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BELO HORIZONTE
2015
ANÁLISE ESTRUTURAL DO CHASSI TIPO GAIOLA DE UM VEÍCULO
SAE MINIBAJA PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Orientador:
BELO HORIZONTE
2015
ANÁLISE ESTRUTURAL DO CHASSI TIPO GAIOLA DE UM VEÍCULO
SAE MINIBAJA PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
__________________________
_____________________________________________________
The present study had the objective of modeling, computationally, the Baja SAE
vehicle cage type chassis buit by College team Newton Paiva, analyzing the loads
will be submitted in real operating conditions. Were selected the main operating
conditions that will require the maximum effort from the chassis and that can expose
the pilot the physical risks. This process will serve as a reference for optimization
measures can be adopted in the next models, in addition to validating the current
geometry for standard operating conditions. We used the software SALOME-Meca
2015.1 running on Debian platform 8 Jessie x64 for the process. This software works
under the principles of the finite element method.
E = Módulo de elasticidade
I = Momento de inércia da seção transversal em torno do eixo que resulte no menor
valor
Sy = Tensão de escoamento
c = Raio externo
dexterno = diâmetro externo do tubo
dinterno = diâmetro interno do tubo
Pf = Força resultante
M – Massa do chassi
g – Aceleração da gravidade
cds – Coeficiente dinâmico para carga vertical simétrica
Pf = Força resultante
P AXLE - carga total do eixo
1 - INTRODUÇÃO.......................................................................................................14
1.1 - Tema...................................................................................................................15
1.2 - Problematização................................................................................................15
1.3 - Objetivo Geral....................................................................................................16
1.4 - Objetivos Específicos.......................................................................................16
1.5 - Análise da Situação..........................................................................................16
1.6 - Justificativa.......................................................................................................17
2 – REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................19
2.1 – Baja SAE...........................................................................................................19
2.1.1 – Histórico do Baja SAE..................................................................................20
2.1.2 – Competição Baja SAE no Brasil..................................................................20
2.1.3 – Normas Baja SAE Brasil...............................................................................21
2.2 – Chassi................................................................................................................26
2.2.1 – Tipos de chassi.............................................................................................27
2.2.1.1 – Chassi coluna vertebral (backbone)........................................................27
2.2.1.2 – Chassi tipo escada (ladder)......................................................................28
2.2.1.3 – Chassi monobloco.....................................................................................29
2.2.1.4 – Chassi tubular (space frame)....................................................................30
2.2.2 – Esforços Atuantes no chassi.......................................................................31
2.2.2.1 – Carga vertical simétrica (flexão)...............................................................32
2.2.2.2 - Carga vertical assimétrica (torção)...........................................................34
2.2.2.3 – Cargas laterais............................................................................................38
2.2.2.4 – Cargas geradas durante um capotamento (frontal, vertical e lateral)..39
2.3 – Teoria da elasticidade......................................................................................40
2.3.1 – Materiais dúcteis...........................................................................................43
2.3.2 – Lei de Hooke..................................................................................................43
2.4 - Critérios de Falha..............................................................................................44
2.4.1 – Critérios de Tresca........................................................................................44
2.4.2 – Critério de Von Mises...................................................................................45
2.4.3 – Critérios SAE para deformação...................................................................47
2.5 – Princípio do método dos elementos finitos..................................................48
2.5.1 – Formulação variacional................................................................................50
2.5.2 – Princípio dos trabalhos virtuais..................................................................50
2.5.3 – Os elementos isoparamétricos....................................................................53
2.5.4 – Elemento de viga...........................................................................................53
2.6 – Softwares..........................................................................................................55
2.6.1 – SALOME-Meca 2015.1...................................................................................55
3 – METODOLOGIA...................................................................................................56
3.1 – Análise preliminar............................................................................................57
3.1.1 – Adequação das equações............................................................................57
3.1.1.1 – Carga vertical simétrica.............................................................................57
3.1.1.2 – Carga vertical assimétrica.........................................................................58
3.1.1.3 – Cargas laterais............................................................................................58
3.1.1.4 – Capotamento frontal..................................................................................59
3.1.1.5 – Capotamento vertical.................................................................................60
3.1.1.6 – Capotamento lateral...................................................................................61
3.1.2 - Definição das propriedades mecânicas......................................................62
3.1.3 - Análise dimensional......................................................................................63
3.2 - Pré processamento...........................................................................................64
3.2.1 - Criação de modelo tridimensional...............................................................64
3.2.2 - Geração de malha de elementos finitos......................................................64
3.3 - Processamento.................................................................................................66
3.3.1 - Arquivo de parâmetros..................................................................................66
3.3.2 - Criação e execução de novo estudo............................................................66
3.4 - Pós processamento..........................................................................................66
3.4.1 – Extração dos resultados..............................................................................66
4 – ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS.............................................................67
4.1 – Aplicação das cargas......................................................................................67
4.1.1 – Carga vertical simétrica................................................................................69
4.1.2 – Carga vertical assimétrica............................................................................73
4.1.3 – Cargas laterais...............................................................................................77
4.1.4 – Capotamento frontal.....................................................................................81
4.1.5 – Capotamento lateral......................................................................................85
4.1.6 – Capotamento vertical....................................................................................89
4.2 – Valores extremos.............................................................................................93
4.2.1 – Valores máximos...........................................................................................93
4.2.2 – Valores mínimos............................................................................................96
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................99
REFERÊNCIAS.........................................................................................................101
14
1 - INTRODUÇÃO
Para o projeto do chassi do veículo Baja SAE, é necessário avaliar os esforços que
atuarão neste corpo quando estiver em operação, pois de acordo com Lottermann
(2014), chassi é a estrutura utilizada em um veículo automotor para sustentar
subsistemas e, em parte, garantir a segurança de seus ocupantes.
Devido a sua importância estrutural para um veículo Baja SAE, este trabalho
pretende realizar uma análise da estrutura do chassi deste automóvel, utilizando
simulações dos esforços reais que serão aplicados quando em operação, através do
software SALOME-Meca 2015.1 que utiliza o Método dos Elementos Finitos.
1.1 - Tema
Análise estrutural de chassi tipo gaiola de um veículo SAE Minibaja pelo método dos
elementos finitos.
1.2 - Problematização
1.6 - Justificativa
Os riscos para as pessoas que dirigem um automóvel com falhas estruturais devido
ao dimensionamento errado de um chassi são bastante elevados, podendo levar a
acidentes fatais. Um bom projeto estrutural deve garantir a estabilidade dos
componentes mecânicos conectados ao chassi, além de prever os diversos esforços
sofridos pelo veículo quando estiver em funcionamento, garantindo a máxima
segurança para os ocupantes, para os outros motoristas que estão no trânsito e para
os pedestres, evitando que possíveis acidentes ocorram.
18
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
A SAE International é uma das principais fontes de normas e padrões relativas aos
setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, reunindo diversos profissionais
como engenheiros, técnicos e especialistas relacionados ao mercado automotivo
(SAE BRASIL, 2013).
O projeto Baja SAE foi criado na Universidade da Carolina do Sul, Estados Unidos,
sob a direção do Dr. John F. Stevens, com a primeira competição ocorrendo em
1976 (SAE BRASIL, 2013).
Sua chegada ao Brasil demorou alguns anos, sendo que em 1991 iniciaram-se as
atividades da SAE Brasil. Em 1994, lançou-se o Projeto Baja SAE Brasil e no ano
seguinte, em 1995, realizou-se a primeira competição nacional em São Paulo (SAE
BRASIL, 2013).
A partir de 1997, a SAE Brasil desenvolveu eventos regionais do Baja SAE Brasil
através de suas seções regionais, realizando várias competições em diferentes
estados do país, como Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Bahia (SAE
BRASIL, 2013).
- Configuração do Veículo
O veículo deve ter quatro ou mais rodas e ser capaz de transportar pessoas com até
1,90 m (6 ft 3 in) de altura, pesando 113,4 Kg (250 lbs). Veículos com três rodas são
expressamente proibidos.
Largura: 1,62 m (64 in), medida entre os pontos de maior largura, com os pneus
apontados para frente;
- Especificações da Gaiola
LDB (Lateral Diagonal Bracing) – Travamento Diagonal dos Tubos Traseiros (Figura
2);
23
RLC (Rear Lateral Cross member) – Travamento Transversal Traseiro (Figura 4).
24
Através desta constituição, o espaço interno da gaiola deve ser grande o suficiente
para:
O tronco, joelhos, ombros, cotovelos, mãos e braços devem ter uma distância
mínima de 76,2 mm (3 in) de folga criado pela estrutura do carro (o teste é realizado
com a aplicação de uma régua entre quaisquer dois pontos nas bordas externas SIM
e RHO).
Tubo de aço circular com o diâmetro externo de 25,2 mm (1 in), uma parede com
espessura de 3,05 mm (0,120 in) e um teor de carbono de pelo menos 0,18%;
25
Nota: O uso de ligas de aço não permite que a espessura da parede seja mais fina
que 1,57 mm (0,062 in).
A resistência à flexão e a rigidez de flexão devem ser calculadas sobre um eixo que
Sy×I
resistência à flexão é dada pelo valor de c . Para os aços 1018 os valores
serão:
Sendo,
E = Módulo de elasticidade;
I = Momento de inércia da seção transversal em torno do eixo que resulte no menor
valor;
Sy = Tensão de escoamento;
c = Raio externo.
O chassi analisado nesse estudo foi construído utilizando o aço 1020, tendo suas
especificações estipuladas conforme o Relatório de Projeto de um Protótipo
Recreativo Fora de Estrada Baja SAE do Centro Universitário Newton Paiva.
E = 205 GPa
Sy = 390 MPa
dexterno = 31,75 mm
26
dinterno = 28,45 mm
Espessura = 1,65 mm
c = 15,875 mm
I = 1,77x10-8 m4
Para os membros adicionais (LDB, SIM, USM, FAB e RLC), deve-se utilizar aço e
estão apenas obrigados a possuir espessura mínima de 0,89 mm (0,035 in) e
diâmetro externo mínimo de 25,4 mm (1in).
2.2 – Chassi
Segundo Milliken (1995), ele consiste de uma estrutura interna que recebe todos os
outros componentes do veículo e deve suportar todas as cargas mecânicas, de
forma a garantir segurança aos ocupantes, o correto fechamento das portas e a
operação dos sistemas de direção e suspensão.
27
Conforme Chandra et al (2012), este tipo de chassi possui baixo custo de produção,
além de boa resistência, sendo então utilizado em veículos esportivos pequenos
devido a sua fácil fabricação.
Uma grande vantagem dessa estrutura é a boa proteção contra impactos em função
da existência das colunas laterais na região frontal, central e traseira. Segundo
Oliveira (2007), a estrutura do chassi monobloco deve resistir aos mesmos esforços
de um veículo que possua chassi separado da carroceria. Para isso, é possível
30
De acordo com a SAE Brasil (2013), o percurso da prova pode conter curvas abertas
e fechadas, subidas, descidas, inclinações e obstáculos como areia, lama, pedras,
troncos de árvore, etc. Devido a estas interferências, os esforços atuantes no veículo
que serão analisados são:
PF M g c ds
Sendo:
34
Pf = Força resultante
M – Massa;
g – Aceleração da gravidade
cds – Coeficiente dinâmico para carga vertical simétrica = 4
PL +P R=P AXLE
PL =P AXLE−P R
Sendo:
Momento de equilíbrio:
B
T =( P L−P R )×
2
Substituindo as fórmulas:
B
T =( P AXLE −2 P R )×
2
P AXLE T
PR = −
2 B
P AXLE T
PL = +
2 B
Segundo Brown e Robertson (2001), o torque máximo será alcançado quando uma
B
T MAX =P AXLE×
2
Sendo:
B
T MAX =P AXLE × ×c d
2
TMAX
H
PL B PR
38
As cargas laterais agem em um veículo quando este está percorrendo uma curva
(Figura 17). Conforme Almacinha e Dinis (1986), forças laterais são limitadas pela
força de atrito lateral que pode ser gerada na superfície de contato dos pneus com o
solo durante uma curva.
M g cdl B
Py K
2 h
Sendo,
Py - força lateral;
M – massa do veículo
h - altura do CG acima do solo;
B - distância entre as rodas;
K - fator de segurança dinâmico (devido a curta duração do pulso e inércia de
rotação). Pawlowski (1969) sugere para evitar que a estrutura sofra deformação
permanente, se os esforços atuantes atingirem valores máximos, o coeficiente de
segurança deverá ter um valor de 1,4 a 1,6. No nosso estudo, o valor utilizado será
K - 1,5.
cdl – Coeficiente dinâmico para cargas laterais = 4
Para o cálculo das cargas aplicadas, produzidas pelo impacto, nas três direções
diferentes, Álvarez e Madrid (2009) utilizam:
Sendo:
FV - Carga vertical;
F L - Carga lateral;
F F - Carga frontal;
M - massa do veículo;
g - aceleração da gravidade.
41
Para a realização do ensaio de tração, Hibbeler (2010) afirma que é utilizada uma
máquina de teste para alongar o corpo de prova a uma taxa muito lenta e constante,
até ele atingir o ponto de ruptura, como mostra a Figura 19.
Os engenheiros costumam escolher materiais dúcteis para o projeto, uma vez que
esses materiais são capazes de absorver choque ou energia e, se ficarem
sobrecarregados, exibirão, em geral, grande deformação antes de falhar
(HIBBELER, 2010).
E
Sendo:
E – Módulo de elasticidade
- deformação
Devido à ação das cargas sobre o chassi, esta estrutura estará sujeita a sofrer
falhas que podem gerar acidentes. Segundo Shigley et al (2005), eventos como
distorção, deformação permanente, fendilhamento e rompimento estão entre as
formas pelas quais um elemento de máquina falha.
Não existe uma teoria de falha para o caso geral de propriedade de materiais e
estados de tensão, pelo contrário, várias hipóteses foram aventadas e testadas ao
longo dos anos, levando às práticas aceitas na atualidade (SHIGLEY et al, 2005).
Desta forma, foram especificadas as teorias necessárias para avaliar a estrutura do
chassi.
Grande parte das teorias de falha utilizam, como base para análise, os testes de
tração. De acordo com Shigley et al (2005), à medida que uma tira de material dúctil
é submetida à tração, as linhas de deslizamento formam um ângulo de
aproximadamente 45º com o eixo da tira. Essas linhas de deslizamento representam
o começo do escoamento, assim como, quando carregadas à fratura, linhas de
fratura também são observadas à ângulos de aproximadamente 45º. Uma vez que a
tensão de cisalhamento é máxima a 45º com o eixo de tração, faz sentido considerar
esse o mecanismo de falha.
máx
2
Sendo:
Sy
máx
2
Sendo:
Sy
- Tensão de escoamento
Sy
máx
3n
Sendo:
1 2 3
σ av =
3
Segundo Shigley et al (2005), o elemento da figura 21 (b) passa por uma mudança
pura de volume, isto é, sem distorção angular. Se av for considerado como uma
componente de 2 e3, então poderá, delas, ser subtraída, resultando no estado
de tensão da figura 21 (c). Esse elemento está sujeito à distorção angular pura, isto
é, sem mudança de volume.
48
de von Mises, σ ' , assim chamada depois da colaboração do Dr. von Mises para a
σ' S y
teoria. Desta forma a tensão para escoamento pode ser descrita por , wm
que:
1
2 2 3 3 1
2 2 2 2
' 1
2
Sy
σ' =
n
Sendo:
- O tronco, joelhos, ombros, cotovelos, mãos e braços devem ter uma distância
mínima de 76,2 cm (3 in) de folga criado pela estrutura do carro (o teste é realizado
com a aplicação de uma régua entre quaisquer dois pontos nas bordas externas SIM
e RHO).
Sendo:
Ue – Trabalho externo
t– Matriz de deslocamento pontual transposta;
P – Matriz de força pontual;
t(x) – Matriz Função deslocamento linear transposta;
b(x) – Matriz Força por unidade de volume;
dV – Elemento diferencial de volume;
t(S) – Matriz Função deslocamento superficial transposta;
p(S) – Matriz Força por unidade de área;
dA – Elemento diferencial de área.
53
Sendo:
Ui – Trabalho interno;
- Matriz Deformação interna transposta;
(x) – Matriz Tensão interna;
dV - Elemento diferencial de volume;
O trabalho interno deve ser igual ao trabalho externo. Igualando as duas expressões
temos a funcional energia potencial total:
( x)
N ( x)
ε =B∗Δ
D
Sendo:
❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑
P+ ∑ ∫ N T ∗b ( x )∗d V e +¿ ∑ ∫ N T ∗p ( x )∗d A e =¿
e V
e
e V
e [∑∫
e V
e ]
BT ∗D∗B∗d V e ∗Δ ¿ ¿
Sendo:
Ao contrário das treliças, esses elementos têm como elemento fixador conexões
rígidas, dando origem nessas montagens às vigas contínuas, aos pórticos planos e
aos pórticos espaciais (ALVES FILHO, 2010).
2.6 – Softwares
3 – METODOLOGIA
Nota 1: Foi considerado para massa do piloto 113,4 Kg que é o maior valor que o
veículo deve ser capaz de transportar, como estipulado na norma SAE Baja
Requisitos Gerais do Veículo.
0,32 M g c ds
Pf =
2
Sendo:
Neste caso as duas rodas traseiras são engastadas, a carga resultante é aplicada
nas duas rodas dianteiras e são transmitidas ao suporte da suspensão em um
ângulo de 15º em relação ao plano YZ. Foram desconsiderados os efeitos do
amortecimento de modo que as cargas, neste caso, fossem aplicadas diretamente
na estrutura, portanto a análise é conservadora.
PAXLE c da
PMAX =
2
Sendo:
As duas rodas traseiras e a roda dianteira, esquerda, foram engastadas, sendo que,
a força foi aplicada na roda dianteira direita e transmitida ao suporte da suspensão
em um ângulo de 15º com relação ao plano YZ. Foram desconsiderados os efeitos
do amortecimento de modo que as cargas, neste caso, fossem aplicadas
diretamente na estrutura, portanto a análise é conservadora. Foi desconsiderada,
também, a distância entre as rodas, pois esta dimensão está implícita no modelo e o
momento máximo resultante será calculado pelo software utilizando esta dimensão.
60
P y = g× c dl × K
Sendo:
Na análise da carga lateral foi considerado o engaste nas quatro rodas, sendo
aplicada somente uma aceleração, multiplicada pelo coeficiente dinâmico, e o fator
de segurança na direção do eixo + Y, devido as especificações relacionadas à
massa conforme a nota 2 da seção 3.1.1.
a F =ccf ×g
Sendo:
Considerou-se que a parte frontal do veículo está engasta, conforme a Figura 25:
61
aV =c cv ×g
Sendo:
Considerou-se que a parte superior do veículo está engasta, conforme a Figura 26:
Figura 26 – Engaste Capotamento Vertical
a L =ccl ×g
Sendo:
Considerou-se que a parte lateral do veículo está engasta, conforme a Figura 27:
Figura 27 – Engaste Capotamento Lateral
O material utilizado na construção do chassi do veículo foi o aço 1020. Para este
aço, estão definidos a seguir as propriedades mecânicas relevantes para a análise
em questão:
A grande maioria dos softwares não fazem uma análise de consistência das
unidades e, quando o fazem, podem apresentar erros devido ao caráter generalista
dos algoritmos.
Para atestar a utilização das unidades em nosso estudo, foi realizada uma
minuciosa análise dimensional a fim de manter coerência dos resultados obtidos.
Para isso, foi utilizado o software Smath Studio V0.97, adotando como sistema de
unidades o milímetro-Tonelada-segundo.
Este modelo consiste, basicamente, em pontos e vértices, pois foi usado na análise
dos elementos de viga que são elementos de somente uma dimensão. As
dimensões do projeto foram definidas utilizando o veículo como referência.
Foi utilizado o algoritmo “Wire Discretization” com a hipótese “Max Size” igual a 10 e
o algoritmo “Segments around Vertex” com a hipótese “Segments around Vertex”
igual 1, que gerou uma malha com 8569 nós, 2 elementos discretos e 8605 vértices,
conforme a Figura 29:
67
Análises feitas na malha não indicavam nós órfãos, nós duplicados, vértices livres,
vértices duplicados ou bordas livres (Figura 30).
3.3 - Processamento
Todos os resultados devem atender aos requisitos definidos no capítulo dois. Além
disso, nenhum componente do chassi deve estar submetido a tensões ou
deformações que estejam com valores acima dos limites mecânicos do material, ou
seja, os valores de tensão aos quais o chassi está submetido não devem ser
maiores que a tensão de escoamento do material devido a deformação plástica
resultante nesses casos.
O processamento dos dados foi feito no software Excel 2013 x64, além de análises
de tensões quanto aos critérios de Tresca e Von Mises. Foram analisadas as
condições de falha quanto a tensões de escoamento e tensões de ruptura. A Figura
55 demonstra a relação das cores de preenchimento da célula em cada caso de
falha:
Deformações Máximas
EPXX GAXY GAXZ GAT KY KZ
Capotamento Frontal 1,05E-04 4,71E-04 5,69E-04 6,68E-06 2,43E-05 8,76E-06
Capotamento Vertical 5,07E-06 2,83E-05 1,50E-04 9,10E-08 2,89E-06 9,32E-07
Capotamento Lateral 9,58E-05 4,07E-04 2,48E-04 4,67E-06 3,70E-05 2,01E-05
Carga Vertical Simétrica 1,45E-05 2,65E-05 3,84E-05 1,06E-06 3,54E-05 4,96E-06
Carga Vertical Assimétrica 8,26E-06 1,96E-05 2,67E-05 4,44E-07 2,94E-06 1,54E-06
Carga Lateral 3,29E-05 2,69E-04 1,49E-04 1,60E-06 3,99E-06 9,97E-06
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
Deslocamentos Máximos
DX DY DZ DRX DRY DRZ
Capotamento Frontal 4,08E-01 2,00E-01 3,37E-03 1,13E-03 8,89E-04 6,01E-04
Capotamento Vertical 7,01E-02 1,98E-02 9,58E-24 1,47E-04 1,43E-04 2,22E-05
Capotamento Lateral 3,90E-01 3,14E+00 1,25E+00 2,21E-04 1,35E-03 3,89E-04
Carga Vertical Simétrica 3,01E+00 1,94E-02 3,03E-02 8,30E-05 7,11E-03 6,18E-05
Carga Vertical Assimétrica 8,80E-03 2,00E-03 1,16E-02 1,78E-05 1,91E-04 4,26E-05
Carga Lateral 6,34E-02 2,63E-01 1,27E-02 5,08E-04 2,37E-04 3,06E-04
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
DZ – Translação em Z [mm]
DY – Translação em Y [mm]
DX – Translação em X [mm]
DRZ – Rotação em Z [rad]
97
Sendo:
Tensões Máximas
SN SVY SVZ SMT SMFY SMFZ
3,80E+0 1,57E+0
Capotamento Frontal 2,15E+01 1 4,60E+01 1,71E+01 2 6,97E+01
2,28E+0 1,84E+0
Capotamento Vertical 1,04E+00 0 1,21E+01 2,33E-01 1 7,84E+00
3,28E+0 2,40E+0
Capotamento Lateral 1,96E+01 1 2,00E+01 1,20E+01 2 1,29E+02
2,14E+0 2,30E+0
Carga Vertical Simétrica 2,98E+00 0 3,10E+00 2,72E+00 2 3,00E+01
1,58E+0 1,90E+0
Carga Vertical Assimétrica 1,69E+00 0 2,16E+00 1,14E+00 1 7,28E+00
98
2,17E+0 2,57E+0
Carga Lateral 6,74E+00 1 1,20E+01 4,10E+00 1 7,08E+01
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
Deformações Mínimas
EPXX GAXY GAXZ GAT KY KZ
Capotamento Frontal -1,33E-04 -4,31E-04 -4,01E-04 -6,82E-06 -2,86E-05 -1,08E-05
Capotamento Vertical -2,03E-05 -2,28E-05 -5,51E-05 -1,44E-07 -2,50E-06 -1,22E-06
Capotamento Lateral -9,68E-05 -2,21E-04 -3,56E-04 -4,38E-06 -1,64E-05 -1,99E-05
Carga Vertical Simétrica -1,47E-05 -3,15E-05 -8,87E-05 -1,06E-06 -3,54E-05 -4,61E-06
99
Carga Vertical
-1,83E-05 -2,02E-05 -5,35E-05 -3,19E-07 -1,67E-06 -1,13E-06
Assimétrica
Carga Lateral -3,09E-05 -2,90E-04 -1,53E-04 -1,87E-06 -3,92E-06 -1,10E-05
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
Deslocamentos Mínimos
DX DY DZ DRX DRY DRZ
Capotamento Frontal -1,35E-01 -1,81E-01 -1,38E+00 -1,04E-03 -2,50E-03 -3,90E-04
Capotamento Vertical -3,43E-03 -2,20E-02 -6,20E-02 -1,24E-04 -1,26E-04 -2,76E-05
Capotamento Lateral -6,83E-01 -5,38E-02 -4,42E-01 -2,94E-03 -3,47E-04 -3,64E-03
Carga Vertical Simétrica -4,93E+00 -1,07E-02 -1,22E+01 -8,49E-05 -2,10E-06 -3,96E-05
Carga Vertical Assimétrica -1,22E-02 -3,56E-02 -6,62E-02 -1,48E-04 -4,67E-05 -8,14E-05
Carga Lateral -5,98E-02 -2,93E-24 -1,23E-02 -2,80E-04 -2,16E-04 -5,57E-04
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
DZ – Translação em Z [mm]
DY – Translação em Y [mm]
DX – Translação em X [mm]
DRZ – Rotação em Z [rad]
DRY – Rotação em Y [rad]
DRX – Rotação em X [rad]
Misses
Capotamento Frontal -1,69E+02 0,00E+00 0,00E+00 -1,77E+01 -3,19E+01 0,00E+00 1,69E+02
Capotamento Vertical -2,02E+01 0,00E+00 0,00E+00 -1,90E+00 -4,29E+00 0,00E+00 2,02E+01
Capotamento Lateral -1,41E+02 0,00E+00 0,00E+00 -1,42E+01 -3,75E+01 0,00E+00 1,41E+02
Carga Vertical Simétrica -2,33E+02 0,00E+00 0,00E+00 -3,24E+00 -7,21E+00 0,00E+00 2,33E+02
Carga Vertical Assimétrica -6,28E+00 0,00E+00 0,00E+00 -1,55E+00 -4,74E+00 0,00E+00 6,28E+00
Carga Lateral -7,65E+01 0,00E+00 0,00E+00 -2,74E+01 -1,01E+01 0,00E+00 7,65E+01
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
Tensões Mínimas
SN SVY SVZ SMT SMFY SMFZ
Capotamento Frontal -2,73E+01 -3,48E+01 -3,24E+01 -1,75E+01 -1,85E+02 -5,66E+01
Capotamento Vertical -4,16E+00 -1,84E+00 -4,45E+00 -3,70E-01 -1,61E+01 -6,00E+00
Capotamento Lateral -1,99E+01 -1,78E+01 -2,88E+01 -1,12E+01 -1,06E+02 -1,31E+02
Carga Vertical Simétrica -3,00E+00 -2,54E+00 -7,16E+00 -2,72E+00 -2,31E+02 -3,23E+01
Carga Vertical Assimétrica -3,76E+00 -1,63E+00 -4,32E+00 -8,17E-01 -1,07E+01 -9,99E+00
Carga Lateral -6,34E+00 -2,34E+01 -1,23E+01 -4,79E+00 -2,53E+01 -6,42E+01
Fonte: Excel 2013 x64
Sendo:
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
No caso do capotamento lateral, o critério de Von Mises foi ultrapassado, mas isso
não comprometerá a estrutura do veículo, visto que, a tensão de escoamento não foi
ultrapassada e que o material trabalhará em regime elástico.
Para trabalhos futuros, fica como sugestão a avaliação dos mesmos casos, de carga
e geometria, por uma análise dinâmica, bem como análises não lineares nos casos
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REFERÊNCIAS
ALVES FILHO, Avelino. Elementos Finitos – A base da tecnologia CAE. 5ª Ed. São
Paulo; Érica, 2010.
BROWN, J.C; ROBERTSON, J.A. Motor Vehicle Structure. s.l.: Elsevier, 2001.
LOTTERMAN, João Pedro Taborda. Projeto Estrutural de Chassi tipo gaiola para
veículos minibaja: análise numérica e experimental. 2014. Monografia em
Engenharia Automotiva. Universidade de Brasília. Brasília, DF, 2014.
MILLIKEN, W.F; MILLIKEN, D.L. Race Car Dynamics. 1995. Society of Automotive
Engineers Inc., 3° Edition, USA, 1995.