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Jim Moton/AP

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’ STJ marcou para esta quarta (23) o julgamento de um caso que pode modificar a
forma como a Justiça qualifica a união de casais homossexuais. Ê

Discute-se no processo se o conceito de ³união estável´, consagrado em lei para as


relações entre homem e mulher, pode ou não ser estendido aos gays. Ê

Última instância da Justiça brasileira para os processos que envolvem causas


infraconstitucionais, o STJ já julgou casos análogos. Ê

Porém, nos julgamentos anteriores o relacionamento entre homossexuais foi


tipificado como ³sociedade de fato´, não como ³união estável´. Ê

Qual é a diferença? As pendências judiciais são julgadas, num e noutro caso, por
leis pertencentes a ramos distintos do Direito. Ê

A ³sociedade de fato´ sujeita-se às regras do ³Direito de ’brigações´. A união


estável, subordina-se ao ³Direito de Família´.Ê

Na hipótese de reconhecer a relação entre gays como ³união estável´, o STJ dará
um salto conceitual. Vai tratar um casal homossexual como ³família´.Ê

’ processo que vai a julgamento nesta quarta foi aberto por um homem que se
separou do parceiro no Rio Grande do Sul. Ê

’ autor da ação alega que viveu com seu companheiro uma ³união estável´ de
quase 11 anos ±de 1993 a 2004. Ê

Desfeita a união, ele requereu a divisão de bens e uma pensão alimentícia, já que
não exercia atividade profissional.Ê

’ caso foi submetido a um juiz da Vara de Família, como custuma ocorrer nos
casos de litígio entre homens e mulheres. ’ magistrado julgou procedente a ação. Ê

Reconheceu a ³união estável´ e determinou a repartição dos bens adquiridos


durante o relacionamento. Mais: fixou o pagamento de pensão de R$ 1 mil ao
reclamante, até a efetivação da partilha.Ê

’ homossexual que perdeu a causa recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande


do Sul. ’bteve êxito apenas parcial. Ê

’ tribunal gaúcho derrubou a pensão alimentícia. Considerou que o gay autor


da ação, por jovem, poderia trabalhar.Ê
Manteve, porém, a partilha dos bens. De resto, legitimou a atuação da Vara de
Família, chancelando o conceito de ³união estável´. Ê

A sentença do tribunal anota que ³a união homoafetiva é fato social que se


perpetua no tempo, não se podendo admitir a exclusão do abrigamento legal´. Ê

’ texto reconhece que houve ³a efetiva constituição de família´. Ignorar o fato


seria uma ³violação dos princípios da igualdade e da dignidade da pessoa
humana´.

Inconformado, o homossexual que se viu obrigado a dividir os bens recorreu ao


STJ. Pede que seja declarada a ³incompetência´ da Vara de Família para atuar no
caso.Ê

Se as alegações forem aceitas, a divisão de bens será feita segundo as regras da


³sociedade de fato´.Ê

Nessa hipótese, o gay reclamante teria de comprovar que


participou financeiramente da adquisição dos bens. Só faria jus à parte relativa à
sua participação.Ê

’ processo corria na 3ª turma do STJ, que cuida dos processos que envolvem
Direito de Família. Em função da importância do caso, os cinco ministros da turma
decidiram ampliar o plenário.Ê

’ptou-se por submeter a decisão a uma Seção, como é chamada a junção de duas
turmas. À 3ª turma se juntará a 4ª, que julga casos do ³Direito Privado´. Ê

Como cada turma tem cinco ministros, a deliberação será tomada por dez
magistrados. ’ STJ costuma convocar uma Seção em casos excepcionais.Ê

Recorre-se ao plenário mais numeroso quando há o desejo de uniformizar as


posições de duas turmas ou até de rever a jurisprudência consolidada no tribunal. Ê

Em dezembro, a 3ª turma do STJ julgou dois casos análogos ao desta quarta -feira.
Em ambos, um dos parceiros de uniões gays havia morrido.Ê

’ tribunal reconheceu o direito do companheiro vivo a parte dos bens. Aplicou aos
casos, porém, o conceito de ³sociedade de fato´, não de ³união estável´. Ê

Noutro processo, a relatora Nancy Andrighi, da mesma 3ª turma, cruzou as


fronteiras da jurisprudência do STJ. Numa causa de partilha de bens,
ela reconheceu que o Direito de Família se aplica a uniões homoafetivas. Ê

Interrompido pelo pedido de vista de um dos ministros da turma, o julgamento foi


interrompido. ’ caso desta quarta promove a ressurreição do tema.Ê

Por coincidência, o novo processo tem como relatora a mesma ministra Nancy
Andrigui. É de supor que ela repisará a tese que iguala os parceiros gays aos
companheiros heterosexuais.Ê

Toda essa ginástica jurídica do STJ seria desnecessária se o Congresso brasileiro já


tivesse aprovado uma lei para regular a união civil entre homossexuais.Ê

Há projetos em profusão. Mas o conservadorismo dos congressistas e o lobby


católico e evangélico travam o debate. A omissão força o Judiciário, por assim
dizer, a "legislar". Ê
Ô : Aqui, um texto levado ao portal do STJ, de onde as informações acim a
foram retiradas.Ê

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