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Ficção, Notícias e

Entretenimento: As Idades
da TV em Portugal

Outubro 2006

4
Ficção, Notícias e Entretenimento: As
idades da TV em Portugal
___________________________________________________________
Gustavo Cardoso e Sandra Amaral
Obercom 2006

Síntese

O presente artigo tem por base os dados recolhidos no âmbito do estudo


A Sociedade em Rede em Portugal, realizado pela equipa do Centro de
Investigação e Estudos em Sociologia (CIES), coordenada por Gustavo
Cardoso.
O artigo apresenta à evidência as regularidades e singularidades inter e
intra geracionais no que respeita aos consumos de diferenciados géneros de
programas televisivos. O ponto de partida para esta análise centra-se na
diferenciação geracional e como pode ser apreendida, não só pelos valores e
práticas sociais vigentes numa dada época mas, também, pelos consumos e
memórias televisivas associadas à adolescência dos telespectadores.
A televisão apresenta-se como memória colectiva e tradução do espírito
geracional, ou se se quiser, da relevância da geração enquanto variável de
construção dos hábitos de consumo de programas televisivos, a par de outras
variáveis como a profissão, o nível de escolarização e o sexo dos seus
públicos.
A análise deste processo geracional constitui um contributo para a
compreensão dos factores de sucesso na gestão de programação nas
televisões portuguesas.

1
As diferentes idades dos media

Os media são a nossa conexão entre o vivido e o representado, sendo


também através deles que a experiência se constrói. Partindo desse contexto,
qual o papel da visão geracional na construção da experiência?
A infância e a adolescência são períodos essenciais para a criação de
um perfil dos media numa audiência, através da definição das expectativas,
gostos, preferências, familiaridade de géneros e textos, padrões de
interpretação, ou seja, todas aquelas dimensões que nos caracterizam
enquanto audiências (Colombo e Aroldi, 2003),.
Durante a infância e a adolescência há lugar à criação de uma dada
matriz, uma espécie de alfabetização face aos media, uma abordagem que
define padrões de consumo e hábitos futuros dessa audiência. Há no entanto
que ter em conta que as gerações não são elementos estanques, pois há lugar
a trocas intergeracionais e processos de contaminação entre gerações. Essa
contaminação pode ocorrer nas relações verticais (pais-fihos) promovendo uma
influência dos padrões de consumo de uma das gerações (Colombo, Aroldi
2003).
Um segundo factor a ter presente é a dimensão intrageracional de
criação dessas matrizes. Ou seja, certas necessidades que se manifestam
estão directamente ligadas à idade biológica dos sujeitos e relacionadas com
os objectivos característicos de um determinado grupo e, em diferentes épocas,
podem também ser supridas por diferentes media, como por exemplo o facto
de na adolescência se criarem mais laços de sociabilidade e, portanto, se
usarem tecnologias como o telefone ou os chats.
Conceitos fundamentais, para esta análise geracional, são os de
biografia dos media e memória dos media. O objectivo é compreender até que
ponto indivíduos de um mesmo grupo etário partilham as mesmas memórias
dos media, as mesmas histórias de consumo, e portanto padrões de consumo
similares, os quais também podem ser observados nos hábitos mediáticos dos
indivíduos no seu dia a dia, ou, se preferirmos, as dietas de media (Colombo e
Aroldi, 2003).
As experiências históricas testemunhadas durante a juventude e os
consumos culturais (livros, cinema, televisão, música, banda desenhada)
fruídos durante essa mesma época são assim considerados como decisivos
tanto na formação da sensibilidade e dos gostos de cada indivíduo como no
cimentar da experiência que faz integrar um indivíduo numa mesma geração.1
Como demonstra Umberto Eco, no seu romance “La Misteriosa Fiamma
della Regina Loana” (2004), os media constituem-se também, por via da sua

1
Qualquer geração é definida em primeiro lugar enquanto um grupo de idades em relação a um dado
período histórico. Segundo Mannheim (citado em Hartmann, 2003) uma geração só pode evoluir de duas
formas: ou tornar-se numa geração perdida an sich, isto é, que passa sem experiências significantes de
carácter histórico ou social baseadas no tempo e no espaço; ou pode passar por elas e tornar-se uma
geração real, uma fur sich. Só o último tipo possui uma consciência colectiva e consequentemente um
grande impacto na sociedade. Aspectos igualmente importantes para a formação de uma geração são o
acesso inovador a recursos culturais e a criação de um estilo próprio geracional (Winkels, 1997 citado em
Hartmann, 2003).

2
produção cultural e dos usos a ela dados, como memória comum e tradução do
espírito geracional.
O facto de se fazer parte de uma mesma geração, de se ter vivido uma
série de experiências históricas e de consumo comuns faz com que os
indivíduos, ainda que separados por muitas outras variáveis (como por
exemplo, o sexo, área de residência, nível de instrução, etc.), partilhem
determinados valores e uma particular mentalidade (Gnasso 2003). O processo
de partilha de determinados valores e mentalidade geracional está assim
intimamente ligado aos processos de domesticação dos media, ou da forma
como os usamos.
Colombo e Aroldi (2003) na sua análise da dimensão geracional no
campo dos media partem de dois pressupostos iniciais, os quais também
estiveram na base da análise aqui apresentada. O primeiro pressuposto é o de
considerar os indivíduos enquanto responsáveis pela construção de diferentes
e complexas dietas de consumo de media. O segundo é a relevância da
geração enquanto variável de construção de uma identidade sócio-cultural
partilhada por um conjunto de indivíduos, clarificando também que a idade só
se torna uma variável central quando olhada enquanto denominador comum de
um grupo que partilha, durante um mesmo período histórico, o mesmo
ambiente cultural, acedendo ao mesmo sistema dos media e aos mesmos
media (Colombo e Aroldi, 2003).
A hipótese aqui apresentada, no que respeita à escolha das datas
marcantes para a análise da relação geracional entre televisão e público em
Portugal, obedeceu também à identificação dos imperativos históricos dos
modelos televisivos vigentes, à partilha de momentos comuns da história
nacional e também mundial.
Daí que se possa argumentar que em Portugal tenhamos apenas duas
gerações claramente diferenciadas. A primeira corresponde àquela que aqui
designamos por geração iniciática, ou seja aquela que pela primeira vez viveu
a sua infância (pelo menos desde os sete anos até ao fim da adolescência)
com a Paleo-Televisão, mas ainda em regime autoritário (1957 – 1973). 2
A geração iniciática é aquela que nasceu entre 1950 e 1966. Um
período caracterizado pela presença do Estado Novo, autoritário, em que
televisão e Estado se confundem servindo de propósito propagandista e ao
mesmo tempo educativo (Paleo-Tv). 3
São aqueles que socializam com a televisão entre o seu nascimento e o
final do regime do Estado novo (1957-1973) e que internacionalmente viveram
o período pós-guerra mundial, a guerra fria e a guerra colonial portuguesa, bem
como os períodos de contestação estudantil e o final da colonização europeia

2
Optou-se por considerar a data de 7 anos como marco etário nesta análise, visto que esta é a idade a
partir da qual a socialização fora de casa, pela entrada na escola e pela pertença a outras organizações
como escuteiros ou actividades juvenis, se vem a juntar ao convívio familiar e à interacção com a
televisão. É sensivelmente em torno deste momento que a função de socialização dos media no quadro
familiar entra em interacção com outros quadros de socialização mediada como o ver televisão com os
amigos e colegas, alargando assim o papel da televisão também para fora do lar.
3
No modelo de programação que caracteriza a Paleo-Tv (Ortoleva 2004), para além dos filmes e para os
géneros filmados de relevo, surgem também as importações do “universo” radiofónico, como o concurso e
a telenovela. O modelo Paleo-televisivo dos dois lados do Atlântico alterna nas suas grelhas o teatro de
prosa, as variedades, a conversa com personalidades da cultura e da política, os jogo de futebol, os
desenhos animados e o telefilme, i.e. a uma narração por episódios construída para ocupar um período
de tempo preciso no decorrer da programação. Para uma análise histórica do modelo de serviço público
de televisão ver: Scannell (1997).

3
na África e Ásia. Esse grupo corresponde a todos aqueles que tinham, em
2006, idades compreendidas entre os 57 e os 41 anos. 4
A segunda geração, claramente possuidora de uma identidade
diferenciada é aquela que se designou por geração multimédia, visto ser
também a que pela primeira vez lida, desde o seu nascimento, com uma
dualidade de ecrãs, o da televisão e o do computador sendo o da televisão
também muitas vezes um portal para jogos, filmes em DVD ou fruição de
música. São os que nascem depois de 1985, um período que coincide, em
Portugal, com o lançamento das novas televisões comerciais e politicamente
corresponde ao período de estabilidade governativa mais longo, com a
segunda maioria governativa do Prof. Cavaco Silva e o surgir da alternância
socialista com o Eng. António Guterres. É também essa geração que
internacionalmente está perante um mundo que é já um espaço pós-guerra fria
e onde a guerra ao terrorismo e a construção europeia parecem marcar as
agendas mediáticas.
É essa geração que conhece a televisão a partir da década de
noventa, a década que marca o fim do monopólio da televisão pública, a RTP,
e o surgimento dos operadores privados a partir de 1992. Podemos
caracterizar esse período como o momento em que o fenómeno da
neotelevisão surge em Portugal na sua máxima força, alimentado pelas
dinâmicas de programação entretanto introduzidas pelos operadores privados.
Uma programação com fortes impactos no estilo e estratégias dos jornais
televisivos e no entretenimento proposto. Se em Itália, o período 1976-1991
corresponde aos anos da grande transformação da comunicação televisiva, em
Portugal a revolução neotelevisiva (Eco, 1985; Caseti e Odin, 1990) ocorre
mais próximo do início das emissões dos operadores comerciais, no início da
década de 90.
Entre essas duas gerações encontramos, em Portugal, uma terceira
geração com características de geração de transição, aquela que viveu a
adolescência entre a revolução de 1974 e a normalização democrática do
fim dos anos oitenta.
Os seus membros são aqueles que assistiram à experimentação da
Paleo-Tv em democracia e a sua lenta evolução para a Neo-Televisão.
Incorporam semelhanças com a geração iniciática nas suas práticas de fruição
televisiva, nomeadamente nos conteúdos, mas estão também já muito
próximos da geração multimédia em muitos campos.
A geração de transição nasce entre 1967 e 1984, num período que
corresponde, grosso modo, à revolução democrática do 25 de Abril de 1974, à
normalização democrática e ao nascimento do serviço público de televisão
concebido enquanto entidade democrática. Vive a sua infância, e grande parte
da adolescência, com um modelo de Paleo-televisão, mas acompanha também
as mudanças de programação e estilo que preparam a passagem para a

4
Em Portugal (à semelhança do que já acontecia há alguns anos no resto da Europa) em 1956 há lugar à
assinatura do primeiro contrato de concessão de serviço público celebrado entre o governo português e a
RTP. Nesse documento consagram-se os três princípios clássicos – informar, educar, entreter. Tal como
refere Lopes (1999), a génese da RTP é indissociável do seu papel enquanto porta-voz do Estado, e é
nesse misto de receio e fascínio, por parte do poder ditatorial, que a televisão surge, aos poucos, no
espaço público. Como porta-voz da nação, programada de acordo com o que o Estado considerava ser o
interesse público. Durante essas duas décadas, que medeiam 1957 e 1974, a televisão acompanha em
Portugal a cobertura de importantes acontecimentos de actualidade: a guerra em África nos anos 60-70, a
chegada do Homem à Lua em 1969 ou a morte de Oliveira Salazar em 1970. (Teves 1998)

4
concorrência no mercado televisivo e a experimentação de abordagens aos
modelos neo-televisivos, então em fase de implementação na Europa (1974-
1991). Internacionalmente, é a geração que cresce durante os anos oitenta,
anos de passagem entre uma época de contestação social e o crescimento
económico para um modelo de globalização de carácter liberalizante.
A geração de transição é constituída por aqueles que conheceram a
televisão na sua infância, adolescência entre 1974 e 1991 e que tinham, em
2006, entre 40 e 24 anos.
As diferenças entre as três gerações são passíveis de ser
apreendidas quer em função da sua partilha geracional de valores quer das
suas memórias e biografias face à televisão, mas também face aos media em
geral. Outra forma de análise passa por verificar o que é único em termos de
referência para cada geração. Por forma a construir um perfil geracional
televisivo iremos, nas próximas páginas, analisar as escolhas de cada uma das
três gerações identificadas (iniciática, transição e multimédia), procurando
identificar o que é único e o que é partilhado por mais do que uma geração.
As análises seguintes e as tabelas apresentadas baseiam-se na
identificação das respostas dos telespectadores à pergunta: qual é o programa
que vê com mais regularidade.

5
Os consumos dos géneros televisivos e a sua variação inter e intra
geracional: A realidade portuguesa

A análise que em seguida se apresenta tem por objectivo perceber em


que medida é que o visionamento/valorização de programas televisivos
(agrupados por formato/género) varia não só com a geração de pertença como
também com as características sócio-demográficas das pessoas que os
referem como sendo «o primeiro programa que vêem com mais regularidade».
O seu objectivo específico é perceber se há ou não uma relação
geracional entre esses programas televisivos e os públicos que os referem,
considerando o pressuposto de que a diferenciação geracional pode ser
apreendida não só pelos valores e práticas sociais vigentes numa dada época
mas, também, pelos consumos e memórias televisivas.
Para este efeito procedeu-se ao cruzamento da variável (dependente)
primeiro programa visto com mais regularidade» com as variáveis
(independentes) sexo, profissão, nível de escolaridade e geração de pertença
(subdividida em três categorias: geração iniciática, geração de transição e
geração multimédia), sendo que para o apuramento de tendências (apenas) se
consideraram os valores predominantes.
Foram definidas três categorias de relevância geracional para os
diferentes programas vistos no quadro das diversas gerações: reduzida (-+);
positiva (+); muito positiva (++).
Os programas foram agrupados em telenovelas, programas de humor,
as séries de ficção; documentários; programas de actualidade noticiosa;
telejornais; programas desportivos; talkshows; concursos; reality shows;
programas musicais.

6
As Telenovelas de Época, Estilos de Vida Contemporâneos e Cómicas

Para efeitos de análise as telenovelas presentes na televisão portuguesa


foram agrupadas em três grupos com base no seu modelo narrativo: época,
estilos de vida contemporâneos e cómicas.

• Telenovelas de Época

Os telespectadores que referiram as telenovelas A Jóia de África (TVI),


A Casa das 7 Mulheres (SIC) ou Esperança (SIC) como sendo o programa que
viam com mais regularidade, aproximam-se quanto à geração de pertença (a
geração iniciática) e quanto ao sexo (são predominantemente do sexo
feminino), diferenciando-se, no entanto, quanto à profissão (os empregados
administrativos são aqueles que mais referiram a telenovela A Jóia de África,
os trabalhadores não qualificados são aqueles que mais referiram a telenovela
A Casa das 7 mulheres, sendo que as domésticas são aquelas que mais
referiram a telenovela Esperança).
Quanto ao nível de ensino, as pessoas que referiram as telenovelas A
Casa das 7 Mulheres ou Esperança concentram-se predominantemente no
ensino básico, divergindo das pessoas que referem a telenovela A Jóia de
África visto que estas se concentram, sobretudo, no ensino secundário.
Note-se, também, que as telenovelas A Casa das 7 Mulheres e
Esperança são referidas por uma parte significativa de pessoas que
frequent(ar)am o ensino secundário e/ou que pertencem à geração multimédia;
as telenovelas A Jóia de África e Esperança foram, também, referidas por
trabalhadores não qualificados e por domésticas.
A telenovela A Jóia de Àfrica é a única que é referida, em exclusivo, por
pessoas do sexo feminino, e por uma parte significativa de pessoas que
pertencem à geração de transição, sendo também a única que não é referida
por pessoas que pertencem à geração multimédia.
A telenovela A Casa das Sete Mulheres é a única que é referida por
pessoas que frequenta(ra)m o ensino superior e por trabalhadores dos serviços
e vendedores.
A telenovela Esperança é a única que é referida por trabalhadores
qualificados da agricultura e pescas.

• As Telenovelas sobre estilos de vida contemporâneos

As pessoas que referiram as telenovelas Amanhecer (TVI), Saber Amar


(TVI) ou NewHave (SIC) como sendo o programa que vêem com mais
regularidade aproximam-se apenas quanto ao sexo (predomínio do sexo
feminino). Quanto à profissão, no contexto das pessoas que referiram as
telenovelas Saber Amar e NewHave predominam os estudantes, afastando-se
assim das pessoas que referiram a telenovela Amanhecer visto que
predominam as domésticas.

7
Relativamente à geração de pertença, as pessoas que referiram a
telenovela Saber Amar ou a telenovela NewHave pertencem à geração
multimédia, ao passo que as pessoas que referiram a telenovela Amanhecer
pertencem predominantemente à geração iniciática.
Em relação ao nível de ensino, as pessoas que referiram a telenovela
Amanhecer e as pessoas que referiram a telenovela New Have concentram-se,
sobretudo, no ensino básico (afastando-se assim das pessoas que referiram a
telenovela Saber Amar uma vez que estas se concentram predominantemente
no ensino secundário).
As três telenovelas são, também, referidas por trabalhadores não
qualificados, sendo que as telenovelas Saber Amar e Amanhecer são ainda
referidas por pessoas que pertencem às três gerações e por domésticas.
Note-se, ainda, que as telenovelas Saber Amar e NewWave são
referidas por uma parte significativa de pessoas que pertencem à geração de
transição. A telenovela Saber Amar é a única que é referida por uma parte
significativa de pessoas que pertence às gerações iniciática e de transição e
por pessoas que frequenta(ra)m o ensino superior. A telenovela Amanhecer é a
única que é referida por uma parte significativa de pessoas que pertencem à
geração multimédia e por trabalhadores qualificados da agricultura e pescas. A
telenovela New Wave é a única que é referida por trabalhadores dos serviços e
vendedores, não sendo referida por pessoas que pertencem à geração
iniciática.

• As Telenovelas contemporâneas de carácter cómico

Os telespectadores que referiram as telenovelas O Beijo do Vampiro


(SIC) ou Coração Malandro (TVI) como sendo o programa que vêem com mais
regularidade aproximam-se quanto ao sexo (predomínio do sexo feminino) e
profissão (os trabalhadores não qualificados), afastando-se quanto à geração
de pertença (as pessoas que referiram a telenovela O Beijo do Vampiro
pertencem, predominantemente, à geração multimédia, ao passo que as
pessoas que referiram a telenovela Coração Malandro pertencem, sobretudo, à
geração de transição) e quanto ao nível de ensino (as pessoas que referiram a
telenovela O Beijo do Vampiro concentram-se, sobretudo, no ensino básico ao
passo que as pessoas que referiram a telenovela Coração Malandro se
concentram, predominantemente, no ensino secundário).
As duas telenovelas não são referidas por pessoas que frequenta(ra)m o
ensino superior, sendo que a telenovela O Beijo do Vampiro é a única que é
referida, de modo significativo, por pessoas que pertencem à geração iniciática
e por trabalhadores dos serviços, vendedores e estudantes.

8
Quadro 2 - 1º Programa visto com mais regularidade/telenovelas/geração

Telenovelas Tipo de Novela Canal GERAÇÃO GERAÇÃO DE GERAÇÃO


INICIÁTICA TRANSIÇÃO MULTIMÉDIA
(54-38 anos) (37-21 anos) ( menos de 20 anos)

Novela de época
A Jóia de África romance adaptado
TVI ++ + -+
Novela de época
A Casa das 7 romance adaptado SIC
Mulheres ++ -+ +

Novela de
Esperança época/romance SIC ++ -+ +
adaptado
Novela sobre estilos
Amanhecer de vida TVI ++ -+ +
contemporâneos
Novela sobre estilos
Saber Amar de vida TVI ++ -+ +
contemporâneos
Novela
New Wave contemporânea SIC -+ + ++
sobre estilos de vida
de adolescentes
Novela cómica
Coração contemporânea TVI + ++ +
Malandro
Novela cómica
O Beijo do contemporânea SIC + -+ ++
Vampiro

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Quadro 3 – 1º Programa visto com mais
regularidade/telenovelas/características sociodemográficas do público

Telenovela Tipo de Novela Canal Sexo M Sexo F Profissões N.E. N.E. N.E.
s dominantes Básico Secundário Superior

- Empregados
A Jóia de Novela de época administrativos
África romance adaptado TVI + ++ - Dirigentes das + ++ -+
empresas e do
Estado
- Trabalhadores
dos serviços e
Vendedores
- Domésticas
Novela sobre - Trabalhadores
Amanhecer estilos de vida TVI + ++ não qualificados ++ + -+
contemporâneos - Trabalhadores
qualificados da
agricultura e
pescas
Novela sobre Estudantes
estilos de vida Domesticas
Saber Amar contemporâneos TVI + ++ Trabalhadores + ++ -+
não qualificados
Trabalhadores
A Casa das não qualificados
7 Mulheres Novela de época SIC + ++ Domesticas ++ + -+
romance adaptado Trabalhadores
dos serviços e
Vendedores
Domésticas
Trabalhadores
Esperança Novela de SIC + ++ não qualificados ++ + -+
época/romance Trabalhadores
adaptado qualificados da
agricultura e
pescas
Novela Estudantes
contemporânea Trabalhadores
sobre estilos de vida dos serviços e
New Wave de adolescentes SIC + ++ Vendedores ++ + -+
Trabalhadores
não qualificados

Novela cómica Trabalhadores


Coração contemporânea TVI + ++ não qualificados + ++ -+
Malandro
Trabalhadores
Novela cómica não qualificados
O Beijo do contemporânea SIC + ++ Trabalhadores ++ + -+
Vampiro dos serviços e
Vendedores
Estudantes

10
Os Programas de Humor

Os telespectadores que referiram os programas de humor Malucos do


Riso (SIC) ou Contra-Informação (RTP1) como sendo o programa que vêem
com mais regularidade aproximam-se quanto ao sexo (predomínio do sexo
masculino), afastando-se quanto à profissão (no contexto das pessoas que
referiram o programa Malucos do Riso predominam os trabalhadores
qualificados ao passo que no contexto das pessoas que referiram o programa
Contra-Informação predominam os dirigentes das empresas e do Estado) e
quanto ao nível de escolaridade (as pessoas que referiram o programa Contra-
Informação concentram-se, sobretudo, no ensino básico ao passo que as
pessoas que referiram o programa Malucos do Riso se concentram no ensino
secundário).
Relativamente à geração de pertença, as pessoas que referiram o
programa Malucos do Riso pertencem, maioritariamente, à geração multimédia,
sendo que as pessoas que referiram o programa Contra-Informação pertencem,
equitativamente, às gerações multimédia e iniciática.
Os dois programas televisivos são, também, referidos por pessoas de
ambos os sexos e/ou pertencentes às três gerações e/ou que frequenta(ra)m
os ensinos básico e secundário. Todavia, o programa Malucos do Riso é
referido por uma parte significativa de pessoas pertencentes às gerações
iniciática e de transição e/ou por pessoas que frequenta(ra)m o ensino superior.
O programa Contra-Informação é o único que é referido por pessoas mais
qualificadas do ponto de vista profissional.
As pessoas que referiram os programas de humor Herman SIC (SIC) ou
Levanta-te e Ri (SIC) aproximam-se quanto ao sexo (predomínio do sexo
masculino), quanto à profissão (predomínio dos estudantes) e quanto à
geração de pertença (a geração multimédia), diferenciando-se quanto ao nível
de ensino (as pessoas que referiram o programa Herman SIC frequenta(ra)m
predominantemente o ensino secundário, ao passo que as pessoas que
referiram o programa Levanta-te e Ri se concentram, sobretudo, no ensino
básico).
Ambos os programas são também referidos por pessoas que
frequenta(ra)m os ensinos básico, secundário ou superior, pertencentes às três
gerações.
O programa Herman SIC é o único programa que é referido por uma
parte significativa de pessoas que frequenta(ra)m o ensino superior; por
empregados administrativos e por trabalhadores dos serviços e vendedores,
sendo que o programa Levanta-te e Ri é o único que é referido por uma parte
significativa de pessoas que frequenta(ra)m o ensino secundário; por técnicos e
profissionais de apoio e por trabalhadores qualificados.

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Quadro 4 – 1ºPrograma visto com mais regularidade/programas de
humor/características sociodemográficas

Programas Canal Sexo Sexo Profissões Nível de Nível de Nível de


de M F dominantes Ensino Ensino Ensino
TV Básico Secundário Superior

Trabalhadores
Malucos SIC ++ + qualificados ++ -+ +
do Riso Trabalhadores não
qualificados
Trabalhadores
qualificados da
agricultura e pescas
Dirigentes das
Contra- RTP1 ++ + empresas e do + ++ -+
informação Estado
Empregados
administrativos
Técnicos e
profissionais de
apoio
Estudantes 5,0%
Herman SIC ++ + Empregados -+ ++ +
SIC administrativos
Trabalhadores dos
serviços e
Vendedores
Estudantes
Levanta-te SIC ++ + Trabalhadores não ++ + -+
e Ri qualificados
Técnicos e
profissionais de
apoio
Trabalhadores
qualificados

Quadro 5 – Programa visto com mais regularidade/programas de


humor/geração

Programas Canal GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


de TV INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20
(37-21 anos) anos)

Malucos do Riso SIC + + ++

Contra- RTP1 ++ + ++
informação

Herman SIC SIC -+ + ++

Levanta-te e Ri SIC -+ + ++

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As Séries de Ficção

Os telespectadores que referiram as séries Sexo, Companhia e Video


(TVI) ou Super Pai (TVI) como sendo o programa que vêem com mais
regularidade aproximam-se quanto à geração de pertença (a geração de
transição), diferenciando-se quanto à profissão. Se no contexto das pessoas
que referiram a série Sexo, Video e Companhia predominam os técnicos e
profissionais científicos e intelectuais, já no contexto das pessoas que referiram
a série Super Pai predominam os dirigentes das empresas e do Estado.
Diferenciam-se, também, quanto ao nível de ensino visto que as
pessoas que referiram a série Super Pai frequenta(ra)m em exclusivo o ensino
básico, ao passo que no contexto das pessoas que referiram a série Sexo,
Video e Companhia predominam aquelas que frequenta(ra)m o ensino superior.
As pessoas que apontaram a série Sexo, Vídeo e Companhia são
predominantemente do sexo feminino, sendo que as pessoas que referiram a
série Super Pai são em exclusivo do sexo feminino.
Os dois programas são também referidos por trabalhadores não
qualificados, não sendo referidos por pessoas que pertencem às gerações
iniciática e multimédia.

Quadro 6 - 1º Programa visto com mais


regularidade/Séries/características sócio-demográficas do público

Programas Canal Sexo Sexo Profissões Nível de Nível de Nível de


M F Dominantes Ensino Ensino Ensino
Básico Secundário Superior

Técnicos e
profissionais
científicos e
Sexo, Vídeo e intelectuais
Companhia TVI + ++ Estudantes -+ + ++
Trabalhadores
não
qualificados
Trabalhadores
qualificados
Dirigentes das
empresas e
Super Pai TVI + ++ do Estado ++ + +
Trabalhadores
não
qualificados

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Quadro 7 – 1º Programa visto com mais regularidade/Séries/geração de
pertença do público

Programas Canal GERAÇÃO GERAÇÃO DE GERAÇÃO


INICIÁTICA TRANSIÇÃO MULTIMÉDIA
(54-38 anos) (37-21 anos) (menos de 20 anos)

Sexo, Vídeo e TVI + ++ +


Companhia

+ ++ +
Super Pai TVI

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Os Documentários/Reportagens

As pessoas que referiram os programas Sinais do Tempo (RTP1), 60


minutos (SIC Notícias) ou Grande Reportagem (SIC) como sendo o programa
que vêem com mais regularidade aproximam-se quanto à geração de pertença
(a geração iniciática), afastando-se quanto à profissão. Com efeito, se o
programa Sinais do Tempo é referido, em exclusivo, por trabalhadores não
qualificados, já o programa 60 minutos é referido, sobretudo, por técnicos e
profissionais de apoio, sendo que o programa Grande Reportagem é referido,
em exclusivo, por trabalhadores qualificados.
No contexto das pessoas que referiram o programa 60 minutos e no
contexto das pessoas que referiram o programa Grande Reportagem
predomina o sexo masculino, ao passo que as pessoas que referiram o
programa Sinais do Tempo são exclusivamente do sexo feminino.
No que diz respeito ao nível de ensino, verifica-se que no contexto das
pessoas que referiram o programa 60 minutos e no contexto das pessoas que
referiram o programa Sinais do Tempo predomina o ensino secundário, ao
passo que no contexto das pessoas que referiram o programa Grande
Reportagem predomina o ensino básico.
Nenhum dos três programas é referido por pessoas que frequenta(ra)m
o ensino superior e/ou que pertençam à geração multimédia. Os programas
Grande Reportagem e Sinais dos Tempos são referidos, em exclusivo, por
pessoas que pertencem à geração iniciática.
Do domínio das singularidades verifica-se que o programa 60 minutos é
o único que é referido, de modo significativo, pelos trabalhadores dos serviços
e vendedores, e por pessoas que pertencem à geração de transição.
As pessoas que referiram os documentários de J.Hermano Saraiva
(RTP1) ou os documentários do Canal História (TV Cabo) como sendo o
programa que vêem com mais regularidade, aproximam-se quanto ao nível de
ensino (o nível de ensino secundário), divergindo quanto à profissão. Se os
documentários de J.Hermano Saraiva são referidos, predominantemente, por
técnicos e profissionais de apoio, já os documentários do Canal História são
referidos, sobretudo, por dirigentes das empresas e do Estado. Os públicos
diferenciam-se, também, quanto à geração de pertença: as pessoas que
referiram os documentários de J.Hermano Saraiva pertencem, sobretudo, à
geração iniciática, ao passo que as pessoas que referiram os documentários do
Canal História pertencem, em exclusivo, à geração de transição.
Quanto ao sexo, verifica-se que no contexto das pessoas que referiram
os documentários do Canal História predomina o sexo feminino, sendo que as
pessoas que referiram os documentários de J. Hermano Saraiva são
exclusivamente deste sexo.
Nenhum dos documentários é referido por pessoas que pertencem à
geração multimédia e/ou que frequenta(ra)m o ensino básico, sendo que
ambos são referidos por dirigentes das empresas e do Estado.
No domínio das singularidades, observa-se que os documentários de
José Hermano Saraiva são os únicos que são referidos por pessoas que
frequenta(ra)m o ensino superior e por técnicos e profissionais de apoio, sendo

15
que os documentários do Canal História são os únicos que são referidos por
trabalhadores não qualificados e por trabalhadores qualificados.

Quadro 8 – 1º Programa visto com mais


regularidade/Documentários/características sócio-demográficas do
público

Programas Canal TV Sexo Sexo Profissões Nível de Nível de Nível de


M F Dominantes Ensino Ensino Ensino
Básico Secundário Superior

Sinais do RTP1 + ++ Trabalhadores não + ++ +


Tempo qualificados

60 minutos SIC Notícias ++ + Técnicos e + ++ -+


profissionais de
apoio
Trabalhadores dos
serviços e
Vendedores
´
Grande SIC ++ + Trabalhadores ++ + +
reportagem/ qualificados
Reportagens

Programas RTP1 ++ + Técnicos e -+ ++ +


do José profissionais de
Hermano apoio
Saraiva Dirigentes das
empresas e do
Estado

Docum. do História ++ + Dirigentes das + ++ +


canal História empresas e do
(sem Estado
especificar) Trabalhadores
qualificados
Trabalhadores não
qualificados

Quadro 9 – 1º Programa visto com mais


regularidade/Documentários/geração de pertença do público

Programas Canal GERAÇÃO GERAÇÃO DE GERAÇÃO MULTIMÉDIA


TV INICIÁTICA TRANSIÇÃO (menos de 20 anos)
(54-38 (37-21 anos)
anos)

Sinais do Tempo RTP1 ++ + +

60 minutos SIC ++ + -+
Notícias

Grande SIC ++ + +
reportagem/Reportagens

Programas do José RTP1 ++ + -+


Hermano Saraiva

Documentários do canal História + ++ +


História (sem
especificar)

16
Os Programas de actualidade Noticiosa

As pessoas que referiram os programas Hora Extra (SIC), Prós e


Contras (RTP1) ou Acontece (:2) como sendo os programas que viam com
mais regularidade, aproximam-se quanto ao nível de ensino (predomínio do
ensino superior). Quanto à profissão, no contexto das pessoas que referiram o
programa Prós e Contras e no contexto das pessoas que referiram o programa
Acontece predominam os técnicos e profissionais científicos e intelectuais, ao
passo que no contexto das pessoas que referiram o programa Hora Extra
predominam os empregados administrativos.
No que diz respeito ao sexo, se no contexto das pessoas que referiram o
programa Prós e Contras predomina o sexo masculino, já no contexto das
pessoas que referiram o programa Acontece predomina o sexo feminino, sendo
que no contexto das pessoas que referiram o programa Hora Extra os sexos
feminino e masculino têm a mesma representatividade.
Em relação à geração de pertença, as pessoas que referiram os
programas Hora Extra distribuem-se exclusivamente, e de forma equitativa,
pelas gerações iniciática e de transição, as pessoas que referiram o programa
Prós e Contras pertencem, predominantemente, à geração iniciática, sendo
que as pessoas que referiram o programa Acontece pertencem
predominantemente à geração de transição.
Os três programas são, ainda, referidos por uma parte significativa de
pessoas que frequentaram/frequentam o ensino secundário ou o ensino básico,
e por empregados administrativos.
Os programas Hora Extra e Prós e Contras não são referidos por
pessoas que pertencem à geração multimédia mas, antes sim, por pessoas
que pertencem às gerações iniciática e de transição.
O programa Acontece é o único que é referido por pessoas que
pertencem às três gerações, sendo que o programa Hora Extra é o único que é
referido por trabalhadores dos serviços e vendedores, por trabalhadores não
qualificados e por trabalhadores qualificados.

17
Quadro 10- 1ºPrograma visto com mais regularidade /Programas de
informação noticiosa/características sócio-demográficas do público

Programas Canal Sexo Sexo Profissões Nível Nível de Nível de


TV M F Dominantes De Ensino Ensino
Ensino Secundário Superior
Básico

Empregados
Hora Extra SIC ++ ++ administrativos -+ + ++
Trabalhadores dos
serviços e
vendedores/trabalhadores
não qualificados
Trabalhadores
qualificados
Técnicos e profissionais
Prós e RTP1 ++ + científicos e intelectuais -+ + ++
Contras Técnicos e profissionais
de apoio
Empregados
administrativos
Técnicos e profissionais
Acontece RTP2 + ++ científicos e intelectuais -+ + ++
Técnicos e profissionais
de apoio
Empregados
administrativos

Quadro 11 – 1º Programa visto com mais regularidade /programas de


informação noticiosa/geração de pertença do público

Programas Canal GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


TV INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20
(37-21 anos)
anos)

Hora extra SIC ++ ++ +

Prós e Contras RTP1 ++ + -+

Acontece RTP2 -+ ++ +

18
Os Telejornais

As pessoas que referiram o Jornal da Tarde da RTP1, o Jornal da Tarde


da SIC ou o Jornal da Tarde da TVI como sendo o programa que viam com
mais regularidade diferenciam-se quanto à profissão. Com efeito, se no
contexto das pessoas que referiram o Telejornal da Tarde da RTP1
predominam os técnicos e profissionais de apoio, já no contexto das pessoas
que referiram o Telejornal da Tarde da SIC predominam os trabalhadores dos
serviços e vendedores, sendo que no contexto das pessoas que referiram o
Telejornal da Tarde da TVI predominam os empregados administrativos.
Quanto ao sexo, se no contexto das pessoas que referiram o Telejornal
da Tarde da RTP1 e no contexto das pessoas que referiram o Telejornal da
Tarde da SIC predomina o sexo masculino, já as pessoas que referiram o
Telejornal da Tarde da TVI são exclusivamente do sexo feminino.
No que diz respeito ao nível de ensino, se no contexto das pessoas que
referiram o Telejornal da Tarde da SIC e no contexto das pessoas que
referiram o Telejornal da Tarde da RTP1 predomina o ensino básico, já as
pessoas que referiram o Telejornal da Tarde da TVI frequenta(ra)m em
exclusivo o ensino secundário.
Em relação à geração de pertença, as pessoas que referiram o
Telejornal da Tarde da SIC e as pessoas que referiram o Telejornal da Tarde
da TVI pertencem predominantemente à geração de transição, ao passo que
as pessoas que referiram o Telejornal da Tarde da RTP1 pertencem, sobretudo,
às gerações iniciática e de transição.
Nenhum dos telejornais é referido por pessoas que pertencem à geração
multimédia e/ou que frequenta(ra)m o ensino superior. Os três telejornais são,
também, referidos por empregados administrativos, sendo que o Telejornal da
Tarde da SIC e o Telejornal da Tarde da TVI são também referidos por
estudantes.
As pessoas que referiram o Telejornal RTP1 ou o Jornal 2 ou o Jornal da
Noite da SIC são, predominantemente, do sexo masculino, afastando-se das
pessoas que referiram Jornal Nacional TVI visto que são, em exclusivo, do
sexo feminino.
Em relação à geração de pertença, as pessoas que referiram o
Telejornal RTP1 ou o Jornal Nacional da TVI ou o Jornal 2 pertencem
predominantemente à geração iniciática, afastando-se das pessoas que
referiram o Jornal da Noite da SIC uma vez que estas pertencem, sobretudo, à
geração de transição.
Relativamente à profissão, se no contexto das pessoas que referiram o
Jornal da Noite SIC e no contexto das pessoas que referiram o Jornal Nacional
da TVI predominam os dirigentes de empresas e do Estado, já no contexto das
pessoas que referiram o Telejornal da RTP1 predominam os técnicos e
profissionais científicos e intelectuais, e no contexto das pessoas que referiram
o Jornal 2 predominam os técnicos e profissionais de apoio.
No que diz respeito ao nível de escolaridade, as pessoas que referiram o
Jornal 2 ou o Telejornal da RTP1concentram-se predominantemente no nível
de ensino superior, afastando-se das pessoas que referiram o Jornal Nacional

19
da TVI visto predominar o ensino básico, bem como das pessoas que referiram
o Jornal da Noite SIC uma vez que estas frequenta(ra)m o ensino secundário.
Note-se, também, que os quatro telejornais da noite são referidos por
pessoas que frequenta(ra)m os três níveis de ensino. As pessoas que referiram
os telejornais da RTP1, SIC e TVI distribuem-se pelas três gerações; os
telejornais da noite da SIC, RTP2 e da TVI são referidos, também, por
dirigentes das empresas e do Estado.
O Telejornal RTP1 e o Jornal 2 são, também, referidos por técnicos e
profissionais de apoio, ao passo que o Jornal da Noite da SIC e o Jornal
Nacional da TVI são, também, referidos por empregados administrativos.
O Jornal 2 é o único telejornal que não é referido por pessoas que
pertencem à geração multimédia, sendo que o Jornal da Noite da SIC é o único
telejornal que é referido por estudantes.

Quadro 12 – 1ºPrograma visto com mais regularidade /telejornais/geração


de pertença do público

Programas Canal GERAÇÃO INICIÁTICA GERAÇÃO DE GERAÇÃO


TV (54-38 anos) TRANSIÇÃO MULTIMÉDIA
(37-21 anos) (menos de 20 anos)

Jornal da tarde da RTP1 ++ ++ +


RTP1

Jornal da tarde da SIC + ++ -+


SIC

Jornal da tarde da TVI + ++ +


TVI

Telejornal RTP1 RTP1 ++ + -+

Jornal da Noite (SIC) SIC + ++ -+

Jornal Nacional TVI TVI ++ + -+

Jornal 2 RTP2 ++ + -+

20
Quadro 13 – 1ºPrograma visto com mais regularidade
/telejornais/características sócio-demográficas do público

Canal TV Sex Sex Profissões Nível de Nível de Nível de


o o Predominantes Ensino Ensino Ensino
Programa
M F Básico Secundá Superior
s rio

- Técnicos e
Jornal da RTP1 ++ + profissionais de ++ + -+
tarde da apoio
- Domésticas
RTP1
- Trabalhadores
não
qualificados/empre
gados
administrativos
-Trabalhadores dos
Jornal da SIC ++ + serviços e ++ + -+
tarde da Vendedores
-Empregados
SIC
administrativos
-Estudantes/
Trabalhadores
qualificados
- Empregados
Jornal da TVI + ++ administrativos + ++ +
tarde da - Estudantes
TVI
Técnicos e
Telejornal RTP1 ++ + profissionais -+ + ++
científicos e
intelectuais
- Trabalhadores
qualificados da
agricultura e
pescas

- Técnicos e
profissionais de
apoio
Dirigentes das
Jornal da SIC ++ + empresas e do + ++ -+
Noite Estado
- Empregados
administrativos

- Estudantes
Dirigentes das
Jornal TVI + ++ empresas e do ++ + -+
Nacional Estado
Empregados
administrativos
Domesticas
Técnicos e
Jornal 2 RTP2 ++ + profissionais de + -+ ++
apoio
- Dirigentes das
empresas e do
Estado
- Trabalhadores
dos serviços e
Vendedores

21
Os Programas Desportivos

As pessoas que referiram os programas Domingo Desportivo (RTP1),


Jogo Falado (RTP1) ou Jogos de Futebol aproximam-se quanto ao sexo
(predomínio do sexo masculino), mas diferenciando-se quanto à profissão. Se
no contexto das pessoas que referiram o programa Domingo Desportivo
predominam os trabalhadores qualificados, já no contexto das pessoas que
referiram o programa Jogo Falado predominam os trabalhadores não
qualificados, sendo que no contexto das pessoas que referiram os Jogos de
Futebol predominam os trabalhadores qualificados da agricultura e pescas.
Quanto ao nível de ensino, as pessoas que referiram o programa
Domingo Desportivo concentram-se, sobretudo e de forma equitativa, no
ensino básico e no ensino secundário; as pessoas que referiram o programa
Jogo Falado concentram-se, predominantemente, no ensino secundário, sendo
que as pessoas que referiram os Jogos de Futebol frequenta(ra)m o ensino
básico.
Em relação à geração de pertença, se as pessoas que referiram os
programas Domingo Desportivo ou Jogo Falado pertencem
predominantemente à geração de transição, já as pessoas que referiram os
Jogos de Futebol pertencem, sobretudo, à geração multimédia.
Note-se, também, que os programas Domingo Desportivo e Jogos de
Futebol são referidos por pessoas que se distribuem pelas três gerações,
sendo também referidos por trabalhadores dos serviços e vendedores.
O programa Jogo Falado é o único que não é referido por pessoas que
pertencem às gerações iniciática e multimédia, e/ou por pessoas que
concluíram ou que frequentam o ensino superior.

Quadro 14 – 1ºPrograma visto com mais regularidade


/desportivos/geração de pertença do público

Programas Canal GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
TV
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20
(37-21 anos) anos)

Domingo RTP1 + ++ -+
Desportivo

Jogo Falado RTP1 + ++ +

Futebol/Jogos n.a + + ++
de Futebol/Liga
dos Campeões

22
Quadro 15 – 1ºPrograma visto com mais regularidade
/desportivos/características sócio-demográficas do público

Programas Canal Sexo Sexo Profissões Nível Nível de Nível de


TV M F Predominantes de Ensino Ensino
Ensino Secundário Superior
Básico

Trabalhadores
Domingo RTP1 ++ + qualificados ++ ++ +
Desportivo Trabalhadores dos
serviços e Vendedores
Empregados
administrativos
Trabalhadores não
Jogo Falado RTP1 ++ + qualificados + ++ -+
Trabalhadores dos
serviços e Vendedores
Trabalhadores
Futebol/Jog n.a ++ + qualificados da ++ + -+
os de agricultura e pescas
Futebol/Liga Dirigentes das
dos empresas e do Estado
Campeões Técnicos e profissionais
de apoio

23
Os Talk Shows

As pessoas que refiram a Praça da Alegria (RTP1), SIC 10 horas (SIC)


ou Olá Portugal (TVI) como sendo o programa que vêem com mais
regularidade aproximam-se quanto ao sexo (predomínio do sexo feminino),
quanto ao nível de ensino (predomínio do ensino básico) e quanto à geração
de pertença (a geração iniciática), afastando-se quanto à profissão. Se no
contexto das pessoas que referiram o programa Olá Portugal predominam as
domésticas, já no contexto das pessoas que referiram o programa SIC 10
horas predominam os trabalhadores qualificados da agricultura e pescas,
sendo que no contexto das pessoas que referiram o programa Praça da Alegria
predominam os trabalhadores não qualificados.
Note-se, também, que os três programas não são referidos por pessoas
que frequenta(ra)m o ensino secundário, sendo também referidos por
domésticas e por trabalhadores qualificados da agricultura e pescas.
Os programas SIC10 Horas e A Praça da Alegria são referidos por
pessoas que pertencem à geração multimédia e por dirigentes das empresas e
do Estado, sendo que no contexto das pessoas que referiram os programas A
Praça da Alegria e Olá Portugal a geração de transição não tem
representatividade.
No domínio das especificidades, o programa SIC 10 horas é o único talk-
show que é referido por pessoas pertencentes às três gerações; o programa
Olá Portugal é o único talk-show que é referido por pessoas que pertencem,
em exclusivo, à geração iniciática, sendo que o talk-show Praça da Alegria é o
único que não é referido por pessoas que concluíram ou que frequentam o
ensino superior.
Quanto aos talk-shows vespertinos, as pessoas que referiram os
programas A Vida é Bela (TVI), Portugal no Coração (RTP1) ou Ás duas por
Três (SIC) aproximam-se quanto à geração de pertença (a geração iniciática).
No contexto das pessoas que referiram o programa Ás duas por Três ou o
programa A Vida é Bela predomina o sexo feminino, ao passo que as pessoas
que referiram o programa Portugal no Coração são, predominantemente, do
sexo masculino.
Quanto ao nível de ensino, as pessoas que referiram os programas A
Vida é Bela ou Olá Portugal frequenta(ra)m o ensino básico, sendo que as
pessoas que referiram o programa Às duas por Três frequenta(ra)m o ensino
secundário.
Em relação à profissão, se nos contextos das pessoas que referiram os
programas Portugal no Coração ou Ás duas por Três predominam os dirigentes
de empresas e do Estado, já no contexto das pessoas que referiram o
programa A Vida é Bela predominam os trabalhadores de serviços e
vendedores.
Nenhum dos programas é referido por pessoas pertencentes à geração
multimédia e/ou que frequenta(ra)m o ensino superior, sendo que todos são
referidos, também, por dirigentes das empresas e do Estado.
Note-se, também, que à excepção do programa Ás duas por Três, os
programas A Vida é Bela e Portugal no Coração são, também, referidos por

24
domésticas, sendo que o Programa Praça da Alegria é o único que é referido
por pessoas pertencentes à geração de transição.

Quadro 16 – 1ºPrograma visto com mais regularidade /talk-shows/geração


de pertença do público

CANAL GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


Programas TV INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20 anos)
(37-21 anos)

A Praça da Alegria RTP1 ++ -+ +

SIC 10 horas SIC ++ + -+

Olá TVI ++ + +
Portugal/Programa
do Manuel Luís
Goucha

A vida é bela TVI ++ + -+

Ás duas por três SIC ++ + +

Portugal no RTP1 ++ + +
Coração

25
Quadro 17 – 1ºPrograma visto com mais regularidade /talk-
shows/características sócio-demográficas do público

Programas CANAL Sexo Sexo Profissões Nível Nível de Nível de


TV M F Predominantes de Ensino Ensino
Ensino Secundário Superior
Básico

- Domésticas
A Praça da Alegria RTP1 + ++ - Trabalhadores qualificados ++ + +
da agricultura e pescas
- Dirigentes das empresas e
do Estado
- Trabalhadores qualificados
SIC 10 horas SIC + ++ da agricultura e pescas ++ -+ +
- Trabalhadores não
qualificados
- Domésticas
- Domesticas
Olá TVI + ++ - Trabalhadores qualificados ++ -+ +
Portugal/Programa da agricultura e pescas
do Manuel Luís - Dirigentes das empresas e
Goucha do Estado
- Domésticas
A vida é bela TVI + ++ - Trabalhadores dos ++ + +
serviços e Vendedores
- Dirigentes das empresas e
do Estado
- Dirigentes das empresas e
Ás duas por três SIC + ++ do Estado + ++ --
- trabalhadores não
qualificados
-Trabalhadores qualificados
Portugal no RTP1 ++ + da agricultura e pescas ++ -- --
Coração - Domésticas
- Dirigentes das empresas e
do Estado

26
Os Concursos

As pessoas que referiram os concursos O Elo mais Fraco (RTP1) ou O


Preço Certo em Euros (RTP1) como sendo o programa que vêem com mais
regularidade aproximam-se quanto ao sexo (predomínio do sexo feminino) e
nível de ensino (predomínio do ensino básico), diferenciando-se quanto à
profissão ( se no contexto das pessoas que referiram o concurso O Elo Mais
Fraco predominam os empregados administrativos já no contexto das pessoas
que referiram o concurso O Preço Certo em Euros predominam os
trabalhadores qualificados da agricultura e pescas), assim como se afastam
quanto à geração de pertença (se as pessoas que referiram o concurso O Elo
mais Fraco pertencem, predominantemente, à geração iniciática já as pessoas
que referiram o concurso O Preço Certo em Euros pertencem, sobretudo, às
gerações de transição e multimédia.
Note-se, também, que as pessoas que referem os concursos O Elo mais
Fraco ou O Preço Certo em Euros se distribuem pelas três gerações; que uma
parte significativa das pessoas que referem os concursos O Elo mais Fraco ou
O Preço Certo em Euros são trabalhadores não qualificados e técnicos/
profissionais de apoio.
No domínio das singularidades, observa-se que o concurso O Elo mais
Fraco é o único que é referido por pessoas que frequenta(ra)m o ensino
superior. O concurso O Preço Certo em Euros é referido por uma parte
significativa de pessoas que pertence à geração iniciática.

Quadro 18 – 1ºPrograma visto com mais


regularidade/Concursos/características sócio-demográficas do público

Programas Canal Sexo Sexo Profissões Nível de Nível de Nível de


TV M F Dominantes Ensino Ensino Ensino
Básico Secundário Superior

O Elo mais RTP1 + ++ Empregados administrativos ++ + -+


Fraco Técnicos e profissionais de
apoio
Trabalhadores não
qualificados

O Preço RTP1 + ++ Trabalhadores qualificados ++ + --


certo em da agricultura e pescas
euros Trabalhadores não
qualificados Técnicos e
profissionais de apoio

27
Quadro 19 – 1ºPrograma visto com mais regularidade/Concursos/geração
de pertença do público

Programas Canal GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


TV INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20 anos)
(37-21 anos)

O Elo mais RTP1 ++ + -+


fraco
(concurso)

O Preço RTP1 + ++ ++
certo em
euros/O
Preço
certo

28
Os Reality Shows

As pessoas que referiram os programas Academia de Estrelas (TVI), Big


Brother (TVI) ou Operação Triunfo (RTP1) como sendo os programas que
vêem com mais regularidade, aproximam-se quanto ao sexo (predomínio do
sexo feminino), afastando-se quanto à profissão: no contexto das pessoas que
referiram o programa Operação Triunfo predominam as domésticas, no
contexto das pessoas que referiram o programa Academia de Estrelas
predominam os técnicos profissionais de apoio, sendo que no contexto das
pessoas que referiram o programa Big Brother predominam os estudantes.
Diferenciam-se também quanto ao nível de ensino. Se no contexto das
pessoas que referiram o programa Academia de Estrelas predomina o ensino
superior, já no contexto das pessoas que referiram o programa Operação
Triunfo predomina o ensino secundário, sendo que no contexto das pessoas
que referiram o programa Big Brother predomina o ensino básico.
Em relação à geração de pertença, as pessoas que referiram o
programa Operação Triunfo ou o programa Big Brother pertencem
predominantemente à geração multimédia, ao passo que as pessoas que
referiram o programa Academia das Estrelas pertencem sobretudo às gerações
iniciática e de transição.
Os programas Academia das Estrelas e Big Brother não são referidos
por pessoas que frequenta(ra)m o ensino secundário, tendo também em
comum o facto de serem referidos por trabalhadores não qualificados e por
estudantes.
Os programas Academia das Estrelas e Operação Triunfo são, também,
referidos por pessoas que frequenta(ra)m o ensino superior e/ou por técnicos e
profissionais de apoio.
No domínio das especificidades, o programa Operação Triunfo é o único
programa que é referido por pessoas que nasceram nos períodos
correspondentes às três gerações televisivas e por domésticas; o programa
Academia de Estrelas é o único programa que não é referido por pessoas que
pertencem à geração multimédia, sendo também referido por pessoas que
frequenta(ra)m o ensino superior.

Quadro 20 – 1ºPrograma visto com mais regularidade/Reality-


Shows/geração de pertença do público

Programas CANAL TV GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20 anos)
(37-21 anos)

Academia de TVI ++ ++ --
Famosos/Academia
de Estrelas

Big Brother TVI -- -- ++

Operação Triunfo RTP1 -+ + ++

29
Quadro 21 – 1ºPrograma visto com mais regularidade/Reality-
Shows/características sócio-demográficas do público

Programas CANAL Sexo Sexo Profissões Nível Nível de Nível de


TV M F Predominantes de Ensino Ensino
Ensino Secundário Superior
Básico

-Técnicos e profissionais de
Academia de TVI + ++ apoio + -- ++
Famosos/Academia - Trabalhadores não
de Estrelas qualificados

- Dirigentes das empresas e


Big Brother TVI + ++ do Estado ++ -- --
- Estudantes
- Trabalhadores não
qualificados
-Domesticas
Operação Triunfo RTP1 + ++ - Estudantes -+ ++ +
-Técnicos e profissionais de
apoio

30
Os Programas Musicais

As pessoas que referiram os programas Top + (RTP1) ou MTV (TV


Cabo) aproximam-se quanto à profissão (predominam os estudantes), quanto à
geração de pertença (a geração multimédia) e quanto ao nível de ensino
(predomínio do ensino secundário).
Quanto ao sexo, as pessoas que referiram o programa Top+ são,
equitativamente, dos sexos feminino e masculino, ao passo que no contexto
das pessoas que referiram o programa MTV predomina o sexo masculino, não
obstante o sexo feminino estar significativamente representado.
Os dois programas são referidos por uma parte significativa das pessoas
que pertencem à geração de transição e por trabalhadores não qualificados,
sendo que nenhum deles é referido por pessoas pertencentes à geração
iniciática e que frequenta(ra)m o ensino superior.

Quadro 22 – 1ºPrograma visto com mais regularidade/Musicais/geração


de pertença do público

Programas CANAL GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO


TV INICIÁTICA DE MULTIMÉDIA
(54-38 anos) TRANSIÇÃO (menos de 20 anos)
(37-21 anos)

Top + RTP 1 -- + ++

MTV MTV -- + ++

Quadro 23 – 1ºPrograma visto com mais


regularidade/musicais/características sociodemográficas do público

Programas CANAL Sexo Sexo Profissões Nível de Nível de Nível de


TV M F Predominantes Ensino Ensino Ensino
Básico Secundário
Superior
- Estudantes
Trabalhadores dos
Top + RTP 1 ++ ++ serviços e Vendedores + ++ --
- Trabalhadores
qualificados/trabalhadores
não qualificados
- Estudantes 1,8%
- Dirigentes das empresas
MTV MTV ++ + e do Estado + ++ --
- Trabalhadores não
qualificados

31
Análise Global e Conclusões

As telenovelas A Jóia de África, A Casa das Sete Mulheres, Amanhecer


e Esperança, o programa de debate Pós e Contras, o concurso O Elo mais
Fraco, os documentários Sinais do Tempo, 60 minutos e Grande Reportagem e
os talk-shows Portugal no Coração, Às duas por Três, A Vida é Bela, SIC 10
horas, Praça da Alegria e Olá Portugal, bem como os noticiários Jornal 2 e
Jornal Nacional (TVI), são eleitos como programas que são vistos com mais
regularidade por um público pertencente, em exclusivo, à geração
iniciática (o público mais idoso).
As séries Super Pai e Sexo, Companhia e Vídeo, os programas
Domingo Desportivo e Jogo Falado, o Jornal da Noite, a telenovela Coração
Malandro, os documentários do Canal História, o Telejornal da Tarde (TVI), o
Telejornal da Tarde (SIC) e o programa Acontece são eleitos como os
programa que são vistos com mais regularidade por um público
pertencente, em exclusivo à geração de transição.
Os programas musicais Top Mais e MTV, as telenovelas Saber Amar e
New Wave, os jogos de futebol, os reality-shows Big Brother e Operação
Triunfo, os programas de humor Malucos do Riso e Levanta-te e Ri são
privilegiados por um público pertencente, em exclusivo, à geração
multimédia (o público mais jovem).
O programa de debate Hora Extra, o Telejornal da Tarde (RTP1), o
reality-show Academia das Estrelas e os documentários de José Hermano
Saraiva são escolhidos por um público pertencente às gerações iniciática
ou de transição.
A telenovela O Beijo do Vampiro e o programa de humor Herman SIC
possuem a particularidade de serem eleitos como os programas que são vistos
com mais regularidade por um público pertencente ou à geração iniciática ou à
geração multimédia; sendo que o concurso O Preço Certo em Euros têm a
particularidade de ser destacado por um público pertencente ou à geração de
transição ou à geração multimédia.
No que respeita à variação do consumo de programas televisivos
segundo os níveis de ensino dos seus públicos, constatou-se que os
programas baseados na actualidade noticiosa (reportagens e magazines
culturais) são eleitos pelo público mais qualificado em termos de escolaridade
(o ensino superior); que os documentários são destacados por um público que
se concentr(ou)a no ensino secundário ou superior; que os programas de
música são privilegiados por um público que se concentra, em exclusivo, no
ensino secundário; e que os talk-shows e os concursos são privilegiados pelo
público menos habilitado do ponto de vista educacional.
Os programas em que o público mais se polariza no nível de
escolarização são as séries de ficção, dado que são referidas por um público
que frequent(ou)a o ensino básico ou o ensino superior, seguindo-se as
telenovelas, os programas de humor e os programas desportivos., sendo esses
último destacados por um público que detém ou a escolarização básica ou a
escolarização secundária. Os telejornais e os reality-shows são os únicos

32
programas em que o público se reparte de igual modo pelos três níveis de
ensino.
A análise da relação entre consumos televisivos e o sexo do público,
permitiu concluir que as telenovelas, as séries, os concursos, os talk-shows e
os reality-shows são eleitos, sobretudo, por um público do sexo feminino, ao
passo que os programas de humor, os documentários e reportagens, os
programas desportivos, os telejornais e os programas musicais são
destacados, predominantemente, por um público do sexo masculino. Os
debates em torno da actualidade noticiosa e os magazines culturais são eleitos
tanto por públicos do sexo feminino como do sexo masculino.
Considerando, por fim, a relação entre os consumos televisivos e a
profissão dos seus públicos, verifica-se uma tendência para que a cada
profissão estejam associados três géneros diferentes de programas. A
excepção ocorre no público que exerce a actividade profissional de dirigente de
empresas ou do Estado visto que lhe está associada uma maior diversidade de
géneros televisivos (6), assim como nos empregados administrativos (4). No
pólo oposto, encontramos os trabalhadores dos serviços (1).
As domésticas elegem, sobretudo, as telenovelas, os talk-shows e os
reality shows como os primeiros programas que vêem com mais regularidade;
os estudantes privilegiam as telenovelas (mas apenas aquelas que traduzem
as culturas juvenis contemporâneas), os programas de humor e os programas
musicais; os trabalhadores não qualificados consomem, sobretudo, telenovelas,
documentários e programas desportivos; os empregados administrativos
elegem as telenovelas, os debates, os concursos e os telejornais; os
trabalhadores dos serviços e vendedores apontam os telejornais; os
trabalhadores qualificados da agricultura e pescas consomem sobretudo os
concursos, os programas desportivos, e os talk-shows; os dirigentes das
empresas e do Estado elegem os programas de humor, as séries, os
documentários, os telejornais, os talk-shows, e os reality shows; os técnicos
profissionais de apoio destacam os documentários, os telejornais e os reality
shows; os trabalhadores qualificados elegem os programas de humor, os
documentários e os programas desportivos, sendo que os técnicos
profissionais científicos e intelectuais privilegiam as séries, os debates e os
telejornais.
A análise extensiva dos resultados, considerando apenas os valores
predominantes para cada geração, confirmam a hipótese de que há uma
relação significativa entre o visionamento/valorização de programas televisivos
e a geração de pertença, na medida em que as pessoas que pertencem à
mesma geração tendem a consumir programas semelhantes quanto ao seu
formato/género.
Poder-se-á, assim, dizer que a cada uma das três gerações (iniciática,
de transição e multimédia) correspondem diferenciados géneros de programas
televisivos – fruto, em muito, da diferenciação inter-geracional em termos de
referências culturais e da vivência de experiências históricas e de consumos.
No entanto, o consumo de alguns géneros de programas é também transversal
a duas gerações, nomeadamente, às gerações iniciática e de transição
Esta transversalidade poderá ser explicada, entre outros factores, pelas
referências e hábitos culturais herdados dos seus grupos de pertença, com
destaque para a família e para os amigos inter-geracionais, mas também pelos
estilos e ritmos de vida associados às suas profissões e níveis de escolaridade,

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a par dos seus grupos de referência e das diferenças psicossociais entre
homens e mulheres – factores que, também, poderão explicar a diferenciação
ao nível dos consumos intra-geracionais que foi possível observar.
A identificação de características específicas a uma geração pode assim
constituir mais um elemento na definição de grelhas de programas de televisão
bem como na gestão de conteúdos televisivos.

Gustavo Cardoso e Sandra Amaral

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Bibliografia

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TEVES, Vasco Hogan (1998), História da televisão em Portugal, Lisboa, TV Guia Editora.

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Ficha Técnica

Titulo Ficção, Noticias e Entretenimento: As idades da TV em Portugal

Coordenador Cientifico Cardoso, Gustavo

Investigadores Cardoso, Gustavo


Amaral, Sandra
Coordenação Editorial Espanha, Rita

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