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Geralmente não nos damos conta de que estamos envolvidos pelo cotidiano.
Na maioria das vezes, o cotidiano resume-se num fazer tão “normal” que, por
causa dele, fazemos coisas que não faríamos se pudéssemos tomar distância e
refletir a respeito do que estamos fazendo.
Na vida cotidiana, as pessoas correm o risco de serem apenas imitadoras ou
repetidoras, pois
temem se perderem na busca do novo; as respostas são confirmadas, mesmo
que estas
sejam velhas e desfocadas e as perguntas são silenciadas.
Fechado em si mesmo o cotidiano torna-se pesado, desinteressado e frustrado.
No entanto, no seio do cotidiano pode brotar uma mudança, uma
transformação.
No cotidiano se encontram as “pequenas práticas com sucesso”.
O cotidiano pode significar um avanço na aceitação do “pequeno”, das coisas
mais simples... tudo tem sentido, tudo é digno de ser cuidado.
“O cotidiano costura muitas iniciativas, muitas práticas pequenas, que en-
laçadas vão formando uma transformação maior. Em vez de um grande
projeto, pequenas ações. O cotidiano educa para uma entrega a uma cau-
sa maior a partir dos pequenos gestos” (P. Libânio).
As “ações cotidianas insensatas” podem ser “sensatas” (com sentido), se
percebermos Deus presente nelas. Descobrir a presença divina escondida no
cotidiano é encontrar-se acolhido pelo abraço do Criador que nos envolve. É o
cotidiano que nos prepara para as grandes decisões.
É na realidade diária que cada cristão é chamado a viver em comunhão com
Deus e entrar na dinâmica do Espírito Criador, que o anima no compromisso com
o mundo e o leva a transformar as situações de morte em vida, como fez Jesus. É
a fidelidade ao cotidiano que possibilita a transformação da realidade.
A revolução é a transformação do cotidiano. As revoluções que são feitas pela
violência e não mudam os cotidianos (no pensar e no agir), são passageiras.
Permanecem as que mudam o cotidiano.
Nesse sentido, o cotidiano que conserva, também pode provocar o surgimento do novo;
o cotidiano que aliena, também está grávido de utopia;
o cotidiano que nos acomoda, também pode ser o lugar da audácia e da iniciativa.