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CADASTRO DE OCORRÊNCIAS DE INUNDAÇÕES

Lígia Maria Nascimento de Araujo1; Renato Ferreira2; Marcello Silva da Costa3; Daniel Medeiros
Moreira4; Jane Côrtes Tavares5; Renata Costa Pinto6; Viviane Gonçalves Bento7; Ivete Souza de
Almeida8 & Janaína Gomes Pires9

RESUMO – Um sistema de informações sobre inundações é proposto para construção de um


cadastro georreferenciado de desastres dessa natureza. Ele possibilita armazenar dados
sistematizados pelo formulário padrão para avaliação de danos em desastres - AVADAN, adotado
pelo Sistema Nacional de Defesa Civil como protocolo oficial de comunicação às suas diversas
instâncias. Registram-se informações sobre: origem, área afetada, danos, prejuízos e intensidade do
desastre, usadas no estabelecimento de prioridades para mapeamento e estudo de áreas de risco.
Armazena também informações sobre ações de resposta. Facilita consultas, estatísticas e
correlações, contribuindo para a compreensão dos mecanismos desencadeadores de desastres. Em
um SIG, associado a bases de dados hidrológicos, socioeconômicos e a mapas temáticos
relacionados ao uso e cobertura do solo, o cadastro propicia a visão integrada do evento adverso e
constituiria a memória dos eventos históricos. Essa visão prospectiva auxiliaria tomadores de
decisão na identificação de medidas mitigadoras dos efeitos de inundações, consideradas desastres
naturais quando associadas a fenômenos hidrometeorológicos, que têm características de desastres
mistos – natural e humano, quando a intensidade do desastre é agravada por fatores antropogênicos
– destruição da flora, degradação do solo, ou pelo aumento da incidência de doenças de veiculação
hídrica ou transmitidas por vetores biológicos.

ABSTRACT – A flood information system is proposed for building a georeferenced disaster


inventory. It allows the storage of data systematized in the standard form for evaluating damages
caused by hazardous events – AVADAN, adopted by The National Civil Defense System in Brazil
as an official protocol addressed to its several acting instances. It informs about the origin, site
location, damages, social and economic losses and intensity of the disaster, which are information
used for establishing priorities for mapping and studying risk areas. It also stores data on response
actions. It facilitates making queries, statistics and correlations, so contributing to a better
understanding of the mechanisms of disasters breakout. This flood data inventory in a GIS,
associated to hydrologic and social databases, land use and cover related thematic maps, would
allow a comprehensive and integrated analysis of hazardous events, also working as the memory of
historical occurrences. This prospective view would help stakeholders in electing mitigation
measures for the effects of floods, which are considered natural disasters associated to
hydrometeorological phenomena, but have characteristics of hybrid disaster – natural and human,
when their intensity is enhanced by anthropogenic factors – deforestation, soil degradation or by
increasing in dissemination of waterborne diseases.

1
Engenheira Civil – Serviço Geológico do Brasil; Avenida Pasteur, 404; Rio de Janeiro/ RJ; CEP: 22.290-240; ligiamna@rj.cprm.gov.br
2
Analista de Sistemas – Serviço Geológico do Brasil; ferreira_ntg@hotmail.com
3
Major B. Militar – Secretaria de Estado da Defesa Civil, Pça da República 45; CEP: 20.211-350; Rio de Janeiro/ RJ; silvacosta@cbmerj.rj.gov.br
4
Estagiário em Engenharia Cartográfica - – CPRM – Serviço Geológico do Brasil – danielmm@rj.cprm.gov.br
5
Engenheira Civil – CPRM – Serviço Geológico do Brasil – janect@rj.cprm.gov.br
6
Estagiária em Engenharia Civil – CPRM – Serviço Geológico do Brasil – renatacp@rj.cprm.gov.br
7
Geógrafa – CPRM – Serviço Geológico do Brasil – viviane@rj.cprm.gov.br
8
Técnica de Hidrologia – CPRM – Serviço Geológico do Brasil – isa@rj.cprm.gov.br
9
Técnica em Processamento de Dados – CPRM – Serviço Geológico do Brasil – janaína@rj.cprm.gov.br
Palavras-chave: Desastres naturais, cadastro de inundações, avaliação de danos
INTRODUÇÃO

A ocorrência de inundações de conseqüências danosas à população ou ao meio ambiente,


consideradas desastres naturais, está na maioria das vezes associada a eventos extremos de
precipitação. Há, no entanto, notável e crescente contribuição de fatores antropogênicos para
agravar a intensidade desses desastres, verificada na análise do histórico de inundações,
principalmente em bacias urbanas.
No estado do Rio de Janeiro, onde é freqüente a incidência de precipitações intensas
causadoras de desastres em diversos municípios, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano adotou o levantamento e cadastramento de dados dos eventos dinâmicos
de ruptura em encostas (movimentos de massa) e áreas sujeitas a inundações, como uma primeira
etapa na construção de um sistema de informações para a previsão e prevenção de calamidades
causadas por intempéries. Para realizar o trabalho de levantamento das informações e alimentar o
cadastro, assinou instrumentos de cooperação com municípios, envolvendo também órgãos da
administração direta estadual, a Defesa Civil Municipal e Estadual e a CPRM - Serviço Geológico
do Brasil, no âmbito do Projeto Prevenção de Calamidades por Intempéries, CPRM & SEMADUR
(2004).
A CPRM, em 1997, desenvolveu o aplicativo MovMassa (Inventário de Escorregamentos do
Estado do Rio de Janeiro), CPRM (2000), atualmente em sua versão 2.1, e um protótipo para
cadastro de ocorrências de inundações. Dos contatos entre a equipe multidisciplinar do Projeto
SEMADUR, evidenciou-se a importância de adequar o protótipo do cadastro de inundações à
nomenclatura sobre desastres adotada pela Defesa Civil.
O cadastro de ocorrências de inundações, como é chamado o aplicativo de banco de dados
proposto, engloba a base de dados, a interface de entrada, o controle de acesso aos dados e
funcionalidades de recuperação e exportação de dados.
Este trabalho descreve as características do aplicativo e mostra um exemplo de utilização de
seus dados na análise de um evento ocorrido em 1998 no Rio de Janeiro, que atingiu 12 municípios,
durante um período de 14 dias.

OBJETIVOS

O desenvolvimento do aplicativo banco de dados sobre ocorrências de inundações tem como


objetivo sistematizar e armazenar as informações disponíveis sobre esses eventos, de forma a
facilitar a pesquisa e análise dos dados históricos sobre calamidades, para a compreensão dos
mecanismos desencadeadores dos desastres, suas causas, conseqüências e fatores agravantes,
contribuindo assim para o estabelecimento de medidas de prevenção ou mitigadoras de ocorrências
futuras.
A informação disponível sobre eventos de inundação, na maioria dos casos, se encontra
dispersa em notícias da imprensa, jornais locais e de grande circulação, e em acervos das
prefeituras. A fonte mais completa e confiável de dados, em geral, são os Formulários de Avaliação
de Danos (AVADAN) da Defesa Civil, elaborados à época de ocorrência de cada desastre.
A Defesa Civil tem como objetivo geral a redução de desastres, para tanto empreende ações
de: prevenção, preparação para emergências e desastres, resposta e reconstrução, MI (2000). O
Sistema Nacional de Defesa Civil, estruturado hoje no Brasil, conta com diversas instâncias
articuladas para cumprir este objetivo, seguindo a Doutrina Brasileira de Defesa Civil e a Política
Nacional de Defesa Civil, MI (2000), cujas formulação e condução são atualmente de competência
da Secretaria de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional. No desenvolvimento da
Doutrina, houve um esforço de padronização da nomenclatura relacionada com defesa civil,
materializado na confecção de um glossário, MI (2002).
A adequação dos campos e registros do banco de dados proposto à nomenclatura oficial não
só facilitará a alimentação da base, como também, o tornará um aplicativo útil ao Sistema Nacional
de Defesa Civil em suas ações de prevenção de desastres.

JUSTIFICATIVAS

Sobre a ocorrência de inundações, sabe-se que quanto menos freqüentes forem os desastres de
intensidade mais grave, mais difícil é manter livres de ocupação as áreas de risco e alta
vulnerabilidade, em geral o leito maior natural dos cursos d’água. Convencer as autoridades,
pressionadas pela sociedade, da importância da não ocupação dessas áreas não é tarefa fácil. Tucci
et al. (1995) observa que uma seqüência de anos sem enchentes é suficiente para que áreas de risco
de inundação voltem a ser ocupadas pela população.
O cadastro de ocorrências de inundações, funcionando como a memória dos eventos
históricos, pode auxiliar os tomadores de decisão e a sociedade como um todo a empreender e fazer
valer medidas de ordenamento territorial, com a finalidade de minimizar as conseqüências de
eventos adversos futuros, reduzindo a intensidade dos desastres quando não for possível evitá-los.
As informações sobre danos humanos, materiais e ambientais, prejuízos sociais e econômicos,
do custo das ações de resposta, de medidas estruturais e obras de reconstrução, a cada evento
histórico, podem constituir, isoladamente ou em seu conjunto, argumento forte no processo de
convencimento sobre a importância de medidas não estruturais de controle de desastres naturais.
Os dados sistematizados na base auxiliam na avaliação quantitativa dos desastres, na
totalização de danos humanos e de prejuízos em valor monetário – critérios para caracterização de
situação de emergência ou estado de calamidade pública, MI (1999). Outros dados, relativos às
áreas afetadas, são úteis na validação de estudos de planícies de inundação.

NOMENCLATURA, CODIFICAÇÃO DE DESASTRES E COMPETÊNCIAS

O protótipo desenvolvido para cadastro de ocorrências de inundações apresentava uma


nomenclatura para caracterização de desastres, danos e ações de respostas, baseada no material
encontrado como fonte mais direta de informações sobre as inundações históricas no Rio de Janeiro,
constituído de notícias de jornais de grande circulação e relatórios antigos da Defesa Civil. As
denominações mais usadas foram interpretadas e adequadas pela equipe de hidrologia da CPRM,
envolvida no desenvolvimento do aplicativo, com base na literatura disponível sobre hidrologia e
recursos hídricos e em sua própria experiência profissional.
O conhecimento da existência de uma Doutrina Nacional de Defesa Civil com proposta de
nomenclatura padrão, já analisada e aprovada pelos agentes envolvidos, inclusive universidades e
institutos de pesquisa, suscitou a pronta adequação do aplicativo em desenvolvimento para que
incorporasse os termos oficiais na caracterização dos desastres naturais relacionados com a
geodinâmica terrestre externa, especificamente, os relacionados com o incremento das
precipitações hídricas e com as inundações, MI (2000).
“A competência para avaliar os danos conseqüentes de um desastre é do município, por
intermédio de sua Agência Municipal de Defesa Civil”, SEDEC (2005) apud Art. 18 Decreto
Federal no. 5.376 de 17/02/2005.
O Formulário de Avaliação de Danos (AVADAN), que tem por finalidade informar com
precisão o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC) sobre as características dos desastres, assim
como avaliar danos e relacionar os prejuízos resultantes, deve ser preenchido pela equipe da
Agência Municipal de Defesa Civil, num prazo máximo de até 120 horas ou cinco dias da
ocorrência do desastre e prontamente encaminhado às instâncias estadual e federal do SINDEC,
SEDEC (2005). O AVADAN preenchido acompanhará, obrigatoriamente, o eventual processo de
declaração de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública.
O formulário AVADAN contempla praticamente todas as informações sobre danos, previstas
no cadastro de inundações elaborado pela CPRM em sua versão original, além de outras que não
haviam sido pensadas, como a parte de avaliação conclusiva da intensidade do desastre. Por ser
oficial, público e obrigatório, o AVADAN será uma das fontes de informação mais importantes
para o cadastro de ocorrências de inundações.
A maior utilidade do cadastro deverá ser a recuperação de dados históricos, ainda que ele
possa vir a ser alimentado simultanenamente com o preenchimento do AVADAN, digitando-se os
dados uma só vez, ou importando-se um arquivo digital AVADAN. Para isto, deverá ser
desenvolvida uma interface de entrada dupla ou um formato apropriado de importação/ exportação
de dados.

CARACTERÍSTICAS DO APLICATIVO DE BANCO DE DADOS

O aplicativo cadastro de ocorrências de inundações (COI) foi desenvolvido em Delphi, que é


uma Linguagem de Programação Visual Orientada a Objetos, baseada na linguagem de
implementação Object Pascal. O Delphi combina códigos totalmente compiláveis com ferramentas
visuais e tecnologia para a composição de bases de dados escaláveis.
As adaptações necessárias à incorporação da nomenclatura oficial sobre desastres estão sendo
implementadas, além de outras melhorias importantes. No entanto, tais modificações previstas não
deverão alterar significativamente a concepção de desenvolvimento do aplicativo, nem mesmo a
estrutura já adotada para a base de dados.

Controle de acesso para usuários e alimentação descentralizada

Para a segurança da informação armazenada, definiu-se no sistema um controle de acesso à


base de dados, em níveis hierárquicos de usuários, estabelecidos conforme a permissão para
alterações no banco. Embora a categoria do usuário não apareça denominada, em nenhum módulo,
há a figura do usuário proprietário ou administrador pela identificação de seus login e senha, que,
neste caso, permitirão até mesmo alterar a estrutura final da base, adaptando-a a suas necessidades.
Por sua vez, o usuário que alimentará a base de dados, sem alterar sua estrutura, tem requisitos e
permissões distintos daquele que somente consultará o banco. O proprietário do banco ou o
administrador decidirá sobre a categoria de cada usuário, distribuindo as senhas de acesso
adequado.
Pela finalidade do sistema, ele muitas vezes será utilizado simultaneamente por diversas
entidades e em localidades distintas, no âmbito de um mesmo projeto. Visando a um maior controle
sobre as bases, foi implementado um processo de obtenção do primeiro acesso. Para obtê-lo o
responsável pelo banco de dados em cada local deverá, por enquanto, entrar em contato com a
CPRM e requisitar uma senha inicial de acesso. Com essa senha, o sistema gera aleatoriamente uma
chave de segurança. A senha e a chave serão aceitas e confirmadas pelo sistema no acesso seguinte,
quando então serão fornecidos um login e uma senha de acesso irrestrito ao sistema, a ser usada
pelo responsável pelo projeto. Em seguida, o responsável poderá cadastrar novos usuários, cada um
com as restrições apropriadas e dar início à alimentação da base de dados do seu projeto.
A figura 1 a seguir apresenta a tela inicial do aplicativo e as janelas para identificação do
usuário.

Figura 1 – Controle de acesso de usuários – caso do usuário administrador

A utilização do cadastro de ocorrências de inundações por uma Unidade da Federação deverá


contar com uma sub-base em cada município. Essa divisão do trabalho é necessária para dar
agilidade ao cadastramento e porque é de responsabilidade do município a notificação da ocorrência
de um desastre por meio dos formulários AVADAN – fonte da maior parte das informações sobre
inundações, preenchidos pela Agência Municipal de Defesa Civil. Posteriormente e periodicamente,
cada localidade onde o sistema estiver instalado terá que enviar um extrato de sua base de dados a
uma central estadual, possivelmente, onde deverão ser consolidados e fundidos em uma base única,
para ser uma fonte de pesquisa para todo o estado. Para isto, o aplicativo possui o comando de
importação de dados externos.

Interface de entrada de dados

O cadastro de inundações armazena as informações por evento. Cada evento diz respeito a um
município e ao período no qual se desenvolveu o desastre.
Pode-se inserir um evento novo, editar, apagar e exportar eventos já existentes. Em seguida às
duas primeiras ações, uma janela para inserção ou edição de dados é apresentada, constituindo o
módulo de entrada de dados, figura 2.

Figua 2 – Registro da inundação ocorrida em Macaé em fevereiro de 1998

O módulo de entrada de dados é dividido em janelas identificadas pelo tipo de dado que
deverão receber, organizando a entrada de dados por assunto. Há um menu lateral esquerdo de
acesso às janelas que, por sua vez, encontram-se posicionadas como fichas de banco de dados que
podem ser acionadas como tal. As janelas de entrada de dados são denominadas:
• Dados gerais – localização do evento no tempo e espaço
• Inundação – marcas de cheias, área afetada, marcos e referências plani-altimétricas
• Pluviometria – dados observados na bacia e na estação pluviométrica representativa durante
o evento
• Fluviometria – dados observados na estação fluviométrica mais próxima, nível e vazões
• Danos – humanos, materiais e ambientais e prejuízos sociais e econômicos
• Providências ou ações de resposta – ao longo do evento e posteriores
• Fotos
• Documentos
A cada registro na base, deve-se citar a fonte da informação, que também será armazenada.
O georreferenciamento das ocorrências apresenta opções para delimitação da área afetada
como pontos e polígonos, digitando-se ou importando os pares ordenados obtidos no campo com
uso de GPS. Na tela de Dados Gerais, ao se informar o município e UF, as coordenadas da sede do
município são consultadas na base de dados da malha municipal do IBGE e automaticamente
colocadas nos campos Longitude e Latitude, para localização da área afetada. Esses são também
campos editáveis.
Estrutura da base de dados

A estrutura do banco de dados mapeia todas as informações necessárias para o registro e


expansão dos dados do banco, seguindo um modelo relacional de dados, onde os registros em
tabelas relacionam-se por meio da replicação de um valor identificador comum, seguindo a
normatização da literatura de uso comum no meio acadêmico, Date (1991).
Decidiu-se utilizar como padrão o formato de banco de dados MS Access, dada a sua larga
utilização em ambientes de computadores pessoais e também pela facilidade de exportação de
dados para uso no ArcView.
Algumas categorias ou campos de informação foram modelados em listas, para atender a
possíveis mudanças demandadas pelo usuário ao longo do tempo, relativas às opções previstas nos
menus para registro de uma dada informação, sem que haja necessidade de manutenção do código-
fonte. As adaptações seriam feitas pelo próprio usuário, somente com a edição da lista
correspondente para inserir a nova categoria de dado a ser alimentado. O usuário pode configurar
também o tipo de dado que será registrado em cada campo – lógico, inteiro, real ou texto. O
aplicativo permite assim a composição de listas de danos e providências (ações de resposta) para
adequação à melhor forma de registro da informação. O recurso foi utilizado para adequar a lista de
danos à nomenclatura da Defesa Civil em seu formulário AVADAN, os tipos de danos com a
denominação correta já figuram na lista de opções do menu. As figuras 3 e 4 a seguir apresentam as
janelas de danos e providências resultantes da composição das listas.
Figua 3 – Registro de danos e prejuízos – nomenclatura SEDEC (2005)
Figura 4 – Registro de providências – ações de resposta ao desastre

Esse tipo de alteração da estrutura final da base de dados não deve ser permitida a qualquer
usuário, somente àqueles do tipo proprietário ou administrador, caso contrário, as sub-bases de um
mesmo projeto poderão apresentar campos distintos, impossibilitando a integração e dificultando as
consultas.

Funcionalidades especiais

Os dados a serem preenchidos em Pluviometria e Fluviometria são relativos à rede


hidrometeorológica, monitorada à época da ocorrência da inundação. Para identificar as estações
representativas e recuperar os dados de precipitação, níveis d’água, vazões e início da cheia, o
aplicativo possibilita a conexão com o banco de dados Hidro (www.ana.gov.br) para a seleção de
estações, com o recurso de visualização de seus dados em tabelas ou gráficos que conjugam, para
um mesmo período, as precipitações e os níveis d’água ou vazões observados. As figuras de 5 a 7
ilustram a conexão com a base de dados hidrológicos, as possibilidades de gráfico e sua finalidade.

Figura 5 – Conexão com o banco de dados Hidro – seleção de estações para o gráfico
180

160
Figura 6 – Níveis d’água e totais pluviométricos diários relacionados ao evento de inundação

140

Figura 7 – Entrada de dados fluviométricos representativos do evento de inundação

120
Selecionadas as estações para o período de dados relacionado ao evento de inundação,
opcionalmente, podem-se armazenar as séries de dados correspondentes na própria base do COI.
Foi ainda prevista a possibilidade de armazenar fotos e documentos para visualização apenas,
ua (cm)

sem recursos de edição, como mostrado na figura 8 a seguir.

100
Figura 8 – Foto do evento de 21/12/2004 em Petrópolis

Consultas, recuperação e exportação de dados

Os dados dos eventos de inundação ficam armazenados em uma base local Access. É possível
selecionar para acesso somente alguns eventos, utilizando-se o recurso de filtros de dados por
período de ocorrência ou localização geográfica (latitude e longitude), município ou estado,
conforme mostra a figura 9.
Para exportação do conteúdo da base, é possível selecionar os eventos e os campos de
informação de interesse. É gerada uma planilha em formato MS Excel, uma para cada evento ou
uma para todos os eventos pre-selecionados através dos filtros, que terá como colunas os campos
selecionados e como linhas, os atributos relativos a cada evento. É possível também exportar os
arquivos de fotos e documentos inseridos na base. A figura 10 ilustra esta funcionalidade.
Figura 9 – Seleção de eventos através de filtros
Figura 10 – Seleção de dados da base para exportação
AVALIAÇÃO DE DADOS HISTÓRICOS

O protótipo do cadastro de ocorrências de inundações foi testado com os dados do evento


chuvoso intenso de fevereiro de 1998 que atingiu 12 municípios no estado do Rio de Janeiro. As
telas mostradas nas figuras de 1 a 7 são exemplos com esses dados. Como fonte das informações,
utilizou-se o relatório do Grupamento de Defesa Civil do estado, elaborado à época do ocorrido.
Testou-se também a entrada de dados com informações de notícias de jornal sobre um evento
ocorrido em dezembro de 2004, em Petrópolis, foto apresentada na figura 8.
Os dados históricos do cadastro podem ser exportados e analisados em outros aplicativos, tais
como Sistemas de Informação Geográfica – SIG ou planilhas eletrônicas.

Visualização dos dados do cadastro em um SIG

Para caracterizar o evento de fevereiro de 1998 em sua distribuição espacial, foram


exportados do cadastro dados sobre totais pluviométricos acumulados no período do evento, nas
estações representativas, e situação dos municípios. Na forma de tabelas, os dados
georreferenciados foram importados no ArcView como atributos da malha municipal e da rede
hidrometorológica. Juntamente com as isoietas totais anuais, os dados do evento de inundação no
mapa sobre um modelo digital de terreno (figura 11) apenas confirmam o esperado para a região
quanto à suscetibilidade a desastres de inundações.

Figura 11 – Regiões serrana (verde) e de baixada (azul) e as chuvas de 11 a 24/02/1998


CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O cadastro de ocorrências de inundações demonstra potencial em sua utilização como


memória de eventos históricos. Seus dados podem ser exportados, da forma mais adequada às
necessidades, para análise em outros aplicativos do tipo SIG ou planilhas para análises quantitativas
e estatísticas de séries históricas de dados sobre danos e prejuízos causados por inundações.
Dados sobre as áreas afetadas, como alturas de marcas de cheias e delimitação das áreas
atingidas, podem ser usados na validação de simulações para delimitação de planícies de
inundações.
A adequação da nomenclatura à Doutrina da Defesa Civil, para caracterização de origem,
danos, prejuízos e ações de resposta, poderá resultar em utilização mais ampla do aplicativo. O uso
mais difundido do sistema, testando-se suas funcionalidades de controle de acesso, importação e
exportação de dados em situações reais de alimentação descentralizada e informações provenientes
de diversas fontes, poderá confirmar seu potencial para auxiliar a Defesa Civil no estabelecimento
de prioridades para mapeamento e estudo de áreas de risco, um dos propósitos do formulário
AVADAN.
AGRADECIMENTOS
À Secretaria de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro, pelo interesse e colaboração com a
troca de idéias sobre o aplicativo, e por tornar acessíveis a documentação técnica e os dados
históricos registrados em formulários de avaliação de danos.
À engenheira Márcia Souza Leal, nossa colega na CPRM-SGB até meados de 1998, pela
elaboração em 1997 do protótipo da versão original da base de dados de inundações, para
alimentação de dados de ocorrências no estado do Rio de Janeiro.
BIBLIOGRAFIA
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Brasil – CPRM (http://www.cprm.gov.br), Rio de Janeiro – RJ, pp. 5–7.
CPRM; SEMADUR (2004). “Projeto Prevenção de Calamidades por Intempéries – Termo de
Referência”. Serviço Geológico do Brasil – CPRM, Rio de Janeiro – RJ.

DATE, C.J. (1991). Introdução a sistemas de bancos de dados. ed. Campus, Rio de Janeiro – RJ,
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Pública. Coord. por Castro, A. L. C., Ministério da Integração Nacional, Brasília – DF, v.2. 125p.

___ (2000). Política Nacional de Defesa Civil. Ministério da Integração, Secretaria de Defesa Civil
(http://www.defesacivil.gov.br), Brasília – DF, 53p.

___ (2002). Glossário de Defesa Civil: estudos de riscos e medicina de desastres. Ministério da
Integração Nacional. Secretaria de Defesa Civil, Brasília – DF, 3 ed. rev. 283p.

SEDEC (2005). Manual de Orientação para o Preenchimento do Formulário AVADAN –


Protocolo para Avaliação de Danos. Coord. por Costa M. S., Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Secretaria de Defesa Civil, Rio de Janeiro – RJ, v.2. 111p.

TUCCI, C. E. M.; PORTO, R. L.L., BARROS, M. T.. “Inundações Urbanas”, in Drenagem


urbana. ABRH, ed. UFRGS, Porto Alegre – RS, pp. 15 – 31

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