Karl Jaspers

Origen y me
la Historia
Alianza Universi
Alianza Universidad

Origen y meta de la historia

V e r s i ó n española de
Fernando V e l a

UNIVERSIDAD
IBEROAMERICANA
D JE L E O N

jf sn. - w ^

B I B T 1 O T E C A

Alianza
Editorial
n n o
 90
Karl Jaspers
pósito es más bien esbozar p o r mi cuenta el esquema de una
c o n c e p c i ó n total.
En mi esbozo voy inspirado, como por un artículo de fe,
por la convicción de que la humanidad tiene un origen único
y una meta final. Pero no conocemos en absoluto ni este origen
n i esta m e t a . U n i c a m e n t e l o s e n t r e v e m o s e n e l v i s l u m b r e d e
s í m b o l o s e q u í v o c o s e n t r e l o s q u e s e m u e v e n u e s t r a existencia.
M e d i a n t e la m e d i t a c i ó n filosófica t r a t a m o s de a c e r c a r n o s a
a m b o s , al o r i g e n y a la m e t a :
Todos los hombres somos parientes en Adán, procedemos
de la m a n o de D i o s y h e m o s s i d o c r e a d o s a su i m a g e n y se-
mejanza.
E n e l o r i g e n , e l ser s e h a c í a m a n i f i e s t o e n u n p r e s e n t e sin
conciencia. El pecado original nos puso en el camino de llegar
a la c l a r i d a d de la p a t e n t i z a c i ó n c o n s c i e n t e m e d i a n t e el c o n o -
c i m i e n t o y la a c t i v i d a d p r á c t i c a finita q u e se p o n e fines en el
tiempo. Con la consumación del fin alcanzamos la armonía de
las a l m a s y n o s v e m o s u n o s a o t r o s e n u n p r e s e n t e a m o r o s o ,
en una ilimitada comprensión, perteneciendo al único reino
de los eternos espíritus.
T o d o esto son símbolos, no realidades. Sin embargo, única-
mente concebimos la historia universal —accesible empíri-
c a m e n t e — e n s u s e n t i d o , sea q u e ella l o p o s e a e f e c t i v a m e n t e
o que se lo demos los hombres, bajo la idea de la unidad del
conjunto total de la historia. Y en los hechos empíricos con-
sideramos en q u é medida responden o se oponen en absoluto
a esa i d e a de la u n i d a d .
D e esta s u e r t e s e d e s p l i e g a a n t e n o s o t r o s u n a i m a g e n d e
la historia en la cual pertenece a la historia, primero, lo q u e
como hecho único, irrepetible, ocupa un lugar intransferible
en el proceso unitario de la historia humana, y segundo, lo
q u e t i e n e su r e a l i d a d e i n d e f e c t i b i l i d a d en la c o m u n i c a c i ó n o
c o n t i n u i d a d d e l ser h u m a n o .
Esbocemos ahora en una estructura de la historia universal
nuestro esquema que trata de dar a la historia de la h u m a n i d a d
la máxima amplitud y la m á s decisiva unidad.
Capítulo 1
EL TIEMPO-EJE
"TN O c c i d e n t e , l a f i l o s o f í a d e l a h i s t o r i a estaba f u n d a d a e n
^ la creencia cristiana. En las grandiosas obras de San A g u s t í n
hasta H e g e l veía esta creencia el paso de Dios en la historia.
Las acciones por las cuales Dios se revela son los capítulos
decisivos. A s í decía H e g e l todavía: T o d a la historia va a Dios
y v i e n e de E l ; el a d v e n i m i e n t o del H i j o de D i o s es el eje de
la historia universal. Nuestra manera de contar el tiempo es
e l t e s t i m o n i o c o t i d i a n o d e esta e s t r u c t u r a cristiana d e l a h i s -
toria universal.
P e r o la c r e e n c i a c r i s t i a n a es una c r e e n c i a , no la creencia de
l a h u m a n i d a d . L a f a l l a e s t r i b a e n q u e tal c r i t e r i o s o l o p u e d e
tener validez para los cristianos creyentes. Pero tampoco en
Occidente el cristianismo ha ligado su concepción empírica
d e l a h i s t o r i a a esta creencia. U n a p r o p o s i c i ó n d e f e n o e s p a r a
é l u n a p r o p o s i c i ó n d e i n t e l e c c i ó n e m p í r i c a del p r o c e s o real
de la historia. Para el cristiano, la historia sagrada sepárase de
l a p r o f a n a c o m o c o s a d e d i s t i n t o s e n t i d o . I n c l u s o e l cris-
t i a n o c r e y e n t e p u e d e i n v e s t i g a r l a t r a d i c i ó n cristiana m i s m a
c o m o otro objeto empírico.
S i h u b i e r a u n eje d e l a h i s t o r i a u n i v e r s a l h a b r í a q u e e n c o n -
t r a r l o empíricamente c o m o u n h e c h o q u e , c o m o tal, v a l i e r a
p a r a t o d o s l o s h o m b r e s , i n c l u s o l o s cristianos. E s t e eje e s -
taría allí donde ha g e r m i n a d o lo que desde entonces el h o m b r e
p u e d e ser, allí d o n d e h a s u r g i d o k f u e r z a f e c u n d a m á s p o t e n t e
d e t r a n s f o r m a c i ó n y c o n f i g u r a c i ó n del ser h u m a n o d e tal
m a n e r a q u e p u d i e r a ser c o n v i n c e n t e , sin e l a p o y o d e u n a d e -
t e r m i n a d a f e , p a r a el O c c i d e n t e y A s i a y en g e n e r a l p a r a t o d o s
19
20 Karl Jaspers
los h o m b r e s . N o s e necesitaría q u e f u e r a e m p í r i c a m e n t e c o n -
c l u y e n t e y p a l p a b l e ; bastaría q u e t u v i e r a p o r b a s e u n a i n t u i -
c i ó n e m p í r i c a e n f o r m a q u e ofreciera u n m a r c o c o m ú n d e
e v i d e n c i a h i s t ó r i c a p a r a t o d o s l o s p u e b l o s . E s t e eje d e l a his-
t o r i a u n i v e r s a l p a r e c e estar situado hacia e l a ñ o 500 a n t e s d e
J e s u c r i s t o , e n e l p r o c e s o espiritual a c o n t e c i d o e n t r e l o s a ñ o s
800 y 200. A l l í está el c o r t e m á s p r o f u n d o de la. h i s t o r i a . A l l í
tiene su origen el h o m b r e con el que v i v i m o s hasta hoy.
A esta é p o c a la l l a m a r e m o s en a b r e v i a t u r a el « t i e m p o - e j e » .
A. Característica del tiempo-eje
En este t i e m p o se c o n c e n t r a n y c o i n c i d e n m u l t i t u d de h e -
chos extraordinarios. En China viven Confucio y Lao-tsé,
a p a r e c e n t o d a s las direcciones d e l a f i l o s o f í a c h i n a , m e d i t a n
M o - T i , Chuang-Tse, Lie-Tse y otros muchos. En la India
surgen los Upanischadas, v i v e Buda, se desarrollan, como en
C h i n a , t o d a s l a s p o s i b l e s t e n d e n c i a s f i l o s ó f i c a s , d e s d e e l es-
c e p t i c i s m o al m a t e r i a l i s m o , la s o f í s t i c a y el n i h i l i s m o . En el
I r á n e n s e ñ a Z a r a t h u s t r a l a excitante d o c t r i n a q u e p r e s e n t a
al m u n d o c o m o el combate entre el bien y el mal. En Pales-
t i n a a p a r e c e n l o s p r o f e t a s , d e s d e Elias, s i g u i e n d o p o r Isaías
y J e r e m í a s , h a s t a el D e u t e r o i s a í a s . En G r e c i a e n c o n t r a m o s a
Homero, los filósofos —Parménides, Heráclito, Platón—,
l o s t r á g i c o s , T u c í d i d e s , A r q u í m e d e s . T o d o l o q u e estos n o m -
b r e s n o h a c e n m á s q u e i n d i c a r s e o r i g i n a e n estos c u a n t o s si-
g l o s casi a l m i s m o t i e m p o e n C h i n a , e n l a I n d i a , e n e l O c c i d e n t e ,
sin q u e s u p i e r a n u n o s d e o t r a s .
L a n o v e d a d d e esta é p o c a estriba e n q u e e n l o s tres m u n d o s
el h o m b r e se e l e v a a la c o n c i e n c i a de la t o t a l i d a d d e l S e r , de
sí m i s m o y de s u s l í m i t e s . S i e n t e la t e r r i b i l i d a d del m u n d o
y l a p r o p i a i m p o t e n c i a . S e f o r m u l a p r e g u n t a s radicales. A s p i r a
d e s d e el a b i s m o a la l i b e r a c i ó n y s a l v a c i ó n , y m i e n t r a s c o b r a
c o n c i e n c i a de s u s l í m i t e s se p r o p o n e a sí m i s m o las finalidades
m á s altas. Y , e n f i n , l l e g a a e x p e r i m e n t a r l o i n c o n d i c i o n a d o ,
t a n t o e n l a p r o f u n d i d a d d e l p r o p i o ser c o m o e n l a c l a r i d a d
de la trascendencia.
Esto resulta de la reflexión. Un día la conciencia se hace
Origen y meta de la historia 101
consciente de sí misma, el pensamiento se v u e l v e hacia el
p e n s a m i e n t o y lo h a c e su o b j e t o . Se p r o d u c e n c o m b a t e s es-
pirituales p o r el intento de convencer a los demás mediante
reflexiones, razonamientos, experiencias. Se ensayan las posi-
bilidades m á s contradictorias. La discusión, la formación de
partidos, la división de lo espiritual, cuyas partes, no obstante,
se relacionan entre sí en la forma de contraposición, engen-
d r a n i n q u i e t u d y m o v i m i e n t o h a s t a l i n d a r c o n e l c a o s espi-
ritual.
E n e s a é p o c a s e c o n s t i t u y e n las c a t e g o r í a s f u n d a m e n t a l e s
c o n l a s c u a l e s t o d a v í a p e n s a m o s , y se i n i c i a n las r e l i g i o n e s
m u n d i a l e s d e las c u a l e s t o d a v í a v i v e n l o s h o m b r e s . E n t o d o s
los sentidos se pone el pie en lo universal.
P o r v i r t u d d e este p r o c e s o , las c o n c e p c i o n e s , c o s t u m b r e s y
situaciones quedan sometidas a examen y prueba, puestas
e n c u e s t i ó n , disueltas. T o d o cae e n e l v ó r t i c e . L o q u e d e l a
sustancia transmitida tradicionalmente todavía estaba v i v o
en la realidad fue puesto en claro en sus manifestaciones y de
ese m o d o t r a n s m u t a d o .
L a Edad mítica c o n s u i n m o v i l i d a d y e v i d e n c i a l l e g a b a a
su fin. Buda, los filósofos griegos indos y chinos, en sus deci-
sivas intuiciones, y los profetas, con su idea de Dios, eran
a-míticos. Comenzaba el combate contra el mito desde el
lado de la racionalidad y de la experiencia iluminada por la
r a z ó n (el logos c o n t r a el m i t o ) , el c o m b a t e p o r l a t r a s c e n d e n c i a
d e u n D i o s ú n i c o c o n t r a los d e m o n i o s q u e n o e x i s t e n y e l
c o m b a t e c o n t r a las f a l s a s f i g u r a s d e l o s d i o s e s p o r l a r e b e l i ó n
ética c o n t r a ellas. L a d i v i n i d a d f u e e l e v a d a a m á s a l t o r a n g o
a l i m p r e g n a r s e d e ética l a r e l i g i ó n . P e r o e l m i t o q u e d ó c o m o
material de una lengua que con él expresaba cosa distinta de
l o q u e c o n t e n í a o r i g i n a r i a m e n t e , c o n v i r t i é n d o l o así e n a l e g o r í a .
Los mitos fueron transformados, entendidos desde una nueva
p r o f u n d i d a d e n esta f a s e d e t r a n s i c i ó n , q u e t a m b i é n era, a u n -
que de otra manera, creadora de mitos en el momento que el
mito en general quedaba destruido. El viejo m u n d o mítico
decayó lentamente, pero perduró en el trasfondo del conjunto
22
Karl Jaspers
p o r v i r t u d d e l a creencia e f e c t i v a d e las m a s a s p o p u l a r e s
(y por esto p u d o triunfar m á s tarde de n u e v o en amplias zonas).
E s t a t o t a l t r a n s f o r m a c i ó n d e l a existencia h u m a n a p u e d e
l l a m a r s e espiritualización. D e l carácter c e r r a d o e i n d i s c u t i d o
d e l a v i d a s e p a s a a l a f l o j a m i e n t o ; d e l a q u i e t a d d e las p o l a -
r i d a d e s , a la i n q u i e t u d de las c o n t r a p o s i c i o n e s y a n t i n o m i a s .
E l h o m b r e y a n o está o c l u s o e n s í m i s m o . E s t á i n c i e r t o d e
sí m i s m o y, p o r tanto, a b i e r t o p a r a n u e v a s e i l i m i t a d a s p o s i -
b i l i d a d e s . P u e d e e s c u c h a r y c o m p r e n d e r lo q u e h a s t a e n t o n c e s
nadie ha preguntado ni nadie ha declarado. Lo nunca oído
se h a c e m a n i f i e s t o . En su m u n d o y en sí m i s m o , el h o m b r e
p e r c i b e e l ser, p e r o n o d e f i n i t i v a m e n t e : e l p r o b l e m a p e r d u r a .
P o r p r i m e r a v e z h a y filósofos. L o s h o m b r e s se a t r e v e n a
c o n s i d e r a r s e c o m o i n d i v i d u o s . P e n s a d o r e s e r e m i t a s y tras
h u m a n t e s e n C h i n a , ascetas e n l a I n d i a , f i l ó s o f o s e n G r e c i a ,
p r o f e t a s e n Israel, s e c o r r e s p o n d e n u n o s c o n o t r o s p o r m u c h o
q u e se d i f e r e n c i e n en creencias, c o n t e n i d o y c o n s t i t u c i ó n í n -
tima. El hombre puede oponerse interiormente al conjunto
del mundo. En sí mismo descubre el punto de partida desde
el c u a l se alza s o b r e sí m i s m o y sobre el m u n d o .
E n el pensamiento especulativo el h o m b r e se e l e v a al ser m i s -
m o q u e q u e d a a p r e h e n d i d o , sin d u a l i d a d , a l d e s a p a r e c e r l a
e s c i s i ó n d e l sujeto y el o b j e t o y en la c o i n c i d e n c i a de l o s c o n -
t r a r i o s . L o q u e e n l a e x a l t a c i ó n m á s alta e s e x p e r i m e n t a d o
c o m o e n s i m i s m a m i e n t o en el ser o c o m o u n i ó n m í s t i c a c o n
la divinidad o como un hacerse instrumento de la voluntad
de Dios, es enunciado por el pensamiento especulativo y
o b j e t i v a d o r de m a n e r a e q u í v o c a y e r r ó n e a .
Es el verdadero hombre real que, ligado al cuerpo y encu-
b i e r t o p o r é l , p r i s i o n e r o d e sus i n s t i n t o s , sin m á s q u e u n a
o s c u r a c o n c i e n c i a de sí m i s m o , a s p i r a a la l i b e r a c i ó n y s a l v a c i ó n
q u e y a p u e d e alcanzar e n e l m u n d o , sea p o r l a e l e v a c i ó n a l a
i d e a , o p o r la p a z de la a t a r a x i a , o p o r la i n m e r s i ó n en la m e -
d i t a c i ó n , o p o r el c o n o c i m i e n t o de sí m i s m o y d e l m u n d o ,
c o m o A t m a n , o p o r la e x p e r i e n c i a d e l N i r v a n a , o p o r la a r -
monía con el Tao, o por la entrega a la voluntad de Dios.
Existen extraordinarias diferencias en el m o d o de pensar y
en la creencia, pero h a y a l g o común: q u e el h o m b r e se eleva
sobre sí m i s m o en cuanto que se hace consciente de sí m i s m o
101
Origen y meta de la historia
e n l a t o t a l i d a d del ser y q u e e n t r a e n e l c a m i n o q u e d e s d e e n -
tonces ha de seguir c o m o individuo. Puede renunciar a todos
los b i e n e s d e l m u n d o , r e t i r a r s e al d e s i e r t o , a la s e l v a , a la m o n -
taña, d e s c u b r i r c o m o a n a c o r e t a l a f u e r z a c r e a d o r a d e l a sole-
dad, retornar c o m o iniciado, c o m o sabio, c o m o profeta.
En suma, en el tiempo-eje se hace manifiesto aquello que más
t a r d e se l l a m a r á r a z ó n y p e r s o n a l i d a d .
L o q u e e l i n d i v i d u o a l c a n z a n o s e t r a n s m i t e a t o d o s . L a dis-
tancia e n t r e las c i m a s de las p o s i b i l i d a d e s h u m a n a s y la m u l -
titud se hace entonces extraordinaria. Pero aquello en que se
c o n v i e r t e el i n d i v i d u o t r a n s f o r m a i n d i r e c t a m e n t e a t o d o s .
E l ser del h o m b r e e n s u t o t a l i d a d d a u n g r a n b r i n c o .
* * *
A l n u e v o m u n d o e s p i r i t u a l c o r r e s p o n d e u n a situación so-
ciológica q u e e n las tres z o n a s m u e s t r a a n a l o g í a s . E x i s t e u n a
multitud de pequeños Estados y ciudades, una lucha de todos
c o n t r a t o d o s , e n l a c u a l f u e p o s i b l e , sin e m b a r g o , i n m e d i a t a -
mente una sorprendente prosperidad, un enorme despliegue
de fuerza y riqueza. En China, bajo el impotente reinado de
la d i n a s t í a T s c h o u , las c i u d a d e s y los p e q u e ñ o s E s t a d o s c o -
b r a n v i d a s o b e r a n a ; e l p r o c e s o p o l í t i c o consistía e n e l e n g r o -
s a m i e n t o d e los p e q u e ñ o s p o r l a s u b y u g a c i ó n d e o t r o s m á s
pequeños. En la Hélade y en el Asia anterior los pequeños
vivían independientes, a u n en la parte sometida a los persas.
En India había muchos Estados y muchas ciudades indepen-
dientes.
E l trato m u t u o p o n í a e n c i r c u l a c i ó n el m o v i m i e n t o e s p i r i t u a l
d e n t r o d e c a d a u n o d e l o s tres m u n d o s . L o s f i l ó s o f o s c h i n o s
—Confucio, Mo-ti y otros— viajaban para trasladarse a lugares
f a m o s o s , f a v o r a b l e s a la v i d a e s p i r i t u a l ( d o n d e e s t a b l e c í a n
escuelas q u e los sinólogos llaman academias), lo mismo que
v i a j a n l o s sofistas y filósofos en la H é l a d e y B u d a p e r e g r i n ó
durante toda su vida.
A n t e s existía u n e s t a d o e s p i r i t u a l r e l a t i v a m e n t e p e r m a n e n t e
e n q u e , a p e s a r d e las catástrofes, t o d o s e r e p e t í a ; u n e s t a d o
d e h o r i z o n t e s l i m i t a d o s , a n i m a d o s p o r u n m o v i m i e n t o espi-
ritual sosegado y m u y lento, q u e no era consciente y, por tan-
25
Karl Jaspers
to, n o p o d í a ser p e r c i b i d o . E n c a m b i o , a h o r a a u m e n t a l a ten-
sión, a causa de un movimiento arrebatadoramente rápido.
T o d o esto a s c i e n d e a la conciencia. La existencia h u m a n a
se c o n v i e r t e , c o m o historia, e n o b j e t o d e r e f l e x i ó n . S e p e r c i b e
y se sabe q u e en el p r o p i o p r e s e n t e c o m i e n z a lo e x t r a o r d i n a -
r i o . P e r o c o n ello se t i e n e a la v e z c o n c i e n c i a de q u e le p r e c e d e
u n p a s a d o i n f i n i t o . Y a a l c o m i e n z o d e este c r e c i m i e n t o del
espíritu h u m a n o el hombre es m o v i d o por el recuerdo, tiene
la c o n c i e n c i a del ser t a r d í o , i n c l u s o del ser d e c a í d o .
L a catástrofe está a n t e los o j o s , se la q u i e r e r e m e d i a r m e d i a n t e
la inteligencia, la educación, la reforma. Se quiere tener en
l a m a n o e l c u r s o d e los a c o n t e c i m i e n t o s m e d i a n t e p l a n e s , s e
p r e t e n d e restablecer la b u e n a s i t u a c i ó n o crearla p o r p r i m e r a
v e z . S e p i e n s a l a h i s t o r i a entera c o m o u n a serie d e I m p e r i o s
mundiales o como un proceso de continuo empeoramiento
o c o m o un ciclo o c o m o u n a ascensión. Se m e d i t a s o b r e la
manera en que vivirían mejor los hombres juntos y serían
mejor administrados y gobernados. Las ideas de reforma do-
minan la acción. L o s filósofos andan de Estado en Estado, son
consejeros y m a e s t r o s , s o n r e s p e t a d o s y b u s c a d o s , c o m p i t e n y
d i s c u t e n e n t r e sí. E x i s t e u n a a n a l o g í a s o c i o l ó g i c a e n t r e e l
f r a c a s o de C o n f u c i o en la C o r t e del E s t a d o W e i y el de P l a t ó n
en Siracusa, entre la escuela de Confucio, donde se formaban
los futuros hombres de Estado, y la Academia de Platón, en
que acontecía lo mismo.
La época en q u e todo esto se desarrolló a lo largo de siglos
n o f u e u n a simple y única evolución ascendente. H a b í a a l a v e z
d e s t r u c c i ó n y n u e v a c r e a c i ó n . No se a l c a n z ó en a b s o l u t o la
conclusión y remate. Las sumas posibilidades del pensamiento
y de la práctica, que se realizaban en algunos individuos, no
l l e g a r o n a ser b i e n c o m ú n p o r q u e l a m a y o r í a d e l o s h o m b r e s
no podían seguirlos. Lo que al principio era libertad de m o -
vimiento se trocó, al fin, en anarquía. Al perder la época su
f u e r z a c r e a d o r a , s e p r o d u j o e n las t r e s z o n a s c u l t u r a l e s l a
f i j a c i ó n d e las d o c t r i n a s y i a n i v e l a c i ó n . D e l d e s o r d e n , q u e s e
hacía insoportable, surgió el impulso hacia una nueva sujeción
mediante el establecimiento de una situación permanente.
L a conclusión es, e n p r i m e r l u g a r , p o l í t i c a . S u r g e n g r a n d e s
y poderosos Imperios hegemónicos por virtud de la conquista
101
Origen y meta de la historia
casi s i m u l t á n e a m e n t e e n C h i n a ( T s i n S c h i h u a n g - t i ) , e n l a
I n d i a (la d i n a s t í a M a u r y a ) y en O c c i d e n t e (el r e i n o h e l é n i c o
y el I m p e r i o r o m a n o ) . D o n d e q u i e r a a p a r e c e en el d e s m o r o n a -
m i e n t o u n a o r d e n a c i ó n técnica, u n a o r g a n i z a c i ó n p l a n i f i c a d a .
P e r o t a m b i é n d o n d e q u i e r a p e r d u r a la relación con el espíritu
de lo precedente, q u e se c o n v i e r t e e n m o d e l o y o b j e t o d e v e n e -
r a c i ó n . S u s o b r a s y sus g r a n d e s p e r s o n a l i d a d e s están c o n s t a n -
t e m e n t e a n t e los o j o s y se c o n v i e r t e n en t e m a y c o n t e n i d o
de la e s c u e l a y de la e d u c a c i ó n . ( L a d i n a s t í a H a n i n s t i t u y e el
confucionismo; A s o k a , el budismo; la época de A u g u s t o ,
la cultura heleno-romana).
L o s I m p e r i o s u n i v e r s a l e s c o n s t i t u i d o s a l f i n del t i e m p o - e j e
se c o n s i d e r a n a sí m i s m o s c o m o f u n d a d o s p a r a la e t e r n i d a d .
P e r o s u e s t a b i l i d a d e r a e n g a ñ o s a . A u n q u e esos E s t a d o s , c o m -
p a r a d o s c o n las f o r m a s estatales del t i e m p o - e j e , d u r a r o n l a r g o
tiempo, todos fueron decayendo, para acabar en la disolución.
Los milenios aportaron desde entonces cambios extraordina-
rios. D e s d e e l f i n del t i e m p o - e j e l a h i s t o r i a f u e , e n este a s p e c t o ,
hundimiento y restauración de grandes Imperios, como lo
h a b í a s i d o a n t e s , d u r a n t e l o s m i l e n i o s d e las g r a n d e s c u l t u r a s
p r i m i t i v a s . P e r o e n u n d i s t i n t o s e n t i d o , a s a b e r : q u e e n estas
grandes culturas más antiguas faltaba aquella tensión hacia
el espíritu surgida en el tiempo-eje, la cual desde entonces
actúa incesantemente, dando a todo hacer humano n u e v o
problematismo y nueva significación.
B. La estructura de la historia universal
sobre la base del tiempo-eje
La indicación de algunos hechos como los citados no basta
para convencer concluyentcmente de la verdad de una concep-
ción histórica. T a n solo la actualización de toda la tradición
h i s t ó r i c a p u e d e c o n d u c i r a u n a creciente c l a r i d a d d e l a tesis
o su a b a n d o n o . E s t a a c t u a l i z a c i ó n no p u e d e ser a s u n t o de
un breve libro. M i s indicaciones son preguntas y requerimien-
t o s p a r a e n s a y a r l a tesis.
Si la suponemos verdadera parece proyectarse sobre la
historia, g r a c i a s a esta i n t u i c i ó n del t i e m p o - e j e , u n a l u z q u e