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UNIVERSIDADE LUSÍADA DE ANGOLA

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA INFORMÁTICA


Metodologia e Investigação Científica

Aula N.
02 e 07 de Maio de 2018

Tema: Métodos de Abordagem e Métodos de Procedimento


Docente: Divava Ricardo

Resumo – O texto faz uma abordagem sobre os Métodos de Abordagem de


investigação científica (métodos tradicionais) e as técnicas de investigação (métodos
de procedimento). É feita uma apresentação das circunstâncias e aplicabilidade de
cada um dos métodos.

Palavras-chave: Métodos , Investigação

A Investigação e os Métodos
Para a satisfação das necessidades humanas, o homem encontra obstáculos.
Obstáculos (problemas) que podem ser ultrapassados quando estudados e
compreendidos. O estudo de fenómenos (investigação) permite-nos conhecer as
entidades do mundo físico e natural e tirar conclusões supostamente provisórias. No
caso da abordagem científica é necessário que se escolha um caminho adequado
(método) ao problema que se quer dar resposta.
A palavra método tem a sua origem etimológica na palavra grega metá, que
significa por meio de, através, e hodós que significa caminho, via. Para Carvalho
(2009) “método científico é o processo racional que se emprega na investigação. É a
linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa”.
Os métodos de investigação científica podem ser agrupados em tradicionais
ou também chamados métodos de abordagem – Método Indutivo, Método Dedutivo
e Método Hipotético-Dedutivo. Segundo Marconi e Lakatos (2013) os métodos
tradicionais “(...) carateriza-se por uma abordagem mais ampla, em nível de
abstração mais elevado, dos fenómenos da natureza e da sociedade. É, portanto,
denominado método de abordagem (...).”.

Método Indutivo – consiste em estudar entidades particulares para


compreender o universo constituído por essas mesmas entidades. Basea-se numa
abordagem empírica, estudando-se uma entidade (física ou biológica), um indivíduo,
um facto, para a posteriori generalizar as conclusões para todas as entidades (físicas
ou biológicas), indivíduos e factos pertencentes ao mesmo universo ou similares. Por
exemplo, para se perceber o mecânismo da fotossíntese podemos estudar
(observação, experimentação) uma espécie de planta e depois generalizar os
resultados para o resto das plantas ou flora, criando-se um modelo explicativo
(teoria) da fotossíntese para todas as espécies do universo dos seres vivos
clorofilados.

Método Dedutivo – o investigador parte de teorias e leis gerais para explicar


um fenómeno particular, um facto, ou em determinados casos explicar o
comportamento de um indivíduo com base em leis ou teorias sobre o
comportamento humano sob determinadas condições. Por exemplo, as doutrinas
hedonísticas partem da premissa que a existência humana basea-se na busca de
prazer. A partir dessa doutrina podemos enquadrar o comportamento de um
indivíduo qualquer como sendo hedonístico por essência e agir em conformidade
com tal crença ou generalização durante o processo de investigação. As etapas da
indução são:

a) Observação dos fenómenos – encontrar as causas dos fenómenos.

b) Descoberta da Relação entre fenómenos – comparação entre factos e a


descoberta da relação entre os mesmos.

c) Generalização da relação – generalização da relação encontrada.

Hipotético-Dedutivo – o conhecimento de um determinado fenómeno acaba


eventualmente por conter lacunas. O método hipotético-dedutivo consiste
fundamentalmente em identificar tais lacunas e produzir teorias provisórias para
preencher as lacunas existentes sobre determinado problema. O pesquisador
começa sempre com um problema e em função do mesmo produz hipóteses para a
sua solução, vindo mais tarde a ser superada por outra hipótese ou teoria superior e
assim por diante.
Usando o esquema retirado em Carvalho (2009), temos:
P1 ............... TT ............... EE ............... P2
P1 – «O método científico parte de um problema»
TT – «Ao qual se oferece uma espécie de solução provisória, uma teoria – Tentativa»
EE – «Passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro»
P2 – «Esse processo renova-se a si mesmo, dando surgimento a novos problemas»

Etapas do Método Hipotético-Dedutivo,

a) Colocação do Problema

1. Reconhecimento dos factos – classificação preliminar e selecção dos


factos.

2. Descoberta do problema – lacunas ou inconsistências no saber.

3. Formulação do problema – colocação de uma questão que tenha uma


probabilidade de estar correcta.

b) Construção de um modelo teórico

4. Selecção dos factores pertinentes – identificar variáveis que se considerem


pertinentes ou essenciais para tentar explicar o comportamento da entidade
em estudo.

5. Enunciado de Hipóteses – propor uma série de explicações sobre o


funcionamento da relação entre as variáveis e do sistema como um todo.

c) Dedução de consequências particulares

6. Procura de suportes racionais.

7. Procura de suportes empíricos.


d) Teste de hipóteses

8. Esboço de provas.

9. Execução da prova.

10. Elaboração dos dados

11. Inferência da conclusão.

e) Introdução das asserções na teoria

12. Comparação dos resultados obtidos na investigação com as hipóteses


levantadas no início da pesquisa ou ainda conforme explica Marconi e Lakatos
(2013) “constraste dos resultados da prova com as consequências deduzidas
do modelo téorico, precisando o grau em que este pode, agora, ser
reconhecido, confirmado ou não (inferência provável)”.

13. Reajuste do modelo, caso necessário o modelo téorico construido pode


ser melhorado.

14. Sugestões para trabalhos posteriores, primeiro num cenário em que o


modelo (teorias) não tenha sido confirmado. e segundo, extensão dos
conhecimentos conforme Marconi e Lakatos “caso o modelo não tenha sido
confirmado, procura dos erros ou na teoria ou nos procedimentos empíricos,
caso contrário – confirmação – exame de possíveis extensões ou
desdobramentos, inclusive noutras áreas do saber”.

A segunda classe de métodos ainda segundo Marconi e Lakatos (2013)


“constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em
termos de explicação geral dos fenómenos menos abstracto”. Nos métodos de
procedimentos podemos citar alguns como: Histórico, Comparativo, Monográfico,
Estatístico, Tipológico, Funcionalista, Estruturalista e Etnográfico.

Métodos de Procedimento
Método de Delphi – nome inspirado na antiga cidade de Delfos na região
central da grécia há cerca de 2500 anos «oráculos de Delfos», afamada por ser onde
alegadamente se faziam predições sobre acontecimentos futuros. A comparação e
uso do nome foi feita nos E.U.A na década de 50 do século XX, quando se procurou
estudar as tendências da evolução tecnológica (necessidade de se prever
acontecimentos futuros relacionados as tecnologias).
O Método de Delphi enquadra-se nas técnicas de investigação chamadas
«periciais», consiste numa busca de uma opinião consensual de um grupo de
especialistas em determinado domínio para com base nesse consenso tomar-se uma
decisão mais apurada. Carvalho (2009) define especialista como “(...) profundo
conhecedor do assunto, seja por formação/especialização académica, seja por
experiência de actuação no ramo em questão.”
Aplica-se mediante inquéritos para pôr em evidência a convergência de
opiniões de um grupo de especialistas. Os inquéritos feitos com base nesse método
partem do pressuposto segundo Carvalho (2009) de que “o julgamento colectivo, ao
ser bem organizado, é melhor do que a opinião de um só indíviduo”. Constrói-se
assim uma opinião sobre determinado tema apoiada sobre conhecimentos sólidos
vindo de um grupo de especialistas, concorrendo para uma visão mais clara do
problema. Para a sua aplicação, segundo Carvalho (2009) seguem-se as seguintes
etapas e as vantagens associadas ao seu uso:

Etapas da Aplicação do Método Delphi,

1. Constituição de um grupo de indivíduos (painel), com um número de pessoas


entre 15 a 35, com taxa de expectativa de resposta na ordem dos 35% a 75%.

2. Cada um dos membros do painel é convidado a posicionar-se sobre o tema


em questão.

3. Tratamento estatístico das respostas.

4. Retorno ou feedback das respostas.

5. Repetição da etapa anterior até ao consenso ou dissensão estável.

Vantagens do Método de Delphi,

 Permite uma maior reflexão colectiva sobre o problema, afastando os


constrangimentos de reuniões presenciais em que possa haver ideias
predominantes ou indivíduos capazes de influênciar a opinião dos demais.
 Permite a presença de sinergias de ideias entre os especialistas.

 Agregação de conhecimento ao processo, para carvalho “(...) não só pelas


respostas – que incorporam esforço de reflexão e opiniões de especialistas nos
temas tratados – mas também porque o próprio processo através das várias
rodadas, conduz à reformulação e ao aprimoramento das questões
formuladas.”

Método Funcionalista – parte–se de uma visão holística da sociedade. O


funcionalismo estuda a sociedade do ponto de vista de um sistema organizado, cujos
componentes são interdependentes e diferenciados. Como descreve Carvalho
(2009) “Estuda o objecto do ponto de vista da função das suas unidades, isto é, como
um sistema organizado de actividades.”

Método de Decisão Estatística – consiste no recurso à estatística para


elaborar modelos ou reunir uma série de dados, classificar e interpretar. A
interpretação segundo o autor citado acima é um “esforço tendente a detectar ou
aprender as características ou leis gerais que regem os fenómenos a que dizem
respeito os dados observados”.
A estatística fica assim dividida em descritiva e indutiva. A primeira tem como
função fazer a colecta, classificação, apresentação dos dados, enquanto que a
segunda ainda com recurso ao autor anterior “ a segunda ocupa-se da extracção de
informação tendo em vista o estabelecimento de inferências que sirvam de base à
formulação de conclusões e à tomada de decisões.”
O uso da estatística permite-nos fazer uma abordagem quantitativa dos
problemas, por intermédio de modelos probabilísticos quantificar a incerteza e
facilitar o processo de tomada de decisão sob incerteza.

Método Hermenêutico – o termo hermenêutica tem a sua origem no deus


Hermes da mitologia grega, etimologia referente a palavra grega hermeneutikós
«versado em interpretação». Palavra com semântica que inclui as expressões
declarar, anunciar, interpretar, esclarecer e traduzir. Hermes de acordo com a
mitologia grega é o mensageiro dos deuses.
Também conhecida como «metodologia da interpretação», cujo objectivo
passa por compreender as formas e conteúdos das acções humanas. Segundo
carvalho (2009) “parte da constatação de que a realidade social, e nela sobretudo o
fenómeno da comunicação humana, possui dimensões tão variadas, e mesmo
misteriosas, que é mister atentar não só para o que se diz, mas igualmente para o
que não se diz.”
A narração do objecto deixa escapar o jogo de valores quotidianos, sendo
estes os seguintes (valores quotidianos contidos no investimento narrativo) :
Valores práticos – o objecto é narrado, apreciado tendo em conta aquilo que
é a sua utilidade e pela sua funcionalidade e adequação à tarefa para que foi
concebido.
Valores existenciais – chamados valores de base ou utópicos. A narração do
objecto transcende o objecto, o sujeito tem um discurso sobre o objecto influenciado
por ideais sociais.
Valores críticos – o objecto é analisado com um espírito crítico, uma distância
avaliativa, de comparação e julgamento. Há uma vontade de questionamento.
Valores lúdicos – ao contrário dos valores críticos, há neste caso uma ausência
de distância, há sim uma cumplicidade, uma atitude mais emocional e relacional em
relação ao objecto.

Conclusão
A investigação científica pressupõe a existência de um problema, uma
necessidade e uma linha de raciocínio, um método para se chegar a uma solução
temporária. A escolha dos caminhos usados irá depender do problema, da perícia do
pesquisador, do contexto sociocultural e das condicões materiais de suporte a
pesquisa.
Os Métodos tradicionais, Indutivo, Dedutivo e Hipotético-Dedutivo, assim
como os não tradicionais ou Métodos de procedimento, Delphi e outros citados
podem ser combinados dependendo da perícia ou criatividade do pesquisador e ou
grau exigência da pesquisa.

Referências Bibliográficas
Andrade, M., & Lakatos, E. (2013). Projecto e Relatório de Pesquisa. Em M. Andrade, & E. Laktos,

Metodologia do Trabalho Científico (p. 110). São Paulo: Editora Atlas.

Carvalho, E. (2009). Fazer a Investigação. Em E. Carvalho, Metodologia do Trabalho Científico

(pp. 84-107). Lisboa: Escolar Editora.

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