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COTIDIANO: LUGAR DO EXTRAORDINÁRIO

Geralmente não nos damos conta de que estamos envolvidos pelo cotidiano.
Na maioria das vezes, o cotidiano resume-se num fazer tão “normal” que, por
causa dele, fazemos coisas que não faríamos se pudéssemos tomar distância e
refletir a respeito do que estamos fazendo.
Na vida cotidiana, as pessoas correm o risco de serem apenas imitadoras ou
repetidoras, pois
temem se perderem na busca do novo; as respostas são confirmadas, mesmo
que estas
sejam velhas e desfocadas e as perguntas são silenciadas.
Fechado em si mesmo o cotidiano torna-se pesado, desinteressado e frustrado.
No entanto, no seio do cotidiano pode brotar uma mudança, uma
transformação.
No cotidiano se encontram as “pequenas práticas com sucesso”.
O cotidiano pode significar um avanço na aceitação do “pequeno”, das coisas
mais simples... tudo tem sentido, tudo é digno de ser cuidado.
“O cotidiano costura muitas iniciativas, muitas práticas pequenas, que en-
laçadas vão formando uma transformação maior. Em vez de um grande
projeto, pequenas ações. O cotidiano educa para uma entrega a uma cau-
sa maior a partir dos pequenos gestos” (P. Libânio).
As “ações cotidianas insensatas” podem ser “sensatas” (com sentido), se
percebermos Deus presente nelas. Descobrir a presença divina escondida no
cotidiano é encontrar-se acolhido pelo abraço do Criador que nos envolve. É o
cotidiano que nos prepara para as grandes decisões.
É na realidade diária que cada cristão é chamado a viver em comunhão com
Deus e entrar na dinâmica do Espírito Criador, que o anima no compromisso com
o mundo e o leva a transformar as situações de morte em vida, como fez Jesus. É
a fidelidade ao cotidiano que possibilita a transformação da realidade.
A revolução é a transformação do cotidiano. As revoluções que são feitas pela
violência e não mudam os cotidianos (no pensar e no agir), são passageiras.
Permanecem as que mudam o cotidiano.
Nesse sentido, o cotidiano que conserva, também pode provocar o surgimento do novo;
o cotidiano que aliena, também está grávido de utopia;
o cotidiano que nos acomoda, também pode ser o lugar da audácia e da iniciativa.

A espiritualidade é a contracorrente do cotidiano. Se, de um lado, o cotidiano


nos arrasta para a repeti-
ção e a conservação, de outro lado, a espiritualidade nos impulsiona
para a busca e a descoberta.
Se permanecermos simplesmente no cotidiano, então nos tornaremos
medíocres e nos contentaremos com o “menos”.
A espiritualidade abraça tudo, dá significado a cada ação e situação cotidianas;
nada daquilo que é huma-
no lhe é estranho; não é algo de aristocrático, de solene e
oficial, mas ela se veste com
roupas despojadas da vida cotidiana.
É a sabedoria que o ser humano pede como dom ao
Senhor, para que ela esteja ao seu
lado na labuta da vida cotidiana (Sl. 9,5.10).
A realidade cotidiana é o lugar onde somos chamados a viver a espiritualidade
cristã e a deixar-nos conduzir pelo mesmo Espírito que animou Jesus e o levou a
inserir-se na trama humana e a assumir o risco da história. Ser cristão inserido no
mundo, em meio às agitações cotidianas, é acima de tudo ter Jesus como modelo
de vida: suas palavras, suas ações, seu modo de relacionar-se com o Pai e com
os irmãos...
A espiritualidade cristã é a espiritualidade do cotidiano, que conserva sua força transformadora, que é
capaz de despertar o espanto e a admiração, apontando sempre para um horizonte mais amplo e mais rico;
é a espiritualidade que reacende desejos e sonhos novos, que suscita energias em direção ao mais;
é a espiritualidade que faz descobrir, escondida no cotidiano, uma Presença absoluta que nos envolve;
é a espiritualidade que faz saborear o eterno e o Absoluto no ritmo doméstico e cotidiano da vida...
é a espiritualidade que projeta a vida a cada instante; abre espaço à ação do Espírito para que Ele nos
expanda, nos alargue e nos impulsione para horizontes novos.
Texto bíblico: Gen. 18,1-15 (cotidiano de Abraão: lugar do encontro com o Senhor).

Na oração: Como é o seu cotidiano? rotina e repetição ou desafio e criação?


Como está sua vida cotidiana familiar? Nela há lugar para a esperança e para o novo?
Você é alguém que normalmente assume novos desafios ou sente medo de mudanças?

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