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UNIÃO NORTE BRASILEIRA

QEDM@adventistasnorte

Rodovia Mario Covas, 400


Ananideua - Pará
CEP: 67115-000
(91) 3214-4500

EDITORIAL
Pr. Daniel Carvalho

COLABORADORES
Pr. Adannell Roosevelt Bastos.
Pr. Cláudio de Jesus Jr.
Pr. Cledenilson Nascimento
Pr. Darcymires N. Viana
Pr. Fábio Duarte
Pr. Haroldo Moura
Pr. João Batista
Pr. Osvaldo Gomes
Pr. Tiago Dias Santos
Pr. Valleide Maximo
Pr. Vagner Lins
Pr. Wellington Lopes

PROJETO GRÁFICO
Luz Sousa
Tiago Costa

Impresso no Brasil
Edição 2021
APRESENTAÇÃO 4
Áreas de atuação do Ministério Pessoal 6
Frentes Missionárias
Duplas Missionárias
Classes Bíblicas
Pequenos Grupos
Discipulado Crescendo em Cristo
Semana Santa
Sábado Missionário
Domingos Evangelísticos
Evangelismo de Colheita

Elaborando o planejamento missionário da igreja 23


A Necessidade de um Plano Missionário
Planejamento: identificando as metas
Ação: executando as metas

SERMÕES MISSIONÁRIOS 32
01| Janeiro | Senhor, ajude-me a salvar mais um 33
02| Fevereiro | Reavivamento, nossa urgente necessidade 37
03| Março | Comunhão e missão 43
04| Abril | O envio de dois em dois 47
05| Maio | Relacionamento em comunidade 51
06| Junho | Vida em comunidade do início ao fim 54
07| Julho | Jovens testemunhando no tempo do fim 60
08| Agosto | Identidade 64
09| Setembro | Vinde as searas do Senhor 68
10| Outubro | Vão às praças! 74
11| Novembro | Combate e recompensas 77
12| Dezembro | A missão adventista 81

DICAS DE LEITURA • 84

ANEXO I • Envolvimento Missionário dos Membros 87


V
ocê se definiria como alguém que costuma
se envolver nos projetos, nas equipes, nos

APRESENTAÇÃO
desafios, nos relacionamentos, ou estaria
mais para alguém tipo, “quanto menos me envolver,
melhor”?

Em nossos dias, muitas pessoas falam, mas não


dialogam, olham mas não enxergam, ouvem mas não
escutam; até chegam a tocar mas não conseguem
sentir. Elas estão próximas, se veem e até passam
algum tempo juntas mas não querem ultrapassar
a linha limite, pois ir além dela, seria ENVOLVER-SE
demais.

Quando estamos envolvidos somos capazes de


dialogar, de enxergar, de escutar, de sentir. Quanto
mais conheço alguém, mais me envolvo e quanto
mais me envolvo mais me importo. Assim acontece
nas verdadeiras amizades ou mesmo no interesse
desprendido àquele que até pouco tempo era um
estranho. O envolvimento com nossos pais, irmãos,
cônjuge e filhos nos faz demonstrar um interesse
que muitas vezes rompe até a barreira do egoísmo.

Então, se você não quer se COMPROMETER é


simples; basta não se ENVOLVER.

Essa realidade pode ser percebida não somente


nos relacionamentos entre as pessoas, mas também
e com maior abrangência no relacionamento entre
Deus e o ser humano.

A bíblia declara que Deus se fez carne e habitou


entre nós. Ele se misturou, se ENVOLVEU, conheceu
cada detalhe da complexidade humana e por fim se
entregou na cruz por amor. Era parte do plano de
Deus, ENVOLVER-SE com a humanidade.
Quando olhamos para o grande exemplo de Jesus,
podemos nos perguntar: o que Ele espera de mim? A resposta
é Simples: ENVOLVIMENTO. Primeiro preciso me envolver
com Ele para conhece-lo melhor, para amá-lo mais; para servi-
lo aonde for. Depois, preciso me envolver com a missão que Ele
deixou. Afinal, estar envolvido com a missão e com o Senhor
da missão me levará a amar meu semelhante, atender suas
necessidades, sofrer com suas dores, sorrir com suas vitórias e
vibrar com sua decisão por Jesus.

O chamado de Jesus é pessoal, é individual; é para cada
pessoa, é para todo o crente. É para a criança e para o idoso,
para o jovem e para o mais experiente, é para o que começou
a seguir a Jesus e para o que sempre andou com ele, é para
o líder e para o membro; para o pastor e para a ovelha. O
chamado é para todos pois o sonho de Deus é ter TODOS
ENVOLVIDOS NA MISSÃO.

Quando houver envolvimento, a missão deixará de ser


dos discípulos ou da igreja e passará a ser minha, afinal,
como diz Ellen White, “ O Cristo confia a Seus seguidores
uma obra individual — uma obra que não pode ser feita
por procuração. O anunciar o evangelho aos perdidos, não
deve ser deixado a comissões ou caridade organizada. [...]
Responsabilidade Individual, Individual esforço e sacrifício
Pessoal são exigências evangélicas” SC, p. 8.

O Sonho de Deus para sua igreja, para sua família e para


você pode ser resumido em tres letras, ou em uma palabra –
TEM – Todos Envolvidos na Missão. Oro para que voce aceite
o chamado e como Isaías diga: “Eis-me aquí, envia-me aquí”.

Pr. Daniel Carvalho


Ministério Pessoal | UNB
1 CONHECENDO
AS ÁREAS
DE ATUAÇÃO
DO MINISTÉRIO
PESSOAL
FRENTES
MISSIONÁRIAS
As frentes missionárias são estratégias usadas para alcançar pessoas para Cristo.
Entre as diversas frentes usadas pela igreja, para propagar o Evangelho, duas têm se
destacado – as duplas missionárias e as classes bíblicas. A seguir, apresentamos uma
breve descrição dessas estratégias que estão especialmente sob a responsabilidade
do Ministério Pessoal:

DUPLAS
MISSIONÁRIAS
Fundamentação bíblica: A evangelização através de duplas tem sólida base
bíblica. Seguem alguns exemplos bíblicos de duplas formadas para fins missionários:

• Os apóstolos (Mc 6:7)


• Os setenta discípulos (Lc 10:1)
• Pedro e João (At 3:1)
• Paulo e Barnabé (At 13:2)
• Judas e Silas (At 17:1-4)
• Áquila e Priscila (At 18:18)

Um princípio importante presente na metodologia das duplas missionárias é o


de que a evangelização é mais bem-sucedida quando é resultado de um trabalho
conjunto. Ellen White declara que “nenhum foi mandado sozinho, mas irmão em
companhia de irmão, amigo ao lado de amigo” (O Desejado de Todas as Nações, p.
350). Percebemos, ainda, que essa estratégia possibilita a um cristão inexperiente a
oportunidade de se unir a um irmão experiente a fim de aprender, na prática, como
alcançar pessoas para Cristo. Assim, vemos na estrutura evangelizadora das duplas,
também, uma estratégia simples e eficaz de discipulado.

ORIENTAÇÃO PARA FORMAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS DUPLAS:

1. Podem ser formadas nos Pequenos Grupos e Unidades da Escola


Sabatina;
2. Devem participar dos treinamentos oferecidos pela Associação/
Missão ou igreja local;

7
3. Devem ser estimuladas a buscarem aperfeiçoamento por meio do
estudo de bons livros sobre técnicas de ensino, persuasão, apelos, etc;
4. Devem ser munidas de materiais necessários para o seu trabalho,
como Bíblias, estudos bíblicos, folhetos, etc;
5. Pode-se definir um território específico para as duplas trabalharem;
mas o melhor é que elas trabalhem especialmente com amigos e
familiares não adventistas;
6. Cada igreja deve ter um Coordenador de Interessados ligado ao
Ministério Pessoal da igreja, o qual vai cadastrar cada dupla e os
interessados que estão discipulando;
7. Cada igreja pode fazer uma Celebração de Duplas Missionárias,
onde pode haver testemunhos e batismos, com a dupla prestigiando o
momento do batismo de seu candidato dentro do tanque.

TRABALHO DA DUPLA: as três atividades principais de uma dupla missionária


são: (1) oração intercessora pelos interessados; (2) visitação aos interessados para
oferecer encorajamento e desenvolver amizade e (3) dar estudos bíblicos. Cada dupla
deve ter um sonho: trazer pessoas à Cristo através da evangelização. Por isso, um
alvo sugestivo é que se estude a Bíblia com, pelo menos, 4 pessoas por trimestre.
Em média a cada 4 estudos ou 4 pessoas estudando, ocorre um batismo. Os novos
membros batizados devem ser inseridos na Classe de Discipulado Crescendo em
Cristo e em algum Pequeno Grupo (PG).

CLASSES
BÍBLICAS
O QUE É?
É uma classe de estudos da Bíblia que tem por objetivo instruir as pessoas nas
doutrinas e prepará-las para o batismo.

COMO DEVE SER ORGANIZADA?

1. Escolher o instrutor e o associado;


2. Estabelecer a equipe para ajudar na recepção e visitação dos alunos;
3. Escolher o melhor local da igreja;
4. Definir dia, local e horário das reuniões;
5. Fazer uma ampla promoção em todas as reuniões da igreja; anunciar
no boletim da igreja; no mural com um cartaz e em outros possíveis

8
meios de comunicação da igreja.
6. Enviar convites pelas mídias sociais da igreja.
ONDE PODE ACONTECER?

• Na Escola Sabatina, organizando uma classe para os amigos;


• No Clube de Desbravadores e Aventureiros;
• Na ASA (Ação Solidária Adventista);
• Na casa do interessado com seus familiares, amigos e vizinhos;
• Na Escola Adventista para pais e alunos

MATERIAL DE APOIO

• Músicas para o momento de louvor;


• Controle de Presença dos interessados;
• Estudos Bíblicos, Bíblia e canetas para os alunos responderem as
perguntas;
• TV ou vídeo projetor.

PROGRAMA SUGESTIVO

• Recepção
• Confraternização
• Chamada (pode ser audível ou não)
• Momento de louvor
• Oração
• Recapitulação do tema anterior
• Estudo do tema atual
• Apelo
• Anúncio do tema da próxima semana
• Oração final

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DICA: em alguns momentos é interessante ter algum lanche para
confraternização do grupo. Isso pode acontecer após o término da classe ou
no seu início. Pode também ser promovido um momento social fora do local
e horário regular de reunião da classe. Essa é uma boa oportunidade para
aprofundar relacionamentos.

PEQUENOS
GRUPOS

O QUE É?
Um grupo que tem em média de 3 a 15 pessoas e se encontra semanalmente.

Tendo como objetivo a integração dos PG’s às Unidades de Ação, os encontros


semanais acontecerão nos lares e na igreja para fortalecer o propósito da comunhão,
do relacionamento e da missão dentro de uma visão de pastoreio.

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA
A Bíblia apresenta uma sólida fundamentação para viver em comunidade.
Vejamos quatro aspectos teológicos que se destacam:

1. Deus existe em comunidade. Ele sempre existiu e existirá como três pessoas
divinas. A Bíblia diz que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26).
Dessa maneira, como Deus vive em comunidade na Sua esfera, nós devemos
refletir Sua imagem, desfrutando da comunidade em nossa esfera humana. Fomos
projetados por Deus para viver em comunidade (Gn 2:18).

2. Jesus viveu em comunidade. Ao ler os Evangelhos, fica claro que o Senhor


Jesus valorizava relacionamentos e que os eventos importantes de Sua vida ocorreram
em algum contexto de comunidade. Marcos 3:13-14, por exemplo, afirma que por
três anos e meio, Jesus viveu com doze discípulos que formavam a Sua comunidade
especial.

3. A igreja apostólica viveu e cresceu em comunidade. De acordo com Atos

10
2:46 e 5:42, a igreja apostólica expressava sua adoração no templo (grupo grande)
e nas casas (grupo pequeno). Atos 2:44-47 revela em detalhes o estilo de vida
comunitário da igreja primitiva:

a. Eles tinham comunhão uns com os outros (v. 46);


b. Eles eram discipulados e cresciam espiritualmente (v. 42);
c. Eles ministravam uns aos outros (v. 45);
d. Eles adoravam a Deus (vs. 42 e 47);
e. Eles evangelizavam os perdidos (v. 47).

4. Jesus orou para que seus discípulos vivessem em comunidade. João 17


apresenta o argumento teológico a favor do estilo de vida em comunidade. Aqui,
Jesus revela o ideal divino para Seus filhos – que todos sejam um!

INTEGRAÇÃO PEQUENO GRUPO E UNIDADE DE AÇÃO DA ESCOLA


SABATINA

Os PGs e as unidades da Escola Sabatina são essenciais para a edificação


espiritual, relacional e missionária da igreja. Assim, há vantagens consideráveis
quando integramos estas duas estruturas:

1. Unificação dos grupos: o grupo de irmãos que se reúne na sexta (ou outro
dia que seu PG atuar) será a unidade de ação no sábado de manhã. Isso é positivo,
pois, as pessoas já se conhecem, já têm afinidade e possuem o aspecto relacional.

2. Senso de comunidade: com a integração, teremos semanalmente dois


encontros, proporcionando maiores condições dos membros estarem juntos para
orar, estudar a Bíblia e se confraternizar.

3. Pastoreio: solicitamos, tanto ao líder de PG como ao professor da unidade,


que visitem seus membros. Pedimos a mesma coisa para pessoas diferentes. Com
a integração, teremos a visita coordenada por uma pessoa apenas. Assim, fica mais
fácil para os membros saberem quem é o seu líder imediato.

4. Planejamento: o PG e a unidade precisam ter um planejamento trimestral


(atividades sociais, evangelísticas, espirituais, etc.). Com o grupo se encontrando
duas vezes na semana há maior facilidade no planejamento e execução das atividades
trimestrais.

É importante destacar que a integração precisa ser discutida com espírito de


oração e deve ser planejada pelo pastor, anciãos, coordenador de PG e diretores

11
do Ministério Pessoal e Escola Sabatina. Salientamos que a Integração PG e
Unidade de Ação poderá acontecer de maneira distinta em cada realidade devido
as singularidades dos lugares, igrejas e pessoas. Também reconhecemos que ao
passo que muitas igrejas já estejam 80% ou 100% integradas, outras ainda estão
no inicio do processo e reiteramos que cada igreja com sua liderança deve dar um
passo após o outro a medida que vão percebendo os benefícios da integração pois o
fundamental é que cada membro desfrute dos benefícios da comunidade e isso não
pode faltar na vida da igreja. Certamente são inúmeras as vantagens de integrar PGs
e unidades de ação, e com oração e entendimento chegaremos lá.

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO PG:

• Tamanho pequeno: os PGs devem ter um tamanho suficiente


para cada pessoa poder participar e desfrutar da intimidade no
relacionamento com os irmãos.
• Regularidade: integrados nas Unidades de Ação poderão ter encontro
na igreja e nos lares.
• Alcance: além das reuniões na Unidade de Ação no sábado pela
manhã, os PGs também reúnem-se fora do prédio da igreja para
alcançar as pessoas onde elas estão.
• Comunhão: os PGs oferecem crescimento espiritual para seus
participantes mediante o estudo relacional e prático da Bíblia.
• Relacionamento: as pessoas estão desejosas por relacionamentos, e
os PGs oferecem comunhão íntima.
• Missão: o evangelismo deve ser prioridade para os PGs.
• Multiplicação: o objetivo do PG deve ser preparar o próximo líder
para dar continuidade ao processo por meio da multiplicação.
• Discipulado: este é o objetivo final do PG. Fazer discípulos que, por
sua vez, façam outros discípulos, e assim cumpram o IDE de Jesus.

COMO ESTABELECER E MANTER OS PGS

Os PGs só podem existir quando há líderes dispostos e preparados para conduzi-


los. Assim, a formação de líderes com visão discipuladora é fundamental. Seguem
três estratégias para formação de líderes:

1. PG Protótipo: escola teórico-prática de formação de líderes de PG, conduzida


preferencialmente pelo pastor. Essa é a melhor estratégia para uma igreja em que os
PGs são quase que inexistentes.

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2. Escola de Líderes: escola de capacitação, onde os líderes existentes se
aperfeiçoam e os líderes aprendizes aprofundam seu conhecimento e experiência
para futuramente estabelecerem seus próprios PGs. Essa é uma boa estratégia para
aquelas igrejas que já possuem uma rede de PGs consolidada e desejam ampliá-la.

3. Multiplicação do PG: o PG saudável cresce e se multiplica. Nesse processo é


imprescindível que o líder experiente selecione e prepare alguém no próprio ambiente
da reunião para posteriormente assumir o PG, quando este se multiplicar.

Com o crescimento do número de PGs será importante a nomeação de um


coordenador local. Essa pessoa designada deve ter experiência na área e deve
trabalhar em sintonia com a liderança do pastor e do Ministério Pessoal. Uma vez
consolidada, a rede de PGs precisa ser nutrida e supervisionada por meio de reuniões
regulares de líderes para avaliação, motivação e capacitação. Essa reunião pode ser
liderada pelo pastor ou coordenador de PGs. Uma outra maneira de fortalecer os
PGs é realizando Celebrações, ao longo do ano, que reúnam todos os PGs da igreja.
Essa é uma grande oportunidade para ressaltar as bênçãos da vida em comunidade.
Nessa programação deve haver testemunhos, batismos, louvor, oração e exposição
da Palavra de Deus.

PROGRAMA DO PG
Não existe um único roteiro para a reunião do PG. Isso é algo que pode ser
adaptado para cada realidade. Porém, Joel Comiskey (Liderar, p. 12-15), aponta
algumas partes importantes da reunião. Trata-se dos “4 E’s” do PG:

1. Encontro (Confraternização e quebra-gelo) – 10 min


2. Exaltação (louvor e oração) – 15 min
3. Edificação (estudo aplicativo da Bíblia) – 25 mi

DISCIPULADO|
CRESCENDO EM CRISTO
A NECESSIDADE DE CUIDAR E DISCIPULAR OS NOVOS MEMBROS.

“Os recém-chegados à fé devem receber um trato paciente e benigno, e é dever


dos membros mais antigos da igreja cogitar meios e modos para prover auxílio,
simpatia e instrução para os que se retiraram conscienciosamente de outras igrejas
por amor da verdade, separando-se assim dos cuidados pastorais a que estavam
habituados. A igreja tem responsabilidade especial quanto a atender essas almas
que seguiram os primeiros raios de luz recebidos; e caso os membros da igreja
negligenciem este dever, serão infiéis ao depósito a eles confiado por Deus.” (Ellen
White, Evangelismo, p. 351).

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MANUAL PARA NOVOS DISCÍPULOS CRESCENDO EM CRISTO

Para auxiliar no fortalecimento da fé, o novo discípulo após o seu batismo


receberá um material de estudo diário que está dividido em sete semanas. Ao final
de cada semana, o novo discípulo encontrará uma página com a indicação de um
site de apoio com conteúdo adicional, a fim de complementar o tema estudado, e
outra página com a indicação de livros ligados ao tema da semana. O novo discípulo
deverá ler este Manual diariamente em sua devoção pessoal. O ideal é ler uma lição
por dia. O importante é compreender e aplicar pouco a pouco. Quando necessário,
poderá pedir ajuda à pessoa que lhe apresentou as verdades da Palavra de Deus ou
a alguém mais experiente de sua igreja.

Os temas semanais são:


Conectado À videira
Identidade Adventista
Testemunho Cristão
Envolva-se com a Igreja
Família Mundial
Como agradar a Deus
Mente Renovada

Este manual é uma forma de promover um maior crescimento espiritual na vida


do novo discípulo e ensinar tudo o que o Senhor nos ordenou (Mt 28:18-20). Ele
foi preparado com muita oração, para que o novo discípulo conheça o seu papel na
igreja. Certamente o estudo diário deste material fortalecerá a vida espiritual do novo
discípulo e o fará avançar na caminhada com Jesus.

10 RAZÕES PORQUE AS IGREJAS PRECISAM DE UMA


CLASSE PARA NOVOS MEMBROS

1. Informa o novo membro;


2. Estabelece expectativas (o que a igreja espera dele);
3. Direciona os novos membros aos Pequenos Grupos;
4. Aprofunda doutrinas e estilo de vida;
5. Reduz a apostasia;
6. Apresenta as pessoas que trabalham na igreja e o funcionamento de
cada departamento;
7. Esclarece a visão ou missão da igreja;

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8. Define oportunidades para participar em diferentes ministérios;
9. Estabelece expectativas em relação à fidelidade nos dízimos e
ofertas;
10. Aproveita o potencial missionário dos novos conversos.

PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO DA CLASSE PARA NOVOS MEMBROS


DA ESCOLA SABATINA

1. Pastor, Ancionato, direção de Ministério Pessoal e Escola Sabatina e


Mordomia Cristã devem trabalhar juntos no processo de implantação;
2. Escolher professores dinâmicos que tenham perfil discipulador para
conduzir as classes;
3. Selecionar, se possível, uma sala nas dependências da igreja para
abrigar a classe de novos membros;
4. Cuidar para que cada novo membro receba no dia do seu batismo o
manual Crescendo em Cristo;
5. Capacitar, acompanhar e oferecer suporte aos professores das
classes;
6. Garantir que cada aluno da classe tenha pelo menos um discipulador
(membro mais experiente), que possa oferecer suporte para seu
crescimento espiritual;
7. Avaliar trimestralmente o funcionamento das classes de discipulado.
Analisar suas potencialidades e o que precisa ser melhorado.
8. Envolver os novos membros em algum ministério, onde possam usar
e desenvolver seus talentos no cumprimento da missão.
9. Inserir o aluno em uma Unidade de Ação/PG.

CONHECENDO O PROCESSO DO DISCIPULADO

CONVERSÃO

OBJETIVO
Levar pessoas a conhecerem a Cristo e prepará-las adequadamente para o
batismo, a fim de que sejam integradas à Igreja.

É NECESSÁRIO:
• Ter um discipulador.

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• Completar um curso bíblico.
• Ser membro da Escola Sabatina e, se possível, de um Pequeno
Grupo.
• Ser batizado.

CONFIRMAÇÃO

OBJETIVO
Confirmar os recém batizados, levando-os a um crescimento espiritual genuíno,
um amadurecimento cristão, e a um maior conhecimento e compreensão do
que é ser um Adventista do Sétimo Dia.

É NECESSÁRIO:
• Ter e concluir o manual de estudos Crescendo em Cristo.
• Pertencer a um Pequeno Grupo/Unidade Ação.

CAPACITAÇÃO

OBJETIVO
Capacitar e equipar o novo membro, ajudando-o em seu crescimento espiritual
e no cumprimento da missão.

É NECESSÁRIO:
• Orar por cinco pessoas e trabalhar para que conheçam a Cristo;
• Estar envolvido na formação de um novo discípulo;
• Estar envolvido em algum ministério específico, de acordo com seus
dons espirituais;
•Dar estudos bíblicos para uma ou mais pessoas por quem orou.

SEMANA
SANTA
O Evangelismo da Semana Santa é uma poderosa estratégia de mobilização
missionária, colheita e captação de interessados. Seguem algumas dicas importantes
para organizar uma impactante Semana Santa em sua igreja:

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• PREPARO ESPIRITUAL: cada irmão orando por 5 amigos que deseja alcançar
/ Vigília Missionária / Santa Ceia, etc.

• MOBILIZAÇÃO MISSIONÁRIA: toda a igreja deve ser mobilizada em suas


diversas frentes: duplas, Pequenos Grupos, classes bíblicas, unidades da Escola
Sabatina, outros departamentos e ministérios da igreja. Quanto mais pessoas
estiverem estudando a Bíblia e sendo atraídas pelas ações da igreja, maior será o
resultado da Colheita da Semana Santa.

• FORMATO: Como em outros momentos de evangelização, na Semana Santa


pode-se optar por uma evangelização presencial ou virtual ou ainda pelo modelo
presencial com transmissão pelas plataformas digitais.

• PREPARO DA IGREJA OU PONTOS DE PREGAÇÃO: para uma Semana


Santa exitosa, alguns itens importantes:

a. Defina com a liderança local as equipes: recepção, louvor, música,


crianças, oração intercessora, sonoplastia, brindes, lanche, etc.
b. Defina quem será o orador do programa.
c. Cada noite deve ser encerrada com apelo e novo convite.
d. Faça uma reunião ao final do programa para ajustes no programa e
oração coletiva pelos amigos.
e. Organize uma linda festa batismal.

• PREPARO DAS AÇÕES DE COMPAIXÃO:

a. Identifique as necessidades da comunidade onde o PG ou a equipe


do centro de pregação realizará a Semana Santa (Ex.: roupa, comida,
moradia, saúde, orientação familiar, etc.)
b. Descubra os projetos que mais se identificam com a maioria dos
componentes do PG ou da equipe do centro de pregação.
c. Descubra que habilidades têm os membros do PG/equipe e verifique
se alguma delas poderá ajudar na ação que será desenvolvida (Ex.:
profissão, hobby, etc.).
d. Veja, com os membros do PG ou da equipe, quais os recursos
necessários para realização dos projetos comunitários.
e. Defina a hora e lugar em que as ações solidárias serão realizadas.
f. Cada ação de solidariedade desenvolvida deve ser acompanhada de
um convite para a Semana Santa.

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g. É importante que, a cada quatro ou seis semanas, o grupo/equipe
continue realizando alguma ação em prol da comunidade.
h. O objetivo das ações de compaixão é construir conexões de amizade
e fazer com que as pessoas beneficiadas participem da Semana Santa
conhecendo mais do amor de Deus.

• PÓS SEMANA SANTA:

a. Incentivar os novos conversos e amigos interessados a participarem


de um PG;
b. Inserir cada novo converso na classe do discipulado Crescendo em
Cristo;
c. Iniciar a classe bíblica “Ensinos de Jesus” ou outro curso bíblico com
os amigos que ainda não foram batizados;
d. Assegurar que o novo discípulo batizado continue recebendo o
cuidado de quem o levou a Cristo (discipulado).

SÁBADO
MISSIONÁRIO | TEM
Este é um sábado especial dedicado ao trabalho missionário da Igreja e deve ser
um sábado com o foco especial no projeto missionário do TEM - “Todos Envolvidos
na Missão”.

Deve ter as seguintes características:

• DINÂMICO:
Sempre diferente, organizado, objetivo e prático.
• INSPIRADOR:
Que leve a igreja a reconhecer sua principal missão.
• MOTIVADOR:
Que desperte o desejo nos membros em comunicar o Evangelho.
• DISCIPULADOR:
Que forme novos missionários através do aprendizado. Um dia de
treinamento.

SEGUEM ALGUMAS DICAS IMPORTANTES:

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1. DEVERÁ TER UM SERMÃO APROPRIADO

Para isso, colocamos, neste guia, os sermões missionários de cada mês para
você adaptar e pregar. Outros também poderão ser utilizados.

Os sábados missionários devem ser administrados juntamente com os anciãos.


Você poderá pregar, mas não deverá fazê-lo sempre. Características do pregador
para esse dia:

• Alguém que tenha facilidade de comunicação.


• Alguém que seja um exemplo missionário, não basta saber falar bem.
• Alguém que seja respeitado, pela igreja, como um líder espiritual.

2. UM SÁBADO PARA TESTEMUNHOS | TEM

a) Avaliação: Este também é um sábado oportuno para avaliar com a igreja como
está o envolvimento dos membros na missão. Mostre o placar do TEM.

b) O testemunho da conversão de alguém: Há muitas histórias maravilhosas de


conversão entre os membros que não são conhecidos na igreja. Mostre que, assim
como ela aceitou o evangelho, outros também aceitarão. Chame à frente os que
contribuíram para esta conversão e entreviste-os.

c) O testemunho de quem está dando estudos bíblicos: Em forma de entrevista,


deixe claro à igreja o que o irmão ou grupos de irmãos estão realizando para Cristo.
Pergunte como foi que iniciaram o estudo bíblico, que dia e hora da semana dedicam
à pregação, como se sentem, quais os milagres que tem experimentado, etc...
Desafie a igreja a seguir estes exemplos.

d) O testemunho de um Pequeno Grupo integrado a Unidade de Ação: O líder,


o anfitrião e os membros poderão ser envolvidos. Pergunte quais os banefícios da
integração, em que dia se encontram, onde, quais foram as bênçãos alcançadas,
como estão as atividades, quais são os alvos e desafios.

3. SÁBADO PARA TREINAMENTO E CELEBRAÇÃO

Este é um sábado muito propício para treinamento de todas as Frentes


Missionárias. Aproveite para entregar materiais e apresentar o Projeto Missionário
do mês seguinte.

Também um sábado para celebração dos Pequenos Grupos da igreja local ou

19
do distrito. Será um sábado de muitas bênçãos. Para que o programa do sábado
Missionario tenha apoio e maior abrangência não esqueça de combinar os detalhes
com o seu pastor.

DOMINGOS
EVANGELÍSTICOS
Nas igrejas adventistas, os cultos de domingo geralmente são chamados de cultos
evangelísticos (essa é uma expressão que deve ser usada apenas internamente). Isto
porque o objetivo desta reunião é alcançar, especialmente, os amigos da igreja.
Dessa maneira, é imprescindível que a programação dos domingos evangelísticos
seja relevante para estes interessados. Seguem algumas dicas importantes:

1. Planejamento: Pastor, anciãos, diretor de Ministério Pessoal, Evangelista local,


dentre outros líderes, devem planejar detalhadamente o culto evangelístico.

2. Equipes: É necessário definir bem os responsáveis das equipes que coordenarão


o culto evangelístico: sonoplastia, recepção, louvor, ornamentação, brindes, lanche,
oração, diaconato, coordenador do programa, crianças, etc.

3. Objetividade: A programação deve ser bem objetiva. Não é necessária a


composição da plataforma. Quanto menos formal for a liturgia, melhor. A programação
não deveria durar mais que 1 hora.

4. Promoção: Informe a igreja de que o culto de domingo é especial para os


amigos. Motive os membros a trazerem visitas e interessados que já estão estudando
a Bíblia.

5. Estrutura: na medida do possível, a igreja precisa investir em suas instalações


para oferecer aos amigos um ambiente agradável de adoração. Uma igreja que
possua estacionamento, com uma equipe de diáconos para cuidar dos carros, pode
facilitar e estimular o retorno de amigos. Um templo bem iluminado, climatizado,
com bancos confortáveis e banheiros limpos não apenas causa uma boa impressão,
mas também comunica nosso zelo pelas coisas de Deus. O propósito maior é usar a
estrutura para pregação do evangelho e serviço à comunidade!

6. Linguagem: Deve-se evitar expressões “igrejeiras”. Exemplo: substitua a


expressão: “Boa noite irmãos e irmãs” por: “Boa noite amigos e amigas”. Nossa
linguagem deve se adequar ao público que desejamos alcançar.

7. Pregador: O orador precisa ser bem selecionado. Deve ser alguém capaz
de comunicar a verdade do evangelho em uma linguagem fácil e adequada aos
amigos. O ideal é que previamente a equipe de planejamento selecione os temas

20
evangelísticos que serão abordados e depois escolha oradores que se encaixem no
perfil. Se for fazer uma série temática, pode usar o mesmo Orador.

8. Recepção: A recepção da igreja deve ser preparada para receber os amigos


com cordialidade. Precisa haver o cuidado de acomodá-los confortavelmente, além
de evitar qualquer pergunta que possa gerar constrangimento.

9. Louvor: Defina uma equipe para coordenar o louvor. Esse é um momento que os
amigos apreciam muito e deve ser preparado com todo o cuidado e intencionalidade.
As músicas para o louvor devem ser mais contemporâneas, mas ao mesmo tempo
espirituais. A letra deve ser projetada no telão para que os amigos possam participar
ativamente da adoração. É importante identificar os louvores que os interessados
mais apreciam a fim de repeti-los mais vezes. Se for possível, que o louvor seja
regido por instrumentos musicais.

10. Crianças: Alguns interessados possuem crianças pequenas. Dessa maneira,


oferecer uma programação paralela para as crianças em um espaço propício para
esse fim servirá de grande apoio para os pais. Três vantagens temos aqui: (1) os pais
poderão concentrar-se na mensagem pregada; (2) as crianças, por sua vez, ouvirão o
evangelho na linguagem delas e (3) as crianças apreciarão as atividades e motivarão
os pais a retornarem mais vezes.

11. Oração: formar uma equipe de oração que interceda pela programação, pelo
pregador e pelos amigos. A oração é a chave para os milagres acontecerem.

12. Brindes: oferecer alguns brindes aos amigos é uma boa maneira de demonstrar
cordialidade. Os brindes podem ser materiais evangelísticos como livros, DVDs com
palestras bíblicas ou canções. Pode-se também oferecer sucos, pães integrais e
outros produtos condizentes com nossa filosofia de saúde.

13. Acompanhamento dos amigos: precisa-se colher o nome, endereço e


telefone de todos os amigos que participam do culto evangelístico. É importante
também identificar os irmãos que convidaram esses amigos para fazer um trabalho
de acompanhamento. Precisamos lembrar que o culto para os não cristãos deve
complementar o evangelismo pessoal e não substituí-lo. Convidar estes amigos para
um PG ou classe bíblica é uma ótima iniciativa. Pode-se também oferecer um estudo
bíblico na própria casa do interessado.

14. Batismo: a cada mês, bimestre ou trimestre deve-se planejar uma cerimônia
batismal. Todos os amigos que frequentam os domingos evangelísticos devem ser
convidados a participar, mesmo que não tenham ainda decidido pelo batismo. A
programação deve ser cuidadosamente preparada. Deve ser uma data inesquecível
para os batizandos. Será também uma grande oportunidade para apelar ao coração
daqueles que ainda não decidiram pelo batismo.

21
EVANGELISMO
DE COLHEITA
No calendário eclesiástico deve haver datas específicas para Evangelismos de
Colheita. Ex.: Semana Santa; Evangelismo Calebe; Batismo da Primavera; Semana de
Colheita. O Evangelismo de Colheita deve ser coordenado pela direção do Ministério
Pessoal e Evangelista local. Ele pode durar uma semana, quinze ou mais dias. Para
haver uma colheita bem-sucedida precisamos envolver a maioria na missão de salvar
pessoas. Portanto, prepare-se com três ou, pelo menos, dois meses de antecedência.
Algumas orientações importantes:

• Mobilize duplas missionárias, instrutores bíblicos, Pequenos Grupos,


unidades de ação da Escola Sabatina, os demais departamentos e
ministérios da igreja. O Evangelismo de Colheita não deve ser de um
departamento, mas de todos!
• Identifique os potenciais candidatos ao batismo: prepare as seguintes
listas de pessoas que podem ser convidadas para o Evangelismo de
Colheita:
• Lista dos interessados mais preparados à decisão;
• Lista de membros que estão estudando a Bíblia com alguém;
• Lista de afastados da igreja;
• Interessados da TV e Rádio Novo Tempo.
• Alunos da Escola Bíblica da TV Novo Tempo.
• Cronograma de atividades missionárias pré-colheita:
• Preparo Espiritual da igreja: cada irmão orando por 5 amigos que
deseja alcançar / Vigília Missionária / Santa Ceia, etc.
• Organização de projetos comunitários. Ex.: Feira de saúde; curso
para deixar de fumar, curso de culinária, etc.
• Entrega de folhetos/livros/DVDs/convites.
• Definição do orador;
• Definição das equipes de apoio;
• Definição do local onde será feita a Colheita;
• Ajuste de casamentos para os que desejam ser batizados;
• Visitação aos interessados/Preenchimento das fichas batismais;
• Cada membro fazendo contato com seus amigos, familiares e
vizinhos, convidando-os para assistir ao evangelismo;
• Preparo da classe do discipulado - Crescendo em Cristo.

22
2
ELABORANDO O
PLANEJAMENTO
MISSIONÁRIO
DA IGREJA
A NECESSIDADE DE
UM PLANO MISSIONÁRIO
“Não somente sobre o ministro ordenado repousa a responsabilidade de sair e
cumprir a missão. Todo o que haja recebido a Cristo é chamado a trabalhar pela
salvação de seus semelhantes.” (Serviço Cristão, p. 12)

“Não é o desígnio do Senhor que se deixe aos pastores a maior parte da obra de
semear a semente da verdade. Homens que não são chamados para o ministério,
devem ser animados a trabalhar pelo Mestre segundo suas várias aptidões. Centenas
de homens e mulheres, agora ociosos, poderiam fazer obra digna de aceitação.
Levando a verdade à casa de seus amigos e vizinhos, poderiam fazer grande obra para
o Mestre. Deus não faz acepção de pessoas. Servir-Se-á Ele de cristãos humildes e
dedicados, mesmo que não tenham recebido instrução tão completa quanto alguns
outros. Empenhem-se em serviço para Deus, fazendo trabalho de casa em casa.
Assentados na intimidade do lar poderão - se forem humildes, discretos e piedosos
- fazer mais para satisfazer as reais necessidades das famílias, do que o faria um
ministro ordenado.” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 84)

“Os dirigentes da causa de Deus, como sábios generais, devem delinear planos
para fazer movimentos de avanço ao longo de toda a linha. Em seus planos devem
dar atenção especial à obra que pode ser feita pelos membros leigos em favor de
seus amigos e vizinhos. A obra de Deus na Terra nunca poderá ser terminada a não
ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho e
unam os seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja.” (Obreiros Evangélicos,
p. 351-352).

“A melhor ajuda que os pastores podem prestar aos membros de nossas igrejas
não consiste em pregar-lhes sermões, mas em planejar trabalho para que o façam.
Dai a cada um algo para fazer em prol de outros. Ajudai todos a verem que, como
recebedores da graça de Cristo, estão obrigados a trabalhar para Ele. E seja a todos
ensinada a maneira de trabalhar. Especialmente as pessoas que recentemente
aceitaram a fé, devem ser ensinadas a cooperar com Deus. (Serviço Cristão, p.
69-70)

*
Essa parte do manual foi inspirada e adaptada do Auxiliar de Diretores de Ministério Pessoal 2017, da USB.

24
ORGANIZANDO O TRABALHO DO DEPARTAMENTO
DE MINISTÉRIO PESSOAL

PLANEJAMENTO: IDENTIFICANDO AS METAS

• POR ONDE COMEÇAR?

Antes de estabelecer as nossas metas precisamos saber onde estamos, isto


é, devemos descobrir como está o envolvimento dos membros de nossa igreja na
missão. Para isso, será necessário agendar uma reunião com a equipe missionária:

Data: ______/_____/_____

Horário: _______________

Local: _________________

Quem deve fazer parte dessa reunião? (Se sua igreja for pequena e não houver
todos esses líderes nomeados, reúna aqueles que você puder. O importante é ter
uma equipe influente que lhe ajude a planejar as atividades missionárias da igreja):

• Diretor(a) de Ministério Pessoal


• Secretário(a) de Ministério Pessoal
• Diretor(a) de Escola Sabatina
• Secretário(a) da Escola Sabatina
• Coordenador(a) de Interessados
• Coordenador de Pequenos Grupos
• Ancião Missionário
• Primeiro Ancião
• Diretor(a) de ASA
• Evangelista da igreja
• Tesoureiro
• Pastor distrital (se for possível)
• _________________________

25
O QUE FAREMOS NESSA REUNIÃO?

• Orar.
• Avaliar.
• Planejar.

ORE:

• Pelo conteúdo de Mateus 9:37-38; Lucas 10:2;


• Para que Deus derrame Seu Espírito e reavive Sua igreja para a
missão;
• Para que Deus conduza o planejamento missionário.

AVALIE:

• Há dois levantamentos que você pode fazer:


• Cartão da Escola Sabatina
• Pesquisa com a igreja em um sábado.
• Placar do TEM

O Placar do TEM, quando corretamente preenchido é uma poderosa ferramenta


para observar o envolvimento dos membros na missão.

O QUE SABEREMOS SOBRE O LEVANTAMENTO:

1. Quantos estão dando estudos bíblicos _______ e quem são eles.


2. Quantos estão estudando a Bíblia ________ e quem são eles.
Agora compare o número de pessoas que estão dando estudos bíblicos com
a quantidade de membros da igreja. Dessa maneira, você saberá o percentual
de membros envolvidos na obra evangelística. Por exemplo, se sua igreja possui
100 membros e tiver apenas 20 dando estudos bíblicos, isto significa que 20%
dos membros estão envolvidos. Seu desafio, portanto, é incentivar esses 20% a
continuarem ativos na missão e motivar outros a também se envolverem.

É importante destacar que embora nem todas as pessoas tenham a capacidade


de dar estudos bíblicos. Todos podem falar de Jesus. Assim, é necessário descobrir
também quantos membros estão envolvidos em algum outro ministério que tenha
como propósito final alcançar pessoas para Cristo. Daí a necessidade de realizarmos

26
uma pesquisa com a igreja a fim de sabermos, não apenas quem ministra estudos
bíblicos, mas também quem está inserido em algum outro ministério. A pesquisa
também servirá para você descobrir talentos e dons que podem ser empregados no
serviço ao próximo e pregação do evangelho.

• PESQUISA COM A IGREJA

Marque o dia da aplicação da pesquisa. Duas sugestões:

1. Busque o apoio do pastor e anciãos para aplicação da pesquisa;


2. Realize a pesquisa em um sábado, porque esse é o dia em que
temos a maioria dos membros presentes.
Data para execução da pesquisa: _____/_____/____

No Anexo 1 temos uma pesquisa sugestiva.

• QUAIS SÃO NOSSAS METAS PARA CADA TRIMESTRE?

Agora que sabemos quantos e quem são os membros de nossa igreja que estão
comprometidos em atividades evangelísticas, vamos estabelecer metas para envolver
aqueles que estão inativos. É importante que se estabeleçam poucas metas. Não
adianta ter muitos alvos e não conseguir cumprir satisfatoriamente nenhum deles. A
ideia é fazer menos para realizar mais. Abaixo, apresentamos sugestões de frentes
para mobilização missionária dos membros. Selecione três ou, no máximo, quatro
delas para trabalhar ao longo do ano. Lembre-se que uma boa meta é desafiadora,
realista e motivadora. Além disso, vale ressaltar que toda meta precisa colaborar
com a nossa grande missão que é fazer discípulos (ver Mateus 28:19-20). Agora
defina as metas para cada frente missionária escolhida:

• Queremos ter ____ duplas missionárias até o fim do ___ trimestre de ______.
• Queremos ter ____ instrutores bíblicos até o fim do ___ trimestre de ______.
• Queremos ter ____ classes bíblicas até o fim do ____ trimestre de _____.
• Queremos ter ____ Pequenos Grupos até o fim do ____ trimestre de______.
Para lembrar a cada semana nossas metas, o placar do TEM precisa ser
enfatizado como forma de desafio a igreja.

AÇÃO: EXECUTANDO AS METAS

• QUE AÇÕES NOS LEVARÃO A ATINGIR AS METAS?

27
Depois que descobrimos onde estamos e estabelecemos nossas metas, precisamos
agora desenvolver ações que vão nos levar a alcançar os alvos estabelecidos. Para
cada meta, precisamos definir duas ou três ações que vão ser determinantes para
alcançarmos nossos objetivos.

Exemplo:

Meta: Ter 30 duplas missionárias ativas até o final do 1º trimestre de


2021:
AÇÕES PARA ALCANÇAR A META:
1. Organizar as Unidades de Ação e Pequenos Grupos em duplas
missionárias.
2. Realizar encontros quinzenais ou mensais com as duplas missionárias
formadas para motivação, treinamento, avaliação e entrega de
materiais.
3. Ter um plano de oração intercessora em favor das duplas missionárias
e das pessoas que estão recebendo estudos bíblicos.

Agora vamos definir as ações que serão determinantes para alcançar as metas
estabelecidas (faça isso com muita oração e com a participação de sua equipe
missionária):

META:______________________________________________
AÇÕES PARA ALCANÇAR A META:
1. __________________________________________________

28
2. __________________________________________________
3. __________________________________________________

META:______________________________________________
AÇÕES PARA ALCANÇAR A META:
1. __________________________________________________
2. __________________________________________________
3. __________________________________________________

META:______________________________________________
AÇÕES PARA ALCANÇAR A META:
1. __________________________________________________
2. __________________________________________________
3. __________________________________________________

META:______________________________________________
AÇÕES PARA ALCANÇAR A META:
1. __________________________________________________
2. __________________________________________________
3. __________________________________________________
• COMO AVALIAREMOS AS METAS?

A melhor maneira de se avaliar as metas é preparando um placar, que mostre


claramente quais são nossos alvos e quanto já alcançamos dele. Para isso sua
igreja precisa preencher o placar do TEM com as metas e apresentá-lo nas reuniões
e semanalmente a igreja. O ideal é que esse placar fique em um lugar de fácil
visualização dos membros e seja atualizado trimestralmente.

• COMO NOS COMPROMETEREMOS COM AS METAS?

Uma vez que conhecemos a realidade de nossa igreja, identificamos nossas


principais metas e definimos ações concretas para alcançá-las, precisamos agora
executar o que foi planejado. Saiba, porém, que estamos envolvidos em uma
batalha espiritual e o inimigo colocará empecilhos e distrações para que esse plano

29
missionário não seja implementado com eficácia. Dessa maneira, sugerimos os
seguintes passos para assegurar a execução do plano missionário:

1. ORAÇÃO: A mobilização da igreja para o cumprimento da missão é algo


espiritual, e tudo que é espiritual necessita de muita oração para dar certo.
Precisamos suplicar que Deus nos ajude a evitar as distrações e focar nossa atenção
nas metas cruciais. Jesus nos incentiva: “ROGAI, pois, ao Senhor da seara que
mande trabalhadores para a sua seara” (Lc 10:2). Não subestime o poder da oração,
Deus favorece e abençoa aqueles que pedem!

2. REUNIÕES REGULARES: É fundamental realizar reuniões periódicas para


avaliar nosso desempenho em relação ao plano missionário. Esse encontro de
avaliação, alinhamento e motivação poderá acontecer na:

• Classe de Professores da Escola Sabatina (semanalmente);


• Reunião com os Líderes de PGs (quinzenalmente);
• Comissão da Igreja (mensalmente).

Nesses encontros devemos apresentar o placar do TEM e avaliar se as metas


estão sendo atingidas, se está havendo avanço e o que precisa ser corrigido para
assegurar o progresso do plano missionário.

3. DIVULGAÇÃO DO PLANO MISSIONÁRIO: O plano missionário definido


não pode ser do conhecimento apenas da liderança, mas de toda a igreja.
Assim, devemos divulgar de maneira clara e objetiva para os membros quais são
nossas metas missionárias para cada trimestre/ano e devemos incentivar todos a
participarem. Temos dois momentos preciosos para fazer isso:

A. SÁBADO MISSIONÁRIO (PRIMEIRO SÁBADO DE CADA MÊS): podemos


preparar um banner ou uma apresentação em Power Point que mostre quais são
nossas metas e quanto alcançamos até o momento (placar). Essa deve ser uma
ocasião motivadora. Jamais critique aqueles que não estão envolvidos, mas procure
valorizar quem está comprometido.

B. MOMENTO MISSIONÁRIO NO CULTO DIVINO (TODOS OS SÁBADOS):


a cada sábado no culto divino temos o momento missionário. É um momento curto,
mas eficaz para apresentar testemunhos missionários que estão acontecendo. A
cada sábado vamos orar pelas pessoas que estão recebendo estudos bíblicos e pelas
metas missionárias da igreja. Neste momento peça que uma dupla, um desbravador,
um jovem fale como tem sido a experiência de dar estudos bíblicos. Ou entreviste
um amigo que está se preparando para o batismo. Isso vai criar motivação para que
a igreja se envolva ainda mais com o plano missionário.

30
3
SERMÕES
MISSIONÁRIOS

31
SERMÕES
MISSIONÁRIOS
01| Janeiro | Senhor, ajude-me a salvar mais um 33
02| Fevereiro | Reavivamento, nossa urgente necessidade 37
03| Março | Comunhão e missão 43
04| Abril | O envio de dois em dois 47
05| Maio | Relacionamento em comunidade 51
06| Junho | Vida em comunidade do início ao fim 54
07| Julho | Jovens testemunhando no tempo do fim 60
08| Agosto | Identidade 64
09| Setembro | Vinde as searas do Senhor 68
10| Outubro | Vão às praças! 74
11| Novembro | Combate e recompensas 77
12| Dezembro | A missão adventista 81
01 | JANEIRO

SENHOR, AJUDE-ME
A SALVAR MAIS UM
Isaías 6:1-8

Objetivo: Desafiar cada membro a se colocar a disposição do Senhor para o serviço

INTRODUÇÃO

No chamamento do profeta Isaias temos um forte convite para contemplarmos a


glória de Deus, experimentarmos Seu perdão e nos tornarmos uma testemunha de sua
graça. Estudando um pouco mais, percebemos que mais do que na vida do profeta
Isaias essa experiência deve acontecer no coração de cada crente que nasce no reino
de Deus.

CONTEMPLANDO A DEUS (ISAIAS 6:1-5)

No período do “ano da morte do Rei Uzias”, Israel estava vivendo um momento


muito delicado. O reinado de Uzias foi caracterizado por uma grande prosperidade.
Cidades foram fortificadas e reconstruídas, e posição da nação entre os povos vizinhos
foram fortalecidas. Reavivou-se o comercio, e as riquezas das nações fruíram para
Jerusalém. O nome e a fama de Uzias voou até longe “divulgou-se a sua fama até muito
longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte.” II Crônicas 26:15

Essa prosperidade exterior, no entanto, não foi acompanhada por um reavivamento


espiritual. Israel estava em crise na vida espiritual. Os serviços do templo prosseguiam
como nos anos anteriores, e multidões se reuniram para adorar ao Deus vivo; mas o
orgulho e o formalismo gradualmente tomaram o lugar da humildade e sinceridade. Do
próprio Uzias está escrito: “Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração
para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus” II
Crônicas 26:16.

Foi nesse contexto de aparente prosperidade e crise espiritual que Isaias viu o
Senhor. O tempo em que Isaias devia trabalhar estavam repletos de perigos entre o povo
de Deus. Além da opressão da invasão das tropas assírias tinha a preocupação interna.
O povo estava vivendo uma completa rebelião contra Deus. Viviam um cristianismo

33
puramente formal, eram orgulhosos (Isaias 1:2), carregados de iniquidades, (Isaias
1:4), hipócritas, (Isaias 1: 13), ladrões, (Isaias 1:23), idolatras, (Isaias 2:8), opressores
dos pobres ( Isaias 3: 14-15), embriagues ( Isaias 5:22). Foi nesse cenário hostil e
caótico que Isaias contempla a glória e a santidade do Senhor.

A glória contemplada por Isaias era contraria ao estilo de vida vivido em


Jerusalém “ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, hábito
no meio de um povo de impuros lábios”. “Em pé, por assim dizer, na plena luz da
divina presença do santuário, ele sentiu que, se deixado a sua própria imperfeição e
ineficiência, seria inteiramente incapaz de executar a missão para a qual havia sido
chamado”.

TRANSFORMADOS POR DEUS (ISAIAS 6:6-7)

Um serafim foi enviado para libertá-lo de sua angústia, e capacitá-lo para a


sua grande missão. Uma brasa viva do altar foi colocada sobre seus lábios com as
palavras: “Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado
o teu pecado.” Não tem nada melhor do que passarmos pela experiência da salvação
em Cristo. “Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal, então, de
acordo com as Suas promessas infalíveis, Deus lhe perdoa o pecado e o justifica
livremente”.

A experiência da justificação é extraordinária “quando, arrependido, confesso


meus pecados e reclamo o sacrifício de Cristo em meu favor, Deus me perdoa
totalmente. Assim, da parte de Deus não há nenhuma condenação; nesse momento
somos justificados”. Quando o pecador penitente, contrito diante de Deus, discerne
a expiação de Cristo em seu favor e aceita essa expiação como sua única esperança
nesta vida e na vida futura, seus pecados são perdoados. Isso é justificação pela fé.

Essa era a obra que Deus desejava fazer com Israel por meio do ministério do
profeta Isaias. Todos nos necessitamos ser justificados e salvos por Cristo. Essa é
uma obra que Deus opera após o Espírito Santo nos fazer reconhecer nossa condição
diante do Senhor. “Então...” (Isaias 6:6). O “Então” sugere uma obra que antecede
na vida do profeta Isaias, que é justamente a obra de reconhecimento do pecado.
Deus desejava levar Israel ao arrependimento por meio do ministério do profeta
Isaias (Isaias 1:18).

TESTEMUNHANDO POR DEUS (ISAIAS 6:8)

O verso 8 inicia assim: “Depois disto...” Depois de que? Depois de Isaias ter
contemplado a glória de Deus e a Sua santidade, depois do profeta experimentar o
perdão de Deus, ele ouve a voz do Senhor que dizia: “A quem enviarei, e quem há de
ir por nós?” Quem iria anunciar a Israel que eles deveriam se voltar de sua idolatria,

34
sua arrogância, sua prepotência, suas iniquidades, seus pecados acariciados, sua
rebelião para com Deus. Quem iria fazer isso? O profeta responde: “Disse eu: eis-me
aqui, envia-me a mim”. Somente um coração que contemplou a glória de Deus e
foi regenerado por Ele se tornará uma testemunha poderosa em prol do mestre. “O
primeiro impulso do coração regenerado é levar outros também ao Salvador.” 1

A missão é o resultado natural de uma pessoa salva em Cristo e “se os membros


da igreja não lançarem individualmente mão desta obra, mostrarão assim não estar
em viva conexão com Deus. Seu nome está registrado como servos negligentes.”2
“Não há pessoa verdadeiramente convertida que viva vida inútil e ociosa.”3 Quando
Isaias responde: “eis-me aqui, envia-me a mim” era a reposta de um coração
transformado e salvo por Cristo. “O crente convertido não hesitará em dedicar tempo,
dons e recursos para o avanço da obra de Deus”. “Todo verdadeiro discípulo nasce no
reino de Deus como um missionário. Assim que vem a conhecer o Salvador, deseja
pôr os outros em contato com Ele. A santificadora verdade não pode ficar encerrada
em seu coração”.4 Portanto quem não é um missionário então não nasceu no reino
de Deus. “Não se envolver pessoalmente na obra de fazer discípulos evidencia que
precisamos passar pela experiência de conversão”

CONCLUSÃO

Em 5 de maio de 1945, a unidade militar da qual Desmond Doss (O soldado


Adventista do Sétimo Dia) fazia parte, recebeu a missão de capturar a Escarpa
Maeda, uma parede de 120 metros que cercava a frente da ilha de Okinawa e que
servia de quartel-general para os militares japoneses. Através de escadas feitas de
cordas, a companhia de 155 soldados chegou sem dificuldades até o lugar mais alto
do penhasco. Mas era uma armadilha. Os japoneses conseguiram emboscar 100
soldados americanos.

Depois de uma luta terrível, o comandante da companhia deu ordem para que,
aqueles que pudessem, abandonassem o cume da serra. Assim, eles recuaram para
a base. Todos os que podiam fugiram, mas Doss decidiu ficar porque sabia que
muitos soldados estavam gravemente feridos. Na parte de baixo ele foi procurado
por vinte minutos, então alguém gritou e apontou para a serra. Doss era o único
homem que permanecia de pé no alto da Escarpa Maeda. Ele gritava para que os
homens que estavam na base recebessem os feridos que ele descia delicadamente
através de cordas até as mãos de amigos (There’s a War to Be Won, 1997, p. 480).

Por cerca de doze horas, e totalmente desarmado, Desmond Doss enfrentou


metralhadoras, rifles e morteiros japoneses, descendo soldado após soldado, até
o último homem, para a base americana do penhasco. Como apoio, usou apenas
um toco e uma corda. Durante esse tempo, o único pensamento de Doss era uma
oração: “Senhor, ajude-me a salvar mais um. Apenas mais um!” O resgate aconteceu
num sábado.
35
Em novembro de 1945, ele recebeu a Medalha de Honra do Congresso, a mais
alta condecoração militar dos Estados Unidos. Dos 16 milhões de soldados que
participaram na II Guerra Mundial, apenas 431 receberam a Medalha de Honra do
Congresso. Uma delas foi posta ao redor do pescoço de um jovem adventista que
não tirara a vida de nenhum combatente inimigo. Suas únicas armas foram a Bíblia e
a fé em Deus. Ainda assim, não se orgulhava do que fez, mas tinha orgulho de Deus
tê-lo usado para salvar muitas vidas. Ele dizia: “Eu não queria ser um herói. Mas eu
era como a mãe que corre para dentro de uma casa pegando fogo a fim de resgatar
seus filhos. No campo de batalha, eu era como a mãe que não abandona seus filhos.
Eu amava os meus amigos, e eles me amavam. O que eu fiz foi um serviço de amor”,
publicou o jornal The Washington Post, no dia 26 de março de 2006, por ocasião
da morte do herói adventista.5

Foi esse amor que fez de Doss um grande missionário no tempo e no lugar mais
improvável da história. Ele se tornou conhecido entre seus companheiros como o
anjo da misericórdia, e sua oração, que também deve ser a nossa, era: “Senhor,
ajude-me a salvar mais um. Apenas mais um!”

APELO

Estamos numa guerra diz a bíblia, e talvez, assim como Isaías, você se sinta
incapaz de atender o chamado.

Lembre-se que o Deus que chama, capacita os chamados.

Gostaria você de ser um instrumento nas mãos do Senhor para salvar pessoas
assim como Desmond Doss?

Pr. João Batista

1 Ellen G. White, O Grande Conflito p.70


2 Ellen G. White, Testemunho Seletos V. 3 p. 164
3 Ellen G. White, Parábolas de Jesus p. 280
4 Ellen G. White, Ciência do Bom Viver, p. 102
5 http://www.revistaadventista.com.br/blog/2016/11/04/heroi-improvavel/

36
02 | FEVEREIRO

REAVIVAMENTO,
NOSSA URGENTE
NECESSIDADE
II Crônicas 7:13-14

OBJETIVO: Levar a Igreja a comprometer-se com o reavivamento


espiritual.

INTRODUÇÃO
O contexto dos textos lidos é a inauguração do majestoso templo construído por
Salomão. Na dedicação do prédio, o rei de Israel faz uma oração que é respondida
com fogo que desce dos céus e consome o holocausto e a glória do Senhor enche
toda a casa. Durante a noite, o Senhor Deus, aparece a Salomão dizendo: “Ouvi a
tua oração...”. “Se Eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos
gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o Meu povo...” Essas
situações: falta de chuva, gafanhotos devoradores ou a doença no meio do povo, eram
formas de disciplina, nas quais Deus manifestava Sua insatisfação com as atitudes
rebeldes do povo. Mas apesar disso, lemos: “Se o Meu povo, que se chama pelo Meu
nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter de seus maus caminhos, então,
Eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”.
O prelúdio do reavivamento é a crise! Vivemos em um mundo que experimenta
rápidas mudanças. Paixões selvagens, oriundas do abismo, têm produzido situação
nova durante as últimas décadas. A humanidade não entende as forças malignas que,
pela indiferença, afronta e rebelião, estão desviando cada vez mais as pessoas do
caminho do Senhor. Novos e graves problemas resultantes de nova e sinistra atitude da
mente e do coração para com Deus, nos confrontam e nos desafiam. Dentro da igreja,
estamos atravessando um período de transição do pensamento sóbrio, sério e reverente,
para o divertimento frívolo, leviano e profano. A batalha com as forças do mal torna-se
cada vez mais feroz e mais sinistra.

“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos céus,
perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” – II Cr 7:14 -ARA1
Creio que exatamente aqui, nas trinta e oito palavras desta promessa, Deus esboça
o caminho para o reavivamento, para um relacionamento com você através da oração.
Sem este relacionamento não poderemos viver uma vida de consagração. Recusar esta
oferta é impensável!
37
“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais
urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira
ocupação.” – Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121.
O texto bíblico em lide responde perfeitamente a três perguntas: Quem somos?
O que precisamos fazer? O que Deus fará?

I – QUEM SOMOS?

“Se o Meu povo...” Quem somos? Somos o povo de Deus! A despeito de nossa
rebeldia, de nosso pecado, de nosso fracasso, Deus nos chama de “Meu povo”.
Pertencemos a Ele! Pode haver sentimento que proporcione mais segurança do que
o de pertencer a uma família? De você saber que é aceito? De saber que você é
amado? Você não precisa entender, mas precisa acreditar nisso.

“Sabei que o Senhor é Deus; foi Ele quem nos fez, e dEle somos; somos o
Seu povo e rebanho do Seu pastoreio.” – Sl 100:3 – ARA.
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a minha
aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos;
porque toda a terra é minha”. – Êx 19:5 – ARA.
“Porque sois povo santo do Senhor, vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de
todos os povos que há sobre a face da terra, para serdes Seu povo próprio”.
– Dt. 14:2 – ARA.
“E hoje o Senhor declarou que vocês são o Seu povo, o Seu tesouro
pessoal, conforme Ele prometeu, e que vocês terão que obedecer a todos
os Seus mandamentos. Ele declarou que Lhes dará uma posição de glória,
fama e honra acima de todas as nações que Ele fez, e que vocês serão
um povo santo para o Senhor, o Seu Deus, conforme Ele prometeu”. – Dt
26:18 e 19 – NVI2 .
“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome...”. Ser chamado pelo Seu
nome, que privilégio! Quem somos? Somos Seu povo que se chama pelo Seu nome.
Carregamos o nome de Deus em nossa identidade. Nada mais comprobatório do que
trazer essa marca da família do céu!

Somos o povo de Deus, o povo escolhido por Deus, o povo chamado por Deus, o
povo separado por Deus, o povo selado por Deus, o povo habitado por Deus, o povo
capacitado por Deus, o povo que é o deleite de Deus, somos filhos de Deus, somos
herdeiros de Deus, somos co-herdeiros com Cristo, somos a menina dos olhos de
Deus, somos ovelhas de Seu pastoreio, somos o corpo de Cristo, somos a herança
de Deus, somos a noiva do Cordeiro. Sabemos agora o que somos e quem somos,
entendemos o privilégio do que somos e a responsabilidade de sermos o que somos,
precisamos agora, saber o que temos a fazer.

38
II – O QUE PRECISAMOS FAZER?

“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos...”
Este texto é uma convocação para o reavivamento. Se desejamos uma vida
consagrada a Deus precisamos trilhar o caminho proposto pela Santa Providência.
É o próprio Deus que declara que: “Se o Meu povo [...] se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos...”

“Se humilhar” – Esta é a primeira das quatro orientações esboçadas na mensagem


de Deus. Antes de qualquer coisa, Deus nos manda que nos humilhemos.

Cristianismo começa com humilhação. Jesus abre as bem-aventuranças dizendo:


“Bem-aventurados os humildes de espírito, por que deles é o reino dos céus”. – Mt
5:3

O rei Josias começou a reinar com oito anos, por volta do ano 640 a.C.. No
12º ano de seu reinado começou uma tremenda obra de purificação. Fez guerra
incansável contra a idolatria, destruindo os altares erigidos a Baal, esmigalhando os
altares de Astarote e seus poste-ídolos, e queimando os ossos dos sacerdotes que
lhe ofereciam sacrifícios. Seis anos mais tarde, restaurou o templo, que havia sido
dilapidado durante os anos de adoração a Baal. Durante as obras, o profeta Hilquias
achou o Livro da Lei entre as ruínas e pediu que seu secretario Safã, o lesse ao rei.
Quando Josias ouviu as palavras da Lei de Deus, reagiu de forma impressionante:

“Tendo o rei ouvido as palavras da lei, rasgou as suas vestes” – II Cr 34:19


– ARA.
Imediatamente consultou o Senhor acerca do significado de Suas palavras. A
resposta do Senhor veio através do ministério profético de Hulda, que declarou:
“Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhastes perante Deus, quando
ouvistes as Suas ameaças contra este lugar e contra os seus moradores, e te
humilhastes perante Mim, e rasgastes as tuas vestes, e chorastes perante Mim,
também Eu te ouvi, diz o Senhor” – II Cr 34:27 – ARA.

“Porquanto o teu coração se enterneceu...” A atitude de Josias foi reflexo de um


coração enternecido. Um coração flexível, terno, tenro, macio, aberto a influência do
Espírito Santo. Está seu coração enternecido diante do Senhor?

“Sacrifícios agradáveis a Deus são um espírito quebrantado; coração


compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. – Sl 51:17 – ARA.
Deus está procurando corações como o de Josias, corações macios, que possam
ser quebrados, responsivos ao Seu Espírito. Quando Ele o encontra, o concerto é
restaurado e o reavivamento iniciado.

39
O reavivamento começa com a humildade. É a pessoa faminta que Deus
alimenta, não aquela que se sente satisfeita; é a sedenta que recebe água da vida.
Como bem afirmou o Pr. William G. Johnsson: “Enquanto estivermos cheios de
orgulho e autossuficiência, não haverá espaço para Deus”3 .

“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos...”
“Orar” – uma atitude humilde nos leva uma oração diferente. Nesta oração,
rompemos o silencio de um relacionamento morno e as palavras fluem do íntimo
do nosso ser. Você pode ter este momento de oração isenta da contaminação do
ceticismo que reina em boa parte do mundo de nossos dias.

Neste segundo degrau, Deus nos chama à oração! Interessante saber que todos
os cristãos ouvidos por uma pesquisa, responderam “sim” para a pergunta “a oração
é importante para você?” Mas quando a pergunta foi: “Você acha a sua oração
satisfatória?” a resposta mais comum foi “não”. E quando a pergunta foi: “Você sente
a presença de Deus quando ora?” as respostas variaram entre “não”, “nunca” e “não
com frequência”. Muitos não conseguem ver a na experiência da oração como um
prazer, mas sim como um fardo.

Como bem afirmou Paul Yonggi Cho: “Nosso problema é que temos pensado
sobre a oração, lido sobre a oração e até recebido ensinamento sobre a oração, mas
simplesmente não temos orado. Agora é tempo de entendermos que a oração é a
fonte de todo o poder.”

“A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que isso


seja necessário para que Deus saiba quem somos, mas para nos habilitar
a recebe-Lo. A oração não faz Deus descer até nós, mas eleva-nos a Ele”
– Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 82.
“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos...”
“Me buscar” – trilhamos o caminho que nos leva ao reavivamento, e uma das
atitudes requeridas é que busquemos a Deus.

Vivemos uma grande crise no cristianismo moderno que pode muito bem ser
descrito num texto antigo do profeta Isaias: “Não há ninguém que ore a Ti, ninguém
que procure a Tua ajuda” – Is 64:7 – NTLH. Nossas igrejas estão vazias! Falta
compromisso, falta fidelidade, falta empatia, falta amor, mas sobra indiferença e
individualismo.

“Qual é nosso estado neste terrível e solene tempo? Ai, que orgulho
prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vestuário,
à frivolidade e ao divertimento, que desejo de supremacia! Todos esses
pecados têm obscurecido a mente, de modo que as coisas eternas não têm

40
sido discernidas.” – Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 125.
Só há uma solução: nos voltarmos para Deus!

“Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso


coração” – Jr 29:13 – ARA.
A busca precisa ser diária! A permanência nEle precisa ser diária! Pois buscar e
permanecer são essenciais para uma vida reavivada!

“Permanecer em Cristo significa receber constantemente de Seu Espírito,


uma vida de inteira entrega a Seu serviço” – Ellen G. White, O Desejado
de Todas as Nações, p. 479.
Precisamos buscar o batismo diário do Espírito Santo!

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos


do Espírito” – Ef 5:18 – ARA.
“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos...”
“Se converter de seus maus caminhos”. Abandono de uma vida de pecado. O
chamado de Deus ao reavivamento, incluí abandono da vida de pecado.

Não poucas vezes tratamos o pecado como uma lista de coisas que não devemos
fazer, mas em geral, a parte mais fácil do cristianismo é tratar da parte externa e
visível. Mas o que dizer daquilo que está no profundo de nosso coração? O que dizer
do orgulho, da busca dos nossos interesses próprios, das maledicências e da inveja,
que impedem as chuvas de bênçãos do reavivamento que tanto precisamos? Como
devemos tratar disso? Do pecado não apenas como atos, mas do pecado como um
estado? Só conheço uma forma para que isso seja real em nossa vida: ir a Cristo!

“A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas


uma transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e
uma vida toda nova. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz
operação do Espírito Santo” – Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 157

III – O QUE DEUS FARÁ?

“...então, Eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua


terra” – II Cr 7:14 -ARA.
Em resposta positiva às condições apresentados por Deus, “então” temos o que
Deus promete fazer.

Em primeiro lugar – “Eu ouvirei dos céus...” Deus nos promete que nos ouvirá!
Lembre-se que oração não é apenas você falar com Deus. Mas a resposta à oração

41
é resultado do seu estilo de vida. Não apenas arrependimento, mas frutos deste
arrependimento.

“Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca;


derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção,
sobre os teus descendentes” – Is 44:3 – ARA.
Você acha que Deus mandará reavivamento para quem está não está buscando?
Para quem não quer? Para quem não deseja? Para quem não acerta a vida com
Deus?

Em segundo lugar – “Perdoarei os seus pecados...” Nunca esqueça que entre as


chuvas abundantes de Deus e a terra seca existe um obstáculo no caminho e este
obstáculo é o pecado! Mas Deus providenciou a solução! Antes que houvesse um
Pentecostes houve um calvário!

Em terceiro lugar – “Sararei a sua terra.” Deus promete a cura para os que se
humilham, para os que oram, para os que O buscam e abandonam sua vida de
pecados. Deus quer curar-nos!

CONCLUSÃO

“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter de seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos céus,
perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” – II Cr 7:14 -ARA
“Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo de Deus
desimpeça o caminho mediante a remoção de todo o impedimento, de
modo que o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma enfraquecida
igreja e uma congregação impenitente.” – Ellen G. White, Mensagens
Escolhidas, v. 1, p. 124.
“Não há limites para a utilidade de alguém que, pondo de lado o próprio
eu, permite que o Espírito Santo opere em seu coração, e vive uma vida
inteiramente consagrada a Deus” – Ellen G. White, Testemunhos para a
Igreja, v. 8, p. 19.

APELO
Busque hoje o Senhor com inteireza de coração, confesse os seus pecados e
humilhe-se diante dEle, e certamente Deus te ouvirá. Vamos orar por este propósito?

Pr. Haroldo Moura


1 Almeida Revista e Atualizada
2 Nova Versão Internacional
3 William G. Johnsson, Jesus, Preciosa Graça, MM 2012, p. 182

42
03 | MARÇO
COMUNHÃO
E MISSÃO
Atos 2; 4; 5; 6 e 7

OBJETIVO: Motivar cada membro a amadurecer seus talentos e usá-


los em prol do avanço do evangelho.

INTRODUÇÃO
O livro de Atos, nos mostra que nada pode parar o evangelho. Nem oposição de
líderes religiosos (At. 4), nem a barreira das línguas (At. 2), nem os falsos irmãos (At.
5), nem as questões internas (At. 6), e nem mesmo a morte do diácono Estevão (At. 7).

As vezes parece que tudo estava comprometido. A morte de Estevão, provocou uma
grande perseguição aos seguidores de Jesus, que os levou a se espalharem por vários
países da região. No entanto os que foram dispersos, foram por toda parte pregando
o evangelho. Mas embora fossem pregando, ainda haviam limitações e preconceito à
pregação dentre os judeus.

I – O EVANGELHO FORA DE JERUSALÉM

a) Pregação somente aos Judeus – Lucas relata que os discípulos se espalharam


pela Fenícia, Chipre e Antioquia, entretanto, iam pregando apenas para os Judeus
(11:19). Tudo indica que os preconceitos étnicos os fizeram ficar fechados apenas entre
os próprios Judeus.

b) Pregação aos Gregos – Entre os que fugiram de Jerusalém, havia os cipriotas


e cireneus, judeus que haviam se convertidos ao cristianismo em Jerusalém. Por terem
vivido no Chipre e terem convivido com os gregos, tinham mente mais abertas para
evangelizar os gentios. Estes, ao chegarem à Antioquia, evangelizaram os gregos e
tiveram grande sucesso (v. 20, 21).

c) Antioquia – Esta cidade, era quarta maior cidade do império, depois de


Roma, Alexandria e Éfeso. Alguns chegam a dizer que era a terceira maior. Cidade
com forte presença grega, cultural e religiosamente falando. Uma cidade rica e com
grande destaque em toda a Ásia. Até naquele momento, a única cidade do mundo
com iluminação pública noturna. Antioquia era um grande centro comercial e cultural
da região, e estava prestes a se tornar também um centro missionário do cristianismo.
43
d) Cristãos sem barreiras nacionalistas – Como os cristão cireneus e
cipriotas, precisamos ter uma mente aberta para receber todas as pessoas, raças
e etnias, lembrando que em Cristo, somos todos filhos de Deus e onde formos
precisamos anunciar o evangelho sem qualquer preconceito.

II – BARNABÉ CHEGA EM ANTIOQUIA

a) A notícia sobre o sucesso da pregação do evangelho entre os gregos de


Antioquia chegou aos ouvidos da igreja de Jerusalém, que enviaram Barnabé para
lá. Este era o melhor líder espiritual que a igreja de Jerusalém poderia enviar.

b) Barnabé, um judeu natural do Chipre e conhecido pelos apóstolos como o filho


da consolação (At. 4:36, 37)

c) A personalidade de Barnabé influenciou positivamente o trabalho. Ele era


bondoso, homem de fé e ação e cheio do Espírito Santo. Um homem sábio e
poderoso na palavra de Deus, fez com a igreja crescesse rapidamente.

d) De personalidade inclusiva, percebeu que aquele era o ambiente perfeito para


florescer as qualidades de liderança Saulo. Barnabé foi buscar Saulo em Tarso e o
envolveu no trabalho da causa de Deus em Antioquia.

e) Todos nós devemos aprender com Barnabé a ser pessoas que animem os outros
seguir firmes no caminho do Senhor, e a acreditar no potencial das outras pessoas.
Enquanto outros desconfiavam de Saulo, ele o buscou e lhe deu oportunidade, e o
tempo demonstrou que ele tinha razão – Paulo se tornou o maior missionário da
história do cristianismo.

III – OS CRISTÃOS

a) Nesta cidade pela primeira vez os discípulos foram chamados de Cristãos. Até
aqui os conversos eram chamados de “discípulos do Senhor”, “os do caminho”, ou
simplesmente “os que creram”.

b) No entanto, a harmonia que havia entre eles, a comunhão e a pregação dos


ensinos de Jesus lhes fizeram receber este codinome.

c) Ellen White nos esclarece: “Continuamente estavam eles repetindo os


incidentes ocorridos durante os dias de seu ministério terrestre, quando seus
discípulos foram abençoados com sua presença pessoal. Demoravam-se sobre seus
ensinos e milagres de cura. Com olhos trêmulos e olhos rasos d’água falavam de
sua agonia no jardim, sua traição, julgamento e execução, a paciência e humildade

44
com que havia suportado a afronta e a tortura a ele impostas por seus inimigos e a
divina piedade com que tinha orado por seus algozes. Sua ressureição e ascensão
e sua obra no céu como Mediador do homem caído eram tópicos sobre os quais se
regozijavam em se demorar” (AA. p. 157).

d) Cristão é aquele que vive como Jesus viveu, que fala de Jesus, que perdoa
como Jesus, que ama como Jesus. Você é um cristão ou apenas alguém que crer
em Jesus. Cristianismo é mais que um assentimento intelectual, é o estilo de vida
que Jesus vivia.

V – MAIS QUE UMA IGREJA – UM CENTRO DE MISSÕES (AT. 13:1-3)

a) A igreja de Antioquia se desenvolveu, amadureceu a tal ponto, que o texto


bíblico diz que não havia apenas líderes, mas profetas e mestres.

b) Esta era uma igreja que investia tempo para jejuar, orar. Estes passos, são o
que Deus precisar para nos usar. Por consequência, eram pessoas cheias do Espírito
Santo e dispostas a serem usadas para a causa de Deus.

c) Em um destes momentos de oração, o Espírito Santo, provavelmente através


de um dos profetas da igreja revelou que Deus estava chamando dois ministros
daquela igreja para uma missão especial.

d) Aqueles irmãos sem vacilar impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo e os


dedicaram para este ministério que o Espírito os havia escolhido.

CONCLUSÃO

Como está nossa comunhão com Deus? Será se como Barnabé e Saulo estou
dedicando tempo para estudo da palavra, para oração e jejum? Jesus certa vez falou
que existe algumas coisas do mundo espiritual que só podemos vencer com jejum
e oração.

A cinquenta anos atrás um pastor visitou um irmão adventista do Pernambuco e o


desafiou a vir morar em Belém do Pará, pois como cabelereiro ele não teria nenhum
problema para conseguir trabalho que guardasse o sábado e no próprio trabalho
começaria a fazer contatos missionários. O irmão aceitou e imediatamente mudou
para Belém e dentro de pouco tempo já havia um grupo de irmãos frequentando a
sua casa, assim estava sendo formada a igreja central de Belém do Pará. Graças
a disponibilidade e coragem de pessoas como este irmão desconhecido a igreja
adventista no Pará hoje possui mais de 100.000 membros em quatro associações/
missões.

45
Como igreja, precisamos amadurecer nossos dons e talentos e usá-los para glória
de Deus e para o crescimento de seu reino nesta terra.

APELO

Peça a Deus que o ajude a descobrir e desenvolver os seus dons e talentos, para
que assim, seja um forte instrumento para o avanço do evangelho.

Pr. Osvaldo Gomes

46
04 | ABRIL

O ENVIO DE
DOIS EM DOIS
Lucas 10:1-11

OBJETIVO: Motivar a congregação a levar pessoas a Cristo através do


envolvimento das Duplas Missionarias

INTRODUÇÃO

As Grandes Cidades Constituem hoje o grande desafio Missionário do Século XXI. No


tempo em que vivemos está cada vez mais difícil juntar pessoas para um evangelismo
publico como fazíamos ate bem pouco tempo atrás. Talvez a correria da vida tem
deixado as pessoas sem tempo e sem interesse em frequentar um programa como este.
Todavia, como disse o Pr Ted Wilson, líder mundial dos Adventistas: “o evangelismo não
está morto”, e pode ser realizado de diversas formas e em todos os lugares.

É aí que o trabalho do ministério pessoal se torna ainda mais relevante. Afinal,


através do evangelismo da amizade, onde cada um dentro do seu círculo de influência
pode oferecer um estudo da bíblia ao interessado, muitas pessoas vencem o preconceito
e começam a se interessar por Jesus até o momento em que decidem ser batizadas.

Diante desse desafio, o trabalho em duplas pode ser uma boa ferramenta, uma
vez que é mais pessoal, tem como base a empatia e amizade e também vai aonde o
interessado está.

Exemplo de Jesus: “O Salvador misturava-se com as pessoas como alguém que


desejava o seu bem. Ele mostrava simpatia por elas, ministrava suas necessidades,
conquistava sua confiança e então dizia; Segue Me”. Ciência do Bom Viver, p.143.

Encontramos em Lucas. 10:1-11, alguns Princípios, algumas tarefas e necessidades


importantes para o trabalho das Duplas Missionarias:

I - PRINCÍPIOS:

1. Tenha a motivação correta:


Verso 1 “O Senhor os enviou” - A motivação correta é saber que foi o Senhor quem
“Enviou”. Assim, podemos crer que da Mesma Forma que Jesus enviou os setenta, nos
47
envia hoje, e o mesmo espírito que capacitou os setenta também nos capacitará.
Não tenha dúvida, antes da sua ascensão ao céu Jesus fez a Promessa em Mateus.
28: 19 e 20, “E eis que estarei convosco todos os dias… a quem Jesus fez esta
promessa? Somente aos discípulos que estavam ali ouvindo? Não!!! A promessa se
estende a todos os que se dispuserem a ir.

2. Não ande sozinho:


O Senhor os enviou de dois em dois. Se Deus assim orientou, é porque sabia das
dificuldades que seria ir apenas um, poderiam desanimar, poderiam não consegui.
Por isso, tenha um amigo com quem você possa orar, compartilhar parte da vida e
principalmente, que vá junto com você falar de Jesus.

Jesus não autorizou ninguém trabalhar no ministério sozinho, além


de um fortalecer o outro, existe claramente o princípio do DISCIPULADO, o mais
experiente acompanhando o menos experiente.

3. A mensagem de salvação é para todos:


Ainda no verso 1 encontramos a orientação de que todas as Cidades devem ser
nosso campo de trabalho.
Jamais exclua aquilo que Deus ama. Lembremos sempre de (João 3:16) Deus
tem filhos perdidos em todas as cidades, todos são Alvos do Amor de Jesus, todos
devem ser procurados e resgatados (João 10:16). Na bíblia encontramos Jonas que
é um clássico exemplo de Pregadores que escolhem que deve ou não se salvar quem
merece ou não ouvir as boas novas, Deus não nos Deu esta Autoridade de escolher
ele nos envia a todos, Sabe porque Jonas não queria pregar naquela Cidade?

Jonas 4:2, Jonas conhecia a Deus e seus atributos e não queria que Deus
salvasse aquele povo(por julgar que por serem maus e grandes pecadores eles não
mereciam) mas esse julgamento não nos cabe

Assim Alguns Princípios encontrados no verso 1 são: Tenha a motivação correta,


Não ande sozinho, a mensagem de salvação é para todos.

II - TAREFAS:
verso 2 –“A Colheita é Grande” A tarefa sempre muitas vezes parecerá maior que
as nossas possibilidades. Por isso, algumas coisas precisamos fazer:

a. Orar:
Orar não só pelas pessoas que serão alcançadas, mas também por mais
trabalhadores, foi o que disse Jesus: “Rogai, pois, ao Senhor da seara para que
mande trabalhadores para a seara”.

48
“A oração e a fé farão o que nenhum outro poder na terra pode realizar – White
– A ciência do bom viver, 509.

b. Buscar os perdidos:

Temos que ter isso muito claro em nossa mente. O nosso negócio são as pessoas.
A Igreja existe para salvar, ela não tem outra função. A igreja não tem uma missão,
a missão que tem uma igreja. A igreja só existe por causa da missão.

c. Levar a Paz:

Levar Paz também faz parte da nossa missão como agentes de Salvação - verso
5 – “Paz” - Necessidade Universal, Os Grandes Centros estão sofrendo dia após dia,
a faixa etária que mais morre no Brasil é a dos jovens - 15 a 25 anos. Veja algumas
das causas:

• Violência urbana
• Tráfico
• Acidentes de trânsito gerado por alcoolismo e o uso de drogas.
Veja o que diz em (Isaías 52:7 ler o texto) Somos portadores desta mensagem,
Somos o Shalom de Deus para as pessoas.

III. NECESSIDADES:

Infelizmente as cidades se tornaram um espaço de:


• Solidão
• Medo
• Desconfiança
Diante deste triste cenário, Jesus está dizendo: Entrem nas cidades e façam
amigos, se assentem a mesa com eles, pois:

- As pessoas precisam ser ouvidas


- As pessoas precisam ser amadas
- As pessoas precisam ser acolhidas
- As pessoas precisam ser salvas

Uma característica da pós-modernidade é que pessoas seguem pessoas, elas


não seguem instituições.

49
Por fim, a nossa Responsabilidade é de anunciar as boas novas:

Verso 10 e 11 –A Necessidade de uma Boa Notícia, A igreja não é uma ONG


Tudo deve ser intencional na Igreja, O nosso foco deve ser ganhar almas para o Reino
que está próximo.

Salvar do pecado e Guiar no serviço, ter o senso de urgência, gratidão, tudo isso
deve trazer motivação para nós

CONCLUSÃO

Mesmo que você se sinta pequeno saiba que Deus usa pessoas comuns de
maneiras variadas.
Cada um de nós tivemos experiências de conversões distintas, mas certamente
muitos aqui conheceram a bíblia através do trabalho de uma dupla missionaria.

A verdade tem impacto no contexto da amizade.

APELO

Faça hoje mesmo um compromisso com Deus; não com a igreja, não com o
pastor, não para dar satisfação a alguém. Faça em resposta ao amor de Cristo que
enche o seu coração.

Decida hoje formar uma dupla missionaria e experimente o privilégio de levar


pessoas a Cristo.

Pr. Darcymires N. Viana

50
05 | MAIO
RELACIONAMENTO
EM COMUNIDADE
Gênesis 2:18

OBJETIVO: Valorizar o relacionamento na vida em comunidade.

INTRODUÇÃO

Amar o próximo como a ti mesmo (Mc 12:28-34) é o mandamento chave para


os bons relacionamentos e a vida em comunidade.

Na vida cristã, é impossível desfrutarmos de bons relacionamentos, e vivermos


em comunidade sem antes vivermos este mandamento, pois como podemos amar
a Deus que não vemos se não amamos ao nosso irmão a quem vemos (I Jo 4:20).

Fomos criados programados para nos relacionar, não para vivermos ilhados ou
alienados do convívio social. A relação direta entre os homens é a base para seu
desenvolvimento em todas as áreas.

Há necessidade de se romper a solidão e o isolamento da vida moderna. Isolado,


o homem é apenas um número, sem nome, sem cara. A igreja é a comunidade da
solidariedade. Exemplo: A cura do homem da mão mirrada - Levanta-te; vem para o
meio; estende a sua mão (Lc 6:8).

Como seres espirituais, o relacionamento entre os crentes é uma forte


manifestação da atuação do Espírito Santo na vida individual de quem constitui o
corpo de Cristo. É quase que impossível, recebermos o aumentativo de “cristãos” se
não estamos em harmonia com o nosso semelhante.

Quando há bons relacionamentos que formam a união esperada pelo Céu para a
sua igreja, Deus aprova e abençoa grandemente a cada crente.

I. UM SER SOCIAL POR NATUREZA

O homem não foi criado para viver sozinho conforme Gênesis 2:18; O Senhor

51
Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja
adequada.”

Quem é esta ajuda adequada? Não é só a mulher, mas o homem no sentido geral
da palavra, homem, mulher, pois a comunidade se dá através da vivência diária, do
relacionamento fraterno entre as pessoas.

a) Deus criou o homem para viver em relacionamentos. Se o homem fosse criado


para viver sozinho, o Senhor teria criado um mundo para cada pessoa, e isso não
seria um problema para Deus, porque Ele é Deus. Mas Ele fez o contrário, criou um
mundo para que todos os seres humanos pudessem habitar, pois Ele sabia que o
relacionamento entre os seres humanos resultaria no desenvolvimento do próprio
homem. Relacionando-se com o próximo, o homem estaria servindo a comunidade,
e automaticamente sendo habilitado para o Céu.

b) A primeira comunidade relacional direta é sem dúvida a família, e, é nela que


somos chamados a pôr em exercício o dom de amar e perdoar.

“Em nosso convívio na sociedade, em família, ou em quaisquer


relacionamentos da vida em que sejamos colocados, limitados ou extensos
que sejam, há muitas maneiras através das quais podemos confessar
a nosso Senhor, e tantas outras através das quais podemos negá-Lo.”
(Conselhos Para a Igreja, pág. 82).

c) Jesus também viveu em relacionamentos profundos, em comunidade,


principalmente em comunhão com os seus apóstolos, e olha que Jesus já sabia o
que eles fariam quando chegasse a sua hora. Seria traído por um, negado por outro
e abandonado por todos, à exceção de sua mãe e do apóstolo João (Mt 26:31).

II. A UNIDADE NOS RELACIONAMENTOS, FRUTO DO ESPÍRITO

Paulo nos exorta a esta unidade em comum na sua carta aos Efésios 4:1-6:

“Há uma só fé, um só Senhor, um só batismo”; diante desta realidade devemos


estreitar os laços de unidade, suportar nestas condições não quer dizer aguentar as
intempéries somente, mas dar sustentação para que outros possam serem agregados
aos nossos relacionamentos e à comunidade cristã.

a) É com base nos relacionamentos que formamos a comunidade cristã, que é


um fruto do Espírito Santo, segundo o livro de Atos 4:32: “A multidão dos fiéis era
um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía,
mas tudo entre eles era comum.”

52
1. Os bons relacionamentos unem os corações.
2. Transforma os homens em seres dadivosos.
3. Erradica o egoísmo.
a) Quem ama, se relaciona e vive em comunidade, não desfruta da vida sozinho.
Viver em comunidade é também ser participante ativo nos trabalhos missionários
desenvolvidos pela Igreja para alcançar a sociedade em geral, e principalmente os
menos favorecidos e desassistidos na sociedade, colocando nossos dons e talentos
em benefício do próximo. E isto nós podemos fazer como exercício agora, participando
de um pequeno grupo, promovendo esperança na região em que estamos inseridos.

III. AS BENÇÃOS DO RELACIONAMENTO

a) A união entre os cristãos é como óleo. O óleo é símbolo do Espírito.


Ele produz cura, alívio, unção (Lc 10:34; Tg 5:14).
b) A união entre os irmãos é restauradora (Sl 133:3).
c) A união entre os irmãos é abençoada (Sl 133:3).

CONCLUSÃO

Onde há um bom relacionamento com o próximo e união, ali Deus ordena a sua
bênção e a vida para sempre. O relacionamento é a base da evangelização eficaz.

“É pelas relações sociais que a cristandade entra em contato com o


mundo. Todo homem ou mulher que experimentou o amor de Cristo e
recebeu no coração a iluminação divina é por Deus solicitado a disseminar
a luz na escura vereda dos que desconhecem o caminho melhor. [...] O
poder social, santificado pelo Espírito de Cristo, tem de ser aproveitado na
conquista de almas para o Salvador. (Conselhos Sobre Saúde, pág. 399).
Precisamos ser uma igreja de apoio às pessoas, independentemente de sua
religião, cor, nacionalidade ou casta. Barnabé investiu em Paulo (At 9:26-27; 11:22-
26) e em João Marcos (At 15:36-39). Paulo investiu em Timóteo. Elias investiu em
Eliseu. Moisés investiu em Josué.

APELO

Em que você está investindo? Discipule alguém este ano. Convide alguém a
participar de Pequeno Grupo. Pratique o ministério da visitação. Use seu telefone
como uma arma poderosa na pregação. Utilize as plataformas virtuais como meio de
alcançar pessoas. Faça de seus relacionamentos uma oportunidade para salvar do
pecado e guiar no serviço. Esse é o seu desejo?

Pr. Cledenilson Nascimento


53
54
06 | JUNHO

VIDA EM
COMUNIDADE
DO INÍCIO AO FIM

Objetivo: Levar a igreja a sentir a necessidade de viver em comunidade

INTRODUÇÃO

O que é vida em comunidade?


Qual importância da vida em comunidade?
Até quando viveremos em comunidade?
A história da vida humana é um dos temas centrais da Bíblia. Se fosse possível
resumi-la, duas figuras destacar-se-iam: [1] A figura divina, o Criador, que trouxe
à existência a vida e tudo que a envolve. [2] A figura humana, a criatura, que é
apresentada como resultado final da vontade e amor divino. “O Senhor criou todos
os seres vivos. Cada espécie possuía feições que lhes eram características. O
homem, entretanto, foi criado segundo a imagem divina, e não conforme algum tipo
do reino animal. Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança, Gen. 1:26.1”
Ser criado à imagem e semelhança de Deus sugere que a vida humana seria
semelhante à divina. Em certo sentido, Deus se fez o padrão do homem. O modo de
viver, pensar e agir deveriam estar em harmonia com a essência moral do Criador. “Essa
imagem divina no ser humano possibilita o relacionamento especial dos humanos
com Deus e dos humanos entre si. Também provê a base para desenvolvermos
relacionamentos saudáveis e caracterizados por solidariedade, confiança e amor.
Embora o pecado tenha obliterado a imagem de Deus no ser humano, por meio da
redenção em Cristo, essa imagem é restaurada, e a humanidade recebe poder para
desfrutar de relacionamentos em harmonia com o propósito original da criação.2”

(*) Singularidade e Pluralidade.

Analisemos Gênesis 1:26: Também disse Deus, façamos o homem [plural], à


nossa imagem [plural], conforme a nossa semelhança.

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A presença da formal plural do verbo “façamos” e do pronome possessivo “nossa”
indica que o ser divino é composto por uma pluralidade de pessoas. 3A Bíblia revela
um Deus singular (Isa. 6:1) que vive numa atmosfera de grandeza e poder, mas
que atua e relaciona-se como um Deus plural (Isa. 6:8). Na divindade há vida em
comunidade, como diz Judy Gorman: “a autossuficiência e a independência pessoal
que caracterizam nossa presente avaliação de sucesso são totalmente estranhas à
Trindade, que existe numa comunidade interdependente.4” Logo, o homem também
foi criado como um ser singular e plural, pois ‘disse mais o Senhor Deus: não é bom
que o homem esteja só’ (Gen. 2:18).
Diante disso, surge as indagações: o homem no Éden estava só? Acaso não estava
acompanhado de seres vivos, animais de distintas espécies e da presença do próprio
Deus? Considerando outras traduções para o termo hebraico5 lebadow, traduzido por
“só” em Gênesis 2:18, o texto poderia ser escrito: não é bom que o homem esteja
por si mesmo. Nesse caso, o sentido de só não é solidão de isolamento, como se o
Éden estivesse vazio, mas solidão de companheirismo idôneo. Não havia ninguém
com quem pudesse dividir as ideias, os pensamentos ou sentimentos. Sabe qual
era o problema na solidão de Adão? Não havia relacionamento em comum. Não era
falta da vida sexual, pois Adão desconhecia isso. Não era falta de alegria, pois não
havia tristeza num mundo tão belo. Não era falta de amor, pois Deus é a fonte do
amor. Então, o que faltava? Faltava relacionamento com um semelhante. Deus nos
fez a sua imagem e semelhança, por isso há na natureza humana a necessidade de
pluralidade tal qual é a natureza divina.

O QUE É VIDA EM COMUNIDADE?


A palavra ‘comunidade’ (do latim communitas) significa “companheirismo,
comunhão, compartilhado por muitos”6. De certo, é um relacionamento onde se
compartilha as coisas em comum. É vida grupal e sociabilização, troca de ideias e
sentimentos, transmissão de princípios e experiências da vida, é cuidado e amor
recíproco. Sabe qual a razão do fracasso de alguns grupos relacionais? Entre outros,
destaco a falta de interesse real no relacionamento. O ser humano precisa ser
cuidado e, se isso for a prioridade, o grupo se desenvolverá. O êxito está no interesse
real mútuo.
No nascimento de uma criança surge um ser singular, no entanto, é na comunidade
de seres iguais que ela se desenvolve. Ao unir Adão e Eva, Deus criou o ser plural e
instituiu uma família, de onde a comunidade humana se desenvolveria. O problema é
que essa primeira comunidade foi afetada pelo pecado, por isso Deus quer restaurá-
la, contudo ‘onde’ e ‘como’ Ele fará isso é a grande pergunta.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA VIDA EM COMUNIDADE?


(*) A natureza nos ensina.
Ao estudar a vida comunitária dos animais, biólogos7 verificaram alguns
benefícios, veja quais foram destacados: (*) A vigilância é de todos por todos - a

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taxa de vigilância aumenta quando comparada com indivíduos solitários, cada um
é responsável por todos. (*) Unidos são mais fortes - os predadores raramente
atacam um indivíduo em um grupo fechado. (*) Multiplicação - a vida em grupos
também proporciona um maior sucesso reprodutivo. (*) Alimentação grupal
- viver em grupos também otimiza a busca por alimentos. (*) Interação social
e desenvolvimento - ocorre durante a evolução da vida social, o sacrifício das
necessidades egoístas do indivíduo para o benefício do grupo como um todo.
Avalie os pontos destacados acima, percebe as vantagens da vida em comunidade?
Como seria se vivêssemos num ambiente onde todos cuidam de todos, no qual os
obstáculos e embates da vida são superados pela união do grupo. A influência do
amor proporciona a conversão de outros, pois o alimento espiritual vem da Bíblia
e do testemunho. Aonde o egoísmo dá lugar ao altruísmo. Parece irreal! Mas leia
abaixo:

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no


partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam
estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades
e bens, e repartiam com todos, à medida que alguém tinha necessidade.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em
casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a
Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. At. 2:42-47.

Há tantas frases e palavras que merecem destaque nesse texto, mas quais você
destacaria? Comente com seu grupo; perseverança, comunhão, comiam juntos com
alegria, todos que criam estavam juntos. “Tinham tudo em comum”, essa frase
relembra o que é comunidade, é ter tudo em comum. No final, as maiores necessidades
humanas são comuns a todos, e suprir tais necessidades com o objetivo de salvar
o homem, torna-se o mais importante. Dessa maneira vivia a comunidade cristã do
primeiro século e é assim que Deus espera que vivamos hoje. Onde e como Deus
vai restaurar a comunidade humana? A resposta é: na comunidade cristã através de
relacionamentos de interesse real.

ATÉ QUANDO VIVEREMOS EM COMUNIDADE?


A Missão de Cristo era salvar, Jesus mesmo disse: “Porque o filho do homem veio
buscar e salvar o perdido” Luc. 19:10. A comunidade cristã começa com a escolha
de homens a quem Jesus chamou de apóstolos, Luc. 6:13. Archibald Robertson
comenta que:
“Esses doze apóstolos destacam-se de todos os demais, pois foram todos
escolhidos na mesma ocasião pelo próprio Cristo, para que estivessem
com Ele, para serem instruídos por Jesus e para interpretarem-no bem
como a sua mensagem ao mundo. Teriam que ser testemunhas pessoais
da vida e ressurreição dEle (Atos 1:22)8.

57
Os objetivos que Jesus desejava alcançar ao formar a pequena comunidade de
discípulos podem ser resumidos em apenas dois: a salvação dos membros e a de
outros por meio deles. O que nossas comunidades relacionais devem proporcionar a
todos que fazem parte delas? A salvação dos membros e de outros por meio deles.
Cabe destacar que o relacionamento dos discípulos com Jesus e entre eles mesmos
foi o caminho pelo qual os objetivos foram alcançados. Igualmente, a salvação nas
comunidades relacionais deve acontecer por meio de relacionamentos com Jesus e
das pessoas entre si.

(*) A individualidade morre pela comunidade.


Quando chegaram no Pequeno Grupo do Senhor, os discípulos eram crianças
recém nascidas no Reino de Deus, com propósitos e ambições individualistas (Luc.
9: 46) mas, devido o convívio com o Salvador e entre si, descobriram quem realmente
eram e pouco a pouco foram transformados pela contemplação do Mestre. A vida
singular morre para dar lugar à vida plural, o eu torna-se menos importante do que
o nós. O maior exemplo foi Jesus, o qual viveu, morreu e ressuscitou em prol da
humanidade, sem priorizar sua individualidade (Filip. 2:5-8). A Missão de Cristo
na Terra foi concluída quando a comunidade apostólica compreendeu sua razão de
existir.

(*) Visão escatológica da comunidade cristã.


O grande conflito afetou a comunidade celestial, e a batalha que começou no
céu transferiu-se para a Terra afetando a comunidade terrena (Apoc. 12:7-12). Além
de vir salvar, Jesus veio a este mundo para destruir o mal. Em Mateus 24:3, os
discípulos perguntam: “Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” O Senhor
mostra a eles o que estava por vir até sua segunda vinda. Veja:

Vs. 5 - Muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e


enganarão a muitos.
Vs. 6 - E ouvireis de guerras e de rumores de guerras.
Vs. 7 - Haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
Vs. 9 - Vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão.
Vs.12 - Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará de
quase todos.
Vs.14 - E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, e
então virá o fim.
Vs.15 – Quando virdes o abominável da desolação, que falou o profeta
Daniel. Fujam!
A igreja sempre enfrentou crises advindas do grande conflito, o que fora mostrado

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aos discípulos visava preparar-nos para os últimos dias. Olhando para o passado
podemos vislumbrar o futuro, virão tempos angustiosos. Entretanto, o mais temível é:
“Por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.” Basta olhar para
o cenário mundial, o homem vive mergulhado numa onda de mudanças e atrativos
da pós-modernidade, que o faz cada vez mais indiferente às verdades bíblicas. O
mundo sofreu uma transformação como nunca antes, Zygmunt Bauman chama de
modernidade líquida.9 A comunidade cristã não pode ser levada por tal onda. O
segredo para resistir está no verso 14: “E este evangelho do Reino será pregado em
todo o mundo, e então virá o fim.” Escrevendo acerca dessa obra missionária Ellen
White disse:
A formação de pequenos grupos como base de esforço cristão, foi-me
apresentada por Aquele que não pode errar.10
Creio que você deve estar pensando “sempre que se fala em Pequenos Grupos,
usa-se essa citação!” Tenho de admitir que pensava o mesmo. Mas estudando todo
o contexto no capítulo, percebi a amplitude do assunto. Observe o que mais é dito
ali:

Formemos em nossas igrejas grupos para o serviço. Unam-se vários


membros para trabalhar como pescadores de homens.
Mantenham indissolúvel seu laço de união, apegando-se uns aos outros
com amor e unidade, animando-se mutuamente..., adquirindo cada qual
ânimo e força do auxílio dos outros.
Centenas de homens e mulheres agora ociosos poderiam fazer obra
digna de aceitação. Levando a verdade à casa de seus amigos e vizinhos,
poderiam fazer grande obra para o Mestre.
Assentados na intimidade do lar poderão - se forem humildes, discretos e
piedosos - fazer mais para satisfazer as reais necessidades das famílias, do
que o faria um ministro ordenado.
A síntese das citações acima seria: pequenos grupos como estratégia missionária
para salvar, não apenas os membros da igreja, mas também os incrédulos. Era
nisto que Jesus pensava ao formar o pequeno grupo de discípulos: a salvação dos
membros e de outros por meio deles. Notou a importância do pequeno grupo?
Quando o evangelho for pregado em todo o mundo, então virá o fim. Mas a
pregação a todo o mundo só será possível quando Deus conceder o que a comunidade
apostólica tinha: a plenitude do Espírito Santo. E quando isso acontecerá?
Quando tivermos uma consagração completa, de todo o coração, ao serviço
de Cristo, Deus reconhecerá esse fato mediante um derramamento, sem
medida, de Seu Espírito; mas isso não acontecerá enquanto a maior parte
dos membros da igreja não forem cooperadores de Deus.
A consagração ao serviço, com a maior parte dos crentes como cooperadores de
Deus, é o que Ele espera a fim de derramar o poder para o término da missão, então
virá o fim. O PG é a estratégia ideal para proporcionar envolvimento e consagração

59
da maioria ao serviço de Cristo, assim, receberemos a Plenitude do Espírito e
terminaremos a missão. E o que vem depois? Viveremos em comunidade pelos dias
da eternidade.

CONCLUSÃO
Vida em comunidade é relacionamento entre os comuns. Deus a estabeleceu no
Éden para a completa felicidade humana. Por essa mesma razão, Jesus instituiu a
comunidade cristã: trazer felicidade e salvação ao homem por meio do relacionamento
dEle e seus discípulos. Na Bíblia, a família humana termina voltando ao seu lar
edênico, no qual viveremos eternamente tendo tudo em comum.
Portanto, invista no PG, faça dele um encontro de amor, de companheirismo
e relacionamento de interesse real, ensine os membros a cuidarem uns dos outros
e a trazerem amigos. Organize a integração (UA-PG) cada Unidade de Ação um
Pequeno Grupo. Em sua essência, o Pequeno Grupo é relacional e a Unidade de Ação
missional, mas ambas têm a mesma finalidade: salvar pessoas para a comunidade
celestial.
(*) O Pequeno Grupo salva por meio do relacionamento que é uma
estratégia missional.
(*) A Unidade de Ação salva por meio da Palavra viva e do evangelismo
pessoal.
(*) O PG vai até os descrentes, (salva o crente e descrente).
(*) A UA abraça o descrente que veio até a igreja, (salva o crente e o
descrente).
Por isso, ambas devem existir como uma só comunidade: UA-PG. Deus
recompensará nossos esforços com a plenitude do Espírito Santo.

APELO
Peça hoje ao Senhor te o ajude a estar mais perto das pessoas para experimentar
a comunidade
Pr. Cláudio Jr.

1Nisto Cremos, 27 Ensinos dos Adventistas do Sétimo Dia, 7ª ed. (Tatuí – SP: CPB, 2003), p. 124.
2Elias Brasil, Pequenos Grupos – Aprofundando a Caminhada (Tatuí – SP; CPB, 2011), p. 8.
3Gerhard Hasel, The Meaning Of “Let Us” In Gn 1:26” (Andrews University Seminary Studies 13, 1975), p. 58-66.
4Judy Gorman, Community That is Christian: A Handbook on Small Groups (Wheaton, IL: Victor Books, 1993), p. 28.
5James Strong, Dicionário Bíblico Strong (Barueri, SP; SBB 2002), p. 120.
6https://origemdapalavra.com.br/pergunta/etimo-da-palavra-comunidade/
7Letícia Hoehne , Nêmora Pauletti Prestes, Cláudia Regina Pilonetto; Organização Social Dos Animais: Um Fascinante Estudo Etológico (UNIVATES, Caderno
Pedagógico), p. 173-175.
8A. T. Robertson, Comentario Al Texto Griego Del Nuevo Testamento (Barcelona, ES: Editorial CLIE, 2003), p. 137.
9Zygmunt Bauman, Modernidade Liquida (Rio de Janeiro-RJ: Sindicado dos Editores de Livros, 2014), p. 21-23.
10White, Testemunhos Seletos, Vol. 3 (Tatuí-SP: CPB 2011), p. 84.
11Review and Herald, 21 de julho de 1896.

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07 | JULHO

JOVENS
TESTEMUNHANDO
NO TEMPO DO FIM
Daniel 1:8

Objetivo: Convidar os jovens a manter sua fidelidade a Deus em meio


aos desafios contemporâneos, cumprindo assim a missão.
I. INTRODUÇÃO
Um piloto da Segunda Guerra Mundial sobrevoava ilhas do sul do Pacífico,
quando foi derrubado. O piloto, ferido, se arrastou tentando não ser encontrado pelos
canibais que habitavam a região.
Para sua surpresa ele foi encontrado e levado tranquilamente à tribo. Lá foi
cuidado e alimentado. Ao despertar, percebeu na parede a inscrição de uma
sociedade missionária. Descobriu, então, que um missionário havia estado ali, viveu
entre eles, havia morrido e, posteriormente, sepultado no cemitério local.
Ao visitar o cemitério local, na lápide do missionário encontrou a seguinte
inscrição: “Quando ele chegou não havia luz. Quando ele se foi, não havia trevas”.
É muito fácil determinar que vivemos em um mundo de densas trevas. Como
cristãos, somos convidados a ser luz. Temos cumprido nossa missão? Temos nós,
hoje, iluminado o mundo a nossa volta?
Era o objetivo de Deus que o povo de Israel fosse como um farol a brilhar entre os
povos, mostrando qual a direção a seguir. Mas, com frequência, sua luz se tornava
em trevas. Eram influenciados pelos povos, quando deveriam influenciar.
A transgressão resultou em grande vergonha: Babilônia, a potência das nações,
sitiou Judá, e levou seus sobreviventes como cativos. Neste grupo se encontravam
Daniel e seus três amigos: Ananias, Misael e Azarias.
Mesmo sendo jovens, em meio a uma nação idólatra que vivia em densas trevas
morais e espirituais, estes jovens hebreus brilharam como o sol!

SENDO LUZ EM BABILÔNIA


a) Com cerca de 18 anos, Daniel foi levado à presença da corte de Babilônia, na
primeira deportação dos exilados feita por Nabucodonosor, antes da destruição de

61
Jerusalém. Daniel e seus amigos pertenciam à nobreza de Judá. Não deve ter sido
nada fácil mudar de status – agora eram servos em terra estranha.

b) Na tentativa de mudar a cultura e a religião dos jovens hebreus, o rei da


Babilônia alterou seus nomes:

• Daniel, em hebraico “Deus é meu juiz”, eles converteram para


Beltessazar, significando “que Bel preserve sua vida” (Bel é outro nome
para Marduk, a principal divindade babilônica).
• Ananias, que significa “graça de Deus”, se transformou em Sadraque,
“ordem de Aku” (deus sumério da lua).
• Misael, “quem é como Deus?” foi mudado para Mesaque, “quem é
semelhante a Aku”.
• Azarias, cujo nome significava “Jeová ajudou,” recebeu o nome
de Abede-Nego, “servo de Nego” (outro nome de “Nabu”, deus da
sabedoria).

c) A tentativa de apagar a luz dos jovens hebreus não se deu apenas pela
mudança de seus nomes em honra aos deuses caldeus. A alimentação também foi
um importante ponto neste intento. A refeição a eles oferecida pertencia ao culto dos
falsos deuses. Logo, participar seria negar sua fé.

d) Outras investidas foram mais perigosas: Daniel foi proibido de orar sob pena
de morte. Seus amigos foram impelidos a se prostrar diante da estátua erigida por
Nabucodonosor, tendo a morte como certeza se não o fizessem. As circunstâncias
desafiadoras, contudo, não apagaram a luz destes jovens: eles brilharam ainda mais.
Os leões se comportaram como animais de estimação diante de Daniel, enquanto o
fogo não teve poder algum sobre Ananias, Misael e Azarias. Por serem firmes em seu
testemunho, estes jovens cativos, levaram o mais poderoso monarca a reconhecer a
soberania do Deus Criador.

e) Não teriam se destacado se comessem o que os outros comiam, não seriam


livrados da fornalha ardente ou da cova dos leões se adorassem falsos deuses. Ser
fiel não depende das circunstâncias. Eles “decidiram firmemente”. Independente das
consequências, seriam fiéis a Deus!

SENDO LUZ EM NOSSOS DIAS

a) (Ilustração) Em 1848, o futuro Almirante Tamandaré encontrava-se a


comandar a fragata Dom Afonso, um dos primeiros vapores da esquadra brasileira.
Em seu percurso, avistam um navio em chamas. Era o vapor americano Ocean

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Monarch, que conduzia 396 emigrantes. As chamas impediam a aproximação.
Todos os tripulantes estavam destinados à morte certa. É neste momento, que um
marinheiro conhecido como Jerônimo se lança ao mar com uma corda, levando-a a
embarcação em chamas. Começa então um vai e vem pela corda, salvando assim
156 pessoas.

b) Assim como Jerônimo, temos a nossa frente muitos destinados a morte. O


que temos feito para que estes encontrem salvação? Temos nos lançado ao mar em
busca de pecadores? Deus convida os jovens a se unirem na missão:

“O Senhor designou os jovens para ser Sua mão auxiliadora.” (Testemunhos


Seletos, vol. 3, p. 104)
“Com tal exército de obreiros como o que poderia a nossa juventude
devidamente preparada, quão depressa a mensagem de um Salvador
crucificado, ressuscitado e prestes a vir poderia ser levada ao mundo
todo!” (Educação, p. 271)
c) A verdade é que todos nós podemos empreender algo em favor dos que
perecem nas trevas. Todos temos luz para compartilhar.

(Ilustração) Uma inspetora escolar visitou, um dia, uma escola para ver o
progresso que estava sendo feito, tanto por professores como por alunos. Quando
ela entrou em uma das salas do edifício, sua atenção foi atraída por um belo mural
exposto num dos quadros negros. Um meninozinho se achava ao lado do mural,
irradiando o orgulho da autoria.

- Que bela pintura! – exclamou a inspetora – foi feita pelos meninos e


meninas de sua sala?
- Sim – respondeu o rapazinho.
- Que parte tem você? – continuou a visitante.
Empertigando-se todo, ele exclamou com orgulho:
- Eu lavei os pincéis!

Se bem que fosse simples sua tarefa ele estava contente, porque via nisso uma
parte necessária a uma obra inspiradora.

Todos, independente dos dons que possuímos, das posses e recursos à nossa
disposição, ou mesmo de nossa capacidade intelectual, temos um trabalho a fazer
pelos que perecem nas trevas.

63
CONCLUSÃO

a) Os dias em que vivemos são maus. Mas, as provas enfrentadas por Daniel,
Ananias, Misael e Azarias não foram inferiores. O poder que os habilitou a vencer e
testemunhar em terra estranha está hoje à nossa disposição!

“O Espírito Santo está pronto a cooperar com todos que O receberem e forem
ensinados por Ele.” (Cuidado de Deus, MM, p. 316)

b) “Somos testemunhas de Cristo, e não devemos permitir que interesses e


projetos mundanos absorvam nosso tempo e nossa atenção.” (Testemunhos, vol.
9, p. 53 e 54)

Devemos concentrar nosso tempo, força e recursos no avançar do Reino de Deus.


Não temos tempo a perder. Não podemos gastar nosso tempo em “passa tempo”.

APELO

Quantos, hoje, estão dispostos a se levantar e brilhar? Onde estão os jovens que
testemunharão o amor de Deus no tempo do fim? Deus chama a você!

Pr. Tiago Dias Santos

64
08 | AGOSTO

IDENTIDADE
Mateus 4:1-4

OBJETIVO: Motivar cada membro da igreja a estudar a Palavra de


Deus.
INTRODUÇÃO
Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda
que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse:
Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus. Mateus 4:1-4

Identidade é a qualidade do idêntico. E o reconhecimento de que o indivíduo é


o próprio. É o conjunto de características particulares que identificam uma pessoa.
Nossa identidade está ligada a Deus e sua Palavra; somos seus filhos por meio de
Cristo Jesus.

A melhor defesa do cristão é lembrar quem ele é e tudo o que Deus


tem feito por meio de Jesus. Willian Barclay

I – INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE:

• PROVAÇÃO/TENTAÇÃO (V. 1,2)

“Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi levado pelo Espírito de
Deus. Não convidou a tentação. Foi para o deserto para estar sozinho, a fim de considerar
Sua missão e obra. Por jejum e oração Se devia fortalecer para a sangrenta vereda que
Lhe cumpria trilhar. Mas Satanás sabia que Jesus fora para o deserto, e julgou ser essa
a melhor ocasião de se Lhe aproximar” DTN, 83

É importante salientar o propósito das provações na vida do cristão.

a) Não se trata de seduzir alguém para o mal. Deus não quer isso.

65
b) O ser humano deve ser posto à prova antes que Deus possa usá-lo
para o cumprimento dos seus propósitos.

c) Não tem o propósito de nós fazer pecar, mas nos fazer crescer. Não
tem o propósito de nos debilitar, mas nos tornar mais fortes.

• O DESERTO

Jesus iniciaria seu ministério terrestre, mas antes Ele seria provado no deserto.
Os grandes homens de Deus antes de uma grande obra foram preparados no deserto
(Moisés, Elias, Davi).

Esse deserto ficava entre Jerusalém e o mar Morto. Tinha a extensão de 52


por 25 km, era chamado de Jesimom, cuja tradição significa “a devastação”. Era
um deserto sem vida, repleto de pedras calcárias por toda parte, como pequenos
pedaços de pães.

- A palavra deserto, no original hebraico é Midbar (‫) ּר ַ ב ְדִמ‬, que significa


“ouvir a voz”. No deserto nos silenciamos e ouvimos a voz de Deus.
- É possível que os maiores enganos que cometemos devam-se ao fato
de não nos darmos oportunidade de estar sozinhos com Deus.
- Devemos refletir muitas vezes sozinhos. Com frequência, os conselhos
de outras pessoas, não somam.

II - TU ÉS MEU FILHO

A história da tentação de Jesus no deserto está diretamente relacionada com a


experiência de Jesus no Jordão por ocasião do seu batismo.

E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os
céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E
eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo. Mateus 3:16,17

Três coisa extraordinárias aconteceram no batismo de Jesus. Essa experiência se


repete na vida daqueles que entregam a vida a Jesus e são batizados.

a) Os céus foram abertos.

Antes do batismo andávamos em caminhos de morte, conforme diz o livro de


provérbios: “Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os
caminhos da morte” (16:25). Mas ao confirmar nossa decisão, nosso nome é escrito
no livro da vida nos céus. Agora o caminho para o céu está aberto diante nós (Ap
3:5).

66
b) O batismo com o Espírito Santo.
Jesus mostrou a necessidade do batismo a Nicodemos (Jo 3:3-5) dizendo que
essa experiência é o nascimento da água e do Espírito. É o Espírito Santo que
transforma nossa mente e coração, nos guia e fortalece para seguirmos firmes
na caminhada com Jesus. Espírito Santo conduziu a Jesus para o deserto. Isso é
confortador pois ele nos acompanha e nos santifica todo momento. Não há derrota
quando o Espírito está presente.

c) A voz do pai (A palavra do Pai).


Depois de 4 mil anos de silêncio ouve-se novamente a voz do Pai. No rio Jordão,
o pai O identifica plenamente como filho. Por ocasião do Batismo Jesus é confirmado
como filho. Willian Barclay faz a seguinte declaração: “Todos os homens são filhos
de Deus no sentido de que todos devem sua criação e a conservação de sua vida
a Deus; mas só alguns homens se convertem em filhos de Deus na verdadeira
profundidade e íntima relação entre Pai e filho”. (João 1:12)

III – “SE TU ÉS FILHO DE DEUS” (V. 3)


“As palavras do Céu: “Este é Meu Filho amado, em quem Me comprazo”
(Mateus 3:17), soavam ainda aos ouvidos de Satanás. Mas ele estava
decidido a fazer Cristo descrer desse testemunho. A Palavra de Deus era a
segurança de Cristo quanto à divindade de Sua missão. Viera viver como
homem entre os homens, e era a palavra que declarava Sua ligação com
o Céu. Era o desígnio de Satanás fazê-Lo duvidar dessa palavra. Se a
confiança de Cristo em Deus fosse abalada, Satanás sabia que lhe caberia
a vitória no conflito. Poderia derrotar Jesus”. DNT. 88

O inimigo se apresenta a Jesus como um anjo de luz, mas com insinuações que
trazem desconfiança quanto a afirmação do Pai. Suas palavras são “Se tú és filho
de Deus, manda que estas pedras se transformem em Pães”, mas a resposta de
Jesus é:

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o


homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Mateus 4:4

TRÊS LIÇÕES APRENDEMOS DESSE EPISÓDIO:

1 – Somos filhos de Deus.


“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, aos que creem no seu nome”. João 1:12

2- Passaremos por duras provas, tentações e desertos.


A vida do cristão não é um mar de rosas. Muitas vezes o inimigo se utiliza das
adversidades da vida, das desilusões que enfrentamos para nos fazer duvidar de

67
Deus, duvidar de quem somos, duvidar da palavra do Pai. Em meio às lutas, não
esqueça de que és filho, que tu és amado. Serás tentado a pensar que não é filho.

Muitos há que não consideram esse conflito entre Cristo e satanás como
tendo relação especial com sua própria vida... mas essa luta se repete nos
domínios de cada coração. DTN, 84

3- Só permaneceremos filhos alicerçados na palavra.


Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus. Mateus 4:4

Jesus nos ensina como vencer a dúvida, as tentações e provações da vida:


crendo e se alimentando da palavra de Deus. O estudo da Bíblia é a nossa fortaleza.
Precisamos dedicar mais tempo para comunhão com Deus por meio de sua Palavra.
Esse filho batizado precisa entender que para não cair em tentação é necessário se
alimentar da Palavra. Só assim permanecerá um filho de Deus.
A resposta de Jesus nos mostra a mesma lição que Deus quis ensinar ao povo
quando estavam no deserto. “Não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que sai
da boca do Senhor viverá o homem” (Deut. 8:3). A experiência do povo de Deus no
deserto quando foram alimentados pelo maná nos ensina que é Deus que mantém
e sustenta seus filhos. Hoje temos a oportunidade de estudarmos a Bíblia todos
os dias por meio da Lição da Escola Sabatina. Em nossos dias esse é o maná que
alimenta e sustenta o povo de Deus.

CONCLUSÃO
“Jesus enfrentou Satanás com as palavras da Escritura. “Está escrito”
(Mateus 4:4), disse Ele. Em toda tentação, Sua arma de guerra era a
Palavra de Deus”. DNT, 89.
“No deserto, quando falharam todos os meios de subsistência, Deus enviou
a Seu povo maná do Céu; e foi-lhe dada suficiente e constante provisão.
Essa providência visava a ensinar-lhes que, enquanto confiassem em
Deus, e andassem em Seus caminhos, Ele os não abandonaria”. DTN, 90

Diante das provações, tentações e desertos desta vida, nossa única salvaguarda
é confiar na palavra de Deus. Só poderemos vencer o conflito e resistir as tentações
pela palavra. Só assim manteremos nossa identidade como filhos de Deus.

APELO

Deseja você ser fiel ao estudo da bíblia? Deseja você conservar sua identidade
como filho de Deus?

Pr. Valleide Maximo

68
09 | SETEMBRO

VINDE AS SEARAS
DO SENHOR
Mateus 9:35-38

OBJETIVO: COMPROMETER CADA MEMBRO SOBRE O SEU PAPEL NA


MISSÃO
INTRODUÇÃO
Não faz muito tempo, li uma história relatada por Amim que me impressionou
muito.
Martin Niemöller, um bispo luterano alemão, foi o responsável por negociar
com Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, na tentativa de salvar a igreja na
Alemanha de ser fechada pelo ditador nazista. Quase no fim de sua vida, Niemöller
contava a respeito de um sonho que tinha com frequência. Nele, Niemöller via Hitler
em pé diante de Jesus no dia do julgamento final. Jesus Se levantava de Seu trono,
colocava o braço no ombro de Hitler e perguntava: “Adolf, por que você fez tantas
coisas horríveis e cruéis?” Hitler, com a cabeça pendida, simplesmente respondia:
“Ninguém nunca me disse quanto Você me amou.” O bispo dizia que, a essa altura
do sonho, ele acordava com um suor frio, relembrando que, durante muitas reuniões
que tivera com Hitler, ele nunca dissera: “Führer, Jesus ama você. Ele o ama muito
mais do que jamais você conseguirá entender. Ele o ama tanto que morreu por você.
Você sabia disso?”
Em nossa falha de não testemunhar, muitas vezes perdemos a oportunidade de
alterar o destino eterno de alguém.
No trecho que lemos das Sagradas Escrituras, encontramos a informação que
Jesus percorria todas as cidade e povoados da região da Galiléia, pregando o
evangelho do reino. Uma grande multidão entrava em contato com Jesus. Na análise
de Jesus, essas pessoas estavam aflitas e exaustas como ovelhas sem pastor e
por esta razão o Mestre se compadece delas. Dirigindo-se aos discípulos afirma:
“A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao
Senhor da seara que mande trabalhadores para a Sua seara.” (Mt. 9:37 e 38 – ARA).

69
Queremos nesta oportunidade nos deter em especial a este trecho do texto lido.

E, então, se dirigiu a Seus discípulos: A seara, na verdade, é grande,


37

mas os trabalhadores são poucos. 38Rogai, pois, ao Senhor da seara


que mande trabalhadores para a Sua seara. (Mt. 9:37 e 38 – ARA).

I – “A SEARA, NA VERDADE, É GRANDE...” – V. 37


“Vendo as multidões...” (v. 36) descreve nosso campo de ação. Neste exato
momento enquanto escrevo, existem em nosso planeta 7.735.555.828 pessoas,
muitas delas nunca ouviram falar de Jesus. Se compararmos com o número dos
adventistas do sétimo dia espalhados ao redor do mundo a proporção seria de um
adventista para cerca de 500 pessoas, segundo o último senso apresentado pela
igreja. Este fato revela que “a seara, na verdade, é grande”.
O olhar de Jesus alcançava as multidões, mas atentava para cada necessidade
individual. Jesus pregava, ensinava e curava. Há um aspecto que precisa ser notado
nesta descrição feita pelo evangelista. Jesus saia do coletivo para o individual. Se
pregar e ensinar podem denotar atividades coletivas, curar as enfermidades denota
uma atividade de atenção ao indivíduo. Jesus foi tomado de profunda preocupação
com cada pessoa que fazia parte daquela multidão. Ele teve compaixão delas.
Podemos ser atraídos com a preocupação de que muitos no mundo ainda
necessitam conhecer a Jesus, mas o que dizer daqueles que nos cercam? Que fazem
parte do nosso dia-a-dia? Será que estas pessoas também não necessitam ouvir as
boas novas? Me chama a atenção uma citação de Ellen G. White onde ela afirma:

“Em redor de nós existem almas que descem à ruína, tão irremediável,
tão terrível, como aquela que recaiu sobre Sodoma. Cada dia o tempo
de graça de alguém se encerra. Cada hora alguns passam para além
do alcance da misericórdia. E onde estão as vozes de aviso e rogo,
mandando o pecador fugir desta condenação terrível? Onde estão as
mãos estendidas para o fazer retroceder do caminho da morte? Onde
estão os que com humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus
por ele?” – Patriarcas e Profetas, pág. 140.

II – “MAS OS TRABALHADORES SÃO POUCOS...” – V. 37

Dentro da análise feita por Jesus, Ele declarou que poucos são os trabalhadores
para a seara. A forma de entendermos o que Jesus queria dizer é que ainda há lugar
para você na seara!

“Todos têm seu lugar no plano eterno do Céu. Todos devem colaborar

70
com Cristo para a salvação de almas. Tão certo como está preparado
um lugar nas mansões celestes, há também um lugar designado aqui
na terra, onde devemos trabalhar para Deus. Ellen G. White, Serviço
Cristão, p. 99.
Os lugares onde a igreja mais cresce, são os lugares em que os membros leigos
estão envolvidos ativamente na seara do Senhor. Seja distribuindo literaturas;
ministrando estudos bíblicos na modalidade de classes bíblicas, ou no estudo
pessoal; visitando amigos e vizinhos; compartilhando o amor de Cristo e assim
causam um enorme impacto no avanço da obra de Deus.

Mais pessoas precisam se envolver com a pregação do evangelho através de


esforços pessoais. A obra da comissão evangélica só poderá ser cumprida com o
envolvimento total dos membros.

“Isto pode ser feito melhor por esforços pessoais, pelo introduzir a
verdade em seus lares, orando com eles e abrindo-lhes as Escrituras”
– Review and Herald, 8 de dezembro de 1885.

III – “ROGAI, POIS, AO SENHOR DA SEARA QUE MANDE


TRABALHADORES PARA A SUA SEARA.” – V. 38

Jesus então pedi a Seus discípulos que orem: “Rogai, pois, ao Senhor da seara
que mande trabalhadores para a Sua seara” – v. 38.

Quando oramos por uma causa, nos identificamos com esta causa. Alguém já
disse que nunca deveríamos nos atrever a orar pela solução de um problema, se não
estivermos dispostos a ser parte da solução deste problema.

Neste pedido à oração também está implícito o chamado de Deus para militarmos
na seara do Senhor.

Como cantamos no hino 331 do HASD:


“Contemplai as searas maduras
Vede os grãos tremulantes no ar;
Eis a voz do Senhor com ternura
Os fiéis para ceifa a chamar.”

Estamos em tempo de colheita, e será abundante se os grãos não forem


desperdiçados!

O chamado de Deus é abrangente. Todos são chamados!

71
Ellen G. White escreveu:

“Ninguém pense que tem direito de cruzar os braços e não fazer nada. Que
alguém possa ser salvo na indolência e inatividade, é uma completa impossibilidade.”
– Serviço Cristão, p. 83.

Nossa oração diária deve ser um pedido para que Deus encha o nosso coração de
senso de dever diante do que Cristo fez por nós. Nossa atitude deve se assemelhar
a do apóstolo Paulo que afirmou:

“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa
obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” – I Co. 9:16 – ARA.

Nossa oração diária deve conter um pedido para que Deus nos encha de paixão
pelas almas.

Spurgeon falou sobre a necessidade de crentes “que só vivem para Cristo e nada
desejam além da oportunidade para promover a Sua glória, para divulgar a Sua
verdade, para ganhar mediante poder aqueles a quem Jesus remiu com Seu precioso
sangue.”1

Precisamos de paixão pelas almas. Você não pode ser considerado com um
homem de Deus ou uma mulher de Deus sem que antes o maior desejo do seu
coração seja de que pessoas se acheguem a Cristo. Você não será participante
dos sentimentos de Cristo se você ainda não compartilha de Suas lágrimas pelos
perdidos que estão cegamente avançando para eternidade separada para sempre do
amor de Deus.

Precisamos de paixão pelas almas. Precisamos sentir o mesmo amor que encheu
o coração de Cristo, e O fez com que Ele deixasse Seu trono nas cortes celeste e
descesse a este mundo sombrio. Precisamos absorver os anseio infinitos do Seu
coração, enquanto Ele olha para o mundo cheio de pessoas morta em seus pecados,
seus sofrimentos e sua desesperança espiritual.

D. L. Moody disse certa ocasião: “Quando vejo milhares de homens caminhando


para a morte, tenho vontade de cair aos pés de Jesus, chorando e orando, para que
Ele venha e os salve.”

Quando William Booth, fundador do Exército da Salvação, foi inquirido pelo rei da
Inglaterra sobre qual força que dirigia a sua vida, ele respondeu: “Majestade, alguns
homens têm paixão pelo ouro, outros pela fama, mas a minha paixão é pelas almas.”

72
A história da igreja está cheia de homens que tiveram verdadeira paixão pelas
almas.

Willian Carey (1791-1883) – Será lembrado para sempre como o “Pai das
Missões Modernas”! Um homem notável. Nasceu na Inglaterra em 1761, filho de um
pobre tecelão, se tornou sapateiro, foi seu ganha-pão por 12 anos. Converteu-se ao
cristianismo aos 18 anos e batizou-se na Igreja Batista. Foi autodidata, educando-se
com seus próprios esforços, chegou a conhecer várias línguas além do inglês, como
o latim, grego, hebraico, alemão e francês. Amava as almas! E Deus o inspirou!
Numa reunião da Associação dos Ministros Batistas em 31 de maio de 1792,
Carey pregou um sermão que haveria de mudar o rumo do cristianismo. Ele disse:
“Esperemos grandes coisas de Deus, empreendamos grandes coisas para Deus!”
Foi um sucesso! Ali mesmo foi organizada a Primeira Sociedade Missionária. Uma
pequena oferta foi tirada, e Carey ofereceu-se como primeiro missionário. O Senhor
o enviou para a Índia. Chegou em Calcutá no dia 11 de novembro de 1792. Tudo por
conta própria. Enfrentou muitas adversidades, perdeu um filho e a esposa. Deixou
um legado imenso: Milhares de almas ganhas; traduziu o Novo Testamento para o
bengali, língua local; traduziu diversas partes da Bíblia 66 dialetos hindus; trabalhou
44 anos pela Índia e lá morreu.

Davi Livingstone (1813-1873) – Foi para África como missionário aos 27 anos.
Um homem que andava com Deus, e o Senhor o guardou. Na África, ele conheceu
Robert Mofat, primeiro missionário enviado para aquele continente. Casou-se com
a filha do missionário, Maria Mofat. O sonho de Davi era abrir a África para o
cristianismo, e por isso trabalhou incansavelmente. Andou 17.600 km a pé. Em
1873 Livingstone estava cansado e doente. Foi encontrado morto de joelhos. Os
cristãos nativos lhe extraíram o coração, e o enterraram em solo africano, na vila de
Chitambo. Os nativos diziam: “O seu coração pertence a África porque a amava”.

Thiago Springer White (1821-1881) – Aceitou a mensagem do advento em


1842 e foi aquecido por esta bendita esperança. Era professor, mas decidiu deixar o
magistério para pregar o evangelho. Em seis semanas ganhou cerca de 1.000 almas.
Tinha 23 anos! Em 1845, na fazenda de seu pai, ouviu falar de uma certa jovem
que recebera visões de Deus. O nome daquela jovem era Ellen Gould Harmon, de
Portland, no Maine. Em 1846 foi para Orrington para vê-la pregar. Neste primeiro
encontro surgiu um grande amor. Ellen dizia estar admirada por aquele jovem alto e
destacado! Nesta ocasião tinha 24 anos e Ellen 19 anos. No ano seguinte casaram-
se com um propósito comum de pregar o evangelho. Não houve lua-de-mel. Não
podiam se dar a esse luxo. A urgência do trabalho os chamava, especialmente a
Ellen, que se tornou bem conhecida como Ellen G. White.

73
CONCLUSÃO

A seara é grande, poucos são os trabalhadores. Mas todos nós que um dia
abraçamos as boas novas do evangelho, e nos banqueteamos destas maravilhosas
verdades, nos tornamos responsáveis por divulga-las e fazê-las conhecidas.

Cabe a cada um lembrarmos o que disse Ellen G. White:

“A obra de Deus na Terra nunca poderá ser terminada a não ser que
os homens e mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho
e unam seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja.” - Obreiros
Evangélicos, pág. 352.
Pois, “todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como um missionário –
Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 9.

Você deseja atender o chamado de Cristo?

APELO

Você deseja atender o chamado de Cristo?

Pr. Haroldo Moura

1
Citado por Wesley L. Duewel, Em Chamas para Deus, p. 13

74
10 | OUTUBRO

VÃO ÀS
PRAÇAS!
Mat. 20:1-16

OBJETIVO: Mostrar que Deus quer salvar a todos em todo tempo.


INTRODUÇÃO
No estado de Pernambuco existe uma cidade que é a referência brasileira no
plantio de uvas, Petrolina, as uvas produzidas em Petrolina-PE, chegam a ser
importadas para lugares como Dubai. O segredo da boa produção tem que ver
com o solo, com o clima quente e com o fato de a cidade ser banhada pelo Rio São
Francisco. A parábola que acabamos de ler começa falando sobre o trabalho na
vinha. Uva gosta de água, mas não de chuva, por isso é plantada em lugar quente,
mas que tenha bastante água.

Ao analisarmos o trabalho na vinha naquela época, podemos afirmar que era


um trabalho árduo. O fato de não ter um sistema moderno de irrigação como nos
dias atuais (em muitos lugares a irrigação tinha que ser feita de forma manual), não
era fácil produzir, mas alguém precisava fazer. Assim, os donos das vinhas iam as
praças para contratar trabalhadores.

O Livro de Mateus foi escrito para os Judeus usando figuras e personagem


comuns do dia-dia do povo com o intuito de facilitar a compreensão da mensagem e
do verdadeiro significado da Missão do Messias e da Vinda do Reino de Deus.

Vejamos algumas lições e aplicações que podem ser inferidas desta parábola:

I – O PAI DE FAMÍLIA É DEUS


“Ele nos procura” - Naquela época os trabalhadores iam cedo para as praças. Eles
não escolhiam o trabalho, estavam dispostos a atender o chamado para qualquer
atividade, eles estavam ali na expectativa do chamado.
Jesus é quem chama! (judas) – o único dos 12 Discípulo a que se tem relato
de não ter sido chamado por Jesus foi Judas. Ele queria gozar dos privilégios de ser
um dos mais próximos de Jesus, então apresentando suas qualificações na área
administrativa e financeira, se ofereceu pra ajudar o Mestre:

75
As pessoas que iam ter com Jesus sentiam em Sua presença que mesmo para
elas havia escape do abismo do pecado. Os fariseus para elas só tinham escárnio
e condenação; Cristo, porém, as saudava como filhos de Deus, que na verdade
se afastaram da casa paterna, mas não foram esquecidas pelo coração do Pai.
Justamente sua miséria e pecados os tornavam tanto mais o objeto de 115 116
Parábolas de Jesus Sua compaixão. Quanto mais dEle se haviam desviado, tanto
mais ardoroso o desejo e maior o sacrifício para salvá-los. (E.G.W – P.J, 150)

II – DOIS GRUPOS DE PESSOAS


Logo pela manhã o dono da vinha chama um grupo de trabalhadores, acerta com
eles o salário e os leva para vinha.

Mais tarde ele volta na hora terceira, sexta, nona e undécima e chama mais
trabalhadores para vinha, desta vez já não acerta o valor do salário.

Podemos adimitir que mesmo que mesmo voltando mais vezes ao longo do dia,
o grupo de trabalhadores pode se resumir a Cedo x Tarde.

- Chamados Cedo - O grupo contratado logo cedo, e que teve a certeza de


sua recompensa previamente acertada, poderia ser comparado àqueles que já a
muitos anos foram chamados por Deus para fazer parte da igreja que guarda os
mandamentos e tem o testemunho de Jesus, tendo logo cedo a certeza de salvação
e o privilégio de compartilhar a salvação com outros.

- Chamados Tarde – Este grupo passou mais tempo sofrendo na praça,


angustiado diante das incertezas quanto ao futuro e sustento de sua família, pode ser
comparado ao grupo daqueles que viveram boa parte da vida no mundo de pecado,
sofrendo os danos que o pecado provoca, mas pela Graça de Cristo foram Salvos.
Deus deu o primeiro passo. Enquanto você estava em rebelião contra Ele,
saiu a sua procura. Com o terno coração de Pastor, deixou as noventa
e nove e foi ao deserto para buscar a que se perdera. Envolve em Seus
braços de amor a alma ferida e quebrantada, prestes a perecer e leva-a
com alegria ao aprisco seguro. (E.G.W – P.J, 123)

III – QUEM PAGA É O SENHOR!


Jesus queria mostrar a Pedro e aos discípulos que não devemos trabalhar pra
Deus a espera de Recompensas.

Essa parábola responde a duas perguntas:

A primeira era para os discípulos - Quem era o maior no reino de Deus? (Mat.18:1)

76
A segunda, dirigia-se a Pedro - Qual a recompensa por deixarmos tudo e te
seguir? (Mat.19:27)
No Reino de Deus assim como na Igreja, não existe quem dá mais ou quem
ganha mais, ou ainda, primeiros e últimos. Na parábola os que chegaram cedo
quiseram recompensa maior, não gostaram do pagamento. (Mat.19:16-21) Eles se
achavam Digno por Guardar os mandamentos.
Esqueceram que os que passaram o dia na praça sofreram mais do que os que
estavam trabalhando (Empatia). Estavam lá sofrendo, pois não tinha coragem de
voltar de mãos vazias.
Deus não faz acepção de Pessoas - o chamado é iniciativa divina, a aceitação
é resposta humana (Apoc.3:20), e a recompensa é unicamente resultado da graça
do Senhor.
Quanto maior o pecado deles e mais profunda sua miséria, tanto mais sinceros
e ternos serão os esforços para sua recuperação. Discernirá a necessidade dos que
sofrem, que pecaram contra Deus e são oprimidos pelo fardo da culpa. Seu coração
transbordará de simpatia por eles, e estender-lhes-á uma mão auxiliadora. Nos
braços de sua fé e amor levá-los-á a Cristo. Cuidará deles e os animará, e [101]
sua simpatia e confiança tornar-lhes-á difícil cair de sua estabilidade. Nesta obra
todos os anjos do Céu estão prontos a cooperar. Todos os recursos do Céu estão à
disposição dos que procuram salvar os perdidos. Os anjos o auxiliarão a alcançar os
mais indiferentes e empedernidos. E quando alguém é reconduzido a Deus, todo o
Céu se alegra; serafins e querubins tocam suas harpas douradas, e cantam louvores
a Deus e ao Cordeiro, por Seu amor e misericórdia pelos filhos dos homens. (E.G.W
– P.J, 123)

CONCLUSÃO
Todos somos chamados a fazer parte do trabalho na Vinha do Senhor
de acordo com nossos dons e talentos, e Ele nos oferece a oportunidade de ter
parte ativa nessa obra de salvação. Não importa a quanto tempo o evangelho nos
alcançou, quem nos chama, nos capacita para esta sagrada missão. O Ide de Cristo
é para todos.

APELO
Vão as Praças! Muitos precisam de salvação.
Vão as Praças! Deus espera isso de nós.
Vão as Praças! O Chamado é para todos.
Vão as Praças! Você aceita o chamado?

Pr. Vagner Lins

77
11 | NOVEMBRO

COMBATE E
RECOMPENSAS
II Tm. 4:7-8.

OBJETIVO: Comprometer cada membro da igreja com a missão.


INTRODUÇÃO
Quando lemos as palavras do apóstolo Paulo na sua segunda carta a Timóteo,
nos sobrevém uma mistura de sentimentos; por um lado a paz de quem “combateu
o bom combate na pregação, que completou a carreira da fé e descansa na certeza
de receber a coroa da vida eterna. Por outro lado, nos assusta a realidade atual, uma
membresia quiçá perdida entre tantas vertentes teológicas e atrativos do mundo
contemporâneo, numa vida relativista e de incertezas que acaba afetando o ânimo
e envolvimento na missão. Como permanecer firme até o fim? Essa é a grande
interrogação que devemos nos fazer.

• Transição: Em I Timóteo 4-7-8 Paulo apresenta as recompensas da vitória.

Mas antes, há o combate, analisemos o verso 7.

I – O BOM COMBATE DA FÉ (II TIM. 4:7).

a) Combati o bom combate.

A palavra “combate” (do grego “agonidzomai”), indicava uma “assembleia”, que


se reunia com vários propósitos, inclusive para prestigiar competições atléticas.
Também pode ser traduzida como “lutar por um prêmio”. Paulo toma o mesmo
termo e o aplica à vida cristã, nos fala de fé. Em I Tim. 6:12 ele fala da batalha da fé.
Para o apóstolo o combate cristão envolve: uma vida de oração, pregação, batismos,
mas também de lutas, embates e acoites. Essa foi a experiência que ele teve.

Aplicação: Quantas vezes teremos que lutar, combater o combate? A reposta


é: Sempre, nunca haverá um tempo que não lutaremos. Enquanto vivermos aqui,
lutaremos. Não esqueçamos que os combates da vida cristã são físicos e espirituais.

78
b) Completei a carreira.

A outra palavra é “carreira” (do grego “dromos”) o termo indicava uma “pista de
corrida” ideia era a de alguém que chega ao final de uma competição e corrida, com
todos os esforços, de alguém que havia sobrepujado todos os obstáculos.

Ilustração: Contar a história do atleta Vanderlei Lima nas olimpíadas de Atenas em


2004. Ele teve que enfrentar os obstáculos.

c) Guardei a fé.

A palavra “guardei” (do grego tetereka) significa vigiar, guardar. A mesma palavra
Jesus usou em Joao 8:51 “Se alguém guardar a minha palavra não verá a morte
eternamente”. Paulo nos faz lembrar que ele guardou a palavra no coração até o fim
e por isso não veria a morte eternamente, ele tinha a certeza da salvação. Por quê?
Porque guardou a fé.

Aplicação: Quer ter a certeza da salvação? Venha o que vier, guarde a palavra
no coração, obedeça a Deus e guarde a fé.

Transição: Já entendemos o verso 7, o combate; agora vejamos o verso 8 a


recompensa.

II – RECOMPENSAS PRESENTE II TM. 4:8A.


Paulo fala de forma convicta acerca da coroa da justiça que já estava guardada.
Os atletas recebiam uma coroa no final vitorioso das provas. Na verdade haviam
várias coroas recebidas naqueles tempos.

Alguns tipos de coroas:

(*) coroa triunphalis – coroava os generais triunfantes.


(*) coroa obsidionalis – coroava os generais que salvavam seus exércitos
da rendição.
(*) coroa myrtea – coroava generais que celebrassem triunfos militares.
(*) coroa murales – coroava líderes que atacassem alguma muralha.

Para o apóstolo, nenhuma dessas pode ser comparada a coroa que lhe aguarda,
por que todas essas coroas eram temporais, oxidavam e se desfaziam, mas ele sabia
que Deus lhe daria a coroa da vida eterna; essa nunca murcharia ou oxidaria, pois
seria eterna.

79
Além dessa recompensa futura, Deus promete recompensas presentes:

Felicidade: A igreja que se empenha nessa obra é uma igreja feliz


(SC, p. 204).
Benção: Todo esforço feito para Cristo reverterá em bênçãos para a
igreja (SC, p. 204)
Saúde: O que se empenha na obra, comunica aos sentimentos o ardor
que eletriza os nervos, vivifica a circulação do sangue e produz saúde
física e mental (SC, p. 205).
Vigor: E trabalho espiritual, fadigas e responsabilidades, eis o que há
de dar vigor à igreja de Cristo (SC, p. 205).
Paz: No fazer bem aos outros experimentarão os seguidores de
Deus uma doce satisfação uma paz interior que lhes será suficiente
recompensa (SC, p. 205).

III - RECOMPENSAS FUTURA (II TM. 4:8B).

O apóstolo também fala da recompensas que estariam no futuro ele diz, que “o
reto juiz lhe dará naquele dia”, ou seja, a coroa que já era uma certeza seria uma
realidade na volta do Senhor Jesus Cristo (II Tm. 8b).

Essa mesma ideia é transmitida por Jesus a Pedro em Marcos 10:29,30:

29
E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que
tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou
filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho. 30 Que não receba
cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e
filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna.

Ellen G. White também fala sobre as recompensas futuras;

Vida eterna: poderá perder a vida no serviço; mas quando Cristo vier
buscar para Si as Suas joias, ele a tornará a achar (SC, p. 206).
Ambiente celestial: Toda a natureza, em sua arrebatadora
formosura, oferecerá a Deus um tributo de louvor e adoração. O mundo
será banhado com a luz do céu (SC, p. 206).
Alegria: [aqueles] que participam dos sofrimentos dEle também
participarão também da glória que há de ser revelada. Unidos com
Ele em Sua obra com ele sorvendo o cálice da amargura, são também
participantes da Sua alegria (SC, p. 207).

80
Frutos da sementeira: Veremos no céu os jovens a quem ajudamos,
os que convidamos para nosso lar, a quém desviamos da tentação.
Veremos seus rostos refletindo o brilho da glória de Deus (SC, p.207).
São muitas as recompensas! Mas não esqueçamos, há uma que deve ser nossa
maior motivação: O amor de Cristo por nós. Como diz Paulo: “ o amor de Cristo nos
constrange”

CONCLUSÃO

Concluo com a seguinte citação:

“Sê paciente, soldado cristão. Ainda um pouco, e Aquele que há de vir


virá. A noite de fatigante espera, de vigia e tristeza, esta quase passada.
Em breve será dada a recompensa; o dia eterno há de raiar. Não há tempo
agora para dormir – não há tempo para se desperdiçar em inúteis lamentos.
Aquele que se arrisca a cochilar agora, perderá preciosas oportunidades
de fazer o bem. É-nos concedidos o bendito privilégio de ajuntar molhos
na grande colheita; cada alma salva será uma estrela na coroa de Jesus,
nosso adorável Redentor. Quem está ansioso por depor a armadura,
quando, continuando mais um pouco mais a batalha, conquistará novas
vitórias, e ganhará novos troféus para a eternidade? (SC, p. 208).

Pr. Adannell Roosevelt Bastos.

81
12 | DEZEMBRO

A MISSÃO
ADVENTISTA
Mateus 24:14

Três ou quatro anos depois do naufrágio do Titanic um jovem escocês levantou-se


numa reunião em Hamilton, Canadá, e declarou: – Eu me achava a bordo do Titanic
quando naufragou. Achava-me boiando sozinho sobre uma tábua, na água gelada
daquela pavorosa noite, quando uma onda trouxe João Harper, de Flasgow, para perto
de mim, Ele também se achava agarrado a um pedaço de tábua.

– Homem, você está salvo? gritou ele.


– Não, não estou, foi minha resposta. Ele respondeu: “Crê no Senhor
Jesus e serás salvo”.
As ondas o levaram outra vez para longe de mim, mas, estranhamente,
pouco depois foi novamente jogado para meu lado.
– Estás salvo agora?
– Não, respondi, não posso responder com sinceridade que estou. Mais
uma vez ele repetiu o versículo: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás
salvo”.
Então, perdendo a tábua na qual se apoiava, emergiu. E ali, sozinho, durante a noite,
tendo sob mim mais de três quilômetros de água, eu cri em Jesus Cristo. Sou o último
convertido do mundo para Deus através do testemunho de João Harper.

Ellen White diz:

“Os verdadeiros seguidores de cristo não deixam de testemunhar- se cada um de nós


fosse um missionário vivo, a mensagem para esse tempo seria rapidamente proclamada
em todos os países, a cada povo, nação e língua.” Testemunho para a igreja vol.6, pg438.

TRÊS ELEMENTOS DA MISSÃO:


De um modo geral, com base nos textos lidos podemos dizer que há três elementos
que são indispensáveis para o cumprimento da missão: Proclamação (Kerigma),
Discipulado (Mathetéusate) e no contexto da volta de Jesus (Parousia).
Para que nossa mensagem seja completa, ela não deve apenas proclamar, mas
ser intencionalmente direcionada a formar discípulos e apontar para o breve retorno
de Cristo. Aliás, a chama que sempre nos moveu como igreja é o tema da Parousia,
isto tem que ver com a nossa própria identidade.

Porém, Como povo remanescente da Profecia Bíblica, os Adventistas do Sétimo


Dia têm uma responsabilidade específica e distintiva dada por Deus em relação ao
cumprimento da missão. Isto se torna evidente quando analisamos as três mensagens
angélicas (Apoc. 14:6-12).

A compreensão e a proclamação da mensagem dos três anjos de Apocalipse


14 é fundamental para a nossa identidade profética. Essa passagem se tornou
o coração do Adventismo, a ponto de até usarmos uma figura desses três anjos
como a logomarca da nossa igreja. Esta mensagem não é aceita e pregada por
nenhuma outra denominação cristã, pois, Deus deu a Igreja adventista do Sétimo
Dia o privilégio de entendê-la e o dever de anunciá-la. Nas três mensagens angélicas
encontramos os três elementos que devem compor a nossa missão:

DESENVOLVIMENTO

1. A proclamação: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho
eterno para proclamar aos que habitam na terra, a toda nação, tribo língua e povo”.
Apoc 14:6

Este anjo simboliza o povo de Deus, e “o vôo do anjo pelo meio do céu, a grande
voz com que é proferida a grande advertência... evidenciam a rapidez e extensão
mundial do movimento”.

O evangelho eterno é, portanto, proclamado a todo o mundo. Como vimos, o


elemento proclamação (kerigma) está presente na mensagem dos três anjos.

2. Discipulado: A mensagem dos três anjos também enfoca o discipulado,


pois, no verso 12 diz “aqui está à perseverança dos santos, os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé de Jesus”.

Como resultado da proclamação do evangelho eterno, surge um povo perseverante


e obediente, verdadeiros discípulos. Portanto, o elemento “discipulado” também está
presente na mensagem dos três anjos.

3. Volta de Jesus: A mensagem dos três anjos prepara um povo para a volta
de Jesus. No verso 7 diz que chegou a hora do juízo. Isto é uma referência ao juízo
celestial, cuja primeira fase se iniciou em 1.844 (Daniel 8:14). Quando terminar esta

83
primeira faze do juízo, chamada de “investigação”, Cristo deixa o santuário celestial
e vem para buscar os salvos. Portanto, a mensagem dos três anjos aponta para a
volta de Jesus.

Pois bem, talvez o elemento mais convincente da importância das três mensagens
angélicas para o cumprimento da missão adventista, seja o fato de que encontramos
nelas princípios doutrinários essenciais para a formação dos verdadeiros discípulos
nos últimos dias. Muitas das doutrinas explícita e implicitamente ali expostas ou são
ignoradas ou rejeitadas pelo cristianismo em geral, e como conjunto, somente os
adventistas as ensinam. Daí a responsabilidade que temos como Igreja Remanescente.

A proclamação do “Evangelho Eterno”, descrito na mensagem do primeiro anjo


(Apoc. 14:6) está em íntima ligação com a declaração apresentada em Mateus
24:14: “A linguagem usada aqui é semelhante àquela usada na grande comissão.
Isto indicaria que as três mensagens angélicas são uma ampliação daquela comissão,
na forma em que deve ser cumprida nos últimos dias”.

CONCLUSÃO

O mesmo Evangelho proclamado no início da igreja cristã também deve ser


pregado nos dias finais da história humana. Isto porque não há outro meio de
alcançar a salvação, senão, pela justiça de Cristo. É a mensagem da justificação
pela fé, as boas novas de que pelos méritos de Cristo, conquistados na cruz, há
perdão e salvação.

“Não se deve permitir que coisa alguma impeça esta obra. É a obra
mais importante para este mundo; deve ser de tão vasto alcance como a
eternidade. O amor que Jesus manifestou pelas pessoas no sacrifício feito
por sua redenção, atuará em todo os seus seguidores.” Testemunhos para
igreja,vol 5. Pg,455

APELO

Quantos verdadeiramente querem estar envolvidos no cumprimento da Missão


dada por Deus a esta igreja?

Pr. Wellington Lopes.

84
DICAS DE
LEITURA

85
SERVIÇO CRISTÃO

Ellen White, Casa Publicadora Brasileira, 2004, 284 p.

Esta obra é resultado de um vasto exame dos escritos de Ellen White, onde se
extraiu seus principais textos que falam sobre missão. Na leitura desse livro você
encontrará instruções que tratam especificamente da necessidade, importância,
método e recompensa do esforço missionário fervoroso e consagrado. Dada a
importância e abrangência de seu conteúdo, Serviço Cristão poderia apropriadamente
ser denominado uma Enciclopédia do Serviço Missionário. Assim, o conteúdo desse
livro é indispensável para todo obreiro cristão que deseja ser fiel a Grande Comissão
de fazer discípulos.

COMUNIDADE DE AMOR

James A. Cress, Casa Publicadora Brasileira, 2010, 175 p.

Como lidar com os novos membros? Agora você pode descobrir respostas bíblicas
colocadas em prática em uma igreja local. Este livro desafiador apresenta diretrizes
e métodos que funcionam na vida real. Os novos membros, assim como crianças
recém-nascidas, precisam de cuidados. Precisam ser treinados, equipados e usados
no serviço do Senhor para se tornarem verdadeiros discípulos. Fazer discípulos é
tarefa da igreja local. É algo que não pode acontecer em nenhum outro lugar. Leia
este livro e transforme sua igreja em uma comunidade de amor.

DISCÍPULOS MODERNOS

Russell Burrill, Casa Publicadora Brasileira, 2006, 144 p.

Este livro ensina como formar cristãos participantes ativos, não apenas
expectadores passivos, no cumprimento da Grande Comissão. Ele propõe nada
menos que uma reestruturação do pensamento sobre como fazer evangelismo.
A implementação desta visão discipuladora resultará em igrejas amadurecidas,
responsáveis por seu próprio crescimento espiritual e numérico. Os pastores terão
mais liberdade para disseminar o evangelho e plantar novas congregações. Essas
ideias podem ser consideradas novidade, mas têm precedentes na igreja cristã
primitiva do Novo Testamento. Imagine o que acontecerá quando a igreja redescobrir
o segredo do poder! Imagine o segundo pentecoste!

86
MEU TALENTO. MEU MINISTÉRIO

Jair Miranda, Casa Publicadora Brasileira, 2017, 160 p.

Quando colocamos em prática a comissão evangélica de fazer discípulos de todas


as nações, estamos exercitando os dons que foram concedidos por Jesus. Ocupados
no serviço da compaixão, vivemos o evangelho e o comunicamos ao próximo de
modo real, audível, visível e palpável. Quem se engaja ativamente na missão coloca
a compaixão do Salvador à disposição do próximo, de maneira visível e concreta.
Leia este livro e descubra como ser útil e relevante para a obra de Deus ao usar seus
talentos, habilidades e hobbies para comunicar o evangelho de Cristo.

TODOS ENVOLVIDOS NA MISSÃO

Alejandro Bullón, Casa Publicadora Brasileira, 2018, 106 p.

É Tempo de o Povo de Deus (...) trabalhar. O mundo é


o nosso campo de ação, e devemos esforçar-nos para dar
ao mundo a última mensagem de misericórdia. - Ellen G.
White

Todos Envolvidos na Missão segue o desafio de Cristo


a todo crente: “Ide por todo o mundo.” Mais do que um
chamado ao serviço, esta obra apresenta maneiras simples
e práticas para cada membro da igreja participar do trabalho
de Deus, seja em outro país ou do outro lado da rua.

Este livro traz um desafio que envolve homens, mulheres,


jovens e crianças, todos chamados a se comprometer com
a proclamação da verdade de Deus. Os membros da igreja
devem se unir aos pastores e líderes. É isso que significa
Todos Envolvidos na Missão - cada um fazendo alguma
coisa por Jesus - seja você um voluntário, pastor, homem,
mulher, jovem ou criança. Que Deus abençoe de todas as
maneiras possíveis o esforço evangelístico em favor do
mundo, mediante o poder do Espírito Santo. Jesus voltará
em breve!

87
ANEXO I

PESQUISA –
ENVOLVIMENTO
MISSIONÁRIO DOS
MEMBROS

88
NOME

IDADE IGREJA FONE

1. Atualmente, você está participando de alguma atividade missionária?

( ) Sim ( ) Não

Se sua resposta foi positiva, mencione qual atividade missionária você está
realizando:

( ) Faço parte de uma dupla missionária.

( ) Sou líder, anfitrião ou líder associado de um PG.

( ) Sou instrutor bíblico.

( ) Coordeno uma classe bíblica.

( ) Distribuo regularmente literaturas e DVDs missionários.

( ) Realizo séries de conferência evangelística.

( ) Outra: ____________________________________

2. Você participa de algum ministério na igreja focado em servir a comunidade


e alcançar pessoas para Cristo? Ex.: ministério nos presídios, feiras de saúde, etc.

( ) Sim ( ) Não

Se sua resposta foi positiva, mencione o ministério que você tem atuado:

___________________________________________________________

3. Você está estudando a Bíblia com alguém, no momento?

( ) Sim ( ) Não

Se sua resposta foi positiva, mencione a quantidade de pessoas: ______________

89
4. Que dons ou talentos você tem que poderiam ser usados para pregação do
evangelho? Pense naquilo que você sabe fazer bem!

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

5. Você sente fortemente que deve servir em um determinado ministério ou ajudar


um determinado grupo de pessoas que ainda não conhece o evangelho? Comente:

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

6. Na sua opinião, por que alguns membros não se envolvem ativamente na


pregação do evangelho?

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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