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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL


PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO, CULTURA E ESPORTE
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM ÊNFASE EM
LIBRAS

ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO DE SURDOS E A CULTURA SURDA

ATIVIDADE A DISTÂNCIA 04

Profa. Responsável: Raquel Elizabeth Saes Quiles


Tutor a Distância: Alan Silus
Acadêmica: Cíntia Alves de Souza Pereira
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Dezembro/2020
PARTE A

Inicie lendo o texto a seguir:

SANTOS, Lara Ferreira dos; CAMPOS, Mariana de Lima Isaac Leandro. Educação Especial
e educação bilíngue para surdos: as contradições da inclusão. In: ALBRES, Neiva de Aquino;
NEVES, Sylvia Lia Grespan (Orgs.). Libras em estudo: política educacional. São Paulo:
FENEIS, 2013, p. 13-37.

 Após a leitura, faça uma análise temática do texto.

O que é análise temática? Araújo (2010), com base em Severino (2000), explicita que uma
análise temática objetiva a reconstrução lógica do pensamento das autoras através da
identificação de alguns componentes essenciais:

1.     Tema ou Assunto (do que se trata o texto?)

2.     Problema (como as autoras problematizam o tema? Quais dúvidas/questões intentam


debater?)

3.     Tese (quais idéias principais são defendidas pelas autoras?)

4.     Raciocínio (como as autoras demonstram sua tese? Quais argumentos usam?)

Preencha a ficha a seguir com essas informações:

 FICHA PARA ANÁLISE TEMÁTICA DO TEXTO “Educação Especial e educação bilíngue


para surdos: as contradições da inclusão”
Tema/Assunto Reconhecer a incansável luta da comunidade surda em prol de seus
direitos lingüísticos e educacionais contextualizada com a atual
política educacional de surdos, a idealização e construção de
escolas/salas que contemplem a comunicação bilíngue para alunos
surdos, tendo a Libras como primeira língua e como segunda língua
o português.
Problema  Apesar da legislação vigente que ampara os direitos de
escolarização dos surdos, na prática, suas necessidades e desejos
não são contemplados, impossibilitando, em muitos casos, o
processo de alfabetização e aprendizagem.
Tese defendida Língua de Sinais como primeira língua e a Língua Portuguesa como
segunda língua – reconhecimento do aluno surdo como sujeito
bilíngue.
A participação integral do surdo na construção e desenvolvimento
em seus processos de escolarização e diretrizes educacionais.
Raciocínio/Argumentação A viabilidade da educação bilíngue para surdos em todos os níveis
de escolarização.
Participação ativa da comunidade surda delineando os caminhos a
seguir garantindo o atendimento de suas necessidades, respeitando
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seu modo de vida, sua língua e sua cultura.


O cumprimento na integra das legislações existentes: Decreto nº
5.626/05 e das políticas de Educação Especial.
Após este importante exercício de leitura, focaremos no tópico 04 do texto – “O que
há por trás do termo ‘bilíngue’ na educação de surdos” -, e nas Considerações Finais. A
seguir, listaremos alguns princípios da educação bilíngue a partir das reflexões das autoras:

1.     Respeito à Língua de Sinais como primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda
língua – reconhecimento do aluno surdo como sujeito bilíngue.

2.     Aspectos curriculares adequados às singularidades linguísticas dos alunos surdos


garantindo, inclusive, a disciplina de Libras na grade curricular.

3.     Profissionais qualificados (intérpretes educacionais, professores bilíngues, professores


regentes, professores surdos e professores do atendimento educacional especializado).

4.     Processos didáticos e pedagógicos atentos às necessidades dos alunos surdos


(planejamento, metodologias de ensino e avaliação).

5.     Libras como língua de instrução e interlocução, especialmente na Educação Infantil e nos


primeiros anos do Ensino Fundamental.

6.     Língua Portuguesa ensinada com metodologias próprias de ensino de segunda língua.

7.     Difusão da Língua de Sinais em todo o espaço escolar, tornando o ambiente escolar


bilíngue também para os ouvintes.

PRINCÍPIO 01 - Respeito à Língua de Sinais como primeira língua e a Língua


Portuguesa como segunda língua – reconhecimento do aluno surdo como sujeito bilíngue.
A trajetória do sujeito surdo, ao longo da história, apresenta-se repleta de
preconceitos e estigma da deficiência, e de incapacidades. Nos dias de hoje, inseridos em uma
sociedade onde a linguagem é fundamental para a acessibilidade a cultura, ao lazer, ao labor,
a economia entre outros, o individuo surda ainda luta para que seja garantido seu direito a
comunicação em sua língua materna de origem, a língua de sinais e ao português, a língua
falada oficialmente em seu país (GODOI et al, 2013).
Ainda de acordo com Godoi et al (2013), é através da língua de sinais que ocorre o
desenvolvimento cognitivo e lingüístico da criança surda, possibilitando o desenvolvimento
da aprendizagem, e servindo de estrutura para a leitura e compreensão do mundo.
Diante do conhecimento desses princípios, pesquisas constantes realizadas e ainda, o
amparo legal pelas políticas públicas nacionais, o não respeito à educação bilíngue de surdos
tendo a Libras como primeira língua é privar cidadãos de apropriarem-se de seus direitos
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legais, é crime. Uma violação de direitos e de respeito à criança, quando primeira língua lhe é
negada em seu processo de alfabetização.
As escolas precisam de profissionais e diretrizes que contemplem essa demanda
como principal, e não somente como um aporte no contra turno, em forma de aulas
complementares, mas sim proporcionar um ambiente onde, de forma natural e espontânea,
esse processo aconteça principalmente para crianças de famílias ouvintes, que não tem a
oportunidade de aprender em casa, essa linguagem (SANTOS E CAMPOS, 2013, p.16).
A dificuldade da diversidade linguística e cultural no ambiente educacional são
descrita por professores e gestores como um entrave de desenvolvimento. Por não dominarem
a língua de sinais e desconhecerem a cultura surda, inviabilizam a escolarização bilíngue e
multicultural na educação brasileira (GESSER, COSTA e VIVIANI, 2009, p. 29).
Quando os autores citam o contexto multicultural, estão contemplando diferentes
línguas presente no país como comunidades indígenas, imigrantes ou divisas com outros
paises, de zonas rurais, e inclusive, comunidades surdas. No intuito de promover a
integralização dessas crianças e jovens no espaço escolar, acabam por desrespeitar suas
peculiaridades e costumes. “Tem-se considerado bilíngue somente o indivíduo que fala duas
línguas orais de prestígio, nacionais ou internacionais, ocorrendo daí um apagamento e/ou não
reconhecimento das línguas ditas minoritárias” (GESSER, COSTA e VIVIANI, 2009, p. 29).
Concluindo, faz-se necessário que o espaço escolar seja acolhedor e que respeite as
especificidades do individuo surdo, seja em sua característica linguística ou em sua cultura
própria. De acordo com Perlin (1998), essas singularidades representam uma característica
essencial na constituição da identidade surda, e permitem que estes tenham seus direito de
pertencerem à cultura surda garantidos, utilizando a língua de sinais como sua forma de
expressão e comunicação.

PRINCÍPIO 02 - Aspectos curriculares adequados às singularidades linguísticas dos


alunos surdos garantindo, inclusive, a disciplina de Libras na grade curricular.
A aprendizagem ideal para a criança surda, de acordo com pesquisadores e
especialistas da área, é a Língua de sinais. Desde sua tenra idade, entre os 6 e 12 meses, a
apresentação dessa linguagem pode beneficiar significativamente todo o seu modo de
interagir e aprender. É com essa língua que a criança desenvolverá seus conhecimentos e fará
a interação com o mundo exterior (GODOI et al, 2013).
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Godoi et al (2013, p19) afirma que a apresentação precoce da língua de sinais para a
criança surda como forma de comunicação com seus pais, ouvintes ou não, pode garantir o
desenvolvimento de habilidades visuais e facilitar a aprendizagem da LIBRAS.
Quando inseridas no ambiente escolar, essas crianças necessitarão do amparo de
profissionais que pactuem com a educação especial, promovendo a inclusão de forma a
atender as necessidades especificas dessa criança e garantido que seus direitos sejam
garantidos.
Kassar (2006, p. 84-85) descreve a instituição escolar como um ambiente vivo,
extremamente mutante e antagônico, representando precisamente a sociedade. É no espaço
escolar que se manifestam os movimentos sociais, é onde as representações se reafirmam e se
moldam. Nesse contexto, atendendo as contraditórias pressões, acontecem as conquista de
direitos e a estruturação da organização social, com suas mazelas e história social.
Para tanto, as leis Brasileiras respaldam essa adequação, ampliando o fazer da escola
não somente para o cumprimento de suas funções, mais sim, adequando conteúdos e
currículos que possam atender toda a demanda da sociedade em que está inserida.
De acordo com a legislação vigente, “Pensar em adequação curricular significa
considerar o cotidiano das escolas, levando – se em conta as necessidades e capacidades dos
seus alunos e os valores que orientam a prática pedagógica”. (BRASIL, 1998, p. 62).
Ainda nesse contexto, a UNESCO, Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura, preconizam que a adequação dos currículos deve atender as
especificidades das crianças, tendo as escolas adequar seus currículos as demandas e
interesses distintos: “As crianças devem receber apoio pedagógico suplementar no currículo
regular e não um diferenciado” (UNESCO, 1994, p. 22).
Atrelado a essa demanda esta o professor, nem sempre preparado integralmente para
executar tal papel. O investimento em formação docente deve ser continuo, adequado as
necessidades das crianças, formando um elo entre o conteúdo a ser ministrado e o educando,
garantido o processo de aprendizagem. Para tal, a fluência na Língua Brasileira de Sinais deve
ser prioritária, possibilitando ministrar aulas, adequar recursos didáticos e a interlocução com
a criança surda.
A adesão e comprometimento do corpo docente da escola são de fundamental
importância para uma aprendizagem efetiva. A predisposição para compreender e atender as
diferentes necessidades educacionais dos alunos ouvintes e surdos pode ser a ferramenta
estratégica fundamental para o complexo caminho do educar.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Secretária Estadual de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais: Adaptações curriculares. Brasília: MEC, 1998.

GESSER, A.; COSTA, M. J. D.; VIVIANI, Z. A. Linguística aplicada. In: Linguística


aplicada ao ensino de línguas Material didático do curso de Licenciatura em Letras
Libras na Modalidade à Distância. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2009.

GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. Língua Brasileira de Sinais no Contexto


Bilíngue. Tupã, 2013. 38 p. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização)
– Faculdades FACCAT

KASSAR. Práticas pedagógicas e o acesso ao conhecimento: análises iniciais. In: MANZINI,


Eduardo José (Org.). Inclusão e acessibilidade. Marília: ABPEE, 2006, p. 79-86.

PERLIN, G. Los sordos: el discurso del regreso. In: RODRIGUEZ, V. La sordera desde la
diversidad cultural y linguística. Ed. Masson, Barcelona/Espanha, 2005.

SANTOS, Lara Ferreira dos; CAMPOS, Mariana de Lima Isaac Leandro. Educação Especial
e educação bilíngue para surdos: as contradições da inclusão. In: ALBRES, Neiva de Aquino;
NEVES, Sylvia Lia Grespan (Orgs.). Libras em estudo: política educacional. São Paulo:
FENEIS, 2013, p. 13-37.

UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educacionais


especiais: nas áreas das necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, s/l, 1994.
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PARTE B

Leia os dois textos a seguir e conheça duas experiências educacionais bilíngues para surdos.

VIEIRA-MACHADO, Lucyenne Matos da Costa. Educação de surdos: pensar uma política na


prática. In: VICTOR, Sonia Lopes, et al (Orgs.). Práticas bilíngues: caminhos possíveis na
educação de surdos. Vitória, ES: GM, 2010, p. 15-31.

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de, et al. Educação inclusiva bilíngue para alunos
surdos: pesquisa e ação em uma rede pública de ensino. In: LACERDA, Cristina Broglia
Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos; MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira (Orgs.). São
Carlos: EdUFSCar, 2016, p. 13-28.

 Após a leitura dos textos, responda:

1.     O que mais chamou sua atenção em cada experiência bilíngue?

Após a leitura dos textos, o que mais me chamou a atenção foi na obra Educação de
surdos: pensar uma política na prática. Ao descrever os alunos matriculados, dos 30
participantes apenas 6 indivíduos dominavam a língua de sinais, 6 indivíduos desconheciam
completamente a Libras, e os 18 indivíduos restantes utilizavam parcialmente a língua de
sinais para comunicar-se. Essas informações refletem a realidade de diversas cidades
brasileiras, onde, apesar do amparo legal, crianças e jovens surdos não tem acesso ou
desconhecem os serviços que lhes são de direito, não são considerados cidadãos.
Outra informação que me surpreendeu foi que, a grande maioria dessas crianças, não
foi alfabetizada. Como esses indivíduos foram desamparados pó tanto tempo? Por quantos
profissionais da saúde e da educação eles passaram ao longo da vida sem receber uma
orientação sobre seus direitos? Realidade assustadora de descaso e marginalização.

2.     Dos sete princípios da educação bilíngue para surdos listados na parte A, com base no texto de
Santos e Campos (2013), quais você conseguiu identificar em cada experiência bilíngue?

Educação inclusiva bilíngue para alunos Educação de surdos: pensar uma política
surdos: pesquisa e ação em uma rede na prática.
pública de ensino
Amplamente contemplado: Respeito à Amplamente contemplado: Respeito à
Língua de Sinais como primeira língua e a Língua de Sinais como primeira língua e a
Língua Portuguesa como segunda língua – Língua Portuguesa como segunda língua –
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reconhecimento do aluno surdo como reconhecimento do aluno surdo como


sujeito bilíngue. sujeito bilíngue.
Amplamente contemplado: Aspectos Parcialmente contemplado: Aspectos
curriculares adequados às singularidades curriculares adequados às singularidades
linguísticas dos alunos surdos garantindo, linguísticas dos alunos surdos garantindo,
inclusive, a disciplina de Libras na grade inclusive, a disciplina de Libras na grade
curricular. curricular.
Amplamente contemplado: Profissionais Amplamente contemplado: Profissionais
qualificados (intérpretes educacionais, qualificados (intérpretes educacionais,
professores bilíngues, professores regentes, professores bilíngues, professores regentes,
professores surdos e professores do professores surdos e professores do
atendimento educacional especializado). atendimento educacional especializado).
Amplamente contemplado: Processos Amplamente contemplado: Processos
didáticos e pedagógicos atentos às didáticos e pedagógicos atentos às
necessidades dos alunos surdos necessidades dos alunos surdos
(planejamento, metodologias de ensino e (planejamento, metodologias de ensino e
avaliação). avaliação).
Amplamente contemplado: Libras como Amplamente contemplado: Libras como
língua de instrução e interlocução, língua de instrução e interlocução,
especialmente na Educação Infantil e nos especialmente na Educação Infantil e nos
primeiros anos do Ensino Fundamental. primeiros anos do Ensino Fundamental.
Amplamente contemplado: Língua Amplamente contemplado: Língua
Portuguesa ensinada com metodologias Portuguesa ensinada com metodologias
próprias de ensino de segunda língua. próprias de ensino de segunda língua.
Amplamente contemplado: Difusão da Parcialmente contemplado: Difusão da
Língua de Sinais em todo o espaço escolar, Língua de Sinais em todo o espaço escolar,
tornando o ambiente escolar bilíngue tornando o ambiente escolar bilíngue
também para os ouvintes. também para os ouvintes.

3. Cite os desafios que você considera mais importantes para o avanço da educação
bilíngue para surdos na atualidade.

Engajamento e comprometimento dos profissionais da área de educação sejam eles


gestores, professores ou funcionários da escola. Abraçar uma “nova” proposta pedagógica
desafia todo o contingente escolar e requer estudo, dedicação e envolvimento. De nada
adianta termos leis que norteiam o fazer para inclusão dos surdos nos espaços de
aprendizagem, adequação nos currículos de formação profissional, investimentos em salas e
metodologias especificas se a adesão das pessoas não for suficiente. Deparamos-nos com
propostas pedagógicas fantásticas em alguns estados que, quando adaptados para atender
outra localidade, não se obtém os resultados esperados. A participação social, da comunidade
surda, dos pais dos alunos surdo em parceria com a equipe pedagógica pode construir um
espaço de ensino e aprendizagem eficiente, atendendo as demandas individuais, respeitando a
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cultura local e promovendo o convívio entre os alunos surdos e ouvintes. Reflexo disso são os
dois projetos apresentados pelas as autoras estudadas, que com organização, parceria e
conhecimento desenvolveram um trabalho fantástico em suas comunidades.

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