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– GUIÃO DE LEITURA
Guião de leitura do conto “Arroz do Céu”
de José Rodrigues Miguéis, Gente da Terceira Classe
Ao longo dos passeios de Nova York, por sobre as estações e galerias do subway, abrem-
se grandes respiradouros gradeados por onde cai de tudo: o sol e a chuva, o luar e a neve,
luvas, lunetas e botões, papelada. chewing gum, tacões de sapatos de mulheres que ficam
entalados, e até dinheiro. Às vezes, lá no fundo, no lixo acumulado ou em poças de água
estagnada, brilham moedas de níquel e mesmo de prata. Os garotos ajoelham de nariz
colado às grades, tentando lobrigar tesouros na obscuridade donde sopra um hálito
húmido e oleoso e o cheiro dos freios queimados. Fazem prodígios de habilidade e
obstinação para pescar as moedas perdidas. Alguns têm êxito nisso, mas depois
engalfinham-se em disputas tremendas sobre a posse e a partilha do tesouro: nunca se
sabe quem foi que viu primeiro.
Outros, quando a colheita promete, chegam a arriscar nisso algum capital: juntam as
posses, e entram dois, é quanto basta, no subway; uma vez lá dentro, trepam sub-
repticiamente aos respiradouros, o que é uma difícil operação de acrobacia, para colher
aquele dinheiro-de-ninguém, enquanto um ou mais camaradas vigilantes os vão guiando cá de fora. Também os há
que entram sem pagar, por entre as pernas da freguesia e agachando-se por baixo dos torniquetes.
O limpa-vias trabalhava há muitos anos no subway, sempre de olhos no chão. Uma toupeira, um rato dos canos.
Picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. Varria milhões de pontas de cigarros, na
maioria quase intactos, de fumadores impacientes, raspava das plataformas o chewing gum odioso, limpava as
latrinas, espalhava desinfectantes, ajudava a pôr graxa nas calhas, polvilhava as vias de um pó branco e misterioso, e
todas as vezes que o camarada da lanterna soltava um apito estrídulo – lá vem o comboio! – Ele encolhia-se contra a
parede negra, onde escorriam águas de infiltração, na estreita passagem de serviço. Até já tinha ajudado a recolher
pedaços de cadáveres, de gente que se atirava para debaixo dos trens, e a transportar
os corpos exangues de velhos que de repente se lembravam de morrer de ataque
cardíaco, nas horas de maior ajuntamento, uns e outros perturbando o horário e
provocando a curiosidade casual e momentânea dos passageiros apressados. Sempre
de olhos no chão, bisonho e calado, como quem nada espera do Alto, e não esperava. A
vida dele vinha toda do chão imundo e viscoso. Nem sequer olhava a lívida claridade
que resvala dos respiradouros para o negrume interior, onde tremeluzem lâmpadas
eléctricas, entre as pilastras inumeráveis daquela floresta subterrânea metalizada:
nunca lhos tinham mandado limpar. Eram provavelmente o domínio exclusivo de
operários especializados, membros de outro sindicato, que ele não conhecia. Nem
talvez soubesse que existiam os respiradouros. Era estrangeiro, imigrante, como tanta
gente. Não brincara nem vadiara na voragem empolgante das ruas da grande cidade, e
vivia perfeitamente resignado à sua obscuridade. Devia aquele emprego a um camarada
que era membro dum clube onde mandavam homens de peso, mas ele de política não
entendia nada, nem fazia perguntas. Como tinha nascido na Lituânia, ou
talvez na Estónia, só falava em monossílabos; e, debaixo da pátina oleosa e negra que o ar do subway nela imprimira
com o tempo, a sua face era incolor e a raça indistinta. Antes disso tinha trabalhado em escavações, um «toupeira».
Este emprego era muito melhor, embora também fosse subterrâneo. E não tinha que falar o inglês, que mal entendia.
Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, a todo o
comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta os respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço
arrendado. Os casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz chove às
Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. E um desperdício de arroz, não sei donde vem o
costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz).
A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na freguesia?»
A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe
debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para
dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais
frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no
escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez
para o Alto, e avistou a vaga luz de masmorra que escorria da parede. Mas o respiradouro, se bem me compreendem,
obliquava como uma chaminé, e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível do interior. Era dali, com certeza, que caía o
arroz, como as moedas, a poeira, a água da chuva e o resto. O limpa-vias encolheu os ombros, sem entender.
Desconhecia os ritos e as elegâncias. No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade nenhuma, nem cru,
nem doce, nem de galinha.
Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se,
ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso do macaco.
Chegado a casa, a mulher cruzou as mãos de assombro: alvo, carolino, de primeira!
Dias depois, sempre sozinho, varreu o arroz para dentro de um cartucho que apanhara
abandonado num cesto de lixo da estação, e levou-o para casa. Pobres, aquela fartura
de arroz enchia-lhes a barriga, a ele, à patroa e aos seis ou sete filhos. Ela habituou-se,
e às vezes dizia-lhe: «Vê lá se hoje há arroz, acabou-se-nos o que tínhamos em casa.»
Confiada naquele remedeio de vida!
O limpa-vias nunca perguntou donde é que chovia tanto grão, sobretudo no bom tempo, pelo Verão, e aos domingos,
que até parecia uma colheita regular. Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família.
Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, e como tal de bom-tom, não
sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se
distinguem.
E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou por lhe dar a noção concreta de
uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão
pobre e calado, e mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada. Guardou
segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece. Resignou-se a ser o objecto da vontade
misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher.
Arroz do Céu...
In Gente da Terceira Classe, Lisboa, Editorial Estúdios Cor, 1971, pp. 67-71 (1ª ed. 1962)
Depois de teres ouvido / lido o conto, resolve a seguinte ficha para verificar se o compreendeste bem.
C. Para saberes se compreendeste bem o conto "Arroz do Céu", preenche a seguinte grelha:
ESPAÇO DA AÇÃO
PRINCIPAIS MOMENTOS
DA AÇÃO DO CONTO.
INTRODUÇÃO
(Acontecimentos
principais -situação
inicial: o dia-a-dia
de um limpa-vias )
DESENVOLVIMENTO
(acontecimento
inesperado:
-mudança na vida
familiar)
CONCLUSÃO
(situação final)
3.Os respiradouros por onde cai o arroz são o elemento de ligação entre o subway e o Uptown.
Contudo, o arroz não tem a mesma importância para estas duas partes da cidade.
3.1. Faz corresponder as seguintes expressões ao subway e ao Uptown, tendo em conta o significado que o
arroz tem em cada um desses espaços.
“chuva benéfica”, “trabalho”, “obscuridade”, “prenúncio votivo de abundância”, “mundo abastado”,
“imponente igreja”, “chão imundo e viscoso” , “cerimónias”, “enchia-lhes a barriga”, “sustento”,
“lívida claridade”, “símbolo do “crescei e multiplicai-vos” , ” maná”, “desperdício”, pobreza”, “grande
estrago de alegria”, “arroz carolino, de primeira”, “negrume interior”
CONCLUSÃO:
A acção deste conto passa-se em Nova Iorque, e dentro da cidade são apresentados dois espaços distintos.
Subway Uptown
↓ ↓
Símbolo do mundo ao Símbolo do mundo ao
qual o Limpa-vias pertence qual o Limpa-vias não pertence
↓ ↓
6 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis
O LIMPA-VIAS RECOLHE O MUNDO ABASTADO
QUE OUTROS DESPERDIÇAM QUE DESPERDIÇA
EMPRÉSTIMOS
São elementos lexicais que podem ser internos a uma língua ou estrangeirismos adoptados por essa língua.
A palavra janela é um empréstimo da própria língua, porque além do seu significado comum (Abre a janela
para arejar a casa), passou a designar também uma área do ecrã do computador, por tradução do inglês
window. O mesmo se passa com o vocábulo rato (o animal e o periférico de entrada que envia informação
para o computador).
Os estrangeirismos são palavras que a língua não conseguiu adaptar: marketing, software, ballet,
croissant… Na língua portuguesa, os estrangeirismos mais significativos são os anglicismos e os galicismos,
palavras inglesas e francesas.
1. No conto “Arroz do céu” surge ainda outro estrangeirismo. Identifica-o e diz qual o seu significado.
2. Repara no seguinte exemplo: O meu hobby preferido é fazer natação.
O meu passatempo preferido é fazer natação.
2.1.O estrangeirismo foi substituído por uma palavra portuguesa. Tendo em conta este exemplo,
reescreve as seguintes frases:
a) Tens que utilizar uma password para aceder ao programa.
b) O staff da minha empresa é muito competente.
c) Hoje, a Luísa foi a um casting.
d) Este produto tem um bom slogan.
3. Completa as seguintes frases com as palavras que te são dadas:
Paparazzi; performance; bluff; skinhead, stock; check up; check in
a) O António fez no jogo de cartas.
b) Amanhã vou fazer um de rotina para ficar mais descansada.
c)No jornal, informaram que dois jovens foram incomodados por um indivíduo que pertencia a um grupo
.
AS PERSONAGENS
1. Faz o levantamento das personagens do conto, inscrevendo-as no quadro que se segue:
.
3. Para caracterizar o Limpa-vias, o narrador utiliza a expressão “uma toupeira, um rato dos canos”. Isto
significa que…
8. A evolução do Limpa-vias teve outras consequências. Recorda a frase “Sempre de olhos no chão (…)
como quem nada espera do Alto e não espera.”
8.1. Justifica a utilização de maiúscula na palavra Alto.
8.2.Que podemos concluir relativamente à fé do Limpa-vias?
8.3. Comprova com elementos do texto que a importância do arroz conduziu o Limpa-vias a uma
mudança relativamente à sua fé.
8.4.Esta mudança implicou ainda outras atitudes. Completa as frases com palavras tuas.
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das
botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um
aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e
polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é
que viria tanto arroz?”
9.1. Qual o recurso estilístico presente na frase que sublinhaste? Completa a frase que se segue:
9.2. Se pensares um pouco existem outras coisas igualmente brilhantes: lâmpadas, estrelas, velas. Tudo
isto brilha intensamente no escuro.
a) para o Limpa-vias o arroz era tão raro e tão valioso como pérolas.
b) o Limpa-vias encontrava colares de pérolas desfeitos junto com o arroz.
c) o sonho do Limpa-vias era ter muitas pérolas.
9. O “arroz do céu” teve duas consequências na vida do limpa-vias: uma, é de ordem material; outra,
espiritual. Indica uma e outra.
10. Assim, a imagem que o limpa-vias tem do arroz também muda ao longo da acção. Completa o texto
com palavras / expressões retiradas do quadro 2.
11. Como deves ter reparado, os últimos parágrafos do conto têm várias expressões com significado
religioso. Relê-os atentamente e, seguidamente, escreve nos espaços vazios as palavras ou
expressões ligadas à religião, preenchendo o esquema.
Ao seleccionares as
palavras e ao agrupá-las
em volta do conceito de
religião, acabaste de criar
um campo lexical. Como
podes ver, trata-se de um
conjunto de palavras que
se podem associar à
volta de uma ideia,
conceito ou realidade.
Palavras parónimas
Uma das palavras usadas para caracterizar o limpa-vias foi “imigrante”. Sabes qual o seu significado?
Imigrante Emigrante
▼ ▼
pessoa que imigra: que vem estabelecer-se pessoa que emigra; que deixa o seu país
num país que não é o seu. para se estabelecer noutro.
DEMAIS – DE MAIS
1. Escreve-se DEMAIS: com o sentido de “os outros”, “os restantes”
O limpa-vias e os demais emigrantes vivem com muitas dificuldades.
2. Escreve-se DE MAIS: com o sentido de “demasiado”, “a mais”
O limpa-vias trabalha de mais.
Isto é . Não corras que ficas com
o aluno saiu da sala e os ficaram lá dor de barriga.
dentro. Portugal e os países da Europa
Estou cansada para te aturar. são muito procurados pelos emigrantes.
Estás a comer .
SE NÃO - SENÃO
1. Escreve-se SE NÃO: quando SE é uma conjunção e NÃO é um advérbio ( com o sentido de “caso não”.
(Se não tivesse encontrado o arroz, passaria fome.)
2. Escreve-se SENÃO: com o sentido de “apenas”, “excepto” (Ninguém ligava àquele arroz, senão o
limpa-vias.)
Perdes o comboio, te apressares. Não sei nadar de costas.
encontrar arroz, a família não terá Não tinham nada para comer,
jantar. arroz.
percebes, diz. Não dizes asneiras.
A CARTA
- para saudar ou
apresentar
brevemente o
objectivo da carta;
2. Como sabes, o limpa-vias é imigrante em Nova Iorque. O seu país de origem é a Estónia ou a Lituânia
e, provavelmente, deixou lá alguns familiares. Hoje, ele resolveu escrever uma carta à mãe, contando
a sua nova vida em Nova York.
1. Redige a carta que o limpa-vias escreveu à mãe.
1. Lê o seguinte excerto:
“Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. É um desperdício de arroz, não sei donde
vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos»
(como arroz). A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na
freguesia?»
“Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à
sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do
subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos passageiros.”
1. Pode participar na história que está a narrar e VOCABULÁRIO 2. Pode contar uma história
nesse caso é um narrador . na qual não participa e
Assim, se for a personagem principal da história Heterodiegético nesse caso é um narrador
que conta, é um narrador de . Homodiegético .
Se for apenas uma das personagens secundárias é Autodiegético Este narrador narra a acção
um narrador de . na pessoa.
1. Identifica no excerto as oito formas verbais que te indicam que estamos na presença de um narrador não
participante.
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o
limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como
ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de
mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz?”
2. Se o narrador fosse o limpa-vias as formas verbais passariam para a 1ª pessoa e estaríamos perante um
narrador participante. Imagina então que o narrador é o limpa-vias e transforma o texto.
“A primeira vez que aquele arroz derramado no chão, e os bagos a debaixo das
botifarras, não caso; com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca.
Mas como agora por ali com mais frequência, que a coisa se repetia.
O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. E :
donde é que viria tanto arroz?”
3. Relê o conto e transcreve passagens do texto onde sejam evidentes cada uma destas posições.
MODOS TEMPOS
PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO Existem
IMPERFEITO PERFEITO MAIS QUE IMPERFEIT ainda as
PERFEITO O formas
eu estudo eu estudava eu estudei eu eu verbais não
INDICATIVO
estudara estudarei finitas:
que eu que eu se/quando *Infinitivo
CONJUNTIVO (pessoal e
estude estudasse eu estudar
eu impessoal)
CONDICIONAL *gerúndio
estudaria
estuda / *particípio
estude passado
IMPERATIVO /estudemos
/ estudai /
estudem
VERBOS REGULARES: MANTÉM O RADICAL
1ª CONJUGAÇÃO 2ª CONJUGAÇÃO 3ª CONJUGAÇÃO
Verbos de tema em –a Verbos de tema em -e Verbos de tema em -i
FORMAS ESPECIAIS DE CONJUGAÇÃO
Conjugação Pronominal Conjugação Pronominal verbos defectivos
CONJUGAÇÃO (Verbo conjugado com Reflexa (Verbos que só se conjugam
pronome pessoal. EXº: (Verbo conjugado com em algumas pessoas. EXº
amá-lo) pronome reflexo. EXº: chover)
lavar-se)
VERBOS IRREGULARES: NÃO MANTÊM O RADICAL
verbos verbos verbos verbos transitivos verbos
SUBCLASSES intransitivos transitivos transitivos DIRECTOS E copulativos
DIRECTOS INDIRECTOS INDIRECTOS
TPC: Copia o seguinte quadro no caderno diário e conjuga os verbos
REPETIR e VARRER
PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO
IMPERFEITO PERFEITO MAIS QUE IMPERFEITO
PERFEITO
INDICATIVO
CONJUNTIVO
CONDICIONAL
IMPERATIVO
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras,
o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico…”
“Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família.”
1. Rescreve o texto substituindo os pronomes pessoais pelas palavras que lhes correspondem.
2. Identifica a função dessas palavras, nas frases que escreveste.
Pronome pessoal:
O pronome pessoal refere-se aos participantes do discurso, através de uma das três pessoas gramaticais, ou
representa um nome anteriormente expresso. Varia quanto à pessoa, ao número, ao género e à função. No
quadro que se segue encontram-se todas as formas do pronome pessoal e as funções sintácticas que
podem desempenhar:
Pronomes pessoais
FUNÇÕES SINTÁCTICAS
Número Pessoa COMPLEMENTO COMPLEMENTO
SUJEITO
DIRETO INDIRETO
primeira eu me mim, comigo
singular segunda tu te ti, contigo
terceira ele, ela o, a, lhe, se ele, ela, si, consigo
Quando juntamos pronomes aos verbos, há algumas regras que temos que ter em conta:
1 – Quando a forma verbal termina em vogal, o pronome não sofre alterações.
3 - Se a forma verbal terminar em M ou em ditongo nasal (õe, ão), o pronome tomará as verbo +
formas: -no, -na -nos, -nas. no, na,
ex: Os alunos viram o filme. > Os alunos viram-no nos, nas
O João põe o livro na estante. > O João põe-no na estante.
4 – Quando a forma verbal estiver no modo condicional, o pronome coloca-se entre o radi- verbo +
cal do verbo e as terminações verbais (-ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, –iam). No entanto, como o pronome
radical termina em R, este cai e o pronome ganha um L, tomando a forma -lo, -la, -los, -las. + ia,
ias, ia,
ex: Eu levaria a bicicleta para a escola. > Eu levá-la-ia para a escola. íamos,
Tu convidarias os teus amigos para a festa. > Tu convidá-los-ias para a festa. íeis, iam.
5 - Quando a forma verbal estiver no futuro, o pronome coloca-se entre o radical do verbo
e as terminações verbais (-á, -ás, -á, -emos, -eis, –ão). No entanto, como o radical termina verbo +
em «R», este cai e o pronome ganha um L, tomando a forma -lo, -la, -los, -las. pronome
+ ei, ás,
ex: Ele entregará a encomenda a tempo. > Ele entregá-la-á a tempo. á, emos,
Eles pedirão a prenda à mãe. > Eles pedi-la-ão à mãe. eis, ão.
6 – Se a frase estiver na negativa, o pronome vai para antes do verbo, sem sofrer
alterações (tal como nalguns casos em que a frase está na forma interrogativa).
ex: Ele não levou o livro para a aula. > Ele não o levou para a aula
Já leste o livro todo?. > Já o leste todo?
CASOS ESPECIAIS:
Sempre que na frase se encontrem em contacto duas formas de pronome pessoal,
complemento directo e indirecto, elas contraem-se formando uma só palavra (em qualquer
_!
( formas
tempo verbal). contraídas )
.
“O céu do limpa-vias é a
rua que os outros pisam”
A frase final é profundamente irónica, dando a entender que há um Céu para os ricos
e outro Céu (muito mais baixo) para os pobres.
Preenche o esquema-síntese do conto com
palavras/expressões QUE OS CARACTERIZEM,
OPONDO-OS, segundo o modelo:
M SUBWAY
U
UPTOWN
N
M
D
U
O
N ABUNDÂNCIA
D D OBSCURIDADE
O O
CONSUMISMO
D L
O I FOME
S
O
ALEGRIA MMP
U LUXO A
T
R
V REMEDEIO
I
O
A
S
Confiado naquele remedeio de vida, o limpa-vias vivia agora obcecado por aquele arroz
que Deus, lá no Alto, lhe mandava para encher a barriga dos filhos.
Todos os dias, levava um saco no bolso e apanhava, fervorosamente, todo o arroz que
encontrava.
Mas, certo dia, embrenhado na recolha do arroz, só tendo olhos para os bagos alvos, não se
apercebeu da chegada fatal do metropolitano das 17 horas.
Ajoelhado no meio da via, repentinamente, viu iluminarem-se os bagos; agora, nas suas
mãos, os bagos pareciam ouro!
Depois, um violento embate, sombras, trevas, uma sensação de entorpecimento, a
lembrança da mulher e dos filhos à espera do arroz do céu.
Em casa, a mulher e os filhos daí a pouco saberiam: aquela chuva de arroz polido,
carolino, de primeira, nunca mais os alegraria.
1. Um director de jornal enviou, ao local do sinistro, um jornalista pouco experiente que, embora tenha
recolhido todos os dados, tem muitas dificuldades em redigir uma notícia bem estruturada.
1.1.Partindo dos apontamentos do jovem jornalista e da informação sobre as características da
notícia, na página seguinte, ajuda-o a escrever a notícia.
2. Como reparaste, o jornalista também não pontuou o seu texto. Ajuda-o novamente.
A estrutura da notícia
ANTETÍTULO
TÍTULO
SUBTÍTULO
→quem?
LEAD → o quê?
→onde?
→quando?
CORPO DA
NOTÍCIA →como?
→ porquê?
→consequências?
→etc.…