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A Quimera

Borges:
Borges faz uma colagem de interpretações de Homero – Ilíada (cabeça de leão, ventre
de cabra e cauda de serpente), e Hesíodo – Teogonia (tem três cabeças), da escultura de
bronze Quimera de Arezzo, de Servius Honoratus (Quimera como metáfora do vulcão
com leões, cabras e cobras), e de Plutarco (nome de um capitão pirata que pintara em
seu barco um leão, uma cabra e uma cobra). Termina por definir o termo quimérico na
semântica moderna como o impossível, idéia falsa, vã imaginação. O monstro aqui não
é descrito profundamente, tem função apenas de ditar o tema de interesse unificador
deste texto que leva o leitor através dos séculos começando por referências (não usa
citações ipsis litteris) retiradas da obras clássicas que definiram o monstro e terminando
por uma justificativa pra a definição no dicionário moderno. A Quimera é apresentada
como metáfora para o vulcão, e como sinônimo de utopia, devaneio, ou ainda como a
representação de algo que tem partes incongruentes.

Origens na cultura:

“Biografia” do mito:

∗ Surgiu na Lícia, na região de Anatólia (hoje se situa na Turquia, mas era parte do
Império Grego Antigo) durante o século VIII a.C..

∗ Na versão mais aceita a Quimera é filha de Tífon (demônio das tempestades de


inverno mortais, gigante maior que todas as montanhas, com braços poderosos e
cem cabeças de serpente com línguas negras e olhos que expeliam fogo e gritos
de desespero) e Equidna (demônio invernal das doenças, gigante com tronco de
mulher e a outra metade de cobra), e irmã de Hidra de Lerna, Cérbero e Ortros.
Suas descrições variam, mas têm como ponto comum o fato de que esta besta é a
mistura de três animais. É descrita como sendo uma fêmea de origem divina e
tendo a parte anterior de um leão (e não leoa), a do meio de uma cabra, e a parte
posterior varia entre serpente ou dragão. Às vezes tem somente uma cabeça, e
em outras tem três. Solta fogo, geralmente pelas narinas.

∗ Foi criada pelo rei da Cária para a destruição de seus inimigos, mas acaba por
assolar várias cidades e matar muitas pessoas.

∗ O Rei da Lícia, Iobates, manda Belerofonte matar a Quimera (ainda que


esperasse que ele morresse no processo). O “herói” passa a noite na casa de
Minerva que lhe presenteia com rédeas de ouro (o que encanta Pégaso e faz com
que este fique à disposição do primeiro).

∗ No lombo do cavalo alado, Belerofonte voa por cima da Quimera e dispara


flechas contra ela, mas o calor do bafo de fogo do monstro as derrete, ele então
tem a ideia de colocar chumbo na ponta de sua lança e a crava no meio dos
maxilares do monstro atravessando sua garganta. O bafo da Quimera derrete o
chumbo que queima suas partes internas e sela seus órgãos, asfixiando-a e
causando sua morte.
Origens na Literatura:
∗ Homero, Ilíada (século VIII a.C.) - “... primeiro ele (Iobates) mandou-o
(Belerofonte) embora com ordens de matar a Quimera da qual ninguém pode se
aproximar; ela era uma coisa de feitura imortal, não humana, na parte de frente
leão e cobra na detrás, uma cabra no meio, e expirava o sopro da terrível chama
do fogo fúlgido. Ele matou a Quimera, obedecendo aos presságios dos
imortais...”

∗ Hesíodo, Teogonia (século VIII ou VII a.C.) – “... ela (Equidna) gerou a
Quimera, a qual expirava fogo furioso, uma besta grande e terrível, forte e
rápida nos pés. Suas cabeças eram três: uma que era de um leão com olhos
brilhantes, outra de uma cabra, e a terceira de uma cobra, um poderoso dragão.
Mataram-na Pégaso e o nobre Belerofonte...”
Interpretações diversas:
∗ Robert Graves, Os Mitos Gregos (edição revisada 1960) - “a Quimera ... era
símbolo do ano tripartido sagrado da grande deusa, leão para a primavera, cabra
para o verão, e serpente para o inverno...”. A interpretação sugerida da criatura
como uma alegoria das três estações do ano (como este era dividido em tempos
muito antigos) é complementada pela idéia de que ela também representava a
passagem de uma sociedade matriarcal dominada pela deusa Lua para uma
patriarcal dominada pelo rei Sol

∗ Barry D. Kahan, primeira edição do periódico Quimera (1989) - “... uma


interpretação interessante (do simbolismo da Quimera) coloca Belerofonte, o pai
da linha de príncipes da Lícia, contra um monstro oriental não-grego. Isso não só
demonstra xenofobia e racismo, mas também a conquista do sobrenatural por
aquela civilização... já freudianos consideram que o ataque arrebatador de
Belerofonte por cima da Quimera denota conquista sexual...”

∗ Para Servius Honoratus (século IV d.C.), a criatura era somente uma


representação ingênua de um vulcão chamado Chimaera localizado na antiga
Lícia, e Belerofonte foi o primeiro colonizador que conseguiu se estabelecer lá.

∗ Inghirami (século XIX) escreveu que a Quimera representava as estações do


ano: o verão (chamas vindo da boca do leão), a primavera (cabra) e o outono por
vir (serpente)

∗ Já no antigo Oriente Médio, durante a civilização suméria, acreditava-se que


existia uma grande deusa da fertilidade, Inanna, que tinha um leão alado. Em
uma versão este leão é uma das encarnações do deus das tempestades, a criatura
que provoca trovões e raios, e que acaba se transformando na Quimera. Em
outra, mais difundida, é a própria Inanna que se transforma na Quimera
Usos:

∗ Na Zoologia:
- É um animal que tem duas ou mais populações de células que vêm de
diferentes zigotos
- É um peixe cartilaginoso marinho relacionado com os tubarões. Vive nas
profundidades, possui fecundação interna, e tem glândulas de veneno ligadas
à espinha dorsal
∗ Na Botânica: organismos simples composto de dois tipos diferentes de tecido

∗ Na Biologia: quando dois óvulos fecundados se fundem, misturando as


informações genéticas. Se os dois óvulos se fundem antes dos quatro dias de
gestação o bebê será quimérico, se depois dos quatro dias, serão gêmeos
xipófagos (siameses)
∗ Na Arquitetura: com o passar do tempo a Quimera passou a generalizar todo o
monstro fantástico usado na decoração arquitetônica

∗ Na Religião: a arte cristã medieval fez da Quimera um símbolo do mal. Um


mosaico greco-romano encontrado na Síria indica que a famosa cena medieval
de São Jorge montado em um cavalo matando o dragão com uma lança deriva
das caracterizações de Belerofonte montado em um cavalo alado matando a
Quimera com uma lança (bastante compreensível já que a Capadócia é na
Turquia também)
∗ No Dicionário: a Quimera tem caráter fantástico, por isso quimerismo e
quimérico se referem a algo que não passa de fruto da imaginação, ilusão,
sonho, utopia

∗ Na linguagem popular: o termo quimera é sinônimo de qualquer composição


fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou
incongruentes
Significados:

Etimológico: χίμαιρα (khimaira/chimaira) – substantivo feminino que


significa cabra (ligado a khimaros - bode); seu nome parece ter derivado de
kheima (inverno, frio, geada) + aera (ar) = khimaira; usado pela primeira
vez com a conotação de “fantasia” (em Inglês) em 1587. Hoje em dia
significa uma ilusão ou fabricação da mente, produto grotesco da
imaginação, sonho irrealizável.

Cultural:
Representava:
∗ O (frio do) inverno: sua cabeça de leão que solta fogo representa as temperaturas
congelantes (e a geada); sua cabeça de cabra, as tempestades de inverno (aigis
em grego significa tanto “algo gramaticalmente feminino pertinente a uma
cabra/casaco de pele de cabra” quanto “violenta tempestade”); e sua cabeça de
serpente, as doenças do inverno.
∗ O mitológico vulcão de mesmo nome: Chimaera, com a base infestada de
serpentes, nas encostas prados e cabras, no topo leões e labaredas. Hoje se sabe
que tal vulcão é na verdade um fenômeno natural que acontece há milhares de
anos ininterruptamente, são varias chamas eternas no topo de uma montanha
rochosa (Yanar) perto do Olympus, o fogo vem do metano que escapa da terra.
Na Yanar supostamente viviam leões, cabras e cobras; estes três elementos
juntamente com o fogo são as quatro características da Quimera.
∗ As estações do ano sendo: leão para a primavera, cabra para o verão, e serpente
para o inverno; ou verão (chamas vindo da boca do leão), a primavera (cabra) e
outono por vir (serpente)

∗ Ver uma Quimera era sinal de que haveria tempestades, naufrágios, e desastres
naturais, em especial de vulcânicos.

∗ Luta bem e mal – consolidação do maniqueísmo na cultura popular

O lado oeste da noite – Arlindo Fernandez (Campo Grande, 2006)

Como dizia uma poetisa, “o passado é uma estranha criatura”. Claro que é. Creio que os
fósseis dessa criatura são ecos para sempre, assim como as ondas de rádio que vagam
por todos os rincões do Universo. Minha condição humana me fascina, pois conheço a
fronteira de minha existência e ignoro porque estou neste mundo. Hoje uso calcinha de
renda nhanduti, mas já fui fera primitiva, cuja ignorância fazia brotar flor. Isso foi em
1977, quando cheguei por aqui. Eu era um rapaz magro, erótico, cujo conhecimento em
filosofia chegava aos deslimites da idiotice por não querer ser mais idiota que os outros.
Foi um bom tempo. Naquela época eu bebia cervejas e ouvia óperas.
Foi então que conheci Mimi. Decorei cada canto e cada acorde, La Bohème foi decisiva
para minha transfiguração. Notei que a natureza fazia experimentos com desmanches e
procurava a simetria matemática nas coisas. Eu, que não tinha uma prece para rezar,
nem um canto além daqueles becos de Corumbá, resolvi seguir os passos do Cosmos.
Ouvi seus pulsares, vi desvões na massa escura, paredões de galáxias, estrelas, mundos
e átomos. Percebi que tudo isso seguia em linha reta, igual à conjectura de Poincaré.
Pela janela da pensão onde eu morava, esticava o olhar sobre o rio que, como um
espelho, refletia gaivotas, nuvens, a lua e as estrelas em noites escuras. Éramos criaturas
que viviam ao lado oeste de algum lugar, sitiadas pela melancolia, pelos camalotes
errantes, barcos, telhados e becos cheirando a urina e peixe. A noite era uma janela
aberta e servia como moldura para os loucos e bêbados. Eu tinha a certidão de homem
adolescente e sonhos de Quimeras.
Queria ser uma mulher no sentido mais profundo da palavra. Não era para incorporar,
era para compreender. Gostei de ser um menino e cheirar fendas de moças com fiapos
de manga – foi uma teoria e uma proeza solitária. Mas, em meio à trama do espaço e do
tempo fui, aos poucos, me moldando a Quimera, cujo corpo me deixava em brasa de
desejo ante ao espelho. Nas somas de tudo, o resultado era uma bela conjectura que me
ampliou cientificamente para o nada. Mesmo assim, decidi que o Universo era mulher.
Vesti saias coloridas, coxas delineadas, curvas, batons e gestos, eu era uma mulher
perfumada.
Quimera tinha vestígios de homem, mas era bela e de coração sem lei e comportamento
onde homens e mulheres vadiavam. Era artificial e, mesmo assim, fui abençoada pelo
amor de Agosto, um homem platônico e verdadeiro – desapareceu no Rio Paraguai.
Das vilezas do homem herdei todas. Como mulher, cheguei ao limiar de uma evolução
absurda e verdadeira.
Hoje, o dia envelhece em meus pincéis. Pinto quadros para meu sustento e as nuvens
são ponteiros de um relógio invisível em minhas telas. Nem as moscas me iluminam
mais, o tempo envelheceu até o horizonte do rio. Tenho nudofobia e olhos pagãos sobre
os corpos perfeitos das moças que passam pelas ruas.
Quando a noite vem nascendo, sinto uma melancolia de trem, ligo o rádio e ainda me
recordo de Mimi. As gaivotas desaparecem, embebedo-me com licor de guavira e
canto...
“Sì. Mi chiamano Mimì,
ma il mio nome è Lucia.
La storia mia è breve.
A tela o a seta
ricamo in casa e fuori...
Son tranquilla e lieta
ed è mio svago
far gigli e rose.
Mi piaccion quelle cose
che han sì dolce malìa,
che parlano d'amor, di primavere,
di sogni e di chimere,
quelle cose che han nome poesia...
Lei m'intende?”

--
Hoje uso calcinha de renda nhanduti, mas já fui fera primitiva, cuja ignorância fazia
brotar flor - calcinha de renda, veste-se de mulher. Primitividade, ignorância, fraqueza
do lado homem dele permitiu que a porção mulher nele ganhasse forças para vir à tona.
Da ignorância dele nascia uma flor, seu lado delicado, seu lado mulher (como a flor de
lótus que na filosofia indiana nasce das lamas da ignorância).
Eu tinha a certidão de homem adolescente e sonhos de Quimeras - era adolescente e
já sonhava em se transformar, se travestir, tinha sonhos, devaneios sobre transformar-se
em um ser quimérico e, por definição, contraditório.
Queria ser uma mulher no sentido mais profundo da palavra. Não era para incorporar,
era para compreender - queria ver o mundo através dos olhos de mulher, o mundo,
frágil e delicado como a própria mulher, tem nuances que só podem ser compreendidas
por um ser compatível com essa sensibilidade.
... fui, aos poucos, me moldando a Quimera - foi se aceitando como travesti. A
Quimera era a aceitação de sua porção mulher.
... me moldando a Quimera, cujo corpo me deixava em brasa de desejo ante ao
espelho - sente-se bonito, se acha desejável quando se vê no espelho com aparência de
mulher porque finamente fica “confortável em sua pele”.
Quimera tinha vestígios de homem - não vira mulher nem transexual, vira travesti.
... decidi que o Universo era mulher. Vesti saias coloridas, coxas delineadas, curvas,
batons e gestos, eu era uma mulher perfumada - Universo é mulher, é belo, é delicado.
Ele se veste de mulher, se sente mulher, a flor ofuscando a ignorância. Fica vaidoso, a
auto-estima cresce, quer se arrumar e chamar atenção para que todos o vejam.
... coração sem lei e comportamento onde homens e mulheres vadiavam - Quimera lhe
dá liberdade em vários campos. O bissexualismo é evidenciado, além disso, ele se vê
tanto como homem quanto como mulher.
Das vilezas do homem herdei todas. Como mulher, cheguei ao limiar de uma evolução
absurda e verdadeira - do homem vinha sua porção ruim, animal, seus defeitos.
Ressente este lado, mas não o nega, aceita que para virar o ser fantástico precisa
conviver com essa contradição. Idealizava a mulher nele, a qual trazia todas suas
virtudes, era a parte dele que fazia ele se sentir bem consigo e com o mundo, o lado que
permitia que ele fosse seu eu verdadeiro, sem mentiras ou disfarces.
Quimera é utilizada como ser fantástico e também como utopia, fantasia, e é
representada no ser transmutado (ele mesmo depois de assumir sua porção mulher e
virar travesti).
A Quimera tem função redentora porque permite que ele evolua e se encontre, que ele
se sinta um ser humano melhor ("evolução absoluta e verdadeira").
Ela representa um signo espiritual a partir do momento em que permite a
transcendência do homem e o direcionamento de sua alma em busca de uma conexão
com o universo.
É um signo social porque a sociedade (mesmo que não explícita no texto) é a
definidora do contexto social e do que é considerado “normal”, e esta enxerga o travesti
como o “diferente”, o bizarro.
A maneira como a idéia é apresentada causa estranhamento porque insere a figura
mítica nessa mutação psicofísica de maneira metafórica e quase poética.
Ele se sente ser fantástico, mágico, sua mente e corpo em unidade lhe dando poderes
para compreender a fragilidade e beleza do universo que é mulher, lhe permitindo
renascer como a flor que brota da lama, sua própria flor de lótus.

Jake Long: Dragão Ocidental - Episódio: Dreamscape


Jake tem um amuleto dos sonhos que permite que ele viaje dentro dos sonhos de
outros ou dos seus. Seu professor lhe dá uma tarefa impossível valendo como nota final
e diz que ele deve fazer uma prova sobre um cientista, mas não diz quem é. Enquanto
Jake esta viajando em sonhos ele conta a sua amiga Rose sobre o que o professor fez, e
ela tem uma idéia. Ela parte um pedaço da “fábrica” da qual é feita o sonho dela e eles
encontram um corredor que conecta os sonhos, medos, e expectativas de umas pessoas
com os das outras. No corredor há portas com os nomes de todos no mundo e por trás
destas portas estão os sonhos de cada pessoa. Eles entram na porta correspondente a seu
professor e passeiam por suas memórias e sonhos até encontrarem as respostas da
prova. Quando eles estão saindo aparece uma Quimera e ataca Jake. Rose explica que
esta é uma criatura mitológica que aparece nos sonhos para assustar as pessoas. Os dois
saem correndo da “cabeça”do professor e deixam a porta aberta. No dia seguinte, na
escola, todos estão de mau humor porque tiveram pesadelos a noite toda e alguém
descreve o monstro para Jake que imediatamente o identifica. Eles decidem voltar para
o corredor e achar a Quimera junto com mais alguns amigos. Levam consigo uma
armadilha para capturá-la. Quando chegam lá vêem a Quimera entrando e saindo de
todas as portas, com passagem livre para os sonhos de todos. Depois de alguns
contratempos e de quase prender o monstro uma vez, eles alcançam a besta novamente
e Jake consegue prendê-la. No dia seguinte ele tira dez na prova.
--
O reino dos sonhos é representativo do inconsciente coletivo, guardando os sonhos,
expectativas e medos das pessoas. Cada quarto individual é uma parte constituinte e
transformadora do reino enquanto coletividade.
A Quimera representa a alteridade do ser fantástico (monstro é o nosso “outro”,
encarna o espelho das vilezas e angustias do homem e da sociedade), e permite
autocrítica dos aspectos humanos retratados.
É uma projeção psicológica que simboliza o contexto de certo momento, seus
conflitos, e os traumas coletivos e históricos que o discurso racional não consegue
exprimir. Aqui em especial, já que se apresenta no imaginário social (reino dos sonhos).
Sua crueldade, sua má índole, e sua sede de sangue são vistas em pessoas também, e
não é difícil encontrar paralelos na historia da humanidade.
É um signo social porque o monstro é “diferente”, além de não ser humano tem três
cabeças.
É um signo psicológico porque apesar de não representar criatividade ou loucura, a
Quimera esta inserida no reino dos sonhos, no inconsciente coletivo de onde além de
sonhos, saem todos os medos e expectativas das pessoas.

O lado oeste da noite X Jake Long: Dragão Ocidental


Eu tinha a certidão de homem adolescente Sonhos com a Quimera no desenho
e sonhos de Quimeras – sonhos belos, animado - pesadelos que deixam todos
felizes, que o deixam realizado com medo e de mau humor e que causam
acidentes de carro e alienação
Quimera é algo positivo, do bem, um ser É do mal, um monstro que terroriza as
com qualidades que denotam uma pessoas
“evolução absoluta e verdadeira”
Tem função redentora porque permite Tem função de representar a maldade
que ele evolua e se encontre coletiva
Quimera lado oeste representa a Ela também representa a alteridade no
alteridade no ser “fantástico”, ser fantástico, mas como o espelho
representa a união do ser com o seu escatológico da sociedade, colocando-a
“outro”, ou melhor, com sua “outra”, com diante das angustias de sua dinâmica
o seu próprio espelho em versão feminina
O livro dos seres imaginários X Jake Long: Dragão Ocidental
O monstro tinha três cabeças e era Também tinha três cabeças destes
mistura dos animais leão (parte mesmos animais, mas as cabeças são
anterior), cabra (meio), todas grudadas em um corpo de leão
serpente/dragão (posterior)

Metáfora do vulcão Metáfora do pesadelo


Quimera é monstruosa e representa um É representada da mesma maneira aqui
ser mitológico do mal
Belerofonte = = Jake Long
Nos textos que Borges usa como Ela assola o reino dos sonhos assustando
referência a Quimera assolava cidades do todos, e em decorrência de tais pesadelos
reino da Lícia e da Cária vomitando assola cidades na vida real causando
fogo e matando muitos acidentes e alienando as pessoas
Sua morte representa triunfo do bem Sua captura representa triunfo do bem
(Belerofonte) sobre o mal (Jake) sobre o mal
Borges também apresenta a quimera como A Quimera faz parte do reino onírico, dos
idéia falsa, vã imaginação, e, por sonhos; ela vive somente na cabeça das
sinonímia, podemos concluir como sonho pessoas, em sua imaginação, como o
(devaneio) próprio sonho (devaneio) enquanto
representação mental de algum desejo

O livro dos seres imaginários X O lado oeste da noite


Quimera era fêmea Também representa a porção feminina
“... monstro era originário da Lícia e que Também é uma metáfora, mas para a
nessa região há um vulcão, que tem seu elevação dele (o liberta, lhe dá auto-
nome. A base está infestada por serpentes, estima, “evolução absurda e
nas encostas há prados e cabras, o cume verdadeira”)
exala labaredas e nele têm guarida os
leões; a Quimera seria uma metáfora
dessa curiosa elevação...” - Servius
Honoratus (Borges)
De acordo com Homero (Borges) - 3 2 seres em 1 (homem e mulher)
animais em 1
De acordo com Hesíodo (Borges) - cabeça cabeça de mulher + cabeça de homem = 2
de leão + cabeça de cabra + cabeça cobra cabeças
= 3 cabeças
Quimera como vulcão de mesmo nome no Quimera como um impulso incontrolável
qual “o cume exala labaredas” de querer deixar seu lado mulher vir à
tona - “Queria ser uma mulher no
sentido mais profundo da palavra”. A
transformação nesse ser o deixava
excitado como um vulcão em erupção -
“fui, aos poucos, me moldando a
Quimera, cujo corpo me deixava em
brasa de desejo ante ao espelho”
Nos textos que Borges usa como Quimera é o lado gentil, suave, o lado
referência a Quimera é monstruosa, evoluído dele, representa coisas boas
representa coisas ruins
Nos textos que Borges usa como No conto, o “nascimento”, o desabrochar
referência a morte da Quimera é o triunfo da Quimera representa o triunfo da
do bem sobre o mal evolução sobre a ignorância (seguindo
uma lógica simplista poderia-se dizer do
bem sobre o mal, uma vez que evolução
indica melhora)

A Quimera pode ser vista como uma metáfora de nossos tempos, o retrato perfeito da
matança banalizada e sem sentido. Sua história de vida e de morte pelas mãos de
Belerofonte, onde o vencedor não dá ao derrotado chance para se explicar ou se
defender, encontra paralelos na atualidade. A luta mítica é reencenada no ataque às
Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, o qual lembra o ataque de Belerofonte à
Quimera: criaturas voadoras atacando, e as torres pegando fogo. É um pedacinho de
Belerofonte e seu cavalo voador Pégaso. O louco, ou os loucos que organizaram o
ataque esqueceram do lado humano das torres, não valorizaram as vidas que ali
estavam, não consideraram que essas pessoas não podiam se defender. A Quimera
também não teve oportunidade de se defender quando foi atacada. Para Belerofonte, a
Quimera era somente um monstro horrível e perigoso, e ele seguiu o princípio de que o
que não podia entender, destruiria. O “herói” esqueceu do papel antigo dela como
deusa da fertilidade, seu lado bom. Mas a verdade, a conclusão final de tudo isto é que o
Homem nunca vai aprender a viver em paz!

Bibliografia:
www.mythicalrealm.com/creatures/chimera.html
http://en.wiktionary.org/wiki/%CF%87%CE%AF%CE%BC%CE%B1%CE%B9%CF
%81%CE%B1
http://www.abovetopsecret.com/forum/thread482782/pg1
http://www3.unifi.it/surfchem/solid/bardi/chimera/
http://www3.unifi.it/surfchem/solid/bardi/chimera/origins.html
http://chimerathemovie.tripod.com/
http://www.statemaster.com/encyclopedia/Chimera-(mythology)
http://etimologias.dechile.net/?Quimera
http://www.perseus.tufts.edu/hopper/searchresults?q=%22khimaira%22
http://www.etymonline.com/index.php?term=chimera
http://culturaclassica.blogspot.com/2007/02/expresses-Quimera.html
http://www3.unifi.it/surfchem/solid/bardi/chimera/figurativechimera/index.html
http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.04.0058:entry
%3Dxi/maros
http://www.wordia.com/chimera/etymologies
http://www.allwords.com/word-chimaera.html
http://www.cirali.gen.tr/pg.aspx?lang=eng&pg=ciralicevresi
http://en.wikipedia.org/wiki/Chimera_in_popular_culture
http://chimerachic.com/
http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Chimera_(mythology)#Etymology
http://www.theoi.com/Ther/Khimaira.html
http://mw2.merriam-webster.com/dictionary/chimera
http://www.virtualworldlets.net/Resources/Hosted/Resource.php?Name=Chimera
http://www3.unifi.it/surfchem/solid/bardi/chimera/rasmussenchimera/rasmussenchimera
.html
http://www.alaturkaturkey.com/index.php?view=turkey-antalya-chimera-yanartas-
burning-rocks-sights-and-attractions-things-to-do
o lado oeste da noite – arlindo fernandez

o livro dos seres imaginarios – borges

jake long: dragao ocidental (dreamscape)

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