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Bibliografia

Wielewicki, Vera. 2001. “A pesquisa etnográfica como construção discursiva”. Acta


Scientiarum, 23 (1). pp. 27-32.

O artigo discute de que modo a pesquisa etnográfica pode ser vista como uma
construção discursiva, procurando defini lá e discutir os seus princípios e as formas de
avaliação de seus resultados. O autor nota que a definição consensual da etnografia é
descrever a cultura de um grupo de pessoas, interessada no ponto de vista dos sujeitos
pesquisados.

O autor apresenta as seguintes questões em relação a etnografia: a questão da


representação – em que medida os achados de pesquisa correspondem a realidade do
grupo pesquisado – revolve as discussões epistemológicas acerca do binómio do
verdadeiro/falso. Como provar que as escavações revelam um templo sagrado? Essas
são questões que levaram a severas críticas da etnografia como: a falta de confiabilidade
e que é conduzida irresponsavelmente por pessoas não treinadas.

O autor explica que a acusação de falta de rigor científico pode ser refutada
considerando que um método não pode descreditar outro só por diferir de suas regras de
conduta, que, entretanto, devem ser conhecidas por quem propõe segui-las. Pois, parece
que essas críticas exigem da etnografia que possa ser mensurada, quantificada e que
possa provar a veracidade dos seus achados a fim de um conhecimento totalizante.

O autor discute dois princípios básicos da etnografia apresentados por Van Lier: o
princípio émico e o holístico. O émico é estabelecido em contraste a ética e deriva das
palavras fonémico e fonético. Assim, o ético refere-se àquilo que descreve e generaliza
sem se preocupar com o contexto. E o émico refere-se a regras, a conceitos, a crença e a
significados dos povos em seu próprio grupo.

O autor diz que outro princípio da pesquisa etnográfica é o papel da teoria relativa a
preconcepções. Ela ajuda ao pesquisador a decidir que tipos de evidências poderão
responder suas perguntas de pesquisa. Embora guiada pela teoria, a pesquisa etnográfica
não é determinada por ela. Cada situação investigada deve ser compreendida em seus
próprios termos e da perspectiva de seus participantes, segundo o princípio émico.
O etnógrafo procura primeiro construir uma teoria do local estudado, e depois, procura
extrapolar ou generalizar para outras situações, por meio de comparações. Portanto, ela
é a segurança académica do pesquisador, e dela vai gerar novos textos, corroborando e
refutando suas ideias, até que a palavra não mais pertença ao seu autor.

Para validar a pesquisa etnográfica, o autor discute três linhas de pensamento: O


realismo sutil (representação) - um relato é válido ou verdadeiro se apresenta, com
precisão, as características do fenómeno que pretende descrever, explicar ou teorizar
(julgar a validade das afirmativas com base na adequação da evidência fornecida para
suportá-las). O realismo defende que existe uma realidade independente do pesquisador
que pode ser conhecida, e o objectivo da pesquisa seria de produzir relatos que
correspondam a essa realidade, ou discutir e representar fielmente a verdadeira natureza
do fenómeno social (5). E, o construtivismo defende que as pessoas constroem o mundo
social, através de suas interpretações e acções baseadas a essas interpretações.

O autor conclui que a pesquisa etnográfica pós-moderna, não se preocupa em


representar verdadeiramente a cultura de um grupo de pessoas, mas é discurso,
verdadeiro em um contexto, mas que não deixa de ser uma versão construída do outro,
mesclada com a visão de si mesmo. Não se pode saber verdadeiramente, mas a ideia é
estar convictos ou não da imagem que nos é desenhada.

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