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Chegamos ao XIII Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) da UNE após um longo
período de mobilizações deflagradas no último período. A partir do 51º Congresso e 12º
CONEB e das resoluções neles aprovadas, travamos uma série de lutas que vieram desaguar
em importantes conquistas para os estudantes e para os brasileiros como um todo.
Contribuímos, inclusive, para a eleição da primeira mulher para a presidência da República.
Tudo isso, no entanto, exige que muito mais venha ser feito.
A atual gestão da UNE iniciou seus trabalhos no calor dos debates sobre a descoberta das
reservas de petróleo na camada do pré-sal. Na ocasião, lançamos mão de uma concepção cara,
mas corriqueira entre nós: de que as riquezas nacionais devem ser investidas para a melhoria
da qualidade de vida dos brasileiros. Com isso, formulamos a bandeira de luta dos 50% do
fundo social do pré-sal para a educação, fizemos dela a pauta principal que levou milhares de
estudantes às ruas na jornada de lutas de 2010 e conseguimos que fosse aprovada por
unanimidade no Congresso Nacional. Apesar do veto presidencial, vamos continuar na luta
para que o pré-sal seja um dos componentes de financiamento da educação pública, gratuita e
de qualidade.
Durante as eleições presidenciais ocorridas em 2010, a UNE deu uma resposta à altura de seus
73 anos de história de combatividade em defesa de um país soberano, justo e propulsor de
desenvolvimento econômico e social. Reunimos estudantes de todo o país entre os dias 22 e
25 de abril, no Rio de Janeiro, no 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE (CONEG),
com a missão de definir resoluções políticas e posições da entidade sobre a conjuntura do país
para o próximo período e definir a nossa posição nas eleições. Marcamos nossa atuação no
processo eleitoral através da construção de uma plataforma que sintetizou a vontade de
transformação social da juventude brasileira. O projeto “UNE pelo Brasil” foi instrumento pelo
qual disputamos o processo eleitoral. Debates nas universidades, atos de entrega do projeto
aos candidatos, passeatas em defesa da educação foram os meios utilizados pelos estudantes
para pautar o processo eleitoral, sempre respeitando a independência e autonomia da UNE
frente aos governos e aos partidos. Em síntese, 58º CONEG, demonstrou a capacidade de
mobilização, de formulação e de construção da unidade dos estudantes ao aprovar o projeto
uma plataforma capaz de alavancar a atuação dos estudantes brasileiros em uma disputa tão
acirrada.
Recentemente, atraímos a atenção do Brasil todo ao lançarmos a pedra fundamental para a
reconstrução da sede histórica da UNE. O ato político que contou com a presença do
presidente da republica, parlamentares, ex-dirigentes da UNE e diversas lideranças do
movimento social, reconheceu o crime cometido pelo Estado, quando os militares incendiaram
nossa sede logo após o golpe que instaurou a Ditadura Militar no país, e tornou público a
indenização pelo ocorrido. Ainda, o ato contou com a presença do célebre arquiteto Oscar
Niemayer, que doou para os estudantes universitários brasileiros o desenho de nossa sede.
A UNE prova, mais uma vez, nesse processo de mobilização de seu 13º CONEB, que vitalidade
não lhe falta. Neste CONEB a mobilização supera expectativas. Cada vez mais o movimento
busca se organizar e se enraizar através de um calendário unificado do movimento estudantil
brasileiro e do envolvimento das entidades mais próximas da base na definição das
plataformas políticas que delineiam a ação da entidade. Consolidamos e ampliamos a rede do
movimento estudantil ao fortalecermos a democracia interna da UNE, tornando corriqueira a
construção de fóruns voltados a participação de centros e diretórios acadêmicos.
Potencializamos ainda mais esses aspectos desde o XI CONEB, quando os estudantes ali
reunidos aprovaram a eleição das bancadas de universidades para os Congressos da UNE por
meio do voto. Isso fez com que durante o processo de mobilização para o último congresso
dois milhões de estudantes de 92% das universidades brasileiras participassem do
fortalecimento da UNE ao elegerem seus representantes para o evento. Realizar uma semana
de intensa mobilização nas universidades, em março, é uma boa oportunidade para elevar
esse fortalecimento em benefício da educação e dos estudantes brasileiros.
Quem fizer uma breve digressão ao passado recente do movimento estudantil poderá
constatar os esforços realizados para corresponder às expectativas e anseios atuais dos
estudantes e, sobretudo, abrir o escopo de suas pautas, abordar temáticas específicas, que
interessam e afetam a vida dos estudantes do século 21.
O movimento tem buscado se oxigenar e criar formas de ação contemporâneas, que não
descaracterizem o histórico de lutas dos estudantes e contemplem as novas manifestações
que surgem no meio universitário. A democratização dos meios de comunicação, a ampliação
do acesso à internet e o debate de saúde relacionado a questões comportamentais são alguns
exemplos disso. Mas certamente a maior demonstração dessa realidade está expressa no
sucesso que têm sido as Bienais de Cultura e Arte da UNE, espaço em que estudantes de todo
o país podem mostrar seu talento artístico.
Tem gente que gosta de negar a luta dos estudantes do presente. Dizem que a atual geração
de jovens é alienada, que não corre atrás para que as coisas mudem e preferem apenas pensar
cada um no seu interesse. Nós achamos que não é assim. Acreditamos que somos filhos das
lutas de antes e continuamos tendo objetivos transformadores. Para nós, a vontade de lutar
continua intacta, embora as características dos estudantes e do movimento estudantil de hoje
sejam diferentes. Saímos deste CONEB convictos de que a tarefa do momento é disputar o
conteúdo do novo Plano Nacional de Educação de forma unitária com outros movimentos
educacionais, apresentar emendas e disputar a melhoria do plano. Agora, é preciso ter clareza
que a batalha no Congresso Nacional é muito adversa. A simples luta institucional não dará
conta de garantir a vitória da pauta dos estudantes. O ano de 2011 precisa começar com a
marca de luta dos estudantes. Portanto, construiremos uma grande Jornada de Lutas no mês
de março, capaz de unir alunos, professores e movimentos sociais em defesa de uma educação
à altura das necessidades deste novo Brasil que tenha como centro a bandeira de 10% do PIB
para a Educação e 50% do Pré-Sal para a Educação. É essa a força que nos move! A força de
transformar em realidade o sonho de um Brasil justo e soberano, com uma Educação à altura
dos desafios do nosso povo!