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Para uma melhor apreciação dessas características, referimo-nos ao texto de Machado (1998)
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O gênero, na concepção bakhtiniana, seria “todos os nossos enunciados se baseiam em uma forma padrão e
relativamente estável de estruturação de um todo” (Bakhtin, 1953:301) ou ainda “tipos relativamente estáveis de
enunciados” (Bakhtin, 1953:279).
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• Diários colaborativos (Brock, Ju & Wong ,1991): que são escritos pelos
professores e compartilhados com outros, para que todos possam refletir
sobre as experiências de ensino e de escrita diarista.
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Cabe aqui ressaltar que a visão de reflexão discutida por Zabalza (1994) está embasada numa postura de reflexão
prática como aquela apresentada por Schön (1987) e não em uma postura crítica como a pretendida neste trabalho.
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relação de confiança entre escritor e leitor dos eventos para que os relatos
retratem tanto experiências agradáveis como desagradáveis (Brock, Ju &
Wong ,1991);
• Continuidade do esforço narrativo, esforço lingüístico de reconstruir
verbalmente episódios densos da vida, esforço de ter que escrever depois
de um dia exaustivo de trabalho (Yinger & Clark,1985).
• Uso de comentários muito superficiais nos diários, exagerado tempo
necessário exigido dos formadores de educadores para dar feedback sobre
os diários dos educadores, expectativa de soluções “corretas” para
problemas apresentados nos diários, o que pode ser frustrante caso a
resposta do formador seja estimular a exploração de alternativas (Rilling &
Skillman, 1995);
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Verificar discussão sobre megainstrumento feita por Schnewly na seqüência.
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É por isso que a visão de diário aqui desenvolvida está imbuída dessa
visão de reflexão crítica que pressupõe as quatro formas de ação propostas
por Smyth (1992). E essas formas de ação, ou condições sociais, pressupõem
algumas propriedades do discurso (Fairclough, 1989). O diário torna-se, assim,
uma forma de prática social uma vez que como um gênero discursivo, é uma
parte da sociedade, um processo social e um processo condicionado
socialmente (Fairclough, 1989).
No entanto, como a prática naturalizada de escrita nos meios
acadêmicos é a escrita de resumos, resenhas, e dissertações, os educadores -
aprendizes-diaristas - têm grande dificuldade de elaborar uma reflexão que
possibilite a coordenação da teoria formal e da prática numa tentativa de
reflexão crítica. A introdução do uso do diário na vida acadêmica representa,
pois, uma tentativa de, através de uma mudança discursiva, levar a uma
mudança na prática reflexiva, e vice-versa. Essa tentativa é também um
embate de poder, uma vez que luta contra uma prática naturalizada de sujeição
ao texto acadêmico e propõe sua crítica embasada na prática. É assim que o
diário, enquanto linguagem, se torna tanto local e objeto de luta social
(Fairclough, 1989), como possibilidade de maior simetria de poder no discurso
(teoria formal e prática assumem relevância).