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cm de Altura
Analysis of the Montage Phase of Ribbed Slabs with Truss of 6 cm in Height
Artur Lenz Sartorti (1); Ana Carolina Fontes (2); Geraldo Silveira Leite Junior (3);
Libânio Miranda Pinheiro (4)
(1) Caixa Postal 11, CEP: 13165-970, Engenheiro Coelho - SP. artur.sartorti@unasp.edu.br
Resumo
A utilização de lajes nervuradas com vigotas treliçadas é usual na construção civil brasileira. A facilidade de
montagem do sistema construtivo de vigotas treliçadas e elementos de enchimento apresenta baixa relação
custo-benefício e não exige mão de obra com grande qualificação. Portanto, esse sistema pode ser
executado não somente para lajes com grandes vãos, mas também para aquelas com vãos menores. No
entanto, a norma brasileira ABNT NBR 14862 (2002) Armaduras treliçadas eletrossoldadas não contempla
treliças com 6 cm de altura. Na revisão dessa norma, uma grande dúvida foi a capacidade portante, na fase
de montagem, das vigotas com treliças de altura 6 cm, com relação à distância entre as linhas de escora.
Por conta disso, este artigo busca colaborar para a elucidação da referida dúvida, apresentando alguns
resultados de ensaios realizados no Laboratório de Materiais e Estruturas da Faculdade de Engenharia Civil
do Centro Universitário Adventista de São Paulo, através dos quais foi possível estimar a distância
necessária das linhas de escora para vigotas com treliças de 6 cm de altura.
Palavra-Chave: Lajes treliçadas; Vigotas treliçadas; Autoportância; Linhas de escora; Flambagem.
Abstract
The use of ribbed slabs with lattice joists is usual in the Brazilian civil construction. The easy of montage of
constructive system of latticed joists and filling elements presents low cost-benefit relation and does not
require manpower with great skill. Therefore, this system can be executed not only for slabs with large
spans, but also for those with smaller ones. However, the Brazilian standard ABNT NBR 14862 (2002)
Electrowelded lattice reinforcement (in Portuguese) does not include lattice with 6 cm of height. In the
revision of this standard a major question was the bearing capacity in the montage phase of the joists with
lattice of 6 cm, with respect the distance between the strut lines. On this account, this paper aimed contribute
to the elucidation of that question, presenting test results carried out in the Laboratory of Materials and
Structures of the College of Civil Engineering of the Adventist University Center of São Paulo, through which
it was possible to estimate the distance required of the strut lines for joists with lattice of 6 cm in height.
Keywords: Lattice slabs; Precast joists; Trussed bars; Strut lines; Buckling.
Figura 1 – Seção transversal típica de lajes com vigotas treliçadas. Fonte: adpt. BOUNASSAR (1997), p.86.
R1 R2
Perfil Metálico
apoio apoio
móvel R1 R2 móvel
Perfil Metálico
60 30 190 20
300
Foi utilizado o mesmo perfil I do ensaio de flexão, que serviu de base para os apoios
móveis que sustentavam a vigota treliçada. O apoio móvel da esquerda foi posicionado a
60 cm da extremidade da vigota, enquanto o da direita foi colocado a 20 cm da
extremidade oposta.
O carregamento foi aplicado por meio do cilindro hidráulico no perfil metálico e no suporte
fixo de madeira, que por sua vez transferiu a força para a posição a 30 cm do apoio
esquerdo. Se o carregamento fosse aplicado mais perto desse apoio, a transferência para
a base de concreto da vigota poderia dar-se através de mecanismos alternativos de
resistência do concreto ao cisalhamento. Foram utilizados dois relógios comparadores
(R1 e R2) no ponto de aplicação da força, para medirem os deslocamentos verticais. A
velocidade de carregamento foi de 3 mm/min, no pistão da prensa, e foram ensaiadas
duas vigotas.
Sendo assim, o objetivo da análise dos resultados foi determinar o comprimento efetivo de
flambagem do banzo superior, uma vez que a consideração de nós articulados (Mecânica
Clássica) não é real nessas peças. O comprimento de flambagem real possibilita a
determinação de um carregamento limite para a vigota.
1
Neste item, diversas equações são apresentadas. Elas foram obtidas por somatório de momentos fletores,
forças cortantes e homogeneização de seção transversal. A equação de carga crítica de Euler também é
utilizada, sendo que ao longo do texto essa equação é adaptada para torná-la adequada para emprego
neste trabalho.
ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 7
a) Momento resistente
O momento resistente obtido no ensaio é calculado pela Equação 1 .
pp 260 PD Fruina
M ensaio 86,67 PCR, ensaio.h [Equação 1]
8 2
O valor 260 cm é o vão teórico do ensaio; 86,67cm o comprimento do terço médio do vão,
relativo à aplicação do carregamento; PD o peso do dispositivo de ensaio; PCR, ensaio a
carga crítica que provocou a flambagem e h a altura da vigota.
b) Comprimento de flambagem
Foram utilizadas as Equações 2 a 4 para calcular o comprimento de flambagem, quando a
ruína foi por flambagem do banzo superior.
2 .Es .I BS
PCR,ensaio [Equação 2]
2f ,ensaio
2 .Es .I BS
M ensaio .h [Equação 3]
2f , ensaio
2 .Es .I BS
f , ensaio .h [Equação 4]
M ensaio
a) Momento resistente
O momento resistente de ensaio ( M ensaio ) foi determinado pela Equação 5.
570 pp 93
M ensaio ( PD Fruina) PCR, ensaio.h [Equação 5]
22 22
2 .Es .I BS
M ensaio .h [Equação 7]
2f , ensaio
2 .Es .I BS
f , ensaio .h [Equação 8]
M ensaio
a) Flecha limite
A flecha limite é calculada utilizando-se as Equações 9 e 10.
23.Flim ite .3 1 260
alim ite . 0,52cm [Equação 9]
1296 ( EI )ensaio 500 500
Flim ite é a força correspondente à flecha de 5,2 mm; alim ite a flecha obtida pela divisão do
BS
2
BS BI BI
2
hs2 .bs
4 . h cnom . cnom . . e
2 2
x
2 2
[Equação 12]
BS2
2
BI . . e hs .bs
4 2
.BS
4 BS
.BI4
2
BS BI2 BI
2
2
y
h
X
hs
ØBI ØBI
bs
C nom
L1 L2 L3 L4
MOMENTO FLETOR
CORTANTE
O modo de ruína observado nos ensaios foi a flambagem do banzo superior sob efeito de
momento fletor positivo. Entretanto pode ocorrer a ruína de um nó soldado da treliça, pelo
efeito da força cortante. Na sequência foram determinadas equações para obter momento
resistente e resistência de um nó soldado de uma vigota treliçada com treliça de 6 cm de
altura. Também é observada a forma de se considerar a rigidez efetiva no cálculo da
flecha.
ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 11
5.1 Momento Fletor Resistente
A Figura 9 ilustra o esquema de forças internas de uma vigota solicitada por momento
fletor positivo.
Lf,teórico,BS = 20cm
o,D
FBS
ric
teó
MSd
L f,
h
FBI
Figura 9 - Esquema de forças internas de uma vigota solicitada por momento fletor positivo.
6 Considerações Finais
Como discorrido no item 1, as lajes treliçadas são compostas por elementos isolados
(vigotas treliçadas e elementos de enchimento), dispostos de maneira a formar um painel
que, ao receber uma camada de concreto, passa a agir como um sistema único.
Durante a fase de montagem dessa estrutura, devem ser previstas linhas de escoras que
garantam o posicionamento desses elementos, mesmo com a estrutura submetida a
cargas atuantes como: peso do concreto da capa, movimentação de operários,
equipamentos etc.
O intuito deste artigo foi colaborar na elucidação da dúvida gerada na discussão da
revisão da ABNT NBR 14862 (2002) quanto à capacidade autoportante de vigotas com
treliças de 6 cm de altura.
Também teve como finalidade fornecer dados úteis para o cálculo da distância econômica
entre linhas de escoras, que assegurasse a integridade física dos operários durante a
execução da obra e resultasse em uma estrutura sem patologias de execução.
Para tanto foram realizados ensaios de flexão positiva e de cisalhamento. Ambos ensaios
de flexão positiva quanto os dois de cisalhamento resultaram em uma ruína por
flambagem do banzo superior da treliça. Eles possibilitaram a determinação de um
comprimento real de flambagem.
Os comprimentos de flambagem determinados nos ensaios servem para calcular a
máxima força de compressão que pode ser resistida pelo respectivo fio de aço superior da
treliça. Com essa força de compressão resistente máxima, determinou-se o momento
fletor resistente.
Em lajes treliçadas, com qualquer distância entre as linhas de escoras, são gerados
esforços solicitantes de momento fletor e de força cortante. Esses esforços devem ser
inferiores aos resistentes.
ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 13
O momento resistente é sempre igual para treliças de mesma altura e mesmos diâmetros
dos fios, pois o comprimento de flambagem é constante para eles. Esse comprimento de
flambagem foi definido e calculado nos ensaios.
A flecha é determinada pela linha elástica da vigota, que é função do esquema estático e
da distância entre linhas de escora. Para determinar a flecha, foi necessário calcular um
produto de rigidez (EI) que representasse o que realmente ocorre com a peça, já que o
valor teórico de EI não pode ser utilizado, pois o material não é elástico e nem mesmo
linear e homogêneo, como admitido pela Mecânica Clássica.
Sendo assim, no ensaio determinou-se o valor real de EI para a vigota. Esse EI do ensaio
foi utilizado para calcular a flecha na fase transitória de montagem e de concretagem da
laje. Essa flecha, por sua vez, precisava ser menor que ℓ/500, valor limite para
aceitabilidade visual, segundo a ABNT NBR 6118 (2007), na verificação do estado limite
de serviço relativo a deformação excessiva.
Apesar dos resultados apresentados, este trabalho não pretende esgotar o assunto, tendo
em vista que o número de ensaios foi reduzido, e apenas uma treliça (TR06 644) foi
ensaiada. Portanto, devem ser feitas maiores investigações experimentais, para refinar os
resultados e abranger treliças com fios de outros diâmetros.
7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118. Projeto de estruturas
de concreto - procedimento. Rio de Janeiro. ABNT: 2007.
DROPPA JÚNIOR, A. Análise estrutural das lajes formadas por elementos pré-
moldados tipo vigota com armação treliçada. São Carlos, 1999. 177f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo.