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Análise da Fase de Montagem de Lajes Nervuradas com Treliças de 6

cm de Altura
Analysis of the Montage Phase of Ribbed Slabs with Truss of 6 cm in Height

Artur Lenz Sartorti (1); Ana Carolina Fontes (2); Geraldo Silveira Leite Junior (3);
Libânio Miranda Pinheiro (4)

(1) Prof. MSc., Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP


(2) Engª Civil, Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP
(3) Prof. Dr., Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP
(4) Prof. Dr., Departamento de Engenharia de Estruturas, EESC - USP

(1) Caixa Postal 11, CEP: 13165-970, Engenheiro Coelho - SP. artur.sartorti@unasp.edu.br

Resumo
A utilização de lajes nervuradas com vigotas treliçadas é usual na construção civil brasileira. A facilidade de
montagem do sistema construtivo de vigotas treliçadas e elementos de enchimento apresenta baixa relação
custo-benefício e não exige mão de obra com grande qualificação. Portanto, esse sistema pode ser
executado não somente para lajes com grandes vãos, mas também para aquelas com vãos menores. No
entanto, a norma brasileira ABNT NBR 14862 (2002) Armaduras treliçadas eletrossoldadas não contempla
treliças com 6 cm de altura. Na revisão dessa norma, uma grande dúvida foi a capacidade portante, na fase
de montagem, das vigotas com treliças de altura 6 cm, com relação à distância entre as linhas de escora.
Por conta disso, este artigo busca colaborar para a elucidação da referida dúvida, apresentando alguns
resultados de ensaios realizados no Laboratório de Materiais e Estruturas da Faculdade de Engenharia Civil
do Centro Universitário Adventista de São Paulo, através dos quais foi possível estimar a distância
necessária das linhas de escora para vigotas com treliças de 6 cm de altura.
Palavra-Chave: Lajes treliçadas; Vigotas treliçadas; Autoportância; Linhas de escora; Flambagem.

Abstract
The use of ribbed slabs with lattice joists is usual in the Brazilian civil construction. The easy of montage of
constructive system of latticed joists and filling elements presents low cost-benefit relation and does not
require manpower with great skill. Therefore, this system can be executed not only for slabs with large
spans, but also for those with smaller ones. However, the Brazilian standard ABNT NBR 14862 (2002)
Electrowelded lattice reinforcement (in Portuguese) does not include lattice with 6 cm of height. In the
revision of this standard a major question was the bearing capacity in the montage phase of the joists with
lattice of 6 cm, with respect the distance between the strut lines. On this account, this paper aimed contribute
to the elucidation of that question, presenting test results carried out in the Laboratory of Materials and
Structures of the College of Civil Engineering of the Adventist University Center of São Paulo, through which
it was possible to estimate the distance required of the strut lines for joists with lattice of 6 cm in height.
Keywords: Lattice slabs; Precast joists; Trussed bars; Strut lines; Buckling.

ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 1


1 Introdução
Ao ser revisada a ABNT NBR 14862 (2002), foi levantada uma dúvida quanto à
capacidade portante de vigotas com treliças de 6 cm de altura. Com o intuito de colaborar
no esclarecimento da questão da capacidade resistente em relação à autoportância na
fase construtiva de lajes com tais treliças, o presente artigo apresenta os resultados de
ensaios realizados no Laboratório de Materiais e Estruturas da Faculdade de Engenharia
Civil do Centro Universitário Adventista de São Paulo, os quais buscaram avaliar o
comportamento de vigotas treliçadas quando estas são solicitas pelas ações da fase de
montagem e de concretagem da laje.
Uma laje treliçada comum é composta por vigotas treliçadas (VT), com uma base de
concreto pré-moldado (também denominada sapata) e armadura treliçada parcialmente
embutida na sapata. Entre as vigotas treliçadas são colocados elementos de enchimento,
que reduzem o peso-próprio e preenchem a parte inferior da laje. Sobre esta parte é
colocada uma camada de concreto, denominada capa, que completa a laje nervurada.
A Figura 1 ilustra as partes que compõem uma laje treliçada. Além do arranjo apresentado
nessa figura, ainda são encontradas vigotas com capa inferior e superior (duplo T) e
vigotas maciças.

Figura 1 – Seção transversal típica de lajes com vigotas treliçadas. Fonte: adpt. BOUNASSAR (1997), p.86.

Entretanto, um problema que persiste em todas as configurações de lajes treliçadas é a


questão do espaçamento das linhas de escora, que dão sustentação à laje durante a fase
transitória de montagem e de concretagem.
A capacidade portante de uma laje treliçada na fase de montagem está diretamente ligada
com a capacidade resistente das partes que compõem a armação treliçada, as soldas da
treliça e a própria vigota treliçada.
As treliças, compostas integralmente por aço CA-60, são denominadas por um código TR,
seguido dos seguintes dígitos: os dois primeiros representam a altura da treliça, em
centímetros, e os três últimos representam as bitolas, em milímetros, respectivamente do
fio superior, do sinusóide (diagonais) e dos fios inferiores, sem considerar as casas
decimais. Exemplo: TR06 644 – armadura treliçada com 6 cm de altura, fio superior com
6 mm, sinusóide com 4,2 mm e fios inferiores com 4,2 mm.
Tanto GASPAR (1997) quanto DROPPA JÚNIOR (1999) apontam que as diagonais, na
armadura treliçada, proporcionam rigidez ao conjunto e boas condições de transporte e
manuseio, além de resistência às tensões de cisalhamento e garantia de que o sistema
fique monolítico, após a concretagem da capa de concreto. A armadura inferior serve para
combater as tensões de tração oriundas da flexão. Quando necessário, colocam-se fios
adicionais para combater essas tensões.

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Ainda é afirmado por GASPAR (1997) que o fio superior é o principal responsável pela
rigidez no transporte e também pela distância máxima entre as linhas de escora.
A ABNT NBR 14860-1 (2002), no item 5.2, afirma que “o espaçamento entre linhas de
escora deve ser determinado no projeto de execução da laje, considerando o tipo de pré-
laje e as cargas na fase de montagem e concretagem”.
Outro ponto que deve ser observado é o seguinte: a ABNT NBR 14862 (2002) limita a
utilização de treliças à altura mínima de 8 cm, o que acarreta numa espessura mínima de
laje de 12 cm. Porém, é facilmente verificado que lajes com vãos pequenos, muitas vezes,
podem ser construídas com altura de 10 cm sem serem transgredidas as prescrições da
ABNT NBR 6118 (2007). Destaca-se ainda que o projeto de revisão da ABNT NBR 14862
(2002) já contempla treliças com altura de 6 cm.
Assim sendo, nesta pesquisa, foi desenvolvido um estudo experimental que possibilitou
aos autores chegarem a resultados que podem ser aplicados no cálculo do espaçamento
entre as linhas de escoras de lajes treliçadas com treliças de 6 cm de altura. Esses
ensaios, conduzidos até a ruína, permitiram a análise dos deslocamentos e dos modos de
ruína das vigotas com treliças de 6 cm de altura, respondendo ao objetivo do estudo, que
foi contribuir na elucidação da dúvida referente à capacidade portante das vigotas com
tais treliças. Também foram geradas recomendações que efetivamente podem ser
utilizadas no cálculo do espaçamento das linhas de escora.

2 Descrição dos Ensaios


Apresenta-se a caracterização dos materiais e os equipamentos e esquemas dos ensaios.

2.1 Caracterização dos Materiais


Relacionam-se neste item as principais características dos materiais empregados na
pesquisa.

2.1.1 Treliças TR06 e Vigotas


A treliça utilizada nas duas vigotas ensaiadas à flexão positiva e nas duas submetidas ao
cisalhamento foi a TR06 644 (armadura treliçada com 6 cm de altura, fio superior com
6 mm, sinusóide com 4,2 mm e fios inferiores com 4,2 mm). O comprimento das treliças e
consequentemente das vigotas foi de 300 cm.

2.1.2 Bases de Concreto


O traço em massa utilizado para o concreto das sapatas foi de 1 : 2,9 : 2,84 : 0,5,
moldado em 15 de março de 2012. O slump test resultou em 50 mm. A resistência
característica à compressão prevista para 28 dias foi de 25 MPa. Nessa etapa, foram
moldados seis corpos de prova para determinação da resistência do concreto.
O procedimento para a moldagem das bases de concreto consistiu em quatro passos:
(1) umedecimento das formas com óleo desmoldante; (2) preenchimento das formas com
uma camada de concreto fresco; (3) vibração do concreto com o auxílio de um martelo de
borracha e (4) inserção da armadura treliçada.
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2.2 Equipamentos e Esquemas dos Ensaios
Os ensaios foram realizados nos dias 19 e 20 de abril de 2012, respectivamente ensaios
de flexão e de cisalhamento.
Os equipamentos utilizados nos ensaios foram: máquina universal de ensaios servo-
hidráulica, capacidade 1000 kN, marca Contenco; dois relógios comparadores,
capacidade 50 mm, precisão 0,01mm; dois suportes magnéticos para os relógios
comparadores; viga de aço para apoio; dispositivos de madeira para aplicação da carga;
placas de neoprene para ensaio dos modelos.

2.2.1 Ensaio de Flexão Positiva


A Figura 2 representa um desenho esquemático correspondente ao ensaio de flexão. As
vigotas treliçadas foram posicionadas sobre dois apoios móveis (evitando a introdução de
forças horizontais) que, por sua vez, foram apoiados em um perfil I, o qual serviu de base
para a realização dos ensaios.
F/2 F/2

apoio móvel apoio móvel

R1 R2
Perfil Metálico

86,66 86,68 86,66


260
300

Figura 2 - Esquema do ensaio de flexão (cotas em cm).

Os apoios móveis foram colocados a 20 cm das extremidades da viga, gerando um vão


efetivo de 260 cm. As dimensões adotadas foram escolhidas em função da capacidade do
laboratório e dos equipamentos de ensaio. Caso fossem utilizados vãos maiores, seria
inviável a montagem dos ensaios. Vãos muito pequenos apresentariam problemas para a
medida dos deslocamentos verticais. Portanto, observa-se que a flecha obtida para o vão
em estudo é perfeitamente mensurável, justificando o vão adotado. No meio desse vão
foram posicionados dois relógios comparadores (R1 e R2), para medir os deslocamentos
verticais máximos.
A velocidade de carregamento foi de 3 mm/min no pistão da prensa, e foi aplicado por
meio de um cilindro hidráulico preso no perfil metálico, de forma que o dispositivo de
madeira distribuía a força total F em dois pontos, distantes 86,66 cm dos apoios (além
dessa carga foi considerado o peso próprio da peça). Foram ensaiados dois exemplares à
flexão positiva (tração na face inferior).
Uma observação importante é que o carregamento concentrado nos terços médios gera
um trecho de momento fletor positivo “quase” constante (flexão pura). O “quase” é devido
à presença do peso próprio, que é uma carga distribuída. Outro aspecto é que no trecho
central pode ocorrer a flambagem do banzo superior.

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2.2.2 Ensaio de Cisalhamento
A Figura 3 consiste em um desenho esquemático relativo ao ensaio de cisalhamento.
F

apoio apoio
móvel R1 R2 móvel

Perfil Metálico

60 30 190 20

300

Figura 3 - Esquema do ensaio de cisalhamento (cotas em cm).

Foi utilizado o mesmo perfil I do ensaio de flexão, que serviu de base para os apoios
móveis que sustentavam a vigota treliçada. O apoio móvel da esquerda foi posicionado a
60 cm da extremidade da vigota, enquanto o da direita foi colocado a 20 cm da
extremidade oposta.
O carregamento foi aplicado por meio do cilindro hidráulico no perfil metálico e no suporte
fixo de madeira, que por sua vez transferiu a força para a posição a 30 cm do apoio
esquerdo. Se o carregamento fosse aplicado mais perto desse apoio, a transferência para
a base de concreto da vigota poderia dar-se através de mecanismos alternativos de
resistência do concreto ao cisalhamento. Foram utilizados dois relógios comparadores
(R1 e R2) no ponto de aplicação da força, para medirem os deslocamentos verticais. A
velocidade de carregamento foi de 3 mm/min, no pistão da prensa, e foram ensaiadas
duas vigotas.

3 Resultados dos Ensaios


Neste item, serão apresentados os resultados dos ensaios dos corpos de prova e dos
ensaios de flexão e de cisalhamento.

3.1 Corpos de Prova de Concreto


Os seis corpos de prova cilíndricos de 10 cm x 20 cm, moldados com o concreto da base
das vigotas, foram ensaiados no dia 25 de abril de 2012, resultando em uma resistência
média de fcm= 38 MPa.
Considerando-se um desvio padrão de 5,5 MPa (FUSCO (2008)), a resistência
característica à compressão resulta em 28,95 MPa.

3.2 Resultados dos Ensaios de Flexão


Os resultados obtidos nos ensaios de flexão estão sintetizados na Tabela 1. As Figuras 4
a 6 ilustram o ensaio, a flambagem do banzo superior e a deformada da peça,
respectivamente.

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Tabela 1 - Resultados dos ensaios de flexão.
pp PD Flimite Fruína
Vigota Modo de ruína
(kN) (kN) (kN) (kN)
VT 06 F1 0,2355 0,1230 0,4100 0,8608 Flambagem do banzo superior
VT 06 F2 0,2310 0,1230 0,3815 0,7667 Flambagem do banzo superior
pp - peso próprio; PD - peso do dispositivo de ensaio; Flimite - força relativa à flecha de 5,2 mm (ℓ/500);
Fruína - força que provoca flambagem de algum componente da treliça ou ruptura da solda de um nó .

Figura 4 – Ensaio de flexão positiva.

Figura 5 – Flambagem do banzo superior. Figura 6 – Deformada da peça.

3.3 Resultados dos Ensaios de Cisalhamento


Os resultados obtidos nos ensaios de cisalhamento estão sintetizados na Tabela 2.
Tabela 2 - Resultados dos ensaios de cisalhamento.
pp PD Fruína
Vigota Modo de ruína
(kN) (kN) (kN)
VT 06 V1 0,2330 0,0145 1,6123 Flambagem do banzo superior
VT 06 V2 0,2320 0,0145 1,8478 Flambagem do banzo superior
pp - peso próprio; PD - peso do dispositivo de ensaio; Fruína - força que provoca flambagem de algum
componente da treliça ou ruptura da solda de um nó.

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4 Análise dos Resultados1
Nos ensaios de flexão, as vigotas atingiram a ruína por flambagem do banzo superior.
Observou-se que o mesmo ocorre quando do ensaio de cisalhamento, ao contrário do que
é observado em treliças mais altas, nas quais a flambagem ocorre nas diagonais.

Sendo assim, o objetivo da análise dos resultados foi determinar o comprimento efetivo de
flambagem do banzo superior, uma vez que a consideração de nós articulados (Mecânica
Clássica) não é real nessas peças. O comprimento de flambagem real possibilita a
determinação de um carregamento limite para a vigota.

As Tabelas 3 e 4 apresentam os valores dos momentos resistentes (obtidos nos ensaios)


e dos comprimentos de flambagem, calculados com base nos resultados dos ensaios,
conforme procedimento indicado a seguir, para flambagem do banzo superior. Os valores
apresentados nas Tabelas 3 e 4 foram obtidos conforme os itens 4.1 e 4.2 que serão
apresentados adiante.
Tabela 3 - Momentos resistentes e comprimentos de flambagem relativos aos ensaios de flexão positiva.
Fruína Mensaio Mteórico Mensaio/ ℓf,ensaio
Vigota pp (kN) PD (kN) ℓf,ensaio/ 20 Média
(kN) (kN.cm) (kN.cm) Mteórico (cm)
VT 06 F1 0,2355 0,1230 0,8608 50,2867 19,7781 2,54 12,54 0,63
0,64
VT 06 F2 0,2310 0,1230 0,7667 46,0626 19,7781 2,33 13,11 0,66
pp - peso próprio; PD - peso do dispositivo de ensaio; Fruína - força que provoca flambagem de algum
componente da treliça ou ruptura da solda de um nó; Mensaio - momento obtido no ensaio; Mteórico - momento
resistente teórico; ℓf,ensaio - comprimento efetivo de flambagem; 20 (cm) – comprimento entre os nós soldados do
banzo superior; Média - valor médio de ℓf,ensaio/20, para vigotas de mesma altura.
Tabela 4 - Momentos e comprimentos de flambagem referentes aos ensaios de cisalhamento.
Fruína Mensaio Mteórico Mensaio/ Lf,ensaio
Vigota pp (kN) PD (kN) Lf,ensaio/20 Média
(kN) (kN.cm) (kN.cm) Mteórico (cm)

VT 06 V1 0,2330 0,0145 1,6123 43,1339 19,7781 2,18 13,54 0,68


0,66
VT 06 V2 0,2320 0,0145 1,8478 49,2312 19,7781 2,49 12,68 0,63
pp - peso próprio; PD - peso do dispositivo de ensaio; Fruína - força que provoca flambagem de algum fio da
treliça ou ruína da solda de um nó; Mensaio - momento máximo de ensaio; Mteórico - momento resistente teórico;
ℓf,ensaio - comprimento efetivo de flambagem; 20 (cm) - comprimento entre os nós soldados do banzo superior;
Média - valor médio do quociente ℓf,ensaio/20, para vigotas de mesma altura.

Analisando-se os resultados obtidos, observa-se que os valores da Tabela 3 são mais


desfavoráveis, devendo ser utilizados no dimensionamento de espaçamentos de linhas de
escora.

4.1 Ensaio de Flexão


Foram considerados o momento resistente e o comprimento de flambagem.

1
Neste item, diversas equações são apresentadas. Elas foram obtidas por somatório de momentos fletores,
forças cortantes e homogeneização de seção transversal. A equação de carga crítica de Euler também é
utilizada, sendo que ao longo do texto essa equação é adaptada para torná-la adequada para emprego
neste trabalho.
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a) Momento resistente
O momento resistente obtido no ensaio é calculado pela Equação 1 .
pp  260  PD  Fruina 
M ensaio     86,67  PCR, ensaio.h [Equação 1]
8  2 

O valor 260 cm é o vão teórico do ensaio; 86,67cm o comprimento do terço médio do vão,
relativo à aplicação do carregamento; PD o peso do dispositivo de ensaio; PCR, ensaio a
carga crítica que provocou a flambagem e h a altura da vigota.

b) Comprimento de flambagem
Foram utilizadas as Equações 2 a 4 para calcular o comprimento de flambagem, quando a
ruína foi por flambagem do banzo superior.

 2 .Es .I BS
PCR,ensaio  [Equação 2]
 2f ,ensaio

 2 .Es .I BS
M ensaio  .h [Equação 3]
 2f , ensaio

 2 .Es .I BS
 f , ensaio  .h [Equação 4]
M ensaio

Es é o módulo de elasticidade do aço, admitido com o valor de 21000 kN/cm²; I BS o


momento de inércia da seção transversal do banzo superior;  f ,ensaio o comprimento
efetivo de flambagem; M ensaio o momento fletor relativo ao ensaio; PCR, ensaio a carga crítica
que provocou a flambagem; h a altura da vigota.

4.2 Ensaio de Cisalhamento


Foram considerados o momento resistente e o comprimento de flambagem.

a) Momento resistente
O momento resistente de ensaio ( M ensaio ) foi determinado pela Equação 5.
570 pp  93
M ensaio  ( PD  Fruina)    PCR, ensaio.h [Equação 5]
22 22

PD é o peso do dispositivo de ensaio; Fruina a força solicitante máxima; pp o peso próprio;


PCR, ensaio a carga crítica que provocou a flambagem; h a altura da vigota.

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b) Comprimento de flambagem
O comprimento efetivo de flambagem (  f ,ensaio ) foi calculado usando as Equações 6 a 8.
 2 .Es .I BS
PCR,ensaio  [Equação 6]
 2f , ensaio

 2 .Es .I BS
M ensaio  .h [Equação 7]
 2f , ensaio

 2 .Es .I BS
 f , ensaio  .h [Equação 8]
M ensaio

I BS é o momento de inércia da seção transversal do fio superior; Es o módulo de


elasticidade do aço, admitido com o valor de 21000 kN/cm²; M ensaio o momento relativo ao
ensaio; PCR, ensaio a carga crítica que provocou a flambagem; h a altura da vigota.

4.3 Análise do Deslocamento Máximo (Flecha)


Na Tabela 5 são apresentados os valores da rigidez à flexão (EI), calculados com base
nos resultados dos ensaios, de acordo com o procedimento descrito neste item.
Tabela 5 - Determinação do produto de rigidez de ensaio.
φBS φBI Flimite Ecs x IH EIteórico EIensaio EIensaio/
Vigota αe 4 Média
(mm) (mm) (kN) (kN/cm²) (cm) (cm ) (kN.cm²) (kN.cm²) EIteórico
VT 06 F1 6,0 4,2 0,4000 2561,13 8,2 1,71 91,20 2335820 2399383 1,03
1,00
VT 06 F2 6,0 4,2 0,3815 2561,13 8,2 1,71 91,20 2335820 2288411 0,98
φBS - diâmetro do banzo superior; φBI - diâmetro dos fios do banzo inferior; Flimite - força correspondente à flecha de
5,2 mm (ℓ/500); Ecs - módulo de elasticidade secante do concreto; αe - coeficiente modular Es/Ecs; x (cm) - posição
do centro de gravidade da seção homogeneizada, em relação à base da sapata; IH - momento de inércia da seção
homogeneizada; EIteórico - produto de rigidez teórico; EIensaio - produto de rigidez relativo ao ensaio; Média - valor
médio de EIensaio/EIteórico para as vigotas de mesma altura.

a) Flecha limite
A flecha limite é calculada utilizando-se as Equações 9 e 10.
 23.Flim ite .3  1  260
alim ite   .    0,52cm [Equação 9]
 1296  ( EI )ensaio 500 500

 23.Flim ite .3  1


( EI )ensaio   . [Equação 10]
 1296  alim ite

Flim ite é a força correspondente à flecha de 5,2 mm; alim ite a flecha obtida pela divisão do

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vão  por 500, igual a 5,2 mm neste caso;  o vão entre apoios, igual 260 cm; ( EI )ensaio o
produto de rigidez relativo ao ensaio.

b) Valor teórico de (EI)


O valor de (EI)teórico foi calculado para possibilitar a determinação da relação
(EI)ensaio/(EI)teórico. Ele foi determinado pela homogeneização da seção no estádio I
(concreto não fissurado) e considerando o módulo de elasticidade secante do concreto. A
razão modular é determinada pela Equação 11. A posição do centro de gravidade da
seção homogeneizada e seu momento de inércia são obtidos pelas Equações 12 e 13.
Es
e  [Equação 11]
Ecs

BS
2
 BS  BI  BI
2
 hs2 .bs
 4 . h   cnom   .  cnom  . . e 
  2  2 
x 
2 2
[Equação 12]
 BS2
2 
  BI . . e  hs .bs
 4 2 

 .BS
4 BS
 .BI4
2
 BS  BI2  BI
2
 
2

IH     . h  cnom  x    . x   cnom  . . e 


64 32  4  2  2  2  
[Equação 13]
2
 h 
3
h .bs
 s
 hs .bs . x  s 
12  2
As variáveis indicadas nas Equações 12 e 13 estão ilustradas na Figura 7: x é a posição
do centro de gravidade da seção homogeneizada, em relação à base da sapata; I H o
momento de inércia da seção homogeneizada; BS o diâmetro do fio do banzo superior;
BI o diâmetro dos fios do banzo inferior; h a altura da treliça; cnom o cobrimento nominal
dos fios inferiores, sempre igual a 1,5 cm nos ensaios; bs é a largura inferior da sapata de
concreto, sempre igual a 11 cm nos ensaios; hs a altura da sapata de concreto, sempre
igual a 2,5 cm nos ensaios.
ØBS

y
h
X

hs

ØBI ØBI
bs
C nom

Figura 7 – Seção genérica de uma vigota treliçada.


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O produto de rigidez teórico (EI)teórico é dado pela Equação 14.
( EI )teórico  Ecs .I H [Equação 14]

5 Aplicação dos Resultados


Como comentado, na montagem de uma laje treliçada, há um espaçamento entre as
linhas de escora.

O posicionamento dessas linhas define um esquema estático da vigota treliçada, em que


cada escora pode ser simulada como um apoio simples, como ilustrado na Figura 8. Esse
esquema estático gera solicitações de momento fletor e de força cortante, devido ao peso
próprio da vigota, peso do concreto fresco, peso do enchimento da laje e peso de
operários e equipamentos que atuarão nas fases de montagem e de concretagem. Esses
esforços devem ser resistidos pelas vigotas treliçadas, como já foi comentado.

Os esforços resistentes da vigota treliçada são função dos comprimentos de flambagem


dos fios que compõem a treliça. Esses comprimentos de flambagem foram determinados
nos ensaios. Portanto, a aplicação dos resultados dos ensaios consiste em encontrar o
momento resistente e a força cortante resistente de cada vigota.
g+q

L1 L2 L3 L4

MOMENTO FLETOR

CORTANTE

Figura 8 - Esquema estático e diagrama de esforços de uma vigota com as escoras.

O modo de ruína observado nos ensaios foi a flambagem do banzo superior sob efeito de
momento fletor positivo. Entretanto pode ocorrer a ruína de um nó soldado da treliça, pelo
efeito da força cortante. Na sequência foram determinadas equações para obter momento
resistente e resistência de um nó soldado de uma vigota treliçada com treliça de 6 cm de
altura. Também é observada a forma de se considerar a rigidez efetiva no cálculo da
flecha.
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5.1 Momento Fletor Resistente
A Figura 9 ilustra o esquema de forças internas de uma vigota solicitada por momento
fletor positivo.
Lf,teórico,BS = 20cm
o,D

FBS
ric
teó

MSd
L f,
h

FBI
Figura 9 - Esquema de forças internas de uma vigota solicitada por momento fletor positivo.

O momento resistente de cálculo ( M d , res ) e o comprimento de flambagem efetivo (  f ,ensaio )


são calculados utilizando as Equações 15 a 18:
M d , res  PCR.h [Equação 15]
 2 .Es .I BS
PCR  [Equação 16]
 2f , ensaio
 2 .Es .I BS
M d , res  .h [Equação 17]
 2f ,ensaio
 f ,ensaio   f ,teórico.Média  20.Média [Equação 18]
PCR é a carga crítica de flambagem do banzo superior; h a altura da treliça; Es o módulo
de elasticidade do aço, admitido com valor de 21000 kN/cm²; I BS o momento de inércia da
seção transversal do fio superior e Média o valor indicado na última coluna da Tabela 3.
A segurança é garantida quando respeitada a condição especificada na Equação 19.
M d , res  M Sd [Equação 19]

M Sd é o momento solicitante de cálculo.

5.2 Ruína da Solda do Nó


A força cortante ( V ) relativa à resistência da solda do nó superior da treliça deve atender
à Equação 20, adaptada da ABNT NBR 14862 (2002).
15. .BS
2
.h
V [Equação 20]
4. nó
BS é o diâmetro do fio que constitui o banzo superior da treliça; h a altura da treliça;  nó o
comprimento entre nós da treliça, igual a 20 cm.
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Sendo VSd a força cortante solicitante de cálculo na fase transitória, a segurança está
garantida quando for respeitada a condição indicada pela Equação 21.
VSd  V [Equação 21]

5.3 Cálculo do Deslocamento


Na fase transitória, é recomendável que o deslocamento máximo da vigota seja inferior ao
valor do vão dividido por 500 (  / 500 ). Os valores do produto de rigidez (EI) devem ser
calculados como indicado na Equação 22, e utilizando as Equações 12 e 13.

( EI )  ( EI )teórico.Média  Ecs .I H .Média [Equação 22]


Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto, calculado com a resistência
característica f ck ; I H o momento de inércia da seção homogeneizada e Média o valor
indicado na última coluna da Tabela 5.

6 Considerações Finais
Como discorrido no item 1, as lajes treliçadas são compostas por elementos isolados
(vigotas treliçadas e elementos de enchimento), dispostos de maneira a formar um painel
que, ao receber uma camada de concreto, passa a agir como um sistema único.
Durante a fase de montagem dessa estrutura, devem ser previstas linhas de escoras que
garantam o posicionamento desses elementos, mesmo com a estrutura submetida a
cargas atuantes como: peso do concreto da capa, movimentação de operários,
equipamentos etc.
O intuito deste artigo foi colaborar na elucidação da dúvida gerada na discussão da
revisão da ABNT NBR 14862 (2002) quanto à capacidade autoportante de vigotas com
treliças de 6 cm de altura.
Também teve como finalidade fornecer dados úteis para o cálculo da distância econômica
entre linhas de escoras, que assegurasse a integridade física dos operários durante a
execução da obra e resultasse em uma estrutura sem patologias de execução.
Para tanto foram realizados ensaios de flexão positiva e de cisalhamento. Ambos ensaios
de flexão positiva quanto os dois de cisalhamento resultaram em uma ruína por
flambagem do banzo superior da treliça. Eles possibilitaram a determinação de um
comprimento real de flambagem.
Os comprimentos de flambagem determinados nos ensaios servem para calcular a
máxima força de compressão que pode ser resistida pelo respectivo fio de aço superior da
treliça. Com essa força de compressão resistente máxima, determinou-se o momento
fletor resistente.
Em lajes treliçadas, com qualquer distância entre as linhas de escoras, são gerados
esforços solicitantes de momento fletor e de força cortante. Esses esforços devem ser
inferiores aos resistentes.
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O momento resistente é sempre igual para treliças de mesma altura e mesmos diâmetros
dos fios, pois o comprimento de flambagem é constante para eles. Esse comprimento de
flambagem foi definido e calculado nos ensaios.
A flecha é determinada pela linha elástica da vigota, que é função do esquema estático e
da distância entre linhas de escora. Para determinar a flecha, foi necessário calcular um
produto de rigidez (EI) que representasse o que realmente ocorre com a peça, já que o
valor teórico de EI não pode ser utilizado, pois o material não é elástico e nem mesmo
linear e homogêneo, como admitido pela Mecânica Clássica.
Sendo assim, no ensaio determinou-se o valor real de EI para a vigota. Esse EI do ensaio
foi utilizado para calcular a flecha na fase transitória de montagem e de concretagem da
laje. Essa flecha, por sua vez, precisava ser menor que ℓ/500, valor limite para
aceitabilidade visual, segundo a ABNT NBR 6118 (2007), na verificação do estado limite
de serviço relativo a deformação excessiva.
Apesar dos resultados apresentados, este trabalho não pretende esgotar o assunto, tendo
em vista que o número de ensaios foi reduzido, e apenas uma treliça (TR06 644) foi
ensaiada. Portanto, devem ser feitas maiores investigações experimentais, para refinar os
resultados e abranger treliças com fios de outros diâmetros.

7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118. Projeto de estruturas
de concreto - procedimento. Rio de Janeiro. ABNT: 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14860-1. Laje pré-fabricada


– Pré-laje – requisitos – Parte 1: Lajes unidirecionais. Rio de Janeiro. ABNT: 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14862. Armaduras


treliçadas eletrossoldadas - requisitos. Rio de Janeiro. ABNT: 2002.

BOUNASSAR, J. Elaboração de normas: projeto, fabricação e execução de lajes mistas


pré-moldadas. Coletânea Habitare, Paraná, v. 3, p. 79-109, 1997.

DROPPA JÚNIOR, A. Análise estrutural das lajes formadas por elementos pré-
moldados tipo vigota com armação treliçada. São Carlos, 1999. 177f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo.

FUSCO, P. B. Tecnologia do concreto estrutural. 1. ed. PINI. São Paulo, 2008.

GASPAR, R. Análise da segurança estrutural das lajes pré-fabricadas na fase de


construção. São Paulo, 1997. 103f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas)
– Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
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