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Estresse Eletromecânico em Transformadores Causado por Curtos-Circuitos


Trifásicos

Conference Paper · September 2009

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6 authors, including:

Arnaldo José Pereira Rosentino Junior E. Saraiva


Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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Herivelto De Souza Bronzeado Jose Carlos Oliveira


Presidência da República - PR Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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THE 8th LATIN-AMERICAN CONGRESS ON ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2009 1

Estresse Eletromecânico em Transformadores


Causado por Curtos-Circuitos Trifásicos
A. J. J. Pereira Rosentino1, A. C. Delaiba1 , E. Saraiva1 , H. de S. Bronzeado2 , J. C. de Oliveira1, M. Lynce1
1
Faculdade de Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Uberlândia
Av. João Naves de Ávila, 2121 Bloco 3N – Campus Santa Mônica, Uberlândia/MG - Brasil
Phone/Fax number:+55 34 32394763, e-mail: arnaldoufu@gmail.com, delaiba@ufu.br,
elise.saraiva@yahoo.com.br, jcoliveira@ufu.br, lynce@ufu.br
2
CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
Rua Delmiro Gouveia, 333 - Anexo II, Sala A-316 (DOEL), 50761-901 - Recife/PE - Brasil
Phone/Fax number: +55 81 32294105, e-mail: herivelto.bronzeado@gmail.com/ hebron@chesf.gov.br

Resumo--Uma das maiores razões de falhas internas dos mostra o percentual de falhas por componente em uma
transformadores é o enfraquecimento do isolamento dos seus pesquisa realizada envolvendo mais de 12500 unidades-anos,
condutores/bobinas face às vibrações causadas pelas forças durante o período compreendido entre 1994 a 1996 em
eletromecânicas produzidas pelas altas correntes de curto- equipamentos com classe de tensão igual ou superior a 69 kV.
circuito. Neste contexto, este artigo apresenta uma metodologia
analítica para estimar o estresse eletromecânico em
transformadores causados por curtos-circuitos trifásicos,
detalhando as características das forças radiais e axiais passíveis
de ocorrência em enrolamentos concêntricos de transformadores,
enfocando principalmente os esforços axiais, já que estes não são
tão simples e não há tanto conhecimento teórico quanto os
esforços radiais. Diante destes defeitos, é apresentada, mesmo que
de forma preliminar, uma descrição de técnicas de diagnóstico e
monitoramento em transformadores frente aos esforços mecânicos
causados por curto-circuito. O estudo em questão considera
transformadores do tipo núcleo envolvido.

Palavras-Chaves— Transformadores trifásicos, curto-circuito,


enrolamentos concêntricos, forças eletromecânicas, estresse
Fig. 1. Taxa de falha em transformadores – Brasil.
eletromecânico.

I. INTRODUÇÃO

T ransformadores de potência são dispositivos essenciais aos


sistemas elétricos e constituem-se num dos seus
componentes de maior custo. Quando estes equipamentos
são danificados ou apresentam algum tipo de falha, faz-se
necessário seu reparo ou até mesmo sua substituição. Isto
demanda altíssimos custos financeiros, primeiro pelo alto
custo comercial destes dispositivos, e depois pela perda
temporária da capacidade de transmissão de energia elétrica, já
que a desativação de linhas de transmissão provocada pela Fig. 2. Percentual da taxa de falha por componente (1996).
troca/reparo de transformadores de potência terá reflexo direto
no atendimento às cargas do setor produtivo nacional, que por Em conseqüência dessa grande importância no sistema
sua vez, influenciarão o desempenho econômico do país como elétrico, os transformadores de potência são altamente
um todo. Enquanto a Fig. 1 [1] mostra a tendência de falhas protegidos contra vários fenômenos causadores de falhas. No
em transformadores no Brasil observada ao longo dos anos entanto, uma das maiores razões de falhas internas destes
1993 a 1996 e retrata um indesejável crescimento, a Fig. 2 [1] dispositivos, é o enfraquecimento do isolamento dos seus
condutores/bobinas face às vibrações causadas pelas forças
eletromecânicas produzidas pelas altas correntes de curto-
O desenvolvimento desse trabalho agradece a CHESF – Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco, representada pelo engenheiro Herivelto de Souza circuito. Este fenômeno tem sido apontado como uma das
Bronzeado pelos recursos disponibilizados.
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principais causas da ocorrência de defeitos em A Fig. 3 [4] ilustra o efeito de uma “curvatura radial livre”
transformadores. (hoop buckling) em um enrolamento de transformador devido
Outra questão a ser observada diz respeito à velocidade de à ocorrência de força radial.
atuação dos sistemas de proteção, cujo tempo de resposta, via
de regra, não impede que os equipamentos sejam submetidos
aos indesejáveis efeitos transitórios, oriundos de fenômenos
naturais ou de faltas no sistema elétrico, aumentando, em
conseqüência, os riscos de falhas em decorrência de esforços
eletromecânicos.
Espera-se que um transformador experimente e suporte um
determinado número de curtos-circuitos durante seu tempo de
vida útil, porém, mais cedo ou mais tarde, um novo evento
causará algum leve movimento no enrolamento, e a capacidade
do transformador de suportar novos esforços eletromecânicos
Fig. 3. Defeito no enrolamento devido a uma alta compressão radial no
será então severamente reduzida. Portanto, é aconselhado enrolamento causando uma saliência no mesmo – hoop buckling.
avaliar a condição mecânica dos transformadores
periodicamente durante sua vida útil, principalmente em B. Falhas Devido a Forças Axiais
unidades mais antigas, de forma a fornecer um cuidado A deformação axial se configura como mostra a Fig. 4 [2]
especial, impedindo assim, maiores falhas. Logo, técnicas apresentando uma vista de frente dos enrolamentos de um
especiais são requeridas para monitoramento e avaliação da transformador antes e depois da deformação.
condição mecânica do enrolamento em um transformador.
Neste contexto, este artigo apresenta uma descrição dos
diferentes tipos de estresses eletromecânicos passíveis de
ocorrência em transformadores e identificação dos principais
tipos de falhas provocadas por faltas trifásicas nos
enrolamentos concêntricos de transformadores. Além disso,
apresenta uma metodologia analítica para o cálculo de forças Fig. 4. Representação de deformação axial em um enrolamento do
axiais e radiais e estresse eletromecânico que se verificam nas transformador.
partes ativas e estruturais dos transformadores, em
conseqüência das elevadas correntes de curto-circuito. Um dos tipos de falhas devido à ação de forças axiais
Complementando os aspectos citados, descreve as principais compressivas ocorre quando um enrolamento não está
técnicas usadas para detectar movimento dos enrolamentos em firmemente enrolado e amarrado, facilitando a transposição do
transformadores, visto que os esforços eletromecânicos podem condutor adjacente.
causar uma deformação nos enrolamentos do transformador. Adicionalmente, existem outros dois importantes tipos de
falhas, a saber: curvatura entre espaçadores radiais (bending) e
II. ESTRESSES ELETROMECÂNICOS E TIPOS DE FALHAS EM a inclinação dos condutores (tilting), os quais são analisados
TRANSFORMADORES na seqüência. As Fig. 5, Fig. 6 [3] e Fig. 7 [4] ilustram
Os defeitos mecânicos em transformadores de potência são algumas falhas decorrentes de esforços axiais.
um tipo de falha que ocorre na parte ativa do equipamento, e
constituem-se da deformação e/ou o deslocamento dos
enrolamentos. Esses defeitos são provocados por esforços
mecânicos internos (interação dos campos magnéticos) ou
externos ao equipamento.
A ocorrência desse tipo de falha muitas vezes não é
imediatamente perceptível, por isso geralmente estes defeitos
não retiram o transformador de operação. Entretanto, o
transformador com alterações mecânicas em seus
enrolamentos tem menor robustez, o que pode precipitar o
final de sua vida útil.
Fig. 5. Colapso axial devido a uma excessiva força axial causada por um
A. Falhas Devido a Forças Radiais curto-circuito.
Forças radiais produzem efeitos diferentes nos
enrolamentos externo e interno de transformadores. Em
transformadores de núcleo envolvido a tendência dos esforços
eletrodinâmicos é comprimir (estresses de compressão) o
enrolamento interno e expandir (estresses de tração) o
enrolamento externo.
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É importante ressaltar, que para o cálculo das forças


mecânicas em diferentes partes dos enrolamentos, existe a
necessidade de se ter um conhecimento preciso das
distribuições das densidades de fluxos magnético de dispersão,
pois são de fundamental importância na fase de projeto de
transformadores. Destaca-se, que o “caminho” magnético do
fluxo tem grande influência também nas perdas magnéticas e
Fig. 6. Problema da curvatura dos condutores entre espaçadores radiais nos esforços dinâmicos a que são submetidos os equipamentos,
(Bending) em um transformador real. em decorrência dos curtos-circuitos [5].
A. Cálculo Analítico das Forças Radiais em Enrolamentos
Concêntricos
As componentes radiais das forças num transformador com
enrolamentos concêntricos podem ser calculadas com precisão
através de um método analítico clássico descrito em [5], [6].
A Fig. 8 mostra a seção de um dos lados de um
transformador de dois enrolamentos, na qual estão ilustradas a
distribuição da densidade de fluxo axial e as forças radiais nas
bobinas interna e externa. Salienta-se, que com o objetivo de
facilitar os cálculos necessários à obtenção das forças, a
Fig. 7. Ocorrência do defeito de inclinação (Tilting) – Os condutores curvatura do campo próximo às extremidades das bobinas é
deveriam estar todos na vertical. desprezada. Esta aproximação é perfeitamente justificável,
uma vez que o valor máximo da força que interessa ocorre no
III. FORÇAS ELETROMAGNÉTICAS E ESTRESSE MECÂNICO:
ponto médio do enrolamento.
ABORDAGEM ANALÍTICA Fr Distribuição de
h fluxo axial
De acordo com a teoria eletrodinâmica, a densidade de
força num dado volume de uma bobina, de um transformador é
igual ao produto vetorial da densidade de corrente na bobina Ba
pela densidade de fluxo magnético de dispersão. Esta
correlação é dada por (1), que se fundamenta na expressão
básica das forças de Lorentz. Fr
f JB 1 núcleo

Fig. 8. Seção transversal de um transformador com enrolamentos


concêntricos mostrando as forças radiais (Fr) e a distribuição de fluxo axial
Onde f é a densidade volumétrica de força magnética (Ba).

[ N / m 3 ]; J é a densidade superficial de corrente [ A / m 2 ] e As forças radiais atuando sobre um enrolamento de


diâmetro Dm e altura h podem ser determinadas com auxílio
B é a densidade de fluxo magnético de dispersão [T]. de (2).
2 2 (nI n ) 2 Dm 7
Equação (1) define as forças eletromagnéticas como a
Fr  10 N  2
interação entre as componentes das densidades de fluxo de h
dispersão e a corrente que circula nos enrolamentos. O Onde Fr é a força radial total no enrolamento [N]; n é o
processo de interação entre essas grandezas vetoriais acontece número de espiras do enrolamento; In é a corrente nominal do
da seguinte forma: a densidade de fluxo magnético de enrolamento [A]; h é a altura do enrolamento [m] e Dm o
dispersão axial interage com a corrente do enrolamento, dando diâmetro médio do enrolamento [m].
origem a uma força radial. Por outro lado, a interação entre o A força radial média Frmed = Fr/π e é dada por (3):
campo de dispersão radial com a corrente dá origem à uma
2 ( nI max ) 2 Dm 7
força axial. Frmed  10 N  3
Sob condições normais de operação as forças e os campos h
de dispersão são relativamente pequenos e, por conseguinte, os Sendo que I max é dado por (4):
esforços são perfeitamente suportáveis pelas estruturas de
suporte dos enrolamentos. No entanto, sob ação de fenômenos 1,8 2 I n 4
transitórios, tais como, curtos-circuitos e correntes de I max 
energização de transformadores, os campos de dispersão
Z pu
devidos às elevadas correntes também alcançam valores Onde, Z(pu) é a impedância percentual do equipamento.
substanciais. Assim, se o enrolamento tem n espiras de seção transversal
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A, o estresse de tração médio no enrolamento externo pode ser No entanto, transformadores que apresentam condições
calculado utilizando (5). ideais, ou seja, enrolamentos concêntricos sem derivação, sem

 medio 
( I max ) 2 nDm 7 N
h A
10
m2
  5
deslocamento axial e de igual comprimento, não possuem
forças entre os enrolamentos. Desta forma, não há necessidade
da aplicação de algum método específico para esta situação
Pode-se notar que nπDm é o comprimento total do condutor dita ideal. Porém neste caso atípico existe uma força de
do enrolamento. compressão interna em ambos os enrolamentos. A Fig. 10 [8]
Deve-se considerar que, as expressões das forças radiais e ilustra as forças axiais em ambos os enrolamentos para a
do estresse de tração radial evidenciadas anteriormente, podem situação mencionada.
ser utilizadas para o cálculo analítico das forças e estresses
tanto no enrolamento interno quanto no externo, devendo-se
apenas atentar para uso do diâmetro correto do enrolamento
que estiver sendo analisado. Entretanto, o cálculo dos estresses
para o enrolamento interno exige considerações de projeto
mais detalhadas.
A técnica utilizada para conferir aos enrolamentos uma
suportabilidade mecânica suficiente para resistir às forças
radiais é obtida pelo uso de um número adequado de suportes,
que estejam em contato direto com o núcleo e uniformemente Fig. 10. Curvas de uma compressão axial para enrolamentos concêntricos
espaçados ao redor do mesmo [6]. sem derivação.
Assim, enrolamentos internos que estejam sujeitos à forças
radiais que possam provocar deformação do tipo “forçada” Considerando a força no pico da primeira metade do ciclo
conforme ilustrada na Fig. 9(b), necessitam de suportes de curto-circuito, e assumindo um fator de assimetria de 2.55,
internos. O estresse nesta situação é função da distância entre tem-se um valor máximo dado por (7).
510  S
os suportes e das dimensões dos condutores, cujo valor é dado
Fc  [kN] 7 
por (6). Z  f h
Onde Fc é a força compressiva axial total; S é a potência
aparente por coluna em kVA; h o comprimento do
enrolamento em milímetros; Z a impedância por unidade e f a
freqüência em ciclos por segundo.
O enrolamento interno, por estar mais próximo das colunas
e em virtude do alto fluxo radial, experimenta uma força
compressiva maior, quando comparada ao enrolamento
externo. De acordo com a referência [6], na ausência de uma
análise mais detalhada, pode-se considerar que cerca de 2/3 a
Fig. 9. a) Ilustração dos espaçadores axiais e outros componentes do 3/4 desta força é aplicada no enrolamento interno e os 1/3 a
transformador; b) Curvatura forçada (forced buckling) no enrolamento. 1/4 restantes estão aplicados no enrolamento externo.
Situações distintas da mencionada anteriormente, que
proporcionam acréscimo significativo na força axial são
Frad . L2  N 
  2   6 consideradas condições não-ideais. Nestas circunstâncias, as
2be  m 2
forças axiais são difíceis de serem calculadas através de
Onde Frad é a força radial distribuída [N/m]; L é a simples cálculos analíticos.
distância entre os suportes [m]; b a altura axial do condutor As condições não-ideais que contribuem para o aumento
[m] e por fim e é a espessura radial do condutor [m]. das forças axiais nos enrolamentos são diversas, dentre elas
Vale ressaltar que a força radial utilizada nesta última pode-se citar: o desequilíbrio dos ampère-espiras dos
equação, é a força calculada por (3) dividida pelo enrolamentos concêntricos; o deslocamento axial dos
comprimento do condutor que compõe todo o enrolamento. enrolamentos e o uso de derivação (tapes).
Um exemplo de método analítico que produz resultados
B. Cálculo Analítico das Forças Axiais em Enrolamentos confiáveis é o método ampère-espira residual, o qual é
Concêntricos
aplicado para estimar as forças axiais em arranjos com
O cálculo analítico das componentes radiais da densidade enrolamentos assimétricos como ilustrado pela Fig. 11, que
de fluxo magnético de dispersão em um transformador com mostra uma configuração onde o enrolamento externo possui
enrolamentos concêntricos não é tão simples e nem tão preciso derivação em uma extremidade. Pode-se notar que, a
quanto o cálculo da densidade de fluxo de dispersão na assimetria causa uma concentração de fluxo na região em que
direção axial. ocorre o desequilíbrio de ampère-espiras e, portanto, nesse
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local, as forças serão mais intensas. considera-se que esse comprimento é constante e que não varia
com a posição axial do enrolamento [6]. Mesmo com essa
simplificação obtêm-se resultados com precisão satisfatória.
Assim, pode-se efetuar o cálculo das forças de compressão
axial pelo método mencionado, sendo necessário para tanto, o
conhecimento das seguintes grandezas:
 O comprimento efetivo do caminho do fluxo
radial, heff, (ver Fig. 11), que é diferente para cada
arranjo de derivação;
 A densidade do fluxo radial médio no diâmetro
Fig. 11. Seção transversal de um lado do transformador mostrando as forças médio do transformador (Br);
axiais nos enrolamentos e a distribuição de densidade de fluxo de dispersão
radial.  O valor médio do ampère-espiras radial é igual a
(1/2)a(nImax), sendo a o comprimento da
O método do ampère-espiras residual se fundamenta no derivação, expresso como uma fração do
princípio de que qualquer arranjo de enrolamentos comprimento total do enrolamento sem derivação.
concêntricos, no qual a soma de forças magnetomotrizes é
nula, divide-se em dois grupos, cada um tendo ampère-espira A força axial em qualquer enrolamento do transformador de
equilibrado, um produzindo um campo axial e o outro um (nImax) ampère-espiras máximos pode ser determinada por
campo radial [6]. Os ampère-espiras radiais originam os fluxos (8).
radiais e, por conseguinte, as forças axiais entre os 2a(nI max ) 2
enrolamentos. Fa    N  8
Os ampère-espiras radiais agindo em qualquer ponto do
10 7
Dm
enrolamento são calculados considerando a soma algébrica dos Onde   .
ampère-espiras do primário e secundário entre as extremidades heff
dos enrolamentos. Uma curva plotada para todos os pontos
O parâmetro  representa a permeância por unidade de
origina um diagrama de ampère-espira residual ou
comprimento da coluna de um transformador para fluxo radial,
desequilibrado.
referido ao seu diâmetro médio. Ela é independente do
Para ilustrar o método, a Fig. 12 (a) mostra um enrolamento
tamanho físico do transformador e depende somente da
concêntrico com uma derivação em uma das extremidades do
configuração do núcleo e enrolamentos.
enrolamento externo, de comprimento a, relativa ao
Na escolha de uma fórmula para uso prático, é conveniente
comprimento total sem derivação. Os dois arranjos da Fig.
selecionar um parâmetro, o qual independente do tamanho do
12(b) representam grupos de ampère-espiras equilibrados que,
núcleo, mas depende somente de sua configuração. A
quando superpostos, reproduzem a configuração original de
ampère-espiras. O diagrama dos ampère-espiras radiais, permeância por unidade de comprimento,  , é apropriada
plotado em função da altura do enrolamento, está ilustrado na para esta proposta.
Fig. 12 (c), apresentando um formato triangular. O valor Nesta situação obtém-se a força axial para todos os
máximo alcançado é de a(nImax), onde (nImax) representa o transformadores tendo as mesmas proporções, qualquer que
ampère-espira do enrolamento primário ou secundário. seja sua geometria.
Equação (8) é aplicada para um simples arranjo de
derivação conforme ilustrado pela Fig. 11 e Fig. 12. No
entanto, as Tabelas I e II fornecem diversos arranjos de
derivação e suas respectivas fórmulas para cálculo das forças
axiais.

TABELA 1
DIAGRAMA AMPÈRE-ESPIRA RESIDUAL PARA ARRANJOS MAIS USUAIS DE
DERIVAÇÃO.
Tipo Derivações Diagrama Ampère-Espira
Residual
A
Fig. 12. Determinação do diagrama de ampère-espiras residual para
enrolamento com derivação em uma extremidade. B

Para o cálculo das forças axiais é necessária a determinação C


da densidade de fluxo radial produzido pelo ampère-espiras D
radial. Em outras palavras, deve-se conhecer o comprimento
efetivo do caminho para a densidade de fluxo radial para todos E

os pontos ao longo do enrolamento. Para essa finalidade,


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TABELA 2
representa a altura do enrolamento [m]; Fr [N] é a mesma
FORÇA E VALORES DE  PARA ARRANJOS MAIS USUAIS DE DERIVAÇÃO. formulação utilizada em (3), porém considerando o diâmetro
Tipo Força [kN]  Altura   Altura  como o médio entre o enrolamento interno e externo.
   
 Janela   Janela  Quando se tem derivação no enrolamento, a maior força
  4,2    2,3 
Diâmetro Diâmetro
    eletromagnética é exercida imediatamente nas espiras vizinhas
 Núcleo   Núcleo 
   
a parte derivada. Assim, nestas espiras ocorre a máxima
A
2a nI max   5.5 6.4
2
(9)
tendência de curvatura (bending), caso espaçadores sejam
10 10 utilizados. A força na espira do enrolamento externa
B
anI max 2  (10) 5.8 6.6 imediatamente vizinha à derivação é dada por (15).

21010  2  a 
Fa  0.773  q  Fr  log   1 [N]
C anI max   5.8 6.6
2

(11)  w  (15)
 1 
41  a   10 10

 2  Onde a  representa o comprimento da derivação.


a nI max  
D 2 6.0 6.8 Desta forma o estresse associado com a força axial gerando
(12) o efeito de curvatura pode ser determinado considerando a
8  10 10
relação (16).
E anI max   6.0 6.8
2

(13) Fax L2 N 
 1 
161  a   1010   16 
2  k  e  b 2  m 
2
 2 

Os valores de  a serem usados para arranjos mais usuais Onde Fax é a força axial distribuída [N/m]; L é a distância
de derivações têm sido estudados empiricamente, utilizando entre os espaçadores [m]; k é a quantidade de condutores
dois transformadores projetados especialmente para formando uma espira ou disco; e é a espessura radial do
possibilitar medições do fluxo radial [6]. Fatores de projeto, condutor [m] e b a espessura axial do condutor [m] e por fim R
tais como largura de ducto, espaço entre enrolamento e núcleo, é o raio do enrolamento [m]. O que se faz de fato é calcular o
proximidade ao tanque têm efeito em  , porém o efeito é máximo estresse que ocorre nas espiras que recebem as
pequeno. Os valores de  para diversos arranjos dados pela maiores forças.
Tabela II são aplicados apenas para transformadores que A inclinação dos condutores (tilting) é causada pela força
apresentem proporções próximas aos transformadores compressiva axial acumulativa. Para enrolamentos do tipo
projetados em [6], ou seja, que tenham relações (Altura da disco, o valor de estresse axial crítico no cobre é fornecido por
janela do transformador/Diâmetro circular do núcleo) (17).
próximas de 4,2 ou 2,3. Em casos extremos, a referência [7]
apresenta uma metodologia computacional na determinação de  axialcrit 
E  b 2
  N 2
12  R  m
  17 
 para diversas mudanças na configuração.
Em enrolamentos sem derivação, os estresses individuais Onde  axialcrit é o estresse crítico do enrolamento tipo
mais altos ocorrem no final dos enrolamentos. Testes têm disco [N/m2]; Ε é o módulo de elasticidade do material
mostrado que as forças no final das bobinas dos enrolamentos [N/m2]; b a espessura axial do condutor [m] e por fim R é o
externos e internos são aproximadamente as mesmas. Neste raio do enrolamento [m].
sentido, a força axial total no final da bobina ou espira de Se uma bobina tem k condutores, o valor da carga crítica
qualquer enrolamento é dada por (14). para todo o enrolamento é dado por (18).
k    E  ac  b
 1  4  d 12  Faxialcrit  N  18 
Fa  0,366  q  Fr  log 2
 [N]
 (14) 6R
 w  Onde Faxialcrit é a força crítica no enrolamento tipo disco
Onde q é a fração do ampère-espira total em uma bobina ou [N]; e ac a seção transversal do condutor [m2].
enrolamento; w representa a dimensão axial do condutor, As formulações fornecidas em (17) e (18) são valores
considerando sua isolação [m]; d1 é a largura equivalente do críticos devido somente ao condutor. Na referência [9] pode-se
encontrar um cálculo mais complexo.
ducto do transformador igual a d0 
1
e1  e 2  do
3 IV. EXEMPLO DE CÁLCULO DE FORÇAS E ESTRESSES
transformador, sendo e1 a largura radial do enrolamento ELETROMECÂNICOS

interno [m] e e 2 largura radial do enrolamento externo [m]; h Este item tem por objetivo apresentar alguns resultados
encontrados, aplicando a metodologia anteriormente descrita
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para o cálculo de forças e estresses eletromecânicos a que calculados e aqueles de referência para o estresse de tração
ficam submetidos os enrolamentos após um curto-circuito radial máximo suportável.
trifásico. O transformador trifásico possui as seguintes
características nominais: 5 MVA - Z= 5,8 % - 11/22 kV -
Estrela-Delta [6].
Antes de ilustrar os resultados, deve-se tecer algumas
considerações:

 O estresse radial de compressão deve ser


especificado em função do número mínimo de
suportes axiais a serem projetados, e neste caso
pode ocorrer o efeito de buckling ou de bending, Fig. 14. Estresse de tração radial no enrolamento externo comparando com o
causado pela força radial. Além disso, conforme estresse admissível.
formulado em (6) o estresse depende do espaço
que existirá entre os suportes; Observa-se que o estresse de tração radial (47,2 N/mm2)
 O máximo estresse axial deve ser calculado devido ultrapassou o limite, contudo, como já explicado, geralmente
ao efeito bending causado pela força axial, e nesta os valores de referência são bem maiores que o utilizado.
situação específica, o maior estresse está Já a Fig. 15 detalha uma comparação entre os valores
localizado no enrolamento externo, já que neste há estimados e aqueles de referência para o estresse axial máximo
presença de derivações (tapes); suportável, levando-se em consideração o efeito bending.
 Como o enrolamento externo deste transformador é
do tipo disco, há a possibilidade de realizar uma
comparação com uma força crítica (admissível),
levando-se em consideração o efeito tilting;
 Os limites críticos (admissíveis) de estresses
mecânicos foram baseados em [6].

A Fig. 13 mostra uma comparação entre os resultados


estimados e os valores de referência para o cobre para o
estresse de compressão radial máximo suportável pelo mesmo,
levando-se em consideração o efeito bending devido à força Fig. 15. Máximo estresse de tração axial comparando com o estresse
admissível (efeito Bending).
radial.
Considerando-se o máximo efeito de bending que ocorre no
enrolamento externo devido à presença de tapes, o valor
calculado (29,1 N/mm2) ficou abaixo do limite admissível.
Finalmente, na Fig. 16 é realizada uma comparação com o
valor de referência para a máxima força axial de compressão
suportável, levando-se em conta o efeito tilting.

Fig. 13. Variação do estresse de compressão radial no enrolamento interno


em função do espaço entre os suportes axiais comparando-se com o estresse
admissível.

Observa-se que o máximo espaço entre os suportes axiais é


de aproximadamente 45 mm, de forma que se obtenha um
estresse de 35 N/mm2. No entanto, os limites utilizados por
projetistas são bem maiores (da ordem de 95 N/mm2) que o Fig. 16. Força de compressão axial máxima comparando com a força
admissível (efeito Tilting).
utilizado nas comparações, já que geralmente o material
utilizado no enrolamento, neste caso o cobre, recebe
Observa-se a proximidade do valor da máxima compressão
tratamentos que proporcionam maiores níveis de
axial calculada (909 kN) que ocorre no enrolamento externo
suportabilidade mecânica [6], [9]. Desta forma, poderia
com o limite da força crítica (990 kN), destacando-se o efeito
utilizar espaços maiores que o obtido na Fig. 13.
tilting.
Na Fig. 14 ilustra-se uma comparação entre os valores
THE 8th LATIN-AMERICAN CONGRESS ON ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2009 8

Diante desses resultados, nota-se a grande importância da de tensão e corrente. Medições da corrente de magnetização é
realização de cálculos eletromecânicos preliminares que geralmente a forma mais fácil de detectar espiras curto-
possam auxiliar e prevenir o projetista, evitando assim maiores circuitadas que possam surgir devido a um movimento do
danos ao transformador quando submetido a um curto-circuito. enrolamento. No entanto, esta técnica é de sensibilidade
limitada para outros tipos de defeitos.
V. TÉCNICAS PARA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE
C. Reatância de dispersão
DEFEITOS EM TRANSFORMADORES
Durante alguns testes em fábrica, impedâncias são medidas
Mesmo com muitas técnicas existentes, há uma necessidade
usando uma excitação trifásica em correntes com pelo menos
de avaliar aquela que seja melhor de forma a obter bons
10% do valor nominal. A detecção de defeitos pode ser
resultados. Em uma tentativa de melhorar as perspectivas de
facilitada, caso sejam realizadas medições por fase, desta
detecção de defeitos, as concessionárias estão requisitando
forma realiza-se comparações entre fases. O grande problema
cada vez mais que os fabricantes forneçam resultados de
no uso desta técnica é que as reatâncias por fase geralmente
referência. Porém, o grande problema para o fabricante é
diferem bastante entre fases, até mesmo para novos
conhecer qual a melhor técnica a ser usada, e precisamente
transformadores, ou entre transformadores com projetos
como realizar as medições. Existe, portanto, a possibilidade de
semelhantes. Desta forma, a concordância com valores de
testes complementares que possam fornecer mais informações
placa é também variável. Portanto, sem resultados de
e aumentar a fidelidade na avaliação. Contudo, deve se atentar
referência do transformador em questão, torna-se muito difícil
para o uso de técnicas inapropriadas, levando a conclusões
de realizar uma interpretação fiel dos resultados.
confusas.
As principais técnicas usadas para detectar o movimento de D. Impulso de baixa tensão (LVI)
enrolamento em transformadores são [9]: O teste de impulso em baixa tensão (LVI) tem sido
apontado como o mais sensível comparado com as técnicas
 Capacitâncias do enrolamento; tradicionais. Porém tal método apresenta uma repetibilidade
 Correntes de magnetização; ruim. Uma das razões é que seja difícil reproduzir um sinal de
 Reatância de dispersão; entrada padrão, devido à complicada e característica variada
 Impulso de baixa tensão (LVI); da impedância dos transformadores.
 Análise da resposta em freqüência (FRA).
E. Análise da resposta em freqüência (FRA)
Tais técnicas podem ser dividas em dois grupos: As três A metodologia de como realizar medições envolvendo o
primeiras dependem na detecção de uma mudança global, ou FRA se realiza pelo método de varredura da freqüência
seja, o fluxo de dispersão total que o movimento dos (SFRA) ou pelo método do impulso (IFRA). No primeiro
enrolamentos produz. Já as duas últimas técnicas contam com método, a resposta em freqüência é medida diretamente
a detecção dos efeitos por uma mudança local. A seguir, estas injetando em um terminal um sinal de impulso de freqüência
técnicas serão apresentadas, no entanto, um maior variável, medindo a resposta no outro terminal. Já no segundo
detalhamento será dado à técnica da análise da resposta em método, a resposta em freqüência é medida indiretamente
freqüência (FRA), já que esta demonstra fornecer melhores injetando em um terminal um sinal de impulso de forma
resultados, visto que vários trabalhos recentes obtiveram particular, medindo a resposta no outro terminal. Assim as
sucessos em suas aplicações [4]. medições são transformadas do domínio do tempo para o
domínio da freqüência.
A. Capacitâncias do enrolamento A princípio estes dois métodos devem ser capazes de
Medições das capacitâncias do enrolamento podem a produzir os mesmos resultados. Isto tem sido demonstrado em
princípio detectar o movimento dos enrolamentos, caso a diversas ocasiões [4].
capacitância mensurável seja afetada. Na prática, a Os principais tipos de testes envolvendo o FRA são
sensibilidade da técnica depende do tipo de defeito, e, além descritos a seguir:
disso, podem existir dificuldades na interpretação dos valores
medidos, caso resultados de referência não sejam disponíveis.  Teste “End-to-End” [4]: Neste tipo de teste, o sinal é
Particularmente, a técnica é efetiva em casos que seja possível aplicado na extremidade de cada enrolamento
realizar medições separadas para cada fase já que as sucessivamente, e o sinal transmitido é medido na
capacitâncias entre enrolamentos devem ser similares para outra extremidade. A impedância de magnetização do
cada fase. Desta forma, comparações dos resultados entre fases transformador é o principal parâmetro que caracteriza
podem aumentar bastante na identificação de alguma a resposta em baixa frequência usando este tipo de
anormalidade. configuração. Este teste é o mais utilizado por sua
simplicidade e possibilidade de avaliar o enrolamento
B. Correntes de magnetização
separadamente.
Esta técnica tem a vantagem de utilizar um único e simples
equipamento, essencialmente uma fonte de tensão e medidores
THE 8th LATIN-AMERICAN CONGRESS ON ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2009 9

 Teste “End-to-End Short-Circuit” [4]: Este teste é  Medições anteriores do mesmo equipamento –
similar à medição “End-to-End”, porém com um Impressão Digital (Fingerprint);
enrolamento da mesma fase sendo curto-circuitado.  Medições de transformadores idênticos;
Tais medições permitem que a influência do núcleo  Medições em fases separadas.
seja removida abaixo aproximadamente de 10 a 20
kHz, pois neste caso a resposta em baixa frequência é Além disso, recomenda-se definir regiões específicas de
caracterizada pela indutância de dispersão e não pela interpretação. A Fig. 17 ilustra tais regiões considerando
indutância de magnetização. A resposta a altas limitações devido à instalação do teste e das condições de
frequências é similar ao teste anterior. fluxo residual.

 Teste “Capacitive inter-winding” [4]: Neste teste o


sinal é aplicado a extremidade de um enrolamento e a
resposta é medida na extremidade do outro
enrolamento da mesma fase. A resposta usando este
tipo de configuração é dominada em baixas
frequências pela capacitância entre enrolamentos.

 Teste “Inductive inter-winding” [4]: Neste teste o sinal Fig. 17. Regiões típicas de interpretação do FRA.
é aplicado no terminal do lado de alta tensão, e a
resposta é medida no correspondente terminal no lado De forma a ilustrar a aplicação do FRA, a Fig. 18 mostra a
de baixa tensão, com ambas outras extremidades resposta em dois enrolamentos do lado de baixa tensão de um
sendo aterradas. A região de baixa freqüência deste transformador com unidades monofásicas. A ocorrência do
teste é determinada pela relação de espiras do defeito deste transformador está ilustrada na Fig. 3. Observa-se
enrolamento. que o efeito de buckling é claramente detectado na fase B
comparando com a fase C.
Devido à grande variações na aplicação do FRA há
necessidade de uma padronização para realização das
medições. A seguir segue uma lista de regras para execução de
uma boa medição do FRA:
 Recomenda-se usar cabos blindados de alta
frequência;
 Recomenda-se que os condutores de aterramento
sejam curtos e que se utilize bons conectores;
 Em relação à impedância de medição, é observado
Fig. 18. Respostas FRA mostrando uma falha (hoop buckling) na fase B do
que a maioria dos fabricantes adotam um valor de enrolamento de baixa tensão – Defeito ilustrado pela Fig. 3.
50 ohms;
 Antes de realizar os testes, o operador deve verificar VI. CONCLUSÕES
a integridade dos sistemas de medição, como por Foram apresentadas neste artigo as principais características
exemplo testar o circuito com uma resposta de das falhas que ocorrem nos enrolamentos dos transformadores
FRA já conhecida fornecida pelo equipamento do quando submetidos a curtos-circuitos, destacando a estimativa
fabricante; das forças radiais e axiais. Verificou-se que as forças radiais
 A escolha do tipo de teste, dentre aqueles originadas pela componente de campo agindo axialmente
apresentados anteriormente, depende da proposta produzem estresse de compressão no enrolamento interno e
da medição. Para uma condição geral de avaliação, estresse de tração no externo. As forças axiais originadas pela
os quatro tipos de testes apresentados devem ser componente de campo agindo radialmente tende a comprimir
realizados. Caso há alguma limitação no tempo ambos os enrolamentos, podendo causar inclinação nos
disponível para realização de todos os testes, condutores e flexão desses quando estão entre espaçadores.
recomenda-se desenvolver somente o teste “End- Apresentou-se uma abordagem analítica das forças agindo no
to-End” em todos os enrolamentos. transformador, verificando que para as forças radiais podem
ser calculadas com uso de uma metodologia mais simples,
Para avaliar os resultados do FRA, as informações enquanto que para as forças axiais foi descrito o método do
adquiridas são comparadas com valores de referência, ou ampère-espira residual, que é utilizado para calcular de forma
diretamente através de uma análise visual ou através de aproximada as forças axiais. Complementarmente, foram
informações processadas. apresentadas as expressões que estimam os estresses
Existem três formas para a geração de informaçoes de eletromecânicos em transformadores. A título de ilustração,
referência: mostrou-se uma aplicação da metodologia desenvolvida em
THE 8th LATIN-AMERICAN CONGRESS ON ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2009 10

um transformador trifásico de 5 MVA, 11/22kV Estrela-Delta. Herivelto de Souza Bronzeado (M’ 97) nasceu em
Remígio, Paraíba. Recebeu seu grau de mestre pela
Deve-se salientar a importância de realizar cálculos analíticos, University of Aberdeen, Escócia em 1993. Ele
mesmo que aproximados durante a fase de projeto do também é chairman do comitê de estudos C4 do
equipamento, reduzindo assim, maiores riscos quanto à falhas CIGRE-Brasil e do Capítulo PES/IAS/PELS,
mecânicas. Por fim, foram citadas preliminarmente as Nordeste 1, do IEEE. Atualmente é engenheiro da
CHESF.
principais técnicas utilizadas para monitoramento e avaliação
em transformadores submetidos à estresses eletromecânicos.
Estudos desenvolvidos apontam que a análise da resposta em
freqüência (FRA) é aquela que fornecem melhores resultados. José C. Oliveira nasceu em Itajubá–MG. Recebeu o
Os autores entendem que estas análises necessitam de um grau de mestrado pela Universidade Federal de
maior aprofundamento técnico-científico. Itajubá - MG, e o de PhD pela Universidade de
Manchester – Manchester - UK. Atualmente, é
professor na Faculdade de Engenharia Elétrica da
VII. REFERÊNCIAS Universidade Federal de Uberlândia.
[1] M. C. Pena Medina. “Falha em Transformadores de Potência: Uma
Contribuição para Análise, Definições, Causas e Soluções”. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal de Itajubá, Março 2003.
[2] E. R. Aguiar. “Análise de Resposta em Frequência Aplicada em
Transformadores de Potência”. Dissertação (Mestrado) – Universidade
Federal de Minas Gerais, Março 2007. Marcelo Lynce Ribeiro Chaves nasceu em
[3] DOBLE. “The Life of a Transformer”. Seminar and Industry Expo. Ituiutaba, MG. Obteve o título de Doutorado em
Florida February 19-25, 2006. 1995 pela Unicamp Campinas, SP. O título de
[4] CIGRE WG A2.26. “Mechanical-Condition Assessment of Transformer Mestrado foi obtido em 1985, na Universidade
Windings Using Frequency Response Analysis (FRA)”. Brochure 342, Federal de Uberlândia (UFU). É professor titular na
CIGRE, 2008. Universidade Federal de Uberlândia. As suas áreas
[5] A. C. Azevedo. “Estresse Eletromecânico em Transformadores Causado de interesse são: Transitórios Eletromagnéticos.
por Curtos-Circuitos “Passantes" e Correntes de Energização”. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal de Uberlândia, Fevereiro 2007.
[6] M. Waters. “The Short-Circuit Strength of Power Transformers”. 5. ed.
[S.l.]: Macdonald and Co., London, 1966.
[7] E. Stenkvist. “Short Current Problems in Large Transformers” CIGRE
Report No. 155. 1958.
[8] J. M. Heathcote. “J and P Transformer Book”. 12. ed. [S.l.]: Elsevier
Science Ltd, Oxford, 1998.
[9] CIGRE WG 12.19. “The Short Circuit Performance of Power
Transformers”. Brochure 209, CIGRE, 2002.

VIII. BIOGRAFIAS

Arnaldo Junior J. P. Rosentino nasceu em


Uberlândia-MG. Formou-se em Engenharia Elétrica
em 2008 pela Universidade Federal de Uberlândia.
Atualmente está trabalhando em seu mestrado na
mesma universidade. Sua área de interesse é estresse
eletromecânico em transformadores e qualidade da
energia elétrica.

Antônio C. Delaiba nasceu em Botucatu-SP e


obteve o grau de Mestre em 1987 pela USP - São
Carlos-SP, e o de Doutor em 1997 pela USP-SP.
Atualmente é professor na Faculdade de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia.

Elise Saraiva nasceu em Uberlândia, MG. Obteve o


Mestrado em Engenharia Elétrica na Faculdade de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) em Janeiro de 2004. Atualmente
é aluna de doutorado pela Universidade Federal de
Uberlândia.

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