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REVISTA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

Vol. V, Nº.5, Ano 2010


O USO DE EPI’S E EPC’S PELOS
TRABALHADORES NOS
CANTEIROS DE OBRAS DE UMA
EMPRESA DA CONSTRUÇÃO
CIVIL DE CAMPO GRANDE - MS
Marcio de Jesus Costa
Anhanguera Educacional
marcio_tst@yahoo.com.br
RESUMO
Andressa Maciel
Anhanguera Educacional Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de verificar o
perfil e o entendimento sobre segurança e saúde
andressa.Maciel@unianhanguera.edu.br
ocupacional do trabalhador da construção civil em canteiro
de obras identificando o conhecimento a cerca das medidas
de proteção individual e coletivas existentes. Para tanto,
Rosemary Matias utilizou-se de um questionário semi-estruturado com
Anhanguera Educacional Uniderp. quatorze perguntas abertas e fechadas para coletada de
rosematias@yahoo.com.br dados. As respostas foram tabuladas, analisadas e a partir
destes dados constatou-se que os colaboradores em canteiro
de obras, em sua maioria, encontram-se na faixa etária entre
26 e 30 anos. O tipo de mão-de-obra com maior ocupação é
a de ajudante/servente. Estes trabalhadores exercem a
mesma profissão entre 6 e 10 anos, entre os equipamentos
de proteção coletiva o mais utilizado é o bandejão. O
acidente mais comum ocorreu com objetos cortantes.
Sessenta por cento dos colaboradores não utiliza
equipamentos de proteção individual. Entre os problemas de
saúde destaca-se os ergonômicos e os exames de saúde não
são realizados com periodicamente. O uso de equipamentos
de proteção individual e coletivo são aprovados por 100%
dos entrevistados, porém consideram o grau de conforto
pequeno e pouco funcional, apesar de receberem
treinamento para o uso de máquinas e equipamentos no seu
trabalho. A oferta de cursos e palestras para orientação
quanto ao uso de EPI’s e EPC’s oferecido pela empresa são
semanais. Conclui-se que os colaboradores do canteiro de
obras consideram importante e funcional o uso de EPI’s
quanto de EPC’s apesar do pouco conforto e que o
treinamento de máquinas e equipamentos é semanal.

Palavras-chave: Segurança; Saúde ocupacional; Trabalhador da


construção civil.

Anhanguera Educacional S.A.


ABSTRACT
Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000
Valinhos, São Paulo
This study was carried out to
CEP. 13.278-181 verify the profile and
rc.ipade@unianhanguera.edu.br
understanding of occupational health and safety of
Coordenação construction worker on construction site identifying the
Institutoknowledge
de Pesquisas Aplicadas
about ethe measures to protect individual and
Desenvolvimento Educacional - IPADE
collective existence. To this end, we used a semi-
structured questionnaire with fourteen open and closed
questions to collected data. The responses were

1
2 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS
tabulated, analyzed and
from these data it was
found that employees in
construction site, most of
them are aged between 26
and 30 year.

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Marcio de Jesus Costa, Andressa Maciel, Rosemary Matias. 3

The kind of manpower with higher occupancy is the helper / servant. These workers
perfom the same job between 6 and 10 years, between the collective protection
equipment is used as the cafeteria. The accident occurred most commonly with sharp
objects. Sixty percent of employees do not use personal protective equipment. Among
the health problems, stands out the ergonomic and health checks are not made
regularly. The use of personal protective equipment and collective are approved for
100% of respondents, but consider the small degree of comfort and not functional,
despite receiving training in the use of machinery and equipment in their work. It offers
courses and lectures for guidance on the use of PPE's and EPC's are offered by the
company weekly. It follows that employees of the construction site as important and
functional use of PPE as EPC's in spite of little comfort and that the training of machinery
and equipment weekly.

Keywords: Safety, Occupational Health; Construction worker

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o acidente de trabalho é um problema que atinge todos os


setores produtivos da economia nacional, sendo um dos países em que o número
de acidentes de trabalho fatal atinge um dos mais elevados do mundo, ocupando
o quarto lugar em número de mortes (ABP, 2003).
Enquanto agentes sociais, as empresas devem contribuir para a redução
de acidentes, porém, pode ser que isso não ocorra de forma efetiva pelo fato de
tomarem como base, essencialmente, o cumprimento das normas do Ministério
do Trabalho e Emprego e a Previdência Social; as primeiras prescritivas quanto
aos controles a serem adotados e a segunda com foco na compensação dos
acidentados (BRASIL, 2003).
Neste contexto, está a indústria da construção civil que apesar nas duas
últimas décadas estar sendo impulsionada, por um lado pelo crescimento
demográfico, principalmente nas capitais brasileiras, e, por outro lado pela
política econômica brasileira (IRIART et al., 2008), a saúde do trabalhador neste
setor econômico ainda é incipiente (MINAYO-GOMEZ; THEDIM-COSTA, 1997).
Segundo o SESI (2003), a indústria da construção civil apresenta altos
índices de acidentes de trabalho, principalmente devido às duras condições de
vida dos canteiros de obras, vivenciada pelos trabalhadores.

A falta de segurança é outra característica marcante, a pesquisa revela


que cerca de 90% dos funcionários recebem EPIs da empresa, sendo que
57,4% têm garantida sua reposição gratuita quando danificados, 32,6%
não tem direito a reposição, 7,6% simplesmente não recebem e outros
1,8% compram da empresa (SESI apud FORTES et al., 2010, p. 3).

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4 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS

O setor da construção civil compreende múltiplos fatores que predispõe o


trabalhador a riscos de acidentes, dentre os quais, instalações provisórias
inadequadas, jornadas de trabalho prolongadas, serviço noturno, a falta de uso
ou uso de maneira incorreta do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e a
falta do Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) (ARAÚJO, 2003).
Conforme a NR-06 “Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Ou
seja, são uns instrumentos de uso pessoal que tem como finalidade neutralizar a
ação de certos agentes agressores e proteger o trabalhador contra possíveis
danos à saúde” (BRASIL, 2003).
A NR-6 estabelece que o EPI de fabricação nacional ou importado, só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL,
2003).
Tem-se que é obrigatório o fornecimento pela empresa, aos trabalhadores,
de forma gratuita, EPI adequado ao risco, em pleno estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes situações:

1) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa


proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
2) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e,
3) Para atender a situações de emergência (FORTES et al, 2010, p. 4).

O capacete é classificado, conforme NR-6 , como um EPI para proteção da


cabeça. O tipo de capacete utilizado na construção civil é o capacete de
segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio (BRASIL,
2003).
Na construção civil, de acordo com Araújo (2003), existe uma gama
infindável de fatores que predispõe o trabalhador aos riscos de acidentes, tais
como instalações provisórias inadequadas, jornadas de trabalho prolongadas,
serviço noturno, falta de uso ou uso de maneira inadequada do EPI e a falta do
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).
Considerando o exposto, foi desenvolvido um estudo relacionando o uso
de EPI’s e EPC’s pelos colaboradores nos canteiros de obras de uma empresa da
construção civil, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, como objetivo de verificar o

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perfil e o entendimento sobre segurança e saúde ocupacional do trabalhador em


um canteiro de obras e identificar o conhecimento a cerca das medidas de
proteção individual e coletivas existentes caracterizando os equipamentos de
proteção individuais (EPI) e coletivos (EPC).

3 METODOLOGIA

Para desenvolver este estudo, sobre a segurança e saúde ocupacional dos


trabalhadores da construção civil em um canteiro de obras de uma empresa da
Construção civil de Campo Grande-MS optou-se pela pesquisa bibliográfica,
qualitativa e de campo.
O estudo limita-se à questão da segurança e saúde ocupacional de
trabalhadores da construção civil em um canteiro de obras de uma empresa da
Construção civil de Campo Grande-MS. Os critérios de inclusão para esta
pesquisa foram: ser trabalhador da construção civil, estar inserido no quadro
funcional da empresa e ser devidamente contratado. Para sua análise utilizou-se
a leitura interpretativa com foco no referencial teórico para compreensão e
discussão dos resultados obtidos.
Foram entrevistados 10 (dez) trabalhadores de um canteiro de obras por
meio de um questionário semi-estruturado com questões abertas e fechadas
(quatorze), abordando dados pessoais (sexo¸ idade) e dados referentes a sua
atuação dentro da empresa: função; tempo de serviço; uso,
orientação/treinamento, conforto e funcionalidade dos EPCs e EPIs; acidentes no
trabalho; doenças; freqüência de exames médicos). O período de
desenvolvimento da pesquisa de campo foi de março a junho de 2010. Os dados
foram tabulados e os resultados analisados frente a NRs 06; 18 e dados
consultados na literatura.

Aspectos éticos: Em relação aos aspectos éticos, o projeto de pesquisa foi


encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (processo 000/000), tendo sido
aprovado. Para a realização do termo de consentimento foi utilizado os
Requisitos mínimos de protocolo de pesquisa, fundamentado na Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

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6 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS

4 RESULTADOS E ANÁLISES

Nesta pesquisa foram entrevistados 10 trabalhadores, sendo 100% do


sexo masculino, com faixa etária entre 26 e 30 anos (30%). As demais faixas
etárias contam com os seguintes percentuais: 19 e 25 = 10%; 31 e 35 = 20%; 36
e 40 = 20%; e de 41 anos acima = 20% (Figura 1).
Os colaboradores em canteiro de obras da Empresa pesquisada em sua
maioria encontram-se na faixa etária entre 26 e 30 anos. No trabalho realizado
por Silveira et al. (2005, p.41) dos 150 trabalhadores da construção civil
acidentados 26,7 % tinham idade entre 21 e 30 Anos. Saad; Xavier; Michaloski
(2006, p.5) ao avaliarem o risco ergonômico durante a tarefa do levantamento
de paredes em alvenaria, por trabalhadores terceirizados de uma pequena
empresa da construção civil na região de Ponta Grossa, Paraná, verificaram que
dos intrevistados foi de 25 a 48 anos. Para Saad et al. (2007, p. 5) a idade média
de trabalhadores da construção civil na região de Ponta Grossa – PR é de 30,6
anos. Em trabalho realizado por Oliveira e Iriart (2008, p.440) com trabalhadores
da construção civil na Bahia a faixa etária variavam entre 19 e 61 anos.

20% 10% entre 19 e 25 anos


entre 26 e 30 anos
entre 31 e 35 anos
30%
20% entre 36 e 40 anos
20% 41 anos acim a

Figura 1: Apresenta o gráfico representado a faixa etária dos 10 entrevistados.

Essa faixa etária é predominantemente na maioria das empresas da


construção civil. Talvez, este fato justifica-se pelo esforço físico que a atividade
na construção civil requer, uma vez que, com o passar dos anos, os indivíduos
tendem a ter um menor vigor físico, fator este que se identifica como uma
barreira na contratação de quem tem maior idade.
O tipo de mão-de-obra com maior ocupação em canteiro de obra da
empresa é a de ajudando/servente, que representa 40% do universo envolvido
na pesquisa. As demais ocupações são: 20% pedreiro; 10% carpinteiro; 10%
armador; 10% eletricista; e 10% encanador (Figura 2).

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Ajudante /Se rve nte


10%
10% Pedre iro
40%
Carpinte iro
10% Arm ador
10% Ele tricista
20%
Encanador

Figura 2: Apresenta o gráfico representado o tipo de mão-de-obra dos 10 entrevistados.

A função com maior número de colaboradores no canteiro de obras é a


função de ajudantes e/ou serventes. Nela se encontra o colaborador menos
preparado para a atividade, com o menor grau de instrução. Geralmente,
analfabeto ou semi alfabetizado, originam-se de sub-empregos da área urbana
ou de atividade rural. São os que têm o maior desgaste físico no
desenvolvimento de suas atividades face à excessiva carga de trabalho, os que
têm a menor remuneração mensal e quase sempre nenhum reconhecimento
pelos trabalhos realizados.
O tipo de mão-de-obra com maior ocupação em canteiro de obra da
empresa é a de ajudando/servente. Nessas funções encontram-se o colaborador
menos preparado para a atividade, com o menor grau de instrução. São os que
têm o maior desgaste físico no desenvolvimento de suas atividades, a menor
remuneração mensal e quase sempre nenhum reconhecimento pelos trabalhos
realizados.

20% 10% entre 1 e 5 anos


entre 6 e 10 anos
entre 11 e 15 anos
30%
20% entre 16 e 20 anos
20% 21 anos acim a

Figura 3: Apresenta o gráfico 3 o tempo de serviço na mesma profissão dos 10


entrevistados.

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8 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS

A figura 3 demonstra que 30% dos colaboradores da empresa exercem a


mesma profissão entre 6 e 10 anos, ao passo que os demais contam com os
seguintes tempos de serviços na mesma profissão: 20% entre 11 e 15 anos; 20%
entre 16 e 20 anos; 20% 21 anos acima; e 10% entre 1 e 5 anos.

No trabalho realizado por Saad (2007, p. 05) o tempo de serviço dos


trabalhadores na área de construção civil entrevistados é de 3 a 9 anos. Além
disso, neste trabalho é relacionado o tempo de serviço com a dor sendo que a
média de tempo de serviço dos trabalhadores sem dor foi de 5,78 anos e a
média dos obreiros com dor foi de 11,95 anos.

Com base no questionário aplicado ficou evidente que o tempo de serviço


na mesma função depende do interesse exclusivo de cada colaborador. Como os
treinamentos para aprendizagem de novos ofícios são raros, o colaborador
geralmente aprende uma nova função na prática, na simples observação e em
tentativas próprias.
Nos últimos anos, percebe-se certa desmotivação entre os operários da
construção civil, com um número reduzido de colaboradores buscando a
formação em funções especializadas (Fortes, 2008 p.13).
O equipamento de proteção coletiva mais utilizado é o bandejão, segundo
60% dos colaboradores. Para os demais, 20% é a coifa de serra, e outros 20% é
o guarda corpo.
A maioria dos colaboradores (80% deles), tem entendimento sobre
acidente de trabalho durante o serviço, enquanto que outros 20% não tem esse
entendimento.
Em relação aos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’c), o mais
utilizado é o bandejão. No que tange ao entendimento sobre acidente de
trabalho durante o serviço a maioria tem o entendimento necessário sobre
acidente de trabalho durante o serviço, justificando que um simples tropeço em
um tijolo deixado fora do local adequado constitui um acidente, mesmo sem
ocorrer algum tipo de lesão.
De acordo com Fortes (2008, p.15) identificamos também de importante é
que os trabalhadores têm consciência da necessidade do uso dos equipamentos
de segurança e aprovam quanto ao conforto e quanto à conveniência, no entanto
desconhecem e por isso não cobram a implantação de mais EPCs na obra.
O fato da grande maioria dos colaboradores identificar acidente que
ocorrem durante o serviço, demonstra que os mesmos têm uma correta
definição do assunto. Evidencia que entendem que um simples tropeço em um

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tijolo deixado fora do local adequado ou bater com a cabeça em um simples e


pequeno pedaço de madeira constitui um acidente, mesmo sem ocorrer algum
tipo de lesão. Neste ponto, se começa a entrar na questão de organização e
limpeza dos canteiros de obra, fator essencial na prevenção de acidentes.
Os acidentes ocorridos no canteiro de obra recentemente (menos de 1
anos), foi com objetos cortantes (50% dos casos). Os demais acidentes foram:
30% queda e 20% pregos.
Para se conseguir reduzir os acidentes em obras, principalmente com
objetos de corte, se faz necessário um esforço conjunto, tanto dos colaboradores
como dos empregadores, pois, nota-se que os empregadores realizam as
principais exigências legais, neste assunto. Porém, muitas vezes deixam a
desejar no que se refere à implementação e manutenção dos programas de
segurança. Por outro lado, é preciso uma maior conscientização dos
colaboradores, com relação a estes assuntos.
Os resultados baseiam-se na pesquisa bibliográfica desenvolvida por
Cunha (2006) sobre o uso de equipamentos de proteção individual e coletivo
pelos operários trabalhadores em obras da construção civil no Brasil, visando à
implantação de programas de gestão da segurança direcionados à proteção
individual e coletiva dos trabalhadores em canteiros de obras.
De acordo com o art. 7º da Constituição Federal, “São direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: [...] Inc. XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança”. Em relação à CLT, art. 157 –
Cabe às empresas:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de
ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido
de evitar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais; III
– adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo
órgão regional competente; IV – facilitar o exercício da
fiscalização pela autoridade competente.

Sobre acidentes ocorridos no canteiro de obra recentemente (menos de 1


ano), foi com objetos cortantes. Para se conseguir reduzir os acidentes em obras,
principalmente com objetos de corte, se faz necessário um esforço conjunto,
tanto dos colaboradores como dos empregadores, pois, nota-se que os
empregadores realizam as principais exigências legais, neste assunto.
A maioria dos colaboradores (60% deles) não utiliza equipamentos de
proteção para evitar ocorrência de acidentes, enquanto que outros 40%

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10 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS

utilizam. O fato da maioria não utilizar talvez deva-se à conscientização de cada


um, ou que os empregadores deixam a desejar em relação à segurança.
No que se refere à utilização de equipamentos de proteção para evitar
ocorrência de acidente, a maioria dos colaboradores não utiliza equipamentos de
proteção. O fato da maioria não utilizar talvez deva-se à conscientização de cada
um, ou que os empregadores deixam a desejar em relação à segurança.
A evidência aspectos relacionados a doenças ou sintomas/problemas de
saúde dos colaboradores no canteiro de obras, destacando-se, que 50% deles
têm problemas ergonômicos; 30% não têm problemas; 10% têm problemas de
audição e 0utros 10% têm problemas de visão.
De acordo com o MTE (2004), o artigo 6º, parágrafo 3º da Lei Orgânica da
Saúde (Lei Federal 8080/90), estabelece: “entende-se por saúde do trabalhador,
para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações
de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho”. Ainda segundo a mesma fonte, o direito dos trabalhadores à redução
dos riscos para a saúde presentes no trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança está inscrito no artigo 7º da Constituição Federal.
Os colaboradores têm o direito ao trabalho em condições seguras e
saudáveis não dependentes à existência de vínculo trabalhista, ao caráter e
natureza do trabalho (SCHAAB, 2010).
Desse modo, por segurança e saúde no trabalho entende-se o conjunto de
medidas que são seguidas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade física e a capacidade de trabalho
do colaborador. Segundo Lambert et al. (2003, p.8), segurança é a garantia de
uma condição satisfatória de bem estar físico e mental ao trabalhador, no
trabalho para a empresa e se possível, fora do ambiente dela (em viagem de
trabalho, no lar, no lazer, etc.).
Quanto a doenças ou sintomas / problemas de saúde no canteiro de obras,
destacando-se, problemas ergonômicos. Em relação à freqüência em que faz
exames de saúde, a maioria dos colaboradores não faz exames periodicamente.
Maioria dos colaboradores (60%) deles, não fazem exames
periodicamente; 30% realizam exames uma vez por ano e 10% somente quando
a empresa solicita.

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A empresa deve dar a devida importância aos exames periódicos,


oferecendo a todos trabalhadores sem exceção, pois o cuidado periódico com a
saúde previne e idêntica doenças que poderão ser tratadas no inicio.
O PCMSO (Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional) (NR-7) -
visa a realizar exames admissionais, periódicos e demissionais dos trabalhadores
(BRASIL, 2002).
Todos os colaboradores do canteiro de obras aprovam tanto o uso de EPI’s
quanto de EPC’s. É importante que eles tenham consciência da necessidade do
uso dos equipamentos de segurança e aprovem quanto ao conforto e quanto à
conveniência.
De acordo com 50% dos colaboradores consideram pequeno o grau de
conforto no uso de EPI’s. Outros 30% consideram médio; 10% grande; e 10% não
há conforto. Constata-se, também, que se faz necessário uma maior fiscalização
com relação à qualidade de alguns EPIs utilizados, pois para a maioria dos
colaboradores, os equipamentos de segurança causam desconfortos aos
trabalhadores, assim como uma maior conscientização por parte das empresas,
no sentido de fazer o melhor para se ter segurança no trabalho.
Percebe-se que 90% dos colaboradores aprovam o uso de EPI’s e EPC’s em
relação à funcionalidade. Apenas 10% não aprovam. No entanto, apesar de
aprovarem o uso, quanto à funcionalidade, parecem desconhecer a importância
do conforto, por isso não cobram a implantação de mais equipamentos de
segurança na obra.
Identificamos também de importante é que os trabalhadores têm
consciência da necessidade do uso dos equipamentos de segurança e aprovam
quanto ao conforto e quanto à conveniência, no entanto desconhecem e por isso
não cobram a implantação de mais EPCs na obra (FORTES, 2008).
Conforme a maioria dos colaboradores (80% deles) informa que recebem
treinamento para o uso de máquinas e equipamentos no seu trabalho. Outros
20% informaram não receber este treinamento.
A periodicidade de ofertas de cursos e palestras de orientação quanto ao
uso de EPI’s e EPC’s, é semanalmente.
A baixa qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por
parte das empresas em treinamento e desenvolvimento costumam ser algo
característico dessa indústria (ANDRADE; BASTOS, 1999).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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12 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS

Os dados produzidos neste estudo demonstram que os colaboradores de


um canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo Grande
-MS consideram importante e funcional o uso de EPI’s quanto de EPC’s apesar
do pouco conforto e que o treinamento de máquinas e equipamentos é semanal
e a periodicidade de ofertas de curso e palestras de orientação quanto ao uso de
EPI’s e EPC’s oferecido pela empresa.
Apesar de a pesquisa ter sido realizada em apenas um canteiro de obras
com um número reduzido de entrevistados, a mesma não descaracteriza a
realidade local como um todo, tornando-se necessária apenas uma análise crítica
na sua interpretação.
É importante que as empresas, elaborem e implantem um programa
prático de segurança e saúde no trabalho, pois é de fundamental importância
deixar o ambiente de trabalho agradável e mais seguro, contribuindo, assim,
para o aumento da produtividade do trabalhador. Cabe ainda ressaltar que é
vital estar analisando o uso de equipamentos de segurança e proteção dos
colaboradores em construção civil, bem como em trabalhos acadêmicos, pois
assim se podem ampliar os debates para a prevenção e o uso efetivo dos
mesmos.

REFERÊNCIAS

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Marcio de Jesus Costa, Andressa Maciel, Rosemary Matias. 13

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option=com_docman&task=doc_view&gid=38&Itemid=99> Acesso em 10 jun. 2010.
SILVEIRA, C.A.; ROBAZZI, M.L.C.C.; WALTER, E.V.; MARZIALE, M.H.P. Acidentes de
trabalho na construção civil identificados através de prontuários hospitalares. REM: R.
Esc., Ouro Preto, v.58, n.1, p.39-44, 2005.
TRIVIÑOS, A. N. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa
em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

PÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO PARA OS TRABALHADORES NOS CANTEIROS DE OBRAS

1) Faixa etária
( ) entre 19 e 25 anos ( ) entre 26 e 30 anos ( ) entre 31 e 35 anos

Revista de Ciências Exatas e Tecnologia • Vol. V, Nº. 5, Ano 2010 • p. 1-13


14 O uso de EPI´s e EPC´s pelos trabalhadores no canteiro de obras de uma empresa da construção civil de Campo
Grande/MS

( ) entre 36 e 40 anos ( ) entre 41 e 50 anos ( ) acima de 51 anos de idade

2) O seu tipo de mão-de-obra


( ) ajudante/servente ( ) pedreiro ( ) carpinteiro ( ) Armador
( )operador de carga ( ) encanador ( ) outros – Citar:
_______________________

3) Tempo de serviço na mesma profissão


( ) entre 1 e 5 anos ( ) entre 6 e 10 anos ( ) entre 11 e 15 anos
( ) entre 16 e 20 anos ( ) acima de 21 anos

4) Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) mais utilizado


( ) bandejão ( )coifa de serra ( ) outros – Informar:
______________________

5) Já se acidentou durante o serviço? ( ) sim ( ) não

6) Acidentes ocorridos no canteiro de obra recentemente (menos de 1 ano)


( ) com objetos de corte ( ) pregos ( ) quedas ( ) outros –
Citar:________

7) Em relação ao acidente ocorrido, estava utilizando equipamentos de proteção.


( ) sim ( ) não

8) Doenças ou sintomas / Problemas de saúde


( ) problema de visão ( ) problemas de audição ( ) problemas ergonômicos
( ) outros – Citar:
_________________________________________________________
( ) não tem problemas de saúde

9) Faz exames de saúde com que frequência?


( ) uma vez por ano ( ) outros – Citar:
____________________________________
( ) não faz exames periodicamente

10) Recebe orientação quanto ao uso de EPI’s e EPC’s?


( ) sim – Individual ( ) sim – Coletivo ( ) sim – Tanto individual quanto coletivo
( ) não recebe orientação quanto ao uso de EPI’s e EPC’s

11) Qual o grau de conforto no uso de Equipamentos de Proteção (EPI’s)?


( ) pequeno ( ) médio ( ) grande ( ) não há conforto

12) Quanto à funcionalidade dos EPIs e EPCs, você aprova o uso desses Equipamentos
de Proteção? ( ) sim ( ) não

13) Recebeu treinamento para o uso de máquinas e equipamentos no seu trabalho?


( ) sim ( ) não

14) Qual a periodicidade da oferta de cursos e palestras orientação dos operários quanto
ao uso de EPI’s e EPC’s?
( ) semanal ( ) mensal ( ) semestral ( ) anual ( ) não há oferta.

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Marcio de Jesus Costa, Andressa Maciel, Rosemary Matias. 15

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Acadêmico - Marcio de Jesus Costa


Engenheiro de Produção
marcio_tst@yahoo.com.

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Orientadora – Rosemary Matias


Prof. Dra. do Curso de Pós-Graduação
Engenharia de Segurança do Trabalho da
Faculdade Anhanguera – Campo Grande-
MS e Grupo de Pesquisa em Produtos
Naturais da Universidade Anhanguera –
Uniderp.
rosematias@yahoo.com.br

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Co-orientadora – Andressa Ertzogue


Maciel Souza
Engenheira Eletricista Especialista em
Engenharia de Segurança no trabalho
Coordenadora do Curso de
Especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho.
Centro Universitário Anhanguera de
Campo Grande.
andressa. maciel@unianhanguera.edu.br

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