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Doutoranda em Transportes e Mestre em Ciências Cartográficas, Docente, Fac. de Engenharia Civil (FECIV) – Universidade Federal
de Uberlândia (UFU).
3 e-mail: brunodeoliveira38@hotmail.com ( B. O. Lázaro )
Discente de graduação em Engenharia Civil. Faculdade de Engenharia Civil (FECIV). Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
4 e-mail: nishi@ufu.br ( L. Nishiyama )
Doutorado em Geotécnica. Professor Associado II. Instituto de Geografia (IGUFU). Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
FIGURA 3: Localização da Bacia Hidrográfica do Córrego Guaribas (em laranja) dentro do perímetro urbano (em
vermelho) do município de Uberlândia – MG.
FONTE: BERNARDES, 2007, modificado por PAVANIN, 2014.
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Por fim, na área rural, a bacia ocupa 8,12 cultivo de hortaliças são pouco expressivos.
km² e abrange quatro fazendas, sendo três de
grande porte e destinadas à agricultura e pastagem. 4.2 Análise de Multicritérios ou Álgebra de Mapas
Existe ainda, a Fazenda São Bento, que possui dois Este trabalho buscou aplicar a técnica de
galpões destinados à granja, além da criação gado Análise de Multicritérios (ou AHP - Analystic
de corte, distribuídos numa área de 31 alqueires. A Hierarchy Process) para elaborar um estudo acerca
fazenda ainda possui fossa e a captação de água é da vulnerabilidade à erosão do solo da Bacia
feita em uma das nascentes, através de uma bomba. Hidrográfica do Córrego Guaribas em Uberlândia –
Há ainda sete pequenas chácaras destinadas a MG. O termo Álgebra de mapas (AHP, ou Análise de
moradia e passeio, onde a criação de gado e o Multicritérios) foi popularizado a partir do livro
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Análise de
Multicritérios
(Álgebra de
Mapas)
4.3 Elaboração do Sistema de Informação marcações das curvas de nível das referidas cartas e
Geográfica (SIG) com o auxílio do software livre SPRING,
A elaboração dos mapas de disponibilizado pelo INPE (Instituto Nacional de
vulnerabilidade do solo da Bacia Hidrográfica do Pesquisas Espaciais), delimitou-se a área referente à
Córrego Guaribas só foi possível mediante a Bacia Hidrográfica do Córrego Guaribas (Figura 7).
elaboração prévia de um SIG digitalizado com A metodologia para a caracterização e
informações e dados com referenciais geográficos mapeamento de categorias de uso do solo baseou-
precisos a respeito da área de estudo. Para tanto, se em
buscou-se discriminar quais seriam as principais Rosa (2005), que define as seguintes
variáveis e parâmetros informativos que etapas:
influenciariam de maneira significativa na
potencialidade de erosão e vulnerabilidade do solo • Elaboração de um mapa base que
local. contenha os limites da área de estudo,
Desta maneira, escolheram-se os drenagem, coordenadas, rodovias etc;
seguintes parâmetros para servirem como base do • Elaboração de uma chave de
banco de dados do SIG: fotointerpretação;
• Interpretação visual preliminar das
• Dinâmica de uso e ocupação do solo imagens, podendo assim estabelecer uma
da área de estudo; associação entre o que se identificou nas
• Topografia, relevo e declividade da imagens, com as correspondentes unidades
bacia hidrográfica; existentes no terreno.
• Classes de material inconsolidado
existente no local; Com a aplicação desta metodologia,
• Profundidade do nível d’água. estabeleceu-se parâmetros para categorizar as
classes de uso e ocupação do solo local, mediante a
correlação entre estes parâmetros e o banco de
4.4 Estudo de uso e ocupação do solo dados de imagens de satélite obtidos via Google
Para o estudo da dinâmica de uso e Earth. A correlação destes dados se deu mediante,
ocupação do solo da área da bacia, buscou-se novamente, a utilização da plataforma SPRING para
promover a compilação dos mapas de uso e obtenção de uma interface digitalizada e infográfica
ocupação do solo local, referentes ao ano de 2013. dos mapas temáticos estabelecidos. Terminada esta
Para tanto, foram utilizadas um número etapa de análise e geoprocessamento, elaborou-se
desconhecido de imagens de vários satélites, o mapa de uso e ocupação do solo da Bacia
oriundas do software livre GoogleEarth, versão Hidrográfica do Córrego Guaribas em 2013(Figura
profissional. 8).
Assim, foram utilizadas imagens de Todos os tipos de usos e ocupações do
satélite para a delimitação da área Bacia solo presentes no mapa de 2013 receberam pesos
Hidrográfica do Córrego Guaribas em conjunto com indicando o seu grau de fragilidade. Nesse sentido,
as cartas topográficas editadas pelo Ministério do situações agravantes observadas nos trabalhos de
Exército-Departamento de Engenharia e campo empreendidos foram apontadas, agregando
Comunicação MI-2488/1-NE e MI-2451/3-SE valores atribuídos aos pesos, como demonstrado no
Uberlândia, na escala 1:25.000, já digitalizadas pelo Quadro 1, os quais resultaram em alguns casos, na
Instituto de Geografia da Universidade Federal de mudança de uma classe de fragilidade inicialmente
Uberlândia (IGUFU). Dessa forma, observando as menor, para outra classe superior.
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4.6 Estudo da composição geotécnica do solo os solos arenosos, com espaços porosos maiores,
Em relação ao material inconsolidado da durante uma chuva de pouca intensidade, pode
área de drenagem do Córrego Guaribas, foram absorver toda água, não havendo nenhum dano. Na
área da bacia do córrego das Guaribas, constatou-se
avaliadas características referentes à granulometria
que os solos de origem basáltica (Formação Serra
de cada tipo de unidade, fato que foi determinante
Geral) são pouco comuns, ocupando apenas o
para o estabelecimento das classes de fragilidade
equivalente a 2,5% da área total dentro do limite da
das mesmas. Dentro dessa lógica, foi pensado que,
bacia.Os solos da formação Marília ocupam a maior
no caso da erosão do solo, quando maior for à
parte da área, 86% do total. Os solos hidromórficos,
quantidade de arenitos da fração areia presentes na são encontrados exclusivamente onde há veredas,
constituição de determinado tipo de solo, maior ocupando 8% da área total. Os solos do tipo Colúvio
será seu peso e consequentemente mais critica será Serra Geral e Marilia, ocupam aproximadamente
sua classe de fragilidades (Quadro 3). 3,5% da área total da bacia do córrego das Guaribas.
Considerou-se, desta forma, que quanto
maior a presença de arenitos da fração areia na 4.7 Estudo da profundidade do nível d’água
constituição de determinado tipo de solo, maior a Com relação à profundidade do nível de
sua vulnerabilidade a erosão. Isto ocorre visto que água, os pesos e classes de fragilidade foram
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atribuídos considerando que, quanto mais raso o gerou-se o mapa de vulnerabilidade ambiental do
nível da água, maior será sua influência sobre os solo à erosão para o ano de 2013 (Figura 10),
processos erosivos e de contaminação das águas do identificando cinco classes de fragilidade com
córrego, logo possuirá um valor de vulnerabilidade intervalos diferentes para cada mapa:
maior. Dentro dessa lógica e das profundidades
identificadas no limite da bacia do Córrego das • Vulnerabilidade Muito Baixa: corresponde a
Guaribas, foi considerado que as áreas possuidoras valores ≤ 5;
de lençóis d’água com profundidades inferiores a 2 • Vulnerabilidade Baixa: corresponde a todos
metros, estrão em uma condição de extrema os valores entre o intervalo 5 < X ≤ 8;
fragilidade, logo possuirão o peso máximo tanto em • Vulnerabilidade Média: corresponde a
relação à vulnerabilidade a erosão quanto à todos os valores entre o intervalo 8 < X ≤ 12;
contaminação química da água. Já as localidades • Vulnerabilidade Alta: corresponde a todos
onde a profundidade é superior a 20 metros, estão os valores entre o intervalo 12< X ≤ 15;
em uma condição de fragilidade muito baixa e
• Vulnerabilidade Muito Alta: corresponde a
possuíram um peso muito baixo, como
todos os valores entre o intervalo15 < X ≤
demonstrado pelo Quadro 4.
19.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Assim, com base na interpretação dos
Considerando o somatório dos pesos de mapas previamente elaborados e tabelas
fragilidade para cada atributo, os mapas de anteriormente expostas, elaborou-se uma tabela
declividade, uso e ocupação, materiais matriz contendo os valores numéricos referentes
inconsolidados e profundidade do nível de água aos valores de vulnerabilidade do solo da área da
foram sobrepostos por meio da aplicação de bacia (Quadro 5) a fim de facilitar a compreensão
técnicas de geoprocessamento. Desta maneira, destes processos.
FIGURA 10: Mapa de vulnerabilidade à erosão do solo na Bacia Hidrográfica do Córrego Guaribas.
FONTE: Adaptado de Pavanin (2013).
Vulnerabilidade 2013
Área (km²) Área (%)
Muito alta 0,240636 1,7
Alta 3,489230 14,5
Média 18,047745 74,3
Baixa 2,286047 9,5
Muito baixa 0 0
TOTAL 24,06366 100
FONTE: Autores.
Assim, os dados expressos no Quadro 5 cenário, estas áreas tiveram os seus valores de
mostram que, da totalidade da área da bacia, vulnerabilidade do solo elevados pela presença de
apenas 1,7% apresentam índices de vulnerabilidade vários agravantes, tais como lançamento direto de
classificados como muito altos. Esta elevada esgotos e águas pluviais, ausência de APPs
fragilidade é decorrente de vários fatores, tais como devidamente regularizadas, de acordo com os
a baixa profundidade do lençol de água, o tipo de padrões estabelecidos em legislações ambientais,
material inconsolidado (solos residuais da formação presença de vários tipos de animais (aves, suínos,
Marília) e anormalidades presentes no uso e equinos e bovinos) dentro das APPs e proximidade
ocupação (casas e criação de dentro da área de com a área urbana.
APP). Assim, pode-se dizer que tal cenário do
Além disso, os usos e ocupações uso e ocupação se constitui, atualmente, como o
identificados na área em vermelho na Figura 10 principal agravante para esse elevado índice de
foram os de Mata Ciliar e área Urbana. Neste vulnerabilidade. Além disso, as áreas classificadas
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