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ATIVIDADE A DISTÂNCIA 04
Dezembro/2020
PARTE A
SANTOS, Lara Ferreira dos; CAMPOS, Mariana de Lima Isaac Leandro. Educação Especial
e educação bilíngue para surdos: as contradições da inclusão. In: ALBRES, Neiva de Aquino;
NEVES, Sylvia Lia Grespan (Orgs.). Libras em estudo: política educacional. São Paulo:
FENEIS, 2013, p. 13-37.
O que é análise temática? Araújo (2010), com base em Severino (2000), explicita que uma
análise temática objetiva a reconstrução lógica do pensamento das autoras através da
identificação de alguns componentes essenciais:
1. Respeito à Língua de Sinais como primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda
língua – reconhecimento do aluno surdo como sujeito bilíngue.
legais, é crime. Uma violação de direitos e de respeito à criança, quando primeira língua lhe é
negada em seu processo de alfabetização.
As escolas precisam de profissionais e diretrizes que contemplem essa demanda
como principal, e não somente como um aporte no contra turno, em forma de aulas
complementares, mas sim proporcionar um ambiente onde, de forma natural e espontânea,
esse processo aconteça principalmente para crianças de famílias ouvintes, que não tem a
oportunidade de aprender em casa, essa linguagem (SANTOS E CAMPOS, 2013, p.16).
A dificuldade da diversidade linguística e cultural no ambiente educacional são
descrita por professores e gestores como um entrave de desenvolvimento. Por não dominarem
a língua de sinais e desconhecerem a cultura surda, inviabilizam a escolarização bilíngue e
multicultural na educação brasileira (GESSER, COSTA e VIVIANI, 2009, p. 29).
Quando os autores citam o contexto multicultural, estão contemplando diferentes
línguas presente no país como comunidades indígenas, imigrantes ou divisas com outros
paises, de zonas rurais, e inclusive, comunidades surdas. No intuito de promover a
integralização dessas crianças e jovens no espaço escolar, acabam por desrespeitar suas
peculiaridades e costumes. “Tem-se considerado bilíngue somente o indivíduo que fala duas
línguas orais de prestígio, nacionais ou internacionais, ocorrendo daí um apagamento e/ou não
reconhecimento das línguas ditas minoritárias” (GESSER, COSTA e VIVIANI, 2009, p. 29).
Concluindo, faz-se necessário que o espaço escolar seja acolhedor e que respeite as
especificidades do individuo surdo, seja em sua característica linguística ou em sua cultura
própria. De acordo com Perlin (1998), essas singularidades representam uma característica
essencial na constituição da identidade surda, e permitem que estes tenham seus direito de
pertencerem à cultura surda garantidos, utilizando a língua de sinais como sua forma de
expressão e comunicação.
Godoi et al (2013, p19) afirma que a apresentação precoce da língua de sinais para a
criança surda como forma de comunicação com seus pais, ouvintes ou não, pode garantir o
desenvolvimento de habilidades visuais e facilitar a aprendizagem da LIBRAS.
Quando inseridas no ambiente escolar, essas crianças necessitarão do amparo de
profissionais que pactuem com a educação especial, promovendo a inclusão de forma a
atender as necessidades especificas dessa criança e garantido que seus direitos sejam
garantidos.
Kassar (2006, p. 84-85) descreve a instituição escolar como um ambiente vivo,
extremamente mutante e antagônico, representando precisamente a sociedade. É no espaço
escolar que se manifestam os movimentos sociais, é onde as representações se reafirmam e se
moldam. Nesse contexto, atendendo as contraditórias pressões, acontecem as conquista de
direitos e a estruturação da organização social, com suas mazelas e história social.
Para tanto, as leis Brasileiras respaldam essa adequação, ampliando o fazer da escola
não somente para o cumprimento de suas funções, mais sim, adequando conteúdos e
currículos que possam atender toda a demanda da sociedade em que está inserida.
De acordo com a legislação vigente, “Pensar em adequação curricular significa
considerar o cotidiano das escolas, levando – se em conta as necessidades e capacidades dos
seus alunos e os valores que orientam a prática pedagógica”. (BRASIL, 1998, p. 62).
Ainda nesse contexto, a UNESCO, Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura, preconizam que a adequação dos currículos deve atender as
especificidades das crianças, tendo as escolas adequar seus currículos as demandas e
interesses distintos: “As crianças devem receber apoio pedagógico suplementar no currículo
regular e não um diferenciado” (UNESCO, 1994, p. 22).
Atrelado a essa demanda esta o professor, nem sempre preparado integralmente para
executar tal papel. O investimento em formação docente deve ser continuo, adequado as
necessidades das crianças, formando um elo entre o conteúdo a ser ministrado e o educando,
garantido o processo de aprendizagem. Para tal, a fluência na Língua Brasileira de Sinais deve
ser prioritária, possibilitando ministrar aulas, adequar recursos didáticos e a interlocução com
a criança surda.
A adesão e comprometimento do corpo docente da escola são de fundamental
importância para uma aprendizagem efetiva. A predisposição para compreender e atender as
diferentes necessidades educacionais dos alunos ouvintes e surdos pode ser a ferramenta
estratégica fundamental para o complexo caminho do educar.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PERLIN, G. Los sordos: el discurso del regreso. In: RODRIGUEZ, V. La sordera desde la
diversidad cultural y linguística. Ed. Masson, Barcelona/Espanha, 2005.
SANTOS, Lara Ferreira dos; CAMPOS, Mariana de Lima Isaac Leandro. Educação Especial
e educação bilíngue para surdos: as contradições da inclusão. In: ALBRES, Neiva de Aquino;
NEVES, Sylvia Lia Grespan (Orgs.). Libras em estudo: política educacional. São Paulo:
FENEIS, 2013, p. 13-37.
PARTE B
Leia os dois textos a seguir e conheça duas experiências educacionais bilíngues para surdos.
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de, et al. Educação inclusiva bilíngue para alunos
surdos: pesquisa e ação em uma rede pública de ensino. In: LACERDA, Cristina Broglia
Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos; MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira (Orgs.). São
Carlos: EdUFSCar, 2016, p. 13-28.
Após a leitura dos textos, o que mais me chamou a atenção foi na obra Educação de
surdos: pensar uma política na prática. Ao descrever os alunos matriculados, dos 30
participantes apenas 6 indivíduos dominavam a língua de sinais, 6 indivíduos desconheciam
completamente a Libras, e os 18 indivíduos restantes utilizavam parcialmente a língua de
sinais para comunicar-se. Essas informações refletem a realidade de diversas cidades
brasileiras, onde, apesar do amparo legal, crianças e jovens surdos não tem acesso ou
desconhecem os serviços que lhes são de direito, não são considerados cidadãos.
Outra informação que me surpreendeu foi que, a grande maioria dessas crianças, não
foi alfabetizada. Como esses indivíduos foram desamparados pó tanto tempo? Por quantos
profissionais da saúde e da educação eles passaram ao longo da vida sem receber uma
orientação sobre seus direitos? Realidade assustadora de descaso e marginalização.
2. Dos sete princípios da educação bilíngue para surdos listados na parte A, com base no texto de
Santos e Campos (2013), quais você conseguiu identificar em cada experiência bilíngue?
Educação inclusiva bilíngue para alunos Educação de surdos: pensar uma política
surdos: pesquisa e ação em uma rede na prática.
pública de ensino
Amplamente contemplado: Respeito à Amplamente contemplado: Respeito à
Língua de Sinais como primeira língua e a Língua de Sinais como primeira língua e a
Língua Portuguesa como segunda língua – Língua Portuguesa como segunda língua –
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3. Cite os desafios que você considera mais importantes para o avanço da educação
bilíngue para surdos na atualidade.
cultura local e promovendo o convívio entre os alunos surdos e ouvintes. Reflexo disso são os
dois projetos apresentados pelas as autoras estudadas, que com organização, parceria e
conhecimento desenvolveram um trabalho fantástico em suas comunidades.