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Instrução sobre o anexo “A pedagogia de Jesus”

Saber como as pessoas sabem

Aqui descobrimos a sabedoria de Jesus, sua delicadeza psicológica.


Não é que não saiba o que aconteceu. Sabe-o, mas por sua própria experiência.
Não sabe como aquelas outras pessoas o experimentaram.
Pois, no fim, os pontos de vista são diferentes. Pessoas diferentes verão de
maneira diferente o mesmo fato, o mesmo acontecimento.
Num processo de diálogo, é preciso saber o saber dos outros.
É preciso conhecer o modo de ver a realidade que tem nossos interlocutores.
Por isso a pergunta: “Quais?”
Não se trata de competir em saber com os dois discípulos. Trata-se de saber
como é que eles sabem.
A pergunta desencadeia uma longa resposta, carregada de pormenores sobre
como os discípulos compreendem os acontecimentos que viveram.
A partir daí, o diálogo pode ser estabelecido.
É o começo de algo novo. O aproximar-se, o caminhar juntos um bom trecho do
caminho, a escuta atenta, antes e depois de perguntar, a própria pergunta que
procura conhecer o saber alheio, tudo isso estabelece um clima de confiança,
um colocar-se em pé de igualdade, um falar com, que não é mais um falar a
alguém.
Nada começa com ensinar. Tudo começa com aprender.
* Jesus não vem ao encontro dos dois discípulos para explicar algo. Vem para conhecer onde se encontram.
Vem para saber por que seus olhos estão impedidos de ver. Vem procurá-los onde estão, para só depois partir
com eles, de onde eles se encontram, em direção a um novo momento.
* O relato feito ao peregrino não é somente uma informação sobre acontecimentos passados, mas confissão do-
lorosa das esperanças frustradas, das incertezas futuras, talvez da falta de sentido de continuar juntos com a
comunidade de discípulos de um crucificado.
* No diálogo com o peregrino, os discípulos foram se encontrando em sua identidade profunda, que tinha sido
desfigurada de tal maneira que já não se sentiam seguidores daquele Jesus que, em outros tempos, tinha pleni-
ficado suas vidas.
* A razão de ser de nossa comunidade não começa com ensinar.
Não nasce de explicações, palestras e cursos de perito. Nasce dos olhos fechados dos jovens de hoje, de sua
dificuldade em descobrir o rosto amigo de Deus em sua vida, em sua realidade, em seu caminho.
Nasce onde o medo é vencido, nasce onde está a comunidade, onde sabemos esperar, escutar e valorizar a
resposta e as angústias de cada um.
* Para falar com alguém é fundamental conhecer o que esse alguém pensa, experimenta em seu dia-a-dia, seu
trabalho, sua maneira de encarar a vida e o mundo.
Os discípulos de Emaús falaram de sua realidade, do jeito como a entendiam.
Agora Jesus pode dar um passo a mais com eles. Agora sim, porque expuseram sua maneira de entender os fa-
tos, porque fizeram sua análise da realidade, porque mostraram, por sua conversa, onde estavam as raízes de
seu desânimo, de sua tristeza, de seu medo, de sua falta de esperança.
Agora sim, Jesus pode pensar em ajudá-los.
Agora podem partir do ponto em que estão em direção a um novo futuro.
* É preciso correr o risco de partilhar, de falar de nossas dores, sofrimentos e desilusões, caminho de “katár-
sis”, para que o desafogo, como alívio de um psiquismo ferido pelas frustrações do desejo de libertação, feli-
cidade e realização, consiga encontrar resposta ao sentido da dor como oportunidade única e singular de trans-
formar o que dói em amor.

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