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PALAVRAS 10

Teste de avaliação – 10.º ano novembro 2019

Educação Literária

Grupo I (100 pontos)

A (80 pontos)

Lê atentamente o seguinte texto e consulta as notas apresentadas.


Ida a Mãe, fica Inês Pereira e o Escudeiro. E senta-se
Inês a lavrar, e canta esta cantiga:

INÊS “Si no os huviera mirado ESCUDEIRO Será bem que vos caleis.
no penara, E mais, sereis avisada
pero tampoco os mirara.” que não me respondais nada,
O Escudeiro, vendo cantar a Inês Pereira, mui agastado em que ponha fogo a tudo,
lhe diz: porque o homem sesudo
ESCUDEIRO Vós cantais, Inês Pereira? traz a mulher sopeada3.
Em vodas1 m’andáveis vós?
Juro ao corpo de Deus Vós não haveis de falar
que esta seja a derradeira! com homem nem mulher que seja
Se vos eu vejo cantar, nem somente ir à igreja
eu vos farei assoviar… não vos quero eu leixar.
Já vos preguei as janelas,
INÊS Bofé2, senhor meu marido, por que não vos ponhais nelas.
se vós disso sois servido, Estareis aqui encerrada
bem o posso eu escusar. nesta casa, tão fechada
como freira d’Odivelas4.
ESCUDEIRO Mas é bem que o escuseis,
E outras cousas que não digo! Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira.

INÊS Porque bradais vós comigo?

1. Localiza o excerto na estrutura interna da obra.


2. Caracteriza Inês Pereira e o Escudeiro.
3. Explicita a evolução do relacionamento entre o Escudeiro e Inês.
4. Identifica um recurso expressivo na última fala do Escudeiro e comenta a sua
expressividade.

B (20 pontos)
1
em festas.
2
francamente.
3
presa com rédea curta.
4
O convento de Odivelas era conhecido pelo restrito cumprimento das regras religiosas de reclusão.
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PALAVRAS 10

5. Num texto bem estruturado, com um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras,
apresenta uma exposição sobre o cómico em Gil Vicente. Recorre ao esquema apresentado
para estruturares o teu texto. Não te esqueças de exemplificar com a obra Farsa de Inês
Pereira.
Introdução
 Importância do cómico

Desenvolvimento
 Crítica social
 Moralização social
 Diferentes tipos de cómico
Conclusão
 Divertimento e emenda dos erros

Grupo II (50 pontos)


Litura | Gramática

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.


Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.
O lado certo da língua
Estava eu com um colega numa loja de discos em segunda mão, em Salvador da
Bahia, quando a funcionária, reparando na nossa pinta de estrangeiros, perguntou
naturalmente: “De onde vocês são?”. Respondemos que éramos de Portugal, ao que ela
retorquiu, com menos espanto do que o nosso: “Mas falam português muito bem!”.
Aceitámos o cumprimento. (…)
Por cá, caem-se nos excessos contrários. Ainda no outro dia ouvi dizer: “Hoje as
crianças estão menos habituadas à língua brasileira, por causa das telenovelas
portuguesas”. É tão disparatado quanto dizer que as crianças estão menos habituadas ao
açoriano porque nunca mais se fez uma série do género Xailes Negros. O brasileiro não
existe, tão pouco o açoriano. Só em Portugal se ouve dizer que os brasileiros falam
brasileiro. Os brasileiros sabem bem que falam português.
Temos a mania de que vivemos do lado certo da língua. Como se a ‘paternidade’
implicasse posse. E como se a nossa fala de hoje se aproximasse da de Dom Dinis. (…) As
línguas são organismos vivos em constante mutação. E este oceano que nos separa ajudou
a que as duas variantes acentuassem as suas diferenças, chegando, em alguns casos, a um
ponto próximo da incomunicabilidade. Mas a língua é a mesma, claro que sim. Ainda que
alguns se esforcem por criar clivagens.
Eu, por mim, parafraseando a frase que Caetano aplica a Luís de Camões, gosto de
sentir a minha língua roçar na língua de Machado de Assis. Acho graça às expressões, ao
gosto de brincar com as palavras, do zagueiro e do escanteio, da torcida. Não vale a pena
procurar chifre em cabeça de cavalo, nem cutucar a onça com vara curta. Na
diversidade é que está a riqueza. E é um privilégio partilhar a língua com outros povos,
trocar seis por meia dúzia e descascar o abacaxi, antes de ser hora de abotoar o paletó.
Manuel Halpern, in Jornal de Letras, 25 de junho a 8 de julho 2014, p. 31.

1. O título do texto
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(A) recupera uma ideia que o texto pretende demonstrar.


(B) recupera uma ideia que o narrador gostaria de provar.
(C) recupera uma ideia errada que alguns falantes têm.
(D) recupera uma frase do texto que o sintetiza.

2. O episódio narrado no início do texto


(A) demonstra a arrogância de algumas pessoas.
(B) revela o desconhecimento do nosso país além-mar.
(C) demonstra que os brasileiros não sabem que falam português.
(D) revela as diferenças entre o português europeu e o do Brasil.

3. O autor do texto refere-se às telenovelas brasileiras e à série Xailes Negros


(A) para demonstrar que não faz sentido falar-se de brasileiro ou de açoriano.
(B) para promover a produção nacional.
(C) para realçar a importância das telenovelas portuguesas.
(D) para valorizar os Açores.

4. A frase: “E este oceano que nos separa ajudou a que as duas variantes acentuassem as
suas diferenças, chegando, em alguns casos, a um ponto próximo da
incomunicabilidade.” (ll. 12-13) significa que
(A) há um oceano de diferenças no português falado no Brasil ou nos Açores.
(B) os portugueses e os brasileiros não se entendem.
(C) é impossível comunicar para além do oceano.
(D) no Brasil ou em Portugal se fala português, embora haja diferenças entre as
duas variedades que dificultam a comunicação.

5. “Parafrasear” no texto significa


(A) dizer em voz alta.
(B) escrever sem erros ortográficos.
(C) citar livremente.
(D) comentar criticamente.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões sublinhadas.


a) “As línguas são organismos vivos” (ll. 11).
b) “Os brasileiros sabem bem que falam português. (l. 9).

7. Identifica os processos fonológicos ocorridos nos seguintes vocábulos.


a) NOSTRU > nostu > nosso.
b) STARE > estar.

8. Na frase “Eu, por mim, parafraseando a frase que Caetano aplica a Luís de Camões,
gosto de sentir a minha língua roçar na língua de Machado de Assis.” (ll. 15-16),
classifica a oração sublinhada.

Grupo III
3
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Escrita

As palavras, como os seres vivos, nascem de vocábulos anteriores, desenvolvem-se e


fatalmente morrem. As mais afortunadas reproduzem-se. Há-as de índole agreste, cuja
simples presença fere e degrada, e outras que de tão amoráveis tudo à sua volta suavizam.
Estas iluminam, aquelas confundem.
José Eduardo Agualusa, Milagrário Pessoal, lisboa: Dom Quixote, 2010, p.15.

Tendo em conta o comentário apresentado, num texto bem estruturado, de 120 a 200
palavras, apresenta uma exposição sobre a importância das palavras num mundo em que as
pessoas se deixam encantar pela imagem.

Bom trabalho!

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