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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL


CURSO DE HISTÓRIA

A REVOLTA DA VACINA

Volta Redonda
Setembro, 2009
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
CURSO DE HISTÓRIA

A REVOLTA DA VACINA

Trabalho de pesquisa elaborado pelo aluno


Elcio Santana do 8º período de História, em
atendimento às normas da disciplina de
História do Rio de Janeiro II, desenvolvida
pelo professor Carlos Renato.

Volta Redonda
Setembro, 2009
1. Introdução

Em 1902, assume a Presidência do país o paulista e cafeicultor Rodrigues Alves. Do


ponto de vista político, ele encontra uma situação de relativa estabilidade, graças, em grande
parte à “Política dos Governadores”, “costurada” pelo seu antecessor Campos Sales. No plano
econômico, observa-se uma situação de inflação baixa, reflexo também de políticas recessivas
adotadas pelos dois governos anteriores. Essa condição faz com que novamente haja interesse
do Capital estrangeiro em investir no país, e, mais do que nunca, o Brasil necessita desses
capitais para retomar seu crescimento.
Apesar desse quadro aparentemente positivo, estão presentes algumas contradições
importantes. A Política dos Governadores, se era um fator de estabilidade política, ao mesmo
tempo, enfraquecia o poder federal, concentrando-o na esfera estadual, apoiado pelas
oligarquias locais (coronéis). Esse arranjo político era garantido por um sistema eleitoral
excludente (menos de 5% da população votava) e corrupto (voto era aberto e todo o processo
era controlado pelos “coronéis”). A situação das classes trabalhadoras e da baixa classe média
era desesperada, devido ao elevado índice de desemprego e às altas excessivas dos aluguéis.
Rodrigues Alves definiu as linhas mestras de seu governo como sendo “amparo à produção,
estímulo à imigração e ocupação dos solos férteis, incremento dos transportes e proteção à
entrada de capitais.”. No entanto, o novo presidente entendia que, para atrair imigrantes e o
capital estrangeiro, era necessário sanear e modernizar a Capital Federal. Esta modernização
do Rio de Janeiro será, sem dúvida, o traço mais marcante de sua gestão. Rodrigues Alves
assumiu o cargo em novembro de 1902 e, já a 29 de dezembro, publicava uma lei
reorganizando a administração do Distrito Federal e dando amplos poderes ao prefeito
nomeado – o engenheiro Pereira Passos, pois ele não queria que seus programas de reformas
pudessem ser obstruídos pela política local.
A política de reformas de Rodrigues Alves para o Rio centrava-se em três pontos:
- Remodelação do porto, a cargo do engenheiro Francisco Bicalho;
- Modernização do centro da cidade, a cargo do Prefeito Pereira Passos;
- Saneamento da cidade, através do combate às epidemias, a cargo do sanitarista
Oswaldo Cruz.
É preciso destacar que tanto Pereira Passos quanto Oswaldo Cruz foram revestidos de
amplos poderes para executar suas atribuições. E não era para menos. As ações necessárias
estavam longe de encontrar apoio popular. O alargamento das ruas e a remoção dos cortiços e
dos prédios antigos desagradavam tanto aos moradores (que eram postos literalmente “na rua”
e tinham de se deslocar para as periferias) quanto aos proprietários (que perdiam uma
importante fonte de renda em troca de uma indenização sempre irrealista). Segundo Cunha,
em nove meses, foram demolidos 614 prédios no centro da capital.(CUNHA, 1985: 50).

2. A Questão do Saneamento

As epidemias de febre amarela, como a cólera, a varíola e a peste bubônica eram o alto
preço que o Rio de Janeiro pagava por um crescimento desordenado. A febre começou a
ganhar amplitude depois de 1850, enquanto a varíola chegava pela imigração interna e a peste
viajava em ratos nos porões dos navios estrangeiros. A princípio, tentou-se minimizar o
problema. Mas, depois que as freiras do Colégio Sion, após a morte de sua superiora,
abandonaram apavoradas a cidade, a questão ganhou foros de escândalo. Sobretudo no verão,
as pessoas de posse abandonavam a cidade. (cf. CUNHA, 1985: 46).
Em pouco tempo, essa fama da cidade do Rio correu o mundo. A propaganda do
mundo sobre o porto do Rio de Janeiro era extremamente negativa. Navios procedentes da
capital do país eram forçados a cumprir quarentena em outros portos do mundo, para evitar
que doenças como a febre amarela se alastrassem. O evento mais dramático que marcou a
imagem negativa do porto do Rio de Janeiro no exterior ocorreu com o navio da marinha
italiana Lombardia, que ali aportou em 1895, com 340 tripulantes, dos quais 234 morreram
após contraírem febre amarela e apenas sete não foram infectados. Desde o século XIX,
portanto, a cidade ganhou a indesejável reputação de “túmulo de estrangeiros”. Isso era
bastante crítico num momento como o início do século, quando o país apresentava intensa
demanda por capitais, técnicos e imigrantes europeus. (cf. QUEIROZ, 2008: 46)
A grande maioria de mortes de febre amarela sempre foi de imigrantes.
Estranhamente, ela grassava menos entre os negros e entre estes quase não havia mortes e, por
essa razão, ainda na primeira metade do século XIX, não houve preocupação excessiva com
essa doença porque ela não era uma grave ameaça à propriedade escrava. Mas a importância
da enfermidade foi crescendo para a elite e nas agendas políticas ao longo dos anos de 1870 e
no início da República, quando os braços imigrantes, que passaram a trabalhar na lavoura,
ameaçavam morrer com a doença. Portanto, percebe-se que a epidemia adquiriu uma
dramaticidade quando os imigrantes se tornaram indispensáveis tanto para o trabalho como
para o ideal de branqueamento do país.
Oswaldo Cruz assumiu, em 1903, a Diretoria Geral de Saúde Pública. O primeiro foco
de sua atuação foi a peste bubônica. Para combatê-la, criou um esquadrão de cerca de 50
homens que percorriam armazéns, becos, cortiços e hospedarias, espalhando raticidas e
mandando remover o lixo. Para completar, criou um novo cargo, o de comprador de ratos, que
era incumbido de percorrer a cidade, pagando 300 réis por rato apanhado pela população. A
curto prazo, o flagelo da peste desapareceu da cidade. (cf. CUNHA, 1985:52).
O combate à febre amarela não foi tão fácil, porque só em 1881 o mosquito
transmissor havia sido identificado pelo médico cubano Carlos Finlay. Para combater esse
mosquito, bastante comum na Capital federal, Oswaldo Cruz montou brigadas de “mata-
mosquitos” por toda a cidade, que procurava fazer a desinfecção casa por casa. Círculos de
oposição, porém, puseram em dúvida a descoberta do médico cubano e criticavam a inspeção
domiciliar, que segundo eles “atentava contra o princípio da propriedade privada.” Para
prevenir resistências dos moradores, as brigadas faziam-se acompanhar de soldados da
polícia. Os resultados obtidos rapidamente, porém, acalmaram os ânimos. O número de
vítimas fatais da doença, que havia atingido 584 pessoas em 1903 passou para 48, em 1904.
Tendo obtido êxito sobre a peste e sobre a febre amarela, restava a varíola, cujos
métodos de combate estiveram na raiz do movimento conhecido como a Revolta da Vacina.

3. O Combate à Varíola

O combate à varíola foi feito através da obrigatoriedade da vacinação. A vacina contra


a varíola foi descoberta por Edward Jenner, em 1789 e já era utilizada no Brasil desde 1801.
Em 1837, era declarada obrigatória no Rio de Janeiro para crianças de até 3 meses de idade e ,
em 1884, essa obrigatoriedade foi estendida a todos os habitantes do Império. Com a vinda da
República, a vacina foi declarada obrigatória para crianças até 6 meses de idade. No entanto,
apesar disso, a vacinação tinha níveis de adesão muito baixos (segundo Challoub, foi de 21,8
vacinados por mil habitantes, entre 1818 e 1822 e de 16,4 por mil, entre 1846 e 1850).
(CHALLOUB, 1996: 113). Segundo o mesmo autor, havia muita divergência na área médica
com respeito a eficácia da vacinação e ainda, como ela era feita no início pelo sistema de
“braço a braço” (retirando material de pústulas de uma pessoa já imunizada e aplicando
diretamente no braço de outra), existiam evidências de que ela era uma via de transmissão de
outras doenças, como a sífilis. Acrescente-se a isso, a superstição do povo, que preferia
recorrer a auxílio sobrenatural ou a aceitar a varíola como “castigo” relacionado à purificação
espiritual. O fato é que havia uma natural “vacinophobia”, que impedia o sucesso do processo
de imunização.
O governo de Rodrigues Alves julgou então que seria necessário fazer outra lei
visando reintroduzir a obrigatoriedade da vacina. O projeto entrou no Senado em junho de
1904 e foi aprovado em julho desse ano. Após aprovação na Câmara, foi sancionado em 31 de
outubro de 1904. Durante as discussões, o projeto contou com a oposição importante de
alguns políticos influentes. No Senado, o principal opositor foi Lauro Sodré e na Câmara,
Barbosa Lima. Os dois parlamentares tinham em comum o fato de serem militares,
positivistas e florianistas, sendo, por isso mesmo, vozes freqüentes na luta contra o governo
de Rodrigues Alves e contra as oligarquias estaduais.
Fora do Congresso, o combate à obrigatoriedade deu-se, sobretudo, na imprensa,
destacando-se o Correio da Manhã e o Commercio do Brazil. Eram também vozes de
positivistas ortodoxos, que não aceitavam a teoria microbiana das doenças (seguindo idéias de
Comte) e não admitiam a intromissão do governo no domínio da saúde pública, reservado ao
poder espiritual. Outra oposição importante foi a do Centro das Classes Operárias, através de
seu presidente Vicente de Souza.
A oposição se organiza e funda, em 5 de novembro de 1904, a Liga Contra a
Vacinação Obrigatória, numa tentativa de aglutinação do movimento de massa. No evento de
fundação, Lauro Sodré pronuncia um discurso em que:
(...) congratula-se com o povo por ter acudido ao patriótico apelo feito
para combater a inconstitucional, arbitrária, iníqua e vergonhosa lei de
vacinação... É um ato de força, ao qual se poderia opor até a própria
força... Diz que a lei votada é o enxovalho da sociedade; o governo
que persiste nesta idéia, deve se repelido pelo povo, sedento e faminto
de justiça, pois que esse corrupto governo só tem o rótulo de
republicano, porque isto que nós temos como forma de governo é uma
República falsificada e deve haver a repulsa porque à Nação assiste o
direito de repelir á força pela força... Essa lei iníqua, arbitrária e
deprimente provoca a reação, que deve ser feita por todos os meios,
até a bala. (CARONE, 1971: )

. A partir daí, a frente reunida na Liga passa a se organizar e promover agitação nas
ruas.
Camadas populares indistintas formam a grande massa dos comícios e, mais tarde das
arruaças. O “bota abaixo” (nome com que ficou conhecido o processo de demolições para
modernização do centro do Rio) deslocou milhares de pessoas de suas casas, o que provocou
mal-estar generalizado. Além disso, os proprietários de casas, donos de armazéns, quiosques e
bares, prejudicados com esta situação, aumentaram o número de descontentes. Outro fator se
acrescenta à situação: houve uma crise comercial em maio de 1904, que levou muitos
comerciantes à falência, Havia um clima de descontentamento popular contra o governo,
motivado também pelo aumento do custo de vida e do desemprego.
A união de políticos oposicionistas, militares de orientação positivistas e massas
populares ocorre, embora cada um com suas próprias motivações.
Finalmente, a regulamentação da vacina, que sai dia 9 de novembro, é a gota que faz
extravasar o descontentamento do povoe que leva à revolta, iniciada no dia seguinte. Por mais
de uma semana, as ruas centrais da Capital Federal encheram-se de barricadas. Bondes foram
incendiados, lojas foram depredadas e saqueadas e postes de iluminação foram destruídos.
A Escola Militar da Praia Vermelha aliou-se ao povo, comandada por altos escalões do
Exército. Na verdade, a revolta militar pode ser considerada um movimento dentro do
movimento. Esta já estava sendo gestada independente da reação contra a vacinação e visava,
de fato, aplicar um golpe que derrubaria o Presidente Rodrigues Alves. Na verdade, os
militares não estavam satisfeitos com o fato de terem sido alijados do governo após a saída de
Floriano, pela oligarquia cafeeira paulista. Planejavam um golpe de Estado que pusesse fim a
esse modelo de República. Os líderes da revolta militar eram Lauro Sodré, Barbosa Lima e o
general Travassos. O golpe já estava sendo articulado, porém os revoltosos viram na
mobilização popular contra a vacinação obrigatória uma oportunidade de se aproveitarem da
situação e decidiram antecipá-lo. A revolta militar tem seu início dia 14 de novembro, mas é
duramente reprimida, tendo o governo usado navios para bombardear o prédio da Escola
Militar da Praia Vermelha. O movimento, porém, é debelado no dia seguinte, sendo seus
principais líderes presos.
Tendo controlado a situação militar, é instaurado o Estado de sítio em todo o Distrito
Federal e Niterói, já que a situação nas ruas continuava tumultuada. Havia diversas barricadas
e trincheiras ao longo da cidade. O Estado-maior dos amotinados era o denominado Porto
Artur, que se localiza na região da praia e Rua da Harmonia. Esse baluarte dos revoltosos é
dominado no próprio dia 16 de novembro. O saldo do movimento foram 23 mortos, 67
feridos. e cerca de 940 presos.
Analisando a lista de mortos e feridos no movimento e também a relação das
assinaturas nas representações contra a vacinação, conclui-se que o movimento teve ampla
adesão das classes operárias. 70,6% dos feridos e 85,7% dos mortos foram definidos como
operários (lembrar que o senso da população Rio de 1906 dava uma presença de 20% de
operários). Com relação à lista de assinatura das representações entregues à Câmara dos
Vereadores, cerca de 70% dos assinantes eram identificados como operários. É claro que não
se deve considerar que todos os assinantes fossem adeptos dos movimentos de rua. No
entanto, essa disposição da classe operária em se manifestar contra a situação e contra o
governo era uma tendência que já se delineava desde 1903, quando, inclusive, houve um
ensaio de uma greve geral. (cf. CARVALHO, 1999:118-120).

4 - Os motivos da revolta

São pontos bastante discutidos pelos historiadores os motivos que levaram à revolta da
vacina, e, sobretudo, o que justificaria uma participação tão grande das massas populares no
movimento.
Em primeiro lugar, há consenso em que se preparava um assalto ao poder por parte de
militares que representavam um resíduo do jacobinismo florianista. Seus líderes deixavam
claro, em discursos, que o seu objetivo era acabar com a hegemonia das oligarquias cafeeiras
e restabelecer a república positivista inspirada em Benjamin Constant e Floriano Peixoto.
Lauro Sodré e Barbosa Lima, parlamentares e militares, foram os grandes expoentes dessa
revolta e procuraram incitar o povo contra a vacinação obrigatória, no intuito de granjear
apoio popular para legitimar o golpe. É pouco provável que a multidão tivesse optado por ir
às ruas, levados por esse objetivo de “regeneração da República”, já que se tratava de um
objetivo abstrato, muito distante das preocupações das massas do povo.
Outra explicação muito citada para a revolta seria a situação econômica da população.
Nessa linha, as verdadeiras origens da revolta estariam na indiferença do governo em relação
aos sofrimentos do povo. Esta hipótese não parece muito consistente. A situação das massas
não era boa, no entanto, os grandes programas de obras públicas e de saneamento,
concentrados no Rio de Janeiro, tinham aumentado em muito a oferta de empregos, o que
sinalizava melhoria substancial para a população. A partir de 1903, ocorre, paralelamente,
uma reativação industrial, o que torna essa visão ainda mais difícil de ser sustentada.
Outra possível explicação seria a reforma urbana dirigida por Pereira Passos. Essa
hipótese também não explica a participação popular por dois motivos. Em primeiro lugar, as
representações populares não fazem menção à reforma como focos de insatisfação popular,
nem tampouco, incluem Pereira Passos e Paulo de Frontin como “inimigos do povo”. Além
disso, os dois principais redutos da revolta, Saúde e Sacramento não foram áreas atingidas de
maneira significativa pelas reformas. Tampouco ocorreu, nestas duas áreas concentração das
populações desalojadas pela remodelação do centro. Estatísticas mostram que enquanto a
população da cidade cresceu cerca de 55% entre 1890 e 1906, a do Sacramento reduziu 20% e
da Saúde cresceu apenas 5%.
Em princípio, pode-se concluir que a explicação mais óbvia para a adesão popular à
revolta tenha sido a irritação provocada pelos métodos utilizados pela área da saúde pública.
Nesse sentido, a obrigatoriedade da vacina foi o estopim para a explosão das massas, que já
estavam insatisfeitas com a prática anterior de vistoria e desinfecção das casas (sobretudo, no
combate à febre amarela).
A oposição foi bastante eficaz na campanha publicitária que engendrou, construindo
um discurso para cada setor da sociedade. No caso do povo, os líderes apelaram inicialmente
para os perigos reais ou imaginários que cercavam a vacinação. No entanto, logo passaram a
abordar o assunto mais do ponto de vista do aspecto moral. Buscou-se então explorar a idéia
da invasão do lar e da ofensa à honra do chefe de família ausente quando da chegada dos
vacinadores que obrigavam suas filhas e esposa a “se desnudarem perante estranhos”. A
vacina era aplicada no braço, com uso de uma lanceta, mas a oposição deliberadamente
espalhava a notícia de que a aplicação ocorria na coxa, próximo da região da virilha.
Basicamente, portanto, pode-se dizer que o fator diferencial da Revolta da Vacina foi a sua
fundamentação em razões ideológicas e morais. Para os membros da elite, que também
aderiram ao movimento, os valores em jogo eram os princípios liberais da liberdade
individual e de um governo não-intervencionista. Embora se possa afirmar que a retórica
liberal, originalmente difundida por positivistas e liberais ortodoxos, tenha atingido também
setores da classe operária, é certo que, para o povo, os valores ameaçados pelo Estado eram o
respeito pela virtude das filhas e da esposa, a honra do chefe de família e a inviolabilidade do
lar. A ação do governo era interpretada como uma tentativa de invasão de espaço, até então
poupado pela ação pública. Numa República excludente ao extremo, em que as massas não
tinham nenhum canal de participação política, o que acontecia mesmo com alguns setores da
elite, tornava-se inaceitável que até dentro do espaço doméstico essa exclusão se
manifestasse. O espaço doméstico era, pois, visto como o último bastião de resistência das
massas a um completo controle de suas vidas por parte do Estado. Por isso, justifica-se tão
ferrenha oposição á obrigatoriedade da vacina e tão significativa adesão dessas classes à
revolta.
Referências Bibliográficas

CHALOUB, Sidney. Cidade Febril. Cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996.

CARONE, Edgard. A República Velha II (Evolução Política). São Paulo: Difusão Européia
do Livro, 1971.

CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não
foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

CUNHA, Alexandre Eulálio Pimenta da. (supervisão). Nosso Século. v.1 São Paulo: Círculo
do Livro, 1985.

QUEIRÓZ, Eneida Quadros. Justiça Sanitária – Cidadãos e Judiciário nas reformas


urbana e sanitária – Rio de Janeiro (1904-1914). Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro:
UFF, 2008

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