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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................2
1.1. Objectivos....................................................................................................................................3
1.1.1. Geral....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos...........................................................................................................................3
1.2. Metodologia.................................................................................................................................4
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................................5
2.1. Conceitos Básicos sobre Antropologia Cultural...........................................................................5
2.2. Cultura.....................................................................................................................................8
2.2.5. Os factores da cultura.........................................................................................................12
2.3. Interação dos factores da cultura................................................................................................14
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................16
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................................17

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1. INTRODUÇÃO
Pretende-se com o presente trabalho de pesquisa apresentar os conceitos básicos sobre a
antropologia cultural, desde os conceitos de Antropologia cultural; etnologia; etnografia; cultura;
subcultura; dinamismo cultural; identidade cultural; etnema; antropema; ethnos; oikos;
anthropos; chronos; enculturação; aculturação; desculturação; globalização; mitos; culto; ritos;
rituais; magia, totema, parentesco; endogamia; exogamia; monogamia; poligamia; tribo; ate os
conceitos de linhagem.
Existirem diferentes formas de vida, variáveis de uma região para a outra, de um tempo histórico
para o outro, o ser humano vive segundo regras culturalmente instituídas, seja em que domínio
social fôr.
A Etnologia é a descrição de usos costumes, crenças, hábitos, tradições, etc., duma determinada
unidade social, como, por exemplo, a sua própria comunidade. Já procurou algumas destas
descrições da comunidade? Se nada existe terá, a partir deste estudo, conhecimentos para o fazer.
O termo Etnografia foi criado em 1826 pelo italiano Balbi para classificar os grupos humanos
segundo as suas características linguísticas. Modernamente, o conceito aplica-se à observação no
"terreno", descrição e análise de grupos humanos que aí vivam. A reconstrução deve ser tão fiel
quanto possível.
A Etnologia corresponde à segunda etapa do estudo antropológico. Sem excluir a observação
directa, a Etnologia orienta-se para a síntese e produção de monografia. A Antropologia
representa uma nova e última etapa da síntese e comparação. Ela apoia-se nas investigações da
Etnologia e da Etnografia.
A Antropologia, oriunda de um reconhecimento da diversidade das sociedades, dos grupos e das
culturas, aspira, com a Antropologia ao nível da generalização.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Analisar a abordagem sobre os conceitos básicos sobre a antropologia cultural.

1.1.2. Específicos
 Definir os conceitos básicos sobre a antropologia cultural;
 Estabelecer a cultura;
 Descrever os factores da cultura.

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1.2. Metodologia
Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa
bibliográfica. Pois o presente trabalho de pesquisa foi de revisão de literatura. Esta pesquisa
bibliográfica assentou-se também em artigos técnicos e científicos relacionados com esta
matéria.
O tipo de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo (pois o que se pretende é
descrever os conceitos básicos sobre a antropologia cultural).
A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-se uma pesquisa
bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam assuntos ligados à antropologia,
etnografia, entomologia e antropologia cultural, fez-se também a consulta de artigos científicos,
teses, dissertações, monografias, pesquisas cientificas, explanações e definições de conceitos
importantes utilizados durante a pesquisa desse trabalho, e por outro lado foi feita a pesquisa na
internet como forma de conhecer as actuais abordagens acerca dos conceitos básicos sobre a
antropologia cultural.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Conceitos Básicos sobre Antropologia Cultural


2.1.1. Antropologia
A palavra antropologia, no sentido etimológico, vem do grego anthropos, que significa
homem/pessoa e logia ou logos, que quer dizer ciência, estudo. Assim, antropologia é a ciência
do homem, (Mello, 2003 apud Cunha, 2011).

A antropologia em primeira aproximação, se interessa pelo estudo do ser humano [anthropos +


logos] situado historicamente em determinado contexto natural e social. Sendo esse um contexto
social, não se trata de estudar o ser humano individualmente, mas de estudá-lo enquanto inserido
numa sociedade, agregado, instituição ou grupo social, e situado num determinado ambiente [
oikos ]. Vivendo em sociedade, o ser humano se comunica e desenvolve atividades produzindo
cultura (Campos e Sanz, 2004).

2.1.2. Etnologia
Do grego éthnos, «povo» + lógos, «estudo» + ia, que significa estudo dos povos integrados no
contexto dos seus agrupamentos naturalmente constituídos: a linguística, a antropologia, o
folclore, etc.; também designa antropologia cultural.
A etnologia, se ocupa dos sistemas simbólicos, religião, comportamentos). O estudo comparado
de povos ou de grupos de pessoas com diferentes características diz respeito à etnologia.

Segundo Mello (2003) apud Cunha (2011), a etnologia se ocupa do estudo sistemático e
comparado da diversidade dos povos. Sua dedicação é explicar as diferenças e as semelhanças
entre as culturas. Para alguns autores, etnologia é sinônimo de antropologia cultural. Na
atualidade, a etnologia se ocupa tanto das sociedades campesinas, marginais e da própria
sociedade urbano-industrial.

2.1.3. Etnografia
Do grego éthnos, «povo» + gráphein, «descrever» + ia, significa estudo descritivo das
instituições e dos factos da civilização dos diversos povos ou etnias.
Para Claude Lévi-Strauss (1970) apud Campos e Sanz (2004), a etnografia consiste na
observação e análise de grupos humanos considerados em sua particularidade (...) e visando à
reconstituição, tão fi el quanto possível, da vida de cada um deles.

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Etnografia, pode ser entendida como o trabalho de campo: a observação e a descrição de
instituições, costumes, enfim os fenômenos culturais — materiais ou não — de um dado grupo
humano. É o que se observa de diferente quando saímos do ambiente familiar de trabalho
universitário, do “nosso mundo” no estar aqui, para um “mundo de outros” do ‘estar lá” que
encontraremos estranho nos primeiros contatos do trabalho de campo (Matta 1978; Velho 1978;
Campos 2002 apud Campos e Sanz, 2004).

2.1.4. Mito
Do grego mýthos, «palavra expressa», pelo latim mythu-, «fabula; mito», que significa relato das
proezas de deuses ou de heróis, susceptíveis de fornecer uma explicação do real, nomeadamente
no que diz respeito a certos fenómenos naturais ou a algumas facetas do comportamento humano
(Sancassani, 2018).

2.1.5. Culto
Do latim cultu, «cultivado», particípio passado de colëre, «cultivar, cuidar». Que designa um
conjunto de práticas religiosas usadas para prestar homenagem ao divino; liturgia.
Compreende-se que o conceito de culto que traz como termo de origem latina, cultu, tem como
tradução o sentido de adoração e homenagem. Enquanto a sua etimologia do vocábulo mostra a
raiz “colo, colere”, indica o sentido de honrar e cultivar (Souza, 2017).

2.1.6. Ritos
Do latim ritu, significa cerimónia ou prova que marca o final de uma etapa e o início/entrada de
um individuo em certo grupo ou estágio social (geralmente, a transição da infância ou juventude
para a condição de adulto.

2.1.7. Rituais
Conjunto de práticas/cerimoniais consagradas pelo uso ou pelas normas e que devem ser
observadas em determinadas ocasiões, ex: na prestação de culto, etc.
Para Lévi-Strauss (1971, p. 603) os rituais colocam em prática o mito, o pensar humano,
percebe-se que não são apenas simples formalidades.

2.1.8. Magia
Do grego mageía, «religião dos magos», pelo latim magïa, «magia». Denota arte que pretende
agir sobre a natureza e obter resultados contrários as suas leis (fenómenos extraordinário), por

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meio de formulas ou de rituais ocultos, quer utilizando propriedades da matéria que se afirma
serem desconhecidas (magia branca), quer fazendo intervir poderes demoníacos (magia negra).

2.1.9. Totema
Segundo Freud (1913) apud Piacentini (2016), o totem é em primeiro lugar o antepassado do clã
e em segundo lugar seu espírito protetor, seu benfeitor, que envia oráculos a seus filhos,
protegendo-os em situações perigosas. Ou seja, totem, o objeto escolhido pelo clã para ser
cultuado, exibido, motivo de orgulho, fonte de força. Podendo este ser um animal, uma força
natural (chuva, sol), uma planta enfim, algo que tenha alguma ligação com o grupo, algo de certo
modo sagrado para o grupo.

2.1.10. Parentesco
Segundo Diniz (2002). Parentesco é a relação vinculativa existente não so entre pessoas que
descendem uma das outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre o conjugue e os
parentes de outro e entre adotante e adotado.

2.1.11. Endogamia
Do grego éndon, «dentro» + gámos, «casamento». Designa o costume ou regra que assenta na
defesa do casamento entre indivíduos do mesmo grupo étnico, religioso ou social.

2.1.12. Exogamia
Do grego éxo, «para fora» + gámos, «casamento». Designa o costume ou regra que assenta na
defesa do casamento entre membros de diferentes grupos.

2.1.13. Monogamia
A monogamia (do grego mono “único” gamia “união matrimonial) (Tiago, 2014). Literalmente,
monogamia significa estar casado com uma pessoa. E o casamento é entendido como uma
instituição social que envolve um compromisso legal entre duas pessoas (Santigo, 2014).
Helen Fisher (1992, p. 60) apud Santiago (2014), entende que a palavra “monogamia” quase
sempre é utilizada de forma equivocada, na medida em que, ao se defini-la como a condição de
estar casado com apenas uma pessoa por vez, não está se estabelecendo que os integrantes dessa
união sejam sexualmente fiéis entre si.

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Sousa, Hattori e Mota (2009, p. 121) apud Santiago (2014), conceituam a monogamia como um
tipo de associação em que cada um dos sexos monopoliza somente um indivíduo do sexo oposto
para a reprodução, havendo a formação de um relacionamento exclusivo de longa duração.

2.1.14. Poligamia
A Poligamia (do grego poli “várias” mais gámos “casamento”), sistema de organização familiar
em uma pessoa tem vários cônjuges ao mesmo tempo, formulação que depende do ponto de vista
do locutor ou do autor em causa), e de ser admitido legalmente em determinada sociedade
(Tiago, 2014).

2.1.15. Tribo
Grupo de pessoas que descendem do mesmo povo, partilham a mesma língua, têm os mesmos
costumes, tradições, etc. também denota tribo, o conjunto de humanos que reúne várias famílias
sob a autoridade de um mesmo chefe e num espaço territorial.

2.1.16. Linhagem
Série ou sucessão das gerações numa mesma família (antepassados ou descendentes), ou
simplesmente linha de parentesco genológica.

2.2. Cultura
“Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem
para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de vida
das comunidades inclui tecnologias e modos de organização econômica, padrões de
estabelecimento, de agrupamento social e organização política, crenças e práticas religiosas, e
assim por diante” (Sousa, 2008).

Segundo Kroeber a cultura é o conjunto dos comportamentos, saberes e saber-fazer


característicos de um grupo humano ou de uma sociedade dada, sendo essas atividades
adquiridas através de um processo de aprendizagem, e transmitidas ao conjunto de seus membros
(Laplantine, 2003 apud Cunha, 2011).

“Cultura é um sistema de símbolos e significados. Compreende categorias ou unidades e regras


sobre relações e modos de comportamento (Sousa, 2008). Assim, cultura diz respeito à

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humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos
humanos (Cunha, 2011).

2.2.1. Antropologia cultural


A antropologia cultural estuda o social em sua evolução, e particularmente sob o ângulo dos
processos de contato, difusão, interação e aculturação, isto é, de adoção (ou imposição) das
normas de uma cultura por outra (Cunha, 2011).

2.2.2. Dinamismo cultural


O dinamismo da cultura surge como resultado do seu carácter eminentemente humano e social,
caracterizado por constantes mudanças, quer como resultado da evolução bio-cultural do próprio
Homem, quer pelas mudanças que podem ocorrer no interior de um grupo social. Vários são os
factores que condicionam o Dinamismo Cultural, tais como: a descoberta, a invenção, a difusão,
a aculturação, a desculturação e a globalização (Pedro e Siquisse).

2.2.2.1. Enculturação
Define-se como Enculturação, o processo educativo pelo qual os membros duma cultura se
tornam conscientes e comparticipantes da própria cultura (Bernardi, 1978, p. 92). Ela pressupõe
a transmissão da cultura já estabelecida. Ela ocorre de maneira formal, quando transmitida em
instituições e modos rigidamente estabelecidos e, de maneira informal, na vida quotidiana, com a
família, grupo de amigos, clubes, etc.
A iniciação instrutiva, como por exemplo os ritos de puberdade, faz parte da Enculturação. A
adesão implica um certo conformismo às regras existentes, mas, às vezes, o processo de
transmissão pode ser seguido por uma recusa dessas práticas por parte do membro que a recebe.
De facto, nesse processo enculturação, a recepção dos valores não é aceite de forma passiva,
dado que a individualidade ou a capacidade de interpretação autónoma do que é recebido tem o
seu lugar.

2.2.2.2. Aculturação
A Aculturação é um processo que resulta das relações existentes entre várias culturas e aos
efeitos que derivam dessas relações. A Aculturação é uma transformação cultural em curso, dos
etnemas de um determinado grupo sob a influência de um outro. Quando os contactos entre dois
grupos ocorrem entre povos que partilham a mesma fronteira resulta uma osmose cultural, com

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o entrelaçamento de certos etnemas das duas áreas culturais marginais. Quando essa
compenetração for maior tem-se o caso de fusão cultural, isto é, quando duas ou mais culturas
estão inseridas e são comungadas numa área cultural de forma harmoniosa. O sincretismo
religioso, prático em Moçambique, é um exemplo prático. Por exemplo, certas pessoas, apesar de
praticarem uma religião introduzida por povos exógenos, continuam a venerar os seus defuntos.
A introdução de rituais locais na religião importada é, também, uma forma de sincretismo.

2.2.2.3. Desculturação
A Desculturação é o processo da subtracção e da destruição do património cultural. Ela pode
ocorrer sob várias maneiras. O genocídio pode ser enquadrado na política de destruição da
cultura. Por exemplo de “Limpeza étnica” é um processo de Desculturação. O processo colonial
pode ser também responsável pela Desculturação, mesmo que esta seja parcial, isto é, incidindo
sobre um determinado aspecto cultural. Mas o processo pode também resultar no interior do
grupo, quando certos padrões caem em desuso, por não terem um significado para o grupo a
partir de um determinado momento. Contudo, esse processo ocorre de forma lenta e
imperceptível.

2.2.2.4. Globalização
É o termo que descreve o processo de intensificação da integração económica, social, cultural e
política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação entre as
nações.

A Globalização, que na verdade começa no século XVI, com a primeira expansão europeia,
possibilitando a ligação de todo o Mundo num mesmo sistema, tem algum impacto sobre a
cultura, condicionando a sua dinamicidade. A grande mobilidade dos homens, as rápidas
comunicações ligando espaços distantes em tempo curto e, em certas circunstâncias, de forma
instantânea, contribui para um rápido fluxo de traços culturais das diferentes regiões do globo.
Nesse processo, o mundo é abordado hoje como um todo, onde são encorajados contactos
interculturais.

Os elementos de consumo de massa são rapidamente absorvidos, principalmente por certos


grupos sociais, com um impacto local. Aspectos que, a priori, são de difícil inserção num

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complexo cultural, como é o caso do aspecto político, hoje encontram uma fácil implementação,
com a introdução dos processos democráticos ou multipartidários em todo o mundo.

Com a Globalização surgem, às vezes, processos de hegemonia cultural, que consiste na adopção
ou na dominação, por motivos históricos, dinâmicos ou posicionais, de traços de uma outra
cultura. Contudo, emergem processos de estratificação cultural, que indicam não
necessariamente uma condição de inferioridade cultural, mas uma falta de autonomia completa
(Bernardi, 1974, p. 46), identificados como subcultura.

2.2.3. Subcultura
Subcultura designa um grupo, geralmente minoritário, com um conjunto de características
próprias, que representa uma subdivisão dentro de uma cultura. A subcultura participa na cultura
dominante. Por exemplo, nas grandes cidades, existem grupos sociais oriundos de várias zonas
do país e que, comungando os mesmos traços culturais, manifestam-nos em determinadas
ocasiões, mas sem entrar em choque com a cultura dominante, da área em que se encontra a urbe.
Este pode ser um exemplo de uma subcultura.

O conceito de subcultura, forma-se a partir do momento em que um determinado grupo de


pessoas passa a manter um grau de interação entre si e, simultaneamente, um grau de isolamento
frente à sociedade, por possuírem “inimigos” comuns (Faria, 2013).

Define Octavio Wiarco apud Faria (2013): “que, existe uma cultura nacional, com características
extensas, que contém um sistema central de valores, enquanto a subcultura é uma fração desta,
mas que possuí um sistema de valores particular, independente da cultura geral ou nacional. A
subcultura é, então, um conjunto de valores que se opõem, às vezes de forma grave, aos valores
de cultura nacional ou central, e destes resultam as condutas delitivas.

O Center for Contemporary Cultural Studies (CCCS), análise a subcultura enfatizando sobre a
sua autenticidade.
Segundo os teóricos da CCCS, uma subcultura autêntica é aquela que surgia espontaneamente
no seio do grupo como resposta ou resistência à cultura dominante, expressada pela adopção de
uma imagética única a um determinado grupo. Uma subcultura inautêntica caracterizava-se por
ser construída numa dimensão mediática e, posteriormente, reapropriada comercialmente
tornando-se massificada (Simões, 2002 apud Faria, 2013).

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2.2.4. Identidade cultural
Define se a identidade como: disposições psíquicas comuns, por exemplo, certas normas de
comportamento de base pelas quais os grupos se identificam ou são identificados. Por exemplo,
os estudantes têm uma predisposição idêntica: todos frequentam a escola (Pedro e Siquisse).

A identidade é a alma colectiva, é a sobrevivência de uma referência gloriosa do passado.


Geralmente a identidade procura a permanência ou a afirmação de um grupo ou de uma pessoa.
Muitas vezes, os traços ressaltados são escolhidos de entre os que são considerados positivos ou
vantajosos para a afirmação dos grupos (Pedro e Siquisse).

A identidade expressa o sentimento de pertença de uma pessoa a algo. Por isso, existem
diferentes tipos de identidade, definidos pelo tipo de pertença: profissional, territorial, étnica,
linguística, religiosa, etc. A identidade é construída e procura formar as bases de sobrevivência
de um grupo em relação aos outros, daí que sejam escolhidos os aspectos positivos. Ela é
objectiva quando os traços até aí existentes são objectivamente imutáveis, como o território de
origem ou a história de um povo e subjectiva, quando os elementos postos em consideração são
permutáveis (Pedro e Siquisse).

2.2.5. Os factores da cultura


Existem quatro factores de cultura, nomeadamente, o próprio Homem (Anthropos), a Sociedade
(Ethnos), o Ambiente (Oikos) e o Tempo (Chronos). Tais factores participam, de formas
diferentes, na emergência da cultura.

2.2.5.1. O Anthropos
O Anthropos, ou o Homem, na sua realidade individual contribui no aspecto cultural, como ser
biológico e social. No aspecto biológico, nota-se que em muitos grupos sociais ou culturais
ordenam-se em função do carácter sexual e etário dos seus membros. De facto, este carácter
natural produz efeitos estruturais na ordenação social e tem um impacto sobre a personalidade e
o comportamento adequados a cada um daqueles parâmetros. Mas também, no processo de
enculturação, o Homem não é um simples ser passivo, podendo introduzir certas inovações na
própria cultura. Um génio, num determinado meio cultural, é um exemplo da função do simples
indivíduo como factor de cultura e às vezes torna-se herói cultural. E pode ser que figuras
carismáticas, ex: um presidente, consigam introduzir algumas mudanças culturais, fruto do seu

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empenho pessoal. É aí onde podemos identificar o lugar do Anthropos como factor da cultura
(Lemos, 2013).

2.2.5.2. O Ethnos
A Cultura resulta, num contexto grupal. As acções dos indivíduos só têm significado se elas
estiverem circunscritas numa colectividade. As normas de uma comunidade são emanadas em
referência a ela. É a socialização e a padronização de certas aquisições individuais que torna a
cultura como resultado de uma colectividade. É da interacção dos vários princípios de homens
vivendo num determinado meio que resulta um sistema cultural. Por um processo normativo, o
Ethnos (a sociedade), passa a constituir-se como um dos factores da cultura, por ser através dele
que esta é veiculada (Lemos, 2013).

2.2.5.3. O Oikos
Oikos vem do grego “casa”. Expresso o ambiente onde se insere o Homem. O ambiente, como
factor de cultura, condiciona a actividade exterior e material do homem. É inegável que o
ambiente condiciona, por exemplo, a maneira de vestir, mas ele não pode ser visto numa vertente
determinista. Se você puder ler literaturas, ex: as de carácter histórico, vai perceber que para os
primórdios da humanidade as culturas foram definidas em função da natureza, como por
exemplo, a cultura paleolítica, neolítica, etc (Lemos, 2013).

Essa denominação era feita em referência ao uso alargado da pedra. Ou, se em certos momentos
foram empregues termos como culturas ou povos primitivos, em referência a sistemas culturais
com uma dependência acentuada à natureza, hoje ouvimos, ex: falar-se de sociedades urbanas, da
era da cibernética, etc. Este facto remete-nos a considerar que se, numa primeira fase, o modelo
da intervenção do Homem e a sua sobrevivência estiveram muito ligados às condições naturais,
hoje ele depende mais de factores que resultaram basicamente da natureza humana ou cultural
(Lemos, 2013).

Não só é um facto assente nas teorias antropológicas, mas também é uma realidade que o grau
civilizacional ou material define a forma de estar dos diferentes grupos sociais na face da Terra.
Assim, se essa dependência do Homem sobre a natureza foi mais notória nos primórdios da
humanidade, o Homem vem dependendo mais de factores fundamentalmente culturais. Contudo,

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apesar disso, o Homem nunca pode dissociar-se completamente da natureza e viver
completamente da cultura (Lemos, 2013).
Se o Homem não se pode dissociar completamente do que a natureza oferece, é lógico que o
gráfico só pode espelhar uma evolução ideal, mas nunca totalmente possível. Seja qual for o
nível cultural, a vida do homem vai estar sempre ligada ao ambiente que o rodeia (Lemos, 2013).

2.2.5.4. O chronos
A cultura é um processo e, de forma intrínseca, está ligada ao tempo. Ela desenvolve-se e
manifesta-se no tempo. O tempo é assumido nas suas três dimensões: passado, presente e futuro,
mas com mais ênfase para as primeiras duas. Mas é necessário saber que para além do tempo
cronológico, que acaba de ser mencionado, existe um tempo ecológico e outro social. O primeiro
é organizado em função dos ciclos anuais e o segundo em função dos ritmos de factos sociais,
como por exemplo, a passagem de um grupo etário de uma categoria social para outra. Assim,
seja o tempo cronológico, o ecológico ou o social, eles interferem na cultura de um grupo social
(Lemos, 2013).

2.3. Interação dos factores da cultura


A natureza da cultura depende da influência de quatro factores: Anthropos, Ethnos, Chronos e
Oikos. Nesta lição, você vai perceber que estes quatro factores não agem de forma isolada. É da
sua acção combinada que há uma dinâmica cultural. Nessa interactividade privilegiam-se,
entretanto, as relações entre anthropos e ethnos, por um lado e entre o oikos e o chronos, por
outro lado. A relação entre o anthropos e o ethnos na cultura resulta pelo facto da convergência
de indivíduos em sociedade condicionar a vitalidade do ethnos e este gerar o anthropos.

2.3.1. Antropema
Segundo Bernardo Bernardi (1974): antropema (aspectos individuais da cultura) consiste em
orientações de indivíduos que, de tanta pertinência e carisma, podem representar o pensamento
do colectivo.
Antropemas define-se como sendo as expressões capilares da cultura, originadas pela intuição
inventada dum individuo, e que, portanto, se especificam como raízes da estrutura cultural social
(Bernardi, 1978). Aqui incluem-se os aspectos simples, isto é, aspectos particulares da cultura
humana, visto de forma isolada, ex: a invenção do fogo, do motor, etc. Mas esses elementos só
são culturalmente validos quando não normalizados ou socializados pela própria comunidade

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onde o individuo vive. Essa normalização ocorre quando os feitos individuais são enquadrados
em outros fenómenos culturais mais extensos, ex: a invenção do motor pode ser enquadrada nas
invenções tecnológicas que ocorreram na mesma altura ou que foram sendo acumuladas desde as
épocas anteriores. Assim, quando fenómenos individuais são incorporados num conjunto vasto,
isto é, quando eles são regulados no interior de uma determinada comunidade, tornam-se
colectivos, e são chamados Etnemas.

2.3.2. Etnema
Etnema (aspectos colectivos da cultura) consiste na identificação de um povo a partir dos seus
valores colectivos e, para o caso em apreço, é o conjunto de acções de um povo ao longo da sua
existência (Bernardi, 1974).
Etnemas constituem a articulação dos diferentes Antropemas ou a normalização e socialização de
Antropemas, formando um corpo, como aponta Bernardi, os Etnemas são o resultado dos
Antropemas constituídos em estruturas, isto é, articulados entre si, sistematicamente. Em função
de um objecto em análise, um Etnema pode ser simples ou complexo. O complexo é aquele que
envolve vários Etnemas, ex: o parentesco, que resulta da articulação de varias famílias, estas
consideradas como Etnemas simples. De facto, a família é um Etnema pelo facto de resultar da
aglutinação de vários membros que, para este caso, desempenham a função de Antropemas.

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3. CONCLUSÃO
Para responder aos objectivos específicos do presente trabalho, conclui-se que antropologia
cultural estuda o ser humano enquanto criador e produto de uma determinada estrutura cultural,
bem como dos modos de vida e de organização social dos diferentes povos, grupos ou
populações.
A etnologia analisa as características raciais. A etnografia designa a classificação dos grupos
humanos a partir de suas características linguísticas. Ou seja, são duas disciplinas se apresentam
como duas fases complementares de um mesmo projecto: colecta de documentos e descrição
(etnografia) e depois síntese comparativa (etnologia). a listagem das culturas humanas (montada
através da coleta de dados empíricos etnográficos) é comparada, sintetizada (através do método
etnológico) e escalonada numa linha de evolução histórica.
A cultura resulta como um processo em que participam, de forma específica, o Homem, como
indivíduo biológico e cultural, a Sociedade, entanto que reguladora das acções individuais e
colectivas, o Ambiente, pelo facto de ser neste onde se assentam os grupos sociais, influenciando
de certa forma o comportamento dos Homens e o Tempo, necessário para o desenvolvimento de
toda a matriz cultural
Monogamia é o regime ou costume em que é imposto ao homem ou à mulher ter apenas um
cônjuge, enquanto se mantiver vigente o seu casamento ou condição de monógamo. Poligamia é
a união conjugal de uma pessoa com várias outras, ou, costume socialmente aceito em certas
sociedades, que permite esse tipo de união. Condição de polígamo.

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3.1. Referências bibliográficas
 Campos, M. D. e Sanz, Jaqueline. (2004). Antropologia Educacional. Vitória - ES: Núcleo de
Educação Aberta e à Distância-UFES (ne@ad). 2004. 77 p.
 Cunha, J. L. (2011). Antropologia cultural. Universidade aberta do brasil. Universidade
federal de santa maria, Centro de artes e letras - Curso de graduação Em letras – português e
literaturas a distância.
 Diniz, M. H. (2002). Relações de parentesco. Curso de direito civil brasileiro.
 Faria, E, C. P. (2013). A aplicação da teoria das subculturas aos usuários de crack no distrito
federal. Monografia apresentada Ao curso de bacharelado em Direito do Centro Universitário de
Brasília.
 Pedro, M; e Saquisse, A. Antropologia Cultural. Universidade Pedagógica - Ensino à
Distância.
 Piacentini, F. (2016). Entre o tabu e o totem: o consumo de imagens por meio da obra de
Steven Klein. Dissertação apresentada ao programa de mestrado em Comunicação da
Universidade Estadual de Londrina.
 Sancassani, V. (2018). Os rumores do conceito de mito e a fenomenologia perciana. São Paulo,
496 p. dissertação apresentada a bancada examinadora da pontifícia universidade católica de são
Paulo, no curso de estudos pós-graduação.
 Santiago, R. S. (2014). O mito da monogamia à luz do direito civil constitucional: a
necessidade de uma proteção normativa às relações de poliamor. Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília, como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Direito.
 Sousa, L. (2008). Antropologia cultural. Universidade aberta. Lisboa – Portugal.
Universidade pública de ensino a distância.
 Souza, B. M. (2017). O princípio regulador do culto. Monografia apresentada ao Seminário
Teológico Presbiteriano Rev. Ashbel Green Simonton – Rio de Janeiro - RJ, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Teologia.
 Tiago, J. A. (2014). Conflitos de género em niketche, de paulina chiziane. Dissertação
apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à
obtenção do grau de Mestre em Línguas, Literaturas e Culturas

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