Вы находитесь на странице: 1из 90

ESTADO DO MARANHÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO
DIRETORIA DE ENSINO
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR “GONÇALVES DIAS”
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS PM

Cap. QOPM André Felipe dos Santos de Carvalho


2

EMENTA
1) Sistema de Segurança Pública: fundamentos
doutrinários e constitucionais.

2) A Segurança Pública como sistema


interorganizacional. O sistema policial na sociedade
brasileira. O Sistema Dicotômico;

3) Ordem Pública e Segurança Pública. A Polícia. O


Poder de Polícia e poder da Polícia. Estado como
Instituição Social. Papel do Estado enquanto
provedor da ordem. A ideia de cidadania. Os limites
da atuação do Estado. O contexto da provisão da
ordem no regime democrático.
3

EMENTA

4) Órgãos da Segurança Pública. Competências das


Polícias Militares e Civis. Prevenção e Repressão.
Ação do Estado;

5) A relação das organizações policiais com o


Judiciário e o Ministério Público.

6) História da Polícia Militar do Maranhão:


Conceitos Básicos e Teoria da História. Origens das
Polícias Militares e da Polícia Militar do Maranhão.
4

Informações importantes

1) Carga horária: 60h/a

2) Avaliações: uma a cada 18h/a*

3) Metodologia: aulas expositivas, textos,


discussões, debates, vídeos.
5

Sistema de Segurança Pública:


fundamentos doutrinários e
constitucionais.
6

Preâmbulo da CRFB/88

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em


Assembléia Nacional Constituinte para instituir um
Estado democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.
7

Objetivos fundamentais

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da


República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
8

Direitos fundamentais

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção


de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes
(...)
9

Direitos Sociais

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.
10

Conclusão

O Estado Democrático de Direito existe,


principalmente, para satisfazer as necessidades
humanas e assegurar os direitos e liberdades de cada
cidadão.
11

ESTADO

O Estado tem várias funções:

A) POLÍTICA = GOVERNABILIDADE

B) ADMINISTRATIVA = PARÂMETROS LEGAIS


12

ESTADO

Função política: deve desenvolver meios capazes


de alcançar os objetivos constitucionalmente
propostos em conexão das funções legislativas,
regulamentares, planificadoras e militares, de
natureza econômica, social, financeira e cultural,
dirigida à individualização e graduação de fins
constitucionalmente estabelecidos.
13

ESTADO

Função administrativa: através de atos


administrativos dos órgãos estatais, assegura o
funcionamento dos serviços públicos estabelecidos
na Constituição, entre eles a segurança pública.
14

O que é segurança?

Segurança, segundo o dicionário eletrônico


Houaiss da língua portuguesa, é um “estado,
qualidade ou condição de quem ou do que está livre
de perigos, incertezas, assegurado de danos e riscos
eventuais; situação em que nada há a temer”.
15

O que é segurança?

Nas palavras de Plácido e Silva:

“derivado de segurar, exprime, gramaticalmente, a


ação e efeito de tornar seguro, ou de assegurar e
garantir alguma coisa. Assim, segurança indica o
sentido de tornar a coisa livre de perigos, de
incertezas. Tem o mesmo sentido de seguridade que
é a qualidade, a condição de estar seguro, livre de
perigos e riscos, de estar afastado de danos ou
prejuízos eventuais”.
16

O que, então, seria?


17

Segurança Pública

Nas palavras de Plácido e Silva:

“É o afastamento, por meio de organizações


próprias, de todo perigo ou de todo mal que possa
afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da
liberdade ou dos direitos de propriedade de cada
cidadão. A segurança pública, assim, limita a
liberdade individual, estabelecendo que a liberdade
de cada cidadão, mesmo em fazer aquilo que a lei
não lhe veda, não pode turbar a liberdade
assegurada aos demais, ofendendo-a”.
18

Segurança Pública

Aspecto administrativo: processo de prevenção e


repressão aos fatos geradores de insegurança a partir
da organização da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Marco: objetivos do Estado brasileiro estabelecidos na Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988.
19

Segurança Pública

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,


direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:
I – polícia federal;
E os guardas municipais?
II – polícia rodoviária federal;
E os agentes de trânsito?
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;

V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.


20

POLÍCIA FEDERAL
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades
autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja
prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,


o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de


fronteiras;

IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da


União.
21

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

A polícia rodoviária federal, órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das rodovias federais.
22

POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL

A polícia ferroviária federal, órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das ferrovias federais.
23

POLÍCIA CIVIL
Às polícias civis, dirigidas por delegados de
polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
24

DIREITO PENAL MILITAR


25

DIREITO PENAL MILITAR


Código Penal Militar
❑ Destinatários:

Quem são os sujeitos sobre os quais a lei penal castrense


pode ser aplicada?

CRFB e CPPM
26

DIREITO PENAL MILITAR


Código Penal Militar
❑ Destinatários:
Art. 124 (CRFB). À Justiça Militar
JUSTIÇA MILITAR DA compete processar e julgar os crimes
UNIÃO militares definidos em lei.

JUSTIÇA MILITAR Art. 125. (CRFB)


ESTADUAL § 4º Compete à Justiça Militar estadual
Art. 6º CPPM. Obedecerão às normas processar e julgar os militares dos Estados,
processuais previstas neste Código, nos crimes militares definidos em lei e as
no que forem aplicáveis, salvo quanto ações judiciais contra atos disciplinares
à organização de Justiça, aos recursos militares, ressalvada a competência do júri
e à execução de sentença, os quando a vítima for civil, cabendo ao
processos da Justiça Militar Estadual, tribunal competente decidir sobre a perda
nos crimes previstos na Lei Penal
do posto e da patente dos oficiais e da
Militar a que responderem os oficiais
e praças das Polícias e dos Corpos de
graduação das praças.
Bombeiros Militares.
27

DIREITO PENAL MILITAR


❑ Considerações:

✓ O civil, na esfera estadual, não comete crime militar,


devendo ser julgado por crime previsto no Código Penal
comum.
✓ A competência da Justiça Militar Federal é extensiva
pois pune os crimes militares (não importando quem os
cometa), já a Justiça Militar Estadual é restritiva, vez
que processa tão somente os policiais e bombeiros
militares.
28

DIREITO PENAL MILITAR


Crime Militar

❑ Conceito:

✓ Conduta humana típica, antijurídica e culpável;

✓ Critério ratione legis: crime militar é o que a lei considera como


tal, é o que está previsto no CPM.

✓ O fato, além de estar previsto na Parte Especial do CPM ou em


outras legislações penais, deve enquadrar-se em uma das
hipóteses do art. 9º (Parte Geral) do Estatuto Repressivo
Castrense
29

DIREITO PENAL MILITAR


Crime Militar
❑ Classificação:

a)crimes militares próprios ou crimes propriamente


militares;

b)crimes militares impróprios ou crimes impropriamente


militares.
30

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
31

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

✓ Essa lei consagra o que alguns doutrinadores, como


Renato Brasileiro de Lima, denominam “nova
competência da justiça militar”, tamanha é a alteração
que ela promove na competência dessa justiça
especializada.

✓ Promove duas inovações no Código Penal Militar.


32

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

1. Novo conceito de crime impropriamente militar

CPM – Redação anterior à Lei CPM – Redação posterior à Lei


n.º 13.491/17 n.º 13.491/17

Art. 9º Consideram-se crimes Art. 9º Consideram-se crimes


militares, em tempo de paz: militares, em tempo de paz:
II - os crimes previstos neste Código, II – os crimes previstos neste Código
embora também o sejam com igual e os previstos na legislação
definição na lei penal comum, penal, quando praticados:
quando praticados:
33

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

1. Novo conceito de crime impropriamente militar

A alteração é significativa, pois, antes da Lei n°


13.491/17, somente seria crime militar aquele com previsão
na parte especial do CPM. Agora, porém, consideram-se
crimes militares os previstos no CPM e os previstos na
legislação penal, quando praticados, em ambos os casos,
em situações que se enquadram no art. 9º do CPM.
34

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

1. Novo conceito de crime impropriamente militar


Exemplo:

Com a mudança no Estatuto Repressivo Castrense,


praticará crime de pedofilia por meio da internet (art. 241 e
241-A da Lei n.º 8.099/90 – ECA) o policial militar de
serviço que, no interior do quartel, usando o computador
da unidade, publica na internet fotografias de pornografia
infantil. Antes da Lei n.º 13.491/17, o fato seria crime
comum.
35

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

1. Novo conceito de crime impropriamente militar

Algumas leis cujos crimes nelas previstos, a partir da


Lei n° 13.491/17, poderão ser considerados militares e ser
julgados pela Justiça Militar:
- Lei n.º 4.898/65 (Abuso de autoridade);
- Lei n.º 8.069/90 (ECA);
- Lei n.º 8.666/93 (Licitações);
- Lei n.º 9.455/97 (Tortura);
- Lei n.º 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro);
- Lei n.º 9.605/98 (Crimes ambientais);
- Lei n.º 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento);
- Lei n.º 11.343/06 (Tóxicos).
36

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

1. Novo conceito de crime impropriamente militar

O julgamento só ocorrerá na Justiça Militar se não


houver previsão constitucional ou legal outorgando a
referida competência a uma outra Justiça.

Ex.: se um policial militar, de serviço no pleito eleitoral,


efetua transporte de eleitores na viatura militar, praticará
um crime a ser julgado pela Justiça Eleitoral.
37

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis

A Lei 13.491/2017 acrescenta o § 2° ao art. 9º,


transformando o parágrafo único em § 1º.
38

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis

Art. 9º ...
...
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos
contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão
da competência do Tribunal do Júri.
39

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis

Art. 9º ...
...
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos
contra a vida e cometidos por militares das Forças
Armadas contra civil, serão da competência da Justiça
Militar da União, se praticados no contexto:
40

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis
Art. 9º ...
§ 2º ....
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas
pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da
Defesa; Ex.: Operações de Auxílio a moradores da
Amazônia.
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de
missão militar, mesmo que não beligerante; Ex.: Sentinela de
uma Base Aérea que repele a invasão de um civil.
41

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis
Art. 9º ...
§ 2º ....

III – de atividade de natureza militar, de operação de paz,


de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária,
realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas
legais:
42

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis
Art. 9º ...
§ 2º .... III:
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de
Aeronáutica; Ex.: Tiro de Abate.

b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; Ex.:


Operações de Garantia da Lei e da Ordem – GLO, em
uma favela do Rio de Janeiro.
43

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

2. Crimes dolosos contra a vida praticados por


militares contra civis
Art. 9º ...
§ 2º .... III:
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de
Processo Penal Militar. Ex.: crimes praticados no exercício
da polícia judiciária militar.

d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. Ex.:


crimes praticados por integrante de tropas requisitadas
pela Justiça Eleitoral para a segurança das eleições.
44

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
2. Crimes dolosos contra a vida praticados por
militares contra civis

✓ Essa mudança é restrita à Justiça Militar da União. Logo,


somente pode ser aplicada aos militares das Forças
Armadas.

✓ Além disso, não poderia a lei afrontar a Constituição


Federal de 1988, que preconiza, em ser art. 125, § 4º,
que, no caso dos militares estaduais, a competência para
o julgamento de tais crimes é do tribunal do júri.
45

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Deve o militar, principalmente o Oficial, saber distinguir a


conduta delitiva em militar ou comum. Para tanto, deve ater-se a
uma análise mais acurada do artigo 9° do Código Penal Militar.
46

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM

Possui três incisos, sendo importante ter como dado


preliminar que o inciso III será aplicado apenas quando o
crime for praticado por militares inativos (entenda-se:
militares da reserva remunerada e reformados) ou por
civis, o que leva à conclusão de que, quando um fato for
praticado por militar em situação de atividade, haverá a
aplicação dos incisos I ou II.
47

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Não deve-se confundir os termos “militar da ativa” e


“militar em serviço”. O primeiro é aquele que, em
linguagem mais comum, não se aposentou, não está inativo.
Já o militar em serviço é aquele que, na ativa, está
desempenhando a função que possui na instituição. Em
outras situações, o militar da ativa pode estar de folga ou
fora de serviço.
48

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Deve-se lembrar que o art. 9º do CPM completa a


tipicidade dos crimes militares em tempo de paz.

Tipicidade temperada
49

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Para se verificar se um crime é comum ou militar, a primeira


coisa a se fazer é verificar se o fato em análise possui tipificação
na Parte Especial do CPM (arts. 136 a 408).

Em seguida, deve-se verificar se as hipóteses do art. 9° estão


presentes a complementar a tipicidade da Parte Especial e, para
essa operação, é preciso focar a análise no sujeito ativo, com o
objetivo de delimitar qual dos incisos do citado artigo será
utilizado.
50

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso I: Crimes propriamente militares

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de
modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos,
qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
51

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso I: Crimes propriamente militares

Na primeira parte do dispositivo (definidos de modo


diverso da lei penal comum), a definição do delito, no
CPM, tem algum elemento especializante no tipo penal,
que o distingue do crime comum. Ex.: ato obsceno (CPM,
238; CP, 233); desobediência (CPM, 301; CP, 330).
52

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso I: Crimes propriamente militares

Exemplo da segunda parte (nela não previstos) é o crime de


deserção (art. 187).

A parte final do dispositivo, ao consignar a expressão “qualquer


que seja o agente”, busca dar uma amplitude à norma que, na
esfera estadual, não ocorre, visto que a Justiça Militar Estadual
não julga civis. Além disso, logicamente, o fato deve adequar-se à
figura típica prevista na Parte Especial do CPM.
53

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II: Crimes impropriamente militares praticados


por militares da ativa

Não basta a previsão legal para que a hipótese de crime


militar se concretize. Somente teremos o crime militar com
a ocorrência concomitante de condições que são
expressas pelas alíneas do inciso em questão.
54

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM

Ratione legis

Ratione personae
Critérios
Ratione loci

Ratione temporis

Ratione materiae
55

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II: Crimes impropriamente militares praticados


por militares da ativa
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
...
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar
na mesma situação ou assemelhado;

Crime militar praticado por militar da ativa contra militar da


ativa
56

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II, “a”. Crime militar praticado por militar da ativa


contra militar da ativa

Considera-se militar da ativa o policial militar e o bombeiro militar que


exercem suas funções rotineiras no serviço militar que lhes é afeto,
mesmo que no momento do crime esteja o militar licenciado, de folga,
em trajes civis e fora do quartel. Em suma, a situação de atividade
inicia-se com a incorporação e encerra-se com a exclusão do miliciano
da força a que pertence ou com sua passagem para a inatividade.
57

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II, “a”. Crime militar praticado por militar da ativa


contra militar da ativa

O critério para a definição do crime no caso da alínea “a” é ratione


personae (em razão da pessoa), para o qual o crime praticado
caracterizar-se-á como crime militar em função das pessoas envolvidas
(sujeito passivo e ativo).

Ex.: ameaça (art. 223) cometida por PM da ativa, de folga, contra PM


da ativa, também de folga.
58

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II, “b”: Crime militar praticado por militar da ativa,


em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
reserva, ou reformado, ou civil

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados:
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar
sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
reformado, ou assemelhado, ou civil;
59

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II, “b”: Crime militar praticado por militar da ativa,


em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
reserva, ou reformado, ou civil

No polo ativo está novamente o militar da ativa e no passivo está


qualquer pessoa, exceto militar em situação de atividade. Aqui se
exalta o critério de ratione loci (em razão do local). Assim, deve-se
delimitar o que se entende por lugar sujeito à Administração
Militar.
60

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II, “b”: Crime militar praticado por militar da ativa,


em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
reserva, ou reformado, ou civil

Para os doutrinadores Cícero Robson Coimbra Neves e Marcello


Streifinger, entende-se por “lugar sujeito à Administração Militar” o
espaço físico em que as forças militares realizam suas atividades, como
quartéis, aeronaves, embarcações, estabelecimentos de ensino militar,
campos de treinamento, etc.
Ex.: Cb BM da ativa, de folga, esmurra um civil no interior de um
quartel do Corpo de Bombeiros, durante uma solenidade.
61

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM
Inciso II, “c”: Crime militar praticado por militar (da ativa), em
serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando
praticados:
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
(Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
62

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “c”: Crime militar praticado por militar (da ativa), em
serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil

Perceba que se elege o critério ratione materiae (em razão da matéria) como
prevalente para a configuração do crime militar, não importando onde o crime
é praticado, mas sim as quatro situações elencadas pela lei (em serviço,
em comissão militar, em formatura, ou atuando em razão da função)
63

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “c”: Crime militar praticado por militar (da ativa), em
serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil
Crime militar em razão do dever jurídico de agir: Jorge C. de Assis

Trata-se do que convencionamos chamar de crime militar em


razão do dever jurídico de agir, ou seja, o policial militar que, à
paisana, de folga e com armamento particular, comete o fato
delituoso por ter se colocado em serviço, intervindo numa
situação de flagrância.
64

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “c”: Crime militar praticado por militar (da ativa), em
serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil

Crime militar em razão do dever jurídico de agir

Tal entendimento baseia-se no disposto nos arts. 301 do CPP e 243 do CPPM,
que tratam das pessoas que efetuam a prisão em flagrante, bem como nos arts.
13, § 2º do CP e (no similar) 29, § 2º do CPM, que tratam da omissão
penalmente relevante.
65

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM
Inciso II, “c”: Crime militar praticado por militar (da ativa), em
serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil
Crime militar em razão do dever jurídico de agir

O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou sobre tal espécie de delito


militar, no julgamento do HC 6558-3-MG:

Se o Policial Militar que interfere em ocorrência policial


cumprindo normas e deveres profissionais, se envolve em
circunstância delituosa, está é considerada de natureza militar,
ainda que o miliciano esteja de folga, em trajes civis e faça uso de
arma própria.
66

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM
Inciso II, “d”: Crime militar praticado por militar da ativa,
durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados:
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
67

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “d”: Crime militar praticado por militar da ativa,
durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil

Prevalece o critério ratione temporis (em razão do tempo), ou seja, o


momento em que o crime é praticado importa em sua
caracterização como militar.
68

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “d”: Crime militar praticado por militar da ativa,
durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil

Alguns doutrinadores, como Célio Lobão, entendem que essa alínea é


uma espécie do gênero “serviço”, sendo, portanto, abarcada pela alínea
anterior.

Coimbra Neves discorda, por entender que podem existir situações em


que o militar se encontra de folga em um período de manobras
militares.
69

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM
Inciso II, “e”: Crime militar praticado por militar da ativa
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem
administrativa militar

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados:
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa
militar;
70

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “e”: Crime militar praticado por militar da ativa
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem
administrativa militar

O polo passivo não é composto por uma pessoa natural, mas sim por
uma pessoa jurídica, qual seja, a própria instituição militar, por sua
administração, lesada em seu patrimônio ou em sua ordem
administrativa.
71

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso II, “e”: Crime militar praticado por militar da ativa
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem
administrativa militar

Patrimônio militar:

Na lição de Cícero Robson Coimbra Neves, deve-se entender como


patrimônio sob a administração militar não só os bens pertencentes à
Instituição, mas também aqueles pertencentes a pessoas físicas e
jurídicas que, por qualquer forma, se encontram sob responsabilidade
da administração militar.
72

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM
Inciso II, “e”: Crime militar praticado por militar da ativa
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem
administrativa militar

Segundo Sílvio Martins Teixeira "para que possam alcançar sua


finalidade, precisam as forças armadas de um patrimônio sob sua
administração, representado pelo material e meios de produzi-lo ou
adquiri-lo, assim como pelo dinheiro necessário às despesas de
manutenção da tropa e pessoal encarregado de serviço administrativo.
Toda ação delituosa que afete esse patrimônio prejudica, ofende a
finalidade ou eficiência das forças armadas e, portanto, as instituições
militares"
73

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso II, “e”: Crime militar praticado por militar da ativa


contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem
administrativa militar

Não se inclui na concepção de patrimônio sob a administração militar


os bens pertencentes a associações, sociedades recreativas
administradas por militares (ASSOF, Fundações etc.). Assim, o furto de
um bem ou valor dessas entidades deve ser enquadrado como delito
comum.
74

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III: Crimes impropriamente militares praticados
por militares da reserva, reformados ou civis

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por
civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só
os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
75

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III: Crimes impropriamente militares praticados
por militares da reserva, reformados ou civis

Os militares da reserva se subdividem em militares da reserva


remunerada e da reserva não remunerada, podendo haver ato de
reversão ao serviço ativo apenas para os primeiros. Já os militares
reformados são aqueles que estão inativos, com remuneração e não
podem mais ser revertidos ao serviço ativo em razão de sua idade ou de
uma debilidade física ou mental.
76

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III: Crimes impropriamente militares praticados
por militares da reserva, reformados ou civis

Lembremos, que, com relação ao civil, o mesmo só poderá figurar como


sujeito ativo de crime militar na esfera federal (art. 124, CF). Já na
esfera estadual, aplica-se o § 4° do art. 125 da Constituição Federal.
77

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III: Crimes impropriamente militares praticados
por militares da reserva, reformados ou civis

Destacamos que esse inciso, mesmo que indiretamente, também foi


alcançado pelas alterações trazidas na Lei n° 13.491/17, uma vez que faz
referência ao inciso II, o qual passou pelas modificações acima
estudadas.
78

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “a”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
III –

a)contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem


administrativa militar;
79

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM

Inciso III, “a”: Crimes impropriamente militares praticados


por militares da reserva, reformados ou civis contra o
patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar

Exemplo de crime militar, com hipótese prevista na alínea “a” do


inciso III, é o furto de material bélico do Exército Brasileiro praticado
por um civil, independentemente de onde o fato ocorra.
80

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “b”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
III –
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação
de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério
militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu
cargo;
81

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “b”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

Critério preponderante é em razão do local

Ex.: Militar reformado pratica lesão corporal contra um militar da


ativa, de folga, no interior do quartel.
82

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “c”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
III –

c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão,


vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,
acantonamento ou manobras;
83

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “c”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

Ex.: civis que atiram pedras em militares do Exército perfilados para o


desfile de 7 de Setembro (em formatura), causando lesões em alguns
destes
84

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “d”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


...
III –
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra
militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de
vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou
judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em
obediência a determinação legal superior.
85

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR

3. Análise do art. 9º, do CPM


Inciso III, “d”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

É a mais ocorrente em si tratando de crime militar na esfera estadual.

Observa-se que aqui se exige que o sujeito passivo esteja no


desempenho das funções enumeradas
86

A LEI N.º 13.491/2017 E SEUS REFLEXOS NA


JUSTIÇA MILITAR
3. Análise do art. 9º, do CPM
Inciso III, “d”: Crimes impropriamente militares
praticados por militares da reserva, reformados ou
civis

O STM reconheceu delitos de desacato e desobediência, dos arts. 299 e


301 do CPM, do civil a militar da PE, que desempenhava atribuições de
sua função e em local sob tutela da Administração Militar.

STF negou Habeas Corpus (HC 141949) a um civil condenado pelo


crime de desacato a militar que se encontrava no exercício de suas
funções (estando fora, que seja em razão dela).
87

POLÍCIA MILITAR
Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública.
88

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Aos corpos de bombeiros militares, além das


atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
89

OBSERVAÇÃO

As polícias militares e corpos de bombeiros


militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.
90

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

✓ Os Municípios poderão constituir guardas municipais


destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

✓ A segurança viária, exercida para a preservação da ordem


pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas
vias públicas: (Parágrafo acrescido pela EC nº 82, de 2014)
I − compreende a educação, engenharia e fiscalização de
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente;
II − compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e
seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma
da lei.

Вам также может понравиться