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“Quando falo de sentimentos humanos básicos, não estou pensando somente em alguma coisa efêmera e
vaga. Refiro-me à capacidade de empatia recíproca que todos possuímos...
Admitindo-se que é isso que nos permite compreender e, até certo ponto, participar da dor dos outros,
podemos afirmar que essa é uma das nossas características mais significativas.
É o que provoca o sobressalto quando ouvimos um grito de socorro, é o que nos faz recuar instintivamente
ao ver alguém ser maltratado, o que nos faz sofrer ao presenciar o sofrimento dos outros.
É o que nos faz fechar os olhos quando queremos ignorar a desgraça alheia”. (Dalai Lama)
Construímos o mundo a partir de laços afetivos. Estes laços fazem com que as
pessoas e as situações sejam portadoras de valor. Sentimos responsabilidade
pelos laços que nasceram.
Enchemo-nos de cuidado com tudo que para nós significa sentido e valor.
Não habitamos o mundo somente através do trabalho, mas fundamentalmente
através do cuidado e da amorosidade. É aqui que aparece o humano do ser
humano.
Daí se conclui que o dado original não é o logos, a razão e as estruturas de compreensão, mas sim o
pathos, o sentimento, a capacidade de simpatia, de empatia, de compaixão, de dedicação e
de cuidado com o diferente.
Tudo começa com o pathos (sentimento). É ele que nos faz sensíveis e re-ativos a tudo quanto nos
envolve. É por ele que sofremos e nos alegramos com os que se alegram e sofrem.
É ele que produz em nós o encantamento diante da grandeza do universo, a veneração frente à
complexidade e à beleza da Mãe Terra e o enternecimento frente à fragilidade de uma criança.
Só o que passou por uma emoção ou nos evocou um sentimento profundo é que deixa marcas na alma e
permanece definitivamente.
“A mente racional necessita de um ou dois momentos a mais para registrar e reagir do que a
mente emocional; o primeiro impulso é do coração, não da cabeça...
por isso é necessário equilibrar a racionalidade com a compaixão.” (Daniel Goleman)