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A Liderança e Suas Principais Teorias

Roberto Cesar Sganzerla

Resumo
O presente texto procura retratar a evolução conceitual do tema Liderança sob o
ponto de vista de diferentes escolas e autores.

Palavras-Chave:

Liderança, Comportamento Organizacional, Recursos Humanos

Introdução
Antes de desenvolver a análise da origem da teoria da Liderança, selecionaram-se
trechos trazidos pela professora Cecília Whitaker Bergamini:
Liderança é ‘o comportamento de um indivíduo quando está
dirigindo as atividades de um grupo em direção a um objetivo
comum’ (Hemphill & Coons, 1957,p.7).

Liderança é ‘um tipo especial de relacionamento de poder


caracterizado pela percepção dos membros do grupo no sentido de
que outro membro do grupo tem o direto de prescrever padrões de
comportamento na posição daquele que dirige, no que diz respeito
à sua atividade na qualidade de membro do grupo’(Janda, 1960,
p.35).

Liderança é ‘uma influência pessoal, exercida em uma situação e


dirigida através do processo de comunicação, no sentido do
atingimento de um objetivo específico ou objetivos’ (Tannenbaum,
Weschler & Massarik, 1961, p. 24).

Liderança é ‘uma interação entre pessoas na qual uma apresenta


informação de um tipo e de tal maneira que os outros se tornam
convencidos de que seus resultados serão melhorados caso se
comporte da maneira sugerida ou desejada’ (Jacobs, 1970, p.232).

Liderança é ‘o início e a manutenção da estrutura em termos de


expectativa e interação’ (Stogdill, 1974, p.411).

Liderança é ‘o incremento da influência sobre e acima de uma


submissão mecânica com as diretrizes rotineiras da
organização’(Katz & Kahn, 1978, p. 528).

Liderança é ‘o processo de influenciar as atividades de um grupo


organizado na direção da realização de um objetivo’ (Rouch &
Behling, 1984 p.46)

Seguindo a mesma autora:


"Dois elementos parecem ser comuns a todas essas definições.
Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que
a liderança esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolva
duas ou mais pessoas. Em segundo lugar, fica evidente tratar-se
de um processo de influenciação exercido de forma intencional por
parte de líder sobre seus seguidores”.

Adicionando Hollander (1978):


“O processo de liderança normalmente envolve um relacionamento
de influência em duplo sentido, orientado principalmente para o
atendimento de objetivos mútuos, tais como aqueles de um grupo,
organização ou sociedade. Portanto, a liderança não é apenas o
cargo do líder, mas também requer esforços de cooperação por
parte de outras pessoas.”

A partir desses recortes que serviram como uma reflexão inicial, pode-se então
analisar e discutir o tema proposto.

1. Liderança, a arte de ser humano


John K. Clemens e Douglas F.. Mayer escreveram, em 1987, um livro publicado
em português sob o título Liderança, o toque clássico, no qual dizem:
“Não é surpreendente que livros como As Vidas dos Homens
Ilustres...ofereçam ricas perspectivas sobre liderança. Afinal, os
problemas centrais para uma liderança efetiva – motivação,
inspiração, sensibilidade e comunicação pouco mudaram nos
últimos 3.000 anos. Esses problemas foram enfrentados pelos
Egípcios quando construíram as pirâmides, por Alexandre quando
criou seu império e pelos gregos quando lutaram contra os
troianos. Liderança é um conceito escorregadio e ilusório, que
deixa perplexos mesmo os cientistas sociais. Após estudar mais de
3.000 livros e artigos sobre liderança, escritos ao longo dos últimos
40 anos, certo pesquisador conclui que não se sabe muito mais a
respeito desse assuntos hoje em dia do que se sabia quando toda
a confusão teve início”
.
Segundo Bergamini (1994):
“Isso quer dizer que a liderança tem sido investigada desde há
muito e como tal é justo que apresente inúmeras interpretações. É
desejável lembrar que a diferença entre as interpretações se
traduziu em pontos de vistas que não são necessariamente
opostos, mas que, de certa forma, propõem enfoques
complementares uns aos outros. É o conjunto de todos eles que
oferece uma visão mais completa sobre o assunto”

Portanto, liderar é a própria arte de ser humano. Acredita-se que a palavra


liderança tenha aparecido por volta do ano 1300 da era cristã, embora o termo
venha sendo mais empregado nos últimos 200 anos, sobretudo, na língua inglesa.
Se a preocupação com a liderança é tão antiga quanto a história da escrita, é bom
que se proponha, mesmo que de maneira sucinta, uma revisão parcial daquilo que
já foi estudado, não somente para que se tenha idéia das principais teorias
existentes, mas para que não se cometa o engano de adotar como verdadeiras
certas suposições que hoje, após anos de pesquisas, já comprovaram
ultrapassadas.
Para tanto, trataremos de algumas das principais teorias da liderança vistas
através de dois enfoques distintos: Teorias da liderança com foco no líder e teorias
da liderança com enfoques situacionais.

1.1. Foco no Líder


As primeiras abordagens da problemática da liderança centraram-se na definição
de líder e na procura das qualidades comuns a todos os líderes. Nessa linha,
podem ser consideradas duas teorias: a teoria dos Grandes Homens e a teoria
dos Traços.

• Teoria do Grande Homem - Aceita a idéia de líderes natos. Supunha-se que


de tempos em tempos apareceriam homens geniais destinados a exercer
profunda influência na sociedade.

Warren Bennis (2001) comenta:


“Em um momento se pensou que as habilidades da liderança
eram inatas. Ninguém se torna um líder, e sim nasce com esta
condição, ....A esta concepção de liderança se poderia denominar
de Teria do Grande Homem”. Para ela, o poder se encarnava em
uma reduzida quantidade de pessoas cuja herança e destino as
convertia em líderes. Os indivíduos do tipo adequado poderiam
liderar, todos os demais deveriam ser liderados. Ou se tinha essa
característica ou não se tinha. Nem o aprendizado nem o desejo,
por grandes que fossem, poderiam alterar o destino de um
indivíduo."

Todo nascimento traz um líder, depende dessa pessoa agarrar as oportunidades.


Ghandi não nasceu com grande eloqüência e tampouco era um reconhecido
comunicador, mas mudou-se, cresceu, e se tornou um grande líder, porque
acreditava no que pensava. Portanto, líderes não nascem, a menos que aceitemos
que todos os que nascem podem ser líderes.
• Teoria dos Traços - Basicamente semelhante à do Grande Homem, defende
que a posse de certos traços de caráter e de personalidade permitiria a certos
homens acesso ao poder. Dessa forma, julgava-se ser possível encontrar
traços de personalidade universais nos líderes que os distinguiam dos não-
líderes. Bryman (1992) retrata três grandes tipos de traços que a literatura
trata, fatores físicos, habilidades características e aspectos de personalidade.
O que interessava aos pesquisadores da época era poder eleger dentre certos
atributos quais os que melhor definiriam a personalidade do líder. Segundo
Bergamini (1994):
“O enfoque dos traços predominou até a década de quarenta,
tendo como grandes contribuintes para o seu sucesso as
pesquisas desenvolvidas pelos testes psicológicos muito
incrementados a partir de 1920 ate 1950..Stogdill e Mann serviram-
se dos resultados das pesquisas disponíveis acerca de liderança
que datavam de 1904 a 1948, encontrando aproximadamente 124
projetos voltados a esse tipo de enfoque no estudo da liderança.
Com revisão desses projetos foi possível chegar a um resultado
que permitiu listar aproximadamente 34 traços de personalidade
considerados como características típicas da amostragem dos
líderes eficazes....Alguns exemplos dos traços encontrados são:
sociabilidade e habilidades interpessoais, auto-confiança,
ascendência e domínio, participação nas trocas sócias, fluência
verbal, equilíbrio emocional e controle, busca de responsabilidade
e outros”.

Em suma, as teorias apresentadas com foco no líder - a do Grande Homem e a


Teoria dos Traços - ocuparam durante bastante tempo os estudiosos e
investigadores dos fenômenos de liderança e, apesar das suas pesquisas terem
redundado em fracasso, essa posição encontra-se ainda muito difundida no senso
comum. De fato, seria bastante otimista pensar que podiam existir apenas líderes
natos, bem como traços de personalidade consistentes e próprios de todos os
líderes, fossem eles líderes como Hitler, Madre Tereza de Calcutá, Bin Laden ou
Ghandi. Os diversos estudos parecem ter concluído apenas vagamente que certas
características como inteligência, extroversão são, auto-segurança e empatia,
tendiam a estar relacionadas com o desenvolvimento e manutenção de posições
de liderança. Mas para além de inconsistentes, os dados não estabelecem uma
distinção clara entre caracteres inatos e adquiridos. Por outro lado, essas teorias
sustentam que o líder nato ou o possuidor de determinados traços seria capaz de
exercer espontaneamente e imediatamente a liderança, o que vai de encontro à
natureza dinâmica das relações humanas. Essas teorias ignoram também os
fatores situacionais e, embora especificassem traços que quase todos os líderes
possuíam, a verdade é que temos que reconhecer que esses mesmos traços são
freqüentemente possuídos por um grande número de não-líderes. Entretanto, e
embora essas teorias tendam hoje a serem rejeitadas, é de algum modo evidente
que os atributos pessoais particulares aumentam a probabilidade de que certas
pessoas assumam, com maior freqüência, papéis de liderança nos vários grupos
em que participam.

1.2. Enfoques situacionais


Segundo Fiedler (1967):
“Volumosa pesquisa feita especialmente sob condições reais de
vida tem mostrado bem consistentemente, todavia, que a
personalidade do líder é somente um dos fatores que determina o
desempenho do grupo. O líder que se desempenha bem em um
grupo ou sob um conjunto de condições pode não sair-se bem em
outros grupos, em outras tarefas ou sob outras condições”.

Então, as teorias de enfoques situacionais exploram as variáveis que cercam o


processo de liderança, sendo esses, portanto, enfoques mais abrangentes do que
os vistos anteriormente.

• Teoria das Trocas - A partir de 1964, Hollander busca na Teoria das Trocas
encontrar o equilíbrio entre líder e liderado. Segundo esse enfoque, o
surgimento de um líder não se dá unicamente pelo seu tipo de personalidade,
mas tem relação com outros fatores, tais como as normas em uso pelos
grupos. Esses valores grupais é que irão eleger como importantes certas
características da personalidade do líder. Para Hollander, a aceitação do líder
e sua permanência como tal depende de quanto ele seja considerado como
facilitador do atendimento dos objetivos almejados pelo grupo liderado.
Segundo Bergamini (1994):
“Com a Teoria das Trocas de Hollander, o papel desempenhado
pelos subordinados no processo de liderança começa a despontar
como um elemento que pode favorecer a formação eficaz desse
vínculo. Até então, os estudos vigentes somente dirigiam sua
atenção às características que tipificavam os líderes” (Bergamini,
C. W.,1994).

Portanto, a partir dessa teoria, mais uma variável é acrescida às condições


básicas: a eficácia do exercício da liderança, que é a percepção que os liderados
possuem da figura do líder.

• Abordagem situacional de Liderança - Na sua forma mais simples, a tese


situacional defende a idéia de que a situação faz surgir o líder necessário e
conveniente; ou seja, os grupos escolheriam o líder ou líderes adaptados às
suas necessidades. Mas essa posição seria demasiado finalista e restritiva;
pois, em vez de pretender que a liderança seja um ato passivo, a teoria
situacional afirma que o líder hábil pode adaptar-se e antecipar-se às
necessidades dos elementos do seu grupo. Segundo Tannenbaum, Weschler e
Massarik (1961):
"Liderança é a influência interpessoal, exercida na situação e
dirigida através do processo de comunicação humana, com vista à
obtenção de um ou diversos objetivos específicos"

Como se vê, a liderança é encarada como um fenômeno social que ocorre


exclusivamente em grupos sociais. É definida como função de três elementos:
 do indivíduo (personalidade, caráter, capacidade de realização, etc.)
 do grupo (estrutura das inter-relações individuais no grupo, atitudes,
necessidades, etc.)
 da situação (exigências das situações, objetivos, ambiente envolvente do líder
e do grupo, etc.)

Essa abordagem situacional da liderança procura, assim, integrar os elementos


válidos das várias abordagens de um problema que se revelou demasiado
complexo para que possa ser explicado por uma abordagem restrita, qualquer que
ela seja.

• Teoria Contingencial ou do Comportamento - foi elaborada a partir daquilo


que Fiedler denomina de medida LPC (Least Prefered Coworker) da
personalidade do líder. Muito da estrutura teórica adotada por ele tomou como
base os estudos de campo desenvolvidos pela Universidade de Illinois a partir
de 1951. Começando com um grande número de dimensões estudadas, esse
número foi reduzido para duas dimensões independentes a serem
consideradas. Embora a terminologia possa ser variada, foi possível distinguir
a existência de dois tipos básicos de estilos de líder: aquele que pode ser
considerado com orientado para a tarefa e aquele que é orientado para
relacionamento.

Em meados do século XX, e após amplos estudos realizados no âmbito da


pesquisa dos comportamentos de liderança, uma idéia alternativa começou a
ganhar forma. A liderança começou a ser vista como a maneira de proceder
derivada da relação existente entre o líder e outras pessoas do grupo. Assim,
passa-se a considerar que não é a posse de certos traços que contribui para o
sucesso dos líderes, mas, antes, a sua capacidade em adequar os
comportamentos às exigências das diversas situações. Mas na verdade
mostrava-se difícil demonstrar a existência de uma relação consistente entre
padrões de liderança e desempenho do grupo. Por outro lado, é um fato que a
maioria das pessoas desempenha na sua vida papéis de liderança em
situações diferentes. Ganha assim forma a Abordagem Contingencial de
liderança. Segundo Fiedler (1967):
“O ponto mais importante dessa teoria é que a eficácia da
liderança depende tanto da situação em que o grupo se encontra
quanto do líder. Se a teoria está certa, isso significa que um
programa que envolva somente os aspectos de personalidade do
líder ou somente os aspectos situacionais da organização está
fadada ao fracasso. Um estilo de liderança não é em si mesmo
melhor ou pior do que outro, nem tampouco existe um tipo de
comportamento em liderança apropriado para todas as condições.
Dessa forma, quase todo mundo poderia ser capaz de ter sucesso
como líder em algumas situações e quase todo mundo está apto a
falhar em outras. Caso queiramos melhorar o desempenho
organizacional, devemos lidar não somente com o estilo do líder,
mas também com os fatores que promovem a influência sobre ele”
(Fiedler, F. E. , 1967)

Portanto, tornar-se um líder capaz e eficaz, a despeito de ser possível a todos,


não parece que será conseguido simplesmente com programas de treinamento de
poucas semanas, tampouco mudanças comportamentais reais serão conquistadas
em seminários de poucas horas. Como já dizia meu professor James A. Tucker
(Psicologia Educacional, University of Tennesse, USA), o aprendizado leva tempo.

Teoria Caminho-Objetivo (Path-Goal) - Dentro do enfoque contigencial, surge


mais uma teoria ressaltando a importância do liderado como um reduto
motivacional dentro do processo da liderança. A teoria Caminho-Objetivo (Path-
Goal) é pouco conhecida no Brasil, mas muito valorizada dentro dos contextos
americano, canadense e europeu. Segundo Smith, P. B. & Peterson, M. F.(1989):.
“A teoria do Caminho-Objetivo muito claramente deriva das teorias
que se baseiam na expectância, que se tornaram populares no
campo do comportamento organizacional nos anos 60 (por
exemplo, Vroom, 1964). Na sua essência, ela propõe que os
subordinados farão aquilo que desejarem os líderes, caso eles
façam duas coisas. Primeiro, devem assegurar que os
subordinados compreendam como atingir os objetivos do líder.
Segundo, esses líderes devem prever que os subordinados
cheguem aos seus objetivos pessoais nesse processo (House,
1971). A tarefa do líder é, então, diagnosticar a função do ambiente
e selecionar aqueles comportamentos que assegurarão que os
subordinados estejam motivados ao máximo no sentido dos
objetivos organizacionais”

Então, segundo essa teoria, os subordinados se sentirão motivados cada vez mais
motivados com o comportamento do líder, na medida em que esse mesmo
comportamento comprovar, de forma objetiva, que traz uma contribuição decisiva
em favor do atendimento das expectativas desses liderados.

Conclusões
Segundo Bennis (2001):
“Assim como o amor, a liderança continuou a ser algo cuja
existência todo mundo conhecia, mas que ninguém sabia definir.
Tem se aparecido e desaparecido muitas outras teorias sobre
liderança. Algumas se concentravam no líder. Outras se
concentravam na situação. Nenhuma resistiu a prova do tempo”.

Depois desta rápida revisão de algumas das principais teorias da liderança e de


suas escolas, não há como descrever estilos de comportamento do líder propondo
que algum desses comportamentos seja melhor ou mais indicado para se atingir a
eficácia como líder. Assim como não é possível priorizar os comportamentos em
liderança segundo seus graus de eficácia, não se domina também o conjunto
complexo daquelas variáveis situacionais ou ambientais que têm peso suficiente
para determinar condições que favoreçam este ou aquele estilo de liderança. No
entanto, aquilo que se pode perceber a partir do exame da experiência prática é
que líderes diferentes atingiram sua eficácia de maneiras particulares e em
situações também especiais.

Após analisar os processos de liderança a partir de diversos ângulos, podemos


concluir que não se justifica afirmar que esses teóricos se contradizem, pelo
contrário, se complementam, nos oferecendo assim uma visão mais clara sobre o
tema liderança.
Por mais que tentemos, longe ainda está de se ter esgotado o assunto e de se
poder definir ou explicar plenamente o fenômeno da liderança. Como escreveram
Warren Bennis e Burt Nanus, em 1985, no livro Leaders: “É como se à liderança
também se aplicasse o que uma vez dissera Braque em relação à arte: Na arte, o
único que interessa é o que não se pode explicar”.

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