado principal, com preço reduzido em um
segmento secundário de mercado (usualmente através de descontos). Isso
frequentemente envolve excesso de inventário ou de capacidade de produção.

b) Desnatação: a desnatação envolve a fixação de um preço relativamente alto,


muitas vezes, no início de vida do produto. O preço é então sistematicamente
reduzido à medida que o tempo passa. Produtos tecnológicos são, muitas vezes,
precipitados desta forma. Essa estratégia se aplica principalmente quando o
produto é inovador e os consumidores estão em dúvida quanto ao seu real valor.

143
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

c) Desconto periódico ou randômico: é a estratégia de preços onde os descontos


são oferecidos ocasionalmente e de forma não previsível.

3.2.2 Estratégias de preços competitivos


Vamos buscar em Crepaldi (1998) e Cogan (2002) as definições para
estratégias de preços competitivos.

a) Igualando a estratégia de competição: é definido como estratégia em que uma


organização estabelece preços iguais aos de seus competidores. Muitas empresas
escolhem essa estratégia para evitar a competição de redução de preços.

b) Cotar por baixo do preço da competição: é a estratégia em que a organização


estabelece preços em níveis inferiores aos dos competidores. Enfatiza o
oferecimento do menor preço entre as alternativas disponíveis (por exemplo,
a maioria das lojas de desconto focaliza o corte para baixo nos preços das lojas
tradicionais de varejo). A esperança é de que volumes elevados com baixas
margens se mostrarão mais rentáveis.

c) Líderes de preços e seguidores: é a estratégia em que organizações com grandes


fatias de mercado e de capacidade de produção (líderes) determinam o nível
de preço. Outras organizações mais fracas no mesmo ramo de atuação irão
segui-las (seguidores).

d) Preço de penetração: isso é feito disponibilizando um preço baixo introdutório


com a intenção de estabelecer o produto rapidamente no mercado. A lógica
envolvida é a de que com o baixo preço rapidamente se conseguirá grande
participação no mercado e seus compradores permanecerão leais ao seu
produto, quando mais tarde o preço será aumentado.

e) Preço predatório: certos preços são estabelecidos por tradições. Esses preços
costumeiros tendem a permanecer imutáveis por um longo período de tempo
(preço do cafezinho, preço do jornal). Neste caso a demanda é elástica acima
do preço tradicional e inelástica abaixo dele. Um aumento de preço acima do
preço de percepção tradicional conduz a uma grande redução nas vendas.

f) Estratégias de precificação por linhas de produtos: objetiva maximizar os


lucros para o total dos produtos da linha, e não, propriamente, obter o maior
lucro possível para um determinado item de uma linha de produtos.

g) Preço cativo: essa é a estratégia onde um produto básico, tal como aparelho
de barbear, é precificado por baixo, mas os lucros dos produtos associados
necessários para o funcionamento do produto básico (lâminas de barbear)
compensam a falta de lucro no produto básico.

144
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

h) Preço isca e preço líder: preço isca é o método de atração de clientes pelo
oferecimento para vendas de itens de baixo preço com a intenção de vender
os produtos mais caros. Disponibilizam-se os produtos mais baratos, mas
utilizam-se métodos de vendas para transferir os clientes para os produtos
mais caros.

3.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO


Nesta análise do composto competitivo, estudaremos a estrutura de
custos e a estratégia e política de mercado.

3.3.1 Estrutura de custos


Para fabricar um produto, as empresas incorrem em uma série de gastos.
O empresário espera recuperar todos os gastos que efetuou, e ainda obter algum
lucro. A estrutura de custos existente constitui um fator decisivo na formação do
preço de venda de um produto, mercadoria ou serviço.

Normalmente, o custo tende a funcionar como o parâmetro que estabelece


o limite inferior do preço de venda.

O cálculo está fundamentado tradicionalmente em dois sistemas de


custeio: o custeio por absorção e o custeio direto. Cada sistema apresenta estruturas
específicas de apuração dos custos, com características próprias, conduzindo, em
consequência, a valores diferentes. Independente, porém, do sistema utilizado,
cabe enfatizar que ele constitui não o único, mas um dos componentes essenciais
da gestão dos preços.

O conhecimento da estrutura de custos do concorrente é fundamental


para o estabelecimento do preço do produto, na medida em que o piso de
preços do mercado é dado pela estrutura de custos dos concorrentes. Se existe
um concorrente cuja estrutura de custos é sensivelmente menor do que a dos
outros participantes do mercado, sabe-se que ele constitui uma ameaça à posição
competitiva dos demais. As grandes redes de supermercados, devido ao seu alto
poder de barganha com os fornecedores, são uma ameaça de preços aos pequenos
varejos de autosserviço, que possuem maiores estruturas de custos relativos.

3.3.2 Estratégia e política de mercado


Outro fator a ser considerado na análise da concorrência é a sua estratégia e
política de mercado. A estratégia de preços refere-se à maneira como o concorrente
determina os seus preços, enquanto a política se relaciona com a maneira como
ele os gere no mercado.

145
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

O concorrente pode, por exemplo, estabelecer preços-prêmio, que criem


e sustentem a imagem de qualidade do produto, enquanto os administra de
maneira agressiva nos canais de distribuição.

O preço determinado pelo fabricante influencia o volume de entrada de


novos concorrentes e as políticas de preços existentes.

3.3.2.1 Produtos
A análise das linhas de produtos do concorrente também é um fator
relevante, pois pode oferecer produtos complementares que provocam uma
percepção de valor agregado maior, estimulando a intenção de compra do
consumidor.

3.3.2.2 Fatores ambientais


Fatores macroambientais afetam consideravelmente a percepção de
preços e não costumam estar sob controle gerencial de nenhuma empresa em
particular, o que significa que atinge a todas. Talvez algumas sejam mais afetadas
que outras, contudo, todas são afetadas.

O governo exerce forte pressão sobre a estrutura de preços da indústria


e das firmas, individualmente. São exemplos de ações do governo que exercem
impacto sobre a empresa: criação, supressão ou majoração de alíquotas de
impostos; legislação ambiental ou sanitária, subsídios, incentivos fiscais à
produção, à exportação, entre outros.

Novas tecnologias de produção, gestão ou comercialização afetam a


estrutura de custos da empresa e/ou a sua capacidade de gerar diferenciais, o que
representa uma ameaça aos demais concorrentes.

LEITURA COMPLEMENTAR

A PROVA DE EIKE

O início da produção de petróleo pela OGX marca uma nova fase nos
negócios do arrojado bilionário brasileiro

Na vida do empresário Eike Batista tudo foi sempre superlativo. A


começar pelo número de irmãos: seis. Sua trajetória empresarial deslanchou em
meados da década de 1980, quando se lançou em múltiplos negócios na área de
mineração no Brasil e no exterior. Em 2005, Batista vislumbrou a oportunidade de

146
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

conseguir recursos para colocar de pé projetos considerados polêmicos e orçados


em muitos bilhões de dólares, se aproveitando da efervescência da bolsa de
valores. Foi nessa época que começou a se consolidar o chamado “Mundo X”, por
causa do hábito do empresário de usar essa letra no nome de batismo de todas as
suas companhias. 

Eike Batista, na sede do grupo, no Rio de Janeiro: "O ano de 2012 será
extraordinário para o grupo EBX"

Como boa parte delas só existia no papel, com exceção da usina Termoceará
e das minas que deram origem à MMX, muitos o acusaram de “vender vento”.
Essas tacadas, porém, foram suficientes para alçá-lo ao posto de o oitavo homem
mais rico do planeta, com um patrimônio de US$ 30 bilhões. Agora, Batista começa
a mostrar aos seus sócios e ao mercado que seus planos sedutores também têm
condições de se tornar negócios viáveis. A colheita se inicia pelo setor de petróleo
e gás. No sábado 28, se tudo ocorreu como o previsto, a OGX começou a produzir
óleo comercialmente no campo de Waimea, na Bacia de Campos, no litoral do Rio
de Janeiro. Como no nascimento de um bebê, Batista mandou anotar a hora, os
minutos e os segundos em que o ouro negro começar oficialmente a jorrar. 

“O ano de 2012 será extraordinário para o grupo EBX”, disse Batista, em


entrevista exclusiva à DINHEIRO (leia mais ao final da reportagem). “Depois das
críticas espero que, agora, venham os parabéns por estarmos entregando o que
foi prometido.” Apesar do tom conciliador, o empresário usou as redes sociais
para dar uma cutucada em quem colocava em dúvida a capacidade da OGX, cujo
cronograma previa que a exploração teria início em outubro de 2011. “Vão todos
beber petróleo quente”, escreveu no Twitter, na segunda-feira 23, referindo-se aos
críticos, respondendo à pergunta de um seguidor. O volume inicial de produção
será expressivo. De imediato vão jorrar entre 15 mil e 20 mil barris diários de óleo. 
 
Até o final do ano, quando os três poços estiverem em atuação, serão cerca
de 50 mil barris por dia, suficientes para situar a empresa como a quinta maior
força do setor no Brasil, atrás de Petrobras, Chevron, Shell e Statoil. “Ao final de
2015 seremos a maior produtora privada do país, com 730 mil barris por dia”,
afirma Paulo Mendonça, diretor-geral da OGX. A primeira fornada será entregue
à anglo-holandesa Shell, que já comprou 1,2 milhão de barris. A extração de
petróleo é apenas uma pequena parte do que vai acontecer em seu conglomerado

147
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

empresarial ao longo de 2012 e 2013, de acordo com Batista. Outras empresas pré-
operacionais do grupo EBX também deverão seguir a trilha da OGX e começar a
gerar caixa nos próximos meses. 
 
A LLX, da área de logística e responsável pela construção do Superporto
de Açu, prevê embolsar R$ 80 milhões em 2012, com o aluguel de áreas para as
indústrias que vão se instalar no local. O porto começa a operar somente em 2013.
A OSX, fabricante de equipamentos navais, receberá pelo arrendamento do navio
para produção e armazenamento de petróleo, usado no campo de Waimea. O
primeiro a ser construído no Brasil em seu estaleiro, no entanto, sairá ao mar apenas
em 2014. No setor de energia, liderado pela MPX, a receita deve subir dos atuais R$
260 milhões, no acumulado de janeiro-setembro de 2011, para R$ 551 milhões, com
a entrada em operação das térmicas de Pecém I e II (CE) e Itaqui (MA). 

Em ação: o navio OSX-1 é a base do Grupo EBX para exploração e


armazenamento de óleo no campo Waimea, na Bacia de Campos.
 
No total, o Grupo EBX, que reúne 13 empresas com tentáculos espalhados
pelos setores imobiliário, de entretenimento e de infraestrutura, deve gerar R$
1 bilhão de Ebitda, que é o lucro desconsiderando os efeitos do pagamento de
juros, impostos, dívidas e amortizações em 2012. “Vamos fechar a década com
uma geração de caixa de R$ 30 bilhões”, afirma Batista. Para atingir esse patamar,
Batista terá de manter o ritmo frenético exibido até aqui. Os investimentos
previstos até o fim de 2020 são estimados na superlativa cifra de R$ 50 bilhões.
O montante será empregado tanto em setores tradicionais, como o de mineração,
em que atua por meio da AUX, quanto em novas áreas, como a produção de
componentes eletrônicos. A prospecção de ouro, aliás, é uma espécie de menina
dos olhos do empresário. 
 
Foi com essa atividade que teve início sua trajetória, em 1980, e lhe rendeu o
apelido de Indiana Jones. Por conta disso, Batista pretende transformar a AUX em
uma nova vedete de seu império. Em menos de dois anos, o valor de seus ativos
cresceu 300%, para US$ 6 bilhões, graças a descobertas que totalizam oito milhões de
onças troy de ouro. Cada unidade equivale a 31,1 gramas. “A AUX já estará madura
148
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

para o IPO em setembro”, afirma. Na lista de novos negócios, alguns já estão


definidos. Um deles é a fábrica de semicondutores para atender os fabricantes
de eletrodomésticos e de automóveis. A unidade será instalada na Grande Belo
Horizonte ao custo de US$ 500 milhões. Como é de praxe, o empresário contará
com um sócio estratégico cujo nome será anunciado no fim de março. 
 
As apostas recaem sobre companhias taiwanesas. Seu relacionamento
com empresários da ilha ganhou corpo depois que ele passou a ter um contato
mais próximo com Terry Gou, o dono da Foxconn. A habilidade para se aliar
a empreendedores de destaque global e conglomerados líderes em seu ramo
de atuação é vista como um dos principais ingredientes da receita de sucesso
montada pelo bilionário brasileiro. “As parcerias com grupos importantes ajudam
a atestar a viabilidade dos negócios da EBX”, diz o analista Rafael Andreata,
especialista em energia e petróleo da Planner Corretora. Com uma carteira de
projetos considerada robusta, Batista se capacitou para ser uma espécie de sócio
preferencial de quem pretende pegar carona no sucesso da economia brasileira. 
 
A recessão nos EUA e na Europa só fez aumentar seu cacife. “Não admito
ter menos de 70% do controle”, afirma. “Busco sócios com conhecimento técnico
e capital para investir.” Um caso emblemático foi a associação com a alemã E.ON,
maior empresa de energia da Europa, que garantiu uma injeção de R$ 850 milhões
no caixa de sua empresa de energia. “A MPX tem uma posição privilegiada, pois
é a única companhia privada brasileira que possui reservas de gás”, diz Ricardo
Correa, analista da Ativa Corretora. Dentro do que Batista convencionou chamar
de “Visão 360 Graus”, seu mantra empresarial, a função dos parceiros também é
absorver produtos ou serviços gerados internamente. 

A MMX é uma das que souberam usar esse expediente com maestria. Para
elevar a produção das atuais sete milhões de toneladas de minério de ferro para 24
milhões, em 2014, ela se aliou à siderúrgica chinesa Wuhan Steel e à sul-coreana
SK Networks, que juntas detêm 30% da MMX. O aporte de recursos feito por elas
está sendo usado na construção do Superporto do Sudeste, em Itaguaí (RJ), na
instalação de uma usina de beneficiamento de minério e no aumento da produção
das minas de Serra Azul, em Minas Gerais. No total, eles vão consumir R$ 6,4

149
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

bilhões até 2014. “Nossos sócios vão absorver metade da produção, pagando o
valor de mercado”, afirma Guilherme Escalhão, CEO da MMX. O ponto fora da
curva no “Mundo X” é a OSX. 

Apesar de contar com um parceiro tecnológico, a poderosa Hyundai


Heavy Industries, da Coreia do Sul, dona de 10% de suas ações, a companhia
possui uma dependência umbilical da OGX. Partiram dela as únicas
encomendas recebidas até agora pelo estaleiro, no valor de US$ 4,8 bilhões e
com opção de chegar até US$ 30 bilhões. Para ampliar sua musculatura, a OSX
aposta no aquecimento do setor por conta dos investimentos ligados ao pré-sal.
“Quem contrata fornecedor local leva vantagem nos leilões de exploração, feitos
pela Agência Nacional do Petróleo”, diz Luiz Eduardo Carneiro, CEO da OSX.
O mercado ainda tem dúvidas: “O risco é a OSX não conseguir diversificar a
carteira de clientes”, afirma Andreata, da Planner Corretora. As cartas estão na
mesa e Batista já mostrou ser bom de jogo.

150
TÓPICO 4 | APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

“Vou abrir um champanhe para comemorar”


 
Dois dias antes de a OGX iniciar a exploração de petróleo na Bacia de Campos,
prevista para o sábado 28, o empresário Eike Batista estava eufórico. “É um marco
histórico não só para o grupo, mas também para o país”, disse à DINHEIRO. 

Qual o significado do início da exploração de óleo pela OGX?


É um marco histórico não só para o grupo, mas também para o país.
Pela primeira vez, uma empresa privada brasileira coloca uma unidade dessas
em operação, na qual gastei US$ 4 bilhões na campanha de exploração. Vamos
começar a tirar o óleo pouco mais de dois anos após fazer a descoberta do poço.
Um recorde mundial. 
 
Como o sr. vai comemorar a exploração do primeiro óleo?
Tenho uma adega com garrafas de champanhe Magnum (de 1,5 litro) de
safras que vão de 1956 até 1980. Vamos abrir uma dessas garrafas. 

Há planos de abrir capital de outras empresas do grupo?


A CCX, que é uma joint venture com os alemães da E.ON para exploração
de carvão, já nasce “ipionizada” (risos). Está também nos nossos planos abrir o
capital da AUX, nossa mina de ouro. Creio que vamos estar prontos para fazer o
IPO em setembro ou outubro deste ano. É uma operação que pode render entre
US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões. Não descarto abrir o capital da REX, que é nosso
braço de negócios imobiliários. 
 
O sr. está em busca de novos sócios para os seus negócios?
Gostaria de lembrar que não sou vendedor de ativos. Eu não abro mão
do controle de minhas operações. Os alemães (da E.ON, que ficaram sócios de
Eike Batista na MPX) compraram uma parte minoritária. Em todos os negócios,
sempre mantive uma fatia de 70%. Só vendo participações minoritárias para
quem agregue tecnologia e capital. 

151
UNIDADE 2 | CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

 Qual a próxima tacada do sr.?


Estou fazendo uma parceria para atuar na produção de semicondutores
em Minas Gerais. Hoje, qualquer eletrodoméstico ou automóvel tem um chip
embutido. O plano é investir US$ 500 milhões. Haverá um parceiro, mas isso só
será divulgado entre março e abril.
 
Ao longo dos últimos dois anos, a maioria das ações das empresas do
grupo EBX, cotadas em bolsa, desvalorizou-se bastante. A que o sr. atribui essa
queda?
Isso se deve um pouco à falta de experiência do mercado brasileiro em investir
em empresas pré-operacionais, que precisam de três a cinco anos para maturar. Isso
é fruto da cultura. Na verdade, as ações caíram muito por falta de entendimento de
que as coisas demoram mesmo. Como são projetos que têm de 70% a 80% de margem
Ebitda (lucro operacional), eles são muitos sadios. Não vejo nada de anormal. É assim
mesmo. Quem investe em bolsa quer ver o retorno todo dia.

 
FONTE: MANZONI JR. Ralphe; FERREIRA, Rosenildo Gomes. A prova de Eike: o início da produ-
ção de petróleo pela OGX marca uma nova fase nos negócios do arrojado bilionário brasileiro.
Isto é Dinheiro, São Paulo, n. 747, Negócios, jan. 2012. Disponível em: <http://www.istoedinhei-
ro.com.br/noticias/77331_A+PROVA+DE+EIKE>. Acesso em: 30 jan. 2012. 

152
RESUMO DO TÓPICO 4
Chegamos ao final do Tópico 4. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora?

● Neste tópico conhecemos a ficha técnica ou de produção. Nesta ficha


identificamos quais os tipos de produtos utilizados na linha de produção.

● Outro fator importante para a determinação do sucesso do negócio é a formação


do preço de venda, pois é com o preço de venda que a empresa gera a sua
riqueza, ou lucro.

● O preço está associado ao processo de tomada de decisões estratégicas da


empresa, porque seus resultados financeiros são parcialmente dependentes do
preço praticado no mercado.

● Clientes: ao estabelecer ou alterar preços, as empresas se preocupam com


as reações dos seus clientes. Os clientes podem diminuir o consumo ou, até
mesmo, deixar de consumir o produto. Podem passar a fabricar o produto ou
adquirir um produto substituto.

● Custos: para produzir um produto, as empresas incorrem em uma série de


gastos. O que o empresário espera é recuperar todos os gastos que efetuou, e
ainda obter algum lucro.

● Muitas empresas costumam confundir na prática o mark up com o lucro sobre


a venda. O mark up é um índice que é adicionado aos custos e despesas de uma
organização, formando o preço de venda.

153
AUTOATIVIDADE

1 Qual é a necessidade de conhecer e elaborar a ficha técnica ou de produção?

2 Apure o custo de produção da seguinte ficha técnica. Utilize como parâmetro


de cálculos o que foi estudado neste tópico:

Ficha Técnica e Aplicação dos Custos

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50


Deck p/ Jardim Autoclavado
Pinus - Autoclavado

Ref. Matéria-prima Direta Quantidade Custo por item R$


300 Deck Autoclavado 0,200000 R$ 1.200,00000
1400 Pino T32 32,000000 R$ 0,06000
1300 Cola 0,200000 R$ 6,00000
Custo de Mão de obra (por
5000 1,500000 R$ 15,00000
hora)

Total Matéria-prima (R$ por


unidade)
Desperdício (R$ por unidade)
- 5%
Total Matéria-prima e
Desperdício (R$ por unidade)

Embalagens e Materiais
Ref. Quantidade Custo por item R$
Adicionais
2700 Etiqueta produto 2,000000 R$ 0,02000
2800 Etiqueta volume 1,000000 R$ 0,03000
2400 Fpp/para Amarração 1,200000 R$ 0,04000

Total de Embalagens e Materiais Adicionais (R$ por unidade)

Custos Variáveis por


Departamentos (Horas R$/Hora R$
Disponíveis)
Custos Gerais Variáveis de
R$ 10,00000
Fábrica (por hora)

Custos Variáveis por Departamentos (Horas Disponíveis)

Total Custo Direto (R$ por unidade)

Custos Fixos (por hora) R$ 1,20000

Total Custo Geral (R$ por unidade)

154
3 Ao que está associado o preço de venda?

4 Em quais situações se faz necessário conhecer a importância da política de


preços?

5 Qual é o preço ideal de vendas?

6 Como se define o custo econômico?

7 O preço de venda de uma mercadoria pode ser definido com base em três
procedimentos. Quais são?

8 Segundo Padoveze, qual é o conceito de mark up?

9 De acordo com suas palavras, explique o que é preço desnatação.

10 De acordo com suas palavras, explique o que é preço cativo.

155
156
UNIDADE 3

ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO


DE CAIXA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Com os estudos desta unidade você irá capacitar-se para:

• conhecer como são elaborados os orçamentos;

• identificar os processos de elaboração do orçamento operacional, do orça-


mento de vendas, do orçamento de produtos em processo e do orçamento
de produtos acabados;

• identificar como são elaborados os orçamentos de compras, de consumo e


estocagem de materiais;

• conhecer de que forma os impostos sobre vendas influenciam os processos


orçamentários;

• saber como é elaborado o orçamento de mão de obra e despesas gerais;

• conhecer como são elaboradas as projeções orçamentárias e os seus efeitos


inflacionários;

• identificar as estimativas de inflações futuras e o demonstrativo de custos


projetados;

• elaborar a demonstração do resultado do exercício projetado, a demons-


tração do balanço patrimonial projetado e a demonstração do fluxo de cai-
xa projetado;

• aprender a analisar as variações ocorridas no processo orçamentário de


acordo com o realizado.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

TÓPICO 2 – PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA


157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 1

ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO


CONCEITUAL)

1 INTRODUÇÃO
Bem-vindo ao Tópico 1 da última unidade deste caderno. Vamos abordar
sobre o processo de elaboração do orçamento.

Para tanto, vamos apresentar modelos conceituais que se referem a


orçamentos de produção, vendas, custos e gastos gerais e administrativos.

Agora vamos à busca de novos conhecimentos!

2 MODELO CONCEITUAL DE ORÇAMENTO


O modelo conceitual de orçamento faz parte dos processos orçamentários
de acordo com a sua aplicabilidade no sistema empresa, amplamente estudado
na Unidade 1.

Tivemos oportunidade de estudar como cada departamento interage


na elaboração de um orçamento, e neste tópico estudaremos cada etapa da sua
elaboração.

2.1 PROCESSOS DE ELABORAÇÃO


Um amplo estudo deve ser realizado na fase inicial do processo de
elaboração orçamentária. Para isso, é importante focar três etapas:

a) previsão;
b) reprojeção; e
c) controle.

a) Previsão: esta etapa compreende a fase de cálculo. Basicamente, é quando


colocamos no papel aquilo que se espera, aquilo que é previsto para acontecer
no próximo período. Assim, podemos dizer que é a etapa de elaboração dos
quadros orçamentários.

159
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Existem muitos questionamentos sobre qual o momento adequado para


elaborar a etapa de previsão, mas geralmente deve ser iniciada em torno de seis
meses antes do exercício social a ser orçado. Neste período normalmente se
verificam as condições atuais da conjuntura econômica, das políticas de controle
de preços, das estimativas inflacionárias, dentre outras situações de mercado.

E
IMPORTANT

Apesar de ser importante estabelecer as previsões aproximadamente seis meses


antes de iniciar o novo período orçamentário ou o novo exercício social (01/01/XXXX até
31/12/XXXX), muitas empresas realizam efetivamente as projeções orçamentárias no mês de
setembro.

Na Unidade 2 estudamos a criação de cenários e é nesta etapa que


desenhamos os cenários econômicos imagináveis ou possíveis de acontecer.

Conforme Padoveze (1997, p. 355), “informações como tamanho do PIB,


tamanho do mercado, participação da empresa no mercado, forças concorrenciais,
consumo efetivo versus consumo teórico etc., devem ser consideradas no processo
de previsão”.

b) Reprojeção: os dados orçados devem ser submetidos aos setores responsáveis


e, após o retorno (feedback) de todas as observações e críticas necessárias à
sua elaboração, realizados os ajustes e os acertos das previsões iniciais. Deve
ser elaborada e estar pronta no período de um a dois meses antes do início
do exercício social, para que os responsáveis de cada área possam fazer a
programação do exercício social que está iniciando.

E
IMPORTANT

Geralmente, no mês de setembro de cada ano as projeções orçamentárias são


realizadas, no mês de outubro se processa uma “prévia” orçamentária, no mês de novembro
são realizados os ajustes necessários (reprojeção) e no mês de dezembro é apresentada a
versão final para a aprovação dos gestores envolvidos, bem como dos diretores e presidência
da empresa.

160
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

Pode ocorrer que o diretor ou responsável de determinada área “resolva”


alterar alguma metodologia de alocação dos centros de custos de alguns departamentos
da empresa. O que era centro de custo industrial passa a ser centro de custo (despesa)
administrativo ou vice-versa. Caso isso não seja amplamente negociado com as áreas
envolvidas e, principalmente, com o presidente da empresa, o conselho de administração
ou mesmo o proprietário da empresa, corre-se o grave risco de, ao finalizar todo o processo
orçamentário, o mesmo não ser aprovado no “novo” padrão. Neste caso, perder-se-
ia um enorme tempo para reprocessá-lo no padrão anterior, o que provocaria desgaste
“político” interno na empresa e desconfiança dos envolvidos no processo orçamentário.
Além disso, pode acontecer de causar uma imagem que o responsável pela elaboração do
processo orçamentário (quem está realizando as atividades operacionais do mesmo) não foi
amplamente capaz de cumprir o novo prazo (que passa a ser bem mais apertado).

c) Controle: nesta etapa é verificado se os objetivos previstos foram realmente


alcançados. É avaliado o desempenho das áreas de responsabilidades por
intermédio de análises de variações, o que possibilita fazer eventuais correções
apontadas.

ATENCAO

Este é basicamente o acompanhamento do Realizado x Orçado que as


empresas praticam. Esta etapa é praticamente o desenvolvimento do exercício social, e
aqui se deve acompanhar o desempenho das atividades da empresa, se o que foi orçado
realmente está sendo realizado.

2.2 ORÇAMENTO OPERACIONAL


O orçamento operacional é a parte que geralmente contém a maioria das
peças orçamentárias, pois praticamente envolve todos os orçamentos específicos,
englobando os orçamentos da estrutura administrativa, da estrutura de produção
e da estrutura de vendas da empresa. O orçamento operacional tem como
consequência a demonstração de resultados, manifestando os reflexos nas áreas
de vendas, de custos e de despesas.

Todo o processo orçamentário inicia com o planejamento das vendas dos


produtos e serviços da empresa.

161
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

As previsões de vendas podem ser feitas de várias formas: produto,


território, canal de distribuição, método de venda (visita, venda por internet), tipo
de cliente, combinações de vendas, unidades (filiais, departamentos) e vendedor
(individual ou grupos de atuação). Outro fator a ser considerado são os períodos
de maior ou menor volume de vendas da empresa.

Concluído o orçamento de vendas, a próxima etapa é o orçamento de


fabricação, para atender à demanda de vendas. Contudo, é importante que sejam
levados em consideração alguns aspectos, tais como:

a) a disponibilidade de mão de obra necessária;


b) a capacidade de produção dos equipamentos;
c) a política de estoque e capacidade de armazenamento;
d) o prazo de entrega aos clientes.

Nesta etapa são preparadas as estimativas de materiais para atender


à quantidade de produção desejada e, em seguida, são apurados os custos de
matéria-prima, mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação. A área de
produção planeja a quantidade de materiais e o setor de compras encaminha a sua
aquisição de acordo com o momento planejado da compra e o preço adequado.

O orçamento específico de mão de obra direta estabelece o número de


horas necessárias para produzir cada produto (podem ser identificadas as taxas
médias de remuneração por departamento, por centro de custos ou por operação)
e determina a necessidade de pessoal contratado.

Quanto ao orçamento específico de despesas operacionais, que envolve


os departamentos administrativo, de vendas e financeiro, cada departamento
elabora o seu. O gerente de vendas é responsável pelo orçamento de despesas
de vendas, o gerente de administração pelo orçamento de administração, e assim
sucessivamente.

UNI

Na área de vendas consideram-se as seguintes despesas: pessoal de vendas,


comissões, publicidade, impostos e taxas sobre faturamento etc.
Na área administrativa consideram-se as seguintes despesas: pessoal administrativo,
treinamento, refeições, material de expediente, luz, telefone, depreciação de equipamentos,
seguros etc.

162
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

Após o preparo de todos os orçamentos específicos, unem-se os dados


(receitas, custos e despesas) para elaborar o orçamento operacional, que apontará
qual será o lucro do período desejado.

2.3 ORÇAMENTO DE VENDAS


Já vimos que o ponto de partida do orçamento operacional é o orçamento
de vendas. Existe uma opinião lógica para essa afirmação, pois, para uma empresa
executar operações e gerar resultados, depende das vendas.

Sobre essa afirmação, Padoveze (2005b, p. 67) discorre que “[...] para a
maioria das empresas, todo o processo de planejamento operacional decorre da
percepção da demanda de seus produtos para o período a ser orçado. Com isso,
o volume de venda torna-se o fator limitante para todo o processo orçamentário”.
Desta forma, os gestores da empresa devem elaborar os orçamentos de cada
departamento a partir da demanda existente no mercado. Os gastos que a empresa
projeta devem estar relacionados com o crescimento da empresa no mercado.

NOTA

É possível que alguma empresa tenha diversos contratos de financiamentos nas


instituições financeiras. Esses contratos sofrem atualizações monetárias (juros) e que serão
reconhecidas como DESPESA FINANCEIRA do período contratado.
Deve-se tomar CUIDADO quando a empresa tem seu lucro líquido comprometido com
a alta carga de DESPESA FINANCEIRA de juros e, em contrapartida, apresenta um claro
crescimento de participação no mercado. Neste caso, a empresa possui a projeção do
aumento das receitas de vendas, mas seus gestores adotam a postura de “corte de gastos”
operacionais para “compensar” o aumento na demanda dos encargos financeiros.
Não há lógica neste tipo de decisão, o que pode acarretar em desconfiança nos demais
envolvidos nas atividades operacionais frente à capacidade e competência de gestão dos
gestores. Essa desconfiança pode ser traduzida em insegurança e gerar uma possível evasão
desses profissionais em busca de novas oportunidades de trabalho.

O processo orçamentário das vendas pode ser feito a partir de alguns


métodos:

● Método estatístico: comporta modelos estatísticos de correlação e análise


setorial (setores da economia) com recursos de informática, ou mesmo métodos
estatísticos diretos de análise de tendências. Esse tipo de análise é possível
quando dados passados permitem imaginar um comportamento futuro de
vendas, por isso o método estatístico pode ser utilizado no orçamento de
tendências.

163
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

● Coleta de dados das fontes de origens das vendas: tem como base as informações
advindas diretamente dos centros vendedores para serem compilados no setor
de coordenação de orçamentos. Este método exige alguns cuidados, uma
vez que a diversidade das fontes de origens e a falta de entendimento dos
conceitos orçamentários poderão conduzir a resultados finais inconsistentes
e até frágeis. Isso pode ocorrer nos casos em que os vendedores não possuem
conhecimento dos números nos padrões orçamentários, pois em algumas
empresas não é dada a devida importância ao orçamento, o qual é reduzido a
uma simples ferramenta auxiliar de acompanhamento. Também há casos em
que o orçamento adquire uma importância extrema a ponto de as estimativas
de vendas serem subestimadas para que sejam facilmente superadas e assim
atingir níveis acima das metas.

● Uso final do produto: é quando a empresa conhece o uso final do produto pelos
seus clientes. Saber o que o cliente irá vender através do conhecimento dos
programas de produção desses clientes é uma forma interessante de projetar
as vendas da empresa como fornecedora certa para esses clientes. Se a empresa
conhecer o produto final do seu cliente, poderá melhor ajudá-lo com soluções
nos seus produtos e assim projetar suas próprias vendas de forma eficaz.

ATENCAO

O orçamento de vendas possibilita a observação de dois dados importantes:


- Previsão dos impostos sobre vendas, como IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados,
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, PIS - Programa de Integração
Social e COFINS - Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social.
- Projeção da carteira dos clientes (Projeção Balanço Patrimonial).

Podem existir segmentos de mercado onde o fator limitante seja a


produção. Sobre este assunto, Padoveze (2005b, p. 67) diz que:

Convém relembrar que, em alguns casos, o orçamento de vendas é


decorrente do orçamento de produção. Ou seja, o fator limitante da
empresa não é a demanda, pois o mercado estaria disposto a comprar
todo o volume que a empresa produzisse de seus produtos. Nessa
hipótese, o orçamento limitante seria o de produção. Exemplos desse
tipo de empreendimento são alguns produtos naturais, como minérios,
alimentos in natura etc.

Mas esses são casos específicos e podem muito bem ser administrados
e demonstram de forma clara a importância de adequar cada ferramenta
orçamentária aos diversos tipos de empreendimentos. E no caso do autor acima
citado, empresas como de extração de produtos naturais devem atender ao
mercado de acordo com a demanda proposta.

164
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

De um modo geral, o orçamento de vendas envolve alguns pontos


importantes, que são os seguintes:

a)
Previsão de vendas em quantidades para cada produto: essa previsão é
realizada de acordo com a demanda que cada produto possui no mercado. Se
existe um determinado tipo de mercado consumidor, este poderá apresentar
sinais de interesse para seu consumo. Fatores como qualidade e reconhecimento
da marca no mercado também são determinantes para a previsão de vendas em
quantidades. Talvez um fator limitante neste caso seria a capacidade máxima
de produção, mas a empresa possui suas formas e metodologias para suprir
essa necessidade.

b) Previsão dos preços para os produtos e seus mercados: se determinada empresa


apresenta potencial de oferta de produtos e serviços, também deverá observar
e identificar o perfil do consumidor que ela deve ou quer atingir. Para cada
classe social existe um determinado tipo de consumidor, sendo que a empresa
deverá estar preparada para identificar o potencial dessa demanda e potencial
financeiro que o mercado consumidor deseja pagar por seus produtos. Muitos
produtos possuem uma marca que os diferencia dos demais produtos e os
tornam “exclusivos” no mercado. São utilizados apenas para atender a uma
determinada fatia de mercado consumidor. A previsão de preços é importante
para a empresa melhorar a sua margem de contribuição e, consequentemente,
seus resultados financeiros, não apenas no seu volume de vendas.

NOTA

O assunto margem de contribuição é estudado na disciplina relacionada a


custos. Na Unidade 2 deste Caderno de Estudos estudamos também uma parte relacionada a
custos e ficha de produção, para melhor entendimento e aplicação do orçamento industrial.

c) Identificação dos impostos sobre as vendas: toda a riqueza produzida pela


empresa passa pela geração de impostos sobre as vendas, como o IPI - Imposto
sobre Produtos Industrializados, quando se trata de indústrias; o ICMS -
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, para as empresas que
comercializam (as indústrias também apuram e recolhem o ICMS devido
à necessidade da transferência dos produtos da empresa para o mercado
varejista); o PIS - Programa de Integração Social sobre vendas; a COFINS -
Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social; e a CSLL – Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido. Esses impostos devem ser considerados nas
previsões orçamentárias.

165
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

UNI

Podemos dizer que a geração de riquezas da empresa proporciona a geração


de impostos para o governo.

d) Orçamento de vendas em moeda corrente do país: o orçamento de vendas


deve ser baseado na moeda corrente do país de origem. No caso de importação
de produtos, as previsões para a compra devem ser apresentadas em moeda
nacional e, portanto, serem convertidas da moeda estrangeira para a moeda
nacional. O mesmo acontece com as exportações, por exemplo, se a empresa
tiver uma previsão de vendas por exportação no valor de US$ 10.000,00 (dez mil
dólares) e a taxa do dólar for de R$ 1,75, então se faz a conversão, e a previsão
da venda em exportação deverá ser de R$ 17.500,00 em moeda nacional (R$ =
REAL).

Vejamos um exemplo de orçamento de vendas.

Podemos observar, no quadro a seguir, os percentuais utilizados em


alguns impostos e seus efeitos sobre as vendas.

QUADRO 18 – EFEITOS DOS IMPOSTOS SOBRE AS VENDAS

Impostos sobre Vendas

Vendas Líquidas 100,0000%

- SC -> PIS 0,6500%


- SC -> COFINS 3,0000%
- SC -> IRPJ 1,2000%
- SC -> CSLL 1,0800%

- SC -> ICMS 17,0000%


Impostos sobre Vendas 22,9300%

FONTE: O autor

Quando falamos de Vendas Líquidas, podemos observar que se trata da


“sobra” para a empresa, pois, ao gerar as receitas de vendas, o valor correspondente
aos impostos sobre produtos e serviços não pertence à empresa e sim ao governo.

Para entendermos melhor...

As vendas líquidas correspondem a 100% da empresa. O percentual do


PIS (Programa de Integração Social) é 0,6500% sobre o valor da venda. Ao utilizá-

166
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

lo como fator divisor até a geração do preço final do produto, este percentual
deverá alcançar a taxa de 0,9935 (1 - 0,0065 = 0,9935.)

Utilizaremos a modalidade de NÃO CUMULATIVIDADE para o cálculo


do PIS neste Caderno de Estudos.

Fundamentação legal do PIS - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO


SOCIAL

O PIS foi criado pela Lei Complementar no 07/1970.

PIS – Contribuintes

São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que


lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas
prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista
e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno
porte submetidas ao regime do Simples Federal (Lei no 9.317/96) e, a partir de
01/07/2007, do Simples Nacional (LC 123/2007).

Base de Cálculo

A partir de 01/02/1999, com a edição da Lei no 9.718/98, a base de cálculo da


contribuição é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante
o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

Alíquotas

A alíquota do PIS é de 0,65% ou 1,65% (a partir de 01/12/2002 - na modalidade


não cumulativa – Lei no 10.637/2002) sobre a receita bruta ou 1% sobre a folha de
salários, nos casos de entidades sem fins lucrativos.

Entretanto, para determinadas operações, a alíquota é diferenciada.

DICAS

Veja tópicos específicos sobre alíquotas de determinados setores no Guia


Tributário On-line, disponível em: <www.portaltributario.com.br/guia/clientes/pis.htm>.

167
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Prazo de Pagamento

A partir da competência janeiro/2007, o PIS e a COFINS serão recolhidos


até o dia 20 do mês seguinte ao da competência (o último dia útil do segundo
decêndio subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador).

ANTECIPA-SE o recolhimento se no dia 20 não houver expediente


bancário.

Até a competência dezembro/2006 (vencimento janeiro/2007), o


recolhimento do PIS e da COFINS era feito até o último dia útil da primeira
quinzena (dia 15 ou o último dia útil anterior, se o dia 15 não fosse útil) do mês
seguinte ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

Para os importadores de cigarros, o recolhimento das contribuições do


PIS e COFINS, tanto em relação à contribuição própria quanto da substituição
tributária, deverá ser efetivado na data do registro da declaração de importação
no SISCOMEX (art. 53 e 54 da Lei no 9.532/97).

FONTE: Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/tributos/pis.htm>. Acesso em: 27


fev. 2012.

Também utilizaremos a modalidade de NÃO CUMULATIVIDADE para o


cálculo da COFINS neste Caderno de Estudos.

Desta forma, teremos:

PIS  0,6500%
COFINS  3,0000%
IRPJ  1,2000%
CSLL  1,0800%
ICMS  17,0000%

Total dos impostos sobre vendas  22,9300%

Teremos de considerar também os demais percentuais variáveis que


incidirão sobre o custo do produto para que possamos apurar o Preço de Venda.

Vamos tomar como exemplo a seguinte tabela:

168
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 19 – EFEITO DAS DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS

Demais Percentuais Variáveis a serem considerados no Preço de Venda.

Comissões sobre Vendas 5,0000%


Frete sobre Vendas 3,0000%
Margem de Lucro 8,0000%
Demais Percentuais Variáveis 16,0000%
FONTE: O autor

Veja que nesta tabela utilizamos o percentual de 5,0000% sobre Comissões


sobre Vendas, 3,0000% sobre o Frete sobre Vendas e 8,0000% para a Margem
de Lucro desejada do negócio. Portanto, o total a ser aplicado referente aos
percentuais variáveis será de 16,0000%.

Agora teremos de somar o total dos impostos sobre vendas, que é de


22,9300%, com o efeito das despesas variáveis de vendas, que é de 16,0000%. Esse
total será de 38,9300%.

● 22,9300% + 16,0000% = 38,9300%

Como fator divisor a ser utilizado, devemos subtrair os 38,9300% de 1,00,


mas teremos de transformar os 38,9300% em numeral decimal.

● 38,9300 / 100 = 0,389300

O fator divisor será calculado subtraindo-se 0,389300 de 1,00. O resultado


é o fator divisor de 0,610700:

● 1,00 - 0,389300 = 0,610700

O valor da Receita Operacional Bruta será de:

● R$ 1.000,00 / 0,610700

Receita Operacional Bruta = R$ 1.637,4652

Então, se a Receita Operacional Líquida (sem impostos e demais efeitos


dos percentuais variáveis sobre vendas) é de R$ 1.000,00, incluindo-se os impostos,
a Receita Operacional Bruta será de R$ 1.637,4652.

Veja a Prova Real.

Se para cada R$ 1.000,00 de produtos a empresa aplica o preço de venda no


valor de R$ 1.637,4652, os impostos sobre as vendas seriam aplicados em 22,9300%
e os demais percentuais variáveis sobre vendas seriam aplicados em 16,0000%.

169
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

O resultado seria apresentado da seguinte forma:

● Preço de Venda: R$ 1.637,4652.

● Percentual de imposto: 22,9300% (com todos os impostos sobre vendas


estudados neste tópico).

● Valor do imposto: R$ 375,4708 (valor dos impostos para o governo).

● Percentual do efeito das despesas variáveis de vendas: 16,0000%.

● Valor do efeito das despesas variáveis de vendas: R$ 261,9944.

Se aplicarmos o valor da Receita Bruta de Vendas e os demais descontos,


teríamos:

Receita Bruta de Vendas: R$ 1.637,4652


( - ) Impostos sobre Vendas: R$ 375,4708
( - ) Efeitos das Despesas Variáveis de Vendas: R$ 261,9944
= Valor da Receita Líquida de Vendas: R$ 1.000,0000

Valor líquido para a empresa: R$ 1.000,00

Portanto, o percentual dos impostos sobre as vendas para fins de previsão


orçamentária das vendas está correto.

É importante estabelecer períodos por semestre, ou seja, dois períodos de seis


meses. No modelo conceitual proposto neste Caderno de Estudos (Produtos Deck
Autoclavado) será utilizada apenas a projeção das vendas para o mercado interno.

E
IMPORTANT

O período de seis meses proposto para a previsão orçamentária se dá em função


da necessidade de possíveis ajustes durante o exercício social, o que está previsto de acordo
com o orçamento flexível (que estudamos na seção 4 - tipos de orçamento em Tópico 2 –
tipos de orçamento e suas aplicações, na Unidade 1 deste Caderno de Estudos).

170
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

Os preços de vendas foram estipulados de acordo com o que estudamos


na seção 2 – planejamento da produção, em Tópico 3 - identificação dos gastos de
produção, na Unidade 2 deste caderno.

Esses valores de cada produto estão apresentados com valores das receitas
líquidas. Assim, devemos aplicá-los para identificar a incidência dos impostos e
demais efeitos dos percentuais variáveis na formação das receitas.

No quadro a seguir apresentamos a previsão de vendas com os impostos


dos produtos Deck (incluindo autoclavado e frisado).

QUADRO 20 – PREVISÃO DE VENDAS COM IMPOSTOS – 1º SEMESTRE

Período 1 6 meses
EM MOEDA Mercado Interno
NACIONAL Quantidade Custo de Produção Total
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 4.788 R$ 134,63732 R$ 644.643,49
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 3.900 R$ 192,50127 R$ 750.754,95
D350 - Deck Frisado 50 x 50 5.100 R$ 94,57656 R$ 482.340,46
D961 - Deck 100 x 50 3.900 R$ 785,93789 R$ 3.065.157,77
Total Custo da Produção R$ 4.942.896,67
Impostos Vendas e Percentuais Variáveis 38,93000% R$ 3.150.924,63
Total Vendas Brutas R$ 8.093.821,30

FONTE: O autor

De acordo com o quadro, no item DAC622 – Deck Autoclavado 100 x


50, tem-se uma quantidade prevista de 4.788 unidades, conforme previsão de
vendas para um período linear de seis meses, pois há uma previsão de produção
desse produto em 798 unidades ao mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de
produção de R$ 134,63732, gerando, assim, o montante de R$ 644.643,49 de custo
total da produção.

No produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 tem-se uma quantidade


prevista de 3.900 unidades, conforme previsão de vendas para um período linear
de seis meses, pois há uma previsão de produção desse produto em 650 unidades
ao mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de produção de R$ 192,50127,
gerando, assim, o montante de R$ 750.754,95 de custo total da produção.

No produto D350 – Deck Frisado 50 x 50 tem-se uma quantidade prevista


de 5.100 unidades, conforme previsão de vendas para um período linear de seis
meses, pois há uma previsão de produção desse produto em 850 unidades ao
mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de produção de R$ 94,57656, gerando,
assim, o montante de R$ 482.340,46 de custo total da produção.

171
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

No produto D961 – Deck 100 x 50 tem-se uma quantidade prevista de


3.900 unidades, conforme previsão de vendas para um período linear de seis
meses, pois há uma previsão de produção desse produto em 650 unidades ao
mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de produção de R$ 785,97389, gerando,
assim, o montante de R$ 3.065.157,77 de custo total da produção.

O valor dos impostos sobre vendas em R$ 3.150.924,63 é resultado da


seguinte operação:

 Total do Custo da Produção: R$ 4.942.896,67 / (1 – 0,3893) =


 Total do Custo da Produção: R$ 4.942.896,67 / 0,6107 = R$ 8.093.821,30
 R$ 8.093.821,30 – R$ 4.942.896,67 = R$ 3.150.924,63 ou...
 R$ 8.093.821,30 x 38,9300% = R$ 3.150.924,63 de impostos sobre vendas e
demais percentuais variáveis sobre vendas estimadas.

É importante estabelecer a previsão orçamentária em períodos semestrais,


prevendo a demanda de produtos para o segundo período anual da empresa.
Para tanto, considera-se a influência de alguns aspectos, como a inflação do
período, que incide sobre os preços de vendas, e a sazonalidade ou identificação
da demanda de acordo com a época do ano em que a empresa melhor atua.

TUROS
ESTUDOS FU

Pode ser a estimativa inflacionária oficial utilizada e divulgada pelo governo ou


pode ser a taxa da inflação real, que é apurada pela evolução ou retração dos preços pagos
pela empresa durante determinado período.
Estudaremos os conceitos e tipos de inflação no Tópico 2 deste caderno.

Vamos utilizar neste caderno o percentual de 6% de inflação estimada


para cada período de seis meses, como forma de facilitar o nosso trabalho.

Então, vamos apurar a previsão orçamentária para o segundo período


anual, ou seja, o segundo semestre, lembrando que aqui se utiliza uma taxa de
inflação estimada em 6% acumulada em seis meses.

O quadro a seguir terá os mesmos dados do quadro anterior, mas com o


cuidado de observar qual é a demanda de produtos para o próximo período.

172
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

E
IMPORTANT

A taxa de inflação pode ser utilizada em forma de previsão orçamentária


semestral, trimestral ou mensal.
A previsão da demanda de produtos também poderá ser identificada de acordo com esses
períodos, lembrando sempre que é importante identificar as questões de sazonalidade.

QUADRO 21 – PREVISÃO DE VENDAS COM IMPOSTOS – 2º SEMESTRE

Período 2 6 meses
EM MOEDA
Mercado Interno
NACIONAL Quantidade Preço Unitário Total
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 4.788 R$ 142,71556 R$ 683.322,10
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 3.900 R$ 204,05135 R$ 795.800,27
D350 - Deck Frisado 50 x 50 5.100 R$ 100,25115 R$ 511.280,87
D961 - Deck 100 x 50 3.900 R$ 833,09416 R$ 3.249.067,22
Total Custo da Produção R$ 5.239.470,46
Impostos Vendas e Percentuais
38,93000% R$ 3.339.980,10
Variáveis
Total Vendas Brutas R$ 8.579.450,56
FONTE: O autor

Nesse quadro, o raciocínio de cálculo é basicamente o mesmo do quadro 20.

De acordo com o quadro, no item DAC622 – Deck Autoclavado 100 x


50, tem-se uma quantidade prevista de 4.788 unidades, conforme previsão de
vendas para um período linear de seis meses, pois há uma previsão de produção
desse produto em 798 unidades ao mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de
produção de R$ 142,71556, gerando, assim, o montante de R$ 683.322,10 de custo
total da produção.

Portanto, o valor estimado do custo do produto DAC622 – Deck


Autoclavado 100 x 50, atualizado pela taxa da inflação de 6% para o 2º período,
conforme proposto neste Caderno de Estudos, perfaz o valor atualizado de R$
142,71556, de acordo com o seguinte cálculo:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: R$ 134,63732 x 6% = R$ 8,07824


 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: R$ 134,63732 + R$ 8,07824 de
reajuste de preço = R$ 142,71556 de preço atualizado no segundo semestre.

O mesmo procedimento de cálculo se aplica para os demais produtos.


No produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 tem-se uma quantidade

173
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

prevista de 3.900 unidades, conforme previsão de vendas para um período linear


de seis meses, pois há uma previsão de produção desse produto em 650 unidades
ao mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de produção de R$ 204,05135,
gerando, assim, o montante de R$ 795.800,27 de custo total da produção.

No produto D350 – Deck Frisado 50 x 50 tem-se uma quantidade prevista


de 5.100 unidades, conforme previsão de vendas para um período linear de seis
meses, pois há uma previsão de produção desse produto em 850 unidades ao
mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de produção de R$ 100,25115, gerando,
assim, o montante de R$ 511.280,87 de custo total da produção.

No produto D961 – Deck 100 x 50 tem-se uma quantidade prevista de


3.900 unidades, conforme previsão de vendas para um período linear de seis
meses, pois há uma previsão de produção desse produto em 650 unidades ao
mês; em seguida, multiplica-se pelo custo de produção de R$ 833,09416, gerando,
assim, o montante de R$ 3.249.067,22 de custo total da produção.

O valor de R$ 3.339.980,10 dos impostos sobre vendas para o 2º período é


resultado da seguinte operação:

 Total do Custo da Produção: R$ 5.239.470,46 / (1 – 0,3893) =


 Total do Custo da Produção: R$ 5.239.470,46 / 0,6107 = R$ 8.579.450,56
 R$ 8.579.450,56 – R$ 5.239.470,46 = R$ 3.339.980,10 ou...
 R$ 8.579.450,46 x 38,9300% = R$ 3.339.980,10 de impostos sobre vendas e
demais percentuais variáveis sobre vendas estimadas.

Agora, podemos apresentar o Orçamento Global de Vendas, assim como


os impostos e demais percentuais variáveis sobre vendas. Para isso é necessário
somar os resultados dos dois períodos (dois semestres), conforme demonstra o
quadro a seguir.

QUADRO 22 – PREVISÃO DE VENDAS COM IMPOSTOS ANUAIS

Total dos Períodos P1 e P2 - Em moeda Nacional


Quantidade Total
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 9.576 R$ 1.327.965,59
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 7.800 R$ 1.546.555,22
D350 - Deck Frisado 50 x 50 10.200 R$ 993.621,33
D961 - Deck 100 x 50 7.800 R$ 6.314.224,99
Total Custo da Produção R$ 10.182.367,13
Impostos Vendas e Percentuais Variáveis 38,93000% R$ 6.490.904,73
Total Vendas Brutas R$ 16.673.271,86

FONTE: O autor

174
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

No quadro anterior é apresentado o total da previsão de vendas com


impostos e o total da quantidade prevista de peças dos produtos DAC622,
DAC615, D350 e D961.

Novamente, tomemos como exemplo o produto DAC622 – Deck


Autoclavado 100 x 50, mas com a demanda total prevista de 9.576 unidades (4.788
unidades para o P1 - período 1 - e 4.788 unidades para o P2 - período 2).

Portanto, a previsão dos impostos sobre as vendas para o período total


dos dois semestres apresenta-se da seguinte forma:

 R$ 1.327.965,59 / (1 – 0,3893) =
 R$ 1.327.965,59 / 0,6107 = R$ 2.174.497,45
 R$ 2.174.497,45 – R$ 846.531,86 = R$ 1.327.965,59 ou...
 R$ 2.174.497,45 x 38,93000% = R$ 846.531,86 de impostos sobre vendas
estimadas e demais percentuais variáveis sobre vendas.

Resumindo:

a) Para o período anual de 2012, a demanda prevista para vendas em UNIDADES


dos quatro produtos é de:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: 9.576 unidades.


 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: 7.800 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50: 10.200 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50: 7.800 unidades.

b) Para o período anual de 2012, a demanda prevista para vendas em VALORES


dos quatro produtos é de:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: R$ 1.327.965,59.


 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: R$ 1.546.555,22.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50: R$ 993.621,33.
 D961 – Deck 100 x 50: R$ 6.314.224,99.

c) Para o período anual de 2012, a demanda prevista para vendas em VALORES


TOTAIS das receitas de vendas e dos valores dos impostos e dos percentuais
variáveis sobre vendas é de:

 Receitas de Vendas: R$ 16.673.271,86.


 Valores dos Impostos sobre Vendas e Percentuais Variáveis sobre Vendas: R$
6.490.904,73.
 Resultado das Vendas Líquidas: R$ 10.182.367,13. (esses são os recursos
líquidos da empresa e que deverão ser considerados para fins de Fluxo de
Caixa para as demais atividades operacionais da empresa).

175
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Vejamos a prova real do que abordamos até a presente previsão das


vendas em quantidades, valores das receitas de vendas e valores dos impostos
sobre faturamento no quadro a seguir.

QUADRO 23 – PROVA REAL DA PREVISÃO DE VENDAS ANUAL COM IMPOSTOS

Prova Real dos Impostos sobre as Vendas


Total Vendas Brutas Mercado Interno R$ 16.673.271,86
Impostos Vendas e Percentuais
38,93000% R$ 6.490.904,73
Variáveis
Total Custo da Produção R$ 10.182.367,13

Total Custo da Produção Período 1 R$ 4.942.896,67


Total Custo da Produção Período 2 R$ 5.239.470,46
Total Custo da Produção Total R$ 10.182.367,13

FONTE: O autor

O quadro anterior é uma prova real aplicando os seguintes valores:

- Total de Vendas Brutas no Período 1 no valor de R$ 8.093.821,30 + Total de


Vendas Brutas no Período 2 no valor de R$ 8.579.450,56 = R$ 16.673.271,86
- Impostos Totais e Percentuais Variáveis em R$ 6.490.904,73 (originados de R$
16.673.271,86 x 38,9300% imposto sobre vendas totais = R$ 6.490.904,73).

2.4 ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS


As empresas precisam estar atentas às necessidades de investimentos,
que muitas vezes têm por objetivo atender a novos projetos de produtos ou então
investimentos em sistemas informatizados para integração das informações
entre departamentos, entre outros. Uma coisa é certa: as empresas que querem
permanecer competitivas necessariamente terão que investir em seus ativos.

A gestão dos investimentos é fundamental para atingir as metas


orçamentárias. O orçamento de investimento deve ser elaborado com muito critério,
já que suas decisões geralmente são irreversíveis, requerem o comprometimento
de consideráveis recursos financeiros e condicionam o desempenho da empresa
durante longo tempo. Os investimentos devem reduzir custos e melhorar a
eficiência operacional e administrativa em seu conjunto.

176
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

2.5 IDENTIFICAÇÃO DOS PERÍODOS DE ESTOCAGEM DE


PRODUTOS
No item 2.3 desta Unidade 3 estudamos a forma de apuração da previsão
orçamentária das receitas de vendas em dois períodos semestrais. Agora iremos
estudar como podemos elaborar o orçamento de produtos que estão em processo
de fabricação e produtos acabados.

E para que serve isso? Serve para identificar e prever a quantidade de


matéria-prima e insumos, bem como os recursos financeiros necessários para
a sua aquisição. Em outras palavras, é o orçamento de estoques, o qual terá
reflexo no Fluxo de Caixa da empresa para a devida aquisição de insumos para a
produção (indústria) ou vendas (comércio).

Antes de iniciar os cálculos para a apuração do volume de produtos em


processo e produtos acabados, devemos identificar os aspectos operacionais da
empresa referente ao prazo médio em dias de estocagem ou processo fabril.

Os dados para a política de estocagem, incorporados ao orçamento de


produtos acabados, podem ser obtidos por intermédio de técnicas para análises
do prazo médio de estocagem ou rotação de estoques.

Vamos utilizar a base de análise dos DIAS de estocagem para os quatro


produtos que estamos orçando no nosso Caderno de Estudos. Veja o quadro a
seguir.

QUADRO 24 – DIAS DE ESTOCAGEM ESTIMADOS PARA PRODUTOS EM PROCESSO E ACABADOS


Cálculo do Giro dos Estoques para o 1º Período do Ano - Fator crítico: Sazonalidade.
Dias de Estocagem Estimados Produção em Processo Produtos Acabados
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 10 15
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 21 15
D350 - Deck Frisado 50 x 50 15 12
D961 - Deck 100 x 50 18 21
FONTE: O autor

O quadro apresenta uma estimativa de prazos de estocagem em produtos


acabados e produtos em processo. Os tipos de produtos continuam sendo os
mesmos estudados no item 2.3 (deste tópico), que são os produtos:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50
 D350 – Deck Frisado 50 x 50
 D961 – Deck 100 x 50

Após o dimensionamento das unidades que serão produzidas, é possível


planejar o volume de matérias-primas necessárias para o processo produtivo.
177
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

O orçamento das matérias-primas requer alguns cuidados básicos, como


os seguintes:

a) As quantidades devem obedecer às fichas técnicas de produção de cada


produto.
b) As quantidades de materiais estocados devem considerar o mínimo de
segurança quanto à necessidade da produção, para se ter o mínimo de estoques
possíveis para continuidade do negócio.
c) Os materiais utilizados no processo produtivo para atendimento do plano de
produção devem ser planejados previamente.
d) Os custos estimados das matérias-primas necessárias à produção devem ser
definidos.

A coordenação das necessidades de matérias-primas pode exercer


influência sobre os lucros, a posição do caixa, o orçamento de compras e o
orçamento de produção. Segundo Tung (1975, p.162), “o custo dos materiais sofre
o impacto das variações do preço e da quantidade”.

2.6 ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA


O orçamento de mão de obra direta ou indireta tem um papel muito
importante na formação do custo total do produto. As informações necessárias
para se obter o custo da mão de obra poderão ser adquiridas através das folhas
de pagamento, horas de produção, quantidade de produtos a serem produzidos.

Segundo Sanvicente e Santos (1983, p. 87), o orçamento da mão de obra


direta significa:

a) estimar a quantidade de mão de obra direta que será necessária para cumprir
o programa de produção;
b) projetar a taxa horária que será utilizada;
c) calcular o custo total da mão de obra.

Para um orçamento detalhado, Zdanowicz (1989, p. 83) estabelece o


seguinte:

a) mensurar a quantidade necessária de mão de obra direta, em termos de horas


de trabalho; e a partir da quantidade de funcionários necessários para atingir a
produção planejada;
b) estimar o custo da mão de obra direta da produção, para que os custos dos
produtos possam ser calculados;
c) apresentar subsídios ao departamento de pessoal, para que este possa planejar
as atividades de recrutamento, seleção, treinamento etc.;
d) propiciar ao orçamento de caixa informações a respeito do desembolso
necessário para o pagamento de mão de obra direta;

178
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

e) fornecer ao controle administrativo dados por centro de custos e o custo padrão da


mão de obra direta.

2.7 ORÇAMENTO DE UNIDADES FÍSICAS DE ESTOQUE


Com a estimativa das vendas em um período de seis meses (um semestre)
e a estimativa de estocagem dos produtos acabados e em processo em dias,
podemos transformar todas as informações em uma mesma base de cálculo,
identificando a necessidade de consumo dos insumos (matéria-prima e materiais
auxiliares) no processo produtivo para um período de 180 dias.

QUADRO 25 – ESTIMATIVA DE ORÇAMENTOS PARA PRODUTOS EM PROCESSO E PRODUTOS


ACABADOS - 1º SEMESTRE

Apuração Produtos em Processo e Produtos Acabados - 1º Período

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50


Vendas - Período 1 4.788,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 266,00000 Unidades
Produtos Acabados 399,00000 Unidades

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50


Vendas - Período 1 3.900,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 455,00000 Unidades
Produtos Acabados 325,00000 Unidades

D350 - Deck Frisado 50 x 50


Vendas - Período 1 5.100,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 425,00000 Unidades
Produtos Acabados 340,00000 Unidades

D961 - Deck 100 x 50


Vendas - Período 1 3.900,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 390,00000 Unidades
Produtos Acabados 455,00000 Unidades

FONTE: O autor

179
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

O quadro anterior nos apresenta a estimativa de produtos em processo e


produtos acabados para o 1º semestre de um determinado exercício social.

Como estudamos no item 2.3 - orçamento de vendas, observamos as


estimativas de produção para os produtos:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788,00000 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900,00000 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100,00000 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900,00000 unidades.

Para a estimativa da produção dos PRODUTOS EM PROCESSO do


produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 26,60000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 26,60000 unidades X 10 dias de
produtos em Processo = 266,00000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 266,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 utilizou-se a seguinte


fórmula:

 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 21,66667 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 21,66667 unidades X 21 dias de produtos
em Processo = 455,00000 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 455,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano)


= 28,33333 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 28,33333 unidades X 15 dias de produtos em
Processo = 425,00000 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 425,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Para o produto D961 – Deck 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano) =


21,66667 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 21,66667 unidades X 18 dias de produtos em Processo
= 390,00000 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 390,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.
180
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

Agora, para a estimativa da produção de PRODUTOS ACABADOS do


produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, utilizou-se a seguinte fórmula:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 26,60000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 26,60000 unidades X 15 dias de
produtos em Processo = 399,00000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 399,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 utilizou-se a seguinte


fórmula:

 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 21,66667 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 21,66667 unidades X 15 dias de produtos
em Processo = 325,00000 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 325,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano)


= 28,33333 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 28,33333 unidades X 12 dias de produtos em
Processo = 340,00000 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 340,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Para o produto D961 – Deck 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano) =


21,66667 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 21,66667 unidades X 21 dias de produtos em Processo
= 455,00000 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 455,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Praticamente, o mesmo sistema de cálculo foi utilizado para o período


do 2º semestre, ressaltando que a única diferença está nos prazos de Produção
em Processo e nos Prazos de Produtos Acabados, mas a estimativa de vendas, de
acordo com o item 2.3, encontra-se na seguinte distribuição:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788,00000 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900,00000 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100,00000 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900,00000 unidades.

181
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Como estamos apresentando a estimativa das vendas em um período de


seis meses (2º semestre), a estimativa de estocagem dos produtos acabados e em
processo será apresentada em dias, conforme o quadro a seguir.

QUADRO 26 – DIAS DE ESTOCAGEM ESTIMADOS PARA PRODUTOS EM PROCESSO E ACABADOS


Cálculo do Giro dos Estoques para o 2º Período do Ano - Fator crítico: Sazonalidade.
Dias de Estocagem Estimados
Produtos Produção em Processo Produtos Acabados
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 15 25
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 24 18
D350 - Deck Frisado 50 x 50 18 15
D961 - Deck 100 x 50 15 12

FONTE: O autor

Agora podemos transformar todas as informações em uma mesma base


de cálculo, ou seja, identificar a necessidade de produção para produtos acabados
e em processo para um período de 180 dias.

Veja o quadro a seguir.

QUADRO 27 – ESTIMATIVA DE ORÇAMENTOS PARA PRODUTOS EM PROCESSO E PRODUTOS


ACABADOS - 2º SEMESTRE

Apuração Produtos em Processo e Produtos Acabados - 2º Período

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50


Vendas - Período 2 4.788,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 399,00000 Unidades
Produtos Acabados 665,00000 Unidades

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50


Vendas - Período 2 3.900,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 520,00000 Unidades
Produtos Acabados 390,00000 Unidades

D350 - Deck Frisado 50 x 50


Vendas - Período 2 5.100,00000 Unidades
Dias no Ano 180

182
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

Produtos em Processo 510,00000 Unidades


Produtos Acabados 425,00000 Unidades

D961 - Deck 100 x 50


Vendas - Período 2 3.900,00000 Unidades
Dias no Ano 180
Produtos em Processo 325,00000 Unidades
Produtos Acabados 260,00000 Unidades
FONTE: O autor

O quadro anterior apresenta a estimativa de produtos acabados e em


processo para o 2º semestre de um determinado exercício social.

Para a estimativa da produção dos PRODUTOS EM PROCESSO do


produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 26,60000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 26,60000 unidades X 15 dias de
produtos em Processo = 399,00000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 399,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 utilizou-se a seguinte


fórmula:

 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 21,66667 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 21,66667 unidades X 24 dias de produtos
em Processo = 520,00000 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 520,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano)


= 28,33333 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 28,33333 unidades X 18 dias de produtos em
Processo = 510,00000 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 510,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Para o produto D961 – Deck 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

183
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano) =


21,66667 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 21,66667 unidades X 15 dias de produtos em Processo
= 325,00000 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 325,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Agora, para a estimativa da produção de PRODUTOS ACABADOS do


produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 26,60000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 26,60000 unidades X 25 dias de
produtos em Processo = 665,00000 unidades
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 665,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 utilizou-se a seguinte


fórmula:

 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900,00000 unidades / 180 dias (do


semestre/ano) = 21,66667 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 21,66667 unidades X 18 dias de produtos
em Processo = 390,00000 unidades
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 390,00000 unidades para produtos em
processo estimados para 180 dias.

Para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano)


= 28,33333 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 28,33333 unidades X 15 dias de produtos em
Processo = 425,00000 unidades
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 425,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Para o produto D961 – Deck 100 x 50 utilizou-se a seguinte fórmula:

 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900,0000 unidades / 180 dias (do semestre/ano) =


21,66667 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 21,66667 unidades X 12 dias de produtos em Processo
= 260,00000 unidades
 D961 – Deck 100 x 50 = 260,00000 unidades para produtos em processo
estimados para 180 dias.

Com essas informações referentes a PRODUTOS EM PROCESSO e


PRODUTOS ACABADOS para os períodos 1 e 2 do orçamento, podemos avançar
para o orçamento de produção.
184
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

O orçamento de produção ou orçamento do programa de produção é


decorrente dos volumes de produtos a serem produzidos.

Baseado nos estoques iniciais e finais de produtos acabados e em processo


e de posse das estimativas de vendas, é possível mensurar o volume de produção
para o próximo exercício social, que fundamentará o ORÇAMENTO DE
PRODUÇÃO.

O orçamento de produção é o instrumento para, através do orçamento


de vendas, determinar os recursos a serem adquiridos para atingir os objetivos
de vendas já estabelecidos. Segundo Zdanowicz (1989, p. 69), os objetivos do
orçamento de produção são os seguintes:

a) estabelecer políticas aos níveis desejados de estoques de


matérias-primas, produtos prontos e produtos em processo;
b) planejar a quantidade de cada produto fabricado para cumprir
as exigências de vendas e estar de acordo com as políticas de estoques
fixadas pela empresa;
c) programar ou escalonar a produção para períodos
intermediários de tempo.

A elaboração do orçamento de produção está relacionada ao orçamento


de investimentos, dependendo das metas traçadas, tais como:

- compra de máquinas ou reformas;


- aumento do espaço físico da empresa;
- melhorias no rendimento operacional;
- normatização dos procedimentos operacionais.

A seguir, apresentamos a estimativa da produção da seguinte maneira:

(+) unidades de vendas do período, ou seja, a meta


(+) estoques de produtos finais
(-) estoques iniciais de produtos prontos
(=) TOTAL DE PRODUTO A SER PRODUZIDO

Vamos para o Orçamento de Produção do 1º Semestre.

Para facilitar a elaboração da tabela referente ao Orçamento de Produção,


vamos definir os produtos deste Caderno de Estudos como:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = PRODUTO A.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = PRODUTO B.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = PRODUTO C.
 D961 – Deck 100 x 50 = PRODUTO D.

185
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 28 – ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO - 1º SEMESTRE

Período 1
a) Estoque Inicial Produto A Produto B Produto C Produto D
Em Processo 350 430 435 380
Acabados 180 225 270 380
Soma 530 655 705 760

b) Vendas Estimadas Produto A Produto B Produto C Produto D


Mercado Interno 4.788 3.900 5.100 3.900
Soma 4.788 3.900 5.100 3.900

c) Estoque Final Previsto Produto A Produto B Produto C Produto D


Em Processo 266 455 425 390
Acabados 399 325 340 455
Soma 665 780 765 845

Programa de
d)
Produção ( b + c - a )
4.923 4.025 5.160 3.985

FONTE: O autor

Conforme o quadro anterior, o Orçamento de Produção para o 1º semestre


iniciou com o estoque (registros históricos) dos seguintes Produtos em Processo:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 350 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 430 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 435 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 380 unidades.

Para o estoque inicial dos Produtos Acabados, os registros históricos


foram assim apresentados:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 180 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 225 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 270 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 380 unidades.

As Vendas Estimadas, conforme o quadro anterior - previsão de vendas


com impostos - 1º semestre, foram assim apresentadas:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900 unidades.

186
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

O Estoque Final - Estimativa de Orçamentos para Produtos em Processo e


Produtos Acabados - 1º Semestre encontrou-se da seguinte forma:

Produtos em Processo:
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 266 unidades.
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 455 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 425 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 390 unidades.

Produtos Acabados:
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 399 unidades.
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 325 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 340 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 455 unidades.

Portanto, com essas informações, a Programação da Produção para os


produtos A, B, C e D foi estimada de acordo com a seguinte fórmula:

Programação de Produção = Vendas Estimadas + Estoque Final Previsto


– Estoque Inicial

Para cada produto em questão, o resultado alcançado foi o seguinte:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788 + 665 – 530 = 4.923 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900 + 780 – 655 = 4.025 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100 + 765 – 705 = 5.160 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900 + 845 – 760 = 3.985 unidades.

Apuramos o Orçamento de Produção dos produtos A, B, C e D para o 1º


semestre. Agora, utilizaremos a mesma sistemática de cálculo para o 2º semestre.
Observe o quadro a seguir.

QUADRO 29 – ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO - 2º SEMESTRE

Período 2
e) Vendas Estimadas Produto A Produto B Produto C Produto D
Mercado Interno 4.788 3.900 5.100 3.900
Soma 4.788 3.900 5.100 3.900

f) Estoque Final Previsto Produto A Produto B Produto C Produto D


Em processo 399 520 510 325
Acabados 665 390 425 260
Soma 1.064 910 935 585

Programa de Produção
g)
(e+f-c)
5.187 4.030 5.270 3.640

FONTE: O autor

187
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

No quadro anterior, o Orçamento de Produção para o 2º semestre iniciou


com as mesmas Estimativas de Vendas utilizadas no Quadro 28, conforme
apresentado a seguir:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900 unidades.

O Estoque Final previsto em estoque de produtos em processo e produtos


acabados - Estimativa de Orçamentos para Produtos em Processo e Produtos
Acabados - 2º Semestre, encontra-se da seguinte forma:

Produtos em Processo:
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 399 unidades.
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 520 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 510 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 325 unidades.

Produtos Acabados:
 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 665 unidades.
 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 390 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 425 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 260 unidades.

Com essas informações, a Programação da Produção para os produtos A,


B, C e D foi estimada utilizando-se a seguinte fórmula:

Programação de Produção: Vendas Estimadas + Estoque Final Previsto


do período 2 – Estoque Final Previsto do período 1

Para cada produto em questão, o resultado alcançado foi o seguinte:

 DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50 = 4.788 + 1.064 – 665 = 5.187 unidades.


 DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50 = 3.900 + 910 – 780 = 4.030 unidades.
 D350 – Deck Frisado 50 x 50 = 5.100 + 935 – 765 = 5.270 unidades.
 D961 – Deck 100 x 50 = 3.900 + 585 – 845 = 3.640 unidades.

Com essas informações, podemos partir para a próxima etapa, que é o


orçamento de compras, consumo e estoque de materiais.

188
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

2.8 ORÇAMENTO DE COMPRAS, CONSUMO E ESTOQUE


DE MATERIAIS
Neste item estudaremos, por meio de simulação, o orçamento de compras,
consumo e estoque de materiais necessários para produzir os produtos DAC622
– Deck Autoclavado 100 x 50, DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, D350 – Deck
Frisado 50 x 50 e D961 – Deck 100 x 50 desta unidade.

Para esse processo de orçamento dos materiais em estoques devemos


identificar as quantidades de dias em estocagem que os componentes (matérias-
primas) de cada produto a ser produzido irão utilizar (dias de estocagem
estimados para produtos em processo e acabados).

Vejamos como fica a política de estocagem de matéria-prima e insumo da


empresa.

a) Orçamento de Consumo Produto DAC622 – DECK AUTOCLAVADO 100 x 50

Vamos primeiramente identificar o período de estocagem da matéria-prima


e materiais auxiliares para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

● Deck Autoclavado 9 dias


● Pino T32 8 dias
● Cola 5 dias
● Etiqueta Produto 4 dias
● Etiqueta Volume 8 dias
● Fita FPP p/Amarração 6 dias

A seguir, vamos identificar o consumo de cada componente da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

● Deck Autoclavado 0,10000 m3


● Pino T32 18,00000 pç
● Cola 0,10000 kg
● Etiqueta Produto 1,00000 pç
● Etiqueta Volume 0,25000 metro linear
● Fita FPP p/Amarração 0,87000 metro linear

A partir de agora, vamos apurar o consumo de materiais e a necessidade


de compra para a fabricação do Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50,
durante o Período 1.

189
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 30 – CONSUMO DE MATERIAIS DAC622 - DECK AUTOCLAVADO 100 X 50 − 1º SE-


MESTRE

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 1


Consumo de materiais Deck Autoclavado
Quantidade 0,1000 m3.
Produção Programada 4.923,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 492,3000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 492,3000 m3.
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 9 Dias
Estoque Final 24,6150 m3.

Estoque Inicial 3,0000 m3.

Compras necessárias p/ período 1 513,9150 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck Autoclavado

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 3,0000 R$ 1.200,0000 R$ 3.600,0000

Compras 513,9150 R$ 1.200,0000 R$ 616.698,0000

Soma/Novo preço médio 516,9150 R$ 1.200,0000 R$ 620.298,0000

Consumo de materiais 492,3000 R$ 1.200,0000 R$ 590.760,0000

Estoque Final 24,6150 R$ 1.200,0000 R$ 29.538,0000

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,1000 m3 de Deck
Autoclavado (matéria-prima Deck autoclavado), que multiplicada ao volume
de 4.923 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no Quadro 28: Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante
de 492,3000 m3 do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto
DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

190
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

 Os 492,3000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,73560, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de nove dias da matéria-prima, totalizará 24,6150 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 3,0000 m3


para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 513,9150 m3 da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 492,3000 m3 de consumo de materiais + 24,6150


m3 de estoque final (–) 3,0000 m3 de estoque inicial resultarão em 513,9150 m3 de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima DAC622 - Deck Autoclavado:

 Compras necessárias: 513,9150 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.200,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 616.698,00 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa).

 Consumo de materiais: 492,30 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.200,00 por m3 resultarão o montante de R$ 590.760,00 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

191
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 31 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - PINO T32 – 1º SEMESTRE

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 1


Consumo de materiais Pino T32

Quantidade 18,0000 pç
Produção Programada 4.923,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 88.614,0000 pç

Estoque Final Programado

Total da Matéria-Prima 88.614,0000 pç


Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 3.938,4000 pç

Estoque Inicial 2.000,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 90.552,4000 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32
Quantidade Custo de Aquisição Total

Saldo Inicial 2.000,0000 R$ 0,0060 R$ 12,0000

Compras 90.552,4000 R$ 0,0060 R$ 543,3144

Soma/Novo preço médio 92.552,4000 R$ 0,0060 R$ 555,3144

Consumo de materiais 88.614,0000 R$ 0,0060 R$ 531,6840

Estoque Final 3.938,4000 R$ 0,0060 R$ 23,6304

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foram utilizadas 18,0000 peças
(matéria-prima Pino T32), que multiplicadas ao volume de 4.923 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre), resultarão no montante de 88.614,0000
peças do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC622 –
Deck Autoclavado 100 x 50.

192
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

 As 88.614,0000 peças divididas pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 492,3000, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 3.938,4000 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 2.000,0000


peças para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, as compras
necessárias para o período 1 serão de 90.552,4000 peças da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 88.614,0000 peças de consumo de materiais +


3.938,4000 peças de estoque final (–) 2.000,0000 peças de estoque inicial resultarão em
90.552,4000 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 90.552,4000 peças a um preço médio de mercado de R$


0,0060 por peça totalizarão um valor de R$ 543,31 (este valor terá reflexo no
Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 88.614,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0060 por peça resultarão o montante de R$ 531,68 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

193
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 32 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - COLA – 1º SEMESTRE

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 1


Consumo de materiais Cola

Quantidade 0,1000 kg

Produção Programada 4.923,0000 Peças


Total da Matéria-Prima 492,3000 kg

Estoque Final Programado

Total da Matéria-Prima 492,3000 kg


Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 13,6750 kg

Estoque Inicial 8,0000 kg

Compras necessárias p/ período 1 497,9750 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e


estoques.
Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total

Saldo Inicial 8,0000 R$ 6,2500 R$ 50,0000

Compras 497,9750 R$ 6,2500 R$ 3.112,3438


Soma/Novo preço
médio 505,9750 R$ 6,2500 R$ 3.162,3438

Consumo de materiais 492,3000 R$ 6,2500 R$ 3.076,8750

Estoque Final 13,6750 R$ 6,2500 R$ 85,4688

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,1000 kg (matéria-
prima Cola), que multiplicada ao volume de 4.923 unidades (conforme letra “d”
da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de produção
– 1º semestre) resultará no montante de 492,3000 kg do componente da matéria-
prima a ser utilizado no produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

194
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

 Os 492,3000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,735, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 13,6750 kg da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 8,0000 kg


para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 497,9750 kg da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 492,3000 kg de consumo de materiais + 13,6750 kg


de estoque final (–) 8,0000 kg de estoque inicial resultarão em 497,9750 kg de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 497,9750 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,2500


por kg totalizarão um valor de R$ 3.112,34 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 492,3000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,2500 por kg resultarão o montante de R$ 3.076,88 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

195
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 33 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - ETIQUETA PRODUTO – 1º SEMESTRE


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Etiqueta produto
Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 4.923,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 4.923,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 4.923,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 4 Dias
Estoque Final 109,4000 pç

Estoque Inicial 200,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 4.832,4000 pç

Cálculo para mensuração


montária do consumo,
compras e estoques.
Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 200,0000 R$ 0,0200 R$ 4,0000
Compras 4.832,4000 R$ 0,0200 R$ 96,6480
Soma/Novo preço médio 5.032,4000 R$ 0,0200 R$ 100,6480
Consumo de materiais 4.923,0000 R$ 0,0200 R$ 98,4600
Estoque Final 109,4000 R$ 0,0200 R$ 2,1880

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-
prima Etiqueta Produto), que multiplicada ao volume de 4.923 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 4.923,0000 pç
do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC622 – Deck
Autoclavado 100 x 50.

 Os 4.923,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 27,3500, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de quatro dias da matéria-prima, totalizará 109,4000 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 200,0000 pç


para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 4.832,4000 pç da matéria-prima.

196
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 4.923,0000 pç de consumo de materiais + 109,4000


pç de estoque final (–) 200,0000 pç de estoque inicial resultarão em 4.832,4000 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima etiqueta produto:

 Compras necessárias: 4.832,4000 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0200


por pç totalizarão um valor de R$ 96,65 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 4.923,0000 pç a um preço médio de mercado de


R$ 0,0200 por pç resultarão o montante de R$ 98,46 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

QUADRO 34 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - ETIQUETA VOLUME – 1º SEMESTRE


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 4.923,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 1.230,7500 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 1.230,7500 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 54,7000 metro linear

Estoque Inicial 100,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 1.185,4500 metro linear

Cálculo para mensuração


montária do consumo,
compras e estoques.
Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 100,0000 R$ 0,0300 R$ 3,0000
Compras 1.185,4500 R$ 0,0300 R$ 35,5635
Soma/Novo preço médio 1.285,4500 R$ 0,0300 R$ 38,5635
Consumo de materiais 1.230,7500 R$ 0,0300 R$ 36,9225
Estoque Final 54,7000 R$ 0,0300 R$ 1,6410

FONTE: O autor

197
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,2500 pç (matéria-
prima Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 4.923 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 1.230,7500 pç
do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC622 – Deck
Autoclavado 100 x 50.

 Os 1.230,7500 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 6,8375, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 54,7000 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 100,0000 pç


para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 1.185,4500 pç da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 1.230,7500 pç de consumo de materiais + 54,7000 pç


de estoque final (–) 100,0000 pç de estoque inicial resultarão em 1.185,4500 pç de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima etiqueta volume:

 Compras necessárias: 1.185,4500 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0300


por pç totalizarão um valor de R$ 35,56 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 1.230,7500 pç a um preço médio de mercado de


R$ 0,0300 por pç resultarão o montante de R$ 36,92 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

198
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 35 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 1º SEMES-


TRE
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 0,8700 metro linear
Produção Programada 4.923,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 4.283,0100 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 4.283,0100 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 142,7670 metro linear

Estoque Inicial 80,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 4.345,7770 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 80,0000 R$ 0,0500 R$ 4,0000
Compras 4.345,7770 R$ 0,0500 R$ 217,2889
Soma/Novo preço médio 4.425,7770 R$ 0,0500 R$ 221,2889
Consumo de materiais 4.283,0100 R$ 0,0500 R$ 214,1505
Estoque Final 142,7670 R$ 0,0500 R$ 7,1384

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,8700 pç (matéria-
prima Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de 4.923 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 4.283,1000 pç
do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC622 – Deck
Autoclavado 100 x 50.

 Os 4.283,1000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 23,7945, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 142,7670 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 80,0000


metro linear para o produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, as compras
necessárias para o período 1 serão de 4.345,7770 metro linear da matéria-prima.

199
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 4.283,0100 metro linear de consumo de materiais


+ 142,7670 pç de estoque final (–) 80,0000 metro linear de estoque inicial resultarão em
4.345,7770 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima fita FPP para amarração:

 Compras necessárias: 4.345,7770 metro linear a um preço médio de mercado de


R$ 0,0500 por pç totalizarão um valor de R$ 217,29 (este valor terá reflexo no
Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 4.283,0100 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0500 por metro linear resultarão o montante de R$ 214,15 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos apurar as necessidades de compras e consumo de materiais para a


fabricação do Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, durante o Período
2. O método de cálculo é semelhante ao Período 1.

200
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 36 – CONSUMO DE MATERIAIS - DAC622 – DECK AUTOCLAVADO 100 X 50 - 2º


SEMESTRE
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Deck Autoclavado
Quantidade 0,1000 m3.
Produção Programada 5.187,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 518,7000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 518,7000 m3. /
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 9 Dias
Estoque Final 25,9350 m3. /

Estoque Inicial 24,6150 m3.


Compras necessárias p/ período 2 520,0200 m3.

Cálculo para mensuração


montária do consumo,
compras e estoques.
Deck Autoclavado

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 24,6150 R$ 1.200,0000 R$ 29.538,0000
Compras 520,0200 R$ 1.272,0000 R$ 661.465,4400
Soma/Novo preço médio 544,6350 R$ 1.268,7459 R$ 691.003,4400
Consumo de materiais 518,7000 R$ 1.268,7459 R$ 658.098,5000
Estoque Final 25,9350 R$ 1.268,7459 R$ 32.904,9357
**** Incide a inflação sobre o valor da compra anterior.

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,1000 m3 de Deck
Autoclavado (matéria-prima Deck autoclavado), que multiplicada ao volume
de 5.187 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no Quadro 29: Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante
de 518,7000 m3 do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto
DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

 Os 518,7000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,8816667, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de nove dias da matéria-prima, totalizará 25,9350 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 24,6150 m3


(que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC622 – Deck Autoclavado
100 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 520,0200 m3 da
matéria-prima.
201
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 518,7000 m3 de consumo de materiais + 25,9350 m3


de estoque final (–) 24,6150 m3 de estoque inicial resultarão em 520,0200 m3 de matérias-
primas necessárias em compras.

Podemos apurar os seguintes valores orçamentários para a compra da


matéria-prima DAC 622 - Deck Autoclavado:

 Compras necessárias: 520,0200 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.272,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 661.465,44 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

TUROS
ESTUDOS FU

Estudaremos o tema inflação de forma mais aprofundada no Tópico 2 desta


unidade.

Agora teremos de apurar o novo valor do custo médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 29.538,00 + compras no valor de
R$ 661.465,44 = R$ 691.003,44. Esse valor dividido pela quantidade de 544,6350 m3
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 1.268,7459.

 Consumo de Materiais: 518,7000 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.268,7459 por m3 resultarão o montante de R$ 658.098,50 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

202
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 37 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - PINO T32 – 2º SEMESTRE


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Pino T32

Quantidade 18,0000 pç
Produção Programada 5.187,0000 Peças
Total da Matéria-
93.366,0000 pç
Prima
Estoque Final Programado
Total da Matéria-
93.366,0000 pç
Prima
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 4.149,6000 pç

Estoque Inicial 3.938,4000 pç


Compras necessárias p/ período 2 93.577,2000 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 3.938,4000 R$ 0,0060 R$ 23,6304
Compras 93.577,2000 R$ 0,0064 R$ 598,8941
Soma/Novo preço
97.515,6000 R$ 0,0064 R$ 622,5245
médio
Consumo de materiais 93.366,0000 R$ 0,0064 R$ 597,5424
Estoque Final 4.149,6000 R$ 0,0064 R$ 24,9774
**** Incide a inflação sobre o valor da compra anterior.

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 18,0000 peças
(matéria-prima Pino T32), que multiplicada ao volume de 5.187 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante na Quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 93.366,0000
peças do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC622 –
Deck Autoclavado 100 x 50.

 As 93.366,0000 peças divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 518,7000, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 4.149,6000 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 3.938,4000


peças (que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC622 – Deck
Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de
93.577,2000 peças da matéria-prima.

203
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 93.366,0000 peças de consumo de materiais +


4.149,6000 peças de estoque final (–) 3.938,4000 peças de estoque inicial resultarão em
93.577,2000 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 93.577,2000 peças a um preço médio de mercado


de R$ 0,0064 por peça totalizarão um valor de R$ 598,89 (este valor terá reflexo
no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º
semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que será
o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 23,63 + compras no valor de R$ 598,89 = R$
622,52. Esse valor dividido pela quantidade de 97.515,6000 pç de matéria-prima dará
um custo médio de R$ 0,0064 por peça.

 Consumo de materiais: 93.366,0000 peças a um preço médio de


mercado de R$ 0,0064 por peça resultarão o montante de R$ 597,54 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

204
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 38 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - COLA – 2º SEMESTRE

DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 2


Consumo de materiais Cola

Quantidade 0,1000 kg
Produção Programada 5.187,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 518,7000 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 518,7000 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 14,4083 kg

Estoque Inicial 13,6750 kg


Compras necessárias p/ período 2
519,4333 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.

Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 13,6750 R$ 6,2500 R$ 85,4688
Compras 519,4333 R$ 6,6250 R$ 3.441,2458
Soma/Novo preço 533,1083 R$ 6,6154 R$ 3.526,7246
médio
Consumo de materiais 518,7000 R$ 6,6154 R$ 3.431,4077
Estoque Final 14,4083 R$ 6,6154 R$ 95,3169
**** Incide a inflação sobre o valor da compra anterior.

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,1000 kg (matéria-
prima Cola), que multiplicada ao volume de 5.187 unidades (conforme letra “d”
da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de produção
– 2º semestre) resultará no montante de 518,7000 kg do componente da matéria-
prima a ser utilizado no produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

Os 518,7000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão



em um coeficiente diário de número 2,8817, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 14,4083 kg da matéria-
prima em estoque final.

205
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 13,6750 kg


(que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC622 – Deck Autoclavado
100 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 519,4333 kg da
matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 518,7000 kg de consumo de materiais + 14,4083 kg


de estoque final (–) 13,6750 kg de estoque inicial resultarão em 519,4333 kg de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 519,4333 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,6250


por kg totalizarão um valor de R$ 3.441,25 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 85,47 + compras no valor de R$
3.441,25 = R$ 3.526,72. Esse valor dividido pela quantidade de 533,1083 kg de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 6,6154.

 Consumo de materiais: 518,7000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,6154 por kg resultarão o montante de R$ 3.431,41 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

206
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 39 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - ETIQUETA PRODUTO – 2º SEMESTRE


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta produto
Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 5.187,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 5.187,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 5.187,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 4 Dias
Estoque Final 115,2667 pç

Estoque Inicial 109,4000 pç


Compras necessárias p/ período 2 5.192,8667 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 109,4000 R$ 0,0200 R$ 2,1880
Compras 5.192,8667 R$ 0,0212 R$ 110,0888
Soma/Novo preço médio 5.302,2667 R$ 0,0212 R$ 112,2768
Consumo de materiais 5.187,0000 R$ 0,0212 R$ 110,0844
Estoque Final 115,2667 R$ 0,0212 R$ 2,1924
**** Incide a inflação sobre o valor da compra anterior.

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-
prima Etiqueta Produto), que multiplicada ao volume de 5.187 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 5.187,0000 pç
do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC622 – Deck
Autoclavado 100 x 50.

 Os 5.187,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 28,8167, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de quatro dias da matéria-prima, totalizará 115,2667 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 109,4000 pç


(que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC622 – Deck Autoclavado
100 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 5.192,8667 pç da
matéria-prima.

207
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 5.187,0000 pç de consumo de materiais + 115,2667


pç de estoque final (–) 109,4000 pç de estoque inicial resultarão em 5.192,8667 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta produto:

 Compras necessárias: 5.192,8667 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0212


por pç totalizarão um valor de R$ 110,09 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 2,19 + compras no valor de R$
110,09 = R$ 112,28. Esse valor dividido pela quantidade de 5.302,2667 pç de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0212.

 Consumo de materiais: 5.187,0000 pç a um preço médio de mercado de R$


0,0212 por pç resultarão o montante de R$ 110,08 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

208
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 40 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - ETIQUETA VOLUME - 2º SEMESTRE


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta volume

Quantidade 0,2500 metro linear


Produção Programada 5.187,0000 Peças

Total da Matéria-Prima 1.296,7500 metro linear


Estoque Final Programado

Total da Matéria-Prima 1.296,7500 metro linear


Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 57,6333 metro linear
Estoque Inicial 54,7000 metro linear
Compras necessárias p/ período 2 1.299,6833 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial
54,7000 R$ 0,0300 R$ 1,6410
Compras
1.299,6833 R$ 0,0318 R$ 41,3299
Soma/Novo preço
médio 1.354,3833 R$ 0,0317 R$ 42,9709
Consumo de materiais
1.296,7500 R$ 0,0317 R$ 41,1070
Estoque Final
57,6333 R$ 0,0317 R$ 1,8640
**** Incide a inflação sobre o valor da compra anterior.

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,2500 metro
linear (matéria-prima Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 5.187
unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante no
Quadro 29: Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de
1.296,7500 metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no
produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

 Os 1.296,7500 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 7,2042, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 57,6333 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 54,7000


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC622 – Deck
Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 1.299,6833
metro linear da matéria-prima.
209
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

Compras necessárias: 1.296,7500 metro linear de consumo de materiais +


57,6333 metro linear de estoque final (–) 54,7000 metro linear de estoque inicial resultarão
em 1.299,6833 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 1.299,6833 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0318 por metro linear totalizarão um valor de R$ 41,33 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 1,64 + compras no valor de R$
41,33 = R$ 42,97. Esse valor dividido pela quantidade de 1.354,3833 metro linear
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0317.

 Consumo de materiais: 1.296,7500 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0317 por metro linear resultarão o montante de R$ 41,11 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

210
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 41 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC622) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 2º SEMESTRE


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 0,8700 metro linear
Produção Programada 5.187,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 4.512,6900 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 4.512,6900 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 150,4230 metro linear

Estoque Inicial 142,7670 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 4.520,3460 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 142,7670 R$ 0,0500 R$ 7,1384
Compras 4.520,3460 R$ 0,0530 R$ 239,5783
Soma/Novo preço médio 4.663,1130 R$ 0,0529 R$ 246,7167
Consumo de materiais 4.512,6900 R$ 0,0529 R$ 238,7213
Estoque Final 150,4230 R$ 0,0529 R$ 7,9974
**** Incide a inflação sobre o valor da compra anterior.

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50: foi utilizada 0,8700 metro linear
(matéria-prima Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de
5.187 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no Quadro 29: Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante
de 4.512,6900 metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no
produto DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50.

 Os 4.512,6900 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 25,0705, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 150,4230 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 142,7670


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC622 –
Deck Autoclavado 100 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de
4.520,3460 metro linear da matéria-prima.

211
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 4.512,6900 metro linear de consumo de materiais +


150,4230 metro linear de estoque final (–) 142,7670 metro linear de estoque inicial resultarão
em 4.520,3460 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima fita FPP para amarração:

 Compras necessárias: 4.520,3460 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0530 por metro linear totalizarão um valor de R$ 239,58 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 7,14 + compras no valor de R$
239,58 = R$ 246,72. Esse valor dividido pela quantidade de 4.663,1130 metro linear
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0529.

 Consumo de materiais: 4.512,6900 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0529 por metro linear resultarão o montante de R$ 238,72 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

b) Orçamento de Consumo Produto Dac615 – Deck Autoclavado 50 X 50

Vamos primeiramente identificar o período de estocagem da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Deck Autoclavado 7 dias


 Pino T32 9 dias
 Cola 4 dias
 Etiqueta Produto 5 dias
 Etiqueta Volume 7 dias
 Fita FPP p/Amarração 8 dias

A seguir, vamos identificar o consumo de cada componente da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Deck Autoclavado 0,15000 m3


 Pino T32 23,00000 pç
 Cola 0,05000 kg
 Etiqueta Produto 1,00000 pç

212
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

 Etiqueta Volume 0,25000 metro linear


 Fita FPP p/Amarração 0,66000 metro linear

A partir de agora, vamos apurar o consumo de materiais e a necessidade


de compra para a fabricação do Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50
durante o Período 1.

QUADRO 42– CONSUMO DE MATERIAIS DAC615 – DECK AUTOCLAVADO 50 X 50 – 1º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Deck Autoclavado
Quantidade 0,1500 m3.
Produção Programada 4.025,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 603,7500 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 603,7500 m3.
Dias no Semestre 180 Dias

Dias de Estocagem 7 Dias


Estoque Final 23,4792 m3.

Estoque Inicial 15,0000 m3.


Compras necessárias p/ período 1 612,2292 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck Autoclavado

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 15,0000 R$ 1.200,0000 R$ 18.000,0000
Compras 612,2292 R$ 1.200,0000 R$ 734.675,0400
Soma/Novo preço médio 627,2292 R$ 1.200,0000 R$ 752.675,0400
Consumo de materiais 603,7500 R$ 1.200,0000 R$ 724.500,0000
Estoque Final 23,4792 R$ 1.200,0000 R$ 28.175,0400

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,1500 m3 de Deck


Autoclavado (matéria-prima Deck autoclavado), que multiplicada ao volume
de 4.025 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no Quadro 28: Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante
de 603,7500 m3 do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto
DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

213
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Os 603,7500 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão



em um coeficiente diário de número 3,3542, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 23,4792 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 15,0000 m3


para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 612,2292 m3 da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 603,7500 m3 de consumo de materiais + 23,4792 m3


de estoque final (–) 15,0000 m3 de estoque inicial resultarão em 612,2292 m3 de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima DAC615 – Deck Autoclavado:

 Compras necessárias: 612,2292 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.200,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 734.675,04 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa).

 Consumo de materiais: 603,7500 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.200,00 por m3 resultarão o montante de R$ 724.500,00 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

214
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 43 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - PINO T32 – 1º SEMESTRE

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 1


Consumo de materiais Pino T32
Quantidade 23,0000 pç
Produção Programada 4.025,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 92.575,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 92.575,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 9 Dias
Estoque Final 4.628,7500 pç

Estoque Inicial 2.500,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 94.703,7500 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 2.500,0000 R$ 0,0060 R$ 15,0000
Compras 94.703,7500 R$ 0,0060 R$ 568,2225
Soma/Novo preço médio 97.203,7500 R$ 0,0060 R$ 583,2225
Consumo de materiais 92.575,0000 R$ 0,0060 R$ 555,4500
Estoque Final 4.628,7500 R$ 0,0060 R$ 27,7725

Fonte: O autor

É possível observar no quadro anterior alguns aspectos importantes,


como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foram utilizadas 23,0000 peças


(matéria-prima Pino T32), que multiplicadas ao volume de 4.025 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultarão no montante de 92.575,0000
peças do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC615 –
Deck Autoclavado 50 x 50.

 As 92.575,0000 peças divididas pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 514,3056, que, multiplicado
ao prazo de estocagem de nove dias da matéria-prima, totalizarão 4.628,7500
peças da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 2.500,0000


peças para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, as compras
necessárias para o período 1 serão de 94.703,7500 peças da matéria-prima.

215
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

Compras necessárias: 94.703,7500 peças de consumo de materiais +


4.628,7500 peças de estoque final (–) 2.500,0000 peças de estoque inicial
resultarão em 94.703,7500 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 94.703,7500 peças a um preço médio de mercado de R$


0,0060 por peça totalizarão um valor de R$ 568,22 (este valor terá reflexo no
Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 92.575,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0060 por peça resultarão o montante de R$ 555,45 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

QUADRO 44 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - COLA – 1º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Cola
Quantidade 0,0500 kg
Produção Programada 4.025,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 201,2500 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 201,2500 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 4 Dias
Estoque Final 4,4722 kg

Estoque Inicial 7,0000 kg


Compras necessárias p/ período 1 198,7222 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 7,0000 R$ 6,2500 R$ 43,7500
Compras 198,7222 R$ 6,2500 R$ 1.242,0139
Soma/Novo preço médio 205,7222 R$ 6,2500 R$ 1.285,7639
Consumo de materiais 201,2500 R$ 6,2500 R$ 1.257,8125
Estoque Final 4,4722 R$ 6,2500 R$ 27,9514

FONTE: O autor

216
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar alguns aspectos importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,0500 kg (matéria-


prima Cola), que multiplicada ao volume de 4.025 unidades (conforme letra “d”
da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de produção
– 1º semestre) resultará no montante de 201,2500 kg do componente da matéria-
prima a ser utilizado no produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 201,2500 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 1,1181, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de quatro dias da matéria-prima, totalizará 4,4722 kg da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 7,0000 kg


para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 198,7222 kg da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 201,2500 kg de consumo de materiais + 4,4722 kg


de estoque final (–) 7,0000 kg de estoque inicial resultarão em 198,7222 kg de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 198,7222 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,2500


por kg totalizarão um valor de R$ 1.242,01 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 201,2500 kg a um preço médio de mercado de R$


6,2500 por kg resultarão o montante de R$ 1.257,81 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

217
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 45 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - ETIQUETA PRODUTO – 1º SEMESTRE

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 1


Consumo de materiais Etiqueta produto
Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 4.025,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 4.025,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 4.025,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 111,8056 pç

Estoque Inicial 350,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 3.786,8056 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 350,0000 R$ 0,0200 R$ 7,0000
Compras 3.786,8056 R$ 0,0200 R$ 75,7361
Soma/Novo preço médio 4.136,8056 R$ 0,0200 R$ 82,7361
Consumo de materiais 4.025,0000 R$ 0,0200 R$ 80,5000
Estoque Final 111,8056 R$ 0,0200 R$ 2,2361

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-


prima Etiqueta Produto), que multiplicada ao volume de 4.025 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 4.025,0000 pç
do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC615 – Deck
Autoclavado 50 x 50.

 Os 4.025,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 22,3611, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 111,8056 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 350,0000


pç para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 3.786,8056 pç da matéria-prima.

218
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 4.025,0000 pç de consumo de materiais + 111,8056


pç de estoque final (–) 350,0000 pç de estoque inicial resultarão em 3.786,8056 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Produto:

 Compras necessárias: 3.786,8056 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0200


por pç totalizarão um valor de R$ 75,74 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 4.025,0000 pç a um preço médio de mercado de


R$ 0,0200 por pç resultarão o montante de R$ 80,50 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

QUADRO 46 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - ETIQUETA VOLUME – 1º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 4.025,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 1.006,2500 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 1.006,2500 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 39,1319 metro linear

Estoque Inicial 150,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 895,3819 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 150,0000 R$ 0,0300 R$ 4,5000
Compras 895,3819 R$ 0,0300 R$ 26,8615
Soma/Novo preço médio 1.045,3819 R$ 0,0300 R$ 31,3615
Consumo de materiais 1.006,2500 R$ 0,0300 R$ 30,1875
Estoque Final 39,1319 R$ 0,0300 R$ 1,1740

FONTE: O autor

219
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar o quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,2500 metro


linear (matéria-prima Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 4.025
unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante no
Quadro 28: Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de
1.006,2500 metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no
produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 1.006,2500 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 5,5903, que, multiplicado ao prazo
de estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 39,1319 metro linear da
matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 150,0000


pç para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 895,3819 metro linear da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 1.006,2500 metro linear de consumo de materiais


+ 39,1319 metro linear de estoque final (–) 150,0000 pç de estoque inicial resultarão em
895,3819 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 895,3819 metro linear a um preço médio de mercado de


R$ 0,0300 por metro linear totalizarão um valor de R$ 26,86 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 1.006,2500 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0300 por pç resultarão o montante de R$ 30,19 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

220
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 47 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 1º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 0,6600 metro linear
Produção Programada 4.025,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 2.656,5000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 2.656,5000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 118,0667 metro linear

Estoque Inicial 90,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 2.684,5667 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 90,0000 R$ 0,0500 R$ 4,5000
Compras 2.684,5667 R$ 0,0500 R$ 134,2283
Soma/Novo preço médio 2.774,5667 R$ 0,0500 R$ 138,7283
Consumo de materiais 2.656,5000 R$ 0,0500 R$ 132,8250
Estoque Final 118,0667 R$ 0,0500 R$ 5,9033

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,6600 metro linear
(matéria-prima Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de
4.025 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no Quadro 28: Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante
de 2.656,5000 metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no
produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 2.656,5000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 14,7583, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 118,0667 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 90,0000


metro linear para o produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, as compras
necessárias para o período 1 serão de 2.684,5667 metro linear da matéria-prima.

221
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

Compras necessárias: 2.656,5000 metro linear de consumo de materiais


+ 118,0667 pç de estoque final (–) 90,0000 metro linear de estoque inicial resultarão em
2.684,5667 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Fita FPP para Amarração:

 Compras necessárias: 2.684,5667 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0500 por metro linear totalizarão um valor de R$ 134,23 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 2.656,5000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0500 por metro linear resultarão o montante de R$ 132,83 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos apurar as necessidades de compras e consumo de materiais para a


fabricação do Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o Período 2.
O método de cálculo é semelhante ao Período 1.

QUADRO 48 – CONSUMO DE MATERIAIS DAC615 – DECK AUTOCLAVADO 50 X 50 - 2º SEMESTRE

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 2


Consumo de materiais Deck Autoclavado
Quantidade 0,1500 m3.

Produção Programada 4.030,0000 Peças


Total da Matéria-Prima 604,5000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 604,5000 m3.
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 23,5083 m3.

Estoque Inicial 23,4792 m3.

Compras necessárias p/ período 2 604,5291 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck Autoclavado
Quantidade Custo de Aquisição Total

Saldo Inicial 23,4792 R$ 1.200,0000 R$ 28.175,0400

Compras 604,5291 R$ 1.272,0000 R$ 768.961,0152

Soma/Novo preço médio 628,0083 R$ 1.269,3082 R$ 797.136,0552

Consumo de materiais 604,5000 R$ 1.269,3082 R$ 767.296,8069

Estoque Final 23,5083 R$ 1.269,3082 R$ 29.839,2483 .

FONTE: O autor

222
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,1500 m3 de Deck


Autoclavado (matéria-prima Deck autoclavado), que multiplicada ao volume
de 4.030 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no Quadro 29: Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante
de 604,5000 m3 do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto
DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 604,5000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 3,3583, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 23,5083 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 23,4792 m3


(que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC615 – Deck Autoclavado
50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 604,5291 m3 da
matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 604,5000 m3 de consumo de materiais + 23,5083


m3 de estoque final (–) 23,4792 m3 de estoque inicial resultarão em 604,5291 m3 de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima DAC 615 - Deck Autoclavado:

 Compras necessárias: 604,5291 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.272,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 768,961,02 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques da


seguinte forma: o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 28.175,04 + compras
no valor de R$ 768.961,02 = R$ 797.136,06. Esse valor dividido pela quantidade de
628,0083 m3 de matéria-prima dará um custo médio de R$ 1.269,3082.

 Consumo de materiais: 604,5000 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.269,3082 por m3 resultarão o montante de R$ 767.296,81 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).
223
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

QUADRO 49 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - PINO T32 – 2º SEMESTRE

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 2


Consumo de materiais Pino T32
Quantidade 23,0000 pç
Produção Programada 4.030,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 92.690,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 92.690,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 9 Dias
Estoque Final 4.634,5000 pç

Estoque Inicial
4.628,7500 pç
Compras necessárias p/ período 2
92.695,7500 pç
Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.
Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 4.628,7500 R$ 0,0060 R$ 27,7700
Compras 92.695,7500 R$ 0,0064 R$ 593,2528
Soma/Novo preço médio 97.324,5000 R$ 0,0064 R$ 621,0228
Consumo de materiais 92.690,0000 R$ 0,0064 R$ 593,2160
Estoque Final 4.634,5000 R$ 0,0064 R$ 27,8068

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 23,0000 peças


(matéria-prima Pino T32), que multiplicada ao volume de 4.030 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 92.690,0000
peças do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC615 –
Deck Autoclavado 50 x 50.

224
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

 As 92.690,0000 peças divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 514,9444, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de nove dias da matéria-prima, totalizará 4.634,5000 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em


4.628,7500 peças (que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC615 –
Deck Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de
92.695,7500 peças da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 92.690,0000 peças de consumo de materiais +


4.634,5000 peças de estoque final (–) 4.628,7500 peças de estoque inicial resultarão em
92.695,7500 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 92.695,7500 peças a um preço médio de mercado de R$


0,0064 por peça totalizarão um valor de R$ 593,25 (este valor terá reflexo no
Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º
semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques da


seguinte forma: O saldo inicial dos estoques no valor R$ 27,77 + compras no valor
de R$ 593,25 = R$ 621,02. Esse valor dividido pela quantidade de 97.324,5000 pç
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0064 por peça.

 Consumo de materiais: 92.690,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0064 por peça resultarão o montante de R$ 593,22 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

225
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 50 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - COLA – 2º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Cola
Quantidade 0,0500 kg
Produção Programada 4.030,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 201,5000 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 201,5000 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 4 Dias
Estoque Final 4,4778 kg

Estoque Inicial 4,4722 kg


Compras necessárias p/ período 2 201,5056 kg

Cálculo para mensuração monetária do consumo, compras e estoques.


Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 4,4722 R$ 6,2500 R$ 27,9514
Compras 201,5056 R$ 6,6250 R$ 1.334,9743
Soma/Novo preço médio 205,9778 R$ 6,6168 R$ 1.362,9157
Consumo de materiais 201,5000 R$ 6,6168 R$ 1.333,2852
Estoque Final 4,4778 R$ 6,6168 R$ 29,6305

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,0500 kg (matéria-


prima Cola), que multiplicada ao volume de 4.030 unidades (conforme letra
“d” da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de
produção – 2º semestre) resultará no montante de 201,5000 kg do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x
50.

 Os 201,5000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 1,1194, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de quatro dias da matéria-prima, totalizará 4,4778 kg da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 4,4722 kg


(que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC615 – Deck Autoclavado
50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 201,5056 kg da
matéria-prima.

226
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

Compras necessárias: 201,5000 kg de consumo de materiais + 4,4778 kg de


estoque final (–) 4,4722 kg de estoque inicial resultarão em 201,5056 kg de matérias-primas
necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 201,5056 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,6250


por kg totalizarão um valor de R$ 1.334,97 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora vamos apurar o novo valor do Custo Médio de estoques da seguinte


forma: o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 27,95 + compras no valor de
R$ 1.334,97 = R$ 1.362,92. Esse valor dividido pela quantidade de 205,9778 kg de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 6,6169.

 Consumo de Materiais: 201,5000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,6168 por kg resultarão o montante de R$ 1.333,29 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

227
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 51 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - ETIQUETA PRODUTO – 2º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta produto

Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 4.030,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 4.030,0000 pç
Estoque Final Programado

Total da Matéria-Prima 4.030,0000 pç


Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 111,9444 pç

Estoque Inicial 111,8056 pç


Compras necessárias p/ período 2 4.030,1389 pç
Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.

Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial
R$ 0,0200 R$ 2,2361
111,8056
Compras
R$ 0,0212 R$ 85,4389
4.030,1389
Soma/Novo preço médio
R$ 0,0212 R$ 87,6751
4.141,9444
Consumo de materiais
R$ 0,0212 R$ 85,4360
4.030,0000
Estoque Final
R$ 0,0212 R$ 2,2391
111,9444

FONTE: O autor

É possível observar o quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-


prima Etiqueta Produto), que multiplicada ao volume de 4.030 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 4.030,0000 pç
do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto DAC615 – Deck
Autoclavado 50 x 50.

 Os 4.030,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 22,3889, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 111,9444 pç da matéria-
prima em estoque final.

228
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 111,8056 pç


(que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC615 – Deck Autoclavado
50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 4.030,1389 pç da
matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 4.030,0000 pç de consumo de materiais + 111,9444


pç de estoque final (–) 111,8056 pç de estoque inicial resultarão em 4.030,1389 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Produto:

 Compras necessárias: 4.030,1389 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0212


por pç totalizarão um valor de R$ 85,44 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 2,24 + compras no valor de R$ 85,44
= R$ 87,68. Esse valor dividido pela quantidade de 4.141,9444 pç de matéria-prima
dará um custo médio de R$ 0,0212.

 Consumo de materiais: 4.030,0000 pç a um preço médio de mercado de


R$ 0,0212 por pç resultarão o montante de R$ 85,44 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

229
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 52 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - ETIQUETA VOLUME – 2º SEMESTRE


DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 4.030,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 1.007,5000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 1.007,5000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 39,1806 metro linear

Estoque Inicial 39,1319 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 1.007,5486 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 39,1319 R$ 0,0300 R$ 1,1740
Compras 1.007,5486 R$ 0,0318 R$ 32,0400
Soma/Novo preço médio 1.046,6806 R$ 0,0317 R$ 33,2140
Consumo de materiais 1.007,5000 R$ 0,0317 R$ 31,9378
Estoque Final 39,1806 R$ 0,0317 R$ 1,2763

FONTE: O autor

É possível observar o quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,2500 metro


linear (matéria-prima Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 4.030
unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante no
Quadro 28: Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de
1.007,5000 metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no
produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 1.007,5000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 5,5972, que, multiplicado ao prazo
de estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 39,1806 metro linear da
matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 39,1319


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC615 – Deck
Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 1.007,5486
metro linear da matéria-prima.

230
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 1.007,5000 metro linear de consumo de materiais +


39,1806 metro linear de estoque final (–) 39,1319 metro linear de estoque inicial resultarão
em 1.007,5486 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 1.007,5486 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0318 por metro linear totalizarão um valor de R$ 32,04 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques da


seguinte forma: o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 1,17 + compras no
valor de R$ 32,04 = R$ 33,21. Esse valor dividido pela quantidade de 1.046,6806
metro linear de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0317.

 Consumo de materiais: 1.007,5000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0317 por metro linear resultarão o montante de R$ 31,94 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

231
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 53 – CONSUMO DE MATERIAIS (DAC615) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 2º SEMESTRE

DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 Período 2


Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 0,6600 metro linear
Produção Programada 4.030,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 2.659,8000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 2.659,8000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 118,2133 metro linear

Estoque Inicial 118,0667 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 2.659,9467 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 118,0667 R$ 0,0500 R$ 5,9033
Compras 2.659,9467 R$ 0,0530 R$ 140,9772
Soma/Novo preço médio 2.778,0133 R$ 0,0529 R$ 146,8805
Consumo de materiais 2.659,8000 R$ 0,0529 R$ 140,7034
Estoque Final 118,2133 R$ 0,0529 R$ 6,1771

FONTE: O autor

É possível observar o quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50: foi utilizada 0,6600 metro linear
(matéria-prima Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de
4.030 unidades (conforme letra “d” da Programação de Produção constante
no quadro 28: Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante
de 2.659,8000 metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no
produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 2.659,8000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 14,7767, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 118,2133 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 118,0667


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto DAC615 – Deck
Autoclavado 50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 2.659,9467
metro linear da matéria-prima.

232
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 2.659,8000 metro linear de consumo de materiais +


118,2133 metro linear de estoque final (–) 118,0667 metro linear de estoque inicial resultarão
em 2.659,9467 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Fita FPP para Amarração:

 Compras necessárias: 2.659,9467 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0530 por metro linear totalizarão um valor de R$ 140,98 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 5,90 + compras no valor de R$
140,98 = R$ 146,88. Esse valor dividido pela quantidade de 2.778,0133 metro linear
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0529.

 Consumo de materiais: 2.659,8000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0529 por metro linear resultarão o montante de R$ 140,70 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

c) Orçamento de Consumo Produto D350 – Deck Frisado 50 X 50

Vamos primeiramente identificar o período de estocagem da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Deck Frisado 9 dias


 Pino T32 8 dias
 Cola 4 dias
 Stain Jatoba 6 dias
 Etiqueta Produto 5 dias
 Etiqueta Volume 6 dias
 Fita FPP p/Amarração 7 dias

A seguir, vamos identificar o consumo de cada componente da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Deck Frisado 0,08000 m3


 Pino T32 20,00000 pç
 Cola 0,05000 kg
 Stain Jatoba 0,09000 lt
 Etiqueta Produto 1,00000 pç
233
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

 Etiqueta Volume 0,25000 metro linear


 Fita FPP p/Amarração 0,66000 metro linear

A partir de agora, vamos apurar o consumo de materiais e a necessidade de


compra para a fabricação do Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o Período 1.

QUADRO 54 – CONSUMO DE MATERIAIS D350 – DECK FRISADO 50 X 50 − 1º SEMESTRE

D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1


Consumo de materiais Deck EUC
Quantidade 0,0800 m3.
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 412,8000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 412,8000 m3.
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 9 Dias
Estoque Final 20,6400 m3.

Estoque Inicial 25,0000 m3.


Compras necessárias p/ período 1 408,4400 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck EUC

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 25,0000 R$ 1.050,0000 R$ 26.250,0000
Compras 408,4400 R$ 1.050,0000 R$ 428.862,0000
Soma/Novo preço médio 433,4400 R$ 1.050,0000 R$ 455.112,0000
Consumo de materiais 412,8000 R$ 1.050,0000 R$ 433.440,0000
Estoque Final 20,6400 R$ 1.050,0000 R$ 21.672,0000

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,0800 m3 de Deck Frisado
(matéria-prima Deck EUC), que multiplicada ao volume de 5.160 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 412,8000
m3 do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck
Frisado 50 x 50.

 Os 412,8000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,2933, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de nove dias da matéria-prima, totalizará 20,6400 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 25,0000


m3 para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o
período 1 serão de 408,4400 m3 da matéria-prima.
234
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

Compras necessárias: 412,8000 m3 de consumo de materiais + 20,6400


m3 de estoque final (–) 25,0000 m3 de estoque inicial resultarão em 408,4400 m3 de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Deck EUC D350 – Deck Frisado:

 Compras necessárias: 408,4400 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.050,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 428.862,00 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa).

 Consumo de materiais: 412,8000 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.050,00 por m3 resultarão o montante de R$ 433.440,00 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

QUADRO 55 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - PINO T32 – 1º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Pino T32
Quantidade 20,0000 pç
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 103.200,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 103.200,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 4.586,6667 pç

Estoque Inicial 1.850,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 105.936,6667 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 1.850,0000 R$ 0,0060 R$ 11,1000
Compras 105.936,6667 R$ 0,0060 R$ 635,6200
Soma/Novo preço médio 107.786,6667 R$ 0,0060 R$ 646,7200
Consumo de materiais 103.200,0000 R$ 0,0060 R$ 619,2000
Estoque Final 4.586,6667 R$ 0,0060 R$ 27,5200

FONTE: O autor

235
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 20,0000 peças (matéria-
prima Pino T32), que multiplicada ao volume de 5.160 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento
de produção – 1º semestre) resultará no montante de 103.200,0000 peças do
componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado
50 x 50.

 As 103.200,0000 peças divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 573,3333, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 4.586,6667 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 1.850,0000


peças para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias para
o período 1 serão de 105.936,6667 peças da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 103.200,0000 peças de consumo de materiais +


4.586,6667 peças de estoque final (–) 1.850,0000 peças de estoque inicial resultarão em
105.936,6667 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 105.936,6667 peças a um preço médio de mercado de R$


0,0060 por peça totalizarão um valor de R$ 635,62 (este valor terá reflexo no
Fluxo de Caixa).

 Consumo de mteriais: 103.200,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0060 por peça resultarão o montante de R$ 619,20 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

236
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 56 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - COLA – 1º SEMESTRE

D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1


Consumo de materiais Cola
Quantidade 0,0500 kg
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 258,0000 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 258,0000 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 4 Dias
Estoque Final 5,7333 kg

Estoque Inicial 12,0000 kg


Compras necessárias p/ período 1 251,7333 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 12,0000 R$ 6,2500 R$ 75,0000
Compras 251,7333 R$ 6,2500 R$ 1.573,3333
Soma/Novo preço médio 263,7333 R$ 6,2500 R$ 1.648,3333
Consumo de materiais 258,0000 R$ 6,2500 R$ 1.612,5000
Estoque Final 5,7333 R$ 6,2500 R$ 35,8333

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,0500 kg (matéria-prima


Cola), que multiplicada ao volume de 5.160,0000 unidades (conforme letra
“d” da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de
produção – 1º semestre) resultará no montante de 258,0000 kg do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Os 258,0000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 1,4333, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de quatro dias da matéria-prima, totalizará 5,7333 kg da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 12,0000


kg para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o
período 1 serão de 251,7333 kg da matéria-prima.

237
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

Compras necessárias: 258,0000 kg de consumo de materiais + 5,7333 kg de


estoque final (–) 12,0000 kg de estoque inicial resultarão em 251,7333 kg de matérias-primas
necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 251,7333 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,2500


por kg totalizarão um valor de R$ 1.573,33 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 258,0000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,2500 por kg resultarão o montante de R$ 1.612,50 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Stain Jatobá.

QUADRO 57 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - STAIN JATOBÁ – 1º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Stain Jatoba
Quantidade 0,0900 lt
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 464,4000 lt

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 464,4000 lt
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 15,4800 lt

Estoque Inicial 90,0000 lt


Compras necessárias p/ período 1 389,8800 lt

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Stain Jatoba

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 90,0000 R$ 6,9000 R$ 621,0000
Compras 389,8800 R$ 6,9000 R$ 2.690,1720
Soma/Novo preço médio 479,8800 R$ 6,9000 R$ 3.311,1720
Consumo de materiais 464,4000 R$ 6,9000 R$ 3.204,3600
Estoque Final 15,4800 R$ 6,9000 R$ 106,8120

FONTE: O autor

238
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,0900 lt (matéria-prima


Stain Jatobá), que multiplicada ao volume de 5.160,0000 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no quadro 27: Orçamento de
produção – 1º semestre) resultará no montante de 464,4000 lt do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Os 464,4000 lt divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,5800, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 15,4800 lt da matéria-prima
em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 90,0000


lt para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o
período 1 serão de 389,8800 kg da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 464,4000 kg de consumo de materiais + 15,4800 kg


de estoque final (–) 90,0000 kg de estoque inicial resultarão em 389,8800 lt de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Stain Jatobá:

 Compras necessárias: 389,8800 lt a um preço médio de mercado de R$ 6,9000


por kg totalizarão um valor de R$ 2.690,17 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 464,4000 lt a um preço médio de mercado de R$


6,9000 por kg resultarão o montante de R$ 3.204,36 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

239
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 58 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - ETIQUETA PRODUTO – 1º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Etiqueta produto
Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 5.160,0000 pç

Estoque Final
Programado
Total da Matéria-Prima 5.160,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 143,3333 pç

Estoque Inicial 210,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 5.093,3333 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 210,0000 R$ 0,0200 R$ 4,2000
Compras 5.093,3333 R$ 0,0200 R$ 101,8667
Soma/Novo preço médio 5.303,3333 R$ 0,0200 R$ 106,0667
Consumo de materiais 5.160,0000 R$ 0,0200 R$ 103,2000
Estoque Final 143,3333 R$ 0,0200 R$ 2,8667

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-prima


Etiqueta Produto), que multiplicada ao volume de 5.160 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de
produção – 1º semestre) resultará no montante de 5.160,0000 pç do componente da
matéria-prima a ser utilizado no produto DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50.

 Os 5.160,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 28,6667, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 143,3333 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 210,0000


pç para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o
período 1 serão de 5.093,3333 pç da matéria-prima.

240
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 5.160,0000 pç de consumo de materiais + 143,3333


pç de estoque final (–) 210,0000 pç de estoque inicial resultarão em 5.093,3333 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Produto:

 Compras necessárias: 5.093,3333 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0200


por pç totalizarão um valor de R$ 101,87 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 5.160,0000 pç a um preço médio de mercado de R$


0,0200 por pç resultarão o montante de R$ 103,20 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

QUADRO 59 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - ETIQUETA VOLUME – 1º SEMESTRE

D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1


Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 1.290,0000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 1.290,0000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 43,0000 metro linear

Estoque Inicial 110,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 1.223,0000 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 110,0000 R$ 0,0300 R$ 3,3000
Compras 1.223,0000 R$ 0,0300 R$ 36,6900
Soma/Novo preço médio 1.333,0000 R$ 0,0300 R$ 39,9900
Consumo de materiais 1.290,0000 R$ 0,0300 R$ 38,7000
Estoque Final 43,0000 R$ 0,0300 R$ 1,2900

FONTE: O autor

241
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,2500 metro linear (matéria-
prima Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 5.160 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 1.290,0000
metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350
– Deck Frisado 50 x 50.

 Os 1.290,0000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 7,1667, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 43,0000 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 110,0000


pç para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o
período 1 serão de 1.223,0000 metro linear da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 1.290,0000 metro linear de consumo de materiais


+ 43,0000 metro linear de estoque final (–) 110,0000 pç de estoque inicial resultarão em
1.223,0000 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 1.223,0000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0300 por metro linear totalizarão um valor de R$ 36,69 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 1.290,0000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0300 por pç resultarão o montante de R$ 38,70 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

242
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 60 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 1º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 1
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 0,6600 metro linear
Produção Programada 5.160,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 3.405,6000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 3.405,6000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 132,4400 metro linear

Estoque Inicial 170,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 3.368,0400 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 170,0000 R$ 0,0500 R$ 8,5000
Compras 3.368,0400 R$ 0,0500 R$ 168,4020
Soma/Novo preço médio 3.538,0400 R$ 0,0500 R$ 176,9020
Consumo de materiais 3.405,6000 R$ 0,0500 R$ 170,2800
Estoque Final 132,4400 R$ 0,0500 R$ 6,6220

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,6600 metro linear (matéria-
prima Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de 5.160 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 3.405,6000
metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350
– Deck Frisado 50 x 50.

 Os 3.405,6000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 18,9200, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 132,4400 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 170,0000


metro linear para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as compras necessárias
para o período 1 serão de 3.368,0400 metro linear da matéria-prima.

243
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 3.405,6000 metro linear de consumo de materiais


+ 132,4400 pç de estoque final (–) 170,0000 metro linear de estoque inicial resultarão em
3.368,0400 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Fita FPP para Amarração:

 Compras necessárias: 3.368,0400 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0500 por metro linear totalizarão um valor de R$ 168,40 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 3.405,6000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0500 por metro linear resultarão o montante de R$ 170,28 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos apurar as necessidades de compras e consumo de materiais para


a fabricação do Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o Período 2. O
método de cálculo é semelhante ao Período 1.

Vamos primeiramente identificar o orçamento de compras e de consumo


da matéria-prima Deck EUC.

QUADRO 61– CONSUMO DE MATERIAIS D350 – DECK FRISADO 50 X 50 – 2º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Deck EUC
Quantidade 0,0800 m3.
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 421,6000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 421,6000 m3.
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 9 Dias
Estoque Final 21,0800 m3.

Estoque Inicial 20,6400 m3.


Compras necessárias p/ período 2 422,0400 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck EUC

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 20,6400 R$ 1.050,0000 R$ 21.672,0000
Compras 422,0400 R$ 1.113,0000 R$ 469.730,5200
Soma/Novo preço médio 442,6800 R$ 1.110,0626 R$ 491.402,5200
Consumo de materiais 421,6000 R$ 1.110,0626 R$ 468.002,3922
Estoque Final 21,0800 R$ 1.110,0626 R$ 23.400,1278

FONTE: O autor

244
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,0800 m3 de Deck Frisado
(matéria-prima Deck EUC), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 421,6000
m3 do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck
Frisado 50 x 50.

 Os 421,6000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,3422, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de nove dias da matéria-prima, totalizará 21,0800 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 20,6400 m3


(que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 422,0400 m3 da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 421,6000 m3 de consumo de materiais + 21,0800 m3


de estoque final (–) 20,6400 m3 de estoque inicial resultarão em 422,0400 m3 de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Deck EUC - D350 – Deck Frisado:

 Compras necessárias: 422,0400 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.113,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 469.730,52 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 21.672,00 + compras no valor de
R$ 469.730,52 = R$ 491.402,52. Esse valor dividido pela quantidade de 442,6800 m3
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 1,110,0626.

 Consumo de materiais: 421,6000 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.110,0626 por m3 resultarão o montante de R$ 468.002,39 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

245
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

QUADRO 62 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - PINO T32 – 2º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Pino T32
Quantidade 20,0000 pç
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 105.400,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 105.400,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 4.684,4444 pç

Estoque Inicial 4.586,6667 pç


Compras necessárias p/ período 2 105.497,7778 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 4.586,6667 R$ 0,0060 R$ 27,5200
Compras 105.497,7778 R$ 0,0064 R$ 675,1858
Soma/Novo preço médio 110.084,4445 R$ 0,0064 R$ 702,7058
Consumo de materiais 105.400,0000 R$ 0,0064 R$ 674,5600
Estoque Final 4.684,4445 R$ 0,0064 R$ 28,1458

FONTE: O autor

É possível observar o quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 20,0000 peças (matéria-
prima Pino T32), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento
de produção – 2º semestre) resultará no montante de 105.400,0000 peças do
componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado
50 x 50.

 As 105.400,0000 peças divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 585,5556, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 4.684,4444 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 4.586,6667


peças (que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck Frisado 50
x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 105.497,7778 peças da
matéria-prima.

246
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 105.400,0000 peças de consumo de materiais +


4.684,4444 peças de estoque final (–) 4.586,6667 peças de estoque inicial resultarão em
105.497,7778 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 105.497,7778 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0064 por peça totalizarão um valor de R$ 675,19 (este valor terá reflexo
no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º
semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 27,52 + compras no valor de R$
675,19 = R$ 702,71. Esse valor dividido pela quantidade de 110.084,4445 peças de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0064 por peça.

 Consumo de materiais: 105.400,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0064 por peça resultarão o montante de R$ 674,56 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

247
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 63 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) COLA – 2º SEMESTRE

D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2


Consumo de materiais Cola
Quantidade 0,0500 kg
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 263,5000 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 263,5000 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 4 Dias
Estoque Final 5,8555 kg

Estoque Inicial 5,7333 kg


Compras necessárias p/ período 2 263,6222 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 5,7333 R$ 6,2500 R$ 35,8333
Compras 263,6222 R$ 6,6250 R$ 1.746,4972
Soma/Novo preço médio 269,3555 R$ 6,6170 R$ 1.782,3306
Consumo de materiais 263,5000 R$ 6,6170 R$ 1.743,5795
Estoque Final 5,8555 R$ 6,6170 R$ 38,7511

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,0500 kg (matéria-prima


Cola), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades (conforme letra “d” da
Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de produção – 2º
semestre) resultará no montante de 263,5000 kg do componente da matéria-prima
a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Os 263,5000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 1,4639, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de quatro dias da matéria-prima, totalizará 5,8556 kg da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 5,7333 kg


(que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 263,6222 kg da matéria-prima.

248
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

Compras necessárias: 263,5000 kg de consumo de materiais + 5,8555 kg


de estoque final (–) 5,7333 kg de estoque inicial resultarão em 263,6222 kg de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 263,6222 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,6250


por kg totalizarão um valor de R$ 1.746,50 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 35,83 + compras no valor de R$
1.746,50 = R$ 1.782,33. Esse valor dividido pela quantidade de 269,3555 kg de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 6,6170.

 Consumo de materiais: 263,5000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,6170 por kg resultarão o montante de R$ 1.743,58 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Stain Jatobá.

249
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 64 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - STAIN JATOBÁ – 2º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Stain Jatoba
Quantidade 0,0900 lt
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 474,3000 lt

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 474,3000 lt
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 15,8100 lt

Estoque Inicial 15,4800 lt


Compras necessárias p/ período 2 474,6300 lt

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Stain Jatoba

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 15,4800 R$ 6,9000 R$ 106,8120
Compras 474,6300 R$ 7,3140 R$ 3.471,4438
Soma/Novo preço médio 490,1100 R$ 7,3009 R$ 3.578,2458
Consumo de materiais 474,3000 R$ 7,3009 R$ 3.462,8169
Estoque Final 15,8100 R$ 7,3009 R$ 115,4290

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,0900 lt (matéria-prima


Stain Jatobá), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades (conforme letra
“d” da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de
produção – 2º semestre) resultará no montante de 474,3000 lt do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Os 474,3000 lt divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,6350, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 15,8100 lt da matéria-prima
em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 15,4800 lt


(que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50,
as compras necessárias para o período 2 serão de 474,6300 lt da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 474,3000 lt de consumo de materiais + 15,8100 lt de


estoque final (–) 15,4800 lt de estoque inicial resultarão em 474,6300 lt de matérias-primas
necessárias em compras.

250
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Stain Jatobá:

 Compras necessárias: 474,6300 lt a um preço médio de mercado de R$ 7,3140


por lt totalizarão um valor de R$ 3.471,44 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 106,81 + compras no valor de
R$ 3.471,44 = R$ 3.578,25. Esse valor dividido pela quantidade de 490,1100 lt de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 7,3009.

 Consumo de materiais: 474,3000 lt a um preço médio de mercado de R$


7,3009 por lt resultarão o montante de R$ 3.462,82 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

QUADRO 65 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - ETIQUETA PRODUTO – 2º SEMESTRE

D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2


Consumo de materiais Etiqueta produto
Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 5.270,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 5.270,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 146,3889 pç

Estoque Inicial 143,3333 pç


Compras necessárias p/ período 2 5.273,0556 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 143,3333 R$ 0,0200 R$ 2,8667
Compras 5.273,0556 R$ 0,0212 R$ 111,7888
Soma/Novo preço médio 5.416,3889 R$ 0,0212 R$ 114,6554
Consumo de materiais 5.270,0000 R$ 0,0212 R$ 111,7240
Estoque Final 146,3889 R$ 0,0212 R$ 2,9314

FONTE: O autor

251
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


DAC615 – Deck Autoclavado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-prima


Etiqueta Produto), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de
produção – 2º semestre) resultará no montante de 5.270,0000 pç do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto D350 – Deck Frisado 50 x 50.

 Os 5.270,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 29,2778, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 146,3889 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 143,3333 pç


(que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck Frisado 50 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 5.273,0556 pç da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 5.270,0000 pç de consumo de materiais + 146,3889


pç de estoque final (–) 143,3333 pç de estoque inicial resultarão em 5.273,0556 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Produto:

 Compras necessárias: 5.273,0556 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0212


por pç totalizarão um valor de R$ 111,79 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 2,87 + compras no valor de R$
111,79 = R$ 114,66. Esse valor dividido pela quantidade de 5.416,3889 pç de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0212.

 Consumo de materiais: 5.270,0000 pç a um preço médio de mercado de R$


0,0212 por pç resultarão o montante de R$ 111,72 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.
252
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 66 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) - ETIQUETA VOLUME – 2º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 1.317,5000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 1.317,5000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 43,9167 metro linear

Estoque Inicial 43,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 1.318,4167 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 43,0000 R$ 0,0300 R$ 1,2900
Compras 1.318,4167 R$ 0,0318 R$ 41,9257
Soma/Novo preço médio 1.361,4167 R$ 0,0317 R$ 43,2157
Consumo de materiais 1.317,5000 R$ 0,0317 R$ 41,7648
Estoque Final 43,9167 R$ 0,0317 R$ 1,4509

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,2500 metro linear (matéria-
prima Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 1.317,5000
metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350
– Deck Frisado 50 x 50.

 Os 1.317,5000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 7,3194, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 43,9167 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 43,0000


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck
Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 1.318,4167
metro linear da matéria-prima.

253
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

Compras necessárias: 1.317,5000 metro linear de consumo de materiais +


43,9167 metro linear de estoque final (–) 43,0000 metro linear de estoque inicial resultarão
em 1.318,4167 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 1.318,4167 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0318 por metro linear totalizarão um valor de R$ 41,93 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 1,29 + compras no valor de R$
41,93 = R$ 43,22. Esse valor dividido pela quantidade de 1.361,4167 metro linear
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0317.

 Consumo de materiais: 1.317,5000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0317 por metro linear resultarão o montante de R$ 41,76 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

QUADRO 67 – CONSUMO DE MATERIAIS (D350) FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 2º SEMESTRE


D350 - Deck Frisado 50 x 50 Período 2
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 0,6600 metro linear
Produção Programada 5.270,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 3.478,2000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 3.478,2000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 135,2633 metro linear

Estoque Inicial 132,4400 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 3.481,0233 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 132,4400 R$ 0,0500 R$ 6,6220
Compras 3.481,0233 R$ 0,0530 R$ 184,4942
Soma/Novo preço médio 3.613,4633 R$ 0,0529 R$ 191,1062
Consumo de materiais 3.478,2000 R$ 0,0529 R$ 183,9968
Estoque Final 135,2633 R$ 0,0529 R$ 7,1095

FONTE: O autor
254
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D350 – Deck Frisado 50 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes,
como:

 Produto D350 – Deck Frisado 50 x 50: foi utilizada 0,6600 metro linear (matéria-
prima Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de 5.270 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29:
Orçamento de produção – 2º semestre) resultará no montante de 3.478,2000
metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D350
– Deck Frisado 50 x 50.

 Os 3.478,2000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 19,3233, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 135,2633 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 132,4400


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto D350 – Deck
Frisado 50 x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 3.481,0233
metro linear da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 3.478,2000 metro linear de consumo de materiais +


135,2633 metro linear de estoque final (–) 132,4400 metro linear de estoque inicial resultarão
em 3.481,0233 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Fita FPP para Amarração:

 Compras necessárias: 3.481,0233 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0530 por metro linear totalizarão um valor de R$ 184,49 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 6,62 + compras no valor de R$
184,49 = R$ 191,11. Esse valor dividido pela quantidade de 3.613,4633 metro linear
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0529.

 Consumo de materiais: 3.478,2000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0529 por metro linear resultarão o montante de R$ 183,99 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

255
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

d) Orçamento de Consumo do Produto D961 – Deck 100 X 50

Vamos primeiramente identificar o período de estocagem da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto D961 – Deck 100 x 50.

 Deck EUC 7 dias


 Pino T32 5 dias
 Cola 3 dias
 Stain Jatobá 5 dias
 Etiqueta Produto 6 dias
 Etiqueta Volume 8 dias
 Fita FPP p/Amarração 5 dias

A seguir, vamos identificar o consumo de cada componente da matéria-


prima e materiais auxiliares para o produto D961 – Deck 100 x 50.

 Deck EUC 0,07000 m3


 Pino T32 32,00000 pç
 Cola 0,10000 kg
 Stain Jatobá 0,18000 lt
 Etiqueta Produto 1,00000 pç
 Etiqueta Volume 0,25000 metro linear
 Fita FPP p/Amarração 1,74000 metro linear

A partir de agora, vamos apurar o consumo de materiais e a necessidade de


compra para a fabricação do Produto D961 – Deck 100 x 50, durante o Período 1.

QUADRO 68 – CONSUMO DE MATERIAIS D961 – DECK 100 X 50 – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Deck EUC
Quantidade 0,7000 m3.
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 2.789,5000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 2.789,5000 m3.
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 108,4806 m3.

Estoque Inicial 32,0000 m3.


Compras necessárias p/ período 1 2.865,9806 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck EUC

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 32,0000 R$ 1.050,0000 R$ 33.600,0000
Compras 2.865,9806 R$ 1.050,0000 R$ 3.009.279,6300
Soma/Novo preço médio 2.897,9806 R$ 1.050,0000 R$ 3.042.879,6300
Consumo de materiais 2.789,5000 R$ 1.050,0000 R$ 2.928.975,0000
Estoque Final 108,4806 R$ 1.050,0000 R$ 113.904,6300

FONTE: O autor

256
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,7000 m3 de Deck Frisado (matéria-
prima Deck EUC), que multiplicada ao volume de 3.985 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de
produção – 1º semestre) resultará no montante de 2.789,5000 m3 do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 2.789,5000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 15,4972, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 108,4806 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 32,0000 m3


para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para o período 1
serão de 2.865,9806 m3 da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 2.789,5000 m3 de consumo de materiais +


108,4806 m3 de estoque final (–) 32,0000 m3 de estoque inicial resultarão em 2.865,9806
m3 de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima D961 – DECK 100 X 50:

 Compras necessárias: 2.865,9806 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.050,00 por m3 totalizarão um valor de R$ 3.009.279,63 (este valor terá reflexo
no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 2.789,5000 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.050,00 por m3 resultarão o montante de R$ 2.928.975,00 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

257
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 69 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - PINO T32 – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Pino T32
Quantidade 32,0000 pç
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 127.520,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 127.520,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 3.542,2222 pç

Estoque Inicial 2.100,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 128.962,2222 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 2.100,0000 R$ 0,0060 R$ 12,6000
Compras 128.962,2222 R$ 0,0060 R$ 773,7733
Soma/Novo preço médio 131.062,2222 R$ 0,0060 R$ 786,3733
Consumo de materiais 127.520,0000 R$ 0,0060 R$ 765,1200
Estoque Final 3.542,2222 R$ 0,0060 R$ 21,2533

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 32,0000 peças (matéria-prima Pino
T32), que multiplicada ao volume de 3.985 unidades (conforme letra “d” da
Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de produção
– 1º semestre) resultará no montante de 127.520,0000 peças do componente da
matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 As 127.520,0000 peças divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 708,4444, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 3.542,2222 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 2.100,0000


peças para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para o
período 1 serão de 128.962,2222 peças da matéria-prima.

258
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

Compras necessárias: 127.520,0000 peças de consumo de materiais +


3.542,2222 peças de estoque final (–) 2.100,0000 peças de estoque inicial resultarão em
128.962,2222 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 128.962,2222 peças a um preço médio de mercado de R$


0,0060 por peça totalizarão um valor de R$ 773,77 (este valor terá reflexo no
Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 127.520,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0060 por peça resultarão o montante de R$ 765,12 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.

QUADRO 70 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - COLA – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Cola
Quantidade 0,1000 kg
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 398,5000 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 398,5000 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 3 Dias
Estoque Final 6,6417 kg

Estoque Inicial 9,0000 kg


Compras necessárias p/ período 1 396,1417 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 9,0000 R$ 6,2500 R$ 56,2500
Compras 396,1417 R$ 6,2500 R$ 2.475,8854
Soma/Novo preço médio 405,1417 R$ 6,2500 R$ 2.532,1354
Consumo de materiais 398,5000 R$ 6,2500 R$ 2.490,6250
Estoque Final 6,6417 R$ 6,2500 R$ 41,5104

FONTE: O autor

259
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar o quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,1000 kg (matéria-prima Cola),
que multiplicada ao volume de 3.985,0000 unidades (conforme letra “d” da
Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de produção –
1º semestre) resultará no montante de 398,5000 kg do componente da matéria-
prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 398,5000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,2139, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de três dias da matéria-prima, totalizará 6,6417 kg da matéria-prima
em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 9,0000 kg


para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para o período 1
serão de 396,1417 kg da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 398,5000 kg de consumo de materiais + 6,6417 kg de


estoque final (–) 9,0000 kg de estoque inicial resultarão em 396,1417 kg de matérias-primas
necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 396,1417 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,2500


por kg totalizarão um valor de R$ 2.475,8854 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa).

 Consumo de materiais: 398,5000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,2500 por kg resultarão o montante de R$ 2.490,63 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Stain Jatobá.

260
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 71 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - STAIN JATOBÁ – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Stain Jatoba
Quantidade 0,1800 lt
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 717,3000 lt

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 717,3000 lt
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 19,9250 lt

Estoque Inicial 65,0000 lt


Compras necessárias p/ período 1 672,2250 lt

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Stain Jatoba

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 65,0000 R$ 6,9000 R$ 448,5000
Compras 672,2250 R$ 6,9000 R$ 4.638,3525
Soma/Novo preço médio 737,2250 R$ 6,9000 R$ 5.086,8525
Consumo de materiais 717,3000 R$ 6,9000 R$ 4.949,3700
Estoque Final 19,9250 R$ 6,9000 R$ 137,4825

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,1800 lt (matéria-prima Stain Jatobá),
que multiplicada ao volume de 3.985,0000 unidades (conforme letra “d” da
Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de produção – 1º
semestre) resultará no montante de 717,3000 lt do componente da matéria-prima a
ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 717,3000 lt divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 3,9850, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 19,9250 lt da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 65,0000 lt


para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para o período 1
serão de 672,2250 kg da matéria-prima.

261
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

 Compras necessárias: 717,3000 kg de consumo de materiais + 19,9250 kg


de estoque final (–) 65,0000 kg de estoque inicial resultarão em 672,2250 lt de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Stain Jatobá:

 Compras necessárias: 672,2250 lt a um preço médio de mercado de R$ 6,9000


por kg totalizarão um valor de R$ 4.638,35 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 717,3000 lt a um preço médio de mercado de R$


6,9000 por kg resultarão o montante de R$ 4.949,37 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.

QUADRO 72 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - ETIQUETA PRODUTO – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Etiqueta produto

Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 3.985,0000 pç
Estoque Final Programado
Total da Matéria-Prima 3.985,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 132,8333 pç

Estoque Inicial 340,0000 pç


Compras necessárias p/ período 1 3.777,8333 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 340,0000 R$ 0,0200 R$ 6,8000
Compras 3.777,8333 R$ 0,0200 R$ 75,5567
Soma/Novo preço médio 4.117,8333 R$ 0,0200 R$ 82,3567
Consumo de materiais 3.985,0000 R$ 0,0200 R$ 79,7000
Estoque Final 132,8333 R$ 0,0200 R$ 2,6567

FONTE: O autor

262
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-prima Etiqueta
Produto), que multiplicada ao volume de 3.985 unidades (conforme letra “d”
da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de produção
– 1º semestre) resultará no montante de 3.985,0000 pç do componente da
matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 3.985,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 22,1389, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 132,8333 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 340,0000


pç para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para o período
1 serão de 3.777,8333 pç da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 3.985,0000 pç de consumo de materiais + 132,8333


pç de estoque final (–) 340,0000 pç de estoque inicial resultarão em 3.777,8333 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Produto:

 Compras necessárias: 3.777,8333 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0200


por pç totalizarão um valor de R$ 75,56 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa).

 Consumo de materiais: 3.985,0000 pç a um preço médio de mercado de


R$ 0,0200 por pç resultarão o montante de R$ 79,70 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

263
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 73 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) ETIQUETA VOLUME – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 996,2500 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 996,2500 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 44,2778 metro linear

Estoque Inicial 150,0000 metro linear


Compras necessárias p/
890,5278 metro linear
período 1

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 150,0000 R$ 0,0300 R$ 4,5000
Compras 890,5278 R$ 0,0300 R$ 26,7158
Soma/Novo preço médio 1.040,5278 R$ 0,0300 R$ 31,2158
Consumo de materiais 996,2500 R$ 0,0300 R$ 29,8875
Estoque Final 44,2778 R$ 0,0300 R$ 1,3283

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,2500 metro linear (matéria-prima
Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 3.985 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento
de produção – 1º semestre) resultará no montante de 996,2500 metro linear do
componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 996,2500 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 5,5347, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 44,2778 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 150,0000


pç para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para o período
1 serão de 890,5278 metro linear da matéria-prima.

264
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 996,2500 metro linear de consumo de materiais


+ 44,2778 metro linear de estoque final (–) 150,0000 pç de estoque inicial resultarão em
890,5278 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 890,5278 metro linear a um preço médio de mercado de


R$ 0,0300 por metro linear totalizarão um valor de R$ 26,72 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 996,2500 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0300 por pç resultarão o montante de R$ 29,89 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

QUADRO 74 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 1º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 1
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 1,7400 metro linear
Produção Programada 3.985,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 6.933,9000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 6.933,9000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 192,6083 metro linear

Estoque Inicial 120,0000 metro linear


Compras necessárias p/ período 1 7.006,5083 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 120,0000 R$ 0,0500 R$ 6,0000
Compras 7.006,5083 R$ 0,0500 R$ 350,3254
Soma/Novo preço médio 7.126,5083 R$ 0,0500 R$ 356,3254
Consumo de materiais 6.933,9000 R$ 0,0500 R$ 346,6950
Estoque Final 192,6083 R$ 0,0500 R$ 9,6304

FONTE: O autor

265
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 1º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 1,7400 metro linear (matéria-prima
Fita FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de 3.985 unidades
(conforme letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28:
Orçamento de produção – 1º semestre) resultará no montante de 6.933,9000
metro linear do componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D961
– Deck 100 x 50.

 Os 6.933,9000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 38,5217, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 192,6083 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 120,0000


metro linear para o produto D961 – Deck 100 x 50, as compras necessárias para
o período 1 serão de 7.006,5083 metro linear da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 6.933,9000 metro linear de consumo de materiais


+ 192,6083 pç de estoque final (–) 120,0000 metro linear de estoque inicial resultarão em
7.006,5083 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Fita FPP para Amarração:

 Compras necessárias: 7.006,5083 metro linear a um preço médio de mercado de


R$ 0,0500 por metro linear totalizarão um valor de R$ 350,33 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa).

 Consumo de materiais: 6.933,9000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0500 por metro linear resultarão o montante de R$ 346,70 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos apurar as necessidades de compras e consumo de materiais para


a fabricação do Produto D961 – Deck 100 x 50, durante o Período 2. O método de
cálculo é semelhante ao Período 1.

Vamos primeiramente identificar o orçamento de compras e de consumo


da matéria-prima Deck EUC.

266
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 75 – CONSUMO DE MATERIAIS D961 – DECK 100 X 50 - 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Deck EUC
Quantidade 0,7000 m3.
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 2.548,0000 m3.

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 2.548,0000 m3.
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 7 Dias
Estoque Final 99,0889 m3.

Estoque Inicial 108,4806 m3.


Compras necessárias p/ período 2 2.538,6083 m3.

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Deck EUC

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 108,4806 R$ 1.050,0000 R$ 113.904,6300
Compras 2.538,6083 R$ 1.113,0000 R$ 2.825.471,0379
Soma/Novo preço médio 2.647,0889 R$ 1.110,4182 R$ 2.939.375,6679
Consumo de materiais 2.548,0000 R$ 1.110,4182 R$ 2.829.345,5736
Estoque Final 99,0889 R$ 1.110,4182 R$ 110.030,1043

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do


produto D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos
importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,7000 m3 de Deck Frisado (matéria-
prima Deck EUC), que multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 28: Orçamento de
produção – 2º semestre) resultará no montante de 2.548,0000 m3 do componente
da matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 2.548,0000 m3 divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 14,1556, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de sete dias da matéria-prima, totalizará 99,0889 m3 da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 108,4806


m3 (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 2.538,6083 m3 da matéria-prima.

ATENCAO

Compras necessárias: 2.548,0000 m3 de consumo de materiais + 99,0889


m3 de estoque final (–) 108,4806 m3 de estoque inicial resultarão em 2.538,6083 m3 de
matérias-primas necessárias em compras.

267
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima D961 – Deck 100 X 50:

 Compras necessárias: 2.538,6083 m3 a um preço médio de mercado de R$ 1.113,00


por m3 totalizarão um valor de R$ 2.825.471,04 (este valor terá reflexo no Fluxo
de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 113.904,63 + compras no valor
de R$ 2.825.471,04 = R$ 2.939.375,67. Esse valor dividido pela quantidade de
2.647,0889 m3 de matéria-prima dará um custo médio de R$ 1,110,4182.

 Consumo de materiais: 2.548,0000 m3 a um preço médio de mercado de R$


1.110,4182 por m3 resultarão o montante de R$ 2.829.345,57 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Pino T32.

QUADRO 76 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) PINO T32 – 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Pino T32
Quantidade 32,0000 pç
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 116.480,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 116.480,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 3.235,5556 pç

Estoque Inicial 3.542,2222 pç


Compras necessárias p/ período 2 116.173,3333 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Pino T32

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 3.542,2222 R$ 0,0060 R$ 21,2533
Compras 116.173,3333 R$ 0,0064 R$ 743,5093
Soma/Novo preço
119.715,5557 R$ 0,0064 R$ 764,7627
médio
Consumo de materiais 116.480,0000 R$ 0,0064 R$ 745,4720
Estoque Final 3.235,5557 R$ 0,0064 R$ 19,2907

FONTE: O autor

268
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 32,0000 peças (matéria-prima Pino
T32), que multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme letra “d” da
Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de produção
– 2º semestre) resultará no montante de 116.480,0000 peças do componente da
matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 As 116.480,0000 peças divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 647,1111, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 3.235,5556 peças
da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 3.542,2222


peças (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 116.173,3333 peças da matéria-
prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 116.480,0000 peças de consumo de materiais +


3.235,5557 peças de estoque final (–) 3.542,2222 peças de estoque inicial resultarão em
116.173,3333 peças de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Pino T32:

 Compras necessárias: 116.173,3333 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0064 por peça totalizarão um valor de R$ 743,51 (este valor terá reflexo
no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º
semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 21,25 + compras no valor de R$
743,51 = R$ 764,76. Esse valor dividido pela quantidade de 119.715,5557 pç de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0064 por peça.

 Consumo de materiais: 116.480,0000 peças a um preço médio de mercado de


R$ 0,0064 por peça resultarão o montante de R$ 745,47 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Cola.
269
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 77 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - COLA – 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Cola
Quantidade 0,1000 kg
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 364,0000 kg

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 364,0000 kg
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 3 Dias
Estoque Final 6,0667 kg

Estoque Inicial 6,6417 kg


Compras necessárias p/ período 2 363,4250 kg

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Cola

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 6,6417 R$ 6,2500 R$ 41,5104
Compras 363,4250 R$ 6,6250 R$ 2.407,6906
Soma/Novo preço médio 370,0667 R$ 6,6183 R$ 2.449,2010
Consumo de materiais 364,0000 R$ 6,6183 R$ 2.409,0612
Estoque Final 6,0667 R$ 6,6183 R$ 40,1398

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,1000 kg (matéria-prima Cola), que
multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme letra “d” da Programação
de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de produção – 2º semestre)
resultará no montante de 364,0000 kg do componente da matéria-prima a ser
utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 364,0000 kg divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 2,0222, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de três dias da matéria-prima, totalizará 6,0667 kg da matéria-prima
em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 6,6417


kg (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 363,4250 kg da matéria-prima.

270
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 364,0000 kg de consumo de materiais + 6,0667 kg


de estoque final (–) 6,6417 kg de estoque inicial resultarão em 363,4250 kg de matérias-
primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Cola:

 Compras necessárias: 363,4250 kg a um preço médio de mercado de R$ 6,6250


por kg totalizarão um valor de R$ 2.407,69 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 41,51 + compras no valor de R$
2.407,69 = R$ 2.449,20. Esse valor dividido pela quantidade de 370,0667 kg de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 6,6183.

 Consumo de materiais: 364,0000 kg a um preço médio de mercado de R$


6,6183 por kg resultarão o montante de R$ 2.409,06 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Stain Jatobá.

QUADRO 78 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) STAIN JATOBÁ – 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Stain Jatoba
Quantidade 0,1800 lt
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 655,2000 lt

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 655,2000 lt
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 18,2000 lt

Estoque Inicial 19,9250 lt


Compras necessárias p/ período 2 653,4750 lt

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Stain Jatoba

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 19,9250 R$ 6,9000 R$ 137,4825
Compras 653,4750 R$ 7,3140 R$ 4.779,5162
Soma/Novo preço médio 673,4000 R$ 7,3018 R$ 4.916,9987
Consumo de materiais 655,2000 R$ 7,3018 R$ 4.784,1394
Estoque Final 18,2000 R$ 7,3018 R$ 132,8593

FONTE: O autor
271
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,1800 lt (matéria-prima Stain
Jatobá), que multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme letra “d” da
Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de produção – 2º
semestre) resultará no montante de 655,2000 lt do componente da matéria-prima a
ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 655,2000 lt divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 3,6400, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 18,2000 lt da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 19,9250


lt (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 653,4750 lt da matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 655,2000 lt de consumo de materiais + 18,2000 lt de


estoque final (–) 19,9250 lt de estoque inicial resultarão em 653,4750 lt de matérias-primas
necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Stain Jatobá:

 Compras necessárias: 653,4750 lt a um preço médio de mercado de R$ 7,3140


por lt totalizarão um valor de R$ 4.779,52 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que será
o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 137,48 + compras no valor de R$ 4.779,52
= R$ 4.916,99. Esse valor dividido pela quantidade de 673,4000 lt de matéria-prima
dará um custo médio de R$ 7,3018.

 Consumo de materiais: 655,2000 lt a um preço médio de mercado de R$


7,3018 por lt resultarão o montante de R$ 4.784,14 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Produto.
272
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

QUADRO 79 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - ETIQUETA PRODUTO – 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta produto
Quantidade 1,0000 pç
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 3.640,0000 pç

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 3.640,0000 pç
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 6 Dias
Estoque Final 121,3333 pç

Estoque Inicial 132,8333 pç


Compras necessárias p/ período 2 3.628,5000 pç

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta produto

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 132,8333 R$ 0,0200 R$ 2,6567
Compras 3.628,5000 R$ 0,0212 R$ 76,9242
Soma/Novo preço médio 3.761,3333 R$ 0,0212 R$ 79,5809
Consumo de materiais 3.640,0000 R$ 0,0212 R$ 77,1680
Estoque Final 121,3333 R$ 0,0212 R$ 2,4129

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 1,0000 pç (matéria-prima Etiqueta
Produto), que multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme letra “d”
da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de produção
– 2º semestre) resultará no montante de 3.640,0000 pç do componente da
matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 3.640,0000 pç divididos pelo período de 180 dias ou um semestre resultarão


em um coeficiente diário de número 20,2222, que, multiplicado ao prazo de
estocagem de seis dias da matéria-prima, totalizará 121,3333 pç da matéria-
prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 132,8333


pç (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100 x 50, as
compras necessárias para o período 2 serão de 3.628,5000 pç da matéria-prima.

273
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

ATENCAO

Compras necessárias: 3.628,5000 pç de consumo de materiais + 121,8333


pç de estoque final (–) 132,8333 pç de estoque inicial resultarão em 3.628,5000 pç de
matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Produto:

 Compras necessárias: 3.628,5000 pç a um preço médio de mercado de R$ 0,0212


por pç totalizarão um valor de R$ 76,92 (este valor terá reflexo no Fluxo de
Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6% para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 2,66 + compras no valor de R$
76,92 = R$ 79,58. Esse valor dividido pela quantidade de 3.761,3333 pç de matéria-
prima dará um custo médio de R$ 0,0212.

 Consumo de materiais: 3.640,0000 pç a um preço médio de mercado de


R$ 0,0212 por pç resultarão o montante de R$ 77,17 (este valor terá reflexo
na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo de
Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Etiqueta Volume.

QUADRO 80 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - ETIQUETA VOLUME – 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Etiqueta volume
Quantidade 0,2500 metro linear
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 910,0000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 910,0000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 8 Dias
Estoque Final 40,4444 metro linear

Estoque Inicial 44,2778 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 906,1666 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Etiqueta volume

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 44,2778 R$ 0,0300 R$ 1,3283
Compras 906,1666 R$ 0,0318 R$ 28,8161
Soma/Novo preço médio 950,4444 R$ 0,0317 R$ 30,1544
Consumo de materiais 910,0000 R$ 0,0317 R$ 28,8470
Estoque Final 40,4444 R$ 0,0317 R$ 1,2974

FONTE: O autor

274
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 0,2500 metro linear (matéria-prima
Etiqueta Volume), que multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento
de produção – 2º semestre) resultará no montante de 910,0000 metro linear do
componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 910,0000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 5,0556, que, multiplicado ao
prazo de estocagem de oito dias da matéria-prima, totalizará 40,4444 metro
linear da matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 44,2778


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100
x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 906,1666 metro linear da
matéria-prima.

ATENCAO

 Compras necessárias: 910,0000 metro linear de consumo de materiais +


40,4444 metro linear de estoque final (–) 44,2778 metro linear de estoque inicial resultarão em
906,1666 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima Etiqueta Volume:

 Compras necessárias: 906,1666 metro linear a um preço médio de mercado de


R$ 0,0318 por metro linear totalizarão um valor de R$ 28,82 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 1,33 + compras no valor de R$
28,82 = R$ 30,15. Esse valor dividido pela quantidade de 950,4444 metro linear de
matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0317.

 Consumo de materiais: 910,0000 metro linear a um preço médio de mercado de


R$ 0,0317 por metro linear resultarão o montante de R$ 28,85 (este valor terá
reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de Custo
de Mercadorias Vendidas – CMV).

Vamos, nesta etapa, identificar o orçamento de compras e de consumo da


matéria-prima Fita FPP para Amarração.

275
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 81 – CONSUMO DE MATERIAIS (D961) - FITA FPP PARA AMARRAÇÃO – 2º SEMESTRE


D961 - Deck 100 x 50 Período 2
Consumo de materiais Fpp/para Amarração
Quantidade 1,7400 metro linear
Produção Programada 3.640,0000 Peças
Total da Matéria-Prima 6.333,6000 metro linear

Estoque Final Programado


Total da Matéria-Prima 6.333,6000 metro linear
Dias no Semestre 180 Dias
Dias de Estocagem 5 Dias
Estoque Final 175,9333 metro linear

Estoque Inicial 192,6083 metro linear


Compras necessárias p/ período 2 6.316,9250 metro linear

Cálculo para mensuração montária do consumo, compras e estoques.


Fpp/para Amarração

Quantidade Custo de Aquisição Total


Saldo Inicial 192,6083 R$ 0,0500 R$ 9,6304
Compras 6.316,9250 R$ 0,0530 R$ 334,7970
Soma/Novo preço médio 6.509,5333 R$ 0,0529 R$ 344,4274
Consumo de materiais 6.333,6000 R$ 0,0529 R$ 335,0474
Estoque Final 175,9333 R$ 0,0529 R$ 9,3800

FONTE: O autor

É possível observar no quadro anterior, consumo de materiais do produto


D961 – Deck 100 x 50, durante o 2º semestre, alguns aspectos importantes, como:

 Produto D961 – Deck 100 x 50: foi utilizada 1,7400 metro linear (matéria-prima Fita
FPP para Amarração), que multiplicada ao volume de 3.640 unidades (conforme
letra “d” da Programação de Produção constante no Quadro 29: Orçamento de
produção – 2º semestre) resultará no montante de 6.333,6000 metro linear do
componente da matéria-prima a ser utilizado no produto D961 – Deck 100 x 50.

 Os 6.366,6000 metro linear divididos pelo período de 180 dias ou um semestre


resultarão em um coeficiente diário de número 35,1867, que, multiplicado ao prazo
de estocagem de cinco dias da matéria-prima, totalizará 175,9333 metro linear da
matéria-prima em estoque final.

 Como o estoque inicial desse componente de matéria-prima está em 192,6083


metro linear (que é o saldo final do Período 1) para o produto D961 – Deck 100
x 50, as compras necessárias para o período 2 serão de 6.316,9250 metro linear da
matéria-prima.

276
TÓPICO 1 | ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL)

ATENCAO

 Compras necessárias: 6.333,6000 metro linear de consumo de materiais +


175,9333 metro linear de estoque final (–) 192,6083 metro linear de estoque inicial resultarão
em 6.316,9250 metro linear de matérias-primas necessárias em compras.

De acordo com o quadro anterior, podemos apurar os seguintes valores


orçamentários para a compra da matéria-prima fita FPP para amarração:

Compras necessárias: 6.316,9250 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0530 por metro linear totalizarão um valor de R$ 334,80 (este valor terá
reflexo no Fluxo de Caixa e já incide o percentual de inflação previsto de 6%
para o 2º semestre).

Agora teremos de apurar o novo valor do Custo Médio de estoques que


será o saldo inicial dos estoques no valor de R$ 9,63 + compras no valor de R$
334,80 = R$ 344,43. Esse valor dividido pela quantidade de 6.509,5333 metro linear
de matéria-prima dará um custo médio de R$ 0,0529.

Consumo de materiais: 6.333,6000 metro linear a um preço médio de mercado


de R$ 0,0529 por metro linear resultarão o montante de R$ 335,05 (este valor
terá reflexo na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, na conta de
Custo de Mercadorias Vendidas – CMV).

Com essa atividade do item 2.9 - Orçamento de compras, consumo e


estoque de materiais, chegamos ao final do Orçamento da programação para a
produção dos produtos DAC622 – Deck Autoclavado 100 x 50, DAC615 – Deck
Autoclavado 50 x 50, D350 – Deck Frisado 50 x 50, D961 – Deck 100 x 50.

Além da necessidade de produção em unidades, de acordo com a demanda


e dias de estocagem, estudados no item 2.8 - Orçamento de produção, apuramos
a necessidade de consumo em valores, que terão reflexos na DRE Demonstração
do Resultado do Exercício, assim como o Balanço Patrimonial.

277
RESUMO DO TÓPICO 1
Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos realizar uma revisão do que
estudamos até o presente momento.

● Previsão: esta etapa compreende a fase de cálculo. Basicamente, é onde


colocamos no papel aquilo que se espera - aquilo que é previsto para acontecer
no próximo período. Assim, podemos dizer que é a etapa de elaboração dos
quadros orçamentários.

● Reprojeção: os dados orçados devem ser submetidos aos setores responsáveis


e, após o retorno (feedback) de todas as observações e críticas necessárias à
sua elaboração, realizados os ajustes e os acertos das previsões iniciais. Deve
ser elaborada e estar pronta no período de um a dois meses antes do início
do exercício social, para que os responsáveis de cada área possam fazer a
programação do exercício social que está iniciando.

● Controle: nesta etapa é verificado se os objetivos previstos foram realmente


alcançados. Será avaliado o desempenho das áreas de responsabilidades por
intermédio de análises de variações, possibilitando fazer eventuais correções
apontadas.

● O orçamento operacional é a parte que geralmente contém a maioria das peças


orçamentárias, pois praticamente envolve todos os orçamentos específicos,
englobando os orçamentos da estrutura administrativa, da estrutura de
produção e da estrutura de vendas da empresa. O orçamento operacional tem
como consequência a demonstração de resultados, manifestando os reflexos
nas áreas de vendas, de custos e de despesas.

● Quando falamos de Vendas Líquidas, podemos observar que se trata da “sobra”


para a empresa, pois, ao gerar as receitas de vendas, o valor correspondente
aos impostos sobre produtos e serviços não pertence à empresa, pertence ao
governo.

● É importante estabelecer a previsão orçamentária em períodos semestrais,


prevendo a demanda de produtos para o segundo período anual da empresa,
considerando a influência de alguns aspectos, como a inflação do período,
que incide sobre os preços de vendas, e a sazonalidade ou identificação da
demanda de acordo com a época do ano em que a empresa melhor atua.

278
● O item que aborda o orçamento de produtos em processo e orçamento de
produtos acabados serve para identificar e prever a quantidade de matéria-
prima e insumos, bem como os recursos financeiros necessários para a sua
aquisição. Em outras palavras, é o orçamento de estoques.

● O orçamento de produção ou orçamento do programa de produção é


decorrente dos orçamentos anteriores. Baseado nos estoques iniciais e finais
de produtos acabados e em processo, e de posse das estimativas de vendas, é
possível mensurar o volume de produção para o próximo exercício social que
fundamentará o ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO.

279
AUTOATIVIDADE

1 Em “processos de elaboração” das ferramentas orçamentárias, o que significa


previsão?

2 Em “processos de elaboração” das ferramentas orçamentárias, o que


significa reprojeção?

3 Em “processos de elaboração” das ferramentas orçamentárias, o que


significa controle ?

4 O que significa “orçamento operacional”?

5 Qual é o “ponto de partida” do orçamento operacional?

6 Apure os impostos das vendas e o total das vendas brutas de acordo com a
seguinte previsão das receitas:

Período 1
EM MOEDA Mercado Interno
NACIONAL Quantidade Preço Unitário Total
Produto A 15.000 R$ 200,00 R$ 3.000.000,00
Produto B 12.000 R$ 300,00 R$ 3.600.000,00
Produto C 8.000 R$ 400,00 R$ 3.200.000,00
Total Vendas Líquidas
Impostos Vendas 26,25%
Total Vendas Brutas

7 Apure a programação de produção para os produtos A, B e C de acordo com


os dados a seguir:
Período: 1º semestre

a) Estoque Inicial Produto A Produto B Produto C


Em Processo 12.000 8.600 9.800
Acabados 15.000 12.800 11.500
Soma

b) Vendas Estimadas Produto A Produto B Produto C


Mercado Interno 150.000 120.000 90.000
Soma

c) Estoque Final Previsto


Em Processo 9.500 7.600 8.900
Acabados 7.600 8.700 10.800
Soma

Programa de Produção
d)
(b+ c-a)

8 No seu entendimento, como se realiza o orçamento da mão de obra direta?

280
UNIDADE 3
TÓPICO 2

PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos os conceitos de projeções orçamentárias no que
tange aos efeitos inflacionários.

Também estudaremos de que forma podemos estimar as inflações futuras,


os custos e as despesas projetados.

Identificaremos uma demonstração do resultado projetado e também


um balanço patrimonial projetado, permitindo, dessa forma, visualizar os
comportamentos futuros da empresa em relação aos seus aspectos econômicos
e financeiros.

2 OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS NAS PROJEÇÕES


ORÇAMENTÁRIAS
Quando tratamos de projeções orçamentárias, devemos tomar o cuidado
de identificar o comportamento do mercado e sua demanda, suas perspectivas de
consumo, produção e venda. Mas não só isso, temos que nos preocupar também
com os efeitos nocivos ao poder aquisitivo da moeda, ou seja, a inflação.

NOTA

A inflação é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços. Quando


a inflação chega a zero, dizemos que houve uma estabilidade nos preços.
A inflação pode ser dividida em:
Inflação de demanda
É quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. As chances
de a inflação da demanda acontecer aumentam quando a economia produz próximo do
emprego de recursos.
Para a inflação de demanda ser combatida é necessário que a política econômica se baseie
em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada.
Inflação de custos
É associada à inflação de oferta. O nível da demanda permanece e os custos aumentam.
Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção, fazendo com que os
preços de mercado também sofram aumento. As causas mais comuns da inflação de
custos são: os aumentos salariais fazem com que o custo unitário de um bem ou serviço
aumente; o aumento do custo de matéria-prima que provoca um superaumento nos custos
da produção, fazendo com que o custo final do bem ou serviço aumente; e, por fim, a
estrutura de mercado em que algumas empresas aumentam seus lucros acima da elevação
dos custos de produção.

281
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Índices de inflação
A inflação possui vários índices, entre eles o IGP (Índice Geral de Preços), IPA (Índice de
Preços no Atacado), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo), INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), CUB
(Custo Unitário Básico).

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/economia/inflacao.htm>. Acesso


em: 27 fev. 2012.

A inflação pode ser apurada a partir dos índices oficiais divulgados pelo
governo, assim como também podem ser medidos internamente na empresa.
Esses índices referem-se à economia em geral e aos mercados ligados aos negócios
da empresa de forma específica. Dentre os indicadores econômicos relativos à
inflação, os que mais se destacam são: taxa de juros, política salarial, crescimento
dos mercados, investimentos dos governos, política cambial (principalmente
para setores exportadores), entre outros.

Para apurar a taxa de inflação interna da empresa, conforme o quadro


a seguir, é importante coletar todos os gastos que a empresa possui e avaliar
a variação percentual referente à majoração desses valores durante o período
avaliado. Também se faz necessário identificar o peso relativo de cada gasto
sobre o componente principal avaliado, que pode ser o produto ou serviço. Desta
forma, pode-se apurar a variação percentual interna da inflação da empresa, que
muitas vezes é a real inflação da empresa, pois a inflação divulgada pelo governo
pode não contemplar itens que a empresa contempla.

QUADRO 82 − APURAÇÃO DA INFLAÇÃO INTERNA DA EMPRESA

Produto Valor Aquisição Valor Aquisição Variação Peso Relativo %


em: Mês 1 em: Mês 2 Preço no Período no Produto Inflação
Produto A R$ 56,00 R$ 58,00 3,5714% 0,4286%
12,00
Produto B R$ 453,00 R$ 487,00 7,5055% 1,5011%
20,00
Produto C R$ 45,00 R$ 46,00 2,2222% 0,5556%
25,00
Produto D R$ 34,00 R$ 35,00 2,9412% 0,0294%
1,00
Produto E R$ 34,00 R$ 37,00 8,8235% 0,1059%
1,20
Produto F R$ 54,00 R$ 59,00 9,2593% 0,0093%
0,10
Produto G R$ 32,00 R$ 33,00 3,1250% 0,0188%
0,60
Produto H R$ 67,00 R$ 69,00 2,9851% 0,0030%
0,10
Produto I R$ 4,00 R$ 4,50 12,5000% 1,5000%
12,00
Produto J R$ 53,00 R$ 55,00 3,7736% 0,3019%
8,00
Produto K R$ 65,00 R$ 67,00 3,0769% 0,2154%
7,00
Produto L R$ 34,00 R$ 35,00 2,9412% 13,00 0,3824%
Peso Total 100,00 5,0511%
FONTE: O autor

282
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Observe o Produto A. O seu valor de aquisição de R$ 56,00 no mês 1 teve


uma majoração de preços de R$ 58,00 para o mês 2. Sua variação de preços foi de
3,5714%.

Feita essa comparação, é necessário identificar o peso relativo do produto


na composição do cálculo, que significa “quanto compõe o produto A” para o
produto final. O produto A contribui em 12% na composição do produto final,
e desta forma, a variação do preço de aquisição de 3,5714% terá um impacto de
0,4286% na avaliação final da inflação.

Percebe-se no quadro anterior que o percentual final apurado é de 5,0511%.

NOTA

INFLAÇÃO
Definição
Inflação é um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos num
determinado país ou região, durante um período. Num processo inflacionário o poder de
compra da moeda cai.
Exemplo: num país com inflação de 10% ao mês, um trabalhador compra cinco quilos
de arroz num mês e paga R$ 10,00. No mês seguinte, para comprar a mesma quantidade
de arroz, ele necessitará de R$ 11,00. Como o salário deste trabalhador não é reajustado
mensalmente, o poder de compra vai diminuindo. Após um ano, o salário deste trabalhador
perdeu 120% do valor de compra.
A inflação é muito ruim para a economia de um país. Quem geralmente perde mais são os
trabalhadores mais pobres, que não conseguem investir o dinheiro em aplicações que lhe
garantam a correção inflacionária.
Podemos citar as seguintes causas da inflação:
- Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo.
- Demanda por produtos (aumento no consumo) maior do que a capacidade de produção
do país.
- Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão de obra) dos produtos.
No Brasil, existem vários índices que medem a inflação. Os principais são: IGP ou Índice
Geral de Preços (calculado pela Fundação Getúlio Vargas), IPC ou Índice de Preços ao
Consumidor (medido pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), INPC ou
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (medido pelo IBGE) e IPCA ou Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (também calculado pelo IBGE).
Você sabia?
No ano de 2011, a inflação brasileira foi de 6,5% (IPCA - Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo).

FONTE: Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/inflacao.htm>. Acesso em:


1 mar. 2012.

Mas, como pode ser realizado esse tipo de levantamento? Com base em
Padoveze (1997, p. 315), “as alterações nos custos e despesas da empresa também
podem ser obtidas através do levantamento periódico dos custos dos produtos”.
Esse tipo de levantamento, portanto, pode contribuir para que a empresa faça
análises comparativas com os diversos indicadores inflacionários do mercado.
Observe o exemplo no quadro a seguir:
283
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 83 – APURAÇÃO DA INFLAÇÃO TRIMESTRAL

PRODUTO A
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Variação Mês 3 -> Mês 1
R$ 2.000,00 R$ 2.010,00 R$ 2.028,09 R$ 28,09

Variação em R$ R$ 28,09
Variação em % 1,404%
FONTE: O autor

No quadro anterior tomamos como exemplo um determinado produto X


que a empresa esteja adquirindo ou comercializando. Ao levantarmos o histórico
dos seus valores, identificamos que o mesmo produto teve uma variação de R$
28,09 ao trimestre, ou seja, uma inflação de aproximadamente 1,404%.

Neste caso, ocorreu a perda aquisitiva da moeda, pois as perdas monetárias


“corroeram” o ganho de compra do mesmo produto do período 1 até o período
“n”.

Mesmo em economias estáveis, com inflação controlada, é necessário


utilizar determinadas taxas inflacionárias, pois, mesmo com percentuais
inflacionários reduzidos, existe a perda monetária.

2.1 ESTIMATIVAS DE INFLAÇÕES FUTURAS


Para diversos tipos de economias, inflacionárias ou não, uma ferramenta
que pode contribuir para melhor projetar os resultados econômicos e financeiros
da empresa pode ser a criação de uma tabela de estimativas de inflações futuras.

Desta forma, podemos estimar alguns principais indexadores que


influenciam os componentes de um balanço patrimonial e da demonstração
de resultados. Buscamos em Padoveze (1997) alguns tipos de exemplos de
indicadores, que são os seguintes:

● Inflação aplicada para a atualização dos excedentes de caixa (que podem


ser determinados pelo indicador de rentabilidade futura, pois os recursos
financeiros excedentes de caixa deverão ser aplicados em algum tipo de ativos
com liquidez garantida).
● Inflação aplicada para a correção dos débitos fiscais (esse tipo de correção faz
jus aos débitos fiscais em atraso, que podem gerar perdas monetárias).
● Inflação aplicada para a correção de salários (esse tipo de inflação é importante
observar, pois cada variação terá impacto nos custos dos produtos. A matéria
de custos é estudada em disciplina específica).

284
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

● Inflação aplicada para as demais despesas (aqui as despesas têm impacto na


formação do mark up para a formação dos preços de vendas. Esse item é importante
ser analisado, pois a variação nos preços pode gerar perdas monetárias pela não
reposição das perdas inflacionárias, tendo como consequência a falta na geração
de riqueza da empresa. O assunto referente a mark up também é estudado em
disciplina específica na formação dos preços).
● Inflação que será aplicada para outros itens patrimoniais ou de resultados, que
tenham relevância para demais gastos a serem orçados.

Você observou neste item que a inflação tem aspecto relevante para a
elaboração dos orçamentos, pois os orçamentos elaborados para um determinado
exercício social (ano 1 ou ano 2) sofrerão perdas de valores monetários ao longo
dos seus 12 meses projetados.

E
IMPORTANT

A inflação tem aspecto relevante para a elaboração dos orçamentos, pois os


orçamentos elaborados para um determinado exercício social sofrerão perdas de valores
monetários ao longo dos seus 12 meses projetados.

2.2 DEMONSTRATIVO DE CUSTOS E DESPESAS PROJETADOS


Neste item iremos abordar o demonstrativo de custos e despesas projetados.
Mas para isso é necessário apurar o histórico das operações da empresa, para
identificar os fatos passados e buscar estimar as operações futuras da empresa. O
histórico das operações para fins de projeções orçamentárias foi estudado no item
2.4 - Orçamento de tendências (no Tópico 2 da Unidade 1).

2.2.1 Orçamento de despesas operacionais


As despesas ou gastos operacionais envolvem os gastos de produção e
podem ser definidos como os gastos fixos utilizados no processo produtivo.

Conforme Zdanowicz (1989, p. 103), “o orçamento de despesas operacionais


constitui-se de todas as despesas que serão pagas ou incorridas para vender
produtos e administrar a empresa. Assim, todos os itens estarão vinculados ao
processo produtivo, mas irão representar despesas ou desembolsos de caixa”.

No processo produtivo esses gastos são os indiretos, tais como: supervisão


de produção, manutenção geral da fábrica, aluguel, entre outros.

285
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Também como gastos de produção podemos identificar as aquisições


das matérias-primas, e no modelo de orçamento de produção abordado nesta
unidade, os gastos com aquisição de matérias-primas são os seguintes:

QUADRO 84 – AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS COM IMPOSTOS

Valor das Compras Período 1 Período 2


Compras Líquidas de
R$ 4.809.113,58 R$ 4.746.848,42
Materiais
Impostos Sobre Compras
R$ 1.711.718,39 R$ 1.689.556,22
(PIS/COFINS/ICMS)
Compras Brutas R$ 6.520.831,98 R$ 6.436.404,64
Impostos R$ 1.711.718,39 R$ 1.689.556,22

Valor do Consumo Período 1 Período 2


Consumo dos Materiais R$ 4.698.099,50 R$ 4.743.944,89

FONTE: O autor

No quadro anterior observa-se que os custos das matérias-primas


adquiridas para o período 1 são de R$ 4.809.113,58 e do período 2 são de R$
4.746.848,42. O valor dos impostos creditados é de R$ 1.711.718,39 para o período
1 e de R$ 1.689.556,22 para o período 2, que representam um percentual de 26,25%,
os quais estão distribuídos da seguinte forma:

● PIS - Programa de Integração Social: 1,65%


● COFINS - Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social: 7,65%
● ICMS - Imposto sobre Circulação das Mercadorias e Serviços: 17,00%

A soma de 1,65% + 7,65% + 17,00% perfaz um total de 26,25%.

Para apurarmos o valor do imposto creditado das compras, divide-se o


valor das compras líquidas por 1 – 0,2625, que tem por fator divisor 0,7375.

Logo, para o período 1, conforme o quadro anterior:

R$ 4.809.113,58 / 0,7375 = R$ 6.520.831,97

Portanto, o valor total das compras é de R$ 6.520.831,97.

Vejamos a prova real:

Período 1: Valor das Compras de Fornecedores: R$ 6.520.831,97 x 26,25%


= R$ 1.711.718,39

Para o período 2, conforme o quadro anterior:

R$ 4.746.848,42 / 0,7375 = R$ 6.520.831,97

286
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Portanto, o valor total das compras é de R$ 6.520.831,97.

Vejamos a prova real:

Período 2: Valor das Compras de Fornecedores: R$ 6.520.831,97 x 26,25%


= R$ 1.711.718,39

O valor total das compras será reconhecido em fornecedores, o valor dos


impostos das compras será recuperado do valor dos impostos das vendas e o
valor líquido das compras será reconhecido em conta de estoque de mercadorias.

2.2.2 Orçamento de despesas administrativas


As despesas administrativas são em geral todos os gastos fixos na prestação
de serviços a todos os setores operacionais da empresa, e não estão relacionados
com o desempenho de uma única função.

Dentre as características do orçamento na área administrativa, podemos


citar:

a) Ser flexível quanto ao crescimento que porventura a empresa possa ter.


b) Ter as suas atividades expostas para possíveis reduções das metas da empresa.
c) O setor deve ter bem clara a descrição dos seus objetivos.
d) Possuir os relatórios básicos de custos por centro de custo dos setores.

2.2.3 Orçamento de despesas com vendas


Neste orçamento se incluem todas as despesas para colocar o produto no
mercado. Neste raciocínio, Sanvicente e Santos (1983, p. 117) afirmam que “as
despesas de vendas compreendem todos os gastos efetuados com a venda e a
distribuição dos produtos”.
Vejamos a seguir algumas despesas de vendas:

a) despesas com marketing;


b) despesas administrativas, como: salários, encargos, telefones, internet,
comissão;
c) despesas com fretes, comissões, vendedores, estadas, visitas a clientes, etc.

Estas despesas de vendas ocorrem devido à necessidade de a empresa


acompanhar seu produto no mercado e também verificar o grau de inovações dos
concorrentes para possíveis reestruturações dos seus produtos.

287
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

2.2.4 Orçamento de despesas financeiras


De acordo com Zdanowicz (1989, p. 108), “no orçamento de despesas
financeiras serão incluídos os juros, o desconto e a correção monetária, além de
outros tipos de gastos financeiros, como oriundos de aplicações temporárias em
títulos e as taxas de abertura de crédito pela empresa”.

Para a elaboração das projeções orçamentárias, utilizaremos dois períodos,


o Período 1 (1º semestre do exercício social avaliado) e o Período 2 (2º semestre
do exercício social avaliado). Primeiramente, vamos apurar os dados históricos
da empresa, fazer uma simulação com esses dados e, em seguida, elaborar a
projeção dos resultados.

ATENCAO

Esse tipo de procedimento é interessante aplicar, pois com o Orçamento


FLEXÍVEL é possível adequar as metas orçamentárias de acordo com a realidade da empresa
no mercado, não a deixando “engessada” em um orçamento que talvez não seja possível
alcançar.

QUADRO 85 – DADOS HISTÓRICOS DO EXERCÍCIO SOCIAL 2012 (PERÍODOS 1 E 2)

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO
EXERCÍCIOS SOCIAIS - 2012 Período 1 / 2012 Período 2

CONTAS 2012-Per. 1 2012-Per. 2


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50
Quantidade Vendida 4.788 4.788
Valor por peça R$ 134,64 R$ 142,72
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50
Quantidade Vendida 3.900 3.900
Valor por peça R$ 192,50 R$ 204,05
D350 - Deck Frisado 50 x 50
Quantidade Vendida 5.100 5.100
Valor por peça R$ 94,58 R$ 100,25
D961 - Deck 100 x 50
Quantidade Vendida 3.900 3.900
Valor por peça R$ 785,94 R$ 833,09
VENDAS LÍQUIDAS
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 644.643,51 683.322,10
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 750.754,97 795.800,25
D350 - Deck Frisado 50 x 50 482.340,44 511.280,88
D961 - Deck 100 x 50 3.065.157,78 3.249.067,24

Custo dos Produtos Vendidos - Matéria-Prima


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 578.409,55 611.554,49
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 703.992,90 744.659,41
D350 - Deck Frisado 50 x 50 434.081,40 458.923,39
D961 - Deck 100 x 50 2.874.976,65 3.036.259,60

288
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Mão-de-Obra:
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/ Encargos 61.209,07 65.493,70

Gastos Gerais (Diretos/Indiretos) Fabricação:


Materiais Diversos de Fábrica 9.333,24 10.266,56
Combustível 2.731,32 3.031,77
Energia Elétrica de Fábrica
11.103,60 11.991,89
Gás Empilhadeira 4.554,00 5.282,64
Afiação 3.900,00 4.056,00
Aluguel de Fábrica 9.900,00 10.791,00
Depreciação Geral Máquinas 3.897,83 3.975,79
LUCRO BRUTO 244.807,14 273.184,24
DESPESAS COM VENDAS
Salário com Encargos Sociais 23.350,00 24.517,50
Comissões (8% s/ Vendas) 98.857,93 104.789,41
Propaganda e Publicidade 6.000,00 8.100,00
Impostos e Taxas Diversas 1.000,00 1.400,00
Despesas Diversas Vendas 1.000,00 1.550,00

DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas Bancárias (Juros e Tarifas) 1.920,00 1.977,60

DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesas Gerais Escritório 4.509,90 4.960,89
Telefone 3.335,76 3.535,91
Celular 1.500,00 1.530,00
Água 1.200,00 1.248,00
Internet 750,00 795,00
Contabilidade 7.200,00 7.776,00
Salários Diversos 51.829,33 54.420,80
Alvarás e Taxas Diversas 900,00 963,00
Benefícios Funcionários
- -
Depreciação Geral Máquinas 835,00
901,80
RESULTADO OPERACIONAL 40.619,21 54.718,34
Imposto de Renda - 34% 13.810,53 18.604,23
LUCRO LÍQUIDO 26.808,68 36.114,10

FONTE: O autor

No quadro anterior constam dados históricos de custos e despesas que


ocorreram no ano de 2011. Isso é apenas uma simulação que permite encontrar
indicadores médios para projeções dos gastos e despesas para o período a ser
orçado. Com essas informações tem-se condições de avaliar qual é a distribuição
dos custos e despesas fixos e variáveis, para fins de projeção orçamentária.

289
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 86 – DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS/DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS - ANO 2012 (PERÍODO 1)


DEMONSTRATIVO DE
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS
Exercício Social de 2012-Período 01 Faturamento: 4.942.896,70
CONTAS TOTAL FIXO VARIÁVEL X
CUSTO DOS PRODUTOS

Custo dos Produtos Vendidos -


Matéria-Prima
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 578.409,55 - 578.409,55 0,117018
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 703.992,90 - 703.992,90 0,142425
D350 - Deck Frisado 50 x 50 434.081,40 - 434.081,40 0,087819
D961 - Deck 100 x 50 2.874.976,65 - 2.874.976,65 0,581638

Mão-de-Obra:
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/
61.209,07 - 61.209,07 0,012383
Encargos
Gastos Gerais (Diretos/Indiretos)
Fabricação:
Materiais Diversos de Fábrica 9.333,24 4.356,00 4.977,24 0,001007
Combustível 2.731,32 1.240,00 1.491,32 0,000302
Energia Elétrica de Fábrica 11.103,60 2.657,00 8.446,60 0,001709
Gás Empilhadeira 4.554,00 2.178,00 2.376,00 0,000481
Afiação 3.900,00 2.180,00 1.720,00 0,000348
Aluguel de Fábrica 9.900,00 4.532,00 5.368,00 0,001086
Depreciação Geral Máquinas 3.897,83 2.190,00 1.707,83 0,000346
Total Custo Produtos 4.698.089,56 19.333,00 4.678.756,56 0,946562
DESPESAS COM VENDAS

Salário com Encargos Sociais 23.350,00 23.350,00


Comissões (8% s/ Vendas) 98.857,93 - 98.857,93 0,020000
Propaganda e Publicidade 6.000,00 - 6.000,00 0,001214
Impostos e Taxas Diversas 1.000,00 - 1.000,00 0,000202
Despesas Diversas Vendas 1.000,00 300,00 700,00 0,000142

DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas Bancárias (Juros e Tarifas) 1.920,00 1.920,00

DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesas Gerais Escritório 4.509,90 4.509,90
Telefone 3.335,76 3.335,76
Celular 1.500,00 1.500,00
Água 1.200,00 1.200,00
Internet 750,00 750,00
Contabilidade 7.200,00 7.200,00
Salários Diversos 51.829,33 51.829,33
Alvarás e Taxas Diversas 900,00 900,00
Benefícios Funcionários - -
Depreciação Geral Máquinas 835,00 835,00
Total das Despesas 204.187,93 97.629,99 106.557,93 0,021558

TOTAL DAS DESPESAS 4.902.277,49 116.962,99 4.785.314,50 0,968119

RESULTADO OPERACIONAL 40.619,21


Imposto de Renda - 34% 13.810,53
LUCRO LÍQUIDO 26.808,68

FONTE: O autor

No quadro anterior podemos identificar a distribuição dos custos fixos e


variáveis durante o período histórico do exercício social de 2012 (período 1, ou
seja, o 1º semestre).
290
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

E
IMPORTANT

Os termos custos e despesas (fixos e variáveis) são estudados em disciplina


específica na área de custos.
Para fins orçamentários é importante conhecer esse assunto, pois é relevante na identificação
e previsão dos gastos relativos à produção e comercialização.
Em outras palavras, quanto mais a empresa vende, mais ela gasta. Esse é um conceito geral
de gastos variáveis, e o gasto fixo, por sua vez, independe do seu volume de produção. O
seu próprio nome diz isso: fixo.

Vamos para uma rápida análise: O coeficiente “X”, logo abaixo do valor
do faturamento de R$ 4.942.896,70, de acordo com o quadro anterior, demonstra
qual é a participação dos gastos variáveis (em custos e despesas) em relação ao
faturamento.

Em outras palavras:

 Custo dos Produtos Vendidos do produto DAC 622 – Deck Autoclavado 100 x
50 = R$ 578.409,55 / R$ 4.942.896,70 = 0,117018

 Propaganda e Publicidade = R$ 6.000,00 / R$ 4.942.896,70 = 0,001214

E
IMPORTANT

Esse cálculo deverá ser realizado apenas nos gastos variáveis, dividindo-se o
mesmo sempre pelo montante do faturamento.

Portanto, o coeficiente final de 0,968119 serve para apurarmos uma média


dos gastos variáveis que tiveram participação no montante de faturamento de R$
4.942.896,70 para o exercício social de 2012, 1º semestre.

O mesmo irá ocorrer para o 2º período do exercício social de 2012. Vamos


analisar os resultados?

291
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 87 – DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS/DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS - ANO 2012 (PERÍODO 2)

DEMONSTRATIVO DE
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS
Exercício Social de 2012-Período 02 Faturamento: 5.239.470,47
CONTAS TOTAL FIXO VARIÁVEL X
CUSTO DOS PRODUTOS

Custo dos Produtos Vendidos -


Matéria-Prima
DAC622 - Deck Autoclavado 100
611.554,49 - 611.554,49 0,116721
x 50
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 744.659,41 - 744.659,41 0,142125
D350 - Deck Frisado 50 x 50 458.923,39 - 458.923,39 0,087590
D961 - Deck 100 x 50 3.036.259,60 - 3.036.259,60 0,579497

Mão-de-Obra:
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/
65.493,70 - 65.493,70 0,012500
Encargos
Gastos Gerais (Diretos/Indiretos)
Fabricação:
Materiais Diversos de Fábrica 10.266,56 4.660,92 5.605,64 0,001070
Combustível 3.031,77 1.302,00 1.729,77 0,000330
Energia Elétrica de Fábrica 11.991,89 2.710,14 9.281,75 0,001772
Gás Empilhadeira 5.282,64 2.286,90 2.995,74 0,000572
Afiação 4.056,00 2.398,00 1.658,00 0,000316
Aluguel de Fábrica 10.791,00 4.894,56 5.896,44 0,001125
Depreciação Geral Máquinas 3.975,79 2.321,40 1.654,39 0,000316
Total Custo Produtos 4.966.286,23 20.573,92 4.945.712,31 0,943934
DESPESAS COM VENDAS

Salário com Encargos Sociais 24.517,50 24.517,50 - -


Comissões (8% s/ Vendas) 104.789,41 - 104.789,41 0,020000
Propaganda e Publicidade 8.100,00 - 8.100,00 0,001546
Impostos e Taxas Diversas 1.400,00 - 1.400,00 0,000267
Despesas Diversas Vendas 1.550,00 200,00 1.350,00 0,000258

DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas Bancárias (Juros e Tarifas) 1.977,60 1.977,60 - -

DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesas Gerais Escritório 4.960,89 4.960,89 - -
Telefone 3.535,91 3.535,91 - -
Celular 1.530,00 1.530,00 - -
Água 1.248,00 1.248,00 - -
Internet 795,00 795,00 - -
Contabilidade 7.776,00 7.776,00 - -
Salários Diversos 54.420,80 54.420,80 - -
Alvarás e Taxas Diversas 963,00 963,00 - -
Benefícios Funcionários - - - -
Depreciação Geral Máquinas 901,80 901,80 - -
Total das Despesas 218.465,90 102.826,50 115.639,41 0,022071

TOTAL DAS DESPESAS 5.184.752,13 123.400,42 5.061.351,72 0,966004

RESULTADO OPERACIONAL 54.718,34


Imposto de Renda - 34% 18.604,23
LUCRO LÍQUIDO 36.114,10

FONTE: O autor

292
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

No quadro anterior podemos identificar a distribuição dos custos fixos e


variáveis durante o período histórico do exercício social de 2012 (período 2, ou
seja, o 2º semestre).

Vamos para uma rápida análise: o coeficiente “X”, logo abaixo do valor
do faturamento de R$ 5.239.470,47, de acordo com o quadro anterior, demonstra
qual é a participação dos gastos variáveis (em custos e despesas) em relação ao
faturamento.

Em outras palavras:

 Custo dos Produtos Vendidos do produto DAC 622 – Deck Autoclavado 100 x
50 = R$ 611.554,49 / R$ 5.239.470,47 = 0,116721

 Propaganda e Publicidade = R$ 8.100,00 / R$ 5.239.470,47 = 0,001546

E
IMPORTANT

Esse cálculo deverá ser realizado apenas nos gastos variáveis, dividindo-se o
mesmo sempre pelo montante do faturamento.

Portanto, o coeficiente final de 0,966004 serve para apurar uma média dos
gastos variáveis que tiveram participação no montante de faturamento de R$
5.239.470,47 para o exercício social de 2012, 2º semestre.

Esses procedimentos de cálculos podem ser utilizados para a elaboração


das ferramentas orçamentárias para todos os exercícios sociais da empresa.

Em seguida iremos apurar a média dos coeficientes existentes nos dados


históricos, pois os utilizaremos na elaboração dos demonstrativos de resultado
projetado, que estudaremos mais adiante.

293
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 88 – MÉDIA DOS COEFICIENTES HISTÓRICOS

MÉDIA DOS ÍNDICES DE VARIAÇÃO "X"

CONTAS 2012/01 2012/02 Média


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 0,117018 0,116721 0,116870
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 0,142425 0,142125 0,142275
D350 - Deck Frisado 50 x 50 0,087819 0,087590 0,087704
D961 - Deck 100 x 50 0,581638 0,579497 0,580568
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/ Encargos 0,012383 0,012500 0,012442
Materiais Diversos de Fábrica 0,001007 0,001070 0,001038
Combustível 0,000302 0,000330 0,000316
Energia Elétrica de Fábrica 0,001709 0,001772 0,001740
Gás Empilhadeira 0,000481 0,000572 0,000526
Afiação 0,000348 0,000316 0,000332
Aluguel de Fábrica 0,001086 0,001125 0,001106
Depreciação Geral Máquinas 0,000346 0,000316 0,000331
Comissões (8% s/ Vendas) 0,020000 0,020000 0,020000
Propaganda e Publicidade 0,001214 0,001546 0,001380
Impostos e Taxas Diversas 0,000202 0,000267 0,000235
Despesas Diversas Vendas 0,000142 0,000258 0,000200

TOTAL DAS MÉDIAS 0,968119 0,966004 0,967063

FONTE: O autor

No quadro anterior foram apuradas as médias dos coeficientes históricos


dos 1º e 2º semestres do exercício social 2012. Observe que os coeficientes da
conta de Custo dos Produtos Vendidos e da conta de Propaganda e Publicidade
encontram-se neste quadro, e foram apuradas as suas médias devidas.

Vamos, com esses dados, elaborar a Projeção dos Gastos para o período
2013 (períodos 1 e 2). Lembre-se de que as expectativas das receitas estão pautadas
de acordo com os valores projetados no item 2.3, Orçamento de vendas, estudado
no Tópico 1 da Unidade 3 deste caderno.

Vamos lá?

Vamos identificar como ficarão demonstrados os gastos da empresa para


o período projetado, de acordo com a apuração das médias dos coeficientes dos
gastos variáveis.

294
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

QUADRO 89 – DEMONSTRATIVO DE CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS PROJETADOS - 2013

DEMONSTRATIVO DE
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS -
PROJETADO
Exercício Social de 2013 Faturamento: 11.774.138,04
CONTAS TOTAL FIXO VARIÁVEL X
CUSTO DOS PRODUTOS

Custo dos Produtos Vendidos


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 1.376.043,51 - 1.376.043,51 0,116870
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 1.675.165,49 - 1.675.165,49 0,142275
D350 - Deck Frisado 50 x 50 1.032.639,00 - 1.032.639,00 0,087704
D961 - Deck 100 x 50 6.835.687,77 - 6.835.687,77 0,580568

Mão-de-Obra
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/
146.493,83 - 146.493,83 0,012442
Encargos
Gastos Gerais (Diretos/Indiretos)
Fabricação:
Materiais Diversos de Fábrica 16.734,93 4.508,46 12.226,47 0,001038
Combustível 4.990,75 1.271,00 3.719,75 0,000316
Energia Elétrica de Fábrica 23.172,58 2.683,57 20.489,01 0,001740
Gás Empilhadeira 8.428,32 2.232,45 6.195,87 0,000526
Afiação 6.200,48 2.289,00 3.911,48 0,000332
Aluguel de Fábrica 17.731,89 4.713,28 13.018,61 0,001106
Depreciação Geral Máquinas 6.148,63 2.255,70 3.892,93 0,000331
Total Custo Produtos 11.149.437,18 19.953,46 11.129.483,72 0,945248
DESPESAS COM VENDAS

Salário com Encargos Sociais 23.933,75 23.933,75 - -


Comissões (8% s/ Vendas) 235.482,76 - 235.482,76 0,020000
Propaganda e Publicidade 16.248,31 - 16.248,31 0,001380
Impostos e Taxas Diversas 2.766,92 - 2.766,92 0,000235
Despesas Diversas Vendas 2.604,83 250,00 2.354,83 0,000200

DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas Bancárias (Juros e Tarifas) 1.948,80 1.948,80 - -

DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesas Gerais Escritório 4.735,40 4.735,40 - -
Telefone 3.435,83 3.435,83 - -
Celular 1.515,00 1.515,00 - -
Água 1.224,00 1.224,00 - -
Internet 772,50 772,50 - -
Contabilidade 7.488,00 7.488,00 - -
Salários Diversos 53.125,07 53.125,07 - -
Alvarás e Taxas Diversas 931,50 931,50 - -
Benefícios Funcionários - - - -
Depreciação Geral Máquinas 868,40 868,40 - -
Total das Despesas 357.081,07 100.228,24 256.852,82 0,021815

TOTAL DAS DESPESAS GERAIS 11.506.518,25 120.181,70 11.386.336,54 0,967063

RESULTADO OPERACIONAL 267.619,79


Imposto de Renda - 34% 90.990,73
LUCRO LÍQUIDO 176.629,06

FONTE: O autor

295
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

De acordo com o quadro anterior, podemos elaborar um orçamento


projetado dos gastos gerais da empresa.

Você recorda das médias dos coeficientes dos gastos variáveis apuradas
no quadro anterior? Pois é! Estas médias estão sendo utilizadas agora no quadro
anterior.

Veja, por exemplo, que de acordo com o valor das vendas projetadas totais
em R$ 10.182.367,13, conforme estudado no item 2.3 - Orçamento de vendas (no
Tópico 1 desta unidade de estudos), aplicando-se as médias dos coeficientes dos
gastos variáveis das mesmas contas que estudamos nos quadros 86 e 87, vamos
verificar os seus resultados.

Em outras palavras:

 Custo dos Produtos Vendidos do produto DAC 622 – Deck Autoclavado 100 x
50 = R$ 11.774.138,04 (previsão de vendas) x 0,116870 (coeficiente médio) = R$
1.376.043,51 de gastos projetados para esta conta.

 Propaganda e Publicidade = R$ 11.774.138,04 (previsão de vendas) x 0,001380


(coeficiente médio) = R$ 16.248,31 de gastos projetados para esta conta.

Os mesmos procedimentos são adotados para todas as contas contábeis


com gastos variáveis.

A riqueza das informações obtidas de acordo com o quadro anterior nos


permite identificar o Resultado Operacional Projetado, que é o valor apurado
pela empresa após descontar todos os gastos fixos e variáveis, que são os esforços
utilizados para a geração das receitas.

E
IMPORTANT

O resultado operacional projetado é uma importante informação a ser projetada


nos orçamentos, a qual permite identificar a possibilidade (viabilidade) de a empresa
prosseguir no mercado. Contudo, é importante lembrar que o tema resultado operacional é
assunto estudado na disciplina de CONTROLADORIA.

O resultado operacional projetado é uma importante informação a ser


projetada nos orçamentos, a qual permite identificar a possibilidade (viabilidade)
de a empresa prosseguir no mercado. Contudo, é importante lembrar que o tema
resultado operacional é assunto estudado na disciplina de CONTROLADORIA.

296
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


PROJETADO
Neste item você terá como projetar (orçar) um nível de detalhamento
maior de gastos fixos e variáveis, e assim apurar a Margem de Contribuição
projetada para o próximo período.

É uma importante ferramenta orçamentária. Buscou-se em Padoveze (1997,


p. 381) a sua contribuição quanto a esses aspectos: “O Orçamento operacional
contém a maior quantidade de peças orçamentárias a serem trabalhadas. Nele
estão contidas as previsões dos gastos departamentais (dos centros de custos), que,
por sua vez, apresentam o orçamento da maior parte das despesas da empresa”.

Devemos tomar por base, para o cálculo desse orçamento, o montante


das vendas. É importante lembrar que estudamos essa afirmação no item 2.2,
Orçamento operacional, no Tópico 1 (quadro UNI) da Unidade 3, onde: O
processo orçamentário inicia-se no ORÇAMENTO DE VENDAS.

Com as informações geradas através do Demonstrativo de Resultado do


Exercício Projetado é possível avaliar a eficácia do planejamento geral da empresa.

É importante observar que os valores dos faturamentos para os períodos 1


e 2 do exercício social a ser projetado são os mesmos identificados no planejamento
das vendas no item 2.3 - Orçamento de vendas (do Tópico 1 dessa unidade).

QUADRO 90 – DEMONSTRATIVO DO RESULTADO PROJETADO – PERÍODOS 1 E 2 (ANO: 2013)

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO MENSAL PROJETADO - PERÍODO 2013

CONTAS CONTÁBEIS Coefic. X TOTAL


Receitas Brutas de Vendas 15.277.200,00
( - ) Impostos s/ Vendas 22,93% 3.503.061,96
Vendas Líquidas 11.774.138,04
Custo de Produção-Variável 0,945248 11.129.483,72
DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 0,116870 1.376.043,51
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 0,142275 1.675.165,49
D350 - Deck Frisado 50 x 50 0,087704 1.032.639,00
D961 - Deck 100 x 50 0,580568 6.835.687,77
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/ Encargos 0,012442 146.493,83
Materiais Diversos de Fábrica 0,001038 12.226,47
Combustível 0,000316 3.719,75
Energia Elétrica de Fábrica 0,001740 20.489,01
Gás Empilhadeira 0,000526 6.195,87
Afiação 0,000332 3.911,48
Aluguel de Fábrica 0,001106 13.018,61
Depreciação Geral Máquinas 0,000331 3.892,93
Despesa Vendas/Adm-Variável 0,021815 256.852,82

297
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Comissões e Salário c/ Enc. 0,020000 235.482,76


Propaganda e Publicidade 0,001380 16.248,31
Impostos e Taxas Diversas 0,000235 2.766,92
Despesas Diversas 0,000200 2.354,83
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 0,032937 387.801,50
CUSTOS PRODUÇÃO-FIXOS 19.953,46
Materiais Diversos de Fábrica 4.508,46
Combustível 1.271,00
Energia Elétrica de Fábrica 2.683,57
Gás Empilhadeira 2.232,45
Afiação 2.289,00
Aluguel de Fábrica 4.713,28
Depreciação Geral Máquinas 2.255,70
DESPESAS VENDAS/ADM-FIXOS 100.228,24
Salário com Encargos Sociais 23.933,75
Despesas Diversas Vendas 250,00
Despesas Bancárias (Juros e Tarifas) 1.948,80
Despesas Gerais Escritório 4.735,40
Telefone 3.435,83
Celular 1.515,00
Água 1.224,00
Internet 772,50
Contabilidade 7.488,00
Salários Diversos 53.125,07
Alvarás e Taxas Diversas 931,50
Benefícios Funcionários -
Depreciação Geral Máquinas 868,40
RESULTADO OPERACIONAL 267.619,79
PROVISÃO IMPOSTO DE RENDA 34,00% 90.990,73
LUCRO LÍQUIDO 176.629,06

RESULTADO ECONÔMICO 176.629,06


RESULTADO FINANCEIRO 180.142,06

FONTE: O autor

Com o quadro anterior, podemos observar a distribuição dos resultados


projetados de acordo com os gastos fixos e variáveis para os dois semestres orçados
(ano 2013). Para termos uma clara ideia do que essa tabela permite identificar,
tomemos novamente as duas contas contábeis que analisamos nos quadros 86 e 87.

Veja, por exemplo, que de acordo com o valor das vendas projetadas
totais em R$ 11.774.138,04, conforme estudado no item 2.3 - Orçamento de vendas
(no Tópico 1 da Unidade 3), aplicando-se as médias dos coeficientes dos gastos
variáveis das mesmas contas, vamos verificar os seus resultados.

Em outras palavras:

 Custo dos Produtos Vendidos do produto DAC 622 – Deck Autoclavado 100 x
50 = R$ 11.774.138,04 (previsão de vendas) x 0,116870 (coeficiente médio) = R$
1.376.043,51 de gastos projetados para esta conta.

 Propaganda e Publicidade = R$ 11.774.138,04 (previsão de vendas) x 0,001380


(coeficiente médio) = R$ 16.248,31 de gastos projetados para esta conta.

298
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

O Resultado Operacional de R$ 267.619,79 permite identificar seus


resultados respectivos para o período 1 e 2 do ano de 2013.

Os gastos fixos são os mesmos valores apurados no Quadro 86, mas de


forma mais detalhada, aberta em dois semestres.

2.3.1 Orçamento de despesas tributárias


O orçamento de despesas tributárias varia de acordo com o ramo de
atividade e a percentagem de recolhimento sobre o faturamento da indústria,
do comércio e dos serviços. Conforme Zdanowicz (1989, p. 110), “os tributos, de
maneira geral, podem ser classificados em despesas fixas e despesas variáveis.
Este conhecimento antecipado poderá facilitar a elaboração do orçamento de
despesas financeiras”.

O orçamento dos impostos das vendas para o período projetado de 2013


é de R$ 3.503.061,96, pois as vendas líquidas dos impostos com a aplicação do
Mark-up dos impostos de 0,7707 geram esses impostos.

● Impostos das Vendas = 22,93%


● Identificação do Mark-up divisor = 1 – 0,2293
● Mark-up divisor = 0,7707

Desta forma:

● Vendas Líquidas = R$ 11.774.138,04 / 0,7707 = R$ 15.277.200,00


● Apuração dos impostos das vendas = R$ 15.277.200,00 x 22,93%
● Valor dos impostos das vendas = R$ 3.503.061,96

Outra informação importante que podemos extrair dessa ferramenta


orçamentária é a apuração do Imposto de Renda, em que foi aplicado um
percentual de 34% e representa, respectivamente:

● Alíquota do Imposto de Renda: 15%


● Adicional da Alíquota do Imposto de Renda: 10%
● Alíquota da Contribuição Social do Lucro Líquido; 9,00%
● Alíquota do Imposto de Renda e Contribuição Social do Lucro Líquido: 15% +
10% + 9% = 34%.

Desta forma, aplicando-se a alíquota de 34% sobre o Resultado Operacional


de R$ 267.619,79, perfaz um valor de Imposto de Renda em R$ 90.990,73.

299
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

2.4 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO


O fluxo de caixa projetado é a peça que junta todos os orçamentos,
traduzindo, em um resumo, todo o orçamento operacional e adicionando as peças
orçamentárias do orçamento de vendas, orçamento de produção, de perspectivas
de compras de insumos e demais gastos fixos ou variáveis.

O orçamento do fluxo de caixa é muito importante para as empresas,


pelo fato de estar relacionado diretamente ao pagamento de compromissos em
períodos determinados. Para Zdanowicz (1989, p. 115), “os desembolsos serão
realizados principalmente para fins de compra de matérias-primas, pagamentos
de mão de obra direta com os encargos sociais respectivos, despesas indiretas de
fabricação, acréscimos de capital, resgate de dívidas e pagamentos de dividendos
aos acionistas”.

Planejar a disponibilidade de caixa para efetuar o pagamento dos


compromissos é fundamental, pois demonstrará com antecedência a situação do
caixa em um determinado período.

Vejamos algumas vantagens do orçamento de fluxo de caixa:

a) se houver falta de caixa, a empresa terá tempo para negociar com o mercado
financeiro;
b) determina a quantidade desejada de caixa para um determinado período, de
modo a evitar problemas;
c) fornece a dimensão exata de recursos disponíveis para a compra de matérias-
primas;
d) quando há sobra de caixa, pode-se aplicar o saldo no mercado financeiro.

Dentro do orçamento de caixa tem-se o último dado necessário para a


elaboração da projeção de resultados, que são as receitas financeiras.

No quadro anterior, estudado no item 2.3 deste tópico, apuramos as


seguintes informações:

 Resultado do Período Projetado de 2013:

Resultado Financeiro: R$ 180.142,06

Esse é o resultado que “sobrará” no caixa para o período projetado de


2013, pois não ocorrem desembolsos para as despesas com depreciação.

Como uma reserva para desembolso, podemos apurar os valores


respectivos de compras de insumos, que estudamos no item 2.6 referente ao
orçamento de compras, consumo e estoque de materiais.

300
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Para o período de 2013, projetamos os seguintes valores de Custo de


Produção de acordo com o consumo dos seguintes insumos:

 No quadro anterior, orçamos o valor de Custo de Produção dos quatro


produtos em fabricação em: R$ 1.376.043,51 + R$ 1.675.165,49 + R$ 1.032.639,00
+ R$ 6.835.687,77 = R$ 10.919.535,77.

Se aplicarmos os valores dos impostos das compras de acordo com o


coeficiente divisor em 0,7375, teríamos o valor das compras de fornecedores
projetados em R$ 14.806.150,20.

R$ 10.919.535,77 / 0,7375 = R$ 14.806.150,20


Assim como a Demonstração do Fluxo de Caixa Projetado, podemos


também projetar o Balanço Patrimonial, que é um demonstrativo em que a
empresa apresenta todos os recursos contidos no grupo de contas do Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido.

As contas no grupo do Ativo são representadas por recursos investidos na


empresa e utilizam contas como:

- caixa e bancos;
- duplicatas a receber;
- estoques;
- imobilizado (máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios, entre
outros bens que a empresa utiliza para suas atividades operacionais).

As contas no grupo do Passivo são representadas por recursos oriundos de


terceiros, ou seja, dívidas ou compromissos financeiros assumidos pela empresa,
para “tocar” o empreendimento. As contas do Passivo apresentam contas como:

- fornecedores;
- empréstimos e financiamentos;
- salários e encargos a pagar;
- impostos a recolher, entre outros.

As contas no grupo do Patrimônio Líquido são representadas por recursos


oriundos dos seus investidores, ou seja, os sócios ou proprietários. Esses recursos
investidos são apresentados na conta contábil de Capital Social. E no grupo do
Patrimônio Líquido também apresentam os valores oriundos do resultado da
empresa.

Estudamos no Item 2.3, Demonstração do Resultado do Exercício Projetado


(neste tópico), no quadro anterior, o resultado projetado oriundo das operações
da empresa. Esse resultado será apresentado na conta de Lucros Acumulados do
Balanço Patrimonial (ou Prejuízos Acumulados, se ocorrem).

301
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

E
IMPORTANT

O estudo das contas patrimoniais, seus conceitos e objetivos é realizado em


uma disciplina específica de CONTABILIDADE ou CONTABILIDADE GERAL.
O que você acabou de ler referente a Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido serve para situá-
lo(a) no assunto referente a Balanço Patrimonial.

2.5 BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO


Ao ser elaborado, o balanço patrimonial projetado irá contribuir com
elementos patrimoniais ao orçamento do processo operacional da empresa,
de forma a informar a liquidez orçada e a capacidade da geração do resultado
econômico da empresa.

No quadro a seguir apresentamos um exemplo de balanço patrimonial.


Seus valores não têm nenhuma relação com os produtos Deck que estamos
estudando neste caderno.

QUADRO 91 – DEMONSTRAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO


BALANÇO PATRIMONIAL
EXERCÍCIOS ENCERRADOS EM: 2012 e 2013.
2012 = REALIZADO
2013 = PROJETADO
Empresa: COMPANHIA ALFA
2013 2012
ATIVO R$ R$
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Bancos
12.318,36 3.200,00
Aplicações de Liquidez Imediata
1.345.195,06 186.592,62
Duplicatas a Receber
15.277.200,00 9.785.792,19
Estoques
196.773,11 82.855,50
TOTAL ATIVO CIRCULANTE 16.831.486,53 10.058.440,31

ATIVO NÃO CIRCULANTE


Ativo Realizável a Longo Prazo
2.400.000,00 2.100.000,00
Investimentos
180.000,00 120.000,00
Imobilizado
4.053.000,00 5.600.000,00
TOTAL DO ATIVO NÃO
6.633.000,00 7.820.000,00
CIRCULANTE
TOTAL DO ATIVO 23.464.486,53 17.878.440,31

PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores
12.957.236,62 5.417.897,00
Encargos Sociais e Impostos a Pagar
3.180.620,85 3.650.543,31
Empréstimos e Financiamentos de
Curto Prazo - 5.000.000,00

302
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 16.137.857,47 14.068.440,31

PASSIVO NÃO CIRCULANTE


Passivo Exigível Longo Prazo
4.650.000,00 1.310.000,00
TOTAL DO PASSIVO NÃO
4.650.000,00 1.310.000,00
CIRCULANTE

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.676.629,06 2.500.000,00
TOTAL PASSIVO + PATRIMÔNIO
23.464.486,53 17.878.440,31
LÍQUIDO

FONTE: O autor

Os valores apresentados na Demonstração do Balanço Patrimonial sofrem


alterações todas as vezes em que se processam operações na empresa. Conforme
mencionado anteriormente, os valores constantes em algumas contas contábeis no
quadro anterior são meramente ilustrativos, mas a estrutura de contas contábeis
apresentadas neste quadro pode ser utilizada para projeções.

Lembrando sempre que os resultados projetados, que você estudou no


item 2.3 - Demonstração do Resultado do Exercício Projetado (neste tópico), serão
apresentados na conta contábil de Lucros Acumulados (podendo ocorrer também
Prejuízos Acumulados).

2.6 ANÁLISE DAS VARIAÇÕES


As projeções orçamentárias são pautadas de acordo com o que se imagina
que possa ocorrer na empresa. Isto é um risco e, em alguns casos, leva o gestor
à frustração quando elabora e analisa as variações ocorridas. Essa análise é
realizada após a conclusão de todas as projeções orçamentárias da empresa,
ou seja, quando o gestor se encontra na etapa de CONTROLE. Nessa etapa é
verificado se os objetivos previstos foram realmente alcançados. Por intermédio
de análises de variações é avaliado o desempenho das áreas de responsabilidades,
possibilitando fazer eventuais correções apontadas.

Segundo Padoveze (2005, p. 221):

Tendo como base as informações levantadas pelos relatórios de controle


orçamentário, faz-se a análise das variações, a qual busca identificar
em maior detalhe os principais motivos que causaram a variação em
valor de cada item orçado, fundamentando sua justificativa pelos
gestores responsáveis pelos orçamentos e operações.

Um exemplo clássico de análise das variações pode ser observado no


quadro seguinte, onde iremos apurar essas variações entre o ORÇADO e o
REALIZADO de cada conta contábil.

303
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Essas variações somente poderão ser apuradas à medida que forem sendo
realizadas as operações previstas. Portanto, de acordo com o projetado para 2013,
vamos comparar com o que foi efetivamente projetado. No quadro a seguir, temos
uma previsão de gastos para o exercício social de 2013 e uma coluna com valores
“realizados” para 2013. Esse exemplo serve apenas para visualizar de que forma
se compara as contas contábeis entre o orçado e o realizado e, por conseguinte,
identificar as maiores variações ocorridas.

QUADRO 92 – ANÁLISE DAS VARIAÇÕES ENTRE ORÇADO X REALIZADO - EXERCÍCIO SOCIAL 2013
DEMONSTRATIVO DE CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS - ORÇADO x REALIZADO
Exercício Social de 2013
VARIAÇÃO VARIAÇÃO
CONTAS ORÇADO REALIZADO
R$ %
FATURAMENTO 11.774.138,04 11.854.896,87 80.758,83 0,6859%

Custo dos Produtos Vendidos


DAC622 - Deck Autoclavado 100 x 50 1.376.043,51 1.365.879,90 (10.163,62) -0,7386%
DAC615 - Deck Autoclavado 50 x 50 1.675.165,49 1.668.564,43 (6.601,06) -0,3941%
D350 - Deck Frisado 50 x 50 1.032.639,00 1.035.678,76 3.039,76 0,2944%
D961 - Deck 100 x 50 6.835.687,77 6.825.443,98 (10.243,79) -0,1499%

Mão-de-Obra
Mão-de-Obra Direta e Indireta c/
146.493,83 147.675,32 1.181,49 0,8065%
Encargos
Gastos Gerais (Diretos/Indiretos)
Fabricação:
Materiais Diversos de Fábrica 16.734,93 16.767,32 32,39 0,1935%
Combustível 4.990,75 5.126,90 136,15 2,7280%
Energia Elétrica de Fábrica 23.172,58 22.874,43 (298,15) -1,2866%
Gás Empilhadeira 8.428,32 8.547,21 118,89 1,4106%
Afiação 6.200,48 6.165,80 (34,68) -0,5593%
Aluguel de Fábrica 17.731,89 17.546,98 (184,91) -1,0428%
Depreciação Geral Máquinas 6.148,63 6.298,54 149,91 2,4381%
Total Custo Produtos 11.149.437,18 11.126.569,57 (22.867,61) 3,6999%
DESPESAS COM VENDAS

Salário com Encargos Sociais 23.933,75 24.132,78 199,03 0,8316%


Comissões (8% s/ Vendas) 235.482,76 234.146,65 (1.336,11) -0,5674%
Propaganda e Publicidade 16.248,31 16.165,20 (83,11) -0,5115%
Impostos e Taxas Diversas 2.766,92 2.765,98 (0,94) -0,0341%
Despesas Diversas Vendas 2.604,83 2.704,21 99,38 3,8153%
DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas Bancárias (Juros e Tarifas) 1.948,80 2.134,87 186,07 9,5479%

DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesas Gerais Escritório 4.735,40 4.546,54 (188,86) -3,9882%
Telefone 3.435,83 3.546,87 111,04 3,2317%
Celular 1.515,00 1.532,89 17,89 1,1809%
Água 1.224,00 1.225,10 1,10 0,0899%
Internet 772,50 765,20 (7,30) -0,9450%
Contabilidade 7.488,00 7.324,54 (163,46) -2,1830%
Salários Diversos 53.125,07 52.165,98 (959,09) -1,8053%
Alvarás e Taxas Diversas 931,50 1.012,43 80,93 8,6881%
Benefícios Funcionários - - - 0,0000%
Depreciação Geral Máquinas 868,40 865,43 (2,97) -0,3420%
304
TÓPICO 2 | PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Total das Despesas 357.081,07 355.034,67 (2.046,40) -0,5731%

TOTAL DAS DESPESAS GERAIS 11.506.518,25 11.481.604,24 (24.914,01) -0,2165%

RESULTADO OPERACIONAL 267.619,79 373.292,63 105.672,84 39,4862%


Imposto de Renda - 34% 90.990,73 126.919,50 35.928,77 39,4862%
LUCRO LÍQUIDO 176.629,06 246.373,14 69.744,08 39,4862%

FONTE: O autor

Observe que no quadro anterior se utiliza, praticamente, a mesma base


de dados das projeções para o exercício social de 2013. Porém, a diferença deste
quadro está em separar a coluna “ORÇADO” e “REALIZADO” e apurar a
diferença entre elas, que se chama VARIAÇÕES.

Como se pode perceber, todas as contas contábeis do quadro anterior


são as mesmas utilizadas para o desenvolvimento do planejamento dos gastos
estudados na seção 2.2 - Demonstrativo de Custos e Despesas Projetados desta
unidade.

De posse das informações, chamadas de VARIAÇÕES, o gestor de cada


departamento deve buscar respostas para as variações e partir para as atividades
de CONTROLE, cujo objetivo é evitar que discrepâncias enormes possam ocorrer
e influenciar negativamente as peças orçamentárias.

As respostas a estas variações deverão ser investigadas e solucionadas em


caso de erros em projeções, ou ineficiências operacionais.

305
RESUMO DO TÓPICO 2
Chegamos ao final do Tópico 2. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora.

● Neste tópico estudamos, de forma aprofundada, as projeções orçamentárias.

● Quando tratamos de projeções orçamentárias, devemos tomar o cuidado de


não apenas identificar o comportamento do mercado e sua demanda, suas
perspectivas de consumo, produção e venda. Temos que nos preocupar também
com os efeitos nocivos ao poder aquisitivo da moeda, ou seja, a INFLAÇÃO.

● A inflação tem aspecto relevante para a elaboração dos orçamentos, pois os


orçamentos elaborados para um determinado exercício social sofrerão perdas
de valores monetários ao longo dos seus 12 meses projetados.

● Simulação de dados históricos, dados de eventos passados de custos e despesas


que ocorreram no ano anterior e que permitem encontrar indicadores médios
para projeções dos gastos e despesas para o período a ser orçado. Existem
condições de avaliar qual é a distribuição dos custos e despesas fixos e variáveis,
para fins de projeção orçamentária.

● O resultado operacional projetado é o valor que a empresa apura após descontar


todos os gastos fixos e variáveis, que são os esforços utilizados para a geração
das receitas.

● O resultado operacional projetado é uma importante informação a ser


projetada nos orçamentos. Essa informação permite identificar a possibilidade
(viabilidade) de a empresa prosseguir no mercado.

● Esses valores orçados de insumos podem permanecer no estoque para os


próximos exercícios sociais. Não necessariamente devam representar falta de
caixa, porque as negociações que podem levar aos pagamentos dos insumos
adquiridos durante o período 2 apenas irão ocorrer no exercício social de 2XX3,
e assim por diante.

306
AUTOATIVIDADE

1 Quando tratamos de projeções orçamentárias, devemos tomar o cuidado para


não identificar apenas o comportamento do mercado e sua demanda com
suas perspectivas de consumo, produção e venda. Temos que nos preocupar
também com os efeitos nocivos ao poder aquisitivo da moeda, ou seja, a ___
______________________________________________________.

2 Apure a inflação para os seguintes períodos a seguir: relação do mês 3 para o


mês 1.

PRODUTO A
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Variação Mês 3 -> Mês 1
R$ 2.500,00 R$ 2.600,00 R$ 2.700,00 R$ 200,00

Variação em R$
Variação em %

3 Apure os coeficientes de participação dos gastos em relação às receitas de


acordo com as seguintes contas contábeis:

● Custo dos Produtos Vendidos = R$ 180.500,00 de gastos / R$ 1.210.000,00 de


receitas de vendas =_________________________.

● Propaganda e Publicidade = R$ 55.200,00 de gastos / 610.000,00


de receitas de vendas =__________________________.

4 Conforme a questão anterior, o cálculo para a apuração desse coeficiente de


participação dos gastos deve ser realizado em quais tipos de gastos?

5 Fundamente a resposta da quarta questão.

6 O que permite identificar o resultado operacional projetado?

7 Se sua empresa apurar, em um determinado período, o resultado operacional


no valor de R$ 167.700,00, qual é o valor do Imposto de Renda aplicando um
percentual de 34%?

8 Em qual momento da elaboração do orçamento o gestor encontra-se na etapa


de CONTROLE?

9 De acordo com o quadro a seguir, apure o percentual de inflação do período:

307
Produto Valor Aquisição Valor Aquisição Variação Peso Relativo %
em: Mês 1 em: Mês 2 Preço no Período no Produto Inflação
Produto A R$ 54,00 R$ 62,00 12,00
Produto B R$ 450,00 R$ 467,00 20,00
Produto C R$ 42,00 R$ 45,00 25,00
Produto D R$ 33,00 R$ 34,00 1,00
Produto E R$ 29,00 R$ 32,00 1,20
Produto F R$ 52,00 R$ 53,00 0,10
Produto G R$ 30,00 R$ 32,00 0,60
Produto H R$ 65,00 R$ 68,00 0,10
Produto I R$ 4,00 R$ 5,20 12,00
Produto J R$ 53,00 R$ 56,00 8,00
Produto K R$ 65,00 R$ 66,00 7,00
Produto L R$ 34,00 R$ 39,00 13,00
Peso Total 100,00

O valor da inflação apurada é de __________________.

308
UNIDADE 3
TÓPICO 3

ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos aprender a elaborar e analisar um fluxo de caixa. A
respeito disso, Gitman (2001, p. 117) diz que:

A demonstração de fluxos de caixa permite que o administrador


financeiro e outras partes interessadas analisem o fluxo de caixa da
empresa. O administrador deve prestar especial atenção, tanto às
principais categorias de fluxo de caixa quanto aos itens individuais de
fluxo de entrada e saída, para avaliar se ocorreram quaisquer desvios
contrários às políticas financeiras da companhia.

Você sabia que o balanço patrimonial é considerado uma fotografia de


todas as operações da empresa, registradas em determinadas contas, e que, a
partir disso, podemos estudar e compreender a elaboração e aplicação do fluxo
de caixa?

Essas determinadas contas são conhecidas como caixa e bancos, entradas


e saídas no controle de estoque, duplicatas a receber (contas de vendas a prazo),
controle de investimentos em imobilizado e contas a pagar (fornecedores a pagar,
empréstimos e financiamentos a pagar).

É com base nestas contas contábeis que é possível identificar as


movimentações chamadas de atividades operacionais e financeiras. É a partir
deste grupo de contas que o fluxo de caixa possibilita avaliar se a empresa obteve
resultados operacionais positivos (se houve vendas com baixo custo e despesa) ou
se obteve resultados operacionais negativos (se as vendas foram insatisfatórias e
o custo e a despesa foram elevados) e, neste caso, existem grandes possibilidades
de recorrer a empréstimos e financiamentos.

2 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO


DOS FLUXOS DE CAIXA

2.1 MÉTODO DIRETO

309
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

O método direto consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de


uma empresa utilizando as partidas dobradas. Ele permite gerar as informações
com base em critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência da
legislação fiscal. É aquele em que as informações para composição de fluxo de
caixa são obtidas diretamente dos registros das operações da empresa.

A evidenciação dos valores que movimentam o caixa é importante para


uma análise mais profunda do fluxo financeiro da empresa. Este método é mais
informativo, pela clareza com que revela as informações do caixa.

A seguir apresentaremos um modelo de demonstração de fluxo de caixa


no método direto, adaptado do CRCSP – Conselho Regional de Contabilidade de
São Paulo (1997, p. 114), baseado no FASB-95.

FIGURA 12 - DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO


Fluxo de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes xx
Dividendos recebidos xx
Juros recebidos xx
Recebimentos por reembolso de seguros xx
Recebimentos de lucros de subsidiárias xx
Pagamentos a fornecedores (xx)
Pagamentos de salários e encargos (xx)
Imposto de Renda pago (xx)
Juros pagos (xx)
Outros recebimentos ou pagamentos líquidos xx
Caixa Líquido das Atividades Operacionais xx
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
Alienação de imobilizado xx
Alienação de investimentos xx
Aquisição de imobilizado (xx)
Aquisição de investimentos (xx)
Caixa Líquido das Atividades de Investimentos xx
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Integralização de capital xx
Juros recebidos de empréstimos xx
Empréstimos tomados xx
Aumento do capital social xx
Pagamento de leasing (principal) (xx)
Pagamentos de lucros e dividendos (xx)
Juros pagos por empréstimos (xx)
Pagamentos de empréstimos/debêntures (xx)
Caixa Líquido das atividades de financiamentos xx
Aumento ou redução de Caixa Líquido xx
Saldo de Caixa – Inicial xx
Saldo de Caixa – Final xx

FONTE: Adaptado de: CRCSP – Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (1997, p. 114)

310
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados das


atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado. Mostra
efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período.

Vejamos outro modelo, desta vez adaptado de Yoshitake e Hoji (1997, p. 153):

FIGURA 13 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO

INGRESSOS DE RECURSOS
Recebimentos de clientes xx
Pagamentos a fornecedores (xx)
Despesas administrativas e comerciais (xx)
Despesas financeiras (xx)
Impostos (xx)
Mão de obra direta (xx)
(=) Ingressos de recursos provenientes das operações xx
Recebimentos por vendas do imobilizado xx
(=) Total dos ingressos dos recursos financeiros xx
DESTINAÇÕES DE RECURSOS
Aquisição de bens do imobilizado xx
Pagamentos de Empréstimos bancários xx
(=) Total das destinações de recursos financeiros xx
Variação líquida de Disponibilidades xx
(+) Saldo inicial xx
(=) Saldo final de Disponibilidade xx
FONTE: Adaptado de: Yoshitake e Hoji (1997, p. 153)

Como se verifica, a demonstração pelo método direto facilita ao usuário


avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos
financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram aplicados.

2.1.1 Vantagens e desvantagens do método direto


Dentre as vantagens existentes com a aplicação do método direto,
podemos citar as seguintes:

- O método cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos


e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais.
- O método permite que a cultura de administrar com a utilização do fluxo de
caixa seja introduzida mais rapidamente nas empresas.
- As informações do fluxo de caixa podem estar disponíveis diariamente.

311
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Dentre as desvantagens existentes com a aplicação do método direto,


podemos citar as seguintes:

- O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos.


- A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira em usar
as partidas para classificar os recebimentos e pagamentos.

2.2 MÉTODO INDIRETO


Neste método, quando as empresas decidem não mostrar os recebimentos
e pagamentos operacionais, devem relatar a mesma importância de fluxo de
caixa líquido das atividades operacionais indiretamente. Assim, ajusta-se o
lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa das atividades operacionais
e eliminam-se os efeitos de todos os pagamentos operacionais passados e de
todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais futuros, além de
todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam recebimentos e
pagamentos operacionais.

Vamos analisar um modelo de demonstração do fluxo de caixa com base


no método indireto, uma vez que este método proporciona mais informações
gerenciais, como a geração bruta do caixa a partir do lucro ou prejuízo apurado
pela empresa. O método direto começa das movimentações efetivas do caixa, mas
sem a apresentação das movimentações da geração bruta do caixa, o que de certa
forma o torna limitado sob o ponto de vista gerencial.

A seguir apresentaremos um modelo de demonstração de fluxo de caixa


no método indireto, adaptado do CRCSP – Conselho Regional de Contabilidade
de São Paulo (1997, p. 114), baseado no FASB-95.

FIGURA 14 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO

Fluxo de caixa das atividades operacionais


Resultado Líquido xx
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa xx
(+) Depreciação e amortização xx
(+) Provisão para devedores duvidosos xx
(±) Resultado na venda do imobilizado xx
(±) Aumento ou diminuição das contas a receber xx
(±) Aumento ou diminuição de estoques xx
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas xx
(±) Aumento ou diminuição de passivos xx
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes xx

(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais xx

312
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

Fluxo de caixa das atividades de investimentos


(+) Alienação de imobilizado xx
(+) Alienação de investimentos xx
(-) Aquisição de imobilizado xx
(-) Aquisição de investimentos xx
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos xx

Fluxo de caixa das atividades de financiamentos


(+) Integralização de capital xx
(+) Juros recebidos de empréstimos xx
(+) Empréstimos tomados xx
(+) Aumento do capital social xx
(-) Pagamento de leasing (principal) xx
(-) Pagamentos de lucros e dividendos xx
(-) Juros pagos por empréstimos xx
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures xx
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos xx

(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido xx

FONTE: Adaptado de: CRCSP – Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (1997, p. 114)

Por esse método, a demonstração do fluxo de caixa inicia pelo resultado


da empresa, que aponta o lucro ou prejuízo do período e, a partir desse ponto,
analisa se a empresa apurou caixa operacional positivo ou negativo.

Segundo Pinho (1996, p. 9):

A demonstração dos fluxos de caixa para um determinado período


deve apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo ou aplicado nas
atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos e o
seu efeito líquido sobre os saldos de caixa, conciliando seus saldos no
início e no final do período.

313
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

E
IMPORTANT

Neste tópico verificaremos os efeitos econômicos (estudados no Tópico


2 deste caderno – influência dos aspectos econômicos no resultado da empresa), que
tiveram reflexo no resultado gerado do caixa.

Então, se a empresa apurou caixa operacional positivo, significa que ela


teve um excelente desempenho operacional, isto é, teve excelentes vendas com
poucos custos e despesas, e existem grandes possibilidades de não necessitar
de recursos de terceiros, como empréstimos e financiamentos. Por outro lado,
se a empresa apurou caixa operacional negativo, significa que ela não teve um
excelente desempenho de vendas e ocorreu um acentuado nível de custos ou
despesas. Nesta situação, há grandes possibilidades de recorrer a recursos de
terceiros, como empréstimos e financiamentos.

Em síntese, o método indireto é aquele no qual os recursos provenientes


das atividades operacionais são demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado
pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da
empresa.

A seguir apresenta-se outro modelo de demonstração do fluxo de caixa


pelo método indireto, desta vez adaptado de Yoshitake e Hoji (1997, p.151).

FIGURA 15 − DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO

ORIGENS
Lucro líquido do exercício xx
Mais:
Depreciações xx
Aumento em Imposto de Renda a pagar xx
Aumento em fornecedores xx
Menos:
Aumento em clientes (xx)
(=) Caixa gerado pelas operações xx
Venda do Imobilizado xx
(=) Total dos ingressos de Disponibilidade xx
APLICAÇÕES
Pagamento de Empréstimos bancários xx
Aquisição de Imobilizado xx

314
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

(=) Total das aplicações de Disponibilidades xx


Variação líquida das Disponibilidades xx
(+) Saldo inicial xx
(=) Saldo final das Disponibilidades xx

FONTE: Adaptado de: Yoshitake e Hoji (1997, p. 151)

2.2.1 Vantagens e desvantagens do método indireto


Dentre as vantagens existentes com a aplicação do método indireto,
podemos citar as seguintes:

- Apresenta baixo custo, pois necessita apenas da utilização de dois balanços


patrimoniais (o do início e do final do período), a demonstração de resultados
e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade.
- Concilia o lucro contábil com o fluxo de caixa operacional líquido mostrando
como se compõe a diferença.

Dentre as desvantagens existentes com a aplicação do método indireto,


podemos citar as seguintes:

- É preciso aguardar o tempo necessário para gerar as informações pelo regime


de competência e só depois convertê-las para o regime de caixa. Por exemplo,
as provisões de férias e 13º salário são registradas ao longo do ano, mas são
pagas apenas na data do seu devido vencimento. Se isso for feito uma vez por
ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente.
- Se houver interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente
há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.

2.3 VISÃO GERAL DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE


CAIXA
O fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e
interpretação das variações dos saldos do Disponível da empresa.

Vejamos a figura a seguir.

315
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

FIGURA 16 – O FLUXO DE CAIXA COMO PRODUTO FINAL DA INTEGRAÇÃO DAS CONTAS A


RECEBER COM AS CONTAS A PAGAR

FONTE: Sá (1998, p.10)

Observando o esquema da figura anterior, com base em Sá (1998),


podemos dizer que o fluxo de caixa é o produto final da integração dos setores de
contas a receber e a pagar, de tal forma que, ao comparar as contas recebidas com
as pagas, tem-se o fluxo de caixa realizado, e ao comparar as contas a receber com
as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.

O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira


da empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao
gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros
da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o futuro, o que
permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam
tomar com a devida antecedência as medidas cabíveis para enfrentar a escassez
ou o excesso de recursos.

No próximo item estudaremos o balanço patrimonial. Para facilitar a


compreensão, serão utilizados diversos quadros com valores ilustrativos.

3 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial é o principal instrumento de registro das operações
da empresa na contabilidade.

Para tornar realidade um projeto que visa produzir bens ou prestar


determinado serviço, é necessária a constituição de uma pessoa jurídica ou uma
empresa. Feito isso, é natural que os proprietários, sócios ou acionistas desejem
saber sobre o desenvolvimento desta empresa e os seus resultados, afinal,
investiram recursos no negócio.

316
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que funciona


como se fosse uma fotografia do desenvolvimento de uma empresa em um
determinado período. Usualmente, inicia em 01 de janeiro e encerra em 31 de
dezembro, e está dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido.

a) O ativo representa os bens e direitos da empresa. É a parte do balanço


patrimonial que demonstra onde a empresa aplicou os seus recursos. Exemplo:
dinheiro em caixa e em bancos, duplicatas a receber, estoques de mercadorias,
entre outros.

b) O passivo representa os recursos advindos de outras fontes que são os recursos


de terceiros, tais como: compras a prazo de materiais, mercadorias e/ou
serviços, financiamentos bancários e contas a pagar. O passivo se justifica pela
necessidade de capital de giro. Quando a empresa não tem recursos suficientes
para atender às suas necessidades, acaba recorrendo a empréstimos, compras
a prazo etc. E também se justifica pela oportunidade de negócio. Nestes casos,
são analisadas as diversas oportunidades de compra ou empréstimos, sendo
que a decisão é tomada de acordo com o retorno de caixa. Em outras palavras,
o passivo representa as obrigações a pagar da empresa.

c) O patrimônio líquido são os recursos na forma de bens e/ou dinheiro que


os sócios investem na empresa. Esses valores são registrados no ativo (bens
e direitos) e têm como contrapartida seu registro no patrimônio líquido.
Assim, o patrimônio líquido demonstra a quantidade de recursos aplicados
pelos proprietários no empreendimento, sendo que a primeira aplicação é
denominada de capital.

E
IMPORTANT

O balanço patrimonial está dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido.

3.1 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO ATIVO


Esta conta do balanço patrimonial é subdividida em ativo circulante e
ativo não circulante. Veremos o que significa cada uma delas e como ocorrem as
movimentações contábeis.

Vamos iniciar pela composição de algumas contas do ativo circulante que


faremos uso no desenvolvimento do fluxo de caixa. Observe, no quadro a seguir,
as movimentações nas contas do ativo circulante nos períodos de 2012 e com
saldo projetado para 2013.

317
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 93 – ATIVO CIRCULANTE


2013 2012
ATIVO R$ R$
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Bancos 12.318,36 3.200,00
Aplicações de Liquidez Imediata 1.345.195,06 186.592,62
Duplicatas a Receber 15.277.200,00 9.785.792,19
Estoques 196.773,11 82.855,50
TOTAL ATIVO CIRCULANTE 16.831.486,53 10.058.440,31

FONTE: O autor

O ativo circulante consiste em um conjunto de contas realizáveis em até 1


ano. São contas que se transformam em dinheiro neste período mencionado.

No quadro anterior é possível observar os saldos apurados no período de


2012 e a movimentação ocorrida nas contas deste grupo resultando nos saldos
apurados em 2013. A conta de caixa e bancos partiu de um saldo de R$ 3.200 em
2012 para R$ 12.318,36 em 2013 (esta movimentação será analisada no CAIXA
LÍQUIDO GERADO). Na movimentação da conta de aplicações de liquidez
imediata, o saldo anterior, que era de R$ 186.592,62, passou para R$ 1.345.195,06
para 2013, o que quer dizer que a empresa aumentou os recursos dessa conta com
possíveis sobras não investidas. As contas contábeis de Duplicatas a Receber e
Estoques também tiveram aumento nos valores dos saldos.

E quanto às movimentações das contas de duplicatas a receber e estoques?


Primeiramente, vamos identificar as movimentações de duplicatas a receber.

QUADRO 94 – ATIVO CIRCULANTE - DUPLICATAS A RECEBER


2013 2012
ATIVO CIRCULANTE
DUPLICATAS A RECEBER
Saldo R$ 15.277.200,00 R$ 9.785.792,19
Aumentos ocasionados por vendas. R$ 15.277.200,00
Baixas por cobranças ou
R$ (9.785.792,19)
cancelamentos/devoluções de clientes.
FONTE: O autor

A conta duplicatas a receber representa os valores que estão em aberto


para cobrança. O quadro anterior demonstra um saldo de R$ 9.785.792,19 em
2012, aumentado para R$ 15.277.200,00 em 2013. Durante este período ocorreu
um aumento por novas vendas a prazo de R$ 15.277.200,00 e baixas por cobranças
realizadas ou devoluções de mercadorias de clientes na ordem de R$ R$
9.785.792,19.

Vamos verificar o que ocorreu na conta estoques de mercadorias.

318
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

QUADRO 95 – ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES DE MERCADORIAS

2013 2012
ATIVO CIRCULANTE
ESTOQUES
Saldo R$ 196.773,11 R$ 82.855,50
Aumentos ocasionados por aquisições. R$ 9.556.775,00
Baixas ocasionadas por vendas ou devoluções
-R$ 9.442.857,38
ao fornecedor.

FONTE: O autor

Essa conta representa os valores oriundos do estoque de mercadorias para


as vendas (para os exercícios sociais futuros). No quadro anterior, representou
um aumento no valor de R$ - 113.917,61 (R$ 82.855,50 para R$ 196.773,11),
proveniente das vendas dos produtos com baixas no estoque em R$ 9.442.857,38
e aumentos de estoques com novas aquisições na ordem de R$ 9.556.775,00.

Além do ativo circulante, existe um grupo de contas chamado de ativo


não circulante no qual a empresa registra as operações com dinheiro em caixa
em um período acima de um ano (12 meses). Observe, no quadro a seguir, as
movimentações que ocorreram nas contas do ativo não circulante nos períodos
de 2012 e 2013.

QUADRO 96 – ATIVO NÃO CIRCULANTE

2013 2012
R$ R$
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Ativo Realizável a Longo Prazo 2.400.000,00 2.100.000,00
Investimentos 180.000,00 120.000,00
Imobilizado 4.053.000,00 5.600.000,00
TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE 6.633.000,00 7.820.000,00

FONTE: O autor

Vejamos como ocorreu a movimentação do ativo não circulante (realizável


a longo prazo).

319
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 97 – ATIVO NÃO CIRCULANTE - REALIZÁVEL A LONGO PRAZO


2013 2012
ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Saldo R$ 2.400.000,00 R$ 2.100.000,00
Aquisição de Novos Investimentos em Terras R$ 200.000,00
Eletrobrás - Adições R$ 100.000,00
FONTE: O autor

A conta realizável a longo prazo representa os valores de investimentos


com intenção de resgate acima de um ano (12 meses). No quadro anterior o
saldo foi de R$ 2.100.000,00 em 2012 para R$ 2.400.000,00 em 2013, ocorrendo um
aumento por aquisições de ações da Eletrobrás no valor de R$ 100.000,00 e terras
(futura valorização) no valor de R$ 200.000,00.

QUADRO 98 – ATIVO NÃO CIRCULANTE - INVESTIMENTOS


2013 2012
ATIVO NÃO CIRCULANTE
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
Saldo R$ 180.000,00 R$ 120.000,00
Aquisição de Ações de Empresas Papeleiras R$ 60.000,00
FONTE: O autor

A conta de investimentos representa os valores de investimentos em ações


de outras empresas. No quadro anterior podemos observar que foram adquiridas
ações de empresas atuantes no ramo de produção de papel. O saldo dessa conta
foi de R$ 120.000,00 em 2012 e R$ 180.000,0 em 2013, portanto, um aumento de
R$ 60.000,00.

QUADRO 99 – ATIVO NÃO CIRCULANTE - IMOBILIZADO


2013 2012
ATIVO NÃO CIRCULANTE
PERMANENTE
IMOBILIZADO
Saldo R$ 4.053.000,00 R$ 5.600.000,00
Aquisições R$ -
Baixas Líquidas por Vendas -R$ 1.500.000,00
Depreciação (para Despesas) -R$ 47.000,00

FONTE: O autor

320
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

A conta de imobilizado representa os valores existentes em máquinas,


equipamentos e prédios da empresa. São todos os bens físicos que a empresa
precisa para desenvolver suas atividades.

O quadro anterior apresenta o saldo de R$ 5.600.000,00 no período de


2012 e R$ 4.053.000,00 em 2013. Houve um registro de depreciação dos bens na
ordem de R$ 47.000,00; a empresa efetuou uma venda de parte do imobilizado no
valor R$ 1.500.000,00 e não adquiriu novos bens para o imobilizado.

Conforme o quadro a seguir, o total do ativo do período de 2013 é R$


23.464.486,53. É a soma do ativo circulante em 2013, no valor de R$ 16.831.486,53,
com o ativo não circulante em 2013, no valor de R$ 6.633.000,00.

QUADRO 100 – TOTAL DO ATIVO NOS PERÍODOS DE 2012 E 1013

ATIVO R$ R$
TOTAL ATIVO CIRCULANTE 16.831.486,53 10.058.440,31
TOTAL DO ATIVO NÃO
6.633.000,00 7.820.000,00
CIRCULANTE

TOTAL DO ATIVO 23.464.486,53 17.878.440,31

FONTE: O autor

DICAS

O ativo é subdividido em dois grupos de contas, que são:


Ativo circulante: forma o conjunto de contas realizáveis em dinheiro em um período de até
um ano.
Ativo não circulante: forma o conjunto de contas realizáveis em dinheiro em um período
superior a um ano.

3.2 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO PASSIVO


Esta conta do balanço patrimonial é subdividida em passivo circulante e
passivo não circulante. Veremos o que significa cada uma delas e como ocorrem
as movimentações contábeis.

Vamos iniciar pela composição de algumas contas do passivo circulante,


que faremos uso no desenvolvimento do fluxo de caixa. Observe, no quadro a
seguir, as movimentações que ocorreram nas contas do passivo circulante nos
períodos de 2012 e 2013.

321
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 101 – PASSIVO CIRCULANTE


2013 2012
PASSIVO R$ R$
Passivo Circulante
Fornecedores R$ 12.957.236,62 R$ 5.417.897,00
Encargos Sociais e Impostos a Pagar R$ 3.180.620,85 R$ 3.650.543,31
Empréstimos e Financiamentos de Curto
R$ - R$ 5.000.000,00
Prazo
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE R$ 16.137.857,47 R$ 14.068.440,31

FONTE: O autor

O passivo circulante consiste em um conjunto de contas contábeis a pagar


em até um ano. No quadro anterior é possível observar os saldos apurados no
período de 2012 e a movimentação ocorrida nas contas deste grupo resultando
nos saldos apurados em 2013.

Nos quadros seguintes apresentaremos a demonstração da movimentação


contábil de cada conta deste período.

QUADRO 102 – PASSIVO CIRCULANTE - FORNECEDORES


2013 2012
PASSIVO
CIRCULANTE
FORNECEDORES
Saldo R$ 12.957.236,62 R$ 5.417.897,00
Aumentos ocasionados R$ 12.957.236,62
por aquisições.
Baixas por pagamentos -R$ 5.417.897,00
ou devoluções.
FONTE: O autor

A conta de fornecedores demonstra os valores que estão abertos para


pagamentos dos produtos adquiridos para a produção ou vendas. No quadro
anterior, em 2012 obteve-se o saldo de R$ 5.417.897,00, aumentando-se para
R$ 12.957.236,62 em 2013. Ocorreram novas aquisições a prazo no valor de R$
12.957.236,62 e baixas por pagamentos realizados ou devoluções de mercadorias
no valor de R$ R$ 5.417.897,00.

QUADRO 103 – PASSIVO CIRCULANTE - ENCARGOS SOCIAIS E IMPOSTOS A PAGAR

2013 2012
PASSIVO CIRCULANTE
ENCARGOS SOCIAIS E IMPOSTOS A
PAGAR
Saldo R$ 3.180.620,85 R$ 3.650.543,31
Aumentos por novas apurações. R$ 3.180.620,85
Baixas por pagamentos. R$ (3.650.543,31)
FONTE: O autor

322
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

As contas de encargos sociais e impostos a pagar representam valores


em aberto para pagamentos de encargos, como: FGTS sobre salários, INSS sobre
salários; e para pagamentos de impostos, como: Programa de Integração Social
- PIS, Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social - COFINS, Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, entre outros.

No quadro anterior verificamos que foi apurado um saldo de R$


3.650.543,31 em 2012, havendo uma redução para R$ 3.180.620,85 em 2013. Houve
um aumento por novas apurações de impostos e encargos sociais na ordem de R$
3.180.620,85 e baixas por pagamentos realizados na ordem de R$ R$ 3.650.543,31.

QUADRO 104 – PASSIVO CIRCULANTE - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS DE CURTO PRAZO

2013 2012
PASSIVO CIRCULANTE

EMPRÉSTIMOS E
FINANCIAMENTOS DE CURTO
PRAZO

Saldo R$ - R$ 5.000.000,00

Baixas por pagamentos. R$ (7.051.425,00)

Juros Provisionados para pagamento


R$ 741.425,00
futuro (12 meses)
Transferência do Longo Prazo R$ 1.310.000,00

FONTE: O autor

Na conta de empréstimos e financiamentos de curto prazo são efetuados os


registros de recursos que precisam ser pagos às instituições financeiras (bancos),
devido à necessidade de caixa que a empresa teve em um determinado período
passado.

Essa conta contábil partiu de um saldo de R$ 5.000.000,00 em 2012 e


encerrou em saldo ZERO como previsão para 2013. Ocorreu um aumento por
transferência de R$ 1.310.000,00 do empréstimo e financiamento de longo prazo
(compromisso de pagamento em um período maior que um ano). Na conta de
empréstimos e financiamentos de curto prazo ocorreu uma baixa no valor de R$
7.051.425,00, o que significa que a empresa liquidou (pagou) esse compromisso
financeiro nas instituições financeiras. Também houve o reconhecimento dos
juros provisionados para pagamento no futuro no valor de R$ 741.425,00.

No passivo não circulante veremos a movimentação contábil da conta


exigível a longo prazo durante o período de 2012 e 2013. Observe, no quadro a
seguir, as movimentações que ocorreram.

323
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 105 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE

2013 2012
PASSIVO R$ R$
Passivo Não Circulante
Passivo Exigível Longo Prazo 4.650.000,00 1.310.000,00
TOTAL DO PASSIVO NÃO CIRCULANTE 4.650.000,00 1.310.000,00

FONTE: O autor

Na conta do passivo exigível em longo prazo são efetuados os registros de


valores a pagar às instituições financeiras (bancos), pois representa a necessidade
de caixa que a empresa teve em um determinado período passado.

QUADRO 106 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS A LONGO


PRAZO

2013 2012
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Saldo R$ 4.650.000,00 R$ 1.310.000,00
Novos Empréstimos R$ 4.650.000,00
Transferências para o Passivo Circulante
R$ (1.310.000,00)
referente Empréstimos

FONTE: O autor

Essa conta contábil partiu de um saldo de R$ 1.310.000,00 em 2012 para


R$ 4.650.000,00 em 2013, ocorrendo um aumento por novos empréstimos na
ordem de R$ 4.650.000,00. Também ocorreu uma baixa na conta empréstimos
e financiamentos de longo prazo no valor de R$ 1.310.000,00. Isto significa que
a empresa não liquidou (pagou) esse compromisso financeiro nas instituições
financeiras, mas apenas transferiu do longo prazo para o curto prazo, assumindo
o compromisso financeiro no curto prazo.

3.3 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO
Neste item analisaremos as movimentações contábeis do patrimônio
líquido. Este grupo do balanço patrimonial está representado principalmente nas
contas de capital social e lucros ou prejuízos acumulados. Veremos como ocorrem
as movimentações contábeis. Observe, no quadro a seguir, as movimentações
que ocorreram no período de 2012 e 2013.

324
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

QUADRO 107 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO


2013 2012
PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ R$
Capital Social R$ 2.500.000,00 R$ 2.500.000,00
Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 176.629,06 R$ -
TOTAL DO PATRIMÔNIO
R$ 2.676.629,06 R$ 2.500.000,00
LÍQUIDO

FONTE: O autor

Vejamos o que ocorreu na conta capital social.

QUADRO 108 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO - CAPITAL SOCIAL

2013 2012
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CAPITAL SOCIAL
Saldo R$ 2.500.000,00 R$ 2.500.000,00
Aumento de Capital pelos Sócios. R$ -

FONTE: O autor

Na conta de Capital Social são registrados os valores que os sócios


investiram na abertura da empresa; é o capital dos sócios.

Essa conta de Capital Social partiu de um saldo de R$ 2.500.000,00 em


2012 e manteve-se no mesmo valor em 2013, sendo que não ocorreu aumento de
Capital Social pelos sócios durante o período.

QUADRO 109 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

2013 2012
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

LUCROS OU PREJUÍZOS
ACUMULADOS
Saldo R$ 176.629,06 R$ -
Lucro/Prejuízo do Exercício R$ 176.629,06

FONTE: O autor

325
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

A conta lucros ou prejuízos acumulados representa o resultado que a


empresa obteve com todas as operações de vendas e registro de despesas ou
custos durante determinado período. No exemplo anterior essa conta contábil
partiu de um saldo de R$ 0,00 em 2012 (imaginamos que a empresa está iniciando
um novo período) para o valor de R$ 176.629,06.

O total do passivo e do patrimônio líquido em 2013 é o valor de R$


23.464.486,53. Conforme observamos a seguir, é a soma do passivo circulante em
2013 no valor de R$ 16.137.857,47; do passivo não circulante em 2013 no valor de
R$ 4.650.000,00 e do valor do patrimônio líquido em R$ 2.676.629,06.

QUADRO 110 – TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 2013


2013 2012
PASSIVO R$ R$
TOTAL DO PASSIVO
R$ 16.137.857,47 R$ 14.068.440,31
CIRCULANTE
TOTAL DO PASSIVO NÃO
R$ 4.650.000,00 R$ 1.310.000,00
CIRCULANTE

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL DO PATRIMÔNIO
R$ 2.676.629,06 R$ 2.500.000,00
LÍQUIDO

PASSIVO + PATRIMÔNIO
R$ 23.464.486,53 R$ 17.878.440,31
LÍQUIDO
FONTE: O autor

Agora que apuramos todas as movimentações em cada conta contábil,


temos condições de elaborar um modelo de fluxo de caixa pelo método indireto.

4 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO

UNI

Lembre-se, existem dois métodos para elaboração do fluxo de caixa, que são:
 O método direto parte da geração do caixa da empresa.
 O método indireto parte da geração do resultado da empresa.

Vamos, neste Caderno de Estudos, identificar a apuração da Demonstração


do Fluxo de Caixa pelo método indireto.

326
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

QUADRO 111 – MODELO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO


ANO DE 2013 - PROJETADO FLUXO DE CAIXA
ATIVIDADES OPERACIONAIS MÉTODO INDIRETO

I - Geração Bruta de Caixa


LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 176.629,06
(+) Ajustes para reconciliar com o fluxo de caixa
Depreciações do Imobilizado 47.000,00
Juros Provisionados para pagamento futuro (12 meses) 741.425,00

I - GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA -----> TOTAL 965.054,06

II - Acréscimo de Fontes
Operacionais
Fornecedores (Aumentos ocasionados por aquisições) 12.957.236,62
Fornecedores (Baixas por pagamentos ou devoluções) (5.417.897,00)
Encargos Socais e Impostos a Pagar (Aumentos por novas apurações) 3.180.620,85
Encargos Socais e Impostos a Pagar (Baixas por pagamentos) (3.650.543,31)

II - ACRÉSCIMO DE FONTES OPERACIONAIS -----> TOTAL 7.069.417,16


III- TOTAL DAS FONTES OPERACIONAIS ( I + II ) 8.034.471,22
IV - Acréscimo de Aplicações
Operacionais
Duplicatas a Receber (Aumentos ocasionados por vendas) 15.277.200,00
Duplicatas a Receber (Baixas por cobranças ou cancelamentos) (9.785.792,19)
Estoques (Aumentos ocasionados por aquisições) 9.556.775,00
Estoques (Baixas ocasionadas por vendas ou devoluções) (9.442.857,38)

IV - ACRÉSCIMO DE APLICAÇÕES OPERACIONAIS -----> TOTAL 5.605.325,42

V - CAIXA GERADO (UTILIZADO) NAS OPERAÇÕES ( III-IV ) 2.429.145,80

VI - Atividades de Financiamentos
Integralização de Capital -
Aumentos de Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo 4.650.000,00
Reduções de Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo
(1.310.000,00)
Aumentos de Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo 1.310.000,00
Reduções de Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo
(7.051.425,00)

VI - ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS -----> TOTAL


(2.401.425,00)

VII - Atividades de Investimentos


Aquisição de Novos Investimentos em Terras (Valorização) 200.000,00
Eletrobrás - Adições 100.000,00
Aquisição de Ações de Empresas Papeleiras 60.000,00
Aquisição de Imobilizado -
Venda de Ativo Permanente
(1.500.000,00)

VII - ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS -----> TOTAL


(1.140.000,00)

VIII - CAIXA LÍQUIDO GERADO PELAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS


1.167.720,80

+ SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL 189.792,62


= SALDO FINAL DO DISPONÍVEL 1.357.513,42

FONTE: O autor
327
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Conforme o quadro anterior, existem várias movimentações no fluxo de


caixa. Ressalta-se que agora devemos analisar o que cada grupo de contas, com
suas movimentações, representa ou contribui para a composição do saldo final.

DICAS

Todos os grupos aqui analisados tiveram os valores das movimentações


contábeis extraídos do item 3.1 Movimentações contábeis do ativo deste tópico.

Vamos iniciar com as movimentações da geração bruta de caixa, que


representa o valor que a empresa teria no caixa, caso não tivesse contraído mais
nenhum tipo de movimentação financeira de empréstimos e financiamentos.
Esse grupo de contas inicia a movimentação com o resultado do exercício social
– lucro/prejuízo.

QUADRO 112 – GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA

I - Geração Bruta de Caixa

LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 176.629,06

(+) Ajustes para reconciliar com o fluxo de caixa


Depreciações do Imobilizado 47.000,00
Juros Provisionados para pagamento futuro (12 meses) 741.425,00

I - GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA -----> TOTAL 965.054,06

FONTE: O autor

De acordo com o quadro anterior, o lucro/prejuízo apresentou o valor de


R$ 176.629,06, que representa a sobra de todas as vendas realizadas subtraindo-se
todas as despesas do período.

O acréscimo do valor das depreciações para a apuração da geração bruta


de caixa acontece devido à depreciação em R$ 47.000,00 ser um gasto reconhecido
na despesa como um valor de efeito econômico (perda monetária do bem) e
não efetivamente pago em caixa. Assim como o valor dos juros provisionados
em Passivo, porém ainda não pagos no valor de R$ 741.425,00 também não
representaram desembolso do caixa, mas gerou uma redução do resultado em
função de ser uma despesa financeira.

328
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

Segundo Brigham e Houston (1999, p. 35, grifo dos autores):

Quando você estudou demonstrações de resultados em contabilidade,


a ênfase provavelmente foi na determinação do lucro líquido da
empresa. Em finanças, entretanto, enfocamos o fluxo de caixa. O valor
de um ativo (ou de toda uma empresa) é determinado pelo fluxo de
caixa gerado por ele. O lucro líquido da firma é importante, mas o
fluxo de caixa é ainda mais importante, porque os dividendos devem
ser pagos em dinheiro e porque é preciso dinheiro para comprar os
ativos necessários para a empresa continuar funcionando.

NOTA

Este assunto foi estudado no item 3. Depreciação, no Tópico 3 Identificação


dos gastos de produção, da Unidade 2 deste Caderno de Estudos.

O valor de R$ 47.000,00 procedente das baixas do imobilizado referente


à Depreciação e dos Juros Provisionados e não pagos, somado ao resultado
do período, gerou um Caixa Bruto de R$ 965.054,06. O acréscimo das fontes
operacionais são os recursos que vieram dos fornecedores, encargos sociais e dos
impostos a pagar.

QUADRO 113 – ACRÉSCIMO DE FONTES OPERACIONAIS


II - Acréscimo de Fontes Operacionais Passivo
Fornecedores (Aumentos ocasionados por aquisições) R$ 12.957.236,62
Fornecedores (Baixas por pagamentos ou devoluções) R$ (5.417.897,00)
Encargos Socais e Impostos a Pagar (Aumentos por novas apurações) R$ 3.180.620,85
Encargos Socais e Impostos a Pagar (Baixas por pagamentos) R$ (3.650.543,31)

II - ACRÉSCIMO DE FONTES OPERACIONAIS -----> TOTAL R$ 7.069.417,16

FONTE: O autor

Vejamos o que ocorreu neste grupo de contas: ocorreram aumentos na conta


de Fornecedores na ordem de R$ 12.957.236,62 ocasionados por novas compras
a prazo, e baixas na ordem de R$ 5.417.897,00 ocasionados por pagamentos ou
devoluções de mercadorias realizadas.

Portanto, percebe-se que há mais novas aquisições de insumos em


decorrência do planejamento de produção.

329
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

O mesmo ocorreu na conta de encargos sociais e impostos a pagar que


tiveram aumentos, totalizando o valor de R$ 3.180.620,85, e baixas na ordem de
R$ 3.650.543,31. Aqui também ocorreram mais baixas por pagamentos do que
novos registros.

E
IMPORTANT

A conta de encargos sociais e impostos a pagar é oriunda dos resultados da


empresa. Os encargos sociais (FGTS, INSS) têm origem na folha de salários e são gastos
necessários para a geração das receitas de vendas da empresa.
Os impostos a pagar também têm origem nas movimentações das receitas de vendas da
empresa.
Esses gastos são necessários para a geração das receitas de vendas da empresa. Se não
existissem essas despesas, não existiriam as receitas.

Percebe-se que na conta de encargos sociais e impostos a pagar existem


mais baixas do que novas apurações. O saldo do grupo Acréscimo das Fontes
Operacionais está positivo no valor de R$ 7.069.417,16, pois foram efetuadas mais
compras de insumos que pagamentos.

Mas, para onde irão esses recursos financeiros?

De acordo com o fluxo de caixa, esses recursos financeiros estarão


disponíveis em Fontes Operacionais para compensar as aplicações operacionais
que veremos em seguida.

O valor das fontes operacionais ficou da seguinte forma:

QUADRO 114 – TOTAL DAS FONTES OPERACIONAIS

III - TOTAL DAS FONTES OPERACIONAIS ( I + II ) 8.034.471,22

FONTE: O autor

Somando o valor de R$ 7.069.417,16 do grupo II - Acréscimo das Fontes


Operacionais com o valor de R$ 965.054,06 da geração bruta de caixa, teremos
como resultado o valor de R$ 8.034.471,22, que é o grupo III - Acréscimo das
Fontes Operacionais.

Como houve mais apuração de novas aquisições de insumos, o valor do


grupo III tende a compensar o valor do acréscimo das aplicações operacionais.

330
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

Mas, o que ocorreu no grupo Acréscimo das Aplicações Operacionais? É


o que vamos ver agora.

QUADRO 115– ACRÉSCIMO DE APLICAÇÕES OPERACIONAIS


IV - Acréscimo de Aplicações Operacionais Ativo
Duplicatas a Receber (Aumentos ocasionados por vendas) R$ 15.277.200,00
Duplicatas a Receber (Baixas por cobranças ou cancelamentos/devoluções de clientes) R$ (9.785.792,19)
Estoques (Aumentos ocasionados por aquisições) R$ 9.556.775,00
Estoques (Baixas ocasionadas por vendas ou devoluções ao fornecedor) R$ (9.442.857,38)

IV - ACRÉSCIMO DE APLICAÇÕES OPERACIONAIS -----> TOTAL R$ 5.605.325,42

FONTE: O autor

O grupo Acréscimo das Fontes Operacionais compõe as contas do ativo que


representam as entradas e saídas de duplicatas a receber e da conta de estoques.
Novamente percebemos que o valor final do grupo encontra-se positivo em R$
5.605.325,42; mas isso ocorreu porque houve mais vendas a prazo que cobranças
de duplicatas, e mais aumentos em estoques por novas compras de insumos do
que baixas por vendas ou devoluções.

E
IMPORTANT

O fato de o grupo IV encontrar-se com saldo positivo significa que permaneceu


recurso aplicado nas contas de duplicatas a receber e estoques, mas os valores para pagar
demais contas são oriundos das Fontes Operacionais.

Já temos a análise do grupo I, Geração Bruta de Caixa, acrescentando o


saldo do grupo II, Acréscimo das Fontes Operacionais, que resultou no valor de
R$ 8.034.471,22 (total das fontes operacionais do grupo III), uma vez que teve
mais aquisição de fornecedores que pagamentos.

Após apurarmos esse resultado, tomamos o valor do grupo IV, Acréscimo


das Aplicações Operacionais, que está positivo em R$ 5.605.325,42 (teve mais
vendas a prazo do que cobranças de duplicatas).

Neste caso, o valor do grupo V, Caixa Gerado e Utilizado nas Operações,


deverá ser positivo.

331
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 116 – CAIXA GERADO E UTILIZADO NAS OPERAÇÕES

V - CAIXA GERADO (UTILIZADO) NAS OPERAÇÕES ( III-IV ) 2.429.145,80

FONTE: O autor

Veja que o saldo deste grupo ficou positivo em R$ 2.429.145,80. Isso se dá


em função do valor gerado nas Fontes Operacionais de R$ 8.034.471,22 compensar
as Aplicações Operacionais em R$ 5.605.325,42 (pois houve mais vendas a prazo
que cobranças). Desta forma, haverá saldo positivo no valor de R$ 2.429.145,80.

E
IMPORTANT

Se o valor do grupo V - Caixa Gerado e Utilizado nas Operações for positivo,


pode-se dizer que é um resultado excelente. Significa que a empresa obteve um bom
resultado com suas atividades operacionais e não necessitou de recursos de terceiros para
cobrir eventuais necessidades de caixa operacional.

Agora analisaremos o que ocorreu no grupo Atividades de Financiamentos.

QUADRO 117 – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS


VI - Atividades de Financiamentos Passivo/P.L.
Integralização de Capital -
Aumentos de Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo 4.650.000,00
Reduções de Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo (1.310.000,00)
Aumentos de Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo 1.310.000,00
Reduções de Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo (7.051.425,00)

VI - ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS -----> TOTAL (2.401.425,00)

FONTE: O autor

O grupo de contas de Atividades de Financiamentos são as contas do


passivo e do patrimônio líquido – P.L., que representam as entradas de recursos
financeiros por aumento de capital social (integralização de capital) e as operações
de empréstimos e financiamentos. Geralmente, as movimentações acontecem
quando a empresa necessita incrementar recursos financeiros para grandes
projetos de investimentos.

332
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

Verificamos no quadro anterior que a empresa não realizou aumento de


capital dos sócios por integralização de capital. Mas realizou um aumento de
empréstimos e financiamentos de longo prazo no valor de R$ 4.650.000,00; e a
transferência de R$ 1.310.000,00 desta conta de empréstimos e financiamentos de
longo prazo para a conta de empréstimos e financiamentos de curto prazo no
valor de R$ 1.310.000,00. Percebe-se que houve um pagamento em R$ 7.051.425,00
em decorrência das sobras do grupo V e do novo empréstimo de longo prazo em
R$ 4.650.000,00.

DICAS

O termo longo prazo da conta empréstimos e financiamentos significa que a


empresa assumiu um compromisso de pagamento à instituição financeira para um período
acima de um ano. Longo prazo significa acima de um ano (12 meses).

A transferência dos R$ 1.310.000,00 da conta empréstimos e financiamentos


de longo prazo para a conta de empréstimos e financiamentos de curto prazo
significa que no período atual (curto prazo) esse compromisso financeiro deverá
ser quitado.

A redução do valor de R$ 7.051.425,00 da conta de empréstimos e


financiamentos de curto prazo significa que a empresa pagou/liquidou o
compromisso neste valor com a instituição financeira.

Observamos que o saldo do grupo VI - Atividades de Financiamentos,


conforme o quadro 38, ficou em R$ - 2.401.425,00; o que caracteriza que a empresa
realizou mais pagamentos de empréstimos e financiamentos, reduzindo os seus
compromissos financeiros com terceiros.

Vejamos o que ocorreu no grupo atividades de investimentos.

O grupo de contas de atividades de investimentos apresenta os recursos


que a empresa aplica em seus ativos, como: ações, máquinas e equipamentos,
dentre outros tipos de investimentos.

333
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

QUADRO 118 – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS


VII - Atividades de Investimentos Ativo
Aquisição de Novos Investimentos em Terras (Valorização) 200.000,00
Eletrobrás - Adições 100.000,00
Aquisição de Ações de Empresas Papeleiras 60.000,00
Aquisição de Imobilizado -
Venda de Ativo Permanente (1.500.000,00)

VII - ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS -----> TOTAL (1.140.000,00)

FONTE: O autor

O grupo de atividades de investimentos são as contas do ativo imobilizado


que representam os investimentos da empresa em terras para valorização futura no
valor de R$ 200.000,00. A aquisição de ações da Eletrobrás no valor de R$ 100.000,00
e demais ações de empresas do ramo papeleiro no valor de R$ 60.000,00.

Uma venda de Imobilizado (Ativo Permanente) em R$ 1.500.000,00 gerou


uma baixa nesse investimento. Como esse valor está “sobrando” em algum lugar e
já fizemos todas as apurações das fontes operacionais, aplicações operacionais e das
atividades de financiamentos, o valor de saldo em atividades de investimentos (que
está negativo em R$ 1.140.000,00) está em conta de Caixa e Bancos ou Aplicações
Financeiras.

O grupo de Caixa Líquido Gerado nas Atividades de Financiamentos


é o resultado da soma dos saldos dos grupos V - Caixa Gerado (Utilizado) nas
Operações, com o saldo do grupo VI - Atividades de Financiamentos, depois, a
subtração das atividades de investimentos gerou o valor positivo em R$ 1.167.720,80.

Você percebeu que o valor do grupo de Caixa Líquido Gerado nas Atividades
de Financiamentos está positivo em R$ 1.167.720,80. Não é uma péssima situação
pelo fato de que esses recursos estão “parados” na empresa, porém é interessante
que as “sobras” sejam devidamente planejadas para o futuro.

Mas, como chegamos ao valor de R$ 1.167.720,80?

Esse valor é o resultado da movimentação do saldo anterior das


disponibilidades, conforme podemos observar no quadro a seguir.

QUADRO 119 – SALDO DAS DISPONIBILIDADES

+ SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL 189.792,62

= SALDO FINAL DO DISPONÍVEL 1.357.513,42

CAIXA LÍQUIDO GERADO (F - I) 1.167.720,80

FONTE: O autor

334
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

Veja que o saldo inicial do disponível é R$ 189.792,62 (resultado da soma


do saldo da conta caixa e bancos com o saldo da conta aplicações de liquidez
imediata) e o saldo final é R$ 1.357.513,42 (que são os valores que constam no
Quadro 93: Ativo Circulante, no item 3.1 Movimentações Contábeis do Ativo),
que estamos estudando neste tópico. A diferença é R$ 1.167.720,80. Significa que
o valor da venda do Ativo Imobilizado (Ativo Permanente) encontra-se aplicado
em Aplicações de Liquidez Imediata.

E
IMPORTANT

Saldo Inicial do Disponível Disponível são valores que constam nas contas
de Caixa e Bancos mais o valor das Aplicações de Liquidez Imediata.

LEITURA COMPLEMENTAR

OS JOVENS MILIONÁRIOS DA CONSTRUÇÃO

Uma nova geração de empreendedores aproveita o impressionante


crescimento do mercado imobiliário. Seu segredo: investir em regiões que não
atraem os gigantes do setor

 Em 2009, os financiamentos imobiliários realizados no Brasil somaram R$


49,6 bilhões, o maior valor da história. Em 2010 estima-se que o número chegue
a R$ 69 bilhões, mas já há quem fale que esta é uma projeção conservadora.
Também no ano passado, pela primeira vez o número de unidades vendidas no
país por meio de crédito habitacional superou a marca de 1980, quando o extinto
BNH (Banco Nacional de Habitação) provocou um crescimento até então jamais
visto no setor. 

“Algumas capitais estavam caras demais e por isso apostamos no


crescimento econômico fora dos grandes centros”. Henry Borenstein, sócio da
Helbor.

335
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Só no primeiro trimestre deste ano, a Caixa Econômica Federal liberou R$


10 bilhões em financiamentos, um salto de quase 2.000% em relação há seis anos.
O cenário favorável puxou as vendas da construção civil, que viu suas receitas
aumentarem quase 25% no último ano. Os bancos privados também comemoram
os resultados da atividade imobiliária.

Há alguns dias, o Itaú Unibanco anunciou seu balanço do primeiro


trimestre. De janeiro a março, o banco elevou em 42% a concessão de crédito para
a compra de imóveis. No ano todo, espera-se alta de 50% no volume de recursos
liberados sob a forma de cimentos e tijolos. Tudo isso parece extremamente
animador, mas não são apenas as grandes instituições financeiras, as principais
construtoras e os gigantes da incorporação que estão ganhando muito dinheiro.

“Até pouco tempo atrás, ninguém estava interessado em cidades como


Manaus e Belém, e foi aí que investimos com força”. Ricardo Ribeiro, sócio da
Direcional

Ao lado de espigões como Cyrela, Rossi e Gafisa, empresas como Helbor,


Direcional e Patrimóvel aproveitam a febre dos imóveis para faturar milhões. A
largada já foi dada, mas a linha de chegada parece ainda distante. Até pouco
tempo atrás, o empresário Henry Borenstein, 36 anos, achava que o negócio
imobiliário não era algo que merecesse muita atenção no Brasil.

Fundada em 1977 por seu pai, a incorporadora Helbor foi durante quase
duas décadas administrada sem muita ambição pela família. O pai, sócio do BCN,
banco que há alguns anos foi incorporado pelo Bradesco, não tinha tempo para
administrar a empresa de imóveis e a conjuntura não favorecia investidas mais
ousadas.

Eles pouco se arriscavam fora de Mogi das Cruzes, cidade na Grande


São Paulo onde os Borenstein estavam baseados. A história começou a virar nos
últimos cinco anos, quando Henry convenceu a família de que era hora de fazer
daquela atividade local, circunscrita a Mogi, um projeto muito maior.

336
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

“Durante muitos anos, o Rio de Janeiro foi visto como secundário no


mercado nacional, mas isso agora mudou”. Cláudio Hermolin, diretor da Even

Em 2007, na onda de abertura de capital das companhias do setor, a


Helbor fez seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e captou dinheiro
suficiente para expandir a atuação para outras praças. “Fomos buscar cidades
que não estavam no foco das grandes incorporadoras”, diz Borenstein.

Com esse espírito, a Helbor investiu em empreendimentos construídos em


cidades como Taubaté e São José dos Campos, no interior de São Paulo, Joinville,
em Santa Catarina, e Uberlândia, em Minas Gerais. “As capitais estavam caras
demais e o crescimento econômico registrado fora dos grandes centros justificava
nossa aposta”, diz o executivo.

Os resultados vieram de forma mais veloz do que os próprios sócios da


incorporadora esperavam. No ano passado, as ações da Helbor valorizaram-se
383,7%, mais do que as de qualquer outra empresa do segmento (a média do
setor foi de 205%) e muito acima do índice Ibovespa, que subiu 82,7%. O milagre?
“Fizemos os investimentos certos e contamos com nossa experiência no mercado
financeiro”, diz Borenstein.

Segundo ele, o fato de seu pai ter sido sócio do BCN facilitou a abertura de
capital e levou a administração do negócio a ser feita “na ponta do lápis.” Eis a
explicação:  “Somos obcecados por números”, diz. “Antes de investir em qualquer
coisa, fazemos um mapeamento completo da viabilidade do projeto, colocamos
tudo no papel e realizamos os cálculos.”

Para o sócio da Helbor, muita gente na área imobiliária perde dinheiro


por basear suas ações mais na intuição do que no planejamento. Portanto, não
existem tantas oportunidades assim? “Pelo contrário, elas são muitas, o que não
quer dizer que qualquer coisa que você lançar vai vender da noite para o dia.”

337
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

“Teremos um 2010 histórico e muito provavelmente desempenhos ainda


melhores nos próximos anos”. Rubem Vasconcelos, sócio da Patrimóvel

A estratégia de investir fora do senso comum foi também o que levou a


Direcional Engenharia a erguer um império que vale hoje R$ 1,3 bilhão, pouco
menos do que uma companhia do porte da Positivo Informática, maior fabricante
brasileira de computadores. Pense bem: se você tivesse alguns milhões na carteira
para investir, colocaria seu dinheiro no pouco desenvolvido Norte do Brasil ou
daria preferência para as ricas cidades da região Sudeste?

A segunda opção, provavelmente a favorita da maioria das pessoas,


não foi a escolhida por Ricardo Ribeiro, 28 anos, sócio da Direcional. “Em 2005,
ninguém no mercado imobiliário estava interessado em cidades como Manaus,
Porto Velho e Belém, e foi aí que nós entramos”, diz o jovem executivo. Os
números comprovam a sua percepção.

“Não dá para ficar de fora de um negócio que vem apresentando uma expansão
tão forte”. Francisco Almeida e Silva, superintendente da João Fortes

  Nos últimos cinco anos, os lançamentos imobiliários no Norte do Brasil


saltaram quase 1.000%, marca não repetida por nenhuma outra região. Ribeiro, que

338
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

concentra 60% de seus negócios em imóveis avaliados em R$ 130 mil (que atendem
à faixa de renda beneficiada pelo programa do Governo Federal Minha Casa, Minha
Vida, e que consiste em financiamentos com juros menores do que os praticados
em outras categorias), cita com orgulho um feito registrado por sua empresa.

“Há cinco anos, lancei em Manaus o primeiro empreendimento do Norte


do Brasil vendido na planta por meio de crédito imobiliário.” O pioneirismo
revela o grau de letargia que vivia o setor no Brasil. “Não dá para acreditar que
só em 2005 o Norte descobriu esse jeito de comprar um imóvel”.

A Direcional, que teve vendas contratadas equivalentes a R$ 202 milhões no


primeiro trimestre de 2010 (alta de 82% sobre o mesmo período do ano passado),
obtém atualmente 75% de suas receitas do Norte e Centro-Oeste, justamente onde
os gigantes do setor do país não querem atuar. O curioso é que se trata de uma
empresa mineira.

Ribeiro repete a fórmula de Borenstein, da Helbor. “O segredo deste ramo


de atividade é antecipar tendências, e nisso posso dizer que a Direcional foi bem-
sucedida. Quanto tempo essa febre vai durar? “Pelo menos mais uma década. Ou
mais.” Nesse ponto, os especialistas concordam.

Esta é a maior vantagem do setor imobiliário brasileiro em relação a outros


países. Por aqui, apesar da expansão acelerada, ninguém fala em bolha – vale
lembrar, foi a crise de crédito imobiliário que levou os Estados Unidos à sua mais
profunda crise financeira em quase 100 anos. “Apesar da alta dos últimos meses,
ainda há muito espaço para crescimento”, afirma Fábio Nogueira, presidente da
Brasil Real State, empresa especializada em financiamento imobiliário.

De acordo com os últimos dados disponíveis, o déficit habitacional


brasileiro é de 5,8 milhões de residências. O programa Minha Casa, Minha Vida
espera reduzir sensivelmente esse número (um milhão é o total de novas moradias
que serão entregues ou estarão em construção até o final de 2010). O problema é
que novos lares são formados a cada ano e o país precisa atender a essa demanda
que, mediante o crescimento econômico, não para de aumentar.

339
UNIDADE 3 | ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA

Afora a conjuntura atual favorável, o Brasil teve a sorte – e a competência


– de faturar os dois maiores eventos esportivos do planeta. A Copa do Mundo de
2014 e a Olimpíada de 2016 vão estimular novos negócios imobiliários em todo
o país. O Rio de Janeiro, obviamente, tende a ser mais beneficiado. “Teremos um
2010 histórico e muito provavelmente desempenhos ainda melhores nos próximos
anos”, diz Rubem Vasconcelos, sócio da Patrimóvel, focada no mercado carioca.

Em 2009, sua empresa vendeu R$ 1,8 bilhão, quase o triplo de uma década
atrás. Vasconcelos diz que o Rio passará por uma grande transformação urbanística
no futuro próximo. “Os imóveis contemplados pelo programa Minha Casa, Minha
Vida tendem a substituir os barracos das favelas, cujo aluguel às vezes custa o
mesmo preço de uma prestação do financiamento imobiliário”, afirma.

Se sua previsão se confirmar, trata-se de uma das maiores transformações


habitacionais em curso no planeta – e uma tremenda oportunidade para novos
empreendedores. Uma das mais tradicionais incorporadoras de São Paulo, a Even,
decidiu sair do conforto do mercado paulista para se aventurar pela primeira vez
no Rio de Janeiro.

“Em 2008, as vendas de imóveis no Rio respondiam apenas por 2% das


vendas totais da Even”, diz Cláudio Hermolin, que coordena a operação carioca
da empresa. “Em 2010, essa participação será de 20%, com tendência de alta maior
nos próximos anos.” Segundo o executivo, a escolha do Rio para ser sede dos Jogos
Olímpicos teve um efeito imediato na estratégia da empresa. “Durante muitos anos,
a cidade foi vista como secundária no mercado nacional, mas agora isso mudou.”

O mercado imobiliário brasileiro iniciou sua virada em 2007, quando


muitas construtoras e incorporadoras recorreram à bolsa para levantar capital
capaz de sustentar os investimentos necessários para o crescimento do setor. A
iniciativa teve dois efeitos práticos. Em primeiro lugar, as empresas encheram
os bolsos com algo em torno de R$ 10 bilhões. Depois, o movimento levou
à profissionalização das companhias, que na maioria dos casos culminou
na substituição da gestão familiar por executivos contratados  no mercado.
Com 59 anos de existência, a João Fortes passou por esse processo. Em 2007, a
construtora foi vendida para Antonio José Carneiro, mais conhecido como Bode,
que vislumbrou ali uma oportunidade de faturar alto.

Naquele ano, a empresa fundada pelo engenheiro João Machado Fortes


acumulava dívidas e sofria com o desinteresse dos herdeiros pelo negócio. Bode
contratou o executivo Francisco Almeida e Silva para tocar a companhia e os
resultados vieram. No ano passado, a João Fortes lucrou R$ 65,8 milhões, ante
um prejuízo de R$ 5,2 milhões em 2008.

“Os antigos donos não acreditavam no setor imobiliário, e me parece que


essa avaliação estava equivocada”, diz Silva. Repaginada e com investimentos
em mercados como Brasília e Salvador, a quase sexagenária companhia viu suas
ações dispararem 220% em 2009. “Não dá para ficar de fora de um negócio como
esse”, diz o diretor da companhia.
FONTE: SEGALLA, Amauri. Os jovens milionários da construção. ISTO É DINHEIRO, São Paulo,
n.659, 21 maio 2010. Disponível em: <http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/23618_OS+JO-
VENS+MILIONARIOS+DA+CONSTRUCAO>. Acesso em: 28 mar. 2012.
340
RESUMO DO TÓPICO 3
Chegamos ao final do Tópico 3. Vamos fazer uma revisão do que
estudamos até agora?

● O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que funciona


como se fosse uma fotografia do desenvolvimento de uma empresa em um
determinado período. Usualmente, inicia em 1º de janeiro e encerra em 31 de
dezembro, e está dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido.

● O ativo representa os bens e direitos da empresa.

● O passivo representa os recursos advindos de outras fontes que são os recursos


de terceiros. Em outras palavras, representa as obrigações a pagar da empresa.

● O patrimônio líquido são os recursos na forma de bens e/ou dinheiro que os


sócios investem na empresa. Esses valores são registrados no ativo (bens e
direitos) e têm como contrapartida seu registro no patrimônio líquido.

● O fluxo de caixa projetado é a peça que junta todos os orçamentos,


traduzindo, em um resumo, todo o orçamento operacional e adicionando-se
as peças orçamentárias do orçamento de vendas, orçamento de produção, de
perspectivas de compras de insumos e demais gastos fixos ou variáveis.

● É importante relembrar que o método indireto é utilizado nas circunstâncias


em que as empresas estão apresentando as informações do fluxo de caixa
líquido das atividades operacionais de forma indireta.

● Se a empresa apurou caixa operacional positivo, significa que ela teve um


excelente desempenho operacional e existem grandes possibilidades de não
necessitar de recursos de terceiros, como empréstimos e financiamentos.

● Se a empresa apurou caixa operacional negativo, significa que ela não teve um
excelente desempenho de vendas e ocorreu um acentuado nível de custos ou
despesas. Nesta situação há grandes possibilidades de a empresa recorrer a
recursos de terceiros.

● A geração bruta de caixa representa o valor que a empresa teria no caixa,


caso não tivesse contraído mais nenhum tipo de movimentação financeira de
empréstimos e financiamentos.

● O grupo acréscimo das fontes operacionais compõe as contas do ativo que


representam as entradas e saídas de duplicatas a receber e da conta de estoques.

● O grupo de contas de atividades de financiamentos são as contas do passivo


e do patrimônio líquido que representam as entradas de recursos financeiros
por aumento de capital social (integralização de capital) e as operações de
empréstimos e financiamentos.

● O grupo de contas de atividades de investimentos são as contas do ativo


imobilizado que representam os investimentos da empresa.
341
AUTOATIVIDADE

1 O que é possível identificar nas contas contábeis quando relacionadas com o


fluxo de caixa?

2 O que demonstra o método direto da demonstração do fluxo de caixa?

3 Como se demonstra o fluxo de caixa pelo método indireto?

4 O que pode ter ocorrido se a empresa apurou algum caixa operacional


negativo?

5 A elaboração do fluxo de caixa que “parte da geração do caixa da empresa” é


o método:

342
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