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ALAN FELIPE DIAS DA SILVA

TURMA: 1000

RESENHA CRÍTICA:
SEMINÁRIO “MUSEU DE ARTE DE SÃO
PAULO ASSIS DE CHATEAUBRIAND”

Londrina
2020
Como consta no plano de curso, a matéria Teoria e História da Arquitetura e
Urbanismo IV C do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de
Londrina, tem como objeto de estudo as “Teorias e história da arquitetura brasileira
com foco do início do século XX ao momento contemporâneo; teorias e história da
criação e evolução das cidades brasileiras no século XX; a relação de ambos
conteúdos com a natureza, a cultura e a sociedade; sua interdependência com o
pensamento científico e artístico mais amplo”. Desta forma, a atividade avaliativa,
realizada através de um seminário de pesquisa, visa transmitir ao aluno o
conhecimento básico sobre o assunto além de possibilitar uma visão crítica sobre o
tema.
No dia 13 novembro de 2020, foram apresentadas três obras arquitetônicas,
que estavam cronologicamente organizadas da seguinte maneira, Casa de Vidro,
MASP e Sesc Pompeia, havendo assim uma sequência de complexidade entre as
obras. A escolha dos temas foi extremamente coerente, pois acabou por retratar a
evolução da arquiteta Lina Bo Bardi e sua importância para a Arquitetura Moderna
Brasileira. O seminário de pesquisa a ser analisado foi apresentado pela discente
Thaís Pelegrini Martins e teve como objeto de estudo o Museu de Arte de São Paulo
Assis de Chateaubriand, também conhecido como MASP.
O seminário se inicia com uma breve introdução, onde Thaís cita a
concepção do projeto em 1957 e sua inauguração em 1968, na avenida Paulista, em
São Paulo. Além de explicitar o incrível acervo do MASP, sendo este o primeiro museu
moderno do país, a discente deixa evidente a importância da obra tanto para a
arquitetura quanto para a arte.
A análise tem como ponto de partida a vida e carreira de Archilina di Enrico
Bo Bardi, arquiteta moderna da 3° geração, formada na Faculdade de Arquitetura da
Universidade de Roma durante a década de 30, trabalhou em revistas, casou-se e
montou seu próprio escritório que foi bombardeado por conta da guerra. Contudo,
Thaís destaca que foi no Brasil que Lina percebeu a possibilidade de concretizar novas
propostas de cultura e arquitetura, visto que era um país de recente formação e livre
do ambiente de guerra, nesse momento ficam claras as intenções da discente em
estabelecer relações entre a italiana e as oportunidades no Brasil.
É apresentado de forma bastante explícita a importância de três figuras
principais para o surgimento do museu, a aluna até os menciona como “o trio de ouro”,
sendo eles: Lina Bo Bardi, seu esposo Pietro Maria Bardi e o jornalista empresário e
político Assis Chateaubriand. O político tinha a intenção de criar um novo museu no
Brasil, que inicialmente tomou sede em um dos andares do prédio Guilhermo Guinle,
mas devido a expansão das atividades viu-se a necessidade de um novo local para o
museu.
Para que o edifício fosse implantado no local onde antes se localizava o
Trianon, seria necessário a manutenção da ampla vista que o belvedere possibilitava.
A autora do seminário torna evidente que o MASP através de seus pórticos
longitudinais tem como objetivo manter essa ampla vista e criar uma praça coberta,
porém, não leva em consideração que tal partido de projeto não se deve totalmente a
manutenção dessa premissa inicial, já que ao longo dos anos podem surgir novas
explicações e justificativas que venham a valorizar a concepção do projeto de forma
desleal.
Para tornar possível a compreensão total das relações entre o edifício e o
meio urbano no qual está inserido, é interessante fomentar a atenção especial de
Thaís em detalhar a história, localização, tipos de uso e edificações vizinhas ao local.
Pouco antes de adentrar-se na análise arquitetônica do edifício alvo desse
seminário, a discente preocupou-se em detalhar a situação da arquitetura do século
XX, através de referências como o Ministério da Educação e Saúde, o Plano Piloto
Urbanístico, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Além disso, foram apresentadas novas
técnicas e processos construtivos da época, tornando visível o conhecimento e
compreensão da aluna sobre teoria e história da arquitetura, que a permitiu
estabelecer paralelos entre as obras. Outra importante referência do ponto de vista
plástico estrutural é o Museu de São Vicente, onde a presença de pórticos transversais
são inspiração para os pórticos longitudinais do MASP, que formam um exoesqueleto
estrutural, tal relação fica evidente através das imagens apresentadas.
Por volta dos 24 minutos de apresentação, a aluna inicia a análise da obra
em si, onde dedica-se a explicar as condições topográficas do terreno, facilitando
assim a compreensão dos pavimentos e acessos ao prédio, destacando o formato
pentagonal do quarteirão. Ao situar geograficamente a implantação do edifício,
destaca que as maiores fachadas se direcionam a Nordeste e Sudoeste, evidenciando
a preocupação da arquiteta quanto a insolação.
O acesso principal se dá pela Avenida Paulista no nível 0 m e levando a
explanada, o belvedere, onde acontece o encaminhamento ao edifício, seja para cima
ou para baixo. O acesso ao edifício acontece através de um elevador ou escada em
L, ou diretamente para o hall cívico no nível -9 m, sendo esta menos utilizada. Através
desse elogiável panorama exterior do edifício, a estudante torna transparente a
relação com o entorno e a materialização do programa por meio de dois volumes: um
enterrado e outro suspenso, separados por um vazio.
O funcionamento e distribuição dos espaços ficam evidentes através de
imagens volumétricas, cortes e pequenos vídeos que ilustram o funcionamento do
prédio e também sua linguagem arquitetônica. Além disso, a autora da apresentação
discursa sobre as funções que cada pavimento abriga. Os dois pavimentos inferiores
constituem os auditórios e Hall Cívico, os dois superiores às áreas administrativas e
salas de exposição, criando através do vazio entre eles um espaço de transição, o
belvedere. Nessa etapa da apresentação fica evidente a importância do vazio tanto
nas relações estabelecidas dentro do próprio edifício como organismo, mas também
a relação de comunicação entre os dois lados da cidade.
Através da frase, “A forma do Masp é princípio e resultado, causa e
consequência de sua estrutura”, a apresentadora estabelece uma relação clara entre
forma e função, onde uma precisa da outra para existir, constituindo uma dependência
recíproca entre as partes. Como exemplo disso, é mencionada a estrutura de pórticos
longitudinais, que além de constituir a identidade do edifício, também é responsável
por vencer o imenso vão de 70 metros. A autora da apresentação destaca que a
materialidade é de preciosa importância nesse quesito, onde o concreto e o aço
possibilitaram essa façanha tecnológica.
Seguindo um roteiro de apresentação do interior do edifício e seus usos, a
aluna demonstra avançado conhecimento sobre as questões formais e práticas da
composição e funcionamento do museu. Inicia de forma astuta a descrição dos
pavimentos de baixo para cima, destacando nos níveis inferiores as escadas
vermelhas em x que interligam o hall cívico e o mezanino; o pé direito elevado e os
dois auditórios próximos ao acesso pela escada em L; no nível intermediário, o vão
livre e a esplanada, onde acontecem grandes eventos e se dá o acesso ao prédio; e,
por fim, descreve a parte superior, ou seja, a área de exposição e a pinacoteca, onde
já não existe a vista panorâmica em prol da preservação das obras de arte. Thaís
conseguiu apresentar de forma didática e ilustrativa, além de destacar com clareza a
ideia genuína de Lina Bo em produzir os cavaletes de cristal especialmente para o
MASP, onde as molduras douradas remetem ao luxo do passado, dispostos como
árvores dialogam entre si, com o público e com o tempo.
Para concluir a análise arquitetônica, a discente ilustra um bom exemplo de
arquitetura, e de maneira clara e objetiva torna visível a incidência dessas
características na obra analisada, ressaltando que a forma final é resultado da
simultaneidade entre a solução dos problemas estruturais, da organização dos
espaços e da implantação adequada. Desta forma, é impossível desassocia-los e
muito menos perceber a ordem de causa e consequência. No MASP, a estrutura e a
função são consequência mútua, e juntas dão origem a forma, onde ordem, rigor e
precisão estão preestabelecidos e correspondem ao seu uso.
Obras de adaptação foram necessárias, e possuíam total concordância da
autora do projeto, sendo elas a impermeabilização da cobertura e da estrutura de
vigas e pilares que possibilitam o vão, as quais foram pintadas de vermelho a mando
da arquiteta. A aluna explica que tal mudança na cor já era prevista no projeto inicial
e deixa claro que não foi possível devido a ditadura militar no país.
Por fim, Thaís conclui a apresentação rememorando a dualidade da
composição, destacando principalmente o contraste entre a geometria e
materialidade, relacionando-a a tradição acadêmica e à Lúcio Costa e outros
arquitetos de seu grupo no Brasil. Lina Bo Bardi é então citada como arquiteta
importantíssima na arquitetura brasileira, onde modernidade e tradição deviam formar
um conjunto, além de sempre aprender com o passado.
O seminário, por sua vez, teve vital importância tanto na compreensão do
assunto abordado quanto em relação a seu papel no cenário nacional. A discente
demonstrou pleno domínio sobre a obra, se manteve clara e precisa em suas falas,
porém não se aprofundou em alguns aspectos teóricos relacionados a composição.
Apesar da duração do seminário e da complexidade do conteúdo, a utilização de
mídias digitais e a extroversão da aluna, possibilitaram a acessibilidade ao
conhecimento, de maneira leve e divertida. Mesmo com a situação de isolamento e
inviabilidade quanto ao acesso à inesgotável fonte de conhecimento das bibliotecas
da UEL, Thaís Pelegrini obteve sucesso em sua pesquisa, elaboração e apresentação
do seminário.

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