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educação e pesquisa
Extensão VEPOP-SUS – Vivências de estudos e presentes no evento.
aprofundamentos teóricos tecidos em diálogos com
Extensão em Educação Popular e Saúde
pesquisadores em Educação Popular de todo o país, os quais
no SUS. Esse Projeto é uma iniciativa de Os textos dessas entrevistas serviram
participaram do II Seminário Nacional de Pesquisa em Extensão
apoio e fomento às experiências como material básico e ponto de
Popular, na Universidade Federal da Paraíba.
brasileiras de extensão universitária na partida para debates e outras
Ministério SGEP
da Saúde SGTES CCTA
CCTA Capa: Helena Lima
VEPOP-SUS
EXTENSÃO POPULAR
educação e pesquisa
REITORA
MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA DINIZ
VICE-REITORA
BERNARDINA MARIA JUVENAL FREIRE DE OLIVEIRA
Diretor do CCTA
JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES
Vice-Diretor
ELI-ERI LUIZ DE MOURA
Conselho Editorial
CARLOS JOSÉ CARTAXO
GABRIEL BECHARA FILHO
HILDEBERTO BARBOSA DE ARAÚJO
JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES
MARCÍLIO FAGNER ONOFRE
Editor
JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES
Secretário do Conselho Editorial
PAULO VIEIRA
Entrevistadora:
Todas as entrevistas foram realizadas pela Profª. Andréa Alice da Cunha Faria, da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), doutoranda em Educação pela Universidade Federal
da Paraíba, durante o II Seminário Nacional de Pesquisa em Extensão Popular (SENAPOP).
Esse evento ocorreu em João Pessoa, PB, no ano de 2014, promovido pelo Grupo de Pesquisa
em Extensão Popular (EXTELAR) e pela Articulação Nacional de Extensão Popular (ANE-
POP)
José Francisco de Melo Neto
Pedro José Santos Carneiro Cruz
(Org.)
EXTENSÃO POPULAR
educação e pesquisa
Editora CCTA
João Pessoa
2017
Copyright © 2017 - José Francisco de Melo Neto
Pedro José Santos Carneiro Cruz
Efetuado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional,
conforme a Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À GRUPO DE PESQUISA EM
EXTENSÃO POPULAR (EXTELAR)
É permita a cópia total ou parcial, desde que citada a fonte.
O conteúdo desta publicação é de inteira responsabilidade do autor.
Ficha catalográfica elaborada na Biblioteca Central da
Universidade Federal da Paraíba
ISBN: 978-85-67818-82-5
CDU: 37.018.8
Parcerias: SEDH - PB
NESOL - USP
ITES – UFBA
NÚCLEO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA – UFSCAR
IUBES – UFCG
GEPPS – UFPB (campus IV – litoral norte)
OLATECSOL – UFPEL
OASIS – UFRN
LAEPT - UFPB
O NUPLAR é um Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa,
Ensino e Extensão em Economia Solidária e Educação Popular
voltado para a educação de pessoal de nível superior para
assessorias da educação popular - em seus variados campos de
aplicação - da economia solidária, que envolve ações relativas à
autogestão e a temas afins, bem como do observatório de políticas
culturais. É composto da Incubadora de Empreendimentos
Solidários (INCUBES), do Grupo de Pesquisa em Extensão
Popular (EXTELAR) e do OBSERVACULT (Observatório de Políticas
Culturais). Procura contribuir para o desenvolvimento local e a
geração de tecnologias sociais, promovendo novas perspectivas
conceituais e práticas para o papel social da universidade e
o aprofundamento de questões epistemológicas quanto ao
exercício da pesquisa, do ensino e da extensão.
Esse núcleo socializa sua produção acadêmica em
dois campos teóricos, criando duas séries: a primeira voltada
para a temática ‘economia solidária e sociedade’, e a segunda, a
educação popular.
Conselho Editorial
Anabel Riviero, Universidad de la República - Uruguai
Andres Ruggeri, UBA, Argentina
David Barkin, UNAM, México
Genauto Carvalho de França Filho, UFBA, Brasil
José Francisco de Melo Neto, UFPB, Brasil
José Luis Carretero Miramar - Espanha
José Maria Carvalho Ferreira - Portugal
Marco Antônio de Castilhos Acco, UFPB, Brasil
Maria de Fátima Melo do Nascimento, UFPB, Brasil
Maurício Sardá de Faria, UFPB, Brasil
Roberto Mendoza, UFPB, Brasil
Vanderson Gonçalves Carneiro, UFPB, Brasil
Conselho Consultivo
Paul Israel Singer, USP, Brasil
Roberto Veras de Oliveira, UFPB, Brasil
Henrique Tahan Novaes, UFSCAR, Brasil
Flávio Chedid Henriques, UFRJ, Brasil
Leôncio Camino, UFPB, Brasil
Carlos Martines, Argentina
Ricardo Antunes, Unicamp, Brasil
Fábio Bechara Sanchez, UFSCAR, Brasil
Camila Piñeiro Harnecker, Universidad de Habana, Cuba
Pedro Christófoli, UFFS, Brasil
José Carlos Mendonça, LASTRO – UFSC, Brasil
Rogério Medeiros, UFPB, Brasil
Dario Azzellini, Austria
Felipe Addor, UFRJ, Brasil
Roberto Horta, UFMG, Brasil
COLEÇÃO 1
ECONOMIA SOLIDÁRIA E SOCIEDADE
Títulos publicados:
Títulos a publicar:
Extensão universitária - diálogos de pertenças
COLEÇÃO 2
EDUCAÇÃO POPULAR
Títulos publicados:
Títulos a publicar:
APRESENTAÇÃO........................................................................................13
José Francisco de Melo Neto
Pedro José Santos Carneiro Cruz
PREFÁCIO....................................................................................................17
Timothy D. Ireland
9
PARTICIPAÇÃO POPULAR E ARTE NOS PROCESSOS DE
CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS PELA EDUCAÇÃO
POPULAR...................................................................................................115
Bruno Oliveira de Botelho
Pedro José Santos Carneiro Cruz
Islany Costa Alencar
Daniela Gomes de Brito Carneiro
10
SABER POPULAR E SABER CIENTÍFICO..........................................225
Severino Pedro Felipe
José Francisco de Melo Neto
11
APRESENTAÇÃO
COORDENAÇÃO DO EXTELAR
16
PREFÁCIO
Timothy D. Ireland1
20 3 The North of England Council for Promoting the Higher Education of Women.
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
COMENTÁRIOS FINAIS
REFERÊNCIAS
31
1
EDUCAÇÃO POPULAR
EM EXTENSÃO
POPULAR
ENTREVISTA COM AGOSTINHO ROSAS1:
Desafios para a educação popular na
universidade
INTRODUÇÃO
CONTRADIÇÕES DA UNIVERSIDADE
DESENVOLVIMENTO QUESTIONÁVEL
40
fronto com as práticas de cada momento histórico.
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
41
EDUCAÇÃO (POPULAR) E CONTRADIÇÕES
INTRODUÇÃO
CONTRADIÇÕES DA EDUCAÇÃO
5 Dialética é uma lógica que se caracteriza pela oposição entre tese e antítese,
que, mantendo qualidade das duas, produz nova síntese. Segundo Adorno,
“uma dialéctica autêntica não deveria, ao contrário da de Hegel, conduzir
a uma grande síntese, mas antes à aceitação de uma permanente fissura
- ou não coincidência – entre conceito e objecto. O objecto, esse, mantém-
se sempre excessivo a qualquer tentativa de assimilação conceptual
por parte do sujeito, prova irrefutável da noção de ‘não-identidade’ ou
de ‘negatividade’ oposta à lógica totalizadora que Adorno considerava
caracterizar a dialética do iluminismo” (ÁLVARES, 2013). Paulo Freire
concorda com as críticas pós-modernas ao iluminismo, mas, contra uma
pós-modernidade conservadora, rebate a ideia da inexorabilidade fatalista
do futuro e defende uma perspectiva dialético-dialógica, segundo a qual
“implica conceber a essencial abertura da vida humana para o mundo, a
partir da qual a história e, principalmente, o futuro humano, continuam
a reservar surpresas e novidades através de novas construções de formas
[...] de vida” (ZITKOSKI, 2010, p.117). A perspectiva dialética da educação
representa exatamente essa abertura para a possibilidade do novo. 49
José Francisco de Melo Neto e Pedro José Santos Carneiro Cruz (orgs.)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
83
EDUCAÇÃO POPULAR: Expressão de uma
teoria do conhecimento e de uma filosofia da
educação
88
tal logo se impôs (e ainda se impõe): a origem do conhecimento
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
“nada mais teríamos que fazer, a não ser adotar uma atitude cínica
ou de total desespero.” A luta pela liberdade, pela afirmação das
pessoas como “seres para si” (ou, sujeitos de si), enfim, a luta pela
humanização não faria sentido. No entanto, tanto a humanização
quanto a desumanização encontram sua raiz e fundamento na in-
conclusão humana. “A humanização e a desumanização, dentro
da história, num contexto real, concreto, objetivo, são possibili-
dades dos homens como seres inconclusos e conscientes de sua
inconclusão” (FREIRE, 1987, p.30). A condição de inconclusão,
bem como a consciência dela, é fundamental para a concepção
antropológica freireana e para a sua concepção de educação.
É exatamente na inconclusão humana que encontramos
o sentido da educação. “[...] precisamente na compreensão de ho-
mem e de mulher como ser em processo aberto, inconcluso, mas
consciente dessa sua condição e, por isso, permanentemente se
fazendo, que encontramos a razão de ser da educação” (BRUTS-
CHER, 2005, p. 126). O ser humano não nasce feito e acabado,
mas se faz educando-se. Segundo Freire, seria uma grande con-
tradição o ser humano saber-se inconcluso e não buscar ser mais.
Para ele, “diferente dos outros animais, que são apenas inacaba-
dos, mas não são históricos, os homens se sabem inacabados. Têm
a consciência de sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da
educação mesmo [sic], como manifestação exclusivamente huma-
na” (FREIRE, 2003, 73). Esse é um aspecto importante para uma
96 filosofia da educação.
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
achamos oportuno evidenciar que isso não significa que ela se re-
suma a um método. Essa contribuição metodológica só pode ser
compreendida como parte integrante de uma concepção episte-
mológica e de uma filosofia de educação, bem como de processo
político e culturalmente posicionado, em constante e dinâmica
interação com uma realidade em permanente mudança.
Em síntese, podemos dizer que a educação popular
cunhou, a partir de determinada concepção e de um posicionamen-
to político, uma pedagogia (e uma metodologia) do diálogo, da
participação, da ação coletiva, fundamentada no conhecimento crí-
tico e reflexivo sobre a realidade.
REFERÊNCIAS
104
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
105
ENTREVISTA COM RAY LIMA1: Conversas
com as experiências das Cirandas da Vida e do
Movimento Escambo Popular Livre de Rua
AS CIRANDAS E A PESQUISA-AÇÃO
O ESCAMBO
114
PARTICIPAÇÃO POPULAR E ARTE NOS
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DE
CONHECIMENTOS PELA EDUCAÇÃO POPULAR
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
142
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
145
ENTREVISTA COM MARCEL FRANCO
ARAÚJO FARAH 1: A institucionalização da
educação popular
APRESENTAÇÃO
148
isso o Estado teria que se responsabilizar por dar continuidade,
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
CONSIDERAÇÕES
155
APRESENTANDO O MARCO DE REFERÊNCIA
DE EDUCAÇÃO POPULAR PARA AS POLÍTICAS
PÚBLICAS: caminhos para a institucionalização da
educação popular1
160
vimento econômico e social que é identificado como “neodesen-
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
A) Dialogicidade
B) Conscientização
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR
SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E DE
EXPERIÊNCIAS
180
pular, que aproxime o referencial epistemológico e metodológi-
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
182
do as palavras de Brasil (2014):
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
188
2
PESQUISA EM
EXTENSÃO
POPULAR
ENTREVISTA COM IVANDRO DA COSTA
SALES1: Da extensão-apêndice à produção do
conhecimento pela confrontação dialógica de saberes
INTRODUÇÃO
CONFRONTAÇÃO DE SABERES
208
presenta a ciência prepotente, que agrega em si mesma a possibi-
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
218
ENTREVISTA COM EDUARDO SODRÉ 1:
A extensão popular, a pesquisa e a
construção de conhecimentos
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
quisa sem saber que está pesquisando. O grupo está fazendo pes-
quisa-ação o tempo todo, além dessa comunidade. É uma meto-
dologia que nasce na comunidade e é conduzida para o interior da
universidade quando há interesse acadêmico. O foco da pesquisa
é a ação sem desconsiderar a organização do conhecimento que
acontece no processo.
CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA-AÇÃO
224
SABER POPULAR E SABER CIENTÍFICO
INTRODUÇÃO
SUPERANDO “RECEIOS”
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
252
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
253
José Francisco de Melo Neto e Pedro José Santos Carneiro Cruz (orgs.)
254
3
CONSIDERAÇÕES
PARA A CONCLUSÃO
DESTA OBRA E A
CONTINUIDADE DE
DIÁLOGOS
Se compreendermos a extensão como algo muito maior
do que um pilar acadêmico, poderemos enxergá-la, como propos-
to por Paulo Freire, como comunicação, como um encontro com
o outro e com a outra para uma confrontação de saberes visando
à construção solidária, amorosa, participativa e compartilhada de
novos horizontes para a vida. É com base nessa compreensão que
defendemos, pela concepção de extensão popular, que a extensão
é um ponto de partida do fazer acadêmico. Isso quer dizer que
o encontro humano e a inserção compromissada e cotidiana em
uma realidade social devem ser o começo de qualquer processo de
construção de conhecimentos.
Ressalte-se, porém, que, se a extensão é o ponto de parti-
da, implica aí a necessidade de as ações extensionistas (de encon-
tro com o outro e com o mundo) serem enxergadas como o início
de uma jornada rumo a grandes desafios, particularmente, o da
pesquisa e o do ensino. A extensão precisa ser capaz de mobilizar
questões, curiosidades, inquietações e temas para a pesquisa e, ao
mesmo tempo, fomentar, estimular e recomendar pontos, meto-
dologias e reflexões para o ensino e a formação. Por essa razão, as
ações de extensão devem ousar ir além do ativismo no cotidiano
extensionista das atividades corriqueiras e das próprias da inser-
257
José Francisco de Melo Neto e Pedro José Santos Carneiro Cruz (orgs.)
ções comunitárias. Tal tarefa, certamente, será difícil, mas não im-
possível, uma vez que essa característica (a de ir além) faz parte
da vocação da extensão, se compreendida como comunicação, na
medida em que a inserção social e comunitária propicia, a todo
tempo, questões a serem investigadas e aprimoradas pela pesqui-
sa, bem como temas, assuntos e metodologias que inspiram um
ensino articulado a essa realidade.
Acreditamos que, dessa forma, apresenta-se um caminho
para um fazer universitária em que o tripé acadêmico deixa de ser
um sonho e se torna, efetivamente, indissociável, pois articulado
em uma perspectiva dialética. Na atual conjuntura universitária,
a extensão popular apresenta intencionalidades, metodologias e
perspectivas que rumam nesse sentido. Assim, vivenciar a exten-
são popular é constatar a expressão vibrante de um número sig-
nificativo de atores universitários e sociais dedicados a construir
permanentemente a utopia de uma universidade popular, ou seja,
participativa, libertária, amorosa e democrática, onde a educação
popular deixe de ser algo estranho ou esquisito para significar
uma matriz orientadora e uma fonte permanente de inspirações
de uma instituição – a universidade – que dê sentido à vida de
todas as pessoas. Que consiga produzir, discutir e socializar co-
nhecimentos capazes de fomentar uma vida em sociedade mais
solidária, crítica, amorosa e igualitária. Esse desejo não é apenas
uma utopia, é uma realização, uma utopia que pode ser vista, sen-
258 tida, saboreada.
EXTENSÃO POPULAR: educação e pesquisa
261
Participe de espaços de comunicação e discussão da
Extensão Popular em nível nacional!