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QUÍMICA FINA

Indústrias de Química Fina


 Perfumes e aditivos alimentares
 Farmacêutica

Bibliografia base
 G. T. Austin, “Shreeve’s Chemical Process Industries”,
McGraw-Hill International Editions, 5ª Edição (1984)

 K. Bauer, D. Garbe, H. Surburg, “Common Fragrance


and Flavor Materials – Preparation, Properties and Uses”, 3ª
Edição Completa, Wiley-VCH (1997)
Classificação possível para a Indústria Química (IQ)

Petróleo
Química Básica Petroquímica
(pesada) Adubos
Fibras

INDÚSTRIA Intermédia Detergentes

QUÍMICA Óleos
Fina Perfumes
(Orgânica)
(peq. quantidades) Corantes
Cosmética
Farmacêutica

Processamento contínuo vs. descontínuo (“batch”)

maiores quantidades
menos material no processo
Contínuo condições operacionais mais uniformes
controlo mais conciso (computação)
Pequenas quantidades
Descontínuo valor justifica processo
(“batch”) medida mais concisa

Indústria dos Perfumes e Aditivos Alimentares


Principais aplicações
 Cosméticos
 Sabões, sabonetes, detergentes e produtos de higiene no geral
 Alteração ou neutralização de cheiros (peles e curtumes,
colas, tintas)
 Criação de aromas para objectos sem cheiro
 Indústria alimentar

História
Perfume significa “encher com fumo” (origem latina)
Até aos anos 50-60 (século XX): fragrâncias extraídas e isoladas
de produtos naturais tradicionais (de origem vegetal ou animal),
com processamentos bem definidos
O grande desenvolvimento na Indústria Química motivou um
aumento enorme na variedade das matérias-primas para a produção
de perfumes, devido a uma grande solicitação do mercado para
utilização dos mesmos para fins diversos
Actualmente: componentes dos perfumes, em grande parte, de
origem sintética, apesar de ainda serem frequentemente utilizados
ingredientes de origem natural (isolados de plantas)

Constituição dos perfumes


Perfume: mistura de diversas substâncias com cheiro agradável,
incorporada em veículos adequados
 Veículo ou solvente
 Fixativo ou fixador
 Elementos odoríferos (fragrâncias ou essências)

A concentração dos elementos odoríferos (EO) determina a


designação do perfume
 Parfum: EO > 22%
 Eau de Parfum: EO entre 15 e 22%
 Eau de Toilette: EO entre 8 a 15%
 Eau de Cologne: EO < 5%

 Veículo ou solvente
Solvente para dissolução dos fixadores e dos elementos odoríferos
 Grande volatilidade (aumento da dispersão do cheiro)
 Quimicamente inerte
 Pouco irritante para a pele
Veículo mais usual: álcool etílico altamente refinado, misturado
com maiores ou menores quantidades de água
Para retirar o cheiro do álcool:
 Desodorização (bombeamento com vapor de água, a
vácuo)
 Pré-fixação: adição de um fixador resinoso, deixar a
maturar por uma ou duas semanas

 Fixativos ou Fixadores
Fixador: uma ou várias substâncias de mais baixa volatilidade do
que os elementos odoríferos, com a função de retardar a velocidade
de evaporação das essências características do perfume. Podem ou
não contribuir com cheiro (normalmente contribuem)

Tipos de fixadores
Óleos de origem animal (secreções)
Produtos resinosos
Óleos essenciais
Produtos químicos de origem sintética

 Fixadores de origem animal


Interesse histórico (espécies protegidas ou já extintas)
Exemplos
Castor ou castoreum: secreção das glândulas perineais de ambos
os sexos do castor (Canadá, Alasca, Sibéria) acumulada nas bolsas
abdominais
Compostos mais voláteis: 4-alquilfenóis, catecóis substituídos,
álcool benzílico, acetofenona, etc.

OH R O

OH
OH

OH

R R

Civet: secreção gorda das glândulas perineais de ambos os sexos


do gato almiscarado (Índia e Etiópia)
Composto principal: civetona (3-4%) (cis-ciclohepta-9-decen-1-
ona), mas também outras cetonas macrocíclicas: ciclohexa- e
cicloheptadecanonas, por exemplo cis-ciclohepta-6-decen-1-ona

O O

Musk: secreção das glândulas sexuais do veado macho (Nepal,


Tibete, Mongólia)
Composto principal: muscona (3-metilciclopentan-1-ona)

Ambergris: secreção do cachalote, provavelmente patológica


Compostos principais: ambreina (sem cheiro) e um éter terpénico

OH

Actualmente, a maioria dos principais constituintes é produzida


sinteticamente.

 Fixadores resínicos
Exsudatos normais ou patológicos de certas plantas
Exemplos:
Resinas (mirra resínica, labdanum)
Bálsamos (óleos resínicos de origem terpénica)
Um composto que normalmente está presente nestas misturas é o
lindestreno

As substâncias são dissolvidas e envelhecidas por métodos


tradicionais
Solução a frio: tintura
Solução a quente: infusão
Álcool como solvente, aditivos espessantes (ésteres)

 Óleos essenciais
Alguns óleos com boas propriedades fixadoras, com ou sem cheiro
agradável
Exemplos:
Óleo de salva
Principais constituintes: acetato de linalilo e linalol

O OH

O
Vétiver
Principais constituintes: α- e β-vétivona, kusimol

H
O O

HO

Patchouli
Principais constituintes: patchoulol e norpatchoulenol

HO HO

Óleo de madeira de sândalo


Principais constituintes: α- e β-santolol

OH
OH
Óleos com pontos de ebulição superiores a 285ºC

 Fixadores de origem sintética


Normalmente ésteres sem cheiro
Exemplos: Ftalato de etilo, benzoato de benzilo

O O

O O
O

Por vezes têm cheiro, que deve misturar-se bem e complementar a


fragrância principal
Exemplos: muscona, benzoato de amilo, indolo, cumarina, vanilina
O

O
N O O

OH

 Elementos odoríferos (fragrâncias ou essências)


Uma classificação
Óleos essenciais
Compostos isolados
Produtos químicos sintéticos ou semi-sintéticos
 Óleos essenciais
Óleos odoríferos, relativamente voláteis, sempre de origem vegetal
Composição muito complexa que inclui uma grande diversidade de
compostos, com predominância de alguns, consoante a planta de
origem
Componentes vegetais: folhas, flores, caules, sementes, exsudatos
Exemplos:
Ésteres
Acetato de geraniol (derivado do óleo de eucalipto e palmeira,
cheiro a pera e a lavanda)
O

Acetato de citronelol (estereoisómeros (+) ou (-) ou mistura


racémica, cheiro a rosas, lavanda, gerânio, limão)
O

Há também outros ésteres (salicilatos, formatos, benzoatos…)

Álcoois
Linalol (estereoisómero (-) em óleos de cânfora, o (+) em óleos de
coentro, cheiro a flor-de-lis)

OH

Mentol (estereoisómero (-) é o predominante e principal


componente dos óleos de hortelã-pimenta e de xarope de milho,
cheiro a mentol)

OH
Aldeídos
Citral (estereoisómeros a e b, componente do óleo de limão, cheiro
a limão)

Cinamaldeído (isómero trans predominante, isolado do óleo de


acácia, cheiro a canela)

Ácidos carboxílicos
Ácido cinâmico (isolado do óleo de acácia, cheiro balsâmico)

OH

Ácido benzóico (aparece em muitos óleos mas não tem cheiro, os


seus ésteres têm normalmente cheiro)
O

OH

Fenóis
Eugenol (principal componente do cravo-da-índia e do óleo de
folha de canela, cheiro a especiaria)

OH

Cetonas
Carvona (estereoisómero (+) é o principal componente do óleo de
cariz e endro, cheiro a cariz, o (-) aparece no óleo de hortelã-verde,
cheiro a hortelã)

Éteres
Cineol (também chamado eucaliptol, isolado do óleo de eucalipto e
de loureiro, cheiro a cânfora)

O
Anetol (estereoisómero trans mais abundante, isolado do óleo de
anis e de funcho, cheiro e sabor a anis)
O

Lactonas
Cumarina (aparece em muitas plantas e tem cheiro a feno e a
especiaria)

O O

Terpenos
α-pineno e β-pineno (abundantes em óleos de pinheiro e de
terebentina, estereoisómeros (+) e (-) separados na Natureza,
cheiro a resina de pinheiro)

Limoneno (estereoisómero (+) isolado da casca de limão, o (-) é


mais frequente em óleos de menta e de coníferas, cheiro a limão)

Processos para produção de óleos essenciais


Destilação (normalmente por arrastamento de vapor)
Expressão / maceração
“Enfleurage”
Extracção por solventes

Os óleos essenciais são tradicionalmente recuperados por


destilação, à pressão normal ou por arrastamento de vapor, pois são
muito pouco solúveis em água. Pode acontecer:
 Perda de compostos voláteis ou solúveis em água
 Perda de compostos pouco voláteis (decomposição)
Destilação
Materiais triturados ou reduzidos a pequenos pedaços no
destilador, juntos com água e destilados à pressão normal. Se os
constituintes hidrolizarem facilmente, destilação a pressão
reduzida.
Para separar compostos e materiais de decomposição
Destilação fraccionada a pressão reduzida (acroleína,
trimetilamina…)
Lavagem com KOH (ácidos livres, compostos fenólicos)
Congelação fraccionada (mentol a partir do óleo de hortelã-
pimenta)
Solução de bissulfito (aldeídos e cetonas)
Precipitação selectiva (geraniol com cloreto de cálcio)
Expressão / maceração
O material sólido é espremido maquinal ou manualmente
Exemplo: óleos essenciais de frutos

“Enfleurage”
Extracção de óleos de flores delicadas (jasmim, violeta) a frio, na
presença de gorduras, pois os óleos não são destiláveis
Quase totalmente substituída pela extracção por solventes

Extracção por solventes


Um bom solvente deve ser:
Selectivo (rápido, dissolver totalmente os materiais odoríferos e
pouco os inertes)
Ponto de ebulição baixo (para evaporar completamente)
Quimicamente inerte
Não deixar resíduo odorífero
Baixo custo / baixa inflamabilidade
Solvente mais usado: éter de petróleo purificado (p. eb. < 75ºC)

Fases do processo
Reactores para purificar o solvente (destiladores)
Baterias para macerar e digerir os órgãos vegetais
Reactores de extracção rotativos em contra-corrente (o solvente vai
saturando)
Reactores para concentrar as soluções dos óleos florais
(destiladores a pressão normal ou reduzida)

Resíduo: pasta semi-sólida, contendo o óleo essencial, ceras,


resinas, corantes – concreto
Suspensão em álcool frio
Fracção insolúvel: ceras e resinas
Fracção solúvel: óleo essencial e corantes – extracto
Após evaporação do álcool - absoluto
Os óleos essenciais resultantes são misturas variadas de compostos
em proporções definidas, com uma composição específica que
pode e deve ser criteriosamente controlada por aplicação de
métodos cromatográficos (usualmente cromatografia gasosa).
Têm geralmente índices de refracção altos e também actividade
óptica

 Compostos isolados
Compostos químicos puros cuja origem é um óleo essencial ou
outro material perfumado natural, nos quais aparecem em grandes
percentagens
Exemplos:
Eugenol, derivado do óleo de cravo-da-índia
Pineno, da terebentina
Anetol, do óleo de anis
Linalol, do óleo de linaloa (“bois de rose”) e da lavanda

 Materiais sintéticos e semi-sintéticos


Materiais sintéticos: provenientes dos processos usuais de síntese
de moléculas orgânicas (uma parte significativa das fragrâncias
usadas hoje em dia em perfumaria)
Materiais semi-sintéticos: produtos derivados de um composto
isolado ou de outro produto de partida de origem natural
Exemplos: vanilina a partir do eugenol; ionona a partir do citral
Classificação dos processos de síntese por tipo de reacção
Alguns exemplos
Condensação
Óxido de difenilo (sabonetes, perfumes, cheiro a gerânio)
OH

H+, 100ºC O
2 + H2O

α- e β-ionona (perfume de violeta)


O
O
O

+ 72 h

35ºC, 10% NaOH

H2SO4
O + O

 

Os isómeros são separados e purificados por destilação

Cumarina (fixador, usada em conjunto com óleos essenciais e em


tabaco, usada industrialmente para conferir cheiro)
O
O - Na+
CH3COO- Na+
O
OH (CH3CO)2O 150ºC OH
O O

Aldeído cinâmico (aditivo alimentar, cheiro a canela)


O O
O
NaOH
+ H2O
+

Esterificação
Benzoato de benzilo (fixador e aditivo alimentar)
O O

H+
OH OH O
+

Acetato de benzilo (cheiro floral)


O
O
H+
OH + O
OH

Salicilato de metilo (aditivo alimentar, odor doce)


O - Na
+
OH

2 + 2 NaOH 2 + 2 H2O

O - Na
+
O - Na
+
+ OH
700 kPa O - Na
2 + CO2
100ºC O +

OH O
O - Na
+
+
O - Na
+ H2SO4 OH + Na2SO4
O

OH O OH O

H+
OH + OH O + H2O

Síntese de Grignard e alquilação de Friedel-Crafts


Álcool feniletílico (aroma de rosas)

Br MgBr OH
Mg, éter O

H+

AlCl3 OH
+
O

Hidrogenação
Citronelol (cheiro floral e aditivo alimentar)

H2

O NiRa
OH

Nitração
Musk-xileno e musk-cetona (substitutos do musk natural,
sabonetes e perfumes)
Cl O2N NO2
70% H2SO4 30% HNO3

AlCl3
35ºC, 15h

O NO2
musk xileno
Cl
AlCl3
O
O
O2N
HNO3

NO2

musk cetona

Oxidação
Anisaldeído (aditivo, cheiro a anis)
O
MnO2 O

H2SO4

Benzaldeído (reagente para fragrâncias, aditivo)


O
O2, cat.
+ H2O
500ºC

O
MnO2, H2SO4
+ H2O
40ºC
Sacarina (aditivo alimentar)

0ºC
+ ClSO3H +

SO2Cl ClO2S

(precipitação fraccionada)

NH3 KMnO4
O-
SO2Cl Na2Cr2O7
SO2NH2 SO2NH2

O
H+

NH

SO2

Outra síntese mais recente

O
O O

OH
OH O NH3
NH
NH2 ClSO3H
SO2Cl
SO2

Os processamentos são em geral descontínuos, levados a cabo em


reactores que podem alcançar os 2000, 3000 L.
Controlo de qualidade é feito por testes-rotina: massa específica,
actividade óptica, índice de refracção, técnicas espectroscópicas
(UV, IV) e cromatográficas (CG, HPLC)
Formulação de um perfume
Há cerca de 500 óleos essenciais de origem natural e de 2000-3000
óleos produzidos em laboratório
Descrição do odor
Impossível de fazer para um produto isolado ou mesmo para uma
mistura complexa, a não ser que um dos componentes tenha um
cheiro tão carcterístico que se sobreponha aos demais

Há diferentes classificações, todas elas, no entanto, com pontos


comuns
Exemplos
Aldeídica: nota cujo cheiro lembra roupa passada a ferro, água do
mar
Animal: notas de musk, castoreum, ambergris, civet
Balsâmica: notas pesadas e doces como coco, baunilha, canela
Cânfora: nota com cheiro a cânfora
Cítrica: nota fresca com cheiro a limão ou laranja
Terra: nota cujo cheiro lembra a terra húmida
Floral: nota com cheiro de flores, com muitas variações
Fruitada: nota com cheiro de diversos frutos
Herbácea: nota complexa com cheiro de ervas (menta, salva,
eucalipto)
Medicinal: nota com cheiro a desinfectante (fenol, salicilato de
metilo)
Musgo: nota típica com cheiro a floresta e algas marinhas
Poeira: nota doce com cheiro de talco
Resinosa: nota com cheiro a exsudatos de algumas árvores
Especiaria: nota com odor de várias especiarias
Cera: nota com cheiro de cera de velas
Madeira: nota com cheiro a madeira, como os óleos de cedro e
sândalo

Exemplo de composição de perfume:


“Dalimania, uma fragrância fruitada e oriental”

Aditivos alimentares
O que distingue uma substância usada como essência ou como
aditivo alimentar? O seu fim, já que muitas vezes a sua formulação
é muito semelhante.
O gosto (paladar) está muito relacionado com o cheiro (olfacto)

Gostos que as papilas gustativas identificam: doce, ácido, salgado,


amargo

À semelhança das essências, os aditivos alimentares podem ser de


origem natural ou sintética
Principal composição química: frequentemente ésteres

Funções principais que desempenham nos alimentos


Alguns exemplos
Conservantes: ácido propanóico, ácido benzóico
O
OH
OH
O

Reguladores de acidez: ácido acético, citrato de sódio

OH
O
O - Na
+
O
OH O O-
+ +
Na - O Na O

Agentes emulsionantes: poli-sorbatos (ésteres do sorbitol com


ácidos gordos)
Adoçantes não nutritivos: sacarina

Nutrientes: ácido ascórbico e outras vitaminas


O

HO
O

HO OH

OH
Anti-oxidantes, corantes…
Intensificação do gosto e da cor: óleos essenciais de hortelã-
pimenta, hortelã verde, amêndoas amargas, citrinos, etc.
Aromas variados de acetato de benzilo (framboesa), aldeído
cinâmico (canela), acetato de iso-amilo (pera), hexanoato de
propen-2-ilo (ananás)
O
O
O
O
O

Comida natural: contém muitas substâncias sem valor nutritivo e


tóxicas se tomadas em grandes quantidades
Exemplos: café, chá, sal, batatas (solanina)

Há regulamentação apertada que controla a qualidade e quantidade


de um dado aditivo alimentar
Se os critérios estabelecidos forem cumpridos, os aditivos
alimentares não serão mais nocivos para a saúde do que a comida
natural
Indústria Farmacêutica

Principal aplicação
 Produção de medicamentos para o melhoramento ou cura das
doenças dos seres vivos
Perspectiva histórica
 Primeiras drogas: origem natural (principalmente vegetal,
mas também animal e mineral), já com preocupação sobre a pureza
dos ingredientes activos
 1930 – 1950: aparecimento de novas drogas
Exemplos: insulina (proteína essencial para os diabéticos),
barbitúricos (tratamento de doenças do sistema nervoso central),
sulfamidas (analgésicos e anti-inflamatórios), anti-maláricos
(quinino), penicilina (1º antibiótico conhecido)
 Actualmente
 Ainda há muitas drogas de origem natural, obtidas por
processos de extracção, em que a via sintética não é competitiva
Exemplos: insulina (extraída do pâncreas de certos animais),
morfina, codeína (extraídas do ópio)
RO

R=H morfina
O
N R = CH3 codeína

HO

 Devido ao grande esforço de investigação da indústria


farmacêutica, muitas das velhas drogas extraídas de produtos
naturais são agora produzidas por via sintética, a qual permite
mesmo melhoramentos em termos de estrutura - efeito curativo
 Uso generalizado de processos envolvendo seres vivos
para produção de fármacos
Exemplos: antibióticos, vitaminas, hormonas, diversos produtos de
fermentação

 Produtos isolados de plantas e animais


Para alguns casos ainda é a via de obtenção comercialmente
competitiva
Exemplos: quinino (planta), insulina (proteína extraída do pâncreas
do porco e da vaca)

Insulina: proteína hormonal indispensável no tratamento da


diabetes, pode ser obtida em forma cristalina; a sua massa
molecular, consoante as ligações que estabelece, pode variar de
12000 a 36000 unidades e tem cerca de 21 aminoácidos (com
predominância de cisteína)
Processo de obtenção da insulina (contínuo)
 Refrigeração do material triturado a -20ºC
 Acidificação (insulina instável em meio básico),
extracções (em contra-corrente) e centrifugações sucessivas
 Separação final dos resíduos sólidos e filtrado
neutralizado com amónia
 Separação dos resíduos sólidos e nova acidificação
 Evaporação do álcool e sequência complexa de passos
de purificação, envolvendo dissolução e cristalização
 Acção de um enzima para transformar a insulina
extraída em insulina humana (actua na sequência de aminoácidos)

A insulina já é produzida por processos biotecnológicos


(manipulação genética)

 Produção de fármacos por via sintética


Opção de classificação
Através dos respectivos processos de conversão química
(sistematização complicada, grande diversidade e diferentes tipos
de passos nos processos de fabrico, substâncias usualmente de
estrutura complexa)

Alguns exemplos de processos de conversão química para síntese


de produtos farmacêuticos
 Alquilação / condensação
Síntese do barbital (medicamento para a epilepsia)
-
OEt - +
EtO OEt
EtO O Na

O O O O

-
EtO OEt
Cl
EtO OEt
O O 700 kPa
O O
- +
O Na
EtO OEt EtO OEt

Cl 700 kPa
O O O O

O O
EtO OEt + - +
O Na NH
H2N NH2 O
O O NH
O
Barbital

Síntese da cafeína (estimulante nervoso, indústria das bebidas)


O
OH
O NC
O NH2 N
O
HN NH CN
H2N NH2 NH
O

O
O O

N HNO2 NO
NaOH N
N
CN
NH
O N NH N NH
O O
O O
O O O
NO NH2 NH H
N redução N H OH N

N NH NH2 NH2
N N
O O O

O
O O
O
NH H
N NaOH metilação N N
N NH

N NH2 N
N N N
O O
O

Cafeína

 Carboxilação / acetilação
Síntese da aspirina (analgésico)
O - Na
+
OH

2 + 2 NaOH 2 + 2 H2O

O - Na
+
O - Na
+
+ OH
700 kPa O - Na
2 + CO2
100ºC O +

OH O
O - Na
+
+
O - Na
+ H2SO4 OH + Na2SO4
O
O
OH O O O
O
O O
OH O
+
OH
90ºC, 72h OH

Aspirina

Processo descontínuo, apesar das grandes quantidades

 Oxidação
Síntese da isoniazida (tratamento da tuberculose)

O OH O NH NH2

oxidação H2N NH2

N
N N

Isoniazida

 Sulfonação
Síntese da furosemide (diurético)

Cl O Cl O Cl O

HSO3Cl NH3 conc.


OH OH OH

Cl Cl Cl

Cl SO2Cl SO2NH2
Cl O
NH O

OH HO OH O
+ NH2 OH
Cl O
Cl
SO2NH2
SO2NH2

Furosemide

 Síntese com diversos passos


Síntese do ácido ascórbico (vitamina C)
O
H OH OH

OH OH O
HO H2 enzima
HO HO
OH CuCr OH OH
OH OH HO

OH OH OH

OH O
O OH O
O
oxidação O OH / HCl HO
HO - Na+
HO O
OH
OH - + OH
HO O Na
HO HO
OH
OH OH

O
O

HO HO OH
- +
HCl
O Na
O O OH
OH
HO OH

OH ácido ascórbico
Produção de muitas outras drogas com imensos passos de síntese,
podendo envolver resolução de misturas racémicas e uso de
enzimas para reacções específicas

 Fermentação e processos biológicos


Fermentação: microorganismos que se desenvolvem sob
condições controladas (aeróbicas ou não) para produção de
medicamentos complexos

Antibióticos: substâncias produzidas por microorganismos, com


capacidade de inibir o desenvolvimento e mesmo destruir outros
microorganismos pela sua acção
Exemplos: penicilinas, tetraciclinas, cefalosporinas, estreptomicina

Processos de produção muito controlados, já que são substâncias


instáveis ao calor e a grandes variações de pH. Decompõem-se
facilmente em solução

Penicilinas
O

O
O
N OH

R HN S
Penicilina + usual: R =
Como todos os outros antibióticos, as penicilinas podem ser
isoladas de meio natural ou semi-sintetizadas
Exemplo: para alteração do R, fornecem-se precursores variados no
passo de fermentação, e assim os microorganismos produzem
penicilinas diferentes; para obter benzilo como grupo R, utiliza-se
ácido fenilacético como precursor

Tetraciclina

N
OH H
OH

NH2

OH O HO OH O O

Cefalosporina C

O OH
O
O
O O
N O
H
-O HN S
+ NH H
3
Estreptomicina
NH NH
OH
NH2
H2N HN NH

NH
HO O O

OH OH O OH
O
OH
O
OH

Molécula hidrofílica, recuperada e purificada por resinas de troca


iónica, usualmente na forma catiónica; estereoquímica não foi
representada

Processo geral de obtenção de antibióticos


 Cultura de microorganismos (exemplo: penicillium
chrysogenium)
 Esterilização (a vapor, 120ºC) do meio de cultura
(proteínas, hidratos de carbono, lípidos e substâncias minerais)
 Introdução dos microorganismos e meio de cultura em
fermentadores com agitação e borbulhamento de ar estéril, 100-150
horas, 25-27ºC
 Mistura filtrada para retirar microorganismos e demais
produtos metabólicos (micélio, usado como fertilizante) e o filtrado
contém o antibiótico, que é separado e purificado criteriosamente
de acordo com a sua composição
Produção de antibióticos: processamento descontínuo mas com
reactores de grandes dimensões (45000 L); sequência de passos de
purificação mais ou menos complexa

A importância da quiralidade nos medicamentos


A maioria dos compostos orgânicos presentes nos seres vivos são
quirais
Exemplo: os aminoácidos são todos quirais à excepção da glicina
20 têm configuração (S); 1 tem configuração (R)

O OH O OH O OH O OH
H H H H
H H3C H2N
NH2 NH2 NH2 SH

glicina (S) - alanina (S) - valina (R) - cisteína

O que se verifica é que com frequência a estereoquímica das


drogas é importante, uma vez que só um enantiómero é activo
(com efeito curativo), enquanto o outro enantiómero é inactivo e
pode mesmo ser prejudicial
Ibuprofen
O O
HO OH

H H
CH3 H3C

estereoisómero (S) estereoisómero (R)


Estereoisómero (S) – fisiologicamente activo (analgésico)
Estereoisómero (R) – inactivo

Thalidomide
O
*
N

N O
O
O
H

Só um dos enantiómeros tem efeito analgésico; o outro


estereoisómero provocou deficiências em bébés nascidos de mães
que tomaram a droga durante a gravidez

Drogas raras e muito úteis


Taxol (droga determinante no tratamento de diversos tipos de
cancro)

O
O O OH
NH O

OH O
H
HO O
O

O
O
0,02% na casca do tronco de teixos ocidentais (conífera) e também
nas folhas e caule de aveleiras (em menor percentagem)

Foram efectuadas duas sínteses laboratoriais do Taxol em 1994,


mas mostraram-se economicamente inviáveis

A partir de 1997, o Taxol passou a ser também produzido de modo


semi-sintético pela Bristol-Myers-Squibb (farmacêutica americana)

Desafios actuais da Indústria Farmacêutica


 Avaliar a estereoquímica correcta dos fármacos
sintetizados e garantir a sua manufactura de modo eficaz e rentável
 A investigação de novas matérias-primas vegetais de
onde possam ser extraídos fármacos de estrutura muito complexa
 Aplicação de processos biotecnológicos sempre que se
mostre uma via competitiva

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