Actualmente concebemos o mundo como uma aldeia global. Esta
concepção parte da facilidade d e mobilidade, mas, sobretudo da revolução operada na sociedade em termos de informação e na capacidade de gerir/interagir esta mesma informação - Web semântica. De facto, o conhecimento humano prático e científico pode transmitir -se de qualquer ponto do nosso planeta para qualquer direcção, utilizando redes de informação. Estas transformações operam-se a um ritmo vertiginoso, pressionando a escola e as bibliotecas a afirmarem-se como serviços úteis, atractivos e interessantes que disponibilizam informação útil, em tempo oportuno e ao menor preço numa clara analogia com a lógica de mercado. Assim, a BE tem de ser pensada/promovida de forma a manter os habituais usuários e captar potenciais utilizadores para os produtos e serviços que a mesma disponibiliza, ou, poderá oferecer, em virtude do perfil e necessidades manifestadas pelos utilizadores. A internet foi o principal elemento cisor no que concerne à forma como se adquirem conhecimentos, produz, tem acesso, se divulga informação e socialmente se comunica. A escola formalmente ainda é uma instituição à qual se reconhecem competências educativas e geradoras de conhecimento, contudo, cada vez mais há competências adquiridas fora do s regulares contextos de aprendizagem (aprendizagem informal), que, no domínio da literacia são fundamentais. Ou seja, o termo literacia não se resume ao saber ler, escrever e contar tradicionalmente tidos como necessários, pressupõe conhecer e utilizar as TIC. Perante a impossibilidade de assimilarmos todo o conhecimento, será importante desenvolver capacidades de pesquisa e selecção de informação e síntese porque a aprendizagem e o conhecimento são processos contínuos. Neste sentido, o valor da internet é inegável porque , pelas suas características, permite agrupar uma grande quantidade de informação disponível em rede; produzir e publicar grandes quantidades de informação; recombinar e recriar informação permanente de forma criativa e inovadora; seleccionar/organizar a informação que nos interessa e de acordo com as nossas características/necessidades; seguir em tempo real publicações c
sobre um assunto, criar espaços e estruturas abertas de disse minação de
conhecimentos, dinamizar fóruns de discussão ou simplesmente utilizá -la com finalidades lúdico/sociais (jogos, interacção social, conhecer pessoas .. .) Nesta sociedade em que o saber e o conhecimento parecem estar ao alcance de um ³clique´ num qualquer motor de busca ou rede, e, onde aparentemente tudo se apresenta como fácil, há a necessidade de formar leitores críticos, na medida, em que as sociedades são mais complexas e desafiantes. Maior quantidade de informação disponível não significa necessariamente melhor qualidade . A existência de ruído requer maior capacidade na análise dos conteúdos e por conseguinte uma gestão/utilização mais responsável dos mesmos. Neste quadro as BE constituem-se como importantes gestoras de informação e construtoras de saber. Se, a BE pretende apresentar-se como uma estrutura capaz de interagir e gerar alterações em todas os sectores da escola , a sua acção tem de ser transversal e colaborar eficazmente com: alunos, docentes, comunidade educativa, gestão e administração local, encarregados de educação. Neste sentido, a utilização da Web 2.0 constituirá um excelente recurso de inovação porque permite usar ferramentas, aplicações e serviços em diferentes domínios: Catalogação livros, música, filmes, publicações académicas, vídeo jogos ± Library Thing, Last.fm, Flixter, Zotero, Moby Games « Colaborar ± Google Docs, Wikispaces, « Comunicar ± Twiter, Skipe, « Informar ± Blogger, Word Press« Organizar informação ± Diigo, Delicious, « Produzir documentos em suporte áudio, vídeo, imagem e (hiper)texto, Partilhar documentos ± You Tube, Slideshare, My Ebook« Redes sociais ± Hi5, Facebook« Ou seja, permite a expressão, publicação, discussão, trabalho, parti lha, jogos, e estabelecer contactos sociais que respondem às necessidades dos utilizadores e fomentam a sua participação. Há redes cuja dinamização pressupõem a aquisição/aplicação de novas competências que são desafiantes quer para alunos e professores através da utilização de , por exemplo: plataforma Moodle -para disponibilizar conteúdos; hi5, hotmail, gmail c
- enviar mensagens; facebook, blog, página da escola - divulgar eventos,
novidades, informações, desenvolver actividades utilizando o Google Map, You tube, slideshare « ferramentas estas, que, são utilizadas pela escola e na BE umas de forma mais pontual outras de forma mais efectiva. Os desafios colocados às BE são evidentes porque são objectivos desta: organizar colecções de documentos nos diferentes suportes, efectuar a sua actualização e facilitar através o acesso aos documentos. No entanto, e, ao contrário de outros tempos, não muito longínquos no friso cronológico , a informação produzida actualmente é significativamente maior e está disponível em suportes virtuais, assim, a qualquer hora, com o equipamento correcto podemos aceder-lhe a partir do conforto da nossas casas. Este facto obriga a um esforço suplementar, porque, mais do que gerir colecções, os bibliotecários terão a importante tarefa de gerir informação nomeadamente as contribuições dos seus leitores. De facto, ao liderar projectos da Web a biblioteca está simultaneamente a avaliar o seu desempenho e a controlar os seus resultados, na medida em que, estas aplicações permitem ao utilizador manifestar opiniões, classificar o serviço, ³ratting´,
ou incluir o ³ nas sua preferências; recomendá-lo a um amigo; atitudes que evidenciam (in)satisfação, qualidade e reconhecimento do serviço. Observamos que a BE começa a ser entendida de forma diferente, exigindo um perfil e competências TIC ao PB e restante equipa, que, passam necessariamente por: formação porque de muitos instrumentos supra referidos conheço apenas a designação, criação de uma equipa multidisciplinar de apoio à BE, atribuição de tempos no horário dos professores para desenvolver tarefas relacionadas com criação, gestão actualização de conteúdos/(meta)dados, e, a existência de equipamentos/ software úteis. Reconhecemos o trabalho da RBE junto do Ministério no sentido de (re)qualificar os serviços da BE (mais de 2000 BE apoiadas, figura do PB a tempo inteiro; PB no 1.º CEB e BE no 1.º CEB, sensibilização nas escolas«) contudo, as actuais medidas da tutela colocam muitas dúvidas quanto à sua continuidade. A BE é um serviço transversal a toda a escola, cuja missão passa por desenvolver estratégias que sejam inovadoras, apelativas, captem e potenciem novos usuários para os produtos/materiais que a biblioteca dispõe. A BE ao utilizar instrumentos Web 2.0 potencia exponencialmente os seus serviços c
educativos/informativos. Contudo, ao se simplificarem os processos de:
navegação; criação de contas ou a realização/ publicação/ partilha de documentos permite-se que mais pessoas participem. No entanto, temos de ter em atenção que, esta facilidade, criada pelo utilizador que também tem capacidade de criar e publicar conteúdos, exige mais rigor e espírito crítico de quem lê, já que, nem todos os documentos publicados possuem a qualidade ou o rigor esperados. Esta condição obriga a que os serviços da BE sejam mais complexos porque maior é a sua responsabilidade social, devendo divulgar e incluir nas suas bases de dados sites ou páginas de reconhecido valor científico, autores consagra dos ou páginas controladas / institucionais , ou, trabalhos previamente filtrados/seleccionados . Consciente das potencialidades e perigos da Web 2.0, das ferramentas que já utilizamos e das muitas que apenas conhecemos o nome mas que gostaríamos de experimentar, um aspecto é evidente: tomemos como exemplo o espírito aventureiro de outros È que, não dando ouvidos a ³Velhos do Restelo´ levam o seu sonho a outras paragens « È falando«. PS: Eu ainda estou a molhar os pés >« mas, com vontade de mergulhar « contudo, como estou ³afogada´ com trabalho real e virtual nas BE espero ter fôlego para o resto da formação «!