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VIDEOMONITORAMENTO
SOLUÇÃO TECNOLÓGICA INOVADORA NO CAMPO DO POLICIAMENTO MODERNO
INTRODUÇÃO
busca pela preservação e manutenção da ordem pública, permitindo que todos exerçam
suas atividades sem perturbação de outrem.
1 A SEGURANÇA PÚBLICA
Maslow apud Azamor dos Santos Filho (2007), Segurança = necessidade indispensável,
especialmente nos grandes centros urbanos, onde a criminalidade é crescente.
1.1 SURGIMENTO DA SEGURANÇA PÚBLICA NAS SOCIEDADES
“O aparecimento real da cidade ocorreu como resultado final de uma união mais remota
entre os componentes paleolíticos e neolíticos” (MUMFORD, 1998, p. 28).
1.1 SURGIMENTO DA SEGURANÇA PÚBLICA NAS SOCIEDADES
Com o fim da Idade Média e o nascimento da Idade Moderna – com o advento das
incursões do mercantilismo, em meados do ano de 1.500 d.C. – os Estados passaram a
deter um maior controle social, atraindo para si todas as responsabilidades, tanto nos
quesitos de proteção dos seus cidadãos, quanto em suas políticas de desenvolvimento.
1.1 SURGIMENTO DA SEGURANÇA PÚBLICA NAS SOCIEDADES
Em 1787, com a Constituição rígida e escrita dos Estados Unidos da América, após a
independência das 13 colônias, e em 1791, com a elaboração da Constituição
Francesa, a partir da Revolução Francesa: início ao constitucionalismo formal.
1.1 SURGIMENTO DA SEGURANÇA PÚBLICA NAS SOCIEDADES
Toda violência, quando não legitimada pelo Estado, deve ser retaliada de modo direto e
preciso tendo por azo as leis, a justiça e todos os órgãos institucionalizados, como é o
caso das policias, dentro do contexto da política de segurança pública.
AS LEIS
VIOLÊNCIA
POLÍCIAS A JUSTIÇA
2.1 CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA NOS CENTROS URBANOS BRASILEIROS
A segurança pública no Brasil têm sofrido graves ataques por parte da delinqüência que
se instalou nas suas grandes cidades, fruto de uma sociedade desigual e injusta que
não oferece as condições de evolução aos jovens residentes em subúrbios infectos
(SANTOS FILHO, 2007).
2.1 CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA NOS CENTROS URBANOS BRASILEIROS
Príncipe regente D. João: Divisão Militar da Guarda Real de Polícia (Moulin, 2003).
3 DESENVOLVIMENTO DO POLICIAMENTO E AS TECNOLOGIAS
DE INFORMAÇÃO
O primeiro método de comunicação foi o rádio criado pelo cientista italiano Guglielmo
Marconi, nascido em 1874 na cidade de Bolonha.
3.1 SURGIMENTO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
Há muito a polícia vem desejando que a tecnologia possa facilitar os problemas que
mais a atormentam.
3.2 SURGIMENTO DOS SISTEMAS DE CIRCUITO
FECHADO DE TELEVISÃO E VIDEOVIGILÂNCIA
Paul Virilio e Andrés Vitalis apud Marta Mourão Kanashiro (2006): os primeiros sistemas
de vigilância foram instalados na realidade européia no início da década de 1970.
O ser autovigiado não quer possuir condutas anormais. A norma passa a ser valorizada
até mesmo cobiçada, registra BRUNO (2004, p.113).
4 O PANÓPTICO E A VISÃO CONTEMPORÂNEA DA VIGILÂNCIA ELETRÔNICA
KANASHIRO (2006) destaca ainda que existe diferença quanto à transmissão das
imagens do sistema analógico para o sistema digital, mas que ambas as imagens
podem ser combinadas, interagindo com os bancos de dados informatizados:
A fim de uma melhor resolução e captação de imagens, são colocadas em uma altura
tornando possível abranger todo o espaço do foco, de tal maneira que sua visão
panorâmica seja comparável com uma pessoa colocada na mesma posição, porém com
um diferencial, pois as imagens produzidas pelas câmeras de vigilância são ampliadas
na medida de suas necessidades, “a semelhança de uma pessoa no mesmo local com
binóculo” (GUIMARÃES, 2007, p. 3).
5.1 O QUE É O VIDEOMONITORAMENTO
Acrescenta ainda o autor supra identificado, que quando as câmeras de vigilância são
alojadas em tais ambientes, contribuem para os serviços dos agentes policiais que
estão interligados a uma central da polícia:
[...] consiste na colocação de câmeras de vídeo em espaços públicos, a serviços dos
agentes policiais, para propiciar a observação simultânea de vários locais, a
identificação de anormalidades e a adoção das providências para reação imediata. Este
sistema funciona com câmeras ligadas a uma central da polícia que, a princípio, deve
monitorar as imagens e adotar os procedimentos necessários para o envio de policiais
para o local, ou guardar as imagens para utilização pela investigação criminal
(GUIMARÃES, 2007, p. 2).
5.1 O QUE É O VIDEOMONITORAMENTO
Para Mark Harrison Moore (1992), um fator importante para controlar os distúrbios
urbanos é ter uma rede de relações que alcancem todas as comunidades, dando ímpeto
a futuro desenvolvimentos no policiamento para solução de problemas comunitários.
Portanto, deve haver uma aproximação da responsabilidade da polícia na segurança
urbana e melhor acesso aos cidadãos na visualização de seus direitos. Nesse aspecto,
acrescentou Ledir Porto apud Fernando Ribeiro que: “O papel da câmera é tornar a
cidade cidadã e segura. Segurança é qualidade de vida [...]” (PORTO, apud RIBEIRO,
F., 2008, p. 15).
5.2 FUNCIONALIDADE E EFICÁCIA DO VIDEOMONITORAMENTO
O Secretário de Defesa Social da Serra, Ledir da Silva Porto, em entrevista (ANEXO B),
ratifica a importância da participação do município no contexto da Segurança Pública,
ao “ressaltar que o Estado não consegue obter bons resultados nessa área trabalhando
sozinho, bem como, os municípios também não conseguem atender a contento seus
munícipes tomando iniciativas isoladas”.
5.4 FUNCIONALIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE
VIDEOMONITORAMENTO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES
5.4 FUNCIONALIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE
VIDEOMONITORAMENTO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES
Ressalta, ainda, que o município de Vitória tem assumido de forma pró-ativa a questão
da segurança, atuando com um conjunto de políticas públicas na área social, como por
exemplo: Programa Vitória da Paz, Guarda Municipal e o Videomonitoramento.
O Cel. Luiz Antônio Brenner Guimarães (2007), referindo-se a capital Porto Alegre do
Estado do Rio Grande do Sul, quanto a implantação do sistema de
Videomonitoramento, apresenta:
De acordo com o Fórum de Segurança, Ildo Raimundo da Rosa apud Maria de Fátima
Guimarães Oliveira (2008), destaca que tal implementação já trouxe resultados
evidentes para a comunidade:
[...] Além da vigilância preventiva de segurança voltada à proteção dos cidadãos,
estamos em sintonia com outras visões de monitoramento, com a preservação do
patrimônio histórico e cultural da cidade, considerando o local no qual as câmeras estão
operando [...] (ROSA apud OLIVEIRA, M., 2008).
5.5 FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE VIDEOMONITORAMENTO NOS ESTADOS
FEDERATIVOS
Gustavo Almeida Paolinelli de Castro (2007) salienta que no Estado de Minas Gerais,
Belo Horizonte possui 72 câmeras distribuídas em locais de grande comércio, e
acrescenta que:
[...] Em relação à efetividade da medida, a Polícia Militar tem defendido sua eficiência,
apontando uma redução de 7,91% da criminalidade no primeiro semestre de 2005, em
comparação com o mesmo período de 2004 [...] (CASTRO, 2007, p. 84).
De acordo com Mariana Garbin e Manoel Schlindwein (2008), no Estado de São Paulo,
os equipamentos de videovigilância são usados por um grupo de operadores e
supervisores, e em caso de visualização de ocorrência, o operador da câmera transfere
os dados ao COPOM – Centro de Operações da Polícia Militar.
As câmeras de videovigilância implantadas no estado possuem tecnologia avançada,
com visualização aproximada de 600 metros e as imagens são armazenadas por um
período de 15 dias:
[...] as câmeras têm tecnologia avançada, giram 360º e possibilitam a visualização de
objetivos a uma distância aproximada de 600 metros. As imagens ficam armazenadas
durante 15 dias nos computadores da corporação para eventuais consultas e depois
são eliminadas (GARBIN; SCHLINDWEIN, 2008).
Nota-se que o sistema de videomonitoramento tem sido bem sucedido e apresentando
bons resultados com a diminuição da violência na grande maioria dos municípios que
utilizam o sistema de circuito fechado de TV.
5.6 INVESTIMENTOS NO VIDEOMONITORAMENTO
É importante considerar não apenas o aumento das despesas com a Segurança
Pública. Deve-se preponderar que o sistema de Videomonitoramento é um investimento
necessário à modernização da segurança, pois busca obter resultados positivos em
favor da sociedade.
As prefeituras de Vitória e de Serra são atendidas pela mesma empresa de
Videomonitoramento (Empresa START Tech Solução em Tecnologia Ltda), como será
visto um pouco mais adiante. Ao se analisar os contratos firmados, pode-se constatar
uma variação nos valores dos contratos, após ser analisado o custo total do projeto nos
dois referidos municípios. Na Serra o valor é superior em R$ 1.737,16 (um mil,
setecentos e trinta e sete reais e dezesseis centavos) por câmera.
A justificativa se dá em virtude das particularidades de equipamentos compatíveis em
cada região, bem como, à quantidade de câmeras e o custeio com pessoal. A diferença
nos valores se dá ainda posto que no município de Serra já estão inclusas as despesas
dos operadores, que são policiais aposentados.
5.6.1 Investimentos no Videomonitoramento no município de Vitória-ES
No município de Vitória, segundo Everaldo Costa (2008), tendo em vista que o projeto
ainda é novo e com modernos recursos tecnológicos, o custo do sistema ainda é
considerado elevado, entretanto, com novos processos licitatórios, e com a experiência
adquirida com a atual funcionalidade do sistema, é bem provável que os valores sejam
reduzidos.
Para regular os procedimentos e valores a serem custeados pela Prefeitura de Vitória,
foi firmado no dia 14 de novembro do ano de 2007, um Contrato de Prestação de
Serviços de n° 278/2007 com a Empresa Start Tech Solução em Tecnologia Ltda.
Item Descrição Valor mensal Valor Global
( 12 meses )
Total R$ 498.900,00
5.6.1 Investimentos no Videomonitoramento no município de Vitória-ES
O contrato firmado entre a Prefeitura de Vitória e uma empresa privada, tem prazo
estipulado em 12 (doze) meses, destacando que todas as despesas de instalação e
manutenção do sistema são da empresa contratada.
5.6.2 Investimentos no Videomonitoramento no município de Serra-ES
Total R$ 79.850,00
5.6.2 Investimentos no Videomonitoramento no município de Serra-ES
Total R$ 104.000,00
5.6.2 Investimentos no Videomonitoramento no município de Serra-ES
JACARAIPE
MANGUINHOS
AV BEIRA RIO 1 0 2 1 1 3
AV MANGUINHOS 3 2 1 1 0 3
Total 4 2 3 2 1 6
JACARAIPE
Ja Fe Ja Fe Ja
n v n v n Fev
MANGUINHOS
Ja Fe Ja Fe Ja
n v n v n Fev
AV BEIRA RIO 4 2 6 2 4 7
AV MANGUINHOS 6 9 9 7 4 7
Total 10 11 15 9 8 14
2006
Bairro Local
AV ABDO SAAD 21 10 19 21 11 12 94
JACARAIPE
N S DOS NAVEGANTES 8 11 3 8 4 2 36
AV CENTRAL 1 6 8 8 7 7 37
AV PRIMEIRA AVENIDA 1 1 2
PRQ R LARANJEIRAS
AV SEGUNDA AVENIDA 1 1 1 3
RUA PITAGORAS
Total 30 28 34 37 28 25 182
5.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MUNICÍPIOS DE SERRA E DE VITÓRIA: ANTES E
DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO VIDEOMONITORAMENTO
2007
Bairro Local
N S DOS NAVEGANTES 7 3 3 1 1 3 18
AV CENTRAL 7 7 4 4 5 9 36
AV PRIMEIRA AVENIDA 1 2 3
PRQ R LARANJEIRAS
AV SEGUNDA AVENIDA 1 1
RUA PITAGORAS
Total 39 31 32 19 25 27 173
5.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MUNICÍPIOS DE SERRA E DE VITÓRIA: ANTES E
DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO VIDEOMONITORAMENTO
2008
Bairro Local
N S DOS NAVEGANTES 2 4 5 2 2 1 16
AV CENTRAL 4 11 10 9 3 4 41
AV SEGUNDA AVENIDA 1 1
RUA PITAGORAS 1 1
Total 36 1 37 22 1 23 194
Variação Absoluta 2008 - 2007 21
Tabela 06 – Principais Crimes: Crimes contra Pessoa e Crimes contra Patrimônio registrados no município de
Serra 1º Semestre 2007/2008 - Locais de Câmeras. Fonte: GEAC/SESP.
5.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MUNICÍPIOS DE SERRA E DE VITÓRIA: ANTES E
DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO VIDEOMONITORAMENTO
Em relação à tabela 06, vale ressaltar que somente em meados do mês de abril de
2008, foi instalado o Videomonitoramento nas regiões de Laranjeiras e Feu Rosa,
portanto, um período curto para se ter uma melhor avaliação em termos estatísticos.
Assim sendo, para termos de análise foi disponibilizado números estatísticos no período
de janeiro a junho dos anos de 2006, 2007 e 2008. Com relação aos crimes contra a
pessoa e contra o patrimônio no período 2008, comparado ao mesmo período do ano
de 2006, houve um aumento nos registros de 6,59%. Há uma pequena variação em
termos de número no período referenciado no período de 2007/2008, registrando um
aumento de ocorrências de crimes contra a pessoa e patrimônio em 6,59%.
5.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MUNICÍPIOS DE SERRA E DE VITÓRIA: ANTES E
DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO VIDEOMONITORAMENTO
2006
Bairro Local
AV N S NAVEGANTES 48 49 23 31 23 16 190
AV CENTRAL 1 6 8 8 7 7 37
AV PRIMEIRA AVENIDA 1 1 2
PRQ R LARANJEIRAS
AV SEGUNDA AVENIDA 1 1 1 3
RUA PITAGORAS 0
2007
Bairro Local
AV N S NAVEGANTES 47 50 28 17 14 18 174
AV CENTRAL 25 22 20 18 21 20 126
AV PRIMEIRA AVENIDA 1 4 5
PRQ R LARANJEIRAS
AV SEGUNDA AVENIDA 2 1 4 1 8
RUA PITAGORAS 1 1 2
Bairro Local
Ma
Jan Fev r Abr Mai Jun Total
FEU ROSA RUA CRAVOS 8 14 10 6 5 5 48
AV PRIMEIRA AVENIDA 1 2 1 2 4 2 12
PRQ R LARANJEIRAS
AV SEGUNDA AVENIDA 3 1 2 2 2 1 11
RUA PITAGORAS 1 2 1 4
Tabela 07 – Atendimentos registrados no município de Serra 1º Semestre 2006/2007/2008 - Locais de Câmeras. Fonte: GEAC/SESP.
AV JERONIMO
MONTEIRO 48 55 51 48 46 44 37 44 52 51 47 84 292 315 23 7,88
AV PRINCESA
ISABEL 35 26 32 32 28 36 36 24 29 32 22 28 189 171 -18 -9,52
AV N S DOS
NAVEGANTES 31 25 28 29 27 31 25 28 28 20 44 44 171 189 18 10,53
AV DANTE
MICHELINE 108 81 86 64 67 55 107 80 82 62 63 47 461 441 -20 -4,34
TOTAL 278 212 249 220 212 217 238 206 227 205 221 246 1.388 1.343 -45 -3,24
Em relação à tabela acima, vale ressaltar que no 1º Semestre de 2007, ainda não havia
o Videomonitoramento no município de Vitória-ES, tendo iniciado somente em
dezembro de 2007, sendo disponibilizado dados no período de janeiro à junho de 2008.
No período referenciado, nota-se uma pequena diminuição dos números de
atendimentos em – 3,24%.
5.7 COMPARATIVOS ENTRE OS MUNICÍPIOS DE SERRA E DE VITÓRIA: ANTES E
DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO VIDEOMONITORAMENTO
Em relação à tabela 8, vale ressaltar que no 1º Semestre de 2007, ainda não havia o
Videomonitoramento no município de Vitória-ES, tendo iniciado somente em dezembro
de 2007, sendo disponibilizado dados no período de janeiro à junho de 2008. No período
referenciado, nota-se uma pequena diminuição dos números de atendimentos em –
3,24%.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jan Fev Mar Abr Mai Jun 2007 2008
AV JERONIMO
MONTEIRO 9 5 6 15 5 7 7 6 6 6 5 6 47 36 -11 -23,4
AV PRINCESA
ISABEL 10 18 13 16 10 8 10 11 7 9 6 11 75 54 -21 -28
AV N S DOS
NAVEGANTES 6 7 5 9 7 6 8 9 2 3 5 7 40 34 -6 -15
AV DANTE
MICHELINE 14 13 10 12 10 11 17 12 18 6 11 7 70 71 1 1,4
AV N S DA PENHA 17 9 27 12 12 14 16 6 11 17 21 14 91 85 -6 6,59
13,3
TOTAL 56 52 61 64 44 46 58 44 44 41 48 45 323 280 -43 %
Desta forma o estudo em relação à análise de dados estáticos é bem complexo, sendo
que nem sempre o aumento do número de registros, significa o aumento de
criminalidade.
Marcos Rolim (2004) afirma que tal medida tem contribuído a fim de inibir a prática de
crimes. Assim destacou:
Quando as pessoas sabem que estão sendo observadas tendem a agir em
conformidade com as normas de convívio. Quando, ao contrário, têm certeza de que não
se saberá das suas ações ou que não serão identificadas, agem mais facilmente em
desrespeito às mesmas normas (ROLIM, 2004).
Desta forma, a medida implantada de Videomonitoramento, precedente da
Administração Pública, releva questões acerca dos princípios constitucionais da
privacidade e da segurança devido à instalação de câmeras filmadoras em locais
públicos.
O professor da PUC de Minas e Doutor em Direito pela UFPR, Túlio Vianna (2007)
destaca a problemática quando o operador ultrapassa os limites permitidos violando a
privacidade, ressaltando que “não é porque se pode registrar que se pode
necessariamente divulgar”:
[...] é aqui que se encontra uma das principais dificuldades na correta compreensão do
direito à privacidade: não é porque alguém tem o direito de monitorar outrem que se
pode deduzir daí, necessariamente, que este alguém pode também registrar as cenas e
gravar os sons. De forma semelhante, não é porque se pode registrar que se pode
necessariamente divulgar [...] (VIANNA, 2007).
6 VIGILÂNCIA ELETRÔNICA: PERSPECTIVAS DOS DIREITOS À
PRIVACIDADE E À SEGURANÇA
Carlos Alberto Bittar apud Priscila Madallozzo Pivatto (2005, p. 488 e 489), enfatiza que
o direito à privacidade “consubstancia-se em mecanismos de defesa da personalidade
humana contra injunções, indiscrições ou intromissões alheias”.
A seu turno, José Serpa de Santa Maria, lembrado por Priscila Medallozzo Pivatto
(2005, p. 489) considera a privacidade como ”modo de vivência reservada, sob a
resistência moral, a qualquer intromissão, bem como na razoável exclusão do
conhecimento público de fatos, idéias e emoções pessoais do interessado”.
Túlio Vianna (2007), destaca que existem três graus de violação a serem observados
quando um indivíduo encontra-se em locais públicos videomonitorados: no caso da
monitoração, do registro e principalmente, da divulgação, ressaltando que
independentemente do indivíduo se encontrar em local público e estar sendo tele-
assistido, tais imagens não podem ser divulgadas sem as devidas cautelas.
6 VIGILÂNCIA ELETRÔNICA: PERSPECTIVAS DOS DIREITOS À
PRIVACIDADE E À SEGURANÇA
Nesse sentido, João Bosco Araújo Fontes Júnior (2005) ensina que “[...] os conceitos de
intimidade e domicílio são indissociáveis, de forma que a proteção do domicílio constitui
uma manifestação diretamente vinculada à tutela da intimidade [...]” (FONTES JUNIOR,
2005, p. 125).
Em princípio, é necessário observar que uma política pública que pretenda a instalação
de câmeras como forma de exercício da ordem, deve considerar, com apurado rigor, a
existência dos direitos fundamentais, como o direito à intimidade [...] (CASTRO,
[200-?], p. 8).
Não se trata, pois, de dizer que o princípio da segurança pública é superior ou inferior
ao da intimidade. Tal postura, aliás, é totalmente rechaçável se analisada sob uma
lógica reflexiva e construtivista-discursiva de aplicação dos direitos fundamentais [...]
(CASTRO, 2007, p. 89).
6.1 POSSIBILIDADES DE PONDERAÇÃO NO CONFLITO ENTRE OS
DIREITOS À PRIVACIDADE E À SEGURANÇA
Luísa Brito (2008), reportando-se à visão dos advogados em um modo geral colaciona
que “é preciso regulamentar o sistema para que as câmeras sejam colocadas somente
em locais onde realmente haja necessidade como pontos com alto índice de
criminalidade ou de vandalismo” (BRITO, 2008).
6.1 POSSIBILIDADES DE PONDERAÇÃO NO CONFLITO ENTRE OS
DIREITOS À PRIVACIDADE E À SEGURANÇA
[...] foco é o local onde forma-se a imagem projetada pela objetiva da câmera. Quando
um feixe de raios de luz atinge a superfície de uma lente instalada em uma câmera, a
mesma desvia sua trajetória de maneira que para determinado ponto. [...] profundidade
de foco da mesma forma como a profundidade de campo é a área na frente da lente
(em frente à câmera) para a qual todos os pontos ali localizados apresentam-se nítidos
à visão humana [...] (2008).
6.2 POSICIONAMENTO E DIRECIONAMENTO DA IMAGEM PRODUZIDA PELAS
CÂMERAS DE VIDEOMONITORAMENTO COMO MEDIDA ALTERNATIVA PARA NÃO
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE
Exemplifica ainda a empresa, que quando a imagem é desviada para outro ponto
denominado ‘A’, “situado em um objeto na frente da câmera seja formada a imagem do
mesmo ponto no interior da mesma” (2008). De maneira a exemplificar tais informações,
a empresa Fazendo Vídeo apresentou uma figura exemplificativa, conforme pode se
observar abaixo.
6.2 POSICIONAMENTO E DIRECIONAMENTO DA IMAGEM PRODUZIDA PELAS
CÂMERAS DE VIDEOMONITORAMENTO COMO MEDIDA ALTERNATIVA PARA NÃO
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE
Contudo, se o anteparo sobre o qual se desenvolveu a imagem for deslocado para trás
ou para frente, a imagem não estará mais focalizada, e sim fora de foco, isto é, se for
movido o anteparo será possível obter vários pontos dispersos e não mais um único
foco em específico (2008).
Como salientado no tópico anterior, as câmeras podem ter os seus focos desviados ou
distorcidos na medida de suas necessidades, dessa forma, pode-se desviar o foco
imediatamente para o local onde mereça melhor observação. A empresa Fazendo
Vídeo ressalta ainda essa questão:
[...] ajustando o foco no anel da objetiva x rack focus o efeito rack focus consiste em
mudar rapidamente o foco de um elemento da cena para outro, para chamar a atenção
do público, como em uma sala com pessoas conversando ao fundo (local onde está
inicialmente o foco) e um telefone em primeiro plano (desfocado). Quanto o telefone
toca, o foco muda das pessoas para ele (2008).
Uma questão bastante interessante levantada pela empresa é que existem maneiras de
fazer com que o fundo da imagem fique fora de foco, concentrando o foco em primeiro
plano. Esse tipo de procedimento pode-se enquadrar como um tipo de ponderação
entre o direito à privacidade sem desmerecer a segurança da sociedade.
6.2 POSICIONAMENTO E DIRECIONAMENTO DA IMAGEM PRODUZIDA PELAS
CÂMERAS DE VIDEOMONITORAMENTO COMO MEDIDA ALTERNATIVA PARA NÃO
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE
[...] existem algumas maneiras de fazer com que o fundo da imagem fique fora de foco,
concentrando o foco no primeiro plano. Uma delas é aumentar a abertura do diafragma
manualmente, quando a câmera permite este controle direto. Neste caso, quando isto é
feito, aumentará a quantidade de luz que entra pela objetiva e o sistema de exposição
automática da câmera aumentará a velocidade do obturador para compensar esta
quantidade extra de luz. [...] Se a câmera não possuir controle manual direto sobre a
abertura do diafragma, pode ser tentado o aumento da velocidade do obturador -
controle este presente na maioria das câmeras - que produzirá o mesmo efeito. A outra
alternativa para se desfocar o fundo é simplesmente mover a câmera para mais próximo
do objeto a ser focalizado: quanto menor esta distância, mais desfocado ficará o fundo
atrás do mesmo (2008).
6.2 POSICIONAMENTO E DIRECIONAMENTO DA IMAGEM PRODUZIDA PELAS
CÂMERAS DE VIDEOMONITORAMENTO COMO MEDIDA ALTERNATIVA PARA NÃO
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE
O que se deve destacar quanto à obtenção de imagens captadas através das lentes das
câmeras é a importância da preservação dessas imagens e resguardo quanto à
publicação das imagens, de modo a não se violar a privacidade e a intimidade de cada
um.
CONSIDERAÇÕES FINAIS