A frase de Thomás Oliveira, Vice-Presidente Global de Vendas da AMBEV,
na campanha da empresa intitulada “AMBEV. Feita por gente e sonhos”, ressalta a importância de estimularmos o talento e os sonhos das pessoas dentro da organização. Mais do que uma expressão de efeito, a afirmação chama a atenção pela verdade que ela encerra e pela contemporaneidade das palavras. Ideias não respeitam organograma, cargo, escolaridade, cor, religião, idade, status social. Ideias não têm endereço nem hora marcados. Neste exato momento, elas podem estar ocorrendo em qualquer ponto: nos corredores da empresa; no bate-papo com amigos numa mesa de bar; numa cafeteria; na reclamação/sugestão de um cliente no Twitter; na troca de e-mails dentro da organização; enfim, em inúmeros lugares. Isso explica o crescente número de empresas que voltam suas atenções para as redes sociais, procurando internalizar a experiência dessa dinâmica forma de comunicação, com o intuito de reproduzir internamente o mesmo ambiente colaborativo e fomentador de insights da web. Mas afinal, o que são as redes sociais e qual o seu papel na sociedade e nas organizações? Com vocês, Augusto de Franco:
http://www.vimeo.com/10260319
Uma pesquisa do psicólogo canadense Daniel Ansari descreve que o
processo criativo se desdobra em duas etapas. A primeira chama-se de “divergente”, é a geração de ideias distintas. A segunda é a da “convergência”, a combinação dessas ideias para a obtenção do melhor resultado possível. Pela descrição de Ansari, podemos inferir que é exatamente na segunda etapa que entra o papel das redes sociais. Endossando o conceito, o escritor e jornalista inglês Matt Ridley, em palestra proferida no TED, com o sugestivo título “Quando as idéias fazem sexo”, argumenta que através da história, o motor do progresso humano tem sido o encontro e acasalamento de ideias para criar novas ideias. Segundo Ridley, o QI é irrelevante. A diferença reside no modo como as pessoas estão comunicando ideias e quão bem estão cooperando, não quão inteligentes são os indivíduos. O cérebro coletivo é o que importa.
Os argumentos não cessam por aí. Complementando o raciocínio, o
Psicólogo Guy Kawasaki, ex-colaborador da Apple, e dono de um currículo invejoso: autor de nove livros sobre inovação, investidor de empresas de tecnologia no Vale do Silício e dono de um MBA da Universidade da Califórnia (UCLA), afirma que mais importante do que teorizar é colocar as boas idéias em prática. “Ter um MBA não me ajudou muito. Ir para o mercado e tentar emplacar sua ideia é muito mais importante do que buscar teorias na universidade”, afirma. Em seu blog, Kawasaki informa que gostaria de incluir algumas histórias pessoais de encantamento em seu próximo livro. Qualquer pessoa pode contribuir com sua história, desde que, dentre outros requisitos, o texto seja escrito a partir de sua experiência pessoal e não uma visão externa e acadêmica. Se você tem uma experiência interessante e que mereça ser relatada, o ensaio, contendo no máximo 150-200 palavras, pode ser enviado para guykawasaki@gmail.com.
Questionado sobre as práticas de inovação, Laércio Cosentino, Diretor da
TOTVS, uma das maiores empresas de softwares de gestão da América Latina revela: “Tínhamos um site, o Inove, para discussão de novos conceitos, que eram premiados. Estamos remodelando esse processo em sintonia com as redes sociais, que são fantásticas para a construção coletiva da inovação. Também temos uma pesquisa anual de clima que é usada para direcionar estrategicamente o negócio. E qualquer pessoa pode enviar uma contribuição a mim. Hoje não dá para dizer que os grandes passos da Totvs foram decisões de uma ou duas pessoas”. (Fonte: Revista Época Negócios – N° 43 – Setembro/2010).
Cremos que a importância de fomentar as idéias em todos os níveis funde-
se com o papel das redes sociais, ambos residem na inquestionável certeza de que todos nós conhecemos pequenas partes, mas nenhum de nós sabe o todo. Se por um lado precisamos ter humildade para reconhecer que nosso conhecimento não é absoluto, portanto, não dispomos de todas as respostas; por outro, precisamos vencer a síndrome da vitrine, ou seja, achar que a simples exposição de nossos produtos e serviços é suficiente para atrair nossos clientes. É preciso avançar mais e mais nas necessidades do mercado, dialogar, ouvir, antecipar os anseios dos clientes, para então conceber produtos e serviços que se traduzam em experiências essenciais e gratificantes. Isso só é possível mediante compartilhamento de idéias, pensamentos, sonhos, expectativas, etc. Hoje, o conhecimento é um bem muito volátil, pois, estando em constante mutação, a única forma de retê-lo na organização é compartilhá-lo constantemente.
http://www.vimeo.com/12633312
Encerro o artigo de hoje utilizando-me das palavras de Michael Lebowitz –
CEO e fundador da Agência Big Spaceship – NY, em entrevista para a Revista Wide:
“Há muito talento no Brasil. É quase assustador!”
Com certeza, há muitos talentos e excelentes ideias fluindo nos corredores da sua Empresa. A questão é como convergi-los, combiná-los, potencializá-los e viabilizá-los?