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A verdade sobre o PT, o PSDB e o

PMDB depois de 30 anos


Certos segmentos da esquerda que atuaram durante a Ditadura
Militar pretendiam-se os faróis do futuro. Eles fariam a
revolução e conduziriam o povo à libertação do capitalismo.
Sob o império dessas crenças salvacionistas, messiânicas,
nasceu a redemocratização (1985) assim como
a Constituição (1988), com o PT mais à esquerda e o MDB
numa posição mais de centro. Este acabou bipartindo-se em
PMDB (que ostenta conhecidos representantes da cleptocracia:
Estado Co governado por ladrões) e PSDB (com
posicionamento ideológico mais de centro e discurso ético,
refutando as práticas corruptas deploráveis de Orestes Quércia
e tantos outros políticos do PMDB). Trinta anos depois da
redemocratização, sabe-se que o PT “petrolou” e “mensalou” e
que grande parcela do PSDB “metrolou” e também “mensalou”.
O PMDB (assim como outros partidos menores, com
raríssimas exceções), como sempre, Co governando
fisiologicamente o País (presidencialismo de coalizão),
“cleptou”.
Centrando atenção no PT (que é o governante de plantão),
infográfico elaborado pelo jornal Estadão (visitado em
14/2/15) mostra como ele e políticos ligados à legenda
aparecem na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de
corrupção e desvios na Petrobras. Vejamos:
Fonte: Estadão
Para opor combate aos opressores, os próceres do PT
entenderam necessária uma disciplina determinada por sua
hierarquia partidária. Três coisas fundavam a subordinação: a
hierarquia que os vinculava era compreendida como
centralismo democrático; a análise que faziam da História
dava-lhes certeza de sucesso, pois seu método seria científico;
cada militante se tinha como apóstolo de uma causa
messiânica, salvadora dos povos oprimidos.

Suas ações eram fundadas em uma movediça justificativa. O


que quer que fizessem era explicado por uma expressão à
época fartamente usada: dialética da História. Ou seja: de uma
aliança partidária qualquer a um assalto a banco, do apoio a
um candidato corrupto a um sequestro, tudo era feito em nome
dos meios para um fim.

O Golpe Militar de 1964 foi o fundo (o leitmotiv) de tudo isso.


Os militares usurparam o poder, sequestraram, torturaram,
mataram e fizeram desaparecer pessoas. Oportunistas,
ingênuos e corajosos de esquerda viram nisso o “momento
histórico” para a sua própria revolução. Começaram, então, a
fazer as próprias tolices. Sem procuração de ninguém, foram
messianicamente à salvação da pátria.
Bobagens à parte, esses grupos se organizaram, militaram e
chegaram ao poder. Aí estão e aí estão (do ponto de vista
formal) legitimamente (ou seja, de acordo com as regras
eleitorais da redemocratização, que espelham o deplorável
sistema eleitoral brasileiro, “financiado” pelas grandes
fortunas). Aí estão pelo voto e seus votos foram obtidos
conforme a nossa pouco exemplar tradição (desde que se
constituiu o primeiro partido político no Brasil): usaram muito
dinheiro, foram financiados por empresas e empresários que
sempre cobram o retorno do “investimento”, deram
dentaduras (há caso documentado), fizeram tudo o que sempre
se fez no País.
Então, todos os partidos são iguais? Não, não são. Há uma
diferença. Não qualificamos a diferença de melhor ou pior. Mas
o método da turma no poder é outro. Que as práticas políticas
brasileiras sempre foram atravessadas por dinheiro, todo
mundo sabe, mas era investimento privado. O que a esquerda
no poder faz é corromper com dinheiro público. Isto é: o
Estado foi “aparelhado”. Aparelhar o Estado é usá-lo para fins
privados, para vantagens pessoais. “Aparelho” também era o
nome dado aos grupos organizados de militância esquerdista.
Aparelhar o Estado, na especialidade dos poderosos do
momento, significa colocar um “companheiro” em cargos
públicos importantes. Esse “companheiro” tem uma tarefa: ser
“dialético”, ou seja, deve se virar e arranjar verba para a
máquina partidária (porque a manutenção do poder exige
muito dinheiro).

Podemos chamar isso de corrupção, que constitui o eixo da


grande cleptocracia (Estado Co governado por ladrões). Mas
corrupção, dirá um esquerdista tipo “dialético”, é um ato
burguês; corrupção, dirá um “companheiro”, é expropriação do
Estado para fins privados. Roubar do Estado para fins de
manter o poder e, no poder, salvar o povo, é pura “dialética”. É
dizer, são meios ilícitos para fins justificados (consoante
pregação quinhentista de Maquiavel).

Impõe-se abaixar a maldita Ditadura, sempre. Agora, cá pra


nós, esse governo, “dialeticamente”, está nos roubando.
Roubalheira política sempre houve. Roubalheira
estruturalmente “dialética” é a primeira. A esquerda no poder
nos aparelhou. Que pena! As novas lideranças nacionais, do
seu jeito, fazem a mesma coisa ou até pior que as nefastas
lideranças antigas. Juntas, transformaram o Brasil num grande
antro de extração de dinheiro (como fazem os traficantes nos
seus âmbitos territoriais). Todos nós, conservadores ou
progressistas, continuamos vítimas das oligarquias criminais.
Essas oligarquias, com jeitos novos ou nem tanto, estão nos
chupando o sangue parasitariamente, crescentemente,
diariamente.

Saiba mais
A Polícia Federal, contudo, não considera tal distinção (entre
corrupção e dialética). A Polícia investiga e indicia: “Lista
revela obras na mira do esquema. A maior preocupação dos
policiais federais que atuam na Operação Lava-Jato já não se
resume ao suborno pago a diretores da Petrobras para irrigar
contas de partidos da base governamental; o alvo, agora, é uma
planilha apreendida no escritório do doleiro Alberto Youssef –
o maior operador de propinas oriundas da estatal de petróleo.
O documento elenca 747 projetos que figuram entre as maiores
obras em andamento no país. Vão de hidrelétricas a hidrovias e
irrigação contra a seca, além de extração petrolífera”.

A planilha menciona mais de cem empreiteiras. Dos


empreendimentos, “41% nada têm a ver com petróleo; as 34
páginas do documento mostram o cliente, o nome de um
contato na firma, telefones, o cliente final, no que consiste o
empreendimento, a data da proposta e um valor” (DC, 15dez14,
editado). E isso tudo não é a coisa toda: “Gasto de estatais com
publicidade sobe 65%. Empresas controladas pelo governo
federal gastaram com propaganda R$ 16 bilhões no período
entre 2000 e 2013. Petrobras, Caixa e Banco do Brasil
gastaram 86% desse valor” (FSP, 17dez14). E ainda faltam,
nesse rol de “aparelhamento”, as milhares de ONGs. Nossas
ONGs, salvo exceção, são financiadas por estatais. Em geral,
são “aparelhinhos” que empregam “companheiros” militantes
Brasil afora.

Estamos submetidos a uma troyka maligna composta de


políticos e outros altos agentes públicos + agentes econômicos
+ agentes financeiros (bancos da “lavanderia”), que são ladrões
da alta sociedade que dominam o poder e o mantêm, porque
quando não estamos distraídos e exaustos pelo trabalho ou
mesmo pelo entretenimento, preferimos não abordar
seriamente temas cruciais como o descontrole da inflação e das
contas públicas, os aumentos de impostos e da gasolina, a falta
de água e de luz, a insegurança pública, a violência, o
financiamento das campanhas eleitorais caríssimas, a reeleição
dos corruptos, a educação de péssima qualidade, os serviços
públicos de quinta categoria etc.

Adicionalmente, a triste verdade é que a maioria da população


sabe que a criminalidade organizada de alto coturno (granfina)
está nos roubando da forma mais suja e vergonhosa que se
pode imaginar, surrupiando parcelas percentuais a cada dia,
porém todos os dias, por meio de milhares de transações
fundadas em letras pequenas, mas ignora, ao mesmo tempo,
que toda essa roubalheira estrutural não passa de sinais de um
gigantesco sistema, ou seja, de um imenso mecanismo social
de dominação (e de exercício de poder – ver Taibbi, Cleptopía:
60-61), que a quase totalidade dos brasileiros não sabe nem
sequer que existe. Essa é a triste verdade! É uma verdade triste
conviver com isso.
P. S. Participe do nosso movimento fim da reeleição (veja
www.fimdopoliticoprofissional.com.br ). Baixe o formulário e
colete assinaturas. Avante!

Luiz Flávio Gomes ( In Memoriam 01/04/2020 )


Por Um Brasil Ético

Criador do movimento de combate a corrupção, “Quero um Brasil Ético”. Professor, Jurista,


Deputado Federal por São Paulo e Membro da CCJ. Foi Delegado, Promotor de Justiça e
Juiz de Direito, exerceu também a advocacia. Fundou a Rede LFG, democratizando o ensino
jurídico no Brasil. Diretor-presidente do Instituto de Mediação Luiz Flávio Gomes. Doutor
em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri. Mestre
em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Publicou mais de
60 livros, sendo o seu mais recente “O Jogo Sujo da Corrupção”. Foi comentarista do Jornal
da Cultura. Escreve para sites, jornais e revistas sobre temas da atualidade, especialmente
sobre questões sociais e políticas, e seus desdobramentos jurídicos.

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