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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Escola de Enfermagem Alfredo Pinto – EEAP


Departamento de Enfermagem em Saúde Pública – DESP
Disciplina: Processo de Trabalho em saúde Coletiva
Docente: Dr. Joanir Pereira Passos

Acolhimento:
Uma pequena reflexão sobre a experiência alheia.

Discentes:
Cláudio Nascimento Matrícula: 20052
Daniella Barros Matrícula: 20052
Emily Maviana Matrícula: 20052
Fernanda Toledo Matrícula: 20052
Janine Simões Matrícula: 20052
Lia Evangelista Matrícula: 20051120021

Rio de Janeiro, 27 de Agosto de 2008.


Relatório de Discussão sobre o Artigo Científico:

Acolhimento e transformações no processo de trabalho de enfermagem em


unidades básicas de saúde de Campinas, São Paulo.
Autoras: Maíra Libertad Soligo Takemoto e Eliete Maria Silva

O artigo relata as transformações ocorridas no processo de trabalho de Enfermagem


de cinco unidades básicas de Campinas, a partir da incorporação do acolhimento na
implantação do Projeto Paidéia de Saúde da Família a partir de 2001. O trabalho de
campo desenvolveu-se, no período de Dezembro/2003 a Janeiro/2004, através de
observações e entrevistas semi-estruturadas. Faz também uma reflexão, baseando-se em
produções atuais, sobre o acolhimento.
Abaixo faremos algumas citações, do próprio texto, importantes para expor as
definições de acolhimento usadas.

“É com base na noção de espaço intercessor como encontro e negociação entre


trabalhadores e usuários que situamos o acolhimento, enquanto uma etapa do processo
de trabalho e enquanto um modo específico de encontro.” ( pág. 331)

“O acolhimento-diálogo pode oferecer ao usuário maior possibilidade de trânsito


pela rede e ocorre em todos os encontros assistenciais durante a passagem do usuário
pelo serviço, porque se trata efetivamente de uma contínua investigação / elaboração /
negociação das necessidades de saúde que podem vir a ser satisfeitas pelo serviço,
processo que não deve deixar nunca de acontecer tendo em vista que as necessidades
não são imediatamente transparentes e nem jamais definitivamente definidas.” (pág.
332)

“Franco et al. consideram que o acolhimento modifica radicalmente o processo de


trabalho, em especial dos profissionais não médicos que realizam assistência, visto que
a organização do serviço passa a ter a “equipe de acolhimento” como central no
atendimento aos usuários.” (pág. 332)

“O acolhimento configurar-se-ia, então, em uma etapa do processo de trabalho


responsável pelo atendimento da demanda espontânea.” (pág. 332)
O artigo trabalha então, com duas possibilidades de entendimento de acolhimento:
uma como postura diante do usuário e suas necessidades, continuamente negociadas e
investigadas, e outra como dispositivo capaz de reorganizar o trabalho na unidade,
objetivando aumentar o acesso e humanizar a recepção dos usuários no serviço.
Ressalta, antes, que se deve ter cuidado com esta segunda forma de entendimento,
pois pode causar uma des-responsabilização do restante da equipe para estabelecer
relações acolhedoras nos demais espaços da atenção à saúde.
Percebemos diferenças na forma como cada uma das cinco unidades compreendeu o
acolhimento, ficando isto mais claro, quando as autoras dividiram-nas em dois grupos
de concepção: quatro centros de saúde consideraram o acolhimento como uma nova
atividade disponível dentre as opções de atendimento, e apenas um, considerou como
uma nova postura, uma forma diferente do fazer em todos os setores da unidade.
No primeiro grupo, os auxiliares de enfermagem estavam na linha de frente deste
atendimento, sendo supervisionados pelos enfermeiros e/ou médicos, sendo que em um
deles, a primeira conversa do usuário era com o médico, e na falta dele o restante da
equipe entrava para suprir.
Notamos que nestes centros, o poder da atividade estava inteiramente nas mãos dos
médicos, porque quando não estavam atendendo, eram o motivo do atendimento,
fazendo com que a equipe triasse a demanda espontânea, definindo-a como urgente ou
rotineira e marcando consultas. O acolhimento reforçou assim a postura medicocentrista
destes centros.
Ao lado disso, observa-se que houve o aumento do acesso ao serviço de saúde,
reduzindo as filas e incorporando significativamente uma parcela da população que
estava excluída das unidades. Algumas das falas/queixas dos auxiliares foram sobre o
crescimento importante da demanda de trabalho, não só quantitativamente, mas também
qualitativamente. Eles relataram sentirem-se mais autônomos, mais capacitados, mais
seguros e mais valorizados no ambiente de trabalho. Por que passavam o dia todo
ouvindo as necessidades e sofrimentos alheios e tinham, justamente, por causa do
contato olho no olho, maior responsabilidade em responder àqueles pedidos ou quando
impossível, encaminhá-los a outro serviço, minimizando os conflitos tão comuns nas
recepções. Podemos dizer, que humanizaram o atendimento das recepções.
Segundo as autoras, a finalidade do processo de trabalho em saúde é a produção de
algo que responda às necessidades, desejos e direitos do usuário, reconhecendo-o como
sujeito.
No entanto, concordamos, que esta visão do acolhimento como humanização das
recepções e ampliação do acesso não esgota o conceito de humanização num sentido
mais amplo.
No segundo grupo, o acolhimento foi entendido como uma postura perante os
usuários, em qualquer momento de interação, seja na sala da vacinação, na recepção, na
visita domiciliar, na farmácia. A equipe tem como discurso e atitude a escuta das
demandas, assim como a investigação dos riscos e necessidades de saúde. Além, do
comprometimento em resolver as questões trazidas ou investigadas.
Os profissionais relataram a criação de vinculo com os usuários, o que facilita a
interação, que muitas vezes não gira somente em torno de problemas de saúde, mas sim
da necessidade de conversar, desabafar, falar da vida e de como tem sido vivida. Dentre
esses casos, alguns poderiam ser encaminhados a um núcleo de saúde Mental da
unidade, que conta com uma equipe multidisciplinar formada por um enfermeiro. Um
auxilias de enfermagem, uma agente comunitária de saúde, um médico clínico geral e
conta com o apoio de uma psicóloga de um centro de saúde próximo, onde seria
avaliada a necessidade de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. A idéia era de
que toda a equipe de saúde fizesse esse tipo de acompanhamento, mas a constituição do
núcleo criou uma cultura de encaminhamento.
No processo de implantação, a compreensão de acolhimento foi similar, porém com
formas diferentes de aplicação. De um lado, como mais uma atividade oferecida,
abarcou a demanda espontânea das unidades, ampliando, sobretudo, o acesso,
humanizando as recepções e valorizando de certa forma o profissional de enfermagem,
do outro lado abrangeu toda a equipe de Saúde sendo mostrado com uma atitude de
escuta e investigação das necessidades, criação de vínculo com o usuário e
comprometimento com suas questões.
Acreditamos, portanto, que este artigo funciona como demonstração da importância
das concepções da equipe na forma como o processo de trabalho se dá. Percebemos,
também, com esta reflexão a importância do acolhimento enquanto atitude, o bom
instrumento de trabalho que é a escuta atenciosa e qualificada das necessidades de
saúde, pois ela facilita o conhecimento ampliado do sujeito e a busca conjunta pela
resolução das questões. Envolvendo os profissionais capazes da equipe, e também, o
sujeito na busca do seu sucesso.
O conceito/serviço incorporado pelo Projeto PAIDÉIA é necessária para a garantia
do acesso a recepção das unidades e de humanização dela quando entendida como
necessidade dos usuários em todos os momentos de encontro dele com o serviço de
saúde. A concepção de acolhimento adotada pelos quatro centros de saúde não é
eficiente ou eficaz. Seus auxiliares de enfermagem, que ficaram responsáveis pelo
acolhimento, ainda que supervisionados e orientados pelos enfermeiros, necessitam de
treinamento e capacitação continuada frente às queixas apresentadas pelos usuários. O
acolhimento em si, contribui para humanizar as ações de saúde aos sujeitos, que tem
considerados seus desejos, necessidades e direitos.

Bibliografia
TAKEMOTO, MLS; SILVA, EM. Acolhimento e transformações no processo de
trabalho de enfermagem em unidades básicas de saúde de Campinas, São Paulo, Brasil.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, 2007. Disponível
em:<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2007000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 Ago 2008. doi:
10.1590/S0102-311X2007000200009

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